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Estudo de demanda e oferta do turismo de lua de mel na

cidade de São Paulo

Study about tourist demand and supply on honeymoon in the city of São Paulo

Miriam Vanessa da Silva

miriamtour@gmail.com

Orientador: Glauber Eduardo de Oliveira Santos

RESUMO: Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), só em 2008 o número de casamentos registrados no Brasil foi de 959.901 registros. A partir desta constatação, e levando em consideração que o casamento está diretamente ligado à lua de mel, o presente trabalho tem como proposta estudar a demanda e a oferta de viagens de lua de mel na cidade de São Paulo. A pesquisa quantitativa foi realizada com os noivos freqüentadores da Rua São Caetano e o levantamento de dados deu-se em sites de agências de viagens que oferecem serviços para este público. Inicialmente, foi constatado que a maioria dos entrevistados viajará na lua de mel, e dentre aqueles que ainda não sabem e os que não viajarão, cerca de 83,3% afirmaram ter interesse de viajar no período.

Palavras-chave: turismo; segmentação; marketing; lua de mel; agência de viagens. ABSTRACT: According to the IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics), only in 2008, the number registered in Brazil were 959.901 marriage records. From this observation and considering that marriage is directly connected to the honeymoon, this work is proposed to study the demand and supply of honeymoon in Sao Paulo. Through quantitative research with the couple who visits the São Caetano Street, and data collection at sites of travel agencies that offer services to this audience. Initially it was found that the majority of respondents will travel on honeymoon, and those who don’t know if they will travel or will not travel, about 83.3%, claimed some interest to travel in the period. Keywords: tourism, segmentation, marketing, honeymoon, travel agency.

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1. Introdução

A família do século XXI, com suas transformações, considera o casamento como uma importante base de formação familiar e, conseqüentemente, um dos principais laços sociais existentes (SILVA, 2008).

O casamento, além de ser uma das bases de formação da família, traz alguns costumes aproveitados pelo mercado econômico para comercialização de produtos e serviços relacionados com sua cerimônia e celebração, como a lua de mel, considerada os primeiros dias do casamento (MACIEL, 2007).

O mercado de turismo pode utilizar a demanda dos atuais noivos como potencial turismo de lua de mel, pois as atividades de lua de mel realizadas fora da localidade de residência são consideradas como atividade turística, como afirma Ignarra (2003). O turismo é a combinação das atividades, serviços e indústrias disponíveis para aqueles que viajam para fora da localidade de casa.

No Brasil, há uma demanda de turistas de lua de mel em potencial a ser trabalhada pelas agências e operadoras de viagens. O número de casamentos registrados, somente no estado de São Paulo, teve um aumento aproximado de 4,4% de 2007 para 2008, totalizando 65.728 registros em 2008 (IBGE, 2008), ou seja, neste ano havia uma demanda potencial composta de 65.728 noivos para o turismo.

Porém, para se obter sucesso e crescimento das vendas, não basta possuir um público em potencial se não existir um marketing bem desenvolvido. Segundo Honorato (2004), o marketing não deve ser considerado como uma função separada da empresa, pois o mesmo visa atingir o consumidor e o sucesso da empresa não é determinado pelo produto, mas pelo cliente.

Mas para desenvolver bem o marketing, segundo Cobra (1997), é somente através da segmentação da demanda, pois a mesma possibilita obter os mecanismos para formulação de estratégias de marketing, “[...] os especialistas de marketing já demonstram que a análise e o manuseio prévios das informações sobre os clientes são uma questão de estratégia e sobrevivência das empresas [...]” (COBRA, 2003, p.17).

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A partir destas constatações, o presente trabalho tem como proposta estudar a oferta e a demanda atual do segmento de lua de mel na cidade de São Paulo, através da caracterização da demanda e da oferta.

Para alcançar nossos objetivos, lançamos mão de uma metodologia que inclui três etapas: pesquisa bibliográfica, levantamento de campo e pesquisa quantitativa com a demanda.

Para pesquisa bibliográfica selecionamos publicações (livros, artigos, teses, sites, notícias em jornais e revistas) que tratam de marketing, segmentação e lua de mel, buscando informações e estudos para serem utilizados como base deste trabalho.

A pesquisa quantitativa faz-se necessária para auxiliar no estudo da segmentação da demanda, segundo MALHOTRA (2004, p.108) este tipo de pesquisa possibilita a obter informações sobre as características de grupos relevantes, como consumidores, vendedores, organizações ou áreas de mercado.

Levantamos, na segunda etapa, empresas especializadas neste segmento de turismo de lua de mel, a fim de verificar como e quais destinos são oferecidos para esta demanda.

Quanto à seleção de sites e empresas do ramo, levamos em consideração as que trabalham com o segmento de lua de mel e a sua localização em São Paulo, com intuito de não fugir da localidade delimitada para pesquisa do objeto de estudo principal, neste caso, os noivos freqüentadores da Rua São Caetano na Cidade de São Paulo.

Na terceira etapa deste trabalho, realizamos uma pesquisa quantitativa com a demanda deste segmento: os noivos. Para realização desta etapa, foram aplicados questionários na região da Rua São Caetano e suas respectivas intermediações a fim de caracterizar a demanda deste segmento na cidade de São Paulo. Por tratar-se de um público específico, a escolha pelo local deu-tratar-se pelo fato da região concentrar um comércio voltado para este público.

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2. Casamento e a tradição da lua de mel.

Segundo Michalany (1987), a palavra casamento deriva do latim casa, que significa “choupana” e que, em alguns idiomas, adquiriu significado de moradia, lar. Assim, a constituição da família se iniciaria com o lar.

O casamento, considerado complexo já no século XVIII, abrangia a sociedade como um todo, sendo naquela época um dos meios mais eficazes de consolidar interesses sociais, políticos e econômicos das grandes famílias, representando “[...] o veículo que perpetuava a família, marcando posições sociais, conferindo prestígios, fornecendo regras pelas quais os indivíduos avaliavam-se mutuamente [...]” (CAMPOS, 2003, p.90).

Neste mesmo período, o processo do matrimônio, por ser de grande influência, seguia normas estabelecidas pela sociedade mais ampla, desde o início das negociações entre parentes para o noivado até a união, a qual era considerada válida somente se a sociedade a sancionasse. (CAMPOS, 2003, p.228).

Carneiro (2007) explica que foi com o advento do Romantismo, em meados do século XIX, que o casamento deixou de ser o veículo utilizado para os interesses da sociedade e passou a ter uma relação intensa de significados entre os casais. A autora ainda salienta que:

[...] envolve um alto grau de intimidade e um grande investimento afetivo. Ainda como função, o casamento organiza e dá sentido à vida do sujeito na medida em que a relação dialógica entre pessoas significativas sustenta o convívio com a realidade do mundo. [...](CARNEIRO, 2001, apud LISBOA, 2007, p. 54)

Permeado de tradições e costumes, o casamento trouxe consigo uma série de simbolismos para o rito de passagem entre a vida de solteiro e casado ao longo dos séculos, como o vestido branco, o véu, a aliança, entre outros. Dentre os hábitos, destacamos a lua de mel.

Esta tradição está consolidada nos dias atuais, mas foi partir do século XVII que os primeiros dias do casal, após a cerimônia e a celebração, passaram a ser

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conhecidos como lua de mel (MACIEL, 2007). Existem diversas teorias que explicam sobre sua origem e seu costume, dentre elas:

[...] a expressão lua de mel surgiu como costume entre os germanos, antigo povo que habitava a região denominada Germânia (região da atual Alemanha), que se casavam durante a lua nova e levavam “hidromel” (mistura de água e mel) para beber ao luar. Também na Escandinávia e norte da Europa, os recém casados tomavam uma bebida alcoólica misturada com água, mel, malte e trigo. O drink oficial dos noivos todos os dias, pelo período de uma lua à outra [...] (MACIEL, 2007, p.231).

Outra versão explica que a lua de mel seria o intervalo relacionado às mudanças da lua, quando os noivos deveriam se “esquecer dos afazeres domésticos e dedicar-se aos prazeres sensuais” (COSTA, 2006).

Este período servia para “[...] lembrar ao casal que, assim como as fases da Lua mudam, o afeto (mel) também pode aumentar e diminuir. Por conta disso, os noivos tinham o ciclo de uma Lua, praticamente um mês [...]” (COSTA, 2006), podendo devotar-se um para outro.

No entanto, cabe ressaltar que nesta época as viagens eram exaustivas, desconfortáveis e incômodas, por conta da ausência de meios de transporte adequados e eletricidade. Foi com o surgimento das ferrovias e a chegada de energia, no século XIX, que as viagens de lua de mel ficaram menos cansativas e puderam ser mais curtas (MACIEL, 2007).

A sociedade industrial passou a fornecer meios que possibilitaram a viagem como: dinheiro com os salários mais elevados, o tempo livre com as jornadas de trabalho reduzidas, o aumento e a facilidade da mobilidade com o carro e o avião. (KRIPPENDORF, 2001)

3. A segmentação para o turismo de lua de mel.

Atualmente a grande maioria dos recém casados investe na lua de mel e faz questão da viagem de núpcias. Esse investimento é justificado pelo fato dos casais descobrirem que “se trata do único custo do casamento que não dividem com

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ninguém, pois é algo desfrutado somente por eles” (GOMEZ, 2009, apud VALLE, 2009, p.22).

Só em 2008, em um levantamento de registros civis realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), constatou-se um aumento de 4,5% no número de casamentos, representando 959.901 registros, em comparação com 2007 que foi de 916.006, mostrando uma crescente demanda em potencial para o mercado turístico de lua de mel.

Portanto, considerando a lua de mel como uma tradição do casamento, e que a grande maioria se pré-dispõem a fazer uma lua de mel, podemos observar a existência de uma demanda em potencial para o mercado das agências de viagem no país.

No Brasil, existem agências de viagens que descobriram este público como cliente potencial e já trabalham com produtos voltados para o segmento. Só em 2006, cerca de 36,1% das 930 agências pesquisadas pela ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) atendiam esta demanda e apresentavam lucratividade crescente, demonstrando assim, a existência do conhecimento da lua de mel pelas empresas turística bem como uma demanda a ser absorvida pelo turismo.

Para Oliver (2007), obter bons resultados não é tarefa fácil. Desde o final do século XX, o mercado consumidor mudou sua face e com ele apareceu um novo cliente mais exigente buscando uma oferta que atenda sua individualidade “[...] a melhor forma é através da segmentação, observando e produzindo produtos específicos para cada tipo de cliente e pesquisando a melhor fórmula para possibilitar o lucro e o bom atendimento ao cliente, alcançando o sucesso qualitativo e quantitativo” (OLIVER, 2007, p.3).

As técnicas de segmentação quando bem utilizadas podem ajudar no aumento das vendas. Weinstein (1995) confirma essa teoria ao colocar que:

“A maioria das empresas baseia seu plano de marketing em análises intuitivas, incompletas ou superficiais de seus mercados potenciais. Entretanto, se utilizadas de modo efetivo, as técnicas de segmentação são valiosas para o crescimento das vendas e para melhorar o desempenho geral de marketing” (WEINSTEIN, 1995, p. 5).

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Todavia, para se obter uma segmentação adequada é preciso conhecer as atividades, necessidades e comportamentos mais usuais de compra dos consumidores-alvos (COBRA, 1997). Estes comportamentos para o turismo são considerados ponto chave no desenvolvimento, promoção e venda de seus produtos, sustentando toda a atividade mercadológica (SWARBROOKE; KRIEGER, 2002).

Swarbrooke e Krieger (2002) afirmam que, através da compreensão dos padrões comportamentais é possível descobrir quando é preciso intervir em um processo e qual o público alvo podendo obter resultados eficientes e eficazes das atividades de marketing, com isso selecionando e planejando os produtos que satisfaçam as necessidades e anseios dos clientes, ou seja, a segmentação é essencial para o mercado turístico.

Portanto, a segmentação possibilita subdividir o mercado global em parcelas homogenias, auxiliando o marketing a formular estratégias mais específicas (COBRA, 1997). Para conseguir tal finalidade, podem-se utilizar diversos métodos de identificação e classificação do comportamento do cliente, como o levantamento de sua motivação, preferências, atitudes de compras, hábitos, entre outros (KOTLER, 2000).

Por meio destes mecanismos, há possibilidade de realizar uma breve análise do perfil do turista de lua de mel e do turista convencional pelas suas motivações e períodos de viagens durante o ano, buscando identificar os benefícios da potencial demanda de lua de mel às agências de viagens.

O turista convencional tem como motivação as viagens de lazer (visita a parentes e amigos, sol e praia, cultura, compras, saúde) e de negócios (FIPE, 2009), enquanto a motivação do turista de lua de mel esta diretamente ligada aos primeiros dias de casado, uma vez que, a lua de mel somente ocorre após a celebração e cerimônia do casamento. Logo, constata-se uma diferenciação do incentivo das viagens entre estes dois grupos.

Levando em consideração o período de viagem destes turistas, identificamos um ponto negativo daquele classificado como convencional que pode ser amenizado com o turismo de lua de mel. Neste caso, a sazonalidade decorrente do grande fluxo de visitantes em determinados meses e baixo fluxo em outros.

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O turista convencional possui três períodos preferidos para realizar suas viagens, classificados como meses de alta estação (dezembro, janeiro, fevereiro e julho), média estação (outubro, novembro e março) e baixa estação (abril e maio) (FIPE, 2009).

Tal problemática pode ser amenizada com o turismo de lua de mel, o qual possui um período diversificado para a realização das viagens, pois sua demanda em potencial são os recém casados. Somente em 2008 constatou-se que o número de casamentos registrados por mês não foi menor que 59.792 (IBGE, 2008). Sendo possível obter lucro intercalando os períodos de baixa temporada com os de alta temporada.

Alguns serviços foram criados com o intuito de tornar mais acessível e incentivar os noivos para que viagem na lua de mel, o mercado da oferta criou o serviço de cotas para este tipo de viagem de forma a não comprometer o orçamento dos noivos e fornecer opção para aqueles que não possuem condições financeiras de pagar uma viagem como esta. (RIBEIRO, 2009).

Estes sistemas de cotas funcionam como as listas de casamentos, mas em vez de presentear com utensílios domésticos os convidados podem ajudar financeiramente com a lua de mel pagando alguns valores divididos em cotas estabelecidas pela empresa contratada e sem a necessidade de ir à agência ou operadora, pois é disponibilizado no site uma página personalizada e exclusiva dos noivos para aqueles que desejarem comprar as cotas, “A prática de presentear com viagens está cada vez mais comum no Brasil [...]” RIBEIRO (2009, p.1).

Não é de se estranhar que a criação desta facilidade das cotas, pelas agências de viagens, esta diretamente ligada ao canal de comunicação da Internet. O comércio eletrônico ganhou grandes proporções a partir do século XXI, a maioria dos produtos passou a ficar disponível podendo os clientes acessá-los a qualquer momento buscando informações, melhores preços e comprar via web (KOTLER, 2009).

Esta ferramenta aproveitada corretamente e utilizada como instrumento de marketing pelo setor de turismo pode fornecer resultados positivos como redução de custos, aumento da capacidade de concorrência, dentre outros (ABREU; COSTA, 2000).

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Logo, sabendo da importância dos meios de comunicação on-line, utilizados para fins de divulgação e venda, realizou-se levantamento de dados através da rede internacional de computadores (internet), em sites de três agências de viagens Top Brasil Agência de Viagens Ltda., Special World Viagens e Turismo Ltda. e Teresa Perez Viagens e Turismo Ltda., levando-se em consideração que as mesmas trabalham com o segmento de lua de mel e a sua localidade na cidade de São Paulo. Objetivando, verificar como e quais destinos são oferecidos para demanda de lua de mel.

Após acesso aos sites no período compreendido entre 17 e 19 de maio de 2010, constatou-se que nem todas as agências fornecem para os clientes em suas páginas da internet, as informações necessárias e serviços como preço de pacotes e serviços de cotas.

Dentre elas, Teresa Perez Viagens e Turismo Ltda. criada em 1991 a qual não é voltada somente para o segmento de lua de mel, mas disponibiliza em seu site um ícone de serviços para o segmento, constando sugestões com pacotes e roteiros divididos em categorias: Atividades e Natureza, Austrália e Nova Zelândia, Deserto do Atacama,Tanzânia e Quênia; Cidades, Dubai, Itália, Leste Europeu, Nova York, Paris; Cultural e Exótico, Marrocos, Tailândia; Gastronômico, França, Itália, Mendoza e Bueno Aires; Praias, Ponta dos Ganchos, Atenas, Santorini, Mykonos, Mauritius, Seychelles e Tahiti.

A agência não oferece serviços de cotas e não informa os preços dos pacotes sendo necessário contatá-los a fim de solicitar orçamento e se o cliente desejar há possibilidade de cotação para viagens de lugares não mencionados no site.

A Special World Viagens e Turismo Ltda., criada em 1996, assim como a agência anterior, há necessidade de o cliente solicitar orçamento e a empresa faz cotações para viagens nacionais e internacionais de lugares não expostos em seu site, sendo todos pacotes pré-montados voltados para as ilhas do Caribe. A Special, porém, é especializada no segmento de lua de mel e fornece serviços de cotas.

Por último, a Top Brasil Agência de Viagens e Turismo Ltda., criada em 2000, especializada com viagens de lua de mel, disponibiliza em seu site o preço dos pacotes pré-montados e serviços de cotas, fornecendo pacotes para as praias do

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nordeste, Caribe, Ilhas Mauritius, Tahiti, Nova York e Paris. Dispõe serviços de cotação para outros lugares.

4. Análise da pesquisa

Para caracterizar a demanda atual do segmento de lua de mel, foi elaborada uma pesquisa quantitativa composta por vinte e uma perguntas fechadas e sete abertas. As cinco primeiras perguntas tiveram como objetivo a coleta de informações para classificação socioeconômica e do perfil dos noivos (sexo, idade, escolaridade, renda e ocupação). As três perguntas seguintes tiveram como propósito verificar os investimentos e gastos com o casamento.

As outras questões foram relacionadas à viagem de lua de mel: levantamento do número de noivos com pretensão de viajar na lua de mel, os lugares mais visados, duração da viagem, hospedagem e meio de transporte utilizado, opinião da potencial demanda sobre suas preferências e desejos relacionados aos atrativos e o destino, os meios de comunicação utilizados a fim de planejar da viagem e se utilizaram os serviços de agências de viagens.

Em primeiro momento aplicou-se um pré-teste, através da análise identificou-se a necessidade de ajustes em algumas questões para adequá-las a pesquisa.

Os questionários (versão final) foram aplicados entre os meses de abril e maio de 2010, para os noivos freqüentadores da Rua São Caetano na Cidade de São Paulo. Somando um total de quarenta, utilizando-se uma amostra aleatória como metodologia. Esta quantidade se justifica devido ao número reduzido de freqüentadores no período de aplicação, a qual foi realizada aos sábados no período da manhã até as 14hs, horário em que as lojas fecham, onde há um número reduzido de freqüentadores dispostos a responder as perguntas, por terem pressa, pois desejam visitar as lojas no dia.

A pesquisa foi realizada na Rua São Caetano em São Paulo, seguindo como critério de seleção a localidade, por ser ponto comercial de serviços e produtos oferecidos para os noivos e sendo conhecida como “Rua das Noivas”.

Todos os entrevistados possuem idade entre 20 e 37 anos, todos com grau de instrução no mínimo ensino médio completo, sendo 60% com ensino superior

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completo. Quanto à renda, 65% pertencem à renda A e B com até 7 salários mínimos, e, 35 % C,D e E acima de 7 salários mínimos.

Há interesse e também investimento efetivo por parte dos noivos na realização da cerimônia e celebração do casamento, visto que 92,5% farão festa de casamento e 57,5% casarão na igreja, se bem que 56,8% não acham necessidade de contratar uma empresa especializada para organização.

Ao questionar sobre a lua de mel, a maioria confirmou que viajará no período, cerca de 55%, enquanto os que não sabem e os que não viajarão, 83,3% afirmaram ter vontade de viajar no período. Todos que não viajarão alegaram não possuir dinheiro suficiente para realizar a viagem. Os resultados encontram-se no gráfico 01.

Gráfico 01. Irá viajar na lua de mel:

55,0 15,0 30,0 Sim Não Não sabe

Boa parte deste público já sabe para onde irá viajar (68,2%) e sua maioria decidiu o local junto com seu parceiro, 73,3% respondeu que a viagem foi escolhida pelos dois e somente 6,7% pelo homem.

Porém antes de determinar o destino de viagem, os noivos buscaram informações: 53,3% em site de agências; 40% de amigos e parentes; 26,7% na agência de viagens; 6,7% em anúncios de jornais, revistas e mala direta. Quanto à efetivação da compra, 66,7% consideraram a opinião de parentes e amigos, e, compraram pela agência especializada, destes, 70% gostaram do atendimento do agente avaliando como bom.

No momento da escolha o pesquisado levou em consideração diversos fatores sobre os atrativos os quais podem ser observados pelo gráfico 02, destacando-se clima, paisagem e romantismo:

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Gráfico 02. Sobre os atrativos, o que mais te atrai levando em consideração:

33,3% 6,7% 60,0% 0,0% 13,3% 13,3% 0,0% 80,0% 86,7% Clim a Gas tron om ia Pai sag em Nat ure za Cul tura Arq uite tura His tóric a Rom antis mo Ave ntu ra Sol e P raia

Os locais preferidos, para viagem de lua de mel, enfatizados foram Cancun, Natal e Fortaleza. Contudo Caldas Novas, Foz do Iguaçu, Santa Catarina, Santos, Itália e Portugal ficaram sem muito destaque, mas foram escolhidos para a viagem por alguns dos entrevistados.

A maior parte dos noivos ficou estimulada ao escolher os destinos, considerando a comodidade e conforto, hospedagem, a beleza, o glamour e status, meio de transporte utilizado, segurança, e, a tranqüilidade, como segue no gráfico 03:

Gráfico 03. O que o estimulou ao escolher este local para realizar sua viagem de lua de mel:

80% 53,3% 40% 60% 73,3% 80% 66,7% 100% 73,3% 40% Com odid ade/ Con forto Preç o/Ec onom ia Dis tanc ia d o de stin o Segu ranç a Hot elar ia Tran spor te Tran qüili dade Bele za Gla mou r/Sta tus Out ros Serv iços

A viagem terá duração de 7 dias para 53,3% dos entrevistados, a maioria (80%) utilizará como meio de transporte o aéreo, 13,3% viajará com veículo próprio e

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somente 6,7% de ônibus fretado. Quanto à hospedagem 73,3% ficarão em Hotel, somente 20% se acomodarão em casas de amigos e parentes.

A maioria dos entrevistados afirmou que buscaram informações em sites de agências e foram a agências de viagens antes de definir o lugar da viagem de lua de mel, como mostra o gráfico 04.

Gráfico 04. Onde buscou informações:

26,7% 40,0% 0,0% 6,7% 6,7% 0,0% 6,7% 53,3% Bus ca e m s ite d e ag ênci as Anú ncio s em jorn ais Anú ncio s em TV /Rád io Anú ncio s em rev ista s es peci aliz adas Mal a di reta Outd oor Ind icaç ão d e am igos /par ente s Foi à agê ncia

5. Considerações finais

Observa-se uma crescente demanda potencial para o turismo de lua de mel a ser absorvida pelo mercado das agências de viagens bem como a existência de algumas destas agências que já trabalham com serviços voltados para este público.

Parte destas agências, em especial as que foram levantadas neste estudo, é especializada neste segmento e fornece algumas facilidades próprias para os noivos destacando-se das demais, como o serviço de cotas possibilitando a viagem por meio do pagamento pelos convidados. No entanto, todas disponibilizam em seus sites pacotes voltados para o público de lua de mel.

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O meio de comunicação virtual bem utilizado traz resultados positivos para as agências, como mostra resultado da pesquisa realizada com os noivos, grande parte dos entrevistados, cerca de 53,3%, realizou buscas em sites de agências antes de decidir o lugar e realizar a compra da viagem.

Algumas das agências levantadas não fornecem todas as informações necessárias dos pacotes como preço e serviços inclusos, perdendo espaço para concorrência que utiliza melhor a divulgação na internet, trabalhando o marketing e atingindo com mais eficaz os clientes em potencial.

Para uma administração de marketing que atinja o público alvo, primeiramente é necessário que se conheça os desejos e as necessidades deste cliente.

Dados como os que constam nesta pesquisa são importantes para o sucesso no desempenho e venda dos produtos turísticos, a segmentação da demanda é atualmente o mecanismo essencial de sobrevivência das empresas.

No Brasil não existem muitos estudos detalhados sobre a segmentação de mercado em turismo, textos encontrados sobre o tema são encontrados em livros de marketing que se fundamentam em estudos pioneiros do exterior. São poucos os estudos que aprofundam o tema, disponíveis em pesquisas de mestrado, doutorado ou publicados em forma de artigos científicos (BARRETO; REJOWSKI, 2009).

O presente trabalho teve como proposta estudar o segmento atual de lua de mel na cidade de São Paulo. Entretanto, observou-se a existência de poucos estudos sobre este segmento em específico e a necessidade de contínuos estudos sobre o tema, já que o mercado globalizado e as necessidades dos consumidores mudam de tempos em tempos.

Referências

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a) O polícia disse um palavrão, após ter saído da casa de Adrian. Corrige as falsas.. A mãe também está com gripe. “Quase que não consegui ficar calado quando vi que não