■ Os autores e a EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Os autores e a Editora não podem ser responsabilizados por quaisquer danos a pessoas ou bens, devido à aplicação incorreta ou uso impróprio do conteúdo apresentado nesta obra, como resultado de qualquer declaração difamatória, violação de propriedade intelectual ou direitos de privacidade, mesmo que decorrente de negligência ou de outra conduta, ou de qualquer uso de ideias, instruções, procedimentos, produtos ou métodos contidos neste material. ■ Os autores e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondose a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. ■ Traduzido de: WALLACH’S INTERPRETATION OF DIAGNOSTIC TESTS, NINTH EDITION Copyright © 2011 by Lippincott Williams and Wilkins, a Wolters Kluwer business. All rights reserved. 2001 Market Street Philadelphia, PA 19103 USA LWW.com Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins, Inc., USA. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title. ISBN: 9781605476674 ■ Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright © 2013 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Uma editora integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040040 Tels.: (21) 35430770/(11) 50800770 | Fax: (21) 35430896 www.editoraguanabara.com.br | www.grupogen.com.br | editorial.saude@grupogen.com.br
■ Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. ■ Capa: Bruno Sales ■ Produção digital: Feitas Bastos ■ Ficha catalográfica W179i Wallach, Jacques B. (Jacques Burton), 1926 Wallach Interpretação de exames laboratoriais / Mary A. Williamson, L. Michael Snyder; tradução Cláudia Lúcia Caetano de Araújo, Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Maria de Fátima Azevedo. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. il. Tradução de: Wallach’s Interpretation of diagnostic tests, 9th ed. Inclui bibliografia e índice ISBN 9788527722308 1. Diagnóstico de laboratório – Manuais, guias etc. I. Williamson, Mary A. II. Snyder, L. Michael. III. Título. 128489. CDD: 616.0756 CDU: 616
Agradecimentos
Agradeço especialmente ao Dr. Michael Snyder pela oportunidade de participar desse projeto. Gostaria de expressar minha imensa gratidão por sua orientação e seu apoio nos últimos três anos. Também gostaria de reconhecer o esforço de todos os autores, o trabalho árduo e o compromisso de concluir este livro enquanto desempenhavam suas atividades profissionais, entre eles os Drs. Michael Snyder, Guy Vallaro, Amanda Jenkins, Patricia Miron, Edward I. Ginns, Marzena Galdzicka, Charles Kiefer, Hongbo Yu, Juliana Szakacs e, sobretudo, L.V. Rao, Liberto Pechet e Michael Mitchell. Também gostaria de agradecer a Suzanne O’Brien, por seu apoio administrativo, e a Martha Cushman por sua contribuição inestimável e excelentes habilidades como revisora. Além disso, sou grata a minha família e a meus amigos por sua paciência e apoio durante os últimos dois anos. Mary A. Williamson, MT (ASCP), PhD A minha esposa Barbara e a meus filhos, Cathe, Lizzy e John, pela compreensão e pelo apoio incansável ao longo dos anos. A minha assistente Suzanne O’Brien, por sua dedicação e ajuda no livro. L. Michael Snyder, MD
Colaboradores
Marzena Galdzicka, PhD Associate Director, Molecular Diagnostics Laboratory Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Clinical Assistant Professor of Pathology Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Shrewsbury, Massachusetts Edward I. Ginns, MD, PhD Director, Molecular Diagnostics Laboratory Director, Lysosomal Disorders Treatment and Research Program Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Professor, Clinical Pathology, Neurology, Pediatrics and Psychiatry University of Massachusetts Medical School Shrewsbury, Massachusetts Amanda Jenkins, PhD Director, Toxicology Laboratory Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Clinical Associate Professor of Pathology Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts Charles Kiefer, PhD Director, Andrology, Lyme Western Blot & Clinical Assay Research Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Associate Professor Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts Gary Lapidas Senior Vice President UMass Memorial Health Care President, UMass Memorial Laboratories, Inc. Worcester, Massachusetts Patricia Minehart Miron, PhD Director, Cytogenetics Laboratory Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Clinical Associate Professor of Pathology Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts Michael Mitchell, MD, FCAP Director, Microbiology Laboratory Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Clinical Associate Professor of Pathology Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts Liberto Pechet, MD, FACP Senior Consultant, Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Professor Emeritus, Medicine and Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts L.V. Rao, PhD, FACB Senior Director, Clinical Lab Operations Director, Core Laboratories & Immunology Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical Center Clinical Associate Professor Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts L. Michael Snyder, MD Chairman, Department of Hospital Laboratories UMass Memorial Medical CenterProfessor of Medicine and Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts Juliana Szakacs, MD Director of Pathology and Laboratory Medicine Harvard Vanguard Medical Associates Boston, Massachusetts Guy Vallaro, PhD Chief Science Officer and Director Massachusetts State Police Forensic Service Group Maynard, Massachusetts Mary A. Williamson, MT(ASCP), PhD Director, Laboratory Operations ACM Medical Laboratory Rochester, New York Hongbo Yu, MD, PhD Director, Hematology Laboratory Department of Hospital Laboratories Hematopathologist Division of Anatomic Pathology UMass Memorial Medical Center Assistant Professor Department of Pathology University of Massachusetts Medical School Worcester, Massachusetts
Tributo a Jacques Wallach
Jacques Wallach, patologista, educador e autor deste livro nos deixou em 10 de agosto de 2010, aos 84 anos de idade. Quarenta anos antes, escreveu a primeira edição, reconhecida como um recurso necessário para atarefados plantonistas e qualificados profissionais de saúde. Era o produto de sua grande experiência como patologista clínico, sua sede incessante por conhecimento científico e sua paixão pelo ensino. Desde então, dedicou bastante tempo na atualização de sua obra. Centenas de milhares de cópias foram traduzidas por todo o mundo.
Meu primeiro encontro com este livro se deu quando era residente em Medicina Interna, em meados da década de 1980, antes de nosso relatório matinal diário, quando meus colegas residentes corriam para examinar os pacientes internados e apresentar esses casos ao chefe do departamento. A hora seguinte geralmente era pontuada por momentos em que um ou mais de nós ficávamos sujeitos à raiva do chefe por não termos avaliado com acurácia o distúrbio do paciente ou não termos procedido corretamente. Na tentativa de evitar sina semelhante, cada um tinha uma cópia do livro em um bolso do jaleco para fazer uma revisão rápida antes desse interrogatório. Após anos, vi muitos estudantes e residentes sob minha supervisão fazerem o mesmo, com frequência competindo secretamente uns com os outros para encontrar o desejado reconhecimento dos colegas.
Nos anos seguintes, vi a terceira edição do livro tornarse a quarta, a quinta e assim por diante, mas sem ter a plena noção do trabalho de Jacques em cada atualização. Como muitos de nós, porém, reconheci a importância dessas atualizações quando, em minha coleção de livros clínicos, observei que esses estavam sempre à mão e nunca permaneciam nas prateleiras de minha biblioteca.
Quando conheci Jacques, fiquei impressionado com sua dedicação e seu compromisso com a educação médica. Ele ensinava patologia no Albert Einstein, Rutgers e SUNY Downstate, além de atender no Children’s Specialized Hospital em Mountainside, South Amboy Memorial Hospital, Kings County Hospital no Brooklyn e ainda no zoológico do Bronx. Ele escreveu ainda Rheumatic Heart Disease (1962) e Interpretation of
Pediatric Tests (1983), bem como mais de 40 artigos para periódicos médicos com revisão por pares. Ele foi Fellow do American College of
Physicians, American Society of Clinical Pathologists, College of American Pathologists e New York Academy of Medicine. De 1975 a 1985, doou seu tempo e sua experiência em patologia a laboratórios de todo o mundo. Em seu consultório havia incontáveis notas que escrevia durante as pesquisas, registradas em papéis pequenos e arquivadas entre as páginas de dezenas de livros e revistas médicas, aguardando para serem incorporadas ao próximo livro. Era como se percebesse que profissionais de saúde e pacientes de todo o mundo dependessem dele para encontrar a chave dos próprios mistérios médicos, e ele levava essa responsabilidade a sério. Mais recentemente, Jacques convidoume a fazer parte da pequena lista de ilustres colaboradores e a dar alguma assistência em minha área de especialização. Minha pequena contribuição para sua obra foi uma verdadeira honra.
Como professor dedicado, nada era mais recompensador para Jacques do que ser capaz de partilhar a sabedoria acumulada à custa de muito esforço com o pupilo que busca orientação. Esta nona edição, agora intitulada Wallach Interpretação de Exames Laboratoriais e as que estão por vir representam seu legado e seu presente contínuo para médicos de todo o mundo, que continuam a seguir sua orientação diariamente para cuidar dos seus pacientes. Tenho certeza de que nada o deixaria mais feliz.
Prefácio
O corpo docente do Department of Hospital Laboratories em UMass Memorial Medical Center é grato pela oportunidade de publicar a 9a edição do
livro de Jacques Wallach sobre interpretação de exames laboratoriais, obra considerada um dos grandes recursos para a boa prática clínica.
Instituímos nesta edição uma série de alterações e atualizações que, esperamos, contribuirão para que esta obra mantenha sua tradição de ser a maior referência em seu campo. Uma das mudanças é estrutural; tratase da divisão do livro em duas áreas principais:
•
A primeira é dedicada aos exames laboratoriais, dispostos em ordem alfabética e com ênfase na integração do laboratório de análises clínicas com o processo de tomada de decisão. Quando pertinente, os exames incluem sensibilidade, especificidade, bem como probabilidades positiva e negativa. Os exames microbiológicos são apresentados em um capítulo à parte•
A outra área do livro, dedicada às doenças, também foi reorganizada e, quando apropriado, há uma apresentação inicial da queixa principal do paciente e/ou dos achados no exame físico. As discussões subsequentes concentramse nas doenças e em sua relação com a queixa principal do paciente. Por exemplo, no Capítulo 6 | Doenças do Sistema Gastrintestinal, são apresentadas categorias amplas de sinais e sintomas – como diarreia, icterícia, dor abdominal, hemorragia digestiva, ascite e hepatomegalia – e analisadas as doenças relacionadas a cada queixa. Além disso, integramos os atuais exames diagnósticos moleculares e os testes citogenéticos ao texto sobre as várias doenças. Esperamos que a reorganização facilite o acesso às informações pertinentes. Este livro não inclui referências à fisiopatologia nem ao tratamento. No entanto, são abordadas as dificuldades e limitações comuns dos exames, bem como a identificação de exames apropriados para apresentações clínicas específicas. Como nas edições anteriores, o livro destinase ao médico do atendimento primário, aos profissionais de enfermagem e aos estudantes de medicina e de enfermagem. A 9a edição não é um catálogo minucioso das doenças, mas um guia prático. Comentários sobre as mudanças instituídas são bem vindos. L. Michael Snyder, MD Gary Lapidas Mary A. Williamson, MT(ASCP), PhDPrefácio à primeira edição
Os resultados de exames laboratoriais podem auxiliar em: Descobertas de doenças ocultas Prevenções de danos irreparáveis (p. ex., fenilcetonúria) Diagnósticos precoces após o aparecimento dos sinais e sintomas Diagnósticos diferenciais de várias doenças possíveis Determinação de estágio da doença Estimativas da atividade da doença Detecção de recidiva da doença Monitoramento do efeito da terapia Aconselhamento genético em patologias familiares Processos médicolegais, como ações de paternidade Este livro foi escrito para ajudar o médico a minimizar ou evitar: Duplicação dos exames Desperdício de dinheiro do paciente Excesso de instalações laboratoriais e equipe Perda de tempo do médicoConfusão provocada pelo aumento do número, da variedade e da complexidade dos exames atualmente disponíveis. Alguns desses exames poderiam não ter sido solicitados, mas sim realizados de forma rotineira ou como parte do rastreamento realizado por ocasião da admissão hospitalar.
A fim de proporcionar uma referência rápida, com máxima disponibilidade e utilidade, este livro, com seu formato adequado, tem como características: Apresentação concisa dos dados na forma de gráficos e tabelas Ênfase nas modificações temporais seriadas dos achados laboratoriais nos diferentes estágios da doença Omissão de exames laboratoriais raramente realizados, irrelevantes, atípicos e antiquados Exclusão de discussões sobre mecanismos fisiológicos, vias metabólicas, manifestações clínicas e aspectos não laboratoriais das doenças Discussão apenas das doenças mais importantes que o médico encontra e que seria capaz de diagnosticar Este livro não é: Uma enciclopédia ou compêndio de patologia clínica Um manual técnico Um substituto do discernimento clínico nem de conhecimentos básicos de medicina Foram deliberadamente omitidos: Procedimentos e instruções técnicas Fotografias e ilustrações de alterações anatômicas (p. ex., células sanguíneas, cariótipos, cintigrafias) Discussão sobre controle de qualidade Seleção de laboratórios de referência Realização de exames laboratoriais no próprio consultório médico Referências bibliográficas, exceto as obras mais fundamentais sobre medicina, hematologia e patologia clínica, e algumas referências recentes de distúrbios específicos A utilidade e a necessidade de um livro com esse estilo, organização e conteúdo aumentaram devido a tendências atuais, como: A frequente falta de assistência pessoal, aconselhamento e consulta em grandes laboratórios comerciais e departamentos hospitalares de patologia clínica, que, em geral, são especializados, fragmentados e impessoais Maior demanda pelo tempo do médico O surgimento de muitos exames complementares Docentes e administradores ainda partem da suposição de que essa área essencial da medicina pode ser aprendida “intuitivamente”, como o era há 20 anos, e, portanto, exige pouco treinamento formal. Essa atitude ignora as mudanças no número e na variedade de exames complementares atualmente disponíveis, bem como sua sofisticação cada vez maior e seu valor básico no estabelecimento de um diagnóstico. O conteúdo deste livro foi organizado a fim de responder às principais questões dos médicos quando necessitam da assistência de um patologista. Não existe nenhuma outra fonte de informação apresentada dessa forma. Pelos inúmeros comentários recebidos, parece que este livro foi bem sucedido em atender às necessidades não apenas dos médicos e estudantes de medicina, como também dos patologistas, técnicos e outros profissionais da área da saúde. Ele tem sido adotado por diversas escolas de enfermagem e de biomedicina, além das faculdades de medicina. Essa aceitação confirma minha premissa original para escrever este livro, e é muito gratificante. Uma rápida leitura do conteúdo e do índice mostrará a organização geral do material por tipo de exame laboratorial ou sistema orgânico, ou por algumas outras categorias. Para manter o formato conciso, não foram organizados capítulos separados para categorias como neonatologia, pediatria, geriatria nem para doenças psiquiátricas ou dermatológicas. Um índice completo oferece o máximo acesso a essas informações. Obviamente, esses dados não são originais, mas foram adaptados a partir de muitas fontes no decorrer dos anos. Apenas a seleção, a organização, o modo de apresentação e a ênfase são originais. Formulei esse ponto de vista ao longo de 40 anos como médico e patologista, observando com orgulho o papel cada vez mais importante do laboratório de análises clínicas, porém lamentando profundamente sua utilização inapropriada. Este livro foi escrito para melhorar a utilização do laboratório, simplificando para os médicos a seleção e a interpretação de exames laboratoriais mais úteis para os problemas por eles enfrentados. J.W.
Sumário
CAPÍTULO 1 Introdução à Medicina Laboratorial L.V. Rao CAPÍTULO 2 Exames Laboratoriais L.V. Rao, Liberto Pechet, Amanda Jenkins, Edward I. Ginns, Marzena Galdzicka, Guy Vallaro, Charles Kiefer e Patricia Minehart Miron CAPÍTULO 3 Exames para Diagnóstico de Doenças Infecciosas Michael J. Mitchell e L.V. Rao CAPÍTULO 4 Distúrbios Cardiovasculares Guy Vallaro CAPÍTULO 5 Transtornos do Sistema Nervoso Central Juliana Szakacs CAPÍTULO 6 Doenças do Sistema Gastrintestinal L. Michael Snyder e Michael J. Mitchell CAPÍTULO 7 Doenças Endócrinas Hongbo Yu CAPÍTULO 8 Doenças Renais e do Sistema Urinário Liberto Pechet e Charles Kiefer CAPÍTULO 9 Distúrbios Ginecológicos e Obstétricos Liberto Pechet e Mary Williamson CAPÍTULO 10 Distúrbios Hematológicos Liberto Pechet CAPÍTULO 11 Doenças Hereditárias e Genéticas Marzena Galdzicka, Patricia Minehart Miron e Edward I. Ginns CAPÍTULO 12 Doenças Imunes e Autoimunes Liberto Pechet CAPÍTULO 13 Doenças Infecciosas Michael J. Mitchell CAPÍTULO 14 Distúrbios Respiratórios, Metabólicos e Acidobásicos L.V. Rao e Michael J. Mitchell CAPÍTULO 15 Toxicologia e Monitoramento Farmacológico Terapêutico Amanda Jenkins APÊNDICE Abreviaturas e Acrônimos ÍNDICE ALFABÉTICO1
Introdução à Medicina Laboratorial
L.V. Rao
■ Fatores que influenciam os exames laboratoriais, 1
Causas de erros préanalíticos, 2 Erros analíticos, 4 Valores dos exames laboratoriais, 4 Acurácia (exatidão) e precisão, 5 Curvas de característica de operação do receptor, 6 Erros pósanalíticos, 6 ■ Valores de referência, 6 Exame certo no momento certo pelo motivo certo, 7
Os exames laboratoriais são parte integrante da medicina moderna. Embora sejam responsáveis por apenas 2,3% dos custos anuais com atenção à saúde nos EUA, as análises clínicas são importantes na tomada de decisões por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para o manejo geral em casos de doença. Existem mais de 4.000 exames laboratoriais para uso clínico, e cerca de 500 deles são feitos com regularidade. Nos EUA, o número de laboratórios certificados pela lei Clinical Laboratory Improvement Amendments (CLIA) já ultrapassou os 200.000. A mão de obra na medicina laboratorial compreende patologistas, laboratoristas, farmacêuticos, tecnólogos e técnicos, que desempenham papel vital no sistema de atenção à saúde.
O sistema de saúde depende cada vez mais de serviços confiáveis dos laboratórios de análises clínicas; entretanto, como parte do sistema de saúde geral, essas avaliações laboratoriais são suscetíveis a erros. A medicina laboratorial é mais que o simples uso de substâncias químicas e reagentes para a medição de vários analitos com fins de diagnóstico clínico. A interferência por substâncias endógenas e exógenas é um problema comum para as análises. Essas substâncias são importantes na interpretação apropriada dos resultados, e essa interferência prejudica os cuidados com o paciente, além de aumentar o custo da atenção à saúde. Concluir que cada variável causa sempre um efeito específico seria uma simplificação exagerada; isso depende da pessoa, da duração da exposição à variável, do tempo entre o estresse inicial e a coleta da amostra e do grau de exposição. É muito importante ter consciência de que muitos fatores ocorridos fora do laboratório, no paciente ou em seu entorno, podem influenciar o resultado do exame antes que a amostra chegue ao laboratório ou até mesmo antes da coleta da amostra. Esses fatores podem ser reduzidos ao mínimo quando o clínico faz uma boa anamnese e quando há boa transmissão dessas informações entre o laboratório e o médico. ►
Fatores que influenciam os exames laboratoriais
O processo completo do exame laboratorial, dividido em fases préanalítica, analítica e pósanalítica, serve de base para a criação e a implementação de intervenções, restrições ou limites que reduzem ou eliminam a probabilidade de erros. Recentemente, houve diminuição significativa das taxas de erro, sobretudo de erros analíticos. Dados de estudos recentes demonstram que uma grande porcentagem dos erros laboratoriais ocorre nas etapas préanalítica e pósanalítica. Os erros nos processos préanalítico (61,9%) e pósanalítico (23,1%) foram muito mais frequentes que os erros analíticos (15%).
Causas de erros pré-analíticos
Os fatores préanalíticos ocorrem tanto no paciente quanto na amostra antes da análise. Esses fatores podem ser subdivididos em fatores com ação in vivo (biológicos ou fisiológicos) e ação in vitro (manuseio da amostra e fatores de interferência). Alguns fatores fisiológicos estão além do nosso domínio. Eles incluem idade, sexo, raça e outros que podem ser controlados pelo estabelecimento de limites de referência apropriados. Outros fatores, como dieta, desnutrição, exercício, postura, variações diurnas e sazonais, ciclo menstrual e gravidez, têm de ser levados em conta na interpretação dos resultados. A idade, o sexo e a raça do paciente influenciam os resultados de vários exames laboratoriais. A idade tem efeito notável sobre os valores de referência. Em recémnascidos, a composição do sangue é influenciada pela sua maturidade. Os valores no adulto geralmente são usados como referência para comparação com os valores em crianças e idosos. A concentração da maioria dos constituintes dos exames se mantém constante entre a puberdade e a menopausa nas mulheres e entre a puberdade e a meiaidade nos homens. A concentração plasmática de muitos elementos aumenta nas mulheres após a menopausa. Os níveis de hormônios são influenciados pelo envelhecimento. No entanto, as variações de concentração são muito menos acentuadas que a resposta de um órgão endócrino a estímulos. Até a puberdade, há poucas diferenças dos dados laboratoriais entre meninos e meninas. Depois da puberdade, surgem as variações características dos níveis de hormônios sexuais.
O efeito da alimentação nos resultados laboratoriais é complexo e não se pode simplesmente dividilo nas categorias de “jejum” ou “não jejum” do paciente. O tipo de dieta (hiperlipídica, hipolipídica, vegetariana, desnutrição), o tempo decorrido desde a última refeição e aspectos alimentares específicos para cada exame podem influenciar alguns resultados. O consumo de cafeína, farelo de cereais, serotonina (consumo de frutas e hortaliças como banana, abacate e cebola), fitoterápicos (p. ex., Aloe vera, ruibarbo, sena, quinina e quinidina), o uso de drogas ilícitas, o consumo de etanol e o tabagismo podem induzir efeitos de curta e longa duração que alteram os resultados de vários analitos. É difícil distinguir entre os efeitos da raça e das condições socioeconômicas. O metabolismo de carboidratos e lipídios é diferente em negros e brancos. Negros, polinésios e indígenas norteamericanos têm menor tolerância à glicose que brancos.
Além das alterações hormonais comuns durante o ciclo menstrual, há elevação préovulatória das concentrações de aldosterona e renina. No período da ovulação, os níveis séricos de colesterol são menores que em qualquer outra fase do ciclo menstrual. Na gravidez, observase um efeito dilucional decorrente do aumento do volume plasmático médio, que causa hemodiluição. A gravidez normal é caracterizada por importantes adaptações fisiológicas que modificam os valores de exames bioquímicos e hematológicos no sangue materno. Além disso, há oscilação temporal dos níveis de alguns analitos. Muitos analitos – como cortisol, tireotropina (TSH), hormônio do crescimento (GH), potássio, glicose, ferro e citocinas próinflamatórias – apresentam variação diurna. Hormônios como o hormônio luteinizante (LH), hormônio foliculoestimulante (FSH) e testosterona, liberados em salvas de curta duração (apenas dois minutos) dificultam as medições acuradas. Variações sazonais também afetam alguns analitos, como a vitamina D (nível mais alto durante o verão), o colesterol e os hormônios tireoidianos (níveis mais altos durante o inverno). A medição no nível do mar ou em altitude elevada também ocasiona variação dos níveis de alguns constituintes do sangue. O hematócrito (Ht), a hemoglobina (Hb) e a proteína C reativa (PCR) podem ser mais altos em grandes altitudes. Os níveis de renina plasmática, transferrina plasmática, creatinina urinária, depuração de creatinina e estriol plasmático caem com a elevação da altitude.
O estresse, tanto físico quanto mental, influencia a concentração de muitos constituintes plasmáticos, entre eles cortisol, aldosterona, prolactina, TSH, aldosterona, colesterol, glicose, insulina e lactato. A cegueira diminui a estimulação normal do eixo hipotalâmicohipofisário. Consequentemente, podem ser observadas algumas características de hipopituitarismo e hipoadrenalismo. Em alguns indivíduos cegos, as variações diurnas normais do cortisol podem persistir; em outros, não. A febre provoca muitas respostas hormonais, assim como o choque e o traumatismo. O estresse de uma cirurgia reduz em 50% os níveis séricos de triiodotironina (T3) em pacientes sem doença tireoidiana.
Transfusões e infusões também podem influenciar significativamente alguns valores laboratoriais. Durante uma infusão, não se deve fazer a coleta do sangue próximo ao local da infusão. Devese obter sangue do braço oposto. Depois da administração de uma emulsão gordurosa é preciso esperar no mínimo oito horas antes da coleta de sangue. Nos casos de transfusão sanguínea, o grau de hemólise e, por conseguinte, o aumento dos níveis de potássio, lactato desidrogenase (LDH) e hemoglobina livre, estão diretamente relacionados com o tempo de armazenamento do sangue transfundido.
maratona na noite anterior à coleta, pode influenciar os resultados de vários analitos. Para reduzir as variáveis préanalíticas introduzidas pelo exercício, as pessoas devem ser instruídas a evitar atividades extenuantes na noite anterior ao exame e a não se exercitarem caminhando longas distâncias, correndo ou subindo escadas antes da coleta. Além disso, a lesão muscular associada ao traumatismo da cirurgia aumenta a atividade sérica de enzimas originárias do músculo esquelético, que pode persistir por vários dias.
Os volumes de plasma e líquido extracelular diminuem em alguns dias depois do início do repouso no leito. No repouso prolongado no leito, há retenção de líquido e os níveis de proteínas plasmáticas e albumina podem cair, em média, 0,5 e 0,3 g/d , respectivamente. Por conseguinte, cai também a concentração de proteína ligada. Variações da postura durante a coleta de sangue podem influenciar a concentração de vários analitos medidos no soro ou no plasma. A mudança da posição de decúbito dorsal para a posição ortostática ou sentada pode deslocar a água do compartimento intravascular para o compartimento intersticial. Assim, aumenta a concentração de moléculas maiores, que não são filtráveis. Esses efeitos são acentuados em pacientes com tendência a edema, como na insuficiência cardiovascular e na cirrose hepática.
Entre as variáveis préanalíticas controláveis, a coleta da amostra é a mais crucial. A maioria dos erros préanalíticos se deve à coleta de amostras inaceitáveis por erro de identificação, volume insuficiente para o exame, proporção errada entre sangue total e anticoagulante e características da amostra (hemólise, coágulos, contaminação, coleta em frasco errado). A hemólise, a lipemia e a icterícia exercem efeitos variáveis nos exames e dependem do método de análise e do analito. O tempo e a temperatura de armazenamento da amostra, bem como as etapas de processamento no preparo do soro ou na separação de plasma ou células, podem introduzir variáveis préanalíticas.
A aplicação de torniquete, pela redução da pressão abaixo da pressão sistólica, mantém a pressão de filtração efetiva nos capilares. Assim, há transferência de pequenas moléculas e líquido do espaço intravascular para o interstício. A aplicação de torniquete por mais de um minuto pode causar hemoconcentração de grandes moléculas incapazes de atravessar a parede dos capilares. Para minimizar os efeitos préanalíticos do tempo de aplicação do torniquete, devese retirálo assim que a agulha penetrar na veia. Evitar que a mão fique fechada por muito tempo durante a flebotomia e não manter o torniquete por mais de um minuto são medidas que podem minimizar erros préanalíticos.
Vários sais de heparina, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) e citrato de sódio são muito usados em laboratórios de análises clínicas. A heparina é o anticoagulante preferido nas amostras de sangue para dosagem de eletrólitos e outros exames bioquímicos de rotina. As diferenças óbvias entre os resultados de alguns analitos no soro e no plasma heparinizado estão relacionadas ao consumo de fibrinogênio e à lise de elementos celulares durante o processo de coagulação. O EDTA é o anticoagulante mais usado nas determinações hematológicas de rotina. Sua ação anticoagulante se deve à quelação de íons cálcio, necessários para o processo de coagulação. O citrato foi usado como anticoagulante na coleta de amostras de sangue destinadas a provas da coagulação, como tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial (TTP). Um laboratório que usa uma das concentrações (3,2% ou 3,8%) para determinar o TP em pacientes em terapia anticoagulante oral não deve alternar entre as formulações. Isso afetaria as razões normalizadas internacionais (INR) usadas para descrever os resultados do TP. O fluoreto de sódio e o iodoacetato de lítio foram usados, sozinhos ou combinados a anticoagulantes como oxalato de potássio, EDTA, citrato ou heparina lítica na coleta de sangue. Na ausência de inibidores glicolíticos, pode haver diminuição de até 24% do nível de glicose em uma hora após a coleta de sangue em neonatos, em contraste com a diminuição de 5% em indivíduos saudáveis quando a amostra é armazenada em temperatura ambiente. A razão anticoagulantesangue é crucial para alguns exames laboratoriais. Em geral, a coleta de amostras de sangue menores que o volume nominal aumenta a molaridade efetiva do anticoagulante e induz alterações osmóticas que afetam a morfologia celular. Além disso, a ligação de analitos como cálcio ou magnésio iônico à heparina pode ser estimulada quando a concentração efetiva de heparina não fracionada é maior que a concentração normal de 14,3 U/m de sangue.
Para o coagulograma é necessário conhecer ou ter acesso ao histórico do paciente, visto que muitos medicamentos anticoagulantes (varfarina, heparina e inibidores diretos da trombina) e a transfusão de hemoderivados, componentes do sangue e fatores da coagulação influenciam os resultados. Os fármacos de venda livre (com base no ácido acetilsalicílico) exercem efeito prolongado sobre as provas de função plaquetária. Além disso, o estado fisiológico do paciente é importante.
A qualidade das amostras enviadas ao laboratório de microbiologia é decisiva para a excelência da avaliação da amostra. As técnicas gerais de coleta e manuseio da amostra instituídas para maximizar a detecção de microrganismos e isolar patógenos relevantes das amostras obtidas de diferentes locais do corpo devem ser revistas com o laboratório antes da coleta. Além disso, a interpretação válida dos resultados da cultura só é possível quando a amostra obtida é apropriada para o processamento. Logo, é preciso ter cuidado para coletar somente as amostras que podem conter patógenos em vez de flora colonizadora ou contaminantes. As regras específicas para a coleta de material variam de acordo com a origem da amostra, mas existem vários princípios gerais. O transporte imediato das amostras para o laboratório de microbiologia é essencial para otimizar o resultado das culturas e a interpretação dos resultados. Atrasos no processamento podem ensejar a proliferação excessiva de alguns microrganismos ou a morte de outros mais exigentes. O ideal é que as amostras para cultura bacteriana cheguem ao laboratório de microbiologia dentro de 1 a 2 h após a coleta. Se a demora for inevitável, a maioria das amostras (com exceção de sangue, líquido cerebrospinal, líquido articular e culturas para Neisseria gonorrhoeae) deve ser refrigerada até ser transportada. Erros analíticos
Durante muito tempo, os laboratórios de análises clínicas concentraram a atenção em métodos de controle de qualidade e programas de avaliação de qualidade voltados para os aspectos analíticos do exame. O erro total analítico (ou erro de medida) referese a erros do ensaio de todos os tipos resultantes do experimento de coleta de dados. A expectativa é de que haja algum erro, visto que nem todos os componentes de medida são iguais. Existem quatro tipos principais de erro experimental: aleatório (imprevisível), sistemático (uma direção), total (aleatório e sistemático) e idiossincrásico (não metodológico).
Os erros causados por problemas analíticos diminuíram bastante com o tempo, mas há indícios de que, sobretudo no que diz respeito aos imunoensaios, a interferência pode ter grave impacto nos pacientes. As paraproteínas podem interferir em medidas químicas quando formam precipitados durante o procedimento de análise. Anticorpos heterofílicos são anticorpos humanos capazes de se ligar a anticorpos de animais. Podem causar problemas em imunoensaios, sobretudo em ensaios imunométricos, nos quais podem formar uma ponte entre os anticorpos de captura e detecção, com consequentes resultados falsopositivos na ausência de analito ou, se o analito estiver presente, falsa elevação da concentração medida. Muito raramente, os anticorpos heterofílicos também podem acarretar resultados falsonegativos ou falsamente baixos. Níveis muito elevados de hormônios podem interferir com sistemas de imunoensaios e causar falsa redução dos níveis de analitos. Isso é atribuível ao “efeito gancho”, que representa a inibição da formação de imunocomplexos pela concentração excessiva de antígeno. Há proteínas bem conhecidas por formarem agregados com imunoglobulinas ou proteínas de alto peso molecular. Proteínas de importância clínica que podem ter formas “macro” – entre elas, amilase, creatinoquinase, LDH e prolactina – podem elevar os resultados quando se usam determinados exames laboratoriais, embora o paciente não tenha a doença clínica relacionada com a concentração elevada do analito. A interferência com o imunoensaio não é específica para o analito e varia com o tempo. A duração pode ser longa em alguns pacientes e curta em outros. Essa interferência influencia muitas análises, mas não todas. Os resultados errados também podem ser consequência de muitos fenômenos biológicos comuns causadores de variação analítica. Esses incluem crioaglutininas, rouleaux, efeitos de matriz osmóticos, aglutinação plaquetária, plaquetas gigantes, eritrócitos íntegros, eritrócitos nucleados, megacariócitos, inclusões hemáticas, crioproteínas, mucina circulante, leucocitose, hemólise in vitro, microcitose extrema, bilirrubinemia, lipemia e assim por diante.
Valores dos exames laboratoriais
Antes que um método seja realizado rotineiramente, é indispensável que os protocolos de avaliação desse método assegurem que o procedimento de medida satisfaça os critérios definidos, por exemplo, a acurácia (exatidão), a precisão e a estabilidade necessárias para atender às necessidades da população de pacientes do laboratório. Quatro indicadores são usados com frequência para determinar a fidedignidade de um exame laboratorial clínico. Dois deles, acurácia e precisão, refletem o desempenho do método de teste no dia a dia do laboratório. Os outros dois, sensibilidade e especificidade, indicam a capacidade do teste de distinguir entre doença e ausência de doença. A acurácia e a precisão de cada método de teste são determinadas e monitoradas com frequência pelo laboratório de análises clínicas. Os dados de sensibilidade e especificidade são determinados por estudos de pesquisa e ensaios clínicos. Embora cada exame tenha suas próprias medidas de desempenho e usos apropriados, os exames laboratoriais são planejados para atingir a máxima precisão, acurácia, especificidade e sensibilidade possível.
Acurácia (exatidão) e precisão
“Acurácia” (veracidade) é a capacidade de um exame de medir o que afirma medir, e é definida como a proporção de resultados (positivos e negativos) corretos. Precisão (repetibilidade) é a capacidade de um exame de apresentar o mesmo resultado quando repetido no mesmo paciente ou na mesma amostra. Os dois conceitos estão relacionados, mas são diferentes. Por exemplo, um exame pode ser preciso, mas não acurado se, em três ocasiões, produziu aproximadamente o mesmo resultado, mas esse resultado era muito diferente do valor real determinado por um padrão de referência.
A sensibilidade é definida como a capacidade do exame de identificar corretamente as pessoas que têm a doença. É o número de pessoas com resultado positivo e com a doença dividido pelo número total de pessoas com a doença. Um exame com alta sensibilidade tem poucos resultados falsonegativos. A especificidade é definida como a capacidade do exame de identificar corretamente as pessoas que não têm a doença. É o número de pessoas com resultado negativo e que não têm a
doença dividido pelo número total de pessoas que não têm a doença. Um exame com alta especificidade tem poucos resultados falsopositivos. A sensibilidade e a especificidade são mais úteis ao se avaliar um exame usado para rastreamento de uma população em geral. Essas características do exame também são interdependentes (Figura 1.1): o aumento da sensibilidade é acompanhado por diminuição da especificidade e viceversa.
Os valores preditivos são importantes para avaliar a utilidade clínica de um exame para cada paciente. O valor preditivo positivo (VPP) é a probabilidade de doença em um paciente cujo teste é positivo. Por outro lado, o valor preditivo negativo (VPN) é a probabilidade de que o paciente não tenha doença se o resultado do exame for negativo.
O VPP e a sensibilidade dos exames são complementares na avaliação dos resultados verdadeiropositivos. Supondo que o exame seja positivo, o VPP é a probabilidade de que haja doença, ao contrário da sensibilidade, que é, supondo que haja doença, a probabilidade de que o exame seja positivo. Do mesmo modo, o VPN e a especificidade são complementares na avaliação dos resultados verdadeironegativos. Supondo que o exame seja negativo, o VPN é a probabilidade de ausência da doença. Isso é o contrário da especificidade, que é, supondo que não haja doença, a probabilidade de que o exame seja negativo. (Ver mais informações na Figura 1.1.) Os valores preditivos dependem da prevalência de uma doença em uma população. Um exame com determinada sensibilidade e especificidade pode ter diferentes valores preditivos em diferentes populações de pacientes. Se o exame for usado em uma população com alta prevalência de doença, o VPP será elevado; o mesmo exame terá um baixo VPP quando usado em população com baixa prevalência da doença. Figura 1.1 Sensibilidade, especificidade e valores preditivos em exames laboratoriais. VPN, valor preditivo negativo; VPP, valor preditivo positivo. As razões de verossimilhança (RV) são outro modo de avaliação da acurácia de um exame no ambiente clínico. Também são independentes da prevalência da doença. A RV indica o quanto um determinado resultado do teste diagnóstico aumenta ou reduz as chances de uma doença em relação à probabilidade da doença. Cada exame é caracterizado por duas RV: positiva (RVP) e negativa (RVN). A RVP informa as chances da doença se o resultado do exame for positivo e a RVN informa as chances de doença se o resultado for negativo. RVP = Sensibilidade / (1 – Especificidade) RVN = (1 – Sensibilidade) / Especificidade.
A RV maior que 1 aumenta a chance de que a pessoa tenha a doençaalvo, e, quanto maior é a RV, maior é esse aumento da chance. Por outro lado, uma RV menor que 1 diminui a chance de que o paciente tenha a doençaalvo.
Curvas de característica de operação do receptor
As curvas de característica de operação do receptor (ROC) possibilitam a identificação do valor de corte (cutoff) que minimiza tanto resultados falsopositivos quanto falsonegativos. Na curva ROC, a sensibilidade é representada no eixo y e 1 – especificidade, no eixo x. A aplicação de diversos valores de corte à mesma população de referência possibilita a geração da curva. O exame perfeito teria um valor de corte que permitisse a divisão exata das populações doente e não doente (i. e., um valor de corte com sensibilidade de 100% e especificidade de 100%). O resultado seria um ângulo reto com fulcro no ângulo superior esquerdo extremo (x = 0, y = 1). Esse caso, porém, é muito raro. Na maioria dos casos, a sensibilidade aumenta e a especificidade diminui da esquerda para a direita na curva ROC. O cálculo da área sob a curva ROC possibilita a comparação de diferentes exames. O exame perfeito tem área sob a curva (AUC) igual a 1. Portanto, quanto mais próxima de 1 estiver a AUC, melhor é o exame. Da mesma maneira, quando se quer conhecer o valor de corte de um exame que minimiza resultados falso positivos e falsonegativos (e, portanto, maximiza a sensibilidade e a especificidade), devese selecionar o ponto na curva ROC mais próximo do ângulo superior esquerdo (x = 0, y = 1). No entanto, encontrar o equilíbrio certo entre sensibilidade e especificidade ideais pode não significar a minimização simultânea de resultados falsopositivos e falsonegativos em todas as situações. Por exemplo, no rastreamento de uma doença fatal, mas curável, pode ser desejável aceitar mais falsopositivos (menor especificidade) em troca de menos falsonegativos (maior sensibilidade). As curvas ROC possibilitam uma avaliação mais complexa de um exame e dos possíveis valores de corte, mas não são os árbitros definitivos do ajuste da sensibilidade e da especificidade.
Erros pós-analíticos
Aproximadamente 70 a 80% do prontuário do paciente consistem em resultados dos exames laboratoriais. Os erros pósanalíticos dependem da criação e do desenvolvimento dos processos e procedimentos que garantirão o registro correto e imediato dos resultados no prontuário do paciente, com os valores de referência corretos e a interpretação apropriada do resultado. A transcrição manual e a comunicação por telefone devem ser desencorajadas, pois estão sujeitas a erros de transcrição do receptor. A introdução de um sistema de prescrição eletrônica nos hospitais eliminou alguns erros, mas não o risco de troca e erro de identificação de pacientes. ►
Valores de referência
O termo “valores de referência” praticamente substituiu a designação obsoleta “valores normais”. Os exames laboratoriais costumam ser comparados a valores de referência antes que os profissionais de saúde façam avaliações fisiológicas e diagnósticas ou que escolham a conduta a ser tomada. Essas comparações podem ser transversais ou longitudinais. A comparação transversal é a comparação do resultado de um analito de um paciente com os valores desse analito obtidos em um grupo de indivíduos aparentemente saudáveis. Esse tipo é conhecido como valores de referência “baseados na população”. Outro exemplo de comparação transversal ocorre quando o resultado de um paciente é comparado a um valor fixo ou de corte. Existem dois tipos de valores de referência com base na população. O tipo mais comum é derivado de uma amostra de referência de pessoas em boas condições de saúde (associado à saúde). O outro tipo de valores de referência foi denominado “baseado em decisão” e define limites de decisão específicos usados por médicos no diagnóstico ou no tratamento dos pacientes. As comparações longitudinais são aquelas em que um valor recente de um paciente é comparado aos valores anteriores para o mesmo analito. Essa comparação pode ajudar a detectar uma alteração do estado de saúde.A variação do valor de referência ao longo de um período é usada no monitoramento de pacientes. Tanto os limites de referência saudáveis quanto os limites de referência associados à doença são importantes para a interpretação clínica dos resultados e variam de um laboratório para outro. Essas variações podem ser causadas por procedimentos de processamento préanalíticos, populações de indivíduos saudáveis, variações biológicas aleatórias inerentes, plataformas de análise ou imprecisão analítica existente quando tenham sido determinados os valores de referência.
É difícil definir os limites decisivos para a classificação ideal dos pacientes nas categorias “doença” ou “saudável”. A maioria das doenças não apresenta distribuição homogênea, mas um continuum de formas leves e graves. Vários modelos e ferramentas estatísticos já foram elaborados para formalizar o processo de decisão médica, mas a maioria dos modelos não inclui as diferenças metodológicas dos valores dos exames laboratoriais. A principal utilidade para os profissionais de saúde dos valores de referência baseados em uma população saudável é possibilitar uma avaliação rudimentar da possibilidade de que o valor do teste em um paciente específico seja diferente dos valores normalmente encontrados em indivíduos saudáveis semelhantes. As diretrizes de tomada de decisão médica usam um intervalo de referência padrão de 95%. Quando o intervalo de referência saudável inclui o intervalo central de 95% dos indivíduos saudáveis semelhantes, a chance de encontrar um valor fora do intervalo de referência em indivíduo saudável semelhante é menor que 1 em 20. Convencionalmente, um limite comum de aceitabilidade é calculado pela média de dados populacionais ± 2 desvios padrões (DP), porque inclui cerca de 95% das observações que devem ser “normais”. Com essa convenção, é essencial lembrar que 5% (geralmente, 2,5% na extremidade inferior e 2,5% na extremidade superior) dos resultados podem estar fora do limite de ± 2 DP, mesmo em uma população saudável “normal”. Um bom exemplo disso é o uso de vários exames bioquímicos para rastreamento de pessoas reconhecidamente sem doença. A probabilidade de anormalidade de algum exame é de aproximadamente 2 a 5%, e a probabilidade de doença se o exame de rastreamento for anormal costuma ser baixa (0 a 15%). A frequência de exames anormais é de 1,5% (albumina) a 5,9% (glicose), indo até 16,6% para o sódio. De acordo com as expectativas estatísticas, quando se faz uma série de oito exames em um programa de saúde multifásico, 25% dos pacientes têm um ou mais resultados anormais; quando a série inclui 20 exames, 55% têm uma ou mais anormalidades.
Nos laudos qualitativos (p. ex., positivo, negativo), os limites (cortes) de decisão ideais podem ser determinados por análises da curva ROC. Se o resultado falso positivo acarretar um desfecho mais prejudicial, os limites de decisão devem ser afastados do ideal segundo a curva ROC em uma direção que minimize diagnósticos falsopositivos. Da mesma maneira, se o resultado falsonegativo for mais perigoso, os limites de decisão devem ser modificados para minimizar os diagnósticos falsonegativos. Embora os limites de decisão sejam ferramentas melhores que os valores de referência para avaliar o valor diagnóstico de exames laboratoriais, existem alguns pontos negativos. Primeiro, os limites de decisão não levam em conta o grau de desvio de um resultado acima ou abaixo do limite de decisão. Um resultado um pouco acima do limite é considerado positivo da mesma maneira que outro que esteja muito acima do limite, enquanto um resultado pouco abaixo do limite de corte é considerado negativo.
Exame certo no momento certo pelo motivo certo
Assim como o valor absoluto de um resultado, ao interpretar o resultado de um exame ou a variação de resultados sequenciais é preciso levar em conta a situação clínica, as modificações recentes da conduta e os resultados anteriores. A repetição excessiva dos exames é inútil, e a sobrecarga aumenta a possibilidade de erros do laboratório. Os intervalos entre os exames devem ser determinados pela condição clínica do paciente. Valores laboratoriais negativos (ou qualquer outro tipo de exame) não excluem necessariamente um diagnóstico clínico. Os exames só devem ser solicitados quando modificam o diagnóstico, o prognóstico, o tratamento ou a conduta. Resultados errados ou variações individuais isoladas dos resultados podem causar a síndrome de Ulisses1 e redundar em perda de tempo, dinheiro e paz de espírito. 1 N.R.T.: A síndrome de Ulisses é uma complicação de resultados falsopositivos que desencadeiam uma investigação diagnóstica agressiva para elucidar aquilo que, na verdade, não é uma doença.
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Exames Laboratoriais
L.V. Rao, Liberto Pechet, Amanda Jenkins, Edward I. Ginns, Marzena Galdzicka, Guy Vallaro, Charles Kiefer e Patricia Minehart Miron
1,5anidroglucitol, 16 11desoxicortisol, 17 17cetosteroides, urina (17KS), 17 17αhidroxiprogesterona, 19 5,10metilenotetraidrofolato redutase (MTHFR), análise molecular de, 19 5γʼnucleotidase (5ʼribonucleotídio fosfoidrolase, 5ʼNT), 20 Ácido 5hidroxindolacético, urina, 20 Ácido acetilsalicílico, 21 Ácido homovanílico, urina, 21 Ácido metilmalônico, 22 Ácido úrico (2,6,8 trioxipurina, urato), 23 Ácido úrico, urina, 25 Ácido vanililmandélico, urina, 26 Ácidos graxos, livres, 26 ACTH, teste de supressão da secreção hipofisária com dexametasona, 27
Teste com altas doses: teste noturno (8 mg), 28 Teste com altas doses: teste padrão de 2 dias (8 mg), 28 Teste com baixas doses: teste de triagem noturno com 1 mg, 29 Teste com baixas doses: teste padrão de 2 dias (2 mg), 29
Adiponectina, 29
Agregação plaquetária, 30 Albumina, soro, 31
Alcoóis (voláteis, solventes), 33 Aldosterona, 34
Alfa1antitripsina (AAT, inibidor da alfa1tripsina, inibidor da alfa1proteinase), 34
Alfetoproteína (AFP) como marcador tumoral, soro, 35 Alucinógenos, 36 Amilase, 37 Amilase, urina (razão de depuração [clearance] da amilase:creatinina [ALCR]), 39 Aminotransferases (AST, ALT), 40 Amniocentese, 41 Amônia (NH3 sanguínea, NH3, NH4), 42 Amostra de sangue fetal (coleta percutânea de amostra de sangue umbilical [PUB], cordocentese, 43 Amostra de vilosidades coriônicas, 43 Análise de variantes de hemoglobina, 43 Análise genética molecular prénatal (análise prénatal de DNA), 45 Androstenediona, soro, 46 Anfetaminas, 46 Angiotensina II, 47 Antiarrítmicos, 48 Antibióticos, 48 Anticoagulante lúpico, 49 Anticoagulante lúpico, pesquisa de, 51 Anticoagulantes, circulantes, 51 Anticoagulantes, pesquisa de sensibilidade genética a, 52 Anticonvulsivantes, 52 Anticorpo anticitoplasma de neutrófilo, 53 Anticorpo antifator intrínseco, 55 Anticorpo antinuclear, 56 Anticorpo antipeptídio citrulinado cíclico, IgG, 58 Anticorpo IgA antitransglutaminase tecidual (tTGIgA), 59 Anticorpos anticardiolipina, 60 Anticorpos antiespermatozoide (direto), 62 Anticorpos antigliadina (desamidada), IgG e IgA, 62 Anticorpos antiplaquetários, 63 Antidepressivos, 64 Antígeno carcinoembrionário, 65 Antígeno prostático específico, total e livre, 66 Antiglobulina, testes direto e indireto, 68 Antihipertensivos, 69 Antiinflamatórios, 69 Antineoplásicos, 70 Antipsicóticos, 70 Antitrombina, 71 Apolipoproteínas A1 e B, 71 Atividade da renina plasmática, 73 Autoanticorpos antiilhotas pancreáticas (AAI), 75 Autoanticorpos antitireoidianos, 76 Benzodiazepínicos, 77 Beta2 microglobulina, soro, urina, líquido cerebrospinal, 78 Betahidroxibutirato, 79 Bicarbonato, sangue, 80 Bilirrubinas; total, direta e indireta, 81
Bilirrubinas; total, direta e indireta, 81 Biopsia fetal, 83 Broncodilatadores, 83 Cálcio, ionizado, 83 Cálcio, total, 84 Cálcio, urina, 87 Calcitonina, 88 Cannabis sativa (maconha), 89 Captação de iodo radioativo pela tireoide (RAIU), 90 Carboxihemoglobina (monóxido de carbono, COHb, HbCO), 91 Catecolaminas, soro, 92 Ceruloplasmina, 93 Chumbo, 94 Cininogênio de alto peso molecular e précalicreína (fator de Fletcher), 95 Cistatina C, 95 Cistina, urina, 96 Citogenética prénatal: hibridização in situ por fluorescência (FISH) e análise cromossômica, 97 Citogenética: hibridização in situ por fluorescência (FISH), análise cromossômica e cariotipagem, 98 Citomegalovírus, análise molecular quantitativa, 98 Cloreto, 99 Cloreto, urina, 100 Coagulação, fatores da, 101 Coagulação, tempo de (tempo de coagulação de LeeWhite), 104 Cobre, 104 Cocaína, 105 Colestase, provas enzimáticas (ALP, 5ʼnucleotidase, GGT, LAP), 106 Colesterol, lipoproteína de alta densidade, 107 Colesterol, lipoproteína de baixa densidade (LDL), 108 Colesterol, total, soro, 110 Colinesterase (pseudocolinesterase), 111 Concentração de hemoglobina corpuscular média, 112 ►
CONTAGEM CELULAR, ANÁLISE DE LÍQUIDOS CORPORAIS, 113
Líquido cerebrospinal (LCS), 113Outros líquidos corporais: espaços pleural, pericárdico e peritoneal, 114
Cooximetria, 115 Cortisol livre, na urina de 24 h, 116 Cortisol, saliva, 117 Cortisol, soro, 117 Creatina, 118 Creatinina com taxa de filtração glomerular estimada (TFGe), 118 Creatinina, depuração (clearance) da (CrCl), 120 Creatinina, urina, 121 Creatinoquinase, total, 122 Creatinoquinase, isoenzima MB (CKMB), 124 Creatinoquinase, isoenzimas (CKBB, CKMM, CKMB), 126 Creatinoquinase, macroisoenzima,, 127 Crioaglutininas, 128 Criofibrinogênio, 128 Crioglobulinas, 129 Cristais, líquido sinovial, 130 Cromogranina A, plasma, 133 Desidroepiandrosterona, soro (DHEA, DHEA não conjugada), 133 Desidroepiandrosterona, sulfato de (DHEAsulfato), soro, 134 Desidrogenase láctica, 136 Detecção da mutação V617F no gene JAK2, 137 Digoxina, 138 Dímeros D, 139 Dióxido de carbono, total, 140 Doença de Gaucher, análise molecular do DNA, 141 Doença de TaySachs,análise molecular do DNA, 141 Enolase neurônioespecífica (NSE), 142 Ensaio para mutação molecular da protrombina G20210A, 143 Ensaio para mutação na hemocromatose hereditária, 143 Enzima conversora de angiotensina (ECA, quinase II), 144 Eritrócitos: contagem e morfologia, 145 Esfregaço de sangue periférico, 147 Espermograma, 148 Estradiol, não conjugado, 149 Estrogênio/progesterona, receptores de, 149 Estrogênios (totais), soro, 150 Estrona, 152 Etilenoglicol, 154 Excreção de iodo, urina de 24 h, 154 Fármacos cardiovasculares (ver também digoxina), 155 Fator de crescimento insulinosímileI (IGFI), 157 Fator de crescimento insulinosímileII, 158 Fator reumatoide, 159 Fator V de Leiden, análise molecular, 160 Fator VIII (fator antihemofílico), 161 Fator XI, 162 Fator XII (fator de Hageman), 162 Fator XIII, 163 Ferritina, 163 Ferro (Fe), 164 Ferro, capacidade total de ligação, 165 Ferro, saturação, 166 Fibrinogênio (fator I), 167 Fibrinogênio, produtos de degradação do, 168
Fibrinogênio, produtos de degradação do, 168 Fibronectina, fetal (FNf), 168 Fibrose cística, teste para mutação da, 169 Folato, sérico e eritrocitário, 170 Fosfatase ácida, 171 Fosfatase alcalina, 172 Fosfatase alcalina leucocitária, 174 Fosfatidilglicerol (PG), 175 Fosfato, sangue, 176 Fosfolipase A2 associada à lipoproteína, 178 Fosfolipídios, 178 Fósforo, urina, 179 Frutosamina, soro, 180 Frutose do sêmen, 181 Galactose1fosfato uridiltransferase, 181 Gamaglutamiltransferase, 182 Gasometria arterial, pH, 183 Gastrina, 184 Glicose, líquido cerebrospinal, 185 Glicose, sangue total, soro, plasma, 186 Glicose, teste oral de tolerância, 189 Glicose, urina, 190 Glicose6fosfato desidrogenase, 191 Globulina de ligação da tiroxina (TBG), 192 Globulina de ligação dos hormônios sexuais, 193 Glucagon, 194 Glucagon, teste de estimulação do, 194 Gonadotropina coriônica humana, 195 Grelina, 196 Haptoglobina, 196 Hematócrito, 197 Hemoglobina, 198 Hemoglobina corpuscular média, 198 Hemoglobina glicada (hemoglobina glicosilada, HbA1c), 199 Hemograma completo, 200 Heparina, ensaios para trombocitopenia induzida por, 200 Hiato aniônico, 201 Hiato osmolal, 202 Hibridização genômica comparativa de arranjos (aCGH) (análise genômica de microarranjos), 203 Homocisteína, 203 Hormônio adrenocorticotrófico, 204 Hormônio antidiurético, 205 Hormônio do crescimento, 206 Hormônio liberador de corticotropina, 207 Hormônio liberador de corticotropina, teste de estimulação com, 208 Hormônio liberador de tireotropina, teste de estimulação com, 209 Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH, somatocrinina), 211 Hormônio luteinizante, 211 Hormônio tireoestimulante, 211 Hormônios foliculoestimulante e luteinizante, soro, 213 Identificação de portador de doença genética, 214 IgG:albumina, razão, LCS, 215 Imunoglobulina A, 215 Imunoglobulina D, 217 Imunoglobulina E, 218 Imunoglobulina G, 219 Imunoglobulina M, 220 Imunoglobulinas, cadeias leves livres, soro, 221 Imunossupressores, 223 Índice de anisocitose, 224 Inibidor do ativador do plasminogênio 1, 224 Inibinas A e B, soro, 225 Insulina, 226 Insulina, teste de tolerância à, 227 Insulina:peptídio C, razão, 228 Lactato desidrogenase, isoenzimas da, 229 Lactato, sangue, 231 Lecitina:esfingomielina, razão, 232 Leptina, 233 Leucina aminopeptidase, 233 Leucócitos, contagem total e diferencial, 234 Leucócitos, inclusões e anormalidades morfológicas dos, 235 Lipase, 236 Magnésio, 237 Magnésio, urina, 239 Marcador tumoral125, soro, 240 Marcador tumoral 153 (CA 153), 241 Marcador tumoral 199, 242 Marcador tumoral 2729 (CA 2729), 243 Maturidade pulmonar fetal (MPF), pesquisa com luz polarizada, 243 Medula óssea, análise da, 244 Metais pesados, 245 Metanefrinas, urina, 246 Metotrexato, 247 Microalbumina, urina, 247 Mieloperoxidase, plasma, 248 Mioglobina, 249 Neutrófilos, pesquisa de disfunção, 250 Nicoticina/cotinina, 251
Nicoticina/cotinina, 251 Opiáceos, 251 Opioides, 251 Osmolalidade, soro e urina, 253 Paracetamol (Nacetilpaminofenol; APAP), 255 Paratormônio, 255 Peptídio C, 256 Peptídio natriurético cerebral, 257 Peptídio relacionado com o paratormônio, 258 Pesquisa de anormalidades cromossômicas fetais e defeitos do tubo neural, 264 Pesquisa de sangue oculto nas fezes, 264 Piruvatoquinase eritrocitária, 265 Plaquetas, 266 Plaquetas, teste de avaliação funcional, in vitro, 267 Plasminogênio, 267 Pleura, biopsia com agulha (tórax fechado), 267 Polipeptídio intestinal vasoativo (VIP), 268 Potássio, 268 Potássio, urina, 271 Préalbumina, 272
Prénatal (triagem integrada/sequencial no 1o e no 2o trimestres), 273
Prénatal, 1o trimestre, 274
Prénatal, 2o trimestre, 274
Pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2), sangue, 275 Pressão parcial de oxigênio, sangue, 276 Progesterona, 277 Proinsulina, 278 Prolactina, 278 Proteína (total), soro, 280 Proteína (total), urina, 281 Proteína βtraço, 282 Proteína C, 283 Proteína C reativa, alta sensibilidade, 284 Proteína de ligação do fator de crescimento insulinosímile3 (IGFBP), 285 Proteína S, 287 Proteína, líquido cerebrospinal, 288 Proteínas séricas, eletroforese/imunofixação das, 288 Proteínas, urina, eletroforese/imunofixação das, 291 Prova de afoiçamento (prova de falcização), 292 Razão de ligação do hormônio tireóideo (THBR), 293 Resistência à proteína C ativada (RPCA), 294 Reticulócitos, 294 Retração do coágulo, 295 Salicilatos (ácido acetilsalicílico), 295 Sedativohipnóticos, 296 Serotonina, sangue, 298 Sódio (Na), 299 Sódio, urina, 299 Substância de inibição mülleriana, 300 T3 reversa (rT3), triiodotironina, reversa, 301 Tempo de coagulação ativado, 302 Tempo de protrombina e Razão Normalizada Internacional (IRN), 302 Tempo de reptilase, 303 Tempo de sangramento, 304 Tempo de trombina, 305 Tempo de tromboplastina parcial (TTP, TTPa), 305 Teofilina (1,3dimetilxantina), 307 Teste com metirapona, 307 Teste de compatibilidade prétransfusão, 309 ►
TESTE DE COOMBS (ANTIGLOBULINA), 311
Teste de Coombs direto, 311 Teste de Coombs indireto, 311
Teste de estimulação com ACTH (cosintropina), 312 Teste de formação de roseta, 314 Teste de KleihauerBetke, 314 Teste de privação de água, 315 Teste do suor quantitativo por iontoforese com pilocarpina, 316 Testosterona, total, livre, biodisponível, 317 Tireoglobulina (Tg), 320 Tiroxina, livre (FT4), 322 Tiroxina, total (T4), 323 Transferrina, 326 Triglicerídios, 327 Triiodotironina (T3), 328 Triiodotironina (T3), captação em resina, 329 Tromboelastograma, 330 Troponinas, troponina I e troponina T (cardioespecíficas), 330 Ureia sanguínea, 332 Ureia, urina, 333 Ureia:creatinina, razão, 333 Urina, exame completo, 334 Velocidade de hemossedimentação, 337 Viscosidade, soro, 338 Vitamina A (retinol, caroteno), 338 Vitamina A, teste de doseresposta relativa (RDR), 340 Vitamina B1 (tiamina), 340 Vitamina B (cianocobalamina, cobalamina), 341