Uso de antibióticos no
tratamento das feridas
Ferida infectada
• Ruptura da integridade da pele, quebra da barreira de proteção
• Início do processo inflamatório:
– Dor
– Hiperemia – Edema
– Aumento da temperatura
Potencial para infecção depende:
• Hidratação • Nutrição
• Condições médicas preexistentes
QUEM IRA DESENVOLVER INFECÇÃO???
Termos utilizados
• Ferida contaminada : presença de bactéria dentro da ferida sem reação do hospedeiro.
• Ferida colonizada: presença de bactéria dentro da ferida onde há multiplicação da bactéria sem resposta inflamatória significativa
– Colonização crítica:
• Quando há presença de bactérias replicantes no tecido, em
maior número “bioburden” e patogenicidade para inibir o
processo de cicatrização (competem por nutrientes e O2 aumento níveis inflamatórios).
Termos utilizados
• Ferida infectada: ferida com bactérias com multiplicação e reação inflamatório do
Bactérias que estão relacionadas à
infecção/colonização de feridas
Cocos Gram positivos
• Streptococcus: – Streptococcus pyogenes • Enterococcus – Enterococcus faecalis • Staphylococcus – Staphylococcus aureus – Staphylococcus coagulase negativo
Bacilos Gram positivos
• Pseudomonas aerugionosas • Enterobactérias – Escherichia coli – Klebisiella sp – Proteus sp – Enterobacter
Bactérias que estão relacionadas à
infecção de feridas
Anaeróbios • Bacterioides • Clostridium Fungos • Cândida sp • AspergillusVias de contaminação/infecção
• Contato direto
• Dispersão pelo ar • Auto contaminação
Contaminação de feridas e
desenvolvimento de infecção
• Colonização da ferida não significa infecção. • Microorganismo colonizante pode proteger a
ferida de novas contaminações. • Infecção vai ocorrer quando:
– Aumento da virulência do microorganismo – Status imunológico
Patogênese do processo infeccioso
Colonização Adesão Multiplicação
Disseminação Invasão Infecção AUSENCIA DE SINTOMAS PRESENÇA DE SINTOMAS
Como reconhecer uma ferida infectada?
• Critérios Tradicionais
– Eritema /Dor/Calor/Edema – Abscesso
– Celulite
Como reconhecer uma ferida infectada?
• Critérios Adicionais – Abscesso
– Exsudato purulento
– Demora no processo de cura
– Descoloração dos tecidos nos bordos e dentro da ferida – Pobreza do tecido de granulação ou tecido friável
– Dor intensa ou sensibilidade intensa. – Aparecimento de bolhas na lesão
Sinais e sintomas
• Febre • Taquicardia • Hipotensão • Leucocitose Coleta de HemoculturaConfirmação do diagnóstico
• Cultura de swab da ferida????? – Qual a validade???
• Nem útil, nem custo efetivo.
• Biópsia da ferida: cultura quantitativa – Difícil de ser executado
– Ferida pode curar mesmo com alta contagem de microorganismos.
Confirmação de diagnóstico
• Se cultura de área fechada: abscesso
– Tratar conforme agente isolado e antibiograma
• Se cultura quantitativa de tecido de ferida aberta
– Pode ser levado em consideração na hora do tratamento
• Swab
Quando então vou usar antibiótico?
Uso de antibiótico Evidencia local de infecção Evidencia sistêmica de infecção Evidencia laboratorial microbiológica de infecção Evidencia laboratorial : PCR, Leucocitose , etcANTIBIOTICOTERAPIA DAS
Características das lesões e agentes etiológicos
• Com sinais de infecção, com e sem uso prévio de antibiótico:
– S. aureus. Streptococcus B hemolítico, enterobactérias • Com sinais de maceração
– S. aureus. Streptococcus B hemolítico, enterobactérias e
Pseudomonas aeruginosas
• Com infecção sem melhora com antibioticoterapia de amplo espectro
– S. aureus, Staphylococcus coagulase negativo, enterobactérias ,
Enterococcus spp, Pseudomonas aeruginosas e fungos
• Necrose extensa, exsudato fétido:
– S. aureus, Staphylococcus coagulase negativo, enterobactérias ,
Enterococcus spp, Pseudomonas aeruginosas e anaeróbios
Úlceras venosas crônicas
• A flora é polimicrobiana ( aeróbica e anaeróbica).
• A cicatrização se dá de forma mais lenta quando infectadas .
• 100.000 bactérias/ g de tecido – dificulta a cicatrização.
Úlcera venosa crônica
• Erisipela • Celulite
• Infecção Necrotizante
– Cefalosporina de primeira geração – Amoxacilina+ Clavulanato
– Ciprofloxacina + clindamicina
– Piperacilina + Tazobactam e ou vancomicina – Carbapenêmicos e ou Vancomicina
Ulcera em pé diabético
Classificação das infecções adapatadas do IDSA Guidelines
Manifestação Gravidade /Infecção PEDIS Ferida sem inflamação ou
secreção Não infectada 1
Dois ou mais sinais de
inflamação, celulites ao redor com < 2cm, infecção limitada a pele e subctâneo
Leve 2
Celulite > 2cm, linfangite, comprometimento da fascia, tendões, articulações , ossos, abscessos profundos
Moderada 3
Infecção extensa em pacientes com instabilidade
hemodinâmica, toxêmico, distúrbios metabólicos
Grave 4
Antibiótico no pé diabético infectado
Leve
Cefalosporina de 1ª geração Amoxacilina clavulanato Fluoroquinolonas + clindamicinaModerada
Moxifloxacina Fluoroquinolonas ou cefalosporina de 3ª geração + clindamicina Ertapenem + clindamicina / piperacilina tazobactam + clindamicina/ glicopepetideoGrave
Ertapenem + glicopepetideo /piperacilina +tazobactam + glicopeptideo Glicopeptideo + carabapenêmico C C C RSS RSS RSSDiretrizes Brasileiras para tratamento em Ulceras Neuropaticas dos Membros Inferiores - 2010
Tempo de tratamento
• Partes moles – 2 a 3 semanas • Osteomielite agudas – 6 a 8 semanas • Osteomielite crônicas – 6 mesesÚlcera de pressão
• Agente etiológico: – Estudo 1: • Staphylococcus aureus • Enterobacter • Enterococcus faecalis – Estudo 2: • Staphylococcus aureus• Staphylococcus coagulase negativos • Proteus
• Streptococcus • Anaeróbios
Bacteriological investigation of infected pressure ulcers in spinal cord-injured patients and impact on antibiotic therapy. Spinal Cord.
2004;42(4):230.
Bacteremia in the chronic spinal cord injury population: risk factors for mortality. J Spinal Cord Med. 2003;26(3):248.
Úlcera de pressão
• A cultura de sangue ou de uma cultura de
uma amostra de biópsia de tecido profundo é mais clinicamente significativo.
Características clínicas
• Calor, eritema, dor local, secreção purulenta, e a presença de um odor estranho
• Cicatrização de feridas retardada sendo o único sinal de infecção.
• Sinais sistêmicos, como febre e leucocitose, são muitas vezes ausente.
– Celulite – Miosite
Antibiótico na Úlcera de pressão
• Sempre que possível baseado em dados microbiológicos.
• Empiricamente:
– Comunitária
• Ciprofloxacina e clindamicina
– Relacionada aos serviços de Saúde:
Feridas secundárias a infecções
• Erisipela
• Celulite
• Foliculite
• Fasciite necrozante
Sumário
• Os antibióticos só devem ser utilizados quando há presença de infecção.
• Se possível a antibioticoterapia deve ser guiada por dados microbiológicos
• Os dados microbiológicos devem ser obtidos através de punção e biópsia de tecido.
• A cultura de swab deve ser desencorajada.
• O uso inadequado do antibiótico contribui apenas para aumentar a resistência antimicrobiana
Para refletir
“ O processo de cura é um movimento constante da vida e do universo. Estar consciente dentro desse processo nos faz multiplicar a alegria de viver e entender o seu sentido, resgatando a saúde perfeita e a longevidade que fazem parte de nós, mas das quais muitas vezes nos esquecemos.”