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PROPOSTA DE MODELOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS: ESPÍCULAS DE PORÍFEROS

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Academic year: 2021

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PROPOSTA DE MODELOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA DE

INVERTEBRADOS: ESPÍCULAS DE PORÍFEROS

Matheus Vieira da Silva1 Mariana Yolanda de Castro Rocha2 Jonson Rodrigues Farias Junior3, Maria

Auxiliadora Milaneze-Guitierre4

1Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá - UEM Bolsista PIBIC/CNPq. 2Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá - UEM.

3Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá - UEM. Bolsista PIBIS/AF. 4Orientadora, Doutora do Departamento de Biologia, UEM.

RESUMO

As espículas são estruturas anatômicas fundamentais de poríferos, esses que são organismos imprescindíveis nos ecossistemas aquáticos. A condição microscópica dessas estruturas aliada a falta de recursos das escolas para a realização de aulas práticas ou a dificuldade de obtenção de porífero em bom estado para observação dessas estruturas faz com que os estudantes tenham apenas uma vaga ideia das formas dessas estruturas. Diante dessas dificuldades, as pesquisas na área de ensino têm apontado o uso de modelos didáticos como um recurso pedagógico eficaz para transpor a falta de infraestrutura das escolas além de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem e estimular o engajamento criativo dos integrantes. O uso dos modelos possibilita aos alunos uma percepção tridimensional dessas estruturas, inclusive para alunos com deficiências visuais. Assim objetivou-se a construção de modelos espículas de poríferos, de baixo custo, para o ensino de Zoologia, pelos alunos do curso de Ciências Biológicas, durante o período de aula na disciplina de Zoologia de Invertebrados I, na Universidade Estadual de Maringá. Para tal, foi utilizada a manipulação da massa de biscuit para a construção dos modelos didáticos.

PALAVRAS-CHAVE: Material didático, aprendizagem, dispositivos pedagógicos, dinâmica.

1 INTRODUÇÃO

O ensino de zoologia é um dos conteúdos da biologia que mais necessita do incremento de modelos didáticos para dar apoio ao conteúdo teórico. A associação da teoria com a prática aumenta o interesse e incentiva a criatividade dos alunos (ORVATTI; BUENO, 2012). A zoologia é abordada na educação básica dentro das disciplinas de Ciências e no ensino médio na disciplina de Biologia. Segundo Amorim (2005), a zoologia é frequentemente vista como “ultrapassada” em sua abordagem mais morfológica. No entanto, muito dessa visão se deve ao modo como é abordada nas aulas, pois o ensino de Zoologia continua constituído apenas pela apresentação de grupos taxonômicos e pelos conjuntos de características dos indivíduos. Zoologia é o estudo científico da vida animal, que incorpora séculos de investigação humana sobre os animais. As mitologias de quase todas as culturas humanas documentam tentativas de descobrir o funcionamento de todas as formas de vida (HICKMANN; LARSON, A., 2012). Segundo Reigota (1999), a construção do conhecimento científico e a desconstrução das representações sociais (senso comum), que são importantes movimentos que se completam, buscam a reconstruções de representações com melhores qualidades, onde o cientifico se infunde construindo novas ideias e fundamentos advindos da desconstrução e da discussão relativas aos estereótipos do senso comum.

Diferentes métodos de ensino, como a utilização de observações, experimentação, jogos, diferentes fontes textuais para obter e comparar informações, despertam o interesse dos estudantes pelos conteúdos e conferem maiores sentidos possíveis ao se estudar apenas em um livro (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2009). Santos e Téran (2009) apontam diversos tipos de problemas no ensino de zoologia como o uso exclusivo do livro didático; a falta de recursos didáticos alternativos; a exposição oral como único recurso metodológico; o tempo reduzido para o planejamento e execução de atividades acadêmicas em sala de aula. Predom e Del Pino (2009)

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ressaltam que muitos professores ainda preferem seguir com os métodos tradicionais de ensino por que não tiveram contato com vivências práticas de materiais didáticos durante sua formação, surgindo, portanto, uma resistência ao novo. Uma relação entre o aluno e ciência ainda é posta no ambiente escolar, através da mediação exercida pelo professor que deve ser mostrada como uma atividade humana em um real, historicamente concreta e determinante para a contribuição, tanto de conceitos quanto de procedimentos para que aja questionamento a interpretação de fenômenos naturais e a compreensão de ação antrópica sobre a natureza, (BRASIL,1998).

Fischer (2007) aposta na ampliação dos repertórios se tende a “ampliar as possibilidades de estabelecer relações”, abrindo a possibilidade para um criar de saberes ‘para pensar de outro modo o presente que vivemos (2007, p. 298). A educação brasileira, apesar das diversas tentativas em busca da implementação de materiais para apoio didático, ainda necessita de muita dedicação e esforço de todos os membros que estão envolvidos na escola e universidades para que os recursos utilizados sejam adaptados as condições e realidade dos alunos, pois o alto custo dos modelos sintéticos, ou a grande dificuldade na aquisição de modelos reais, podem dificultar a chegada desse material de apoio nas instituições (SANTOS; GUIMARÃES, 2010).

As confecções de materiais tridimensionais alternativos inserem uma nova projeção de ensino nos tempos atuais. Desmistificando o modelo tradicional de ensino, infundindo na escola uma ferramenta facilitadora do aprendizado, ampliando os conteúdos teóricos e as figuras planas e sem cor de livros, transformando-as em um material de grande interação tátil, permitindo uma visão tridimensional da estrutura e proporcionando ao aluno uma maior compreensão do assunto abordado. O objetivo do presente trabalho foi elaborar material didático para o ensino da Zoologia, por meio da confecção de modelos tridimensionais de espículas de poríferos, em biscuit, com baixo custo, durabilidade, praticidade no manuseio e explicação.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

O material produzido foi desenvolvido por alunos do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá, durante o mês de junho de 2016, como forma de avaliação da disciplina de Zoologia de Invertebrados I. Foram confeccionados: 30 modelos tridimensionais de espiculas de poríferos, 1 representação pequena de esponja com espiculas aderidas, 6 modelos de esponjas e 1 caixa para guardar o material didático. Os modelos foram confeccionados utilizando materiais de baixo custo, como arames, pontas de canetas e pincéis para dar formato a massa de

biscuit. A massa de biscuit foi comprada pronta, sendo necessário apenas tingir, com tinta acrílica.

Foi utilizado 1/2 kg de massa de biscuit e tinta acrílica na cor amarelo, verde, azul, roxo e rosa. Para confeccionar a caixa, onde são armazenadas as espiculas foi utilizado uma caixa feita de madeira, incrementando-a com dobradiças e uma fechadura lateral. A caixa recebeu uma pintura de tinta acrílica na cor laranja também fazendo referência a cor dos poríferos.

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de muitas cores para confeccionar as espículas é devido ao fato das esponjas, em meio natural, apresentar uma pluralidade de cores por suas associações com algas, criando assim uma maior alusão ao conteúdo teórico-prático.

Foram modeladas 6 esponjas com aproximadamente 4,5cm (Prancha 2), com massa de biscuit, nas cores roxo e amarelo, para serem fixadas na tampa da caixa. Utilizamos arames e agulhas para perfurar a massa e assim representar os poros, ósculos e átrios das mini esponjas. Foi confeccionado uma representação maior de esponja (Fig. C-D), de aproximadamente 17cm, onde foram aderidas representações de espículas bem pequenas, em vários formatos, no seu interior, essa esponja ficará dentro da caixa para ser exposta aos alunos no momento da explicação teórica.

Para a confecção da caixa foi utilizado uma caixa de madeira compensada com 10cm de altura e 26cm de comprimento. Foi utilizado ainda cola-quente, 1 folha de papelão, 1 lixa de obra, tinta acrílica na cor laranja, tesoura e pincéis. A caixa foi lixada até que toda sua superfície interna e externa estivesse lisa. Após ser lixada passou por uma pintura com tinta acrílica. As folhas de papelão foram cortadas para fazer as subdivisões internas na caixa e coladas nas laterais da caixa com a cola-quente.

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Figura 2: Figuras A-B Enfeites externos da caixa representando esponjas. Figuras C-D- esponja modelo,

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Figura 3: Área interna da caixa e as subdivisões

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de modelos didáticos é uma ferramenta essencial no processo ensino-aprendizagem, complementando o ensino teórico e estimulando a aprendizagem dos alunos. Os professores, portanto, devem buscar junto aos alunos construir e utilizar métodos alternativos de ensino tal como os jogos e modelos didáticos para melhorar o aprendizado, visto que, a associação da teoria com a prática aumenta o interesse e incentiva a criatividade dos alunos, uma forma eficaz, acessível e barata.

Nos processos é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento (ninguém ensina o que não sabe), dos saberes pedagógicos (pois o ensinar é uma prática educativa que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano), dos saberes didáticos (que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações

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REFERÊNCIAS

AMORIM, D. S. Paradigmas, espécies ancestrais e o ensino de Zoologia e Botânica. Metodologia de ensino de disciplinas da área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias do ensino médio: Física, Química e Biologia. Teia do Saber, 2005.

BARNES, R. S. K.; P. CALOW; P. J. W. OLIVE & D. W. Golding. . Os invertebrados. Uma síntese.

Atheneu, São Paulo. P. 495, 2008

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências

Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRUSCA, R.C.; G.J. BRUSCA. Invertebrados. Segunda edição. Editora Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro. 968 , 2011.

FISCHER, R. M. B. Mídia, máquinas de imagens e práticas pedagógicas. Revista Brasileira de

Educação, v. 12, n. 35 maio/ago, 2007.

FRANSOZO, A. & M.L. NEGREIROS-FRANSOZO (eds.) Zoologia dos Invertebrados. 1. edição,

Roca. Rio de Janeiro , ISBN: 978-85-277-2806-5, 2016.

HICKMAN, C.P.; ROBERTS, L.S. & LARSON, A. Princípios Integrados de Zoologia. Editora

Guanabara Koogan S.A., 11ªed, Rio de Janeiro. p. 846, 2012.

ORVATTI, L. & BUENO, L. R. Investigações da realidade de um laboratório de ciências em uma escola da rede estadual de ensino no município de Maringá-PR. Revista Cesumar Ciências

Humanas e Sociais Aplicadas, v.17, n.2, p. 477-491, 2012.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ciências Naturais. Secretaria de Educação

Fundamental. Œ Brasília: MEC/SEF, 2009. 138p. Disponível em: <

http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=408&Itemid=394>. Acesso em: 21/04/17.

PREDON, F; DEL PINO, J. C. Uma Análise Evolutiva de Modelos Didáticos Associados às Concepções Didáticas de Futuros Professores de Química Envolvidos em um Processo de Intervenção Formativa. Investigações em Ensino de Ciências, v. 14, n.2, p. 237-254, 2009. REIGOTA, M. Ecologia, elites e intelligentsia na América Latina: um estudo de suas representações sociais. São Paulo: Annablume, p. 137, 1999.

SANTOS, A. B. & GUIMARÃES C. R. P. A utilização de jogos como recurso didático no ensino de zoologia. Revista Electrónica de Investigación em Educacíon em Ciencias. REIEC v.5 n.2, p.52-57, 2010.

SANTOS, S. C. S.; TERÁN, A. F. Possibilidades do uso de analogias e metáforas no processo de ensino-aprendizagem do ensino de Zoologia no 7º ano do ensino fundamental. In: VIII Congresso

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