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CINÁBRIO HgS. 1. Características: Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem Trigonal. {10-10} perfeita trapezoédrico.

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Academic year: 2021

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CINÁBRIO – HgS

O cinábrio é um sulfeto relativamente comum e é o mais comum minério de mercúrio.

É trimorfo com metacinábrio e hipercinábrio. Uma variedade é o “cinábrio hepático”, uma mistura de cinábrio com matéria bituminosa e terrosa que ocorre nas minas de Idrija, na Eslovênia. Quando o cinábrio hepático apresenta-se em cristais lamelares curvos é denominado de “corallinerz”.

Quimicamente o cinábrio normalmente é muito puro, mas impurezas incorporadas durante o processo de preparação da amostra podem simular teores anômalos de outros elementos. Cristais de cinábrio contendo traços de cloro escurecem quando expostos à luz solar.

Mercúrio é tóxico, por isso a mineração de cinábrio deve ser conduzida com medidas de segurança dobrados. Apesar do cinábrio ser relativamente insolúvel e a toxicidade do material puro ser baixa, sempre lave as mãos após manuseá-lo. Não inale a poeira quando quebrar o mineral. Nunca lambe ou ingira. Não aqueça em ambientes mal ventilados, pois cinábrio libera vapores tóxicos de mercúrio. Amostras com cinábrio podem conter microgotículas de mercúrio nativo, que é facilmente absorvido pela pele, por isso use luvas descartáveis ao manuseá-las.

1. Características:

Sistema Cristalino Cor Hábitos Clivagem

Trigonal trapezoédrico.

Tons intensos de vários vermelhos diferentes,

vermelho-marrom, cinza-chumbo.

Granular, maciço, lamelar, prismático curto

a longo, incrustações, cristais tabulares ou romboédricos até 10 cm. {10-10} perfeita Tenacidade Quebradiço, algo séctil

Maclas Fratura Dureza Mohs Partição

Comuns, de contato simples, por (0001).

Subconchoidal a desigual.

2 – 2,5 não

Traço Brilho Diafaneidade Densidade (g/cm3)

Vermelho intenso a marrom-vermelho. Adamantino intenso, metálico e fosco. Transparente 8,0 – 8,2 2. Geologia e depósitos:

Cinábrio é um mineral hidrotermal de baixa temperatura (~100ºC), depositado por soluções aquosas epitermais ascendentes ou mesmo fontes quentes alcalinas. Geralmente as ocorrências de cinábrio se localizam em áreas orogênicas ativas ou recentes no tempo geológico.

As deposições podem se dar em rochas sedimentares, ígneas ou metamórficas. Nos limites de temperatura de formação do cinábrio as deposições de soluções ígneas e vulcânicas se superpõem e não há como traçar um limite preciso entre elas. Como estas deposições de cinábrio ocorrem longe dos magmas portadores de metais, frequentemente é impossível determinar a fonte do mercúrio.

3. Associações Minerais:

Associa-se a sílica (quartzo, opala, calcedônia), carbonatos (calcita, dolomita, siderita), barita, mercúrio nativo, ouro nativo, prata nativa, cassiterita, ouropigmento e muitos sulfetos como pirita, marcassita, arsenopirita, calcopirita, bornita, calcocita, covellita, enargita, galena, realgar, famatinita, esfalerita, estibnita, metacinábrio, berthierita e chalcostibita.

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4. MICROSCOPIA DE LUZ TRANSMITIDA: Índices de refração: nω: 2,905 nε: 3, 256

ND Cor / pleocroísmo:

Relevo: muito alto.

Clivagem: {10-10} perfeita

Hábitos: Granular, maciço, lamelar, prismático curto a longo, incrustações, cristais tabulares ou romboédricos.

NC Birrefringência e cores de interferência:

birrefringência de 0,351: cores de altas ordens, lembram aquelas dos carbonatos.

Extinção: provavelmente paralela. Sinal de Elongação: sem informações.

Maclas: comuns, de contato.

Zonação: sem informações.

LC Caráter: U(+) Ângulo 2V: não

Alterações: a metacinábrio e livingstonita.

Pode ser confundida com: outros minerais vermelhos e transparentes. Cuprita geralmente se associa a cobre nativo.

Realgar é mais amarelado que o cinábrio.

Piemontita possui paragêneses e hábitos diferentes.

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5. MICROSCOPIA DE LUZ REFLETIDA:

Preparação da amostra: devido à baixa dureza, é difícil obter um bom polimento no cinábrio e a seção sempre terá muitos sulcos de polimento. A dureza ao polimento é maior que as durezas de antimônio nativo, arsênio nativo e realgar. É aproximadamente a mesma dureza de estibnita, mas menor que a dureza da galena e muito menor que a dureza da cuprita.

A qualidade da seção polida depende muito dos minerais vizinhos. Quando o cinábrio contém uma “poeira” de grãos de pirita, a confecção de uma boa seção polida é muito difícil. Quando acompanhado de calcita ou estibnita é possível obter seções excelentes. O polimento nas seções (10-10) é melhor que aquela em (0001): as seções (0001) ainda continuam com aparência porosa quando as seções (10-10) já estão com excelente polimento.

ND Cor de reflexão: Branca até branco-azulada (pode ser levemente esverdeada), mas as tonalidades azuis só são percebidas na presença de minerais vizinhos brancos.

Comparada com a cor da galena, a cor do cinábrio é azulada e mais escura. Pleocroísmo: Distinto a fraco, visível no contato entre grãos adjacentes de orientação

diferente.

Em uma orientação há um leve tom de rosa, na orientação oposta há um leve tom para amarelo.

Refletividade: 27,61 – 28,41% Birreflectância: Não.

NC Isotropia / Anisotropia: Anisotropia muito forte, variando entre cores cinza-esverdeadas claras a cinza-azul e tons verdes.

A anisotropia é mascarada pelas reflexões internas extremamente intensas. Reflexões internas: Extremamente intensas em vários tons de vermelho. As reflexões internas estão especialmente bem desenvolvidas nas seções basais. Devido à elevada dupla refração as reflexões internas sempre estão duplicadas, mas este fato é fácil de passar despercebido por um observador pouco treinado. Pode ser confundido com: poucos outros minerais, porque a baixa dureza e as intensas reflexões em vermelho são muito típicas.

Proustita é esverdeada a NC.

Pirargirita é mais azul e possui maclas polisintéticas.

Cuprita é muito mais dura, mais azulada e sempre contém inclusões de cobre nativo.

Hematita pode ser muito parecida macroscopicamente, mas tem outra cor de reflexão, outro hábito e é muito mais dura.

Alguns sulfoarsenietos muito raros também podem ser confundidos com cinábrio.

Forma dos grãos: o cinábrio tende a formar cristais idiomórficos, normalmente muito pequenos (<0,5mm). Os cristais podem ser arredondados, de tamanhos muito diversos, pouco intercrescidos entre si. Ou então formam intercrescimentos complicados. Em calcários, como impregnação, frequentemente euédricos em romboedros. Podem formar agregados granulares, podem ser grosseiramente radiais ou em crostas rítmicas. Pode formar filmes superficiais e como preenchimento de fraturas de blocos fraturados da ganga.

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Sulcos de polimento são frequentes em função da baixa dureza e das dificuldades de polimento. Clivagem paralela a (10-10) raramente é visível.

Maclas são comuns macroscopicamente, mas microscopicamente não são reconhecíveis. Outras literaturas informam que maclas simples e polisintéticas podem estar presentes.

Zonação ainda não foi constatada devido à falta de uma substância para ataque químico. Inclusões extremamente finas (“poeira”) de pirita podem estar disseminadas por todo o mineral. Pseudomorfoses de cinábrio sobre o (instável) metacinábrio pode ocorrer, seguindo as maclas polisintéticas do metacinábrio. Também ocorrem pseudomorfoses sobre estibnita.

Substituições 1: o cinábrio pode substituir estibnita, pirita, calcopirita, tennantita-tetraedrita, quartzo e metacinábrio..

Substituições 2: o cinábrio pode ser substituído por calcopirita e marcassita.

Veio preenchido por cinábrio a ND (esquerda) e a NC (direita), em calcita. A calcita a ND apresenta pleocroísmo forte e a NC reflexões internas incolores a brancas. O cinábrio a ND possui uma cor muito clara (não chega ao branco da galena) e a NC as típicas e intensas reflexões internas vermelhas.

A cor vermelha do cinábrio é muito forte e se destaca na seção polida observada a olho desarmado.

Se houver cristais incolores como quartzo misturados com cristais de cinábrio, a cor vermelha de cristais situados abaixo dos cristais de quartzo incolores continua sendo muito visível, é algo muito conspícuo.

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Versão de março de 2021 Esquerda: aqui é possível perceber o fraco pleocroísmo do cinábrio a ND porque os cristais são grandes. Em uma posição há uma fraca tonalidade de rosa, na outra uma fraca tonalidade de amarelado. Direita: a NC a forte anisotropia em cores cinza-esverdeadas fica evidente, apesar das reflexões internas vermelhas. Agregado de cristais pequenos não permitem ver esta anisotropia.

Mesmo quantidades pequenas de cinábio, são muito evidentes a NC (direita) devido às intensas reflexões vermelhas. Veios finíssimos se tornam fáceis de detectar em função desta característica.

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