O Risco
O “meu/nosso” Mundo
Nos primeiros 40 anos da minha vida (até 1985)
População (2x) Produção de comida (3x) Consumo de água (3x) Consumo de energia (4x) Produção de lixo(3-4x) Gastos em publicidade (6x)
Vários ciclos de 40 anos semelhantes
Se formos mais atrás
● Monarquias absolutas desaparecem (Magna Carta, Séc.13 …..) ● Liberdade religiosa é respeitada (Protestatio, Séc.16 ……)
● Escravatura abolida (Marquês de Pombal 1869; Nações Unidas
em 1962 só assinada por 40 paízes e rectificada por 4)
● Direito de voto para as mulheres (NZ 1893, EUA 1928, França
1945, Portugal só em 1974 abolidas todas as restrições)
● Declaração universal dos direitos humanos (1948, respeito
crescente pelos direitos individuais)
● Princípios da ética biomédica (Beauchamp & Childress, 1979) ● Nova constituição, Républica da África do Sul (1996, alarga a
Mas…nos últimos 25 anos
Doenças novas e “velhas” Desafios da nutrição
Falta de água
Temperatura do planeta Eventos extremos (clima)
Esperança de vida População (continua)
↑↑↑↑↑↑↑
Instabililidades dos mercados Insegurança laboral
Crise de valores Desigualdades
% of children underweight
and adults overweight
Country % underw. Country % overw.
Bangladesh 56 USA 55
India 53 Russian Fed 54
Ethiopia 48 UK 51
Viet Nam 40 Germany 50
Nigeria 39 Colombia 43
Indonesia 34 Brazil 31
Pharmaceutical spending
1990 2000 --- (per capita)
B$
B$
$
High-income
200 350
400 (↑79%)
Low-income
6.6 10.6
4 (↑2.4%)
(2002 data)
Water scarce resources
(less than 1000 m3 /year/person)
Country
m
3/y/p
Pop. Doubling
(M)
time (y)
Algeria
730
26
27
Egypt
30
56
28
Kenya
560
27
19
Syria
550
14
18
(2000 data)
Access to
water
and sanitation
Region Lacking water Lacking sanitationAfrica
35-50%
50-60%
Asia
35-50%
45-60%
Latin Amer.
20-30%
25-40%
Como “achamos”o Mundo
Melhor possível versus Deixa muito a desejar
Abundância material Inequidades crescentes Autonomia e Democracia Violação de direitos
Mais anos de vida Menor qualidade de vida Estímulo à inovação Competição selvagem Arriscar vale a pena Arriscar é perigoso
A nossa noção de Risco
depende
i) O que se sabe (vs não sabe)
ii) Literacia quantitativa (estatística)
iii) Representação “robusta” vs “frágil” do mundo iv) Confiança nas instituções
Dúvidas
Complexidade dos sistemas
a) exposições baixas podem ser benéficas
b) instabilidade climática
c) telemóveis
d) OGMs e outros tipos de melhoramento
e) globalização
Doctors' estimates of the probability of breast cancer in women with a positive result on mammography, according to whether the doctors were given the statistical information as
conditional probabilities or natural frequencies (each point represents one doctor).
Gigerenzer G , Edwards A BMJ 2003;327:741-744
Visão/representação robusta
- Energia (transportes, comunicações, indústria...)
- Alimentação (insecticidas, fertilizantes, OGMs, melhoramento...) - Saúde (vacinas, antibióticos, bio-eng, saneamento...)
- Cultura (individualização, meritocracia, globalização ...)
Visão/representação frágil
- Energia (alterações climáticas, poluição, radiações ...) - Alimentação (a mais, a menos, BSE, e.coli, OGMs ...)
- Saúde (resistência a antibióticos, estilos de vida, envelhecim...) - Cultura (fundamentalismos, globalização, insegurança ...)
A confiança
• Leva décadas a construir
• É extremamente frágil
Ex: BSE no Reino Unido
Casa Pia em Portugal
HIV em França e Japão
Modelo económico EU
Outros factores
• Educação e informação
• Decisões impostas ou voluntárias
• Os benefícios são equitativos ou não
• Familiaridade e frequência de eventos
• Níveis de incerteza
Para que serve a Educação
1. Formar profissionais (juízes, atletas, engenheiros,
médicos, enfermeiros, arquitectos, psicólogos,
nutricionistas, biólogos, economistas, jardineiros …...)
2. Avançar as fronteiras do conhecimento (apoiando a
curiosidade e a creatividade na procura e na solução de problemas)
3. Desenvolver a capacidade de pensamento crítico
(para imaginar o possível, construir uma sociedade responsável e saber lidar com o imprevisível)
Os riscos
Mercados de emprego fluidos.
As crescentes necessidades financeiras podem minar a autonomia das instituições
As “camisolas” disciplinares facilitam as clonagens culturais e as iliteracias funcionais
A separação entre factos e valores não estimulam o pensamento crítico e enfraquecem a confiança
Os desafios
Formar profissionais autónomos e “curiosos”
Preservar independência e ser criterioso em relação às “necessidades” dos mercados
Estimular a fertilização entre áreas, evitando a balcanização dos conhecimentos
Desenvolver pensamento crítico, livre e responsável em relação aos “novos” riscos
2 ideias para terminar