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Lívia Bertolin Bortolus

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE MEDICINA. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

Lívia Bertolin Bortolus

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE ADEQUADO DA PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

SÃO GERALDO, DO MUNÍPIO DE SÃO JOÃO DEL REI, MINAS GERAIS

Belo Horizonte 2020

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Lívia Bertolin Bortolus

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE ADEQUADO DA PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

SÃO GERALDO, DO MUNÍPIO DE SÃO JOÃO DEL REI, MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização Gestão do Cuidado em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora Profª Drª Adelaide de Mattia

Belo Horizonte 2020

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Lívia Bertolin Bortolus

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE ADEQUADO DA PRESSÃO ARTERIAL EM PACIENTES HIPERTENSOS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

SÃO GERALDO, DO MUNÍPIO DE SÃO JOÃO DEL REI, MINAS GERAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização Gestão do Cuidado em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora Profª Drª Adelaide de Mattia

Banca examinadora

Professora Adelaide de Mattia. Doutora. Professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais.

Professora Maria Marta Amancio Amorim. Doutora em Enfermagem. Centro Universitário Unifacvest.

Aprovado em Belo Horizonte, em – de --- de 2020 .

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Dedico esse trabalho

aos meus pais, Carmen e Carlos, que sempre me incentivaram muito.

Ao meu irmão Lucas e ao Diogo por todo apoio.

E aos demais familiares e amigos sempre presentes em minhas conquistas.

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Agradeço

à Professora Doutora Adelaide de Mattia, minha orientadora, pela paciência e dedicação.

E à equipe de saúde da Unidade Básica São Geraldo por contribuírem de forma fundamental com a realização deste trabalho.

(6)

“Agradeço a todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.” Chico Xavier

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RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica consiste em um problema grave de saúde no Brasil e no mundo devido a sua alta prevalência. O objetivo desse estudo é obter controle adequdo da pressão arterial em pacientes hipertensos da Unidade Básica de Saúde São Geraldo, do município de São João del Rei, Minas Gerais.. Foi realizada uma revisão da literatura sobre tratamento farmacológico e não farmacológico, assim como da atuação da equipe de saúde da Estratégia Saúde da Família. Os descritores de saúde utilizados foram: Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde. Hipertensão. Foram, então, utilizados como critérios de inclusão: os textos disponíveis online na íntegra, em português, com recorte temporal de 2015 a 2020, no formato de artigos e base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde. O mal controle da pressão arterial em pacientes hipertensos foi definido como o problema prioritário dentre problemas identificados pela equipe de saúde por meio de um diagnóstico situacional. Os nós críticos evidenciados foram a falta de informação e uso irregular das medicações por parte da população, hábitos de vida inadequados e trabalho em equipe. A atuação da equipe de saúde da Atenção Primária à Saúde no acompanhamento dos hipertensos e na educação em saúde da população são estratégias fundamentais no melhor controle da pressão arterial da população com hipertensão, sendo o tratamento não-farmacológico, com mudança de estilo de vida, tão importante quanto o tratamento farmacológico adequado. Portanto, foi elaborada uma proposta de intervenção visando alcançar o objetivo de controle da pressão por meio de, principalmente, acompanhamento regular, educação em saúde, visitas domiciliares e grupos operativos.

Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde. Hipertensão.

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ABSTRACT

The systemic arterial hypertension is a severe health problem in Brazil and worldwide due to its high prevalence. This study aims to obtain a better blood pressure contol in patients with hypertension at São Geraldo health unit in São João del Rei-Minas Gerais, by conducting a literature review on pharmacological and non-pharmacological treatment, as well as the performance of the health professionals of the Family Health Strategy. The keywords used were: Family Health Strategy. Primary Health Care. Hypertension. A survey was conducted with a time frame from 2015 to 2020, in article structure and Latin American and Caribbean Health Sciences Literature database. Poor blood pressure control in hypertensive patients was the most important among problems identified by the health professionals through a situational diagnosis. The critical nodes evidenced were the lack of information and irregular uso of the medications by the population, inappropriate lifestyle and team work. The acting of the health professionals of the Primary Health Care in the monitoring of hypertensive patients and in the health education of the population are fundamental strategies in the control of the blood pressure of the ones with hypertension, being non-pharmacological treatment, such as lifestyle changes, or the appropriated pharmacological treatment. Therefore, a plan of action was elaborated to achieve the goal of blood pressure control, through, mainly, regular monitoring, health education, home visits and operative groups.

Keywords: Family health strategy. Primary health care. Hypertension. .

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABS Atenção Básica à Saúde

APS ACS

Atenção Primária à Saúde Agente Comunitária de Saúde HAS

PA

Hipertensão Arterial Sistêmica Pressão Arterial

ESF Estratégia Saúde da Família eSF Equipe de Saúde da Família

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MS Ministério da Saúde

PSF Programa Saúde da Família UBS Unidade Básica de Saúde

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1:Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde da Unidade Básica de Saúde São Geraldo, São João del Rei, Minas Gerais

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Tabela 2: Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Uso incorreto das medicações e falta de informações”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família São Geraldo, do município São João del Rei, do estado Minas Gerais.

37

Tabela 3 Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Hábitos de vida inadequados”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família São Geraldo, do município São João del Rei, do estado de Minas Gerais.

Tabela 4: Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Trabalho em equipe”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família São Geraldo, do município São João del Rei, estado de Minas Gerais.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

1.1 Aspectos gerais do município 12

1.2 Aspectos da comunidade São Geraldo 12

1.3 O sistema municipal de saúde 13

1.4 A Unidade Básica de Saúde São Geraldo 14

1.5 A Equipe de Saúde da Família São Geraldo, da Unidade Básica de Saúde São Geraldo

14

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe São Geraldo 14

1.7 O dia a dia da equipe São Geraldo 14

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da

comunidade (primeiro passo) 15

1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de

intervenção (segundo passo) 15

2 JUSTIFICATIVA 17 3 OBJETIVOS 18 3.1 Objetivo geral 18 3.2 Objetivos específicos 18 4 METODOLOGIA 19 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Atenção Primária à Saúde 5.2 Estratégia de Saúde da Família

20 20 21 5.3 Hipertensão Arterial Sistêmica

5.4 Programa HIPERDIA

5.5 Tratamento não-farmacológico e farmacológico 5.6 Educação em Saúde 23 26 27 31 6 PLANO DE INTERVENÇÃO

6.1. Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 6.2 Explicação do problema (quarto passo)

6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo)

6.4 Desenho das operações sobre nó crítico – operações, projeto, resultados e produtos esperados, recursos necessários e críticos (sexto passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo)

36 36 36 37

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos gerais do município

São João Del Rei é uma cidade de 89.653 habitantes, estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2018, localizada na região Campo das Vertentes, sudeste do estado de Minas Gerais e distante 183 km da capital Belo Horizonte (IBGE).

Em 1713, surgiu a Vila de São João del Rei e o ouro, a pecuária e a agricultura permitiram o seu desenvolvimento tendo em 1838 passado a ser considerada cidade. (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, 2017)

Tanto a presença de diversas indústrias quanto o comércio, grande fonte de emprego e renda para o município, fazem dela uma cidade polo na região. O município sempre teve uma grande tradição cultural: tem um grande patrimônio histórico, em sua maioria igrejas, museus e bibliotecas, além do teatro municipal, sendo o turismo uma atividade importante. (O autor, 2020)

A maior parte da população se declara como da religião católica apostólica romana, evidenciado no senso de 2010 do IBGE, seguida da evangélica e espirita. Em relação à educação, a taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos é de 99,1%, há 45 escolas de ensino fundamental e 15 escolas de ensino médio. (IBGE, 2010).

1.2 O sistema municipal de saúde

Em relação à saúde, o município é Gestão Plena no Sistema Municipal de Saúde, contando com diversas unidades básicas de saúde (UBS) em regime de Estratégia de Saúde da Família - ESF, Unidade de Pronto Atendimento - UPA, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU e dois hospitais. Conta também com Centro Viva Vida, Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA, Núcleo Materno e Infantil e Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. É referência para consultas e exames de média complexidade, atendimento de urgência e emergência, e cuidado hospitalar para cidades da região.

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REDE DE SERVIÇOS

 ATENÇÃO PRIMÁRIA: - 18 equipes de ESF  ATENÇÃO ESPECIALIZADA;

 ATENÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UPA

 ATENÇÃO HOSPITALAR: Santa Casa de Misericórdia e Hospital das Mercês  APOIO DIAGNÓSTICO: laboratórios particulares e com convênio com a

prefeitura

 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: medicamentos dispensados via Sistema Integrado de Gerenciamento da Assistência Farmacêutica - SIGAF. Gestão totalmente centrada no município

 RELAÇÃO DOS PONTOS DE ATENÇÃO: coordenada pela atenção primária  RELAÇÃO COM OUTROS MUNICÍPIOS: é ponto de referência de urgência e

emergência e CAPS para cidades da região e utiliza de municípios como Barbacena e Belo Horizonte para alguns ambulatórios especializados e diversas cirurgias

 CONSÓRCIO DE SAÚDE: Associação de municípios – AMVER;

Consórcio Intermunicipal em Saúde objetivado no gerenciamento do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU da Rede de Urgência e

Emergência de Minas Gerais (RUE-MG) – Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência Centro Sul (CIS RU Centro Sul) – SAMU.

MODELO DE ATENÇÃO: Rede de Atenção à Saúde

1.3 Aspectos da comunidade São Geraldo

São Geraldo é uma comunidade de cerca de 5000 habitantes, localizada na periferia de São João Del Rei, que surgiu há 102 anos com as primeiras residências em torno da paróquia São Geraldo. O catolicismo, as festas tradicionais do bairro e principalmente as festas religiosas são muito valorizadas e celebradas pela comunidade.

Um dos maiores problemas enfrentados pela comunidade é o crescimento do tráfico de drogas e prostituição. Há casos de tiroteios e frequentemente de roubos de automóveis.

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1.4 A Unidade Básica de Saúde São Geraldo

A Unidade de Saúde da Equipe de São Geraldo está situada na rua principal do bairro e fica em frente a Paróquia São Geraldo. É uma unidade estruturada, o ambiente físico foi construído com a finalidade de ser uma Unidade de Saúde. Ele é dividido com a equipe de saúde do Bela Vista, que é um bairro vizinho.

A população tem apresso e valoriza a unidade, pois vê o esforço feito pelos profissionais para promoverem o melhor atendimento possível dentro das possibilidades.

1.5 A Equipe de Saúde da Família São Geraldo, da Unidade Básica de Saúde São Geraldo

A equipe de Saúde da UBS São Geraldo é formada por uma enfermeira, uma médica, duas técnicas de enfermagem, sete agentes comunitárias de saúde (ACS), um dentista e um técnico de saúde bucal.

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe São Geraldo

A Unidade de Saúde funciona das 7:00 às 17:00 horas, de segunda à sexta-feira, com o apoio dos ACS, que se revezam durante a semana para atuarem em atividades relacionadas ao acolhimento e ao atendimento na recepção. Eventualmente há funcionamento da UBS aos sábados para campanhas de vacinação.

1.7 O dia a dia da equipe São Geraldo

O cotidiano da equipe São Geraldo é dividido entre atividades de atendimento da demanda espontânea e das consultas de acompanhamento e doenças crônicas assim como de saúde bucal, pré-natal, puericultura, controle de câncer de mama e ginecológico e visitas domiciliares, além de grupos operativos para hipertensos, diabéticos e tabagistas.

A equipe procura se reunir semanalmente para discutir casos e situações necessárias referentes à comunidade e gerar resoluções possíveis com a contribuição e opinião de todos os profissionais.

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Às vezes ocorrem desgastes entre os membros devido à grande demanda da população local, o que gera falta de tempo e dificuldades para resolver os problemas que surgem.

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo)

Em relação à comunidade São Geraldo, os maiores problemas estão relacionados ao tráfico de drogas e à violência. Há casos de tiroteios e frequentemente de roubo de automóveis. Também houve um aumento recente dos casos de prostituição. Além disso, há também uma prevalência alta de dependentes químicos.

Foi detectada pela equipe de saúde a alta prevalência de hipertensos com a pressão arterial (PA) descontrolada, tanto pela aferição da PA em consultas, grupos operativos e triagens, quanto pela averiguação de aferições anteriores nos prontuários.

A UBS possui um espaço físico bem estruturado, mas, assim como nas outras unidades do município, há falta de recursos básicos como receituários, materiais para curativo, medicamentos, etc.

Um grande problema vivido pelo município diz respeito ao fato de não haver um sistema de integração dos prontuários e assim comunicação entre os níveis de atenção. Dessa forma, é difícil realizar o acompanhamento de pacientes que foram encaminhados para outros níveis.

Quanto à educação, ainda há um nível elevado de analfabetos, porém esse número tem diminuído nos últimos anos.

1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo passo)

Segue abaixo a tabela de classificação dos problemas idenficicados no diagnóstico da comunidade adiscrita à equipe de Saúde da Unidade Básica de Saúde São Geraldo.

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Tabela 1: Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde da Unidade Básica de Saúde São Geraldo, São João del Rei, Minas Gerais

Problemas Importância* Urgência** Capacidade de

enfrentamento*** Seleção/ Priorização**** Alta prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS descontrolada Alta 28 Parcial 1 Violência e tráfico de drogas Alta 28 Fora 2 Dependência química Média 18 Parcial 3 Falta de recursos Média 16 Fora 4

Analfabetismo Baixa 5 Parcial 5

Fonte: o autor ( 2020) *Alta, média ou baixa

** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30 ***Total, parcial ou fora

****Ordenar considerando os cinco itens

A equipe de saúde São Geraldo definiu a PA descontrolada em pacientes portadores de HAS e a violência e tráfico de drogas como problemas de alta importância e de maior urgência, devido à alta prevalência de ambos e suas consequências para a comunidade. Como o descontrole da PA é de parcial capacidade de enfrentamento, enquanto a violência foi classificada como fora, o primeiro ficou como prioridade maior.

A falta de recursos e a dependência química foram enquadrados como de importância média e por isso definidas com menos pontos de urgência e abaixo na ordem de priorizações. Já taxa de analfabetismo, devido a sua progressiva redução ao longo dos anos, foi enquadrada como o problema de menor urgência e menor importância. Segundo o IBGE, a taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade é de 99,1% (IBGE, 2010). O salário médio mensal dos trabalhadores formais é de 2,4 salários-mínimos e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de 22.530,57 reais (IBGE, 2017).

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2 JUSTIFICATIVA

A seleção do tema HAS descontrolada ocorreu devido a alta prevalência desse problema na comunidade São Geraldo. Da população cadastrada na ESF São Geraldo, de acordo com dados do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e outros da própria equipe, 18,78% da população é portadora de HAS, e a maioria encontra-se fora das metas de PA, que consiste em atingir valores menores que 140x90mmHg para pacientes de baixo e moderado risco cardiovascular, e menores que 130x80mmHg para pacientes de elevado risco cardiovascular, segundo a sétima Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (MALACHIAS et al., 2016).

Foram avaliados pela equipe de saúde, em 100 prontuários de pacientes hipertensos da área de abrangência, valores de PA aferidas de 2015 a 2019. Da totalização das aferições realizadas nesse período, 65% estavam acima das metas descritas acima. Essas aferições registradas nos prontuários foram realizadas em consultas, triagens, visitas domiciliares e grupos operacionais.

Dessa forma, como na maioria dos casos os alvos de PA para hipertensos não foram alcançados, é importante que haja elaboração de planos de intervenção que atuem nesse problema prevalente na população assistida pela UBS São Geraldo. Os principais nós críticos a serem abordados são a falta de informação da população sobre a doença e seu tratamento farmacológico e não-farmacológico e trabalho em equipe.

Assim, o objetivo é apresentar um projeto de intervenção com a finalidade de obter uma melhoria do controle da PA em pacientes portadores de HAS na comunidade atendida pela ESF São Geraldo, em São João Del Rei, Minas Gerais.

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3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral

Melhorar o controle da pressão arterial em pacientes portadores de HAS na comunidade atendida pela ESF São Geraldo, em São João Del Rei, Minas Gerais.

3.2 Objetivos específicos

Identificar, dentre os usuários com HAS, os com PA fora da meta por meio da revisão dos prontuários de todos os hipertensos.

Propor agenda de consultas mensais para esses pacientes selecionados. (Ministério da Saúde, 2013)

Realizar exames laboratoriais anuais para esses pacientes, assim como para os demais portadores de HAS.

Melhorar o nível de informação dos pacientes hipertensos sobre a doença.

Realizar agenda para busca ativa dos faltosos em consultas, exames ou grupos operativos.

Realizar encaminhamentos a outros profissionais em caso de necessidade do usuário (por exemplo médicos especialistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, dentistas, entre outros)

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4 METODOLOGIA

Inicialmente foi feito um diagnóstico situacional pela estimativa rápida dos problemas identificados e definição do problema prioritário, nós críticos e ações. A equipe de Saúde da UBS São Geraldo definiu os principais problemas enfrentados pela população adscrita e elegeu aquele mais prevalente paara que fosse elaborado um plano de intervenção. (CAMPOS, FARIA, SANTOS, 2017)

Com o objetivo de realizar uma revisão da literatura sobre controle farmacológico e não farmacológico da PA em pacientes hipertensos, foi, posteriormente, realizada busca na biblioteca virtual de saúde (BVS) com os descritores em saúde: Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde. Hipertensão., utilizando o operador booleano AND. Foram encontrados 679 artigos em 17 de fevereiro de 2020, foi realizada a busca bibliográfica dos artigos, como critério de inclusão, foi utilizado: os textos disponíveis online na integra, em português, com recorte temporal de 2015 a 2020, no formato de artigos e base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde - LILACS. Foram evidenciadas 39 publicações, sendo excluído uma produção que apresentava duplicidade e selecionadas para avaliação 38 artigos. Avançou com à leitura dos resumos dos artigos a fim de responder ao nosso objetivo. Em seguida, foram excluídas 11 produções que não tinham relevância ao tema, sendo então selecionados 27 artigos para análise.

Os artigos foram avaliados e sintetizados, o que possibilitou o surgimento de seis categorias: Atenção Primária à Saúde, Estratégia Saúde da Família, Hipertensão Arterial Sistêmica, Programa Hipertensão Arterial e Diabetes - Hiperdia, Tratamento não-farmacológico e farmacológico, Educação em saúde.

Considerando a literatura atualizada sobre o tema em estudo foi elaborado um plano de intervenção de acompanhamento dos pacientes hipertensos pela equipe de saúde por meio de consultas médicas agendadas, exames laboratoriais periódicos, controles de ausências com busca ativa, visitas domiciliares e organização de grupos operativos no sentido de incrementar junto aos usuários hipertensos conhecimentos sobre a afeção e formas de controle.

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5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Atenção Primária à Saúde

A atenção primária a saúde (APS) é a porta de entrada do usuário no SUS e o serviço deve ser de maneira decisiva, abrangente, adequada e com eficiência, sendo que os encaminhamentos a referência sejam apenas em casos excepcionais e anormais que excedam a sua capacidade. A promoção da APS quando é de fácil acesso e com uma boa cobertura da população, tendo uma eficiência na assistência prestada, diminui os números de internações ou a sua ocorrência para determinadas situações de saúde vulneráveis na rede, como as doenças do coração e vasos sanguíneos (PEREIRA et al., 2018).

A APS tem como o principal objetivo a diminuição do risco de internação, onde são tratados os problemas de saúde por intervenções, sendo o primeiro nível de atenção em saúde (PEREIRA et al., 2018).

A composição das atividades de saúde da atenção primária é definida e sustentada através dos princípios e diretrizes do SUS. A coordenação dos serviços de saúde é por meio da ESF que procede priorizando ações de promoção, proteção e recuperação de saúde, de maneira integral e continuada. Esse sistema organiza-se na análise das dificuldades da população, compreendidas a partir da criação de vínculos entre os usuários dos serviços e os profissionais de saúde em convivência constante no território (PEREIRA et al., 2018).

Encontra-se introduzidas na Atenção Básica em Saúde (AB) as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo as atividades mais comum, em uma veracidade epidemiológica que tem como particularidade e superioridades, sendo grandes causadores de morte no Brasil, como a HAS a mais predominante das DCNT. Diante disso, a HAS é uma das áreas de táticas de ação dos serviços de AB desenvolvendo a vigilância da saúde por meio do acesso de primeiro contato, a introdução da família e da comunidade no questionamento do problema, a organização do cuidado entre os outros níveis de atenção e a integralidade da atenção (ENGELA et al., 2018).

“Nesse sentido, o Ministério da Saúde - MS viu a necessidade de redefinir a rede de atenção às DCNT, colocando a Atenção Básica

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como coordenadora do cuidado. Assim, publicou a portaria n.483/2014 que objetiva organizar as linhas do cuidado e atender as pessoas com DCNT, garantindo-lhes o acesso à promoção da saúde, prevenção de riscos e complicações, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos “(ENGELA et al.,2018, p.76).

Conforme as recomendações do MS as ações para a condução efetiva da HAS devem ser amparadas por três eixos: a vigilância da hipertensão com suas comorbidades e determinantes; a integralidade do cuidado; e a promoção da saúde. Na AB são fornecidas as consultas médicas, os medicamentos e a realização de exames laboratoriais. Dessa maneira, apresenta a importância de orientar o desempenho dos profissionais de saúde, fortalecendo as estratégias de promoção da saúde e prevenção dos agravamentos e organização da rede de atenção às DCNT na concepção da integralidade do cuidado ao usuário convivendo com HAS (ENGELA et al., 2018).

As objeções para o controle e prevenção e as complicações da HAS são das equipes de AB, compostas por multiprofissionais, do qual prevê o vínculo com a comunidade inserida, tendo em vista diversidade cultural, racial, religiosa e as condições sociais implicadas. Estes profissionais são essenciais e importantes nas estratégias de prevenção, diagnóstico, acompanhamento e controle da HAS, no entanto não em quadro de emergência, como uma crise hipertensiva não tem tanto foco (AMARAL et al., 2018).

5.2 Estratégia Saúde da Família

A ESF é o modelo de atenção à saúde no âmbito da AB, que se organiza através do trabalho de equipes multiprofissionais em um território adstrito ampliando ações a partir do entendimento das dificuldades e a realidade local da população deste território (SANTOS; CUNHA, 2017).

Este modelo de atenção é indicado como um desafio para a prevenção e manejo da HAS. Foi instituída em 2006 substituindo o Programa Saúde da Família (PSF), criado em 1994, promovendo o desenvolvimento de seus princípios, não apenas focado no tratamento, mas atuando na prevenção dos agravos às DCNT como a HAS. Estes princípios assim sendo usados em práticas por método de algumas

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estratégias em atividades educativas direcionadas a grupos em condição de vulnerabilidade (VASCONCELOS et al.,2017).

“A ESF é considerada o instrumento prioritário da Atenção Primária e tem caráter substitutivo em relação à rede de serviços básicos tradicionais nos territórios em que atual. Ao contrário do modelo assistencial tradicional, centrado na doença e no hospital, a ESF prioriza as ações de proteção e promoção à saúde dos indivíduos e da família, tanto adultos quanto crianças, sadios ou doentes, de forma integral e contínua” (PEREIRA et al., 2018, p.606).

Nesta perspectiva, a ESF tem a finalidade de ampliar, qualificar e fortalecer a APS no Brasil. Para conseguir este propósito, a ESF busca reorientar o método de trabalho com o objetivo de desenvolver um conjunto de ações que compreende a promoção e a proteção da saúde, prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos, propiciando qualidade de vida e saúde aos usuários e reduzindo quando possíveis internações (VIEIRA et al. ,2017).

A responsabilidade da ESF ao usuário, família e a comunidade é de suma importância, pois suas práticas reorganizarão o modelo de APS, através do cuidado integral, trabalho em equipe e a elaboração de ações terapêuticas, preventivas e de promoção da saúde, de acordo com os princípios determinados pelo SUS. Toda essa alteração somada ao modelo hospitalar, encaminha a atenção às comunidades fortalecendo o vínculo entre os profissionais e a família, o diálogo, a compreensão e o respeito recíproco. A criação do vínculo, empatia e respeito são imprescindíveis, do qual os princípios que indicam a sua construção se baseiam no reconhecimento recíproco entre serviço e comunidade (TORRES et al., 2017).

“O modelo de assistência proposto pela ESF tem a atenção à saúde centrada na família. Desse modo, os profissionais entram em contato com as condições de vida e saúde das populações, e compreendem o processo saúde-doença de forma ampliada. As intervenções vão além das práticas curativas. Os profissionais que atuam na ESF devem dispor de um arsenal diversificado e complexo de recursos tecnológicos. Sendo, portanto, um dos grandes desafios da ESF a promoção de um cuidado de qualidade e integral aos usuários “(PEREIRA et al., 2018, p.607).

A equipe da ESF é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, quatro a seis ACS, um dentista e auxiliares. Estes profissionais elaboram ações de diagnóstico precoce das doenças, promoção, proteção e a

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recuperação da saúde, englobando até mesmo o reconhecimento dos motivos que provocam riscos à saúde da comunidade (PEREIRA et al., 2018).

Para as ações de vigilância em saúde, busca ativa dos usuários, direcionamentos de usuários e famílias a unidades de saúde, notificação de doenças infecciosas, consultas de pré-natal, vacinações, prevenção do câncer de colo do útero e mama, controle das DCNT como hipertensão e diabetes, também o cuidado aos idosos, pessoas domiciliadas e acamadas contamos com o trabalho dos ACS, pois este cria a ponte entre a unidade de saúde e a comunidade (BARRETO et al., 2018).

5.3 Hipertensão Arterial Sistêmica

Entre as DCNT destaca-se a HAS sendo um problema grave de saúde no Brasil. É definida por níveis elevados e sustentados de PA como a pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Sendo que nos últimos 20 anos, sua predominância no Brasil, entre 22% e 44% para adultos, uma média em 32%, alcançando mais de 50% para pessoas com 60 a 69 anos e 75% em pessoas com mais de 70 anos (AMARAL et al., 2018).

“[...] O controle da PA reduz o risco de complicações, sobretudo cardiovasculares. Entretanto, não se trata de um processo fácil e linear, e vários aspectos são decisivos no processo de controlar a PA, como a oferta de serviços de saúde à população, a condição socioeconômica das pessoas e as desigualdades sociais que interferem coletivamente na saúde da população. Ademais, a HAS é uma doença multifatorial necessitando ações articuladas em várias dimensões do cuidado, onde o vínculo e o diálogo entre profissionais de saúde e pacientes exercem influência nos resultados desejados” (PAES et al., 2018, p. 206).

A HAS é uma DCNT com particularidades com combinação de vários fatores que causa o desequilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, aumentando os níveis da PA. Senão tratada de maneira correta, pode levar a graves complicações como acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca e renal, sendo capaz de ser fatal. Outro ponto que pode gerar modificações significativas na vida das pessoas, como a vida familiar, psicológica, social e a econômica (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

A crise hipertensiva é uma circunstância das complicações da HAS, classificada como uma situação definida pelo aumento rápido e inadequado, acentuada e

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significativo da PA, podendo ser uma urgência ou emergência e causando um grande risco de danificação rápida dos órgãos-alvo ameaçando a sobrevida do paciente, necessitando de uma redução imediata da PA e tratada com agentes anti-hipertensivos por via endovenosa (AMARAL et al., 2018).

Uma das principais causas para o acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio (IAM) e doença renal crônica (DRC) é a HAS sendo a doença mais constante das doenças cardiovasculares e a situação mais grave de saúde pública no Brasil e no mundo (ARRUDA et al., 2015).

“A HAS é uma das doenças crônicas mais prevalentes que acomete cerca de 31% da população mundial e gera um impacto nas políticas de saúde pública devido à sua carga incapacitante. O seu tratamento é comumente baseado na terapia medicamentosa, com mudanças nos hábitos de vida, principalmente na promoção da prática de atividades físicas e nas modificações alimentares” (RÊGO; RADOVANOVIC, 2018, p.1094).

A maior parte dos países em desenvolvimento passam por mudanças e esses novos comportamentos induzem de forma negativa os hábitos alimentares que favorecem o aumento da obesidade e consequentemente a elevada ocorrência das DCNT, sendo que podem haver várias causas que partilham de vários fatores de riscos modificáveis, como alimentação inadequada, tabagismo, obesidade, dislipidemia e inatividade física (ARRUDA et al., 2015).

“Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da HAS encontram-se idade, sexo, raça, história familiar, ingestão alimentar rica em gorduras, acréscimo de sal aos alimentos, obesidade, sedentarismo, estresse, tabagismo, etilismo e uso de anticoncepcionais orais. Estes fatores são os principais agravantes das patologias cardíacas e cerebrovasculares e complicações renais” (SOUSA et al., 2018, p.103).

O sobrepeso e a obesidade têm elevado a predominância da HAS em todo mundo, sendo um grande desafio de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Envolve todas a pessoas de diferentes idades e níveis sociais, econômicos e sendo associadas a patologias como a HAS, diabetes mellitus e dislipidemia e circunstâncias que contribuem para o surgimento de patologias que comprometem o coração e vasos sanguíneos (ANDRADE et al., 2016).

A inatividade física impossibilita o corpo humano, provocando ineptidão funcional, danos a qualidade de vida e elevando o número de patologias crônicas. Sendo a atividade física regular e adequada contribui na promoção da saúde, levando melhor

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disposição, condicionamento físico, melhor atividade cardiorrespiratória e diminuição da ocorrência de inúmeras comorbidades (ANDRADE et al.,2016).

Considerando a hereditariedade como um fator que contribui para o surgimento da HAS, é importante realizar uma abordagem de maneira preventiva para as pessoas com histórico familiar desde a infância (ANDRADE et al., 2016).

Outro fator significativo é a variação da circunferência abdominal considerando que o acúmulo de gordura visceral causa maior risco à saúde, se comparado a outras formas de disposição da gordura pelo corpo, visto que leva a vários fatores de risco cardiovasculares e ao adoecimento crônico (ANDRADE et al., 2016).

A idade apresenta fator de risco para HAS e sua predominância aumenta com o envelhecimento. No entanto, embora o progresso da idade aumenta o risco para as doenças crônicas o idoso, consegue adaptar-se melhor frente as suas limitações e a nova condição de vida decorrente da doença (VIEIRA; NASCIMENTO; BARROS, 2016).

Conforme os critérios recomendados pelo MS os indivíduos que são vistos com acompanhamento regular pela ESF, são aqueles que vão no mínimo a três consultas durante o ano, com anotação da PA no prontuário e os que não são acompanhados com apenas duas consultas anotadas durante o ano (SILVA; PAES, 2017).

Torna-se um enorme desafio compreender a consequência, fatores relacionados e o tratamento elaborado da HAS em pessoas acima dos 60 anos, sendo nesta faixa etária mais prevalente, que irá auxiliar o planejamento e a implementação das ações competentes e de qualidade voltadas para essa fixa etária (VIEIRA et al., 2016).

Devido a essa alta prevalência e baixa taxas de controle da HAS, acarreta em um importante fator de risco, causador de várias patologias do aparelho circulatório. Estes dados estão profundamente ligados ao controle ineficiente dos níveis pressóricos, devido à baixa aceitação ao tratamento farmacológico e não

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farmacológico, como uso contínuo de medicamentos e mudança no estilo de vida (DALLACOSTA; RESTELATTO; TURRA, 2019).

Sendo essa situação indicando a verdadeira necessidade de fortalecer as políticas públicas de promoção da saúde e medidas preventivas de doenças, principalmente aos grupos mais vulneráveis, mesmo com o envelhecimento da população fazendo com quem os paradigmas de saúde possam se tornar melhor (VIEIRA et al., 2016).

5.4 Programa HIPERDIA

O MS criou em 2002 o programa HIPERDIA, que é definido como uma estratégia de reorganização da atenção, tendo como principal objetivo o acompanhamento e a orientação dos pacientes hipertensos e diabéticos, objetivando o tratamento e a maneira correta no uso das medicações contínuas e fortalecendo a prevenção e a promoção da saúde. Assim torna-se possível a elaboração e a implementação de estratégias de intervenção, sendo favorável a aceitação ao tratamento proposto (DALLACOSTA; RESTELATTO; TURRA, 2019).

Essa estratégia além de reorganizar a assistência no âmbito da atenção primária, tem como finalidade o incentivo e instrumental aos profissionais de saúde na APS, pois promovem ações voltadas para toda a população, fortalecendo a prevenção primária (TOLEDO et al., 2017).

Este acompanhamento é realizado na APS, mais específico nas equipes da ESF, fundamentados nas diretrizes do programa HIPERDIA. Cabe aos profissionais de saúde operantes neste nível da atenção diagnosticar, rastrear e obter métodos que assegurem a criação do vínculo e a satisfação por parte destes usuários, garantindo a melhor aceitação ao tratamento como resultado melhor o controle da doença (LIMA; SANTOS; MARCON, 2016).

Considerando as situações de adequar e não podendo dispensar as mudanças de hábitos de vida e de assistência em saúde contínua e efetiva através dos indivíduos que convivem com a doença, o HIPERDIA transformou como importante fermenta para o acolhimento nesta área, facilitando o reconhecimento de fatores e comportamentos de risco, proporcionando a terapia farmacológica adequada e o

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estímulo ao autocuidado das pessoas com HAS. Este método é realizado através de orientações e informações, com intuito de melhorar a qualidade e o convívio com a doença e melhor aceitação ao tratamento e assim diminuir as complicações (LIMA; SANTOS; MARCON, 2016).

Além disso, este atendimento pelo programa gera satisfação aos pacientes, pois não apenas pelo acesso aos atendimentos ou medicações, mas devido ao acolhimento de qualidade, a agilidade nas filas e consultas, vínculo com os profissionais da equipe, informações e orientações que são recebidas. Alcançando e garantindo uma assistência eficaz aos usuários cadastrados no HIPERDIA, além de disponibilizar os medicamentos necessários ao tratamento, as consultas médicas e de enfermagem, dando continuidade ao cuidado e melhor qualidade na assistência realizada (LIMA; SANTOS; MARCON, 2016).

Portanto é importante o envolvimento dos profissionais de saúde no programa, para segurar diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença, promovendo uma melhor assistência na qualidade e controle nos níveis pressóricos da pressão arterial, evitando assim as complicações.

5.5 Tratamento não-farmacológico e farmacológico

Os principais tratamentos não farmacológicos são as mudanças nos hábitos de vida dos indivíduos, como alimentação inadequada, tabagismo, inatividade física. As mudanças de hábitos ou estilo de vida são essenciais para determinação do controle da HAS, sendo que através de todas essas modificações que precisa realizar em seu estilo de vida, como o parar de fumar, ter uma alimentação adequada e fazer atividade física diária, maior será a aceitação ao tratamento (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

Contudo, um dos problemas mais relevantes que encontramos no sistema brasileiro é o afastamento e o uso incorreto dos tratamentos preconizados pelo MS. A não aceitação as terapêuticas propostas, causa um elevado aumento no número de pessoas com HAS e de óbitos. Sendo a aceitação ao tratamento o principal fator para o sucesso da terapêutica proposta pela equipe multiprofissional de saúde (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

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A ocorrência da HAS e a aceitação ao tratamento pode sofrer interferência devido alguns fatores como idade, sexo, cultura, nível acadêmico, social e econômico. Além de fatores que interferem como a situação financeira, grande quantidade de medicamentos prescritos, modo de tomada das medicações, os efeitos contrários das medicações, particularidade da doença quando não apresenta os sintomas e sua cronicidade, obstáculos de entrada ao sistema de saúde e a relação inapropriada entre o paciente e o médico (RÊGO et al., 2018).

No entanto, para um controle pressórico devido a todos os inúmeros fatores têm levantado o dever de técnicas indispensáveis correlacionadas a assistência efetuada, sobre o confronto e aceitação da doença. A discrepância de fatores que afetam no tratamento e controle da HAS, de acordo com determinantes do estado comportamental, condição alimentar, problemas sociais e demográficos e o apoio a terapia medicamentosa, deve ser encarada na formação e aceitação de novos métodos, com avaliação dentro do período estimulado dos indivíduos pela equipe de saúde (RÊGO et al., 2018).

Quando falamos em idade identificamos no idoso sua deficiência em aderir ao tratamento farmacológico, sendo o avanço da idade uma das suas principais dificuldades enfrentadas, que pode acarretar em aumento de morbidades. Onde exige uma totalidade de habilidades difíceis, especificamente como interpretações de bulas e orientações das medicações, realização do esquema de tomada das medicações e a dosagem correta no seu dia a dia, organização e alcance das medicações e a condução em circunstância de esquecimento das doses. Outro fator são os distúrbios das funções cognitivas, ressaltando a importância do acompanhamento de seus cuidados e familiares para melhor adesão ao tratamento (AIOLFI, C .R.; ALVARENGA, M. R. M.; MOURA, C. S, 2015).

A falta de comunicação e dificuldades no entendimento das recomendações feitas pelos profissionais de saúde também é um fator que gera dificuldades da adesão. Para melhor aceitação deve ter transparência nas recomendações, a quantidade de medicações de uso contínuo e o valor aquisitivo, efetividade, vontade e a competência do idoso de pôr em prática as recomendações e o entusiasmo deste com serviço de saúde (AIOLFI et al., 2015).

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“O MS e a Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC sugerem a adoção de ações que incentivem a prática de autocuidado, com uma abordagem cognitiva e comportamental do usuário, com propósito de avaliar o seu consumo alimentar e de que maneira as mudanças podem ocorrer sem causar impacto na dinâmica social, econômica, familiar e religiosa dessas pessoas. No caso de pessoas com HAS, o incentivo à dieta hipossódica é uma medida que pode assegurar o controle pressórico, uma vez que o consumo em excesso de sódio é associado a sintomas tensionais da doença.” (RÊGO et al., 2018, p.7).

Conforme as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial determina que entre os hábitos alimentares é recomentado o controle da utilização do sal em excesso. Também é relevante o controle no elevado índice de massa corporal (IMC), no estresse psicológico e social, na promoção de informações e os devidos cuidados a toda população, todas essas alterações nos hábitos de vida são classificadas de grande importância para a prevenção e controle da HAS (ARRUDA et al., 2015).

A condição financeira desfavorecida prejudica o acesso aos medicamentos, quando estes não são disponíveis de maneira gratuita e o acesso para a efetivação de consultas e exame que não estão à disposição na rede de atenção básica. Além de que devido as condições desfavorecidas acabam interferindo também na alimentação adequada e consequentemente no tratamento da HAS (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

A falta de inatividade física é um dos fatores de risco para o aparecimento de doenças do coração e vasos sanguíneos. Portanto, a atividade física é uma maneira efetiva para aprimorar a parte cardíaca e respiratória e reduzindo a PA (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

As particularidades psicológicas e do comportamento dos indivíduos também intervém na resposta ao tratamento. A resposta vascular ao estresse adquire de outros fatores como o tabagismo, diabetes, dislipidemias e outros. Esta resposta é correlacionada a fatores sociais, étnicos, pessoais de cada indivíduo. Portando os profissionais de saúde devem recomendar medidas para controle do estresse aos pacientes, pois o estresse interfere na aceitação do tratamento e modificações de estilo de vida (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

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Quanto a maneira correta da administração das medicações nos horários corretos, uma das principais dificuldades é a quantidade de medicamentos e doses ao longo do dia, que acaba dificultando e uso incorreto, leva ao aumento e descontrole nos níveis pressóricos da HAS (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

O alcoolismo requer uma atenção principalmente nos hipertensos pela sua reação com os níveis tensionais e logo deve ser retirado. Dessa maneira, o parar de fumar e de beber bebida alcoólica simultaneamente com a prática de atividade física regular são os princípios essenciais do tratamento não farmacológico (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

A respeito do nível de escolaridade quanto menor for, acaba gerando uma dificuldade na adesão ao tratamento, pois influencia na renda família, consequentemente na compra de medicamentos que não estão disponíveis na rede pública, nas mudanças dos hábitos alimentares, e no controle das DCNT (AMARAL et al., 2018).

Além disso, o hipertenso para o controle da PA não basta apenas mudanças no seu estilo de vida e ao tratamento farmacológico é importante compreender sobre a doença e a existência de mais doenças relacionadas. Tendo, assim maior qualidade de vida e os devidos cuidados necessários para o controle dos níveis pressóricos da PA (VIEIRA et al., 2016).

“O tratamento da hipertensão arterial visa reduzir os níveis de pressão arterial sistêmica e a mobimortalidade cardiovascular, assim a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial aponta como características ideais para o tratamento medicamentoso: ser eficaz por via oral, ser bem tolerado, preferir dose única diária ou reduzir o número de tomadas diárias” (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017, p. 12).

A não aceitação ao tratamento farmacológico é um relevante problema de saúde que afeta indivíduos portadores de doenças crônicas que não dão importância necessária ao tratamento. Nota-se através do esquecimento, a frequente ausência de sintomas e o desinteresse formam os principais fatores para não aceitação ao tratamento farmacológico. A finalidade do fármaco é especialmente prevenir o risco de complicação cardiovascular, visto que não curam a HAS, apenas a controlam. (VIEIRA; NASCIMENTO; BARROS 2016).

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Para a aceitação devemos avaliar e identificar a vontade do hipertenso em cooperar e ajudar com o seu tratamento. A proposta de tratamento deve ser realizada mediante acordo entre o indivíduo e a equipe de saúde em uma abordagem multidisciplinar, sendo este um dos indispensáveis fatores que possibilitam a aceitação ao tratamento e resultando no controle da hipertensão (ROCHA; BORGES; MARTINS, 2017).

5.5 Educação em saúde

A educação em saúde é um indispensável método para propiciar a promoção da saúde na atenção primária no Brasil. A constatação que a saúde tem características apresentadas em vários aspectos e o usuário sendo o elemento ágil da educação na procura de sua independência em seu cuidado, são circunstâncias cruciais à pratica neste campo da atenção. Nessa perspectiva, estratégias de educação em saúde organizam-se como um valoroso dispositivo a ser praticada pela equipe de saúde com objetivos de melhor assistência integral ao usuário e a família (VASCONCELOS et al., 2017).

O entendimento pela equipe da ESF de seu território adscrito fica obrigatório no reconhecimento dos fatores de risco para HAS, portanto essas ações proporcionam a execução na promoção da saúde numa compreensão de todos os profissionais, assim sendo uma das maneiras mais eficazes de incentivar a qualidade de vida e o apoio ao tratamento certo da HAS (VASCONCELOS et al., 2017).

“As ações de saúde desenvolvidas para os indivíduos com HAS devem transcender as práticas convencionais adotadas no âmbito da atenção primária. Ao realizar atividades educativas que facilitem a promoção da saúde, estimulando-os ao autocuidado, deve-se explorar, além da consulta individual, a abordagem grupal. Os usuários com HAS não são consumidores apenas das orientações nos grupos, são agentes/ coprodutores de um processo de aprendizagem, possuindo uma dupla dimensão: são, ao mesmo tempo, objeto de trabalho dos agentes educativos e sujeitos de sua própria educação” (SOUSA et al., 2015, p.103).

Com o objetivo de uma assistência efetiva ao indivíduo com HAS, o MS recomenda o uso de estratégias essenciais de cunho educativo, com métodos terapêuticos fundamentados em consultas e ações equilibradas efetuadas pela equipe de saúde. Tais ações fortalecem o alcance ao tratamento e incentiva o envolvimento do

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usuário no controle dos danos à saúde. Importante ressaltar é o contentamento e a participação do usuário, família e toda a população com o serviço de saúde, fortalecendo as diretrizes da APS, centralizados no atendimento inicial, integralidade, coordenação, capacidade cultural, orientação a família e população (RÊGO et al., 2018).

As palestras realizadas através da educação em saúde como informe de conhecimentos, retrata por guiar o entendimento e reposta classificada como corretas pelos profissionais de saúde, enaltecendo as diferenças e maneiras de absorção do conhecimento e chance de reproduzir, segundo com os preceitos, opiniões e cultura do indivíduo ou do grupo. Contudo, muitas das vezes as palestras não signifiquem uma forma exata de disseminar conhecimento, principalmente aos idosos hipertensos, a forma perfeita é priorizar estratégias mais eficientes, que permitam a compreensão de todos os espectadores na ação e que proporcionem modificações, através de transferência de conhecimentos e assim resultando em aprendizado e adesão de novos costumes (VASCONCELOS et al., 2017).

As atividades dinâmicas e dialogadas são consideradas as melhores e eficazes práticas em saúde, transformando e agregando as ações de saúde gradativamente e assim atingindo a sua principal finalidade. As rodas de conversas e oficinas retratam esse atual acontecimento que é oferecido com aplicação de técnicas eficientes, que sejam capazes de alcançar os aprendizes e proporcionar entendimento e modificações de costumes de maneira positiva. Essas novas técnicas pretendem motivar as ocasiões favoráveis de grupos, no qual o hipertenso está comprometido, da mesma maneira de contribuir o serviço elaborado pela equipe de saúde que é ofertado na atenção primária (VASCONCELOS et al., 2017).

Nesta perspectiva, as ações praticadas para segurar o controle e prevenção das alterações na HAS, são definidas pela aproximação que pretendem averiguar as deficiências individuais e coletivas, caracterizando os fatores de risco e chance de situações complexas da doença, levando em consideração a descrição instrutiva, social e econômica. Todas essas ações prestadas permitem o convívio e aceitação da doença e afirmando a melhor qualidade de vida assim sendo a equipe de saúde os colaboradores para a adesão ao tratamento (RÊGO; RADOVANOVIC, 2018).

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“Não obstante, as orientações prestadas pelos profissionais foram relatadas como insuficientes e apresentaram associação significativa entre aqueles com PA inadequada. Os profissionais de saúde necessitam atender necessidades de saúde da população, principalmente os que exercem sua função na APS, para que a adesão ao tratamento seja efetiva e os índices de mortalidade e de internações provenientes da cronicidade da doença sejam evitados, estimulando a autonomia e melhora na qualidade de vida da pessoa em condição crônica. Cabe também ao Estado o dever de cumprir suas obrigações quanto ao investimento de recursos na área da saúde para que a assistência seja realizada” (RÊGO et al., 2018, p.7).

Assim sendo, a educação em saúde representa como prática esperada e executada pela equipe de saúde, onde os temas tratados são para providências de controle da HAS e explicações sobre alimentação adequada, atividade física diária e utilização de medicações de maneira correta, por conseguinte a equipe necessita ter conhecimento e competência de práticas de educação para induzir as modificações e manter o cuidado nas atitudes dos hipertensos (VIEIRA; NASCIMENTO; BARROS, 2016).

A continuidade do cuidado do hipertenso com os níveis pressóricos de PA dentro das normalidades é uma dificuldade para a equipe de saúde, que exercem na ESF. No entanto, analisando os pacientes mais demandados pode induzir em excelentes métodos de prevenção para aqueles que se incluem no grupo de risco e ainda podendo ou não providenciar outras opções de tratamentos e controle. Reforçando a necessidade de implementação de ações de promoção à saúde, objetivando orientar práticas e prevenir complicações para uma melhor qualidade de vida de toda a população e diminuindo a taxa de internações por doenças crônicas (AMARAL et al., 2018).

Na ESF a comunicação terapêutica é empregada de forma deficiente pela equipe de saúde, implicando a realização do cuidado oferecido aos hipertensos. Muitos destes profissionais possuem poucos conhecimentos sobre este instrumento, mostra a maior periodicidade das técnicas nas consultas médicas decorrentes de uma procura maior para este profissional no decorrer da análise. Nota-se a necessidade de empregar estratégias de comunicação terapêutica, considerando que é um instrumento que age como pode de acesso aos usuários, aprimorando as práticas

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assistenciais e estabelecendo acessos que operacionaliza o convívio interpessoal e atuando de forma positiva no cuidado dirigido ao hipertenso (TORRES et al., 2017).

Através da comunicação terapêutica o indivíduo e a família consideram-se acolhidos e assim criando uma familiaridade, contribuindo a descoberta do outro e compreender as ações praticadas em sentindo ao tratamento, por intermédio do cuidado individual (TORRES et al., 2017).

“O aconselhamento em saúde é compreendido como um processo genérico de ajuda, envolve desde orientações individuais ou coletivas até estratégias de intervenção. Ele pressupõe a construção de ações de educação em saúde pelo profissional com vistas à construção de modos saudáveis de viver. Neste contexto, os serviços de APS, por serem espaços legítimos de construção e implementação de ações assistenciais, preventivas e de promoção da saúde, de forma integral e segundo a realidade do indivíduo, são locais privilegiados para o seu desenvolvimento” (TOLEDO et al., 2017, p.88).

Consta insatisfatório o aconselhamento sobre comportamentos saudáveis de vida praticados pelos profissionais de saúde diante da predominância de DCNT reconhecidas, assim sendo abaixo para aqueles indivíduos sem condições crônicas relacionadas (TOLEDO et al., 2017).

O médico é o profissional que mais efetua o aconselhamento sobre comportamentos saudáveis de vida na APS, em seguida os enfermeiros e logo os nutricionistas, os dentistas, psicólogos, educadores físicos e técnicos de enfermagem realizam poucos aconselhamentos aos usuários, e os ACS a deficiência em realizar o aconselhamento é enorme (TOLEDO et al., 2017).

“O ACS é reconhecido, tanto por ele mesmo quanto pelos demais membros da equipe, como o elo entre a equipe e a comunidade por estarem inseridos no cotidiano da população. Dessa forma, parte do processo de trabalho da unidade depende da demanda de saúde que o ACS traz para a equipe, sendo também responsável por conferir e subsidiar a aplicação das orientações e uso das medicações no ambiente familiar do usuário com HAS” (ENGELA et al., 2018, p.79).

Os ACS tendo como atribuição a importância da criação de vínculo ele a população e a unidade de saúde, devem alcançar objetivos no acompanhamento de pessoas com doenças crônicas como a HAS, orientando especialmente as modificações de estilo de vida (ENGELA et al., 2018).

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Algumas das dificuldades encontradas para a execução dos profissionais no aconselhamento aos hipertensos são: aspectos culturais da comunidade, ausência de capacitação profissional, aumento da carga de horário de trabalho, rodízio de profissionais e a baixa aceitação do usuário ao tratamento, sendo ele medicamentoso ou não e a dificuldade de incluir os familiares no cuidado (ENGELA et al., 2018).

O dever de consolidação do vínculo entre a equipe de saúde e o usuário é preciso que procurem de condição multidisciplinar, entender o sentido e os princípios que especificam os comportamentos associados à saúde dos usuários para traçar suas estratégias, e praticarem o aconselhamento em conjunto, de maneira que os atendimentos na APS sejam capazes de ser praticados e compreendidos por todos e sobretudo a implementação de políticas de promoção da saúde e de controle do surgimento das DCNT (TOLEDO et al., 2017).

Outra estratégia usada para mudanças na forma usual de produção em saúde é a introdução da visita domiciliar aos atendimentos, identificada pela visita da equipe de saúde na casa do usuário, com a finalidade de examinar suas necessidades e as de sua família, observando a possibilidade do serviço e trazendo assistência e orientações (SANTOS; CUNHA, 2017).

Sendo a visita domiciliar uma atividade difícil, requerendo prática e frequência da equipe de saúde, conforme as necessidades demonstradas. Esse tipo tem efeito positivo, levando comodidade e autoconfiança ao indivíduo e sua família, bem como possibilitando atenção humanizado e qualidade de vida, se confrontada ao atendimento na unidade de saúde (SANTOS; CUNHA, 2017).

A prática de educação em saúde inclui em situações através da criação de relação dialogo e reflexiva entre a equipe de saúde o e usuário, contribuindo para a compreensão individual e coletiva sobre sua condição de saúde e doença, acarretando ações que respeitem aos princípios do SUS, especialmente, no que se refere à acessibilidade, equidade, universalidade e participação popular (VASCONCELOS et al., 2017).

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6 PLANO DE INTERVENÇÃO

6.1. Descrição do problema selecionado (terceiro passo)

O problema selecionado como o de maior prioridade foi a alta prevalência de HAS descontrolada. Da população cadastrada na ESF São Geraldo, de acordo com dados do SIAB e outros da própria equipe, 18,78% da população é portadora de HAS, e a maioria encontra-se fora das metas de PA, ou seja, são hipertensos descontrolados. A equipe observou prontuários de 100 pacientes hipertensos e identificou valores de PA acima dos valores adequados em 65% deles, seja em medidas realizadas em consultas, triagens, visitas domiciliares ou grupos operacionais.

6.2 Explicação do problema (quarto passo)

A alimentação inadequada e o sedentarismo estão presentes com frequência em pacientes hipertensos não controlados. Outro fator prevalente é o sobrepeso e a obesidade, encontrados em 79% dos pacientes selecionados. Além disso, há o uso inadequado e irregular das medicações anti-hipertensivas.

A maioria desses fatores são decorrentes da falta de informação da população e do acompanhamento e orientações inadequadas. A falta de informação pode ser consequência da ausência trabalho em equipe da unidade de saúde e do número reduzido de grupos e campanhas de conscientização.

6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo)

O uso incorreto das medicações, hábitos de vida, como sedentarismo e alimentação inadequada, e trabalho em equipe dos profissionais foram os nós selecionados.

Eles consistem em fatores causais nos quais a intervenção pode ter um impacto importante. Melhorar o trabalho em equipe com a finalidade de aumentar o número de visitas domiciliares para fiscalizar e orientar o uso das medicações e orientar hábitos de vida saudáveis, além de utilizar das consultas e grupos operativos também para orientação são formas de garantir um impacto nesse fator causal. Também é importante que a equipe atue de forma a aumentar o número de encontros dos grupos de hipertensos, assim como da sua divulgação.

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6.4 Desenho das operações sobre nó crítico – operações, projeto, resultados e produtos esperados, recursos necessários e críticos (sexto passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo)

Os passos sexto a décimo são apresentados nos quadros seguintes, separadamente para cada nó crítico.

Tabela 2 - Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Uso incorreto das medicações e falta de informações”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família São Geraldo, do município São João del Rei, do estado Minas Gerais.

Fonte: o autor, 2020.

Tabela 3 Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Hábitos de vida inadequados”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da

Nó crítico 1 Uso incorreto das medicações/ falta de informações

6º passo: operação (operações)

Aumentar o nível de informação da população sobre a HAS e seu tratamento adequado

6º passo: projeto Conhecendo a hipertensão

6º passo: resultados esperados

Aumentar o nível de informação da população Melhorar o controle da PA

6º passo: produtos esperados Aumento do número de visitas domiciliares com finalidade de orientação

Aumentar o número de grupos operativos de HAS e sua divulgação

Campanhas para orientação

6º passo: recursos necessários

Cognitivo: estratégias de orientação da população pela equipe de saúde

Organizacional: campanhas, agenda de visitas e grupos

7º passo: viabilidade do plano - recursos críticos

Financeiro: Divulgação

8º passo: controle dos recursos críticos - ações estratégicas

Equipe de saúde - favorável

9º passo; acompanhamento do plano - responsáveis e prazos

Enfermeira responsável pelos grupos operativos, as ACS pela divulgação e, junto às técnicas de enfermagem, pelo aumento de visitas domiciliares e médica pela elaboração de campanhas para orientação. Apresentar o projeto em 2 meses e 6 meses para início das atividades.

10º passo: gestão do plano: monitoramento e avaliação das ações

Monitorização das ações pelas ACS por meio do registro em carderno específico e supervisão da enfermeira, a coordenadora geral e responsável por replanejamento.

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Família São Geraldo, do município São João del Rei, do estado de Minas Gerais.

Fonte: o autor, 2020.

Tabela 4: Desenho das operações (6º passo) e viabilidade e gestão (7º a 10º passo) sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Trabalho em equipe”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família São

Geraldo, do município São João del Rei, estado de Minas Gerais.

Nó crítico 2 Hábitos de vida inadequados

6º passo: operação (operações)

Adoção de hábitos mais saudáveis

6º passo: projeto Mais qualidade de vida

6º passo: resultados esperados

Redução da obesidade

Redução da incidência de eventos cardiovasculares Melhor controle da PA

6º passo: produtos esperados Campanhas e reuniões de conscientização com a população Caminhadas semanais com membros da equipe de saúde Palestras realizadas por membros da equipe

6º passo: recursos necessários

Organizacional: organização das caminhadas, campanhas e palestras

Político: obtenção de locais adequados, mobilização social Cognitivo:Informação

7º passo: viabilidade do plano - recursos críticos

Financeiro: Divulgação e recursos áudiovisuais

8º passo: controle dos recursos críticos - ações estratégicas

Político: Secretaria de Saúde e Igreja São Geraldo - Favoráveis Financeiro: Secretaria de Saúde - Indiferentes

9º passo; acompanhamento do plano - responsáveis e prazos

Responsáveis pelas campanhas e reuniões de conscientização com a população: nutricionista, fisioterapeuta e médica.

Apresentar o projeto em 3 a 6 meses e iniciar as atividades em 6 a 9 meses

10º passo: gestão do plano: monitoramento e avaliação das ações

As ações serão monitorizadas e avaliadas pela enfermeira, que será a coordenadora geral.

Nó crítico 3 Trabalho em equipe

6º passo: operação (operações)

Melhorar a capacidade da equipe de saúde de enfrentar o problema em conjunto

6º passo: projeto Cuidado Multiprofissional

6º passo: resultados esperados

Melhorar a cobertura da população hipertensa Fornecer acesso multiprofissional à população Mais estratégias de enfrentamento

6º passo: produtos esperados Reuniões de equipe programadas Cursos de capacitação da equipe

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