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Arquitetura como propulsora do desenvolvimento infantil

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Academic year: 2021

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ARQUITETURA COMO PROPULSORA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

FERREIRA, Alinne Quezia Silva (Unitri, alinne.q@hotmail.com) ASSUNÇÃO, Eduardo Da Silva (Unitri, itseduardo56@gmail.com)

PAULA, Ana Flávia Ferreira de Castro (Unitri, anaffc@yahoo.com)

RESUMO

Através de constantes avanços científicos e o consequente aumento de conhecimento, a escola infantil torna-se mais que apenas um ambiente de cuidado com as crianças para que os seus responsáveis trabalhem. Especialistas afirmam que os 6 primeiros anos de vida são cruciais para a base da educação, pois é nesse período que a criança estabelece grande parte de seu desenvolvimento cognitivo. Assim, o ambiente de aprendizagem é um fator decisivo para o desenvolvimento infantil, sendo ele responsável por taxas de produtividade, renda, violência e outros indicativos de desenvolvimento socioeconômico e de qualidade de vida. O cenário educacional atual possui defasagens tanto nos métodos pedagógicos quanto na arquitetura. Sabe-se que o espaço físico aliado á pedagogia possui o dever de criar um ambiente que possibilite o máximo proveito e experiências positivas para seus usuários, sendo eles respectivamente as crianças, seus professores, os pais ou responsáveis e a comunidade como um todo. Como metodologia de pesquisa foram analisadas edificações escolares brasileiras in loco na cidade de Uberlândia e na internet, agregando também análises históricas através de artigos e documentos com abordagens psicológicas, sociais e arquitetônicas. A partir disso, este estudo apresenta o projeto para o desenvolvimento de um centro educacional infantil voltado à população da cidade de Uberlândia, MG. Esse projeto, tem objetivo desenvolver uma arquitetura capaz de auxiliar no aprendizado de forma natural e semiautônoma como pressupõe o método Montessori e suas vertentes, seguindo também parâmetros arquitetônicos estipulados por Kowaltowski.

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1. INTRODUÇÃO

Percebe-se que a educação infantil no Brasil ainda possui deficiências e é encarada pelos governos como necessidade secundária. A partir de pesquisas na internet e também in loco acerca do método educacional tradicional vigente e do espaço físico das instituições, foram analisadas inúmeras carências do ambiente escolar principalmente em relação á arquitetura do local de ensino, que, na maioria das vezes é rígida, monocromática, inadequada à ergonomia infantil e não estimula os sentidos ou mesmo a interação das crianças umas com as outras e com o meio externo; havendo também escassez de brinquedos lúdicos, mobiliário e equipamentos. Sobretudo, notou-se que as edificações das instituições de ensino são quase sempre prédios adaptados, resultando em uma completa falta de conforto ambiental ergonomia e até mesmo de segurança. Em alguns casos, utilizam-se modelos de escolas pré-estabelecidos, como ressalta a professora da faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo da Unicamp; Kovalstowski (2011, pag.101), segundo a autora, muitas edificações escolares seguem um projeto padrão, entretanto, a padronização nem sempre leva em conta situações locais específicas, resultando em ambientes escolares desfavoráveis, com problemas de conforto ambiental.

Além dos problemas de conforto comumente encontrados, sabe-se que a metodologia do ensino também é um grande fator de relevância no aprendizado. Dessa maneira, aliar a arquitetura ao método educacional, se torna essencial para a obtenção de uma educação de qualidade, que seja coerente com as necessidades da primeira infância e que propicie uma boa base para o desenvolvimento como um todo. A especialista em primeira infância Beatriz Ferraz ressalta os benefícios que uma educação de qualidade propicia:

“O que se observa é que, entre as crianças que frequentaram uma boa educação infantil, os índices de repetência e evasão escolar diminuem e os índices de aprendizado aumentam. No longo prazo, na vida adulta, se verificou uma queda de criminalização e de envolvimento com drogas. Até a saúde aumenta. São benefícios, portanto, para além do cognitivo em si. Estamos falando também de um indivíduo, que consegue viver plenamente sua cidadania.” (revista Época-online- 24/11/2016)

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Como demonstrado, as experiências da primeira infância influenciam a evolução do cérebro; nessa fase floresce a capacidade de aprender, comportar socialmente, e fortalecer-se de forma física e mental. Assim, levando em conta o desenvolvimento psíquico infantil, torna-se necessário que os estímulos de aprendizagem sejam feitos a partir do lúdico, logo exige-se da escola infantil, espaços que proporcionem experiências e auxiliem na autonomia da criança de forma divertida e segura e que atenda também às funcionalidades e se adeque ao uso dos adultos que também participam do ambiente, em relação ao método, sugere Montessori(2004) que se faz necessário que o professor oriente mas não sobrecarregue o aluno com sua presença, de modo que esteja disponível para ajudar porém não seja um obstáculo para a experiência individual da criança.

A autora afirma que o contato com a natureza confere à criança sensibilidade e ordem para se construir um sentido interno de reconhecimento das coisas e das correlações e dependências. Desse modo é imprescindível elaborar o espaço levando em considerações parâmetros para despertar as manifestações infantis, que acontecem por exemplo a partir de um ambiente aberto que estimule a manifestação psíquica natural (1984 p.124) a educadora também ressalta a importância de se estabelecer um grande cuidado com o ensino pois nas crianças estão depositadas as perspectivas de futuro, uma vez que a educação que lhes for dada na primeira infância, refletirá em suas ações, propósitos e qualidade de vida na idade adulta.(

1984 p.15)

Dessa maneira, pensando na arquitetura vinculada ao método Montessori e seus ideais, na escola projetada, foram priorizados ambientes em contato com o externo, visando incentivar a interação e a observação seguida de compreensão da natureza e outros fatores relacionados. Além disso, foram utilizados elementos característicos do método Montessori como as camas baixas, espelhos inquebráveis na altura do rodapé e ambientações lúdicas. A integração proposta nos espaços da escola infantil, está ligada também à autonomia que o ambiente possibilita dar a criança, para que ela possa reconhecer espaços e aprender de forma livre e intuitiva porém segura.

Portanto, segundo as observações encontradas e pensando no atual cenário de educação infantil nacional, e na necessidade de desenvolvimento e de qualidade de vida da população, fora projetada uma escola infantil na cidade de Uberlândia, MG

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com capacidade para atender 60 crianças em tempo integral na faixa etária de zero a cinco anos. A escola infantil projetada visa ser uma instituição de ensino inovadora que tenha responsabilidade efetiva no desenvolvimento das crianças utilizando não somente a pedagogia como ferramenta de ensino, mas também a arquitetura com protagonismo para explorar da melhor maneira as particularidades da primeira infância e suas exigências

2. DIAGNÓSTICO DA ÁREA

O terreno da edificação possui aproximadamente 4.160 m² medindo 64 metros pela rua dos Pereiras e 65 metros pela Avenida Brasil, conforme a figura 1 e 2.

e localiza-se no Bairro Martins, em frente à Praça Sergio Pacheco.

Seu entorno é majoritariamente composto por edificações térreas. A malha viária existente é do tipo grelha.

Figura 1: Mapa planialtimétrico de Uberlândia com a delimitação do terreno da escola infantil

Fonte: prefeitura de Uberlândia

Figura 2: Vista aérea do terreno e seu entorno Fonte: Google Maps

Figura 3: mapa de diagnóstico urbano- uso e ocupação-

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Há diversidade no uso do solo: encontra-se edificações comerciais, unifamiliares, multifamiliares, mistas e também institucionais, não havendo escolas infantis no entorno imediato.

2.1 CONDICIONANTES BIOCLIMÁTICAS

A fachada da rua presidente Roosevelt de Oliveira recebe o sol poente, enquanto a fachada da rua brasil recebe o sol nascente, os ventos dominantes ocorrem no sentido noroeste conforme a figura 5

;

Figura 4: mapas de diagnóstico urbano- gabarito- Fonte: os autores

Figura 5: Terreno da escola infantil com Syte analisys Fonte: os autores AV. R UA P R ES IDE N TE R O O SE VE LT D E O LI VE IR A

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3. CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO

Pensando no método Montessori e a liberdade e autonomia que ele pressupõe, buscou-se trazer como conceito da edificação a fluidez, e a partir dela, utilizou-se o brinquedo Montessoriano Manhatan como partido arquitetônico.O briquedo escolhido trata-se de um mordedor chocalho, ele representa a primeira infância e se relaciona com o uso da edificação. A partir de suas formas foram extraídos elementos de construção do espaço, e fluidez é retratada através dos grandes vãos, janelas, transparências e pelas muitas possibilidades de fluxo na edificação.

4. PROGRAMA DE NECESSIDADES

Os ambientes da escola infantil foram definidos segundo o programa de necessidades do fundo nacional de educação (FNDE). Entretanto, foram adicionados outros espaços (Brinquedoteca/biblioteca, sala de artes, enfermaria/psicologia, labirinto lúdico, espelho d’agua para recreação) que complementam a didática Montessori, e também são recomendados por Kowaltowski (2011. pag 176)

Tabela 1: programa de necessidades

BLOCO ADMINISTRATIVO BLOCO DE SERVIÇOS

BLOCO

PEDAGÓGICO I

BLOCO

PEDAGÓGICO II Brinquedoteca e biblioteca Sala de artes Salas de atividades

0 á 18 meses

Salas de atividades e repouso 3 á 4 anos

Recepção Copa Sala de atividades 18 meses á 3 anos

Sala de atividade e repouso 4 á 6 anos Figura 6: Brinquedo Manhathan

Fonte: google imagens

Figura 7: esquema conceitual Fonte: os autores

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Banheiros acessíveis Vestiários Berçários Banheiro masculino

secretaria Paneleiro Lactários Banheiro feminino

Enfermangem/psicologia Apoio á horta Fraldários Sala dos professores Cozinha Solário Diretoria Despensa Triagem Depósito de lixo D.M.L Lavanderia Estendal Refeitório coberto Refeitório aberto – deque- 4.1. CAPACIDADE DE ATENDIMENTO

0-1 ANOS 1-2 ANOS 2-4 ANOS 4-5 ANOS

10 crianças 10 crianças 20 crianças 20 crianças

5. O PROJETO

Foram definidos 4 blocos dispostos frente a frente formando um espaço central conforme a figura 8

LEGENDA:

Amarelo: salas pedagógicas

Verde: administrativo Rosa: recreativo Laranja: solários Vermelho: serviço Figura 8: setorização Fonte: os autores

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5.1. PLANTA HUMANIZADA E IMPLANTAÇÃO

Por decisões projetuais foram deixados grandes recuos em suas áreas externas não somente como estratégia estética e de conforto ambiental mas também para dar á comunidade gentilezas urbanas e sensação de pertencimento com o edifício e seu entorno. A plástica da edificação foi definida seguindo premissas de liberdade ao usuário, a escola possui quatro áreas funcionais e de circulação nas extremidades dos blocos onde nelas se encontram, bosque, horta, labirinto lúdico, playnground, e jardim com espelho d’gua para atividades aquáticas. Os quatro blocos existentes são concecatdos entre si por caminhos e coberturas em técnica de beirais, enquanto o pátio interno abriga um jardim sensorial com alguns itens de playgorund e objetos lúdicos ligados entre si por caminhos que arremetem á forma do brinquedo Manhattan.

Figura 9: planta humanizada e implantação Fonte: os autores

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5.2. AMBIENTES

Figura 10: Vista aérea da fachada principal Fonte: os autores

Figura 11: Fachada principal voltada para a rua Roosevelt de Oliveira

Fonte: os autores

A fachada principal localizada na rua Roosevelt de Oliveira, possui espaço próprio de estacionamento para atender aos usuários da escola que, assim podem descer as crianças em segurança. No acesso à rua dos Pereiras, pensando na facilidade de manutenção, no conforto e segurança, foram implantadas as lixeiras e o gás utilizado na cozinha.

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A recepção é o espaço de entrada da escola, nela optou-se por um ambiente sóbrio que fosse adequado aos adultos que ali permanecerão por mais tempo executando suas atividades. Entretanto, a partir de uma grande janela na parede principal, há a integração visual com a brinquedoteca onde se quebra a formalidade e é relevado um espaço de descontração e monitoramento das atividades infantis.

A brinquedoteca foi planejada para atender tanto a momentos de recreação quanto a momentos de leitura e outras atividades pedagógicas. É um ambiente amplo voltado ao pátio coberto, podendo funcionar também como uma extensão dele quando abertas as portas camarão que abrangem toda extensão da sala (8metros). Foram feitas paginações de parede com madeiras que visam dar experiências sensoriais; ripas no teto do “cantinho da leitura” trabalham o lúdico e psicologicamente “dividem” o ambiente, nele, lousa é uma forma de incentivo á arte e expressão dos alunos, enquanto a piscina de bolinhas com escorregador garante a recreação

Figura 12brinquedoteca e biblioteca Fonte: os autores

Figura 13: brinquedoteca e biblioteca Fonte: os autores

Figura 19: recepção Fonte: os autores Figura 18: recepção

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O tronco da árvore implantada no início da sala tem primeiramente função estrutural de pilar devido ao grande vão livre do ambiente, secundariamente ela pode ser utilizada em atividades como jogo das cadeiras e contribuir esteticamente com o lúdico, além de poder ser decorada pelas crianças em atividades de datas comemorativas como páscoa e natal.

A amplitude do ambiente foi uma premissa para que o espaço pudesse abrigar várias atividades, inclusive brincadeiras com grandes grupos ou apresentação de filme para todas as turmas. O lay-out é flexível e possibilita as mudanças necessárias para diferentes ocasiões. O espaço da brinquedoteca serve também como apoio/camarim do teatro ao ar livre instalado no rebaixo em frente ao pátio coberto.

Para as turmas I e II sala de atividades é integrada ao berçário, fraldário, lactário e solário. Nela foram trabalhados brinquedos de livre acesso ás crianças em nichos baixos; a presença de uma “cama” montessoriana auxilia as professoras em algumas atividades dos bebês e adiciona conforto ao ambiente

Criou-se ao fundo da sala um tronco lúdico de árvore que dialoga com a proposta da instituição e tem funcionalidade de abrigar livros como uma prateleira, Na mesma parede na altura do rodapé, encontra-se um espelho inquebrável. O espelho montessoriano serve para que a criança possa se conhecer e entender que é uma pessoa distinta da mãe. Assim, ao se enxergar, a criança começa a se reconhecer como indivíduo, auxiliando no desenvolvimento da autonomia e da força de vontade, e da compreensão de mundo.

Figura 14: sala de atividades I E II Fonte: os autores

Figura 15: fraldário Fonte: os autores

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Vidros entre os ambientes foram utilizados para auxiliar na rotina das professoras que assim tem melhor visão do todo. Os ambientes fraldário e lactário são de uso comum de duas salas, sendo que cada uma delas possui acesso individual. O acesso ao solário também ocorre de maneira individual em cada sala, entretanto ele é de uso comum. No fraldário foram escolhidas banheiras de sobrepor, acima delas foram instalados móbiles de pássaros que estimulam a imaginação e a tranquilidade do bebe na hora do banho, tornando esse momento mais agradável. Abaixo das bancadas de banho e troca, foram projetadas marcenarias que guardam todos aparatos necessários para os serviços do fraldário, trazendo organização e praticidade ao ambiente.

Para as turmas III e IV optou-se por tornar integradas as salas de atividade e repouso por questões de melhor logística na rotina, uma vez que nessa faixa etária as crianças ainda seguem horários individuais de sono, recreação etc. A janela cria diálogo com o externo a partir de sua dimensão onde o peitoril está a 45 cm do chão e serve como acento, lateralmente, armário com nichos é utilizado para guardar os pertences das crianças de forma acessível a elas para dar lhes autonomia em relação ao seus objetos, além disso ele divide o ambiente de atividades do ambiente elevado de descanso.

Nesse ambiente fora instalada uma grande cama baixa montessoriana que dá ás crianças liberdade para dormirem nela, assistir tv ou se entreter com os livros disponíveis ao lado oposto do espelho montessoriano. O armário dos nichos ajuda criar uma barreira física discreta para o ambiente de cima, pois possui uma lâmina acrílica transparente que divide os espaços de forma sutil e evita acidentes como quedas. Através dos desníveis repete-se o escorregador como elemento de recreação

Figura 17: sala de atividades II E IV Fonte: os autores Figura 16: sala de atividades II E IV

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No bloco em frente, situa-se a sala de artes e o refeitório, ambos são ambientes que estão totalmente integrados ao exterior devido o uso de portas camarão em vidro que, podem ser mantidas abertas ou fechadas de acordo com a necessidade climática. A sala de artes possui um painel desenvolvido a partir de objetos com diferentes texturas e cores para explorar o sentidos visuais e táteis.

No outro extremo no bloco, está o refeitório que foi projetado para proporcionar visão da área de cocção, havendo apenas uma bancada de pratos separando os dois ambientes. Essa decisão projetual visa proporcionar às crianças familiaridade com diversos ambientes e as atividades neles executadas. Além do diálogo com a cozinha há também integração com o meio externo; para isso foram instaladas 3 portas camarão que se abrem para os jardins e também para um deque com pergolado e mesas para refeições ao ar livre. A estratégia de ambiente aberto possibilita conforto ambiental, uma vez que os ventos dominantes circulam o ar no espaço levando embora o calor e os cheiros produzidos pela cozinha.

Figura 20: refeitório Fonte: os autores

Figura 21: refeitório área externa Fonte: os autores Figura 18: sala de artes

Fonte: os autores

Figura 19: painel sensorial Fonte: os autores

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Ao sair do refeitório, passando pelo espelho d’agua e solário, encontra-se o playground, através dele há o desenvolvimento de atividades físicas e noções espaciais em brinquedos de escalar, escorregar, pular e outros.

O playground. Fora instalado entre as salas de atividade III e os berçários pois a proximidade com esses ambientes estimula interação das turmas. Entretanto, houve o cuidado de criar barreiras de som através de vegetações para que as brincadeiras não despertem os bebês que estiverem dormindo no berçário. Os caminhos que passam pelo parquinho levam até outros ambientes de recreação como por exemplo o labirinto que encontra-se na fachada principal da instituição.

A proposta para este local é de incentivar as brincadeiras lúdicas e também tradicionais, como o esconde-esconde. Priorizou-se o contato com a natureza optando mais uma vez pelo plantio de grama no entorno imediato das peças, sendo que lateralmente foram paginados pisos duros com diferentes texturas e design que

Figura 22: playground Fonte: os autores

Figura 23: labirinto Fonte: os autores

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ajudam a criar sensações únicas tornando cada espaço distinto, havendo assim o ambiente da recreação, dos caminhos e por último o do descanso com acentos.

Ainda fachada principal, no lado extremo do labirinto, está o bosque que fora implantado entre a brinquedoteca e a sala de artes. Ele é um espaço que propicia conforto ambiental, o sol poente é barrado pelas copas frondosas das árvores e assim, não há passagem direta de calor para as salas do seu entorno, mas além disso ele contribui com o ensino ao trazer aprendizado para as crianças através da observação das plantas, suas características, as populações de animais que elas atraem etc.

Lateralmente ao bosque acontece o acesso das crianças à horta,(figura) esse espaço é utilizado pela cozinha e pelas crianças que, com auxílio das professoras plantam as variedades de vegetais como método prático de observação científica, e, a partir disso, utiliza-se a colheita no preparo das refeições. Os funcionários para fazer manutenção ou colheitas esporádicas tem acesso facilitado a partir da lavanderia ou da copa.

Figura 24: bosque Fonte: os autores

Figura 25 apoio à horta Fonte: os autores

Figura 26: horta Fonte: os autores

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Voltando pelo bosque, encontra-se o pátio central que possui uma série de caminhos que convergem em jardins e brinquedos, e levam também aos 4 blocos circundantes.

Nos espaços de recreação foram instalados brinquedos sensoriais, que estimulam o tato e a visão, algumas plantas trabalham o olfato e jatos no espelho d’agua trabalham a audição. Brinquedos lúdicos também compõe o ambiente assim como os clássicos balanços e gangorras. Fora feito um rebaixo em frente ao pátio coberto, esse ambiente funciona como teatro ao ar livre propiciando acentos, que também podem ser utilizados de maneiras lúdicas incentivando brincadeiras que desenvolvam noções espaciais.

Figura 27: pátio com teatro e brinquedos Fonte: os autores

Figura 28: pátio com brinquedos lúdicos Fonte: os autores

Figura 29: Pátio coberto com paginação de piso inspirada nas obras de Roberto Burle Marx

Fonte: os autores

Figura 30:Pátio central com brinquedos sensoriais e desnível para teatro

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6. TECNOLOGIAS EMPREGADAS

As principais tecnologias foram aplicadas como estratégia de aumento no conforto ambiental dos espaços.

Telhado verde: Situado no bloco de serviços, especificamente sobre a cozinha e o refeitório, sua função é de amenizar o calor ali alojado devido á cocção e posição do ambiente em relação ao sol (recepção de raios solares do lado oeste)

Telhado em shed: Nas salas de atividade III e IV para melhor captação e circulação dos ventos no ambiente-

Espelho d’agua: instalado entre o refeitório e os berçários, o espelho d’agua faz ação de resfriamento dos ventos dominates que nele passam, no sentido noroeste e são direcionados ao pátio central e os demais blocos.

Figura 31: esquema de telhado verde Fonte: google imagens

Figura 32: esquema de captação de ventos Fonte: os autores

Figura 32: espelho d’agua Fonte: os autores

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no que foi exposto , sabe-se que os primeiros anos de vida são de grande importância para o desenvolvimento infantil, pois é nesta etapa que as crianças apresentam o maior potencial de aprendizagem e adquirem uma série de habilidades necessárias para uma vida adulta bem-sucedida. A creche proposta se configura como um ambiente de ensino diferenciado que compreende e aplica o importante papel da arquitetura no desenvolvimento infantil, utilizando aspectos do método montessori que é fundamentalmente biológico e sua prática se inspira na natureza e está aliada a fundamentos científicos sobre o desenvolvimento infantil.

Os espaços foram planejados para atender ás necessidades pedagógicas e incentivar o raciocínio, a autonomia, os sentidos e a sensorialidade das crianças que, a partir dessas experiências quebram as barreiras pedagógicas comuns e caminham rumo ao processo de ensino de forma natural em harmonia com espaço físico devido ás suas sensações e á observação e vivencias no mesmo.

8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERRAZ, Beatriz. época, 02/08/2018,Beatriz Morrone. Disponível em< https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/11/beatriz-ferraz-os-tres-primeiros-anos-sao-o-periodo-em-que-crianca-mais-aprende.html>

KOWALTOWSKI, Doris. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino. São Paulo. Oficina de textos. 2011.

MONTESSORI, Maria. A criança.015. são Paulo. Circulo do livro.

MONTESSORI MARIA, taquid, 28/08/2018,Diana Ferreira. Disponível em < http://www.taquid.com/2016/10/montessori-e-natureza.html >

MULLER K.G, FERRERO L.P DINIZ C.D. manual técnico de arquitetura e

engenharia de orientação para elaboração de projetos de construção de centros infantis, FNDE 2009.

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