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Academic year: 2021

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CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: Medicina Veterinária

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE MAX PLANCK - FMP

INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): JOÃO PAULO MAGNUSSON

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ÉRIKA NONAKA RISSETO

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ANA KAROLINY AMBROSIO

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A musicoterapia, como ciência e arte de cura, tem como objetivo promover o equilíbrio biopsicossocial, conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de doenças utilizando-se de fatores biológicos, restaurando a saúde dos indivíduos ou prevenindo a instalação de doenças. O presente estudo tem como objetivo avaliar a influência da música na ansiedade e na dor de pacientes que se submeteram à cirurgia de Ováriosalpingohisterectomia (O.S.H.) e Orquiectomia no Hospital Escola Veterinário da Faculdade Max Planck. Com a utilização de tabelas para auxiliar na visualização do incomodo causado pela dor, avalia-se a terapia em questão como uma válida opção na preservação do bem-estar do animal.

Palavras-chave: Musicoterapia; Orquiectomia; Ovariosalpingohisterectomia, pós-cirúrgico.

ABSTRACT

Music therapy, as a healing science and art, promotes biopsychosocial balance, a very broad concept which studies the diseases cause or progress using biological factors, restoring health or preventing them to catch other diseases. This study has the main goal to evaluate music influence both on anxiety and pain of patients in postoperative of Ovariesalpingohisterectomy (O.S.H.) and Orchiectomy at the Academic Veterinarian Hospital at Faculdade Max Planck. Using charts to help identify the uncomfortable situation gave by the pain, evaluating the therapy as a great option to preserve animal care.

Keywords: Music therapy; Orchiectomy; Ovariosalpingohisterectomy; Postoperative Care.

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INTRODUÇÃO

A música é um dos tipos de terapia com foco em promover, através de estímulos sonoros, o bem estar do indivíduo. É capaz de acalmar cães, o que é benéfico em muitas situações médicas, fornecendo estímulos calmantes quando na ausência do proprietário, diminuindo a ansiedade causada pela separação; diminui a frequência cardíaca e a frequência respiratória; eleva os níveis de endorfina, melhorando o humor do animal e auxilia na redução do estresse. A retirada do animal de seu local de conforto, o transporte até o hospital ou clínica veterinária, os odores presentes no local e a presença de animais desconhecidos são todos fatores influentes para elevar o estresse do animal.

Sobre o ponto de vista pós-cirúrgico, o retorno do animal às suas funções normais após o período anestésico é considerado um dos momentos mais estressantes da vida do animal. Acredita-se que quando o animal está sob uma situação de estresse agudo, ocorrerá quadro de leucocitose fisiológica. E se o animal estiver sob estresse crônico, como solidão, espera-se encontrar no hemograma o leucograma de estresse (MEYER, 1995). Esta alteração hematológica dos leucócitos é caracterizada pela neutrofilia, linfopenia e eosinopenia. Estados depressivos podem alterar comportamentos, mudar atitudes e predispor a infecções pós-operatórias. A ansiedade provocada pelo momento de solidão e retorno do plano anestésico pode provocar diarréia, apatia, automutilação e aumento da agressividade.

Como processo de terapia de suporte, a musicoterapia apresenta propriedades importantes para a recuperação animal na internação do pós-operatório, auxiliando no combate ao estresse causador de infecções secundárias ou do desequilíbrio ao bem-estar do animal.

Sendo a musicoterapia uma ciência considerada nova, e ainda desconhecida nos meios acadêmicos, surge a carência de pesquisas que comprovem a funcionalidade e eficácia de sua ação, bem como comprovar a influência de seus componentes musicais no comportamento animal.

Os instrumentos e as notas musicais tem a capacidade de estimular o cérebro na liberação do hormônio responsável pela sensação de prazer (como a serotonina), realizando o equilíbrio do organismo. A terapia musical, é um suporte de baixo custo

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para implementação e uma válida técnica complementar para garantir a homeostasia do animal no período pós-cirúrgico.

MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia adotada para a realização do presente projeto será dividida em cinco etapas:

Etapa 1 - Análise de trabalhos referentes a musicoterapia; aprofundamento no conteúdo relacionado a terapia, a Ovariosalpingohisterectomia e a Orquiectomia; e coleta de dados para subsidiar a pesquisa.

Etapa 2 - Observação com auxílio de uma câmera para gravação de vídeos, afim de não comprometer a individualidade e uniformidade no processo de pesquisa, realizar a gravação do processo dos animais que passam pela cirurgia mencionada, sem interação humana, e após a recuperação do animal, recolher o material para análise.

Etapa 3 - Análise dos vídeos coletados para classificação do processo reconhecido como fisiológico do animal, a partir da observação minuciosa dos vídeos gravados, catalogando-os e transformando-os em dados a serem utilizados para a comparação no projeto.

Etapa 4 - Com o auxílio de uma tabela (Tabela de avaliação da dor proposta pela Universidade de Melbourne), analisar os casos atendidos e procedimentos realizados anotando períodos pré e pós cirúrgicos, identificando por meio de pontuação, se o animal apresenta dor.

Etapa 5 - Comparação dos resultados gravados entre os animais não relacionados ao tratamento com os animais que passaram pelo procedimento, concluindo o estudo.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Historicamente, pensava-se que os animais não sentiam dor ou que esta era percebida de forma diferente dos humanos. Adicionalmente, durante um tempo foi sugerido que a dor seria benéfica após lesão ou cirurgia, porque limitava o movimento, ajudando na recuperação do paciente e impedindo novas lesões (HELLYER et al., 2007a).

No que se refere aos cuidados veterinários, são grandes os empenhos para melhorar os conhecimentos, o reconhecimento e o tratamento da dor em animais (HELLYER, 2002). Segundo o Colégio Americano de Anestesiologistas Veterinários-ACVA, a dor e o sofrimento de animais são condições clinicamente importantes que afetam a qualidade de vida a curto e em longo prazo. Além da consideração ética da supressão da dor, são comprovados os benefícios do uso dos analgésicos reduzindo o estresse emocional, não liberando substâncias deletérias para o organismo e facilitando a recuperação do paciente, reduzindo a mortalidade e a morbidade (ANDRADE, 2002).

A música é um dos tipos de terapia com foco em promover, através de estímulos sonoros, o bem-estar do indivíduo. É capaz de acalmar cães, o que é benéfico em muitas situações médicas, fornecendo estímulos calmantes quando na ausência do proprietário, diminuindo a ansiedade causada pela separação; diminui a frequência cardíaca e a frequência respiratória; eleva os níveis de endorfina, melhorando o humor do animal e auxilia na redução do estresse. A retirada do animal de seu local de conforto, o transporte até o hospital ou clínica veterinária, os odores presentes no local e a presença de animais desconhecidos são todos fatores influentes para elevar o estresse do animal.

Sobre o ponto de vista pós-cirúrgico, o retorno do animal às suas funções fisiológicas após o período anestésico é considerado um dos momentos mais estressantes de sua vida. Acredita-se que quando o animal está sob uma situação de estresse agudo, ocorrerá quadro de leucocitose fisiológica. E se o animal estiver sob estresse crônico, como solidão, espera-se encontrar no hemograma o leucograma de estresse (MEYER, 1995). Esta alteração hematológica dos leucócitos é caracterizada pela neutrofilia, linfopenia e eosinopenia. Estados depressivos que podem alterar comportamentos, mudar atitudes e predispor a infecções

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pós-operatórias. A ansiedade provocada pelo momento de solidão e retorno do plano anestésico pode provocar diarreia, apatia, automutilação e aumento da agressividade. Como processo de terapia de suporte, a musicoterapia apresenta propriedades importantes para a recuperação animal na internação do pós-operatório, auxiliando no combate ao estresse causador de infecções secundárias ou do desequilíbrio ao bem-estar do animal. Sendo musicoterapia uma ciência considerada nova, e ainda desconhecida nos meios acadêmicos, surge a carência de pesquisas que comprovem a funcionalidade e eficácia de sua ação, bem como comprovar a influência de seus componentes musicais no comportamento animal. A terapia musical, é um suporte de baixo custo para implementação e uma válida técnica complementar para garantir a homeostasia do animal no período pós-cirúrgico.

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Figura 2 - Machos utilizados para produção do projeto.

Pelo fato de os animais não poderem verbalizar o que estão sentindo, todo sistema de avaliação que depende de um observador humano é subjetivo em algum momento e pode resultar em erros ao se implementar a terapia analgésica (HELLYER et al., 2007b).

Contudo, o estudo contou com a responsabilidade de reconhecer, avaliar, prevenir e tratar a dor, atuando como defensores de seus pacientes, dando voz a eles e atendendo às suas necessidades. Diferentemente do paciente humano adulto, que pode verbalizar a dor, os pacientes veterinários comunicam a sua percepção de dor predominantemente por alterações fisiológicas e nos padrões de comportamento (HELLYER et al., 2007a; SHORT, 1998). Existe a exigência também que os observadores conheçam o estado mental normal do animal antes da cirurgia e anestesia (HANSEN, 2003; HELLYER, 2005).

De acordo com as informações discutidas em relatórios anteriores, a escala de dor da Universidade de Melbourne foi escolhida para basear os estudos com os animais com e sem a utilização da musicoterapia. Em uma explicação breve é uma escala baseada em respostas comportamentais e fisiológicas. Inclui múltiplas descrições organizadas em seis categorias de parâmetros ou comportamentos relacionados com a dor.

Esta escala foi desenhada especificamente para a avaliação pós-cirúrgica em cães, se adaptando ao presente estudo como uma boa forma de comprovação de

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dados. Também não considera reações secundárias à anestesia, como por exemplo, a sedação persistente, o que se faz de útil para a pesquisa atual mantendo o foco principal como a experiência de bem-estar causado ao paciente com a musicoterapia.

A escala de Melbourne, embora tenha demonstrado ser eficiente no presente estudo, apresentou-se levemente sensível quanto a musicoterapia. No entanto o estudo focaliza sua investigação somente em avaliações comportamentais utilizando a escala mencionada acima. O escore final é dado pela somatória da pontuação de cada categoria e pode variar entre 0 e 27; considerando-se que o animal está com dor quando o escore fica acima de 13 (FIRTH & HALDANE, 1999).

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Figura 5 - Tabela de avaliação da dor proposta pela Universidade de Melbourne.

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Para a realização dos testes, os animais foram divididos em dois grupos: 1) Controle, e 2) Musicoterapia, sempre mantidos em condições padronizadas de laboratório com água ad libitum e obedecendo aos critérios estabelecidos pelo Comitê de Ética no Uso Animal (CEUA). Todos os experimentos foram conduzidos entre 12:00 e 17:00 horas, com o objetivo de evitar as variações circadianas que poderiam interferir com os resultados experimentais.

A vantagem da utilização do método de avaliação da dor é a acurácia elevada em relação às escalas unilaterais, pois conta com fatores comportamentais o que limita a subjetividade da avaliação. Outro fator, é que se trata de uma escala desenvolvida somente para avaliação pós-operatória em um ambiente hospitalar, facilitando sua aplicação no estudo descrito acima. Portanto, 46,6% (28/60) dos pacientes sem musicoterapia, que voltavam do plano anestésico pós cirúrgico apresentaram informações condizentes com dor. Enquanto 53,4% (32/60) dos pacientes já não demonstraram características observáveis que indiquem, de acordo com a tabela Melbourne, a presença de dor. Após o período controle, observou-se os pacientes com a aplicação de musicoterapia, que 59,2% (16/27) respondem positivamente a musicoterapia como terapia auxiliar, no mesmo momento em que 40,8% (11/27) não sofrem a interferência musical, apresentando valor ≥14 pontos pela escala utilizada.

Sendo assim, é fundamental conhecer o comportamento de cada espécie animal, no entanto, existem variações individuais, que devem ser consideradas, baseando-se na fisiopatologia da dor. E de que a simples permanência de um paciente em um ambiente desconhecido pode promover alterações comportamentais que não seriam normalmente observadas se o animal estivesse no seu ambiente familiar (MICH & HELLYER, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário destacar que a dor, assim como para os seres humanos, é uma experiência única e pessoal para cada animal, principalmente calculando a raças e tamanhos diferentes. É uma sensação e, portanto, deve ser levada em consideração para cada animal individualmente. Existem desafios para a interpretação dos dados

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coletados, principalmente pela forma de obtenção dos mesmos, com auxílio de gravações, para relacionar a dor experimentada por um paciente, seguindo uma tabela de sensibilidade promovida durante a pesquisa, determinando se o mesmo apresenta dor e qual a intensidade da mesma, para que assim, fosse possível a análise do desconforto apresentado pelos animais neste período. Deve-se ressaltar também que o fato de um dos pacientes não demonstrar dor deve ser considerado subjetivo devido ao mesmo ter a capacidade de transmitir um semblante sem a presença de dor, sendo variável de animal para animal. Outro fator como a ansiedade provocada pelo momento de solidão e retorno anestésico pode provocar diarreia, apatia, automutilação e aumento da agressividade.

Por fim, a possibilidade de mensurar a dor em animais de estimação ainda é um desafio na medicina veterinária. São diversos parâmetros a serem investigados, tanto fisiológicos quanto comportamentais ao animal, sinalizando para uma ideia concreta sobre a melhor forma de avaliação da dor no setor. Porém verificou-se que a música participa de maneira importante para que o animal se sinta confortável no retorno do período anestésico, sem apresentar a mesma escala de dor quando comparados com os que não receberam tratamento musical.

REFERÊNCIAS

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YASBEK, K.V.B. Avaliação da dor e da qualidade de vida em cães com câncer. Revista Dor, São Paulo, v. 9, n.3, p. 1297-1304, 2008.

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