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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE DIREITO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL: O NOVO CPC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL: O NOVO CPC

ANA ELISA BORGES MONTEIRO BRITTA

ARBITRAGEM INTERNACIONAL

A abordagem do Código de Processo Civil e aplicabilidade nas questões internacionais

Cuiabá-MT 2018

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ARBITRAGEM INTERNACIONAL

A abordagem do Código de Processo Civil e aplicabilidade nas questões internacionais

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação lato sensu em Direito Processual Civil: O NOVO CPC Coordenado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso

Orientação: Marcelo Antonio Theodoro

Cuiabá - MT 2018

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ARBITRAGEM INTERNACIONAL

A abordagem do Código de Processo Civil e aplicabilidade nas questões internacionais

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-graduação lato sensu em Direito Processual Civil: O NOVO CPC Coordenado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso

(A) Aprovado

(B) Aprovado com restrição (C) Reprovado

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RESUMO

Buscamos abordar o tema Arbitragem Internacional como meio de solução de controvérsias no Direito Internacional Privado de modo a desmistificar o instituto e torná-lo compreensivo para que possa ser usado de forma corriqueira nos contratos internacionais, forma esta de contrair obrigações e deveres cada vez mais comum nos dias de hoje. Vimos que muitas vezes o uso do sistema judiciário atravanca o sucesso de uma negociação entre as partes, já tão sobrecarregado com inúmeros processos. A discórdia estabelecida entre as partes será analisada por uma Câmara Arbitral previamente designada ou não no contrato firmado, podendo assim esta escolha ocorrer posteriormente. Analisamos os diversos dispositivos que tratam da matéria mostrando uma interação entre as leis que a regulam e a prática da arbitragem no Brasil. Traçamos pontos em comum das especificidades contidas na lei de arbitragem em comparação com os princípios estabelecidos principalmente no Código de Processo Civil mas também nas demais legislações pertinentes. Demonstramos os fundamentos para a identificação de uma controvérsia de características internacionais e assim como se dará a escolha da norma a ser aplicada diante a conexão existente: normas internas ou internacionais. Verificamos que o princípio da autonomia de vontade das partes é um dos fundamentos para a caracterização da cláusula compromissória ou compromisso arbitral, sendo estas essenciais para a sua constituição e para o sucesso das negociações contratuais na solução de conflitos que por ventura possam surgir.

PALAVRAS-CHAVES: Direito Privado Internacional. Contratos Internacionais. Direito Processual Civil. Arbitragem Internacional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 6 Capítulo 1. DOS ELEMENTOS DE CONEXÃO: A AUTONOMIA DA VONTADE ... 8 Capítulo 2. DOS PRINCÍPIOS E DAS REGRAS APLICÁVEIS AO PROCEDIMENTO ARBITRAL ... 16 Capítulo 3. DA SENTENÇA ARBITRAL ... 20 Capítulo 4. ALGUMAS DECISÕES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUANTO AOS PEDIDOS DE HOMOLOGAÇÃO DE ARBRITRAGEM ... 25 CONCLUSÃO ... 29 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ... 31

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho disponibiliza informações sobre o tema Arbitragem Internacional como meio de solução de controvérsias no Direito Internacional Privado de modo a desmistificar o instituto e torná-lo compreensivo para que possa ser usado de forma corriqueira nos contratos internacionais, forma esta de contrair obrigações e deveres cada vez mais comum nos dias de hoje.

No decorrer da pesquisa esclarece que muitas vezes o uso do sistema judiciário atravanca o sucesso de uma negociação entre as partes, já tão sobrecarregado com inúmeros processos. A discórdia estabelecida entre as partes será analisada por uma Câmara Arbitral previa ou posteriormente designada no contrato firmado.

Analisa os diversos dispositivos que tratam da matéria mostrando uma interação entre as leis que a regulam o tema e a prática da arbitragem no Brasil, traçando pontos em comum das especificidades contidas na lei de arbitragem em comparação com os princípios estabelecidos no Código de Processo Civil.

Demonstra também que diante do avanço das tecnologias dos meios de comunicação, os negócios entre países estão cada vez mais comuns assim como os meios de se estabelecer esses negócios. Veremos como resolvê-los no caso de conflito de interesses, bem como da possibilidade das partes poderem definir meios de resolução desses conflitos que excluam a apreciação pelo Poder Judiciário. Como fazer valer as decisões de instituições estrangeiras em nosso país.

Constata que o sistema Judiciário de um modo geral, mas especialmente o brasileiro está cada vez mais sobrecarregado, devemos procurar e incentivar outras formas de solução de conflitos. Este foi o propósito do novo Código de Processo Civil promulgado no ano de 2015, sendo que este destacou e priorizou várias não tão novas formas de solução de conflitos.

Aborda especialmente sobre a Arbitragem em negócios internacionais como uma dessas possibilidades. Seus princípios em relação aos previstos no Código de Processo Civil e suas regras comuns.

A possibilidade de escolha do instituto da Arbitragem será delimitada como opção à solução de controvérsias e como essa escolha pode gerar satisfação nessa solução e principalmente efetividade à autonomia da vontade das partes.

Estudará a possibilidade de escolha da arbitragem, segundo nossa legislação como uma forma de solução de conflitos, especialmente nas negociações internacionais privadas. Como ela pode ser estabelecida e quem pode ser escolhido para decidir conflitos oriundos destes instrumentos. Abordaremos de que forma essa arbitragem no Brasil é construída.

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Ao abordar a autonomia da vontade, estaremos trazendo informações sobre a sua previsão em diversos tratados e convenções das quais o Brasil é signatário, e como a lei brasileira trata esse princípio na questão arbitragem.

Será verificado que além da autonomia de vontade temos elementos de conexão que determinam a origem e aplicabilidade de normas internacionais em nosso direito interno, tornando algumas decisões estrangeiras aplicáveis ao nosso ordenamento jurídico por meio da homologação de sentença estrangeira.

Estudará toda a sistematização do processo arbitral, sua constituição, validade e exigibilidade devidamente regulamentados pela Lei n° 9.307/96 reformulada e acrescida por princípios previstos na sistemática do novo Código de Processo Civil – Lei n° 13.129/2015 que valorizou a busca por soluções alternativas de conflitos.

Na sequência, ´vai ser verificado como a sentença estrangeira é executada em nossa legislação interno e quais as decisões mais relevantes ao se acatar ou não os pedidos de execução de sentenças estrangeiras.

Será usada como técnica de pesquisa levantamentos segundo o Método Hipotético-Dedutivo onde à partir dos problemas verificaremos a formulação da hipótese e conduziremos o processo a um falseamento ou corroboração das proposições mediante a experimentação de premissas que irão sustentar a conclusão.

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Capítulo 1. DOS ELEMENTOS DE CONEXÃO: O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE E A ESCOLHA DA ARBITRAGEM

Hoje vivemos em um mundo sem fronteiras. Com apenas alguns minutos, compramos produtos de consumo na China, contratamos serviços na Argentina, embarcamos em um avião e amanheceremos do outro lado do mundo.

Toda essa facilidade faz com que as relações entre as pessoas se tornem mais complexas. Vivemos em Mato Grosso, considerada a Capital do Agronegócio, e nada melhor do que esse segmento para se falar em internacionalização dos negócios. O comércio de alimento é sem dúvida o mais pungente das necessidades pessoais, sem ele não há desenvolvimento humano.

Daí diferenciamos as relações públicas dos relacionamento privados e se antes tínhamos um Direito Público disciplinando os interesses do Estado em seu funcionamento, seja em relação aos particulares, nos deparamos com um outro segmento o Direito Privado.

Segundo expõe Mazzuoli (2017, p. 131):

“Por sua vez, os elementos de conexão (de ligação, de contato, de vínculo) das normas indicativas são os que ligam, contatam ou vinculam internacionalmente a questão de DIPr, tornando possível saber qual lei (se a nacional ou a estrangeria) deverá ser efetivamente aplicada ao caso concreto a fim de resolver a questão principal.” (Grifo do autor).

Quando há um conexão com a estraneidade nessas relações, o Direito adquire contornos de internacionalidade, passando a ser Direito Internacional. Temos assim o Direito Internacional Público e o Privado, com as mesmas fundamentações dos direitos internos, mas com um elemento estrangeiro que conecta essas relações.

Poderíamos definir o Direito Internacional Privado como um conjunto de princípios e normas jurídicas criado pelo Direito Interno do Estado com o objetivo de ser aplicado a uma relação jurídica com conexão (ligação) internacional e aplicada ao caso concreto.

Por meio de um elemento de estraneidade é possível solucionar os conflitos de leis originárias de vários países e mais ainda, qual legislação será aplicada.

Estuda então o Direito Internacional Privado o conflito de leis no espaço, tendo como objeto relações plurilocalizadas, multiconectadas ou atípicas e tem o condão de fomentar seu desenvolvimento na prática, mas sempre mantendo as bases da dignidade da pessoa

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humana, cabendo ao operador do Direito buscar a harmonia de sua decisão, decidindo pela aplicação da lei brasileira ou da lei estrangeira.

Mazzuoli assim se manifesta (MAZZUOLI, 2017, 48):

O DIPr tem por objeto a solução de todos os conflitos de leis no espaço (sejam leis privadas ou públicas) quando presente uma conexão internacional, isto é, uma relação que coloca em confronto duas ou mais normas jurídicas estrangeiras (civis, penais, fiscais, tributárias, administrativas, trabalhistas, empresariais, processuais etc.) autônomas e divergentes. Seu objeto cinge-se, assim, a tais conflitos espaciais de leis. Trata-se, portanto, do método ou técnica que visa encontrar a ordem jurídica adequada à apreciação de fatos internacionalmente interconectados, ou seja, em conexão com duas ou mais ordens jurídicas, quer relativos ao foro ou ocorridos no estrangeiro. Sua razão de ser está em encontrar soluções justas entre a diversidade de leis existentes quando presente um elemento de estraneidade.

Mas, afinal, o que podemos considerar como elemento de conexão para que caracterizássemos um contrato como sendo regido pelo Direito Internacional Privado?

Nos referimos a esse elemento quando em nossas normas internas e internacionais podemos constatar que houve a vinculação da questão ao Direito Internacional Privado e assim poder determinar qual lei será aplicada para uma situação jurídica, se a lei nacional ou internacional.

Assim temos que esses elementos de conexão estão previstos em nosso ordenamento jurídico interno e podemos citar como exemplos: o território, a nacionalidade, o domicílio, a autonomia da vontade das partes, o lugar do contrato, a lex fori. Estão previstos no art. 7º, 8°, 9°, 10º e 11 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB

Como um dos mais importantes elementos de conexão, a autonomia da vontade das partes é um dos fundamentos da arbitragem que assumiu um papel importante nas negociações dos contratos internacionais.

Segundo o que fora exposto acima, chegamos à conclusão de que hoje segundo o nosso ordenamento, só podemos falar de autonomia de vontade no Direito Internacional Privado quando se tratar de uma relação internacional entre as partes.

Temos em algumas convenções a definição do que seja considerado contrato internacional, no entanto, servem como base de entendimento a ser firmado pela doutrina, já que no Brasil não há uma definição sobre o tema.

De acordo com Leonardo Gomes de Aquino (2012, 737-767), basicamente são usados 2 grandes grupos que se dividem em 4 critérios usados pelos doutrinadores para definir o que seja um contrato internacional:

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Podemos determinar o 1º Grupo, tendo como base os seguintes Critérios Principais: a) Critério jurídico – foi criado por um professor francês chamado Henri Batiffol e segundo sua definição, é internacional um contrato quando pelos atos concernentes à sua conclusão ou à sua execução, ou ainda quanto à situação das partes quanto à sua nacionalidade ou seu domicílio ou a localização de seu objeto, tenham liames com mais de um sistema jurídico. Se o contrato apresentar elementos de estraneidade ou elementos de conexão, ele é um contrato internacional. Quando isso acontece, existe a necessidade de aplicação de uma regra de conexão.

b) Critério econômico – Na análise do contrato não leva em consideração se tem elementos de estraneidade, mas é levado em consideração se existe, em virtude desse contrato, fluxo e refluxo de capitais através das fronteiras, se há remessa de divisas de um país para outros. A exemplo podemos citar que a França usa esse critério (Aquino, 2012, p. 752).

Já no 2º Grupo encontramos outros elementos, denominados Critérios Ecléticos: a) Critério Cumulativo – é o método mais rígido de todos, por que há o entendimento

de que um contrato só poderá ser considerado internacional se ele tiver elementos de estraneidade e também se ele apresentar um fluxo e refluxo de capitais através das fronteiras, ou seja ele acumula os critérios jurídico e econômico.

b) Critério Alternativo – corrente mais moderna, entende como sendo internacional os contrato que são classificados como internacionais pelo critério jurídico, assim como também os que são indicados pelo critério econômico como tal.

Dentre as definições constantes em convenções, encontramos a definição de contrato internacional contida no art. 2° da Convenção de 15/06/1955 – Convenção de Haia sobre lei aplicável às vendas de caráter internacional de objetos móveis corpóreos, que diz que a venda de caráter internacional de bens móveis corpóreos é regulada pela lei interna do país designado pelas partes contratantes.

A aplicação da lei interna do país a ser designado pelas partes contratantes quanto à Convenção acima citada deve ser objeto de uma cláusula expressa ou resultar inequivocamente das disposições do contrato, estando esta premissa prevista no art. 1° da Convenção 15/06/1955 – Convenção de Haia sobre lei aplicável às vendas de caráter internacional de objetos móveis corpóreos.

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Outra convenção é a Convenção de Contratos de Intermediários e Representação de 14/03/1978, onde no art. 5° estabelece que a lei interna escolhida pelo representado e pelo representante é o que vai governar aquele contrato. Essa escolha tem que ser expressa ou uma que possa ser referida com razoável certeza dos termos do contrato entre as partes e as circunstancias do caso.

Na Convenção sobre a lei aplicável aos contratos para a venda internacional de mercadorias de 1986, temos uma definição com elementos de mais vanguarda, no entanto ela ainda não entrou em vigor devido ao fato de ainda não ter atingido o número de adesões necessário. Segundo exposto por Mazzuoli, a convenção mencionada, em seu art. 7°, erige a autonomia da vontade à escolha dos contratantes como o principal critérios de designação do direito aplicável ao contrato internacional.

Assim, o contrato de venda é regido pela lei escolhida pelas partes. A convenção das partes acerca dessa escolha da lei, tem que ser expressa ou claramente demonstrada pelos termos do contrato e a conduta das partes, observadas a sua integralidade. Essa escolha pode ser limitada somente a uma parte do contrato, ou como é conhecido por realizar um dépeçage que é a possibilidade de se ter um contrato todo regido por uma lei e uma parte do contrato regida por outra lei.

Sobre o dépeçage Maristela Basso, em um artigo para a Revista da Faculdade de Direito da UFRGS assim esclarece (BASSO, 1996, p. 203):

Outra questão que se apresenta é se as partes devem escolher um só sistema de direito para reger a totalidade do contrato, ou podem escolher mais de um, isto é podem realizar um dépeçage (divisão do contrato de forma que cada sessão ou segmento seja submetido a sistemas nacionais diversos).

Segundo a definição contida neste tratado, temos que as partes podem a qualquer tempo pactuar, submeter o contrato integral ou em parte a uma lei que tinhas ido escolhida quando ele foi celebrado, mesmo que essa escolha não tenha sido feita de forma expressa.

Qualquer mudança pelas partes ao direito aplicável feita depois da celebração, não prejudica sua validade formal ou o direito de terceiros.

Temos ainda uma definição contida na Convenção de Viena sobre contrato de compra e venda internacional de mercadorias que entrou em vigor no Brasil recentemente por meio do Decreto n° 8.327 de 16 de outubro de 2014. Nela, em seu art. 1º, há uma limitação aos casos em que pode ser usada, assim estabelecendo os contratos de compra e venda de mercadorias entre as partes que tenham os seus estabelecimentos em Estados distintos. Estabelece duas hipóteses:

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2) quando as regras de Direito Privado levarem a aplicação da lei de um Estado membro.

Conforme se depreende da exposição de motivos, a Convenção de Viena sobre contrato de compra e venda internacional de mercadorias é considerada uma convenção de direito material por ter elaborada no seio da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional – UNICITRAL, órgão subsidiário da Assembleia Geral ONU. Desempenha relevante destaque no desenvolvimento jurídico do comércio internacional e tem por objetivo fomentar a harmonização e uniformização das regras do direito comercial internacional. Para isso prepara textos legislativos para que os Estados os utilizem na modernização do direito do comércio internacional, e textos não legislativos para que as partes os utilizem na negociação de suas transações comerciais.

Seus textos legislativos abordam a venda internacional de bens, a resolução de disputas comerciais internacionais, incluindo a arbitragem e a conciliação, o comércio eletrônico, a insolvência, o transporte internacional de vens, os pagamentos internacionais, a aquisição e o desenvolvimento da infraestrutura e títulos de crédito. Os textos de caráter não legislativos incluem as regras de conduta nos procedimentos de arbitragem e de conciliação, dentre outros. Diante disso tem essa Convenção a pretensão de uniformizar o direito que rege o comércio internacional.

Também em seu art. 6º, essa convenção estabelece que as partes podem excluir a aplicação desta convenção, derrogar qualquer de suas disposições ou modificar-lhe os efeitos sem prejuízo da prática nas negociações comerciais internacionais.

Outro exemplo em mais uma convenção: agora a Convenção Interamericana sobre direito aplicável aos contratos internacionais de 17/03/1994, denominada Convenção do México, que nasceu no seio da OEA, em convenções de Direito Privado. Nela encontramos a definição do que seja contrato internacional no art. 1º. Já no art. 7º é estabelecido que o contrato rege-se pelo direito escolhido pelas partes. Diz também que o acordo dever ser por escrito, expresso ou em caso de inexistência depreender-se de forma evidente da conduta das partes e das cláusulas contratuais consideradas em seu conjunto. Pode referir-se à totalidade do contrato ou por uma parte menor.

Por fim temos a Convenção de Roma de 1980 sobre a lei aplicável às obrigações contratuais no âmbito da União Europeia. No art. 1º estabelece que o disposto na presente convenção é aplicável às obrigações contratuais em situações que impliquem conflitos de leis.

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No art. 3° da mesma convenção acima estipula que o contrato rege-se pela lei escolhida pelas partes. Essa escolha dever ser expressa ou resultar de modo inequívoco das disposições do contrato ou das circunstâncias da causa. Mediante essa escolha, as partes podem designar a lei aplicável à totalidade ou apenas a uma parte do contrato.

Na prática, no Brasil, há um discussão se o art. 9° da LINDB contemplou ou não o princípio da autonomia da vontade, já que em seu texto não diz expressamente sobre a possibilidade das partes assim se manifestarem sobre a escolha de qual lei será aplicada ao caso concreto, diferentemente do que constava no art. 13 da Lei de Introdução ao Código Civil – Decreto-lei n° 4.657 de 04/09/1942, hoje revogado. Embora ambos

Com base nessas discussões a doutrina tem se manifestado em 2 correntes:

a) Majoritária – entende que aplica-se literalmente o disposto no art. 9°, ou seja, as partes não podem escolher a lei aplicável aos contratos internacionais.

b) Minoritária – manifesta-se no sentido de que a autonomia da vontade no Direito Internacional Privado é um princípio e como tal imanente ao ordenamento jurídico. Assim deve ser aplicado aos contratos internacionais. Se houvesse a intenção de revogação da ideia de que as partes podem escolher a legislação aplicável, a revogação teria que ser expressa e não mediante a simples supressão de algumas palavras.

Podemos afirmar que modernamente na maior parte do mundo, as partes podem escolher a lei aplicável a seus contratos.

No Brasil, duas previsões legais resolveram a questão, de certa forma em parte. O art. 25 do Código de Processo Civil de 2015 expressa:

Art. 25 - Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação”.

Com esta inovação prevista no artigo acima citado, devemos ter em mente que eleição de foro se refere a juiz competente, não se tratando portanto de escolha do direito aplicável.

Já a previsão do art. 9º, § 1º da Lei n° 9.307/96 – Lei de Arbitragem expõe que as partes podem escolher livremente as regras do direito que serão aplicadas na Arbitragem desde que também tenham escolhido a arbitragem como forma de solução de controvérsias, cláusula compromissória no seu contrato internacional.

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Dispõe o art. 2° da Lei n° 9.307/1996, que poderão as partes escolher livremente as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e a ordem pública.

Essa escolha pode recair não só sobre o mérito da arbitragem, mas também pode escolher a lei a ser aplicada ao procedimento arbitral, ou seja, a lei processual que regerá o procedimento arbitral, e ainda qual a lei que vai reger a própria cláusula compromissória, segundo se depreende do que dispõe o art. 7º da Convenção Interamericana sobre Direito Aplicável aos Contratos Internacionais, exposto por Mazzuoli (2017, p. 150).

Temos que observar que há algumas limitações quanto a esta escolha da legislação aplicável por vontade das partes.

O art. 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, prevê que as normas estrangeiras não serão aplicadas caso ofenda a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Podemos entender como soberania nacional medidas que possam ser adotadas entre Estados soberanos para viabilizar a prestação da atividade jurisdicional ou jurídica em matéria de Direito Internacional Privado. Outro exemplo é de que o princípio do acesso à justiça não pode estar dissociada dos Direitos Humanos, expostos por juristas desse entendimento, com uma visão moderna da aplicação dos princípios fundamentais da humanidade.

No que tange à ordem pública interna, o melhor critério de identificação é a existência de uma Constituição como norma fundamental dentro daquele estado. Já a ordem pública internacional está ligada exatamente à preservação dos valores das regras do direito interno.

Segundo é exposto por Nadia do Araujo (2018, p. 408) aos bons costumes nos referimos ao que costumeiramente se pratica, no sentido de respeito à norma e à evolução social, devendo serem todos analisados individualmente para a sua aferição, não havendo uma definição específica sobre a sua aplicabilidade.

Exemplo na pratica dessas limitações temos decisões que manifestam-se no sentido de que não afronta a soberania nacional ou a ordem pública a concessão de exequatur para citar alguém no Brasil a fim de que se defenda em ação de cobrança de dívida de jogo contraída em Estado estrangeiro no qual tal pretensão é lícita.

Para a efetividade no cumprimento de arbitragens no plano internacional, o Brasil, no exercício de sua soberania, participa de acordos e convenções que estabelecem o compromisso e credibilidade em matéria de arbitragem do Brasil para com outros Estados, assim como a consolidação da matéria no direito interno.

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A exemplo podemos citar a ratificação da Convenção Interamericana sobre Arbitragem Internacional – Convenção do Panamá de 1975, a Convenção Interamericana sobre a Eficácia Extraterritorial das Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiro – Convenção de Montevidéu de 1979 assim como a Convenção sobre o Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras – Convenção de Nova York de 1958.

Uma das mais importantes sem dúvida é a Convenção de Nova York que foi incorporada ao nosso ordenamento jurídico por meio do Decreto n° 4.311, de 23/07/2002 e visa à uniformização dos comportamentos estatais em relação às decisões proferidas no âmbito de sua jurisdição. Conforme consta no art. I, 2 dessa convenção, as sentenças podem ser pronunciadas por tribunais arbitrais ad hoc mas também por órgãos arbitrais permanentes.

No art. II da convenção acima citada, consta a obrigação de reconhecimento do acordo escrito pelo qual as partes se submetem à arbitragem em qualquer relação jurídica, podendo se fazer por meio de simples cláusula compromissória inserida no contrato ou um acordo firmado em outros instrumentos. Assim o Estado signatário tem a obrigação de reconhecer as sentenças arbitrais oriundas de outros Estados signatários conferindo-lhes executoriedade de conformidade com seu direito interno, previsão esta constante no art. III.

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Capítulo 2. DOS PRINCÍPIOS E DAS REGRAS APLICÁVEIS AO PROCEDIMENTO ARBITRAL

Não há qualquer distinção sistematizada pela Lei 9.307/96 entre a arbitragem interna e a internacional. A lei adotou como regra de distinção em seu no art. 34 o local onde foi proferida a decisão arbitral, princípio do ius solis, ou seja, a sentença resultado de arbitragem internacional proferida por árbitros no Brasil será considera sentença nacional e aquelas proferidas fora do território nacional serão consideradas sentenças estrangeiras e deverão ser submetidas à apreciação pelo Superior Tribunal de Justiça para que possam ter força executiva. Pelo que se depreende da lei portanto é que será considerado o local em que foi proferida a sentença.

Ao se considerar a sentença arbitral internacional como sentença estrangeira, o ordenamento jurídico brasileiro usará de mecanismo de cooperação jurídica internacional ao qual se comprometeu por meio de tratados a cumprir. Estão disciplinados no art. 27 do Código de Processo Civil que define um rol dos objetos da cooperação jurídica internacional.

Aplicam-se à convenção de arbitragem inúmeros dispositivos relacionados aos princípios expositivos no Código de Processo Civil, mesmo que na Lei 9.307/96 não faça menção expressa a tais questões.

Para que o árbitro possa prolatar uma decisão exequível e sem máculas, será necessário que não haja violação de qualquer dos princípios da Lei de Arbitragem bem como de norma processual por tratar-se que matéria de ordem pública.

Podemos demonstrar tal sintonia quando no art. 21, § 2º da Lei de Arbitragem expressa que “serão sempre respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento”.

Da mesma forma as regras de impedimento e suspeição previstas no art. 144 e 145 do Código de Processo Civil deverão ser aplicadas quando da indicação do árbitro.

Segundo o disposto no art. 1º da Lei de Arbitragem, poderão celebrar convenção de arbitragem pessoas capazes de contratar e ter por objeto litígios relativos a direito patrimoniais disponíveis.

No art. 3° Lei de Arbitragem – Lei n° 9.307/96, podemos verificar que a convenção de arbitragem é determinada por meio de dois critérios: através do compromisso arbitral ou da cláusula compromissória. Já o art. 4° da mesma lei, define que cláusula compromissória é a convenção segundo a qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir. Trata-se de uma promessa de que as partes se utilizaram

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deste recurso para a solução de seus litígios, caso venham a surgir, sendo portanto, firmada antes de qualquer desavença. No art. 9º, encontramos a definição do compromisso arbitral que é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser formalizado judicial ou extrajudicialmente e sua distinção e processamento estão previsto nos §s 1° e 2° do mesmo artigo. O compromisso então é contemporâneo ao surgimento do litígio. Seu requisitos estão determinados nos artigos 10, considerados requisitos obrigatórios e são eles:

a) o nome, profissão, estado civil e domicilio das partes;

b) o nome, profissão, e domicílio do arbitro, ou árbitros, ou se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; c) a matéria que será objeto da arbitragem e

d) o lugar em que será proferida a sentença arbitral.

No art. 11 da lei acima mencionada, são elencados requisitos facultativos do compromisso arbitral, como local ou locais onde se desenvolverá a arbitragem, a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for convencionado pelas partes, prazo para apresentação da sentença arbitral, a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim mencionarem as partes, dentre outros.

A extinção do compromisso por outro lado, está prevista nos moldes do no art. 12 da Lei n° 9.307/96, e se dá em 3 situações, todas devidamente declaradas expressamente pelas partes no contrato:

a) quando houver a recusa de qualquer dos árbitros e isso deve se dar antes de aceitar a nomeação e desde que as partes tenham declarado expressamente no contrato a não aceitação de um substituto;

b) quando falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros e da mesma forma que as partes tenham declarado expressamente não aceitar substituto;

c) ou ainda quando tendo expirado o prazo para apresentação da sentença arbitral e desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro ou o residente do tribunal arbitral, quando então será concedido um prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral.

Com relação à escolha dos árbitros, temos uma alteração promovida pela Lei n° 13.129/2015 com a redação que lhe determinou no § 4° do art. 13 da Lei n° 9.307/96,

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disciplinando a possibilidade de ser afastada pelas partes a aplicação de dispositivo do regulamento de órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha de árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal.

Faz menção ainda o parágrafo acima mencionado, à arbitragem multiparte, que é aquela que envolve mais de uma parte da relação jurídica, quando então a escolha do árbitro, coárbitro ou Presidente do Tribunal dependerá de acordo de todos os interessados. Neste caso estamos diante da situação da participação de litisconsortes e portanto devemos nos utilizar de forma subsidiária aos preceitos dos arts. 113 a 118 do Código de Processo Civil já que na Lei de Arbitragem não há previsão de tal.

Sobre o assunto assim se manifesta Nadia de Araujo, (2018, p. 395):

Se o litisconsórcio for necessário, por expressa determinação de lei, ou a solução do litígio exigir o envolvimento de todos os sujeitos de uma relação ou de situação jurídica com pluralidade de sujeitos, a arbitragem terá que envolver todos os interessados,

necessariamente, sob pena de nulidade da sentença arbitral. Nesses casos, deverá o árbitro,

diante da impossibilidade de todos os envolvidos aderirem à convenção de arbitragem, encerrar o procedimento sem julgamento de mérito, por falta de integração da convenção de arbitragem.

Temos aí o típica exemplo da impossibilidade do árbitro impor às partes qualquer atitude ou medida coercitiva, razão pela qual a Lei n° 13.129/2015 criou a figura da carta arbitral, com previsão na Lei n° 9.307/96 no art. 22-C que preceitua que aquele poderá solicitar mediante tal carta, para que o órgão jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, ato necessários ao exercício da arbitragem Com a inclusão dos arts. 22-A, 22-B e 22-C à Lei n° 9.307/96, vemos que cumprirá ao poder judiciário os atos de império, já que o árbitro está impedido de exercer tal função. No entanto, vemos que competirá ao juiz praticar atos estritos ao que consta a Carta Arbitral, não possuindo poderes para incluir outros atos ou reapreciar decisões ou definições já proferidas pelo árbitro, pois não tem poderes jurisdicionais para tanto.

Há ainda a previsão do art. 237, IV do Código de Processo Civil que esmiúça os casos da expedição de carta arbitral, nos casos internos como o previsto no art. 22-C da Lei n° 9.307/96, corroborando o princípio da cooperação jurídica difundida pelo novo Código de Processo Civil, entre os árbitros e os juízes estatais.

Se os atos a serem praticados pelo juiz advierem de uma arbitragem internacional, dependerá de análise sobre o seu cabimento mediante carta rogatória a ser apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça.

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Se houver a necessidade da prática de atos solicitados pelo juízo arbitral brasileiro, a serem praticadas no exterior, este deverá requerer diretamente ao juiz estrangeiro ou ainda requerer que seja expedida carta rogatória via Poder Judiciário a ser destinada ao juízo estrangeiro para o cumprimento de tais medidas.

Outra questão incluída foi a possibilidade de medidas cautelares e de urgência, que poderão ser concedidas às partes que recorrerem ao Poder Judiciário, desde que o faça antes de instituída a arbitragem, cessando a eficácia da medida cautelar ou de urgência quando concedida se a parte não requerer a instituição da arbitragem no prazo de 30 dias, contado da data de efetivação da respectiva decisão, com previsão no art. 22-A e parágrafo único.

Para a concessão das medidas cautelares ou de urgência, as parte se utilização da previsão contida no art. 300 do Código de Processo Civil em razão de não existir na Lei de Arbitragem disposição expressa sobre os requisitos do seu cabimento.

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Capítulo 3. DA SENTENÇA ARBITRAL

Encontramos nos termos do art. 26 da Lei de Arbitragem – Lei n° 9.307/96, os requisitos obrigatórios da sentença arbitral, ou seja, itens que deverão constar neste ato sob pena de nulidade, de acordo com o estipulado no art. 32, III da mesma Lei.

Assim, de acordo com o artigo acima citado, são requisitos da sentença arbitral: a) o relatório que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;

b) os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, sendo mencionado expressamente se os árbitros julgaram por equidade;

c) o dispositivo em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso;

d) a data e o lugar em que foi proferida.

Na arbitragem por equidade prevista no inciso II do art. 26 da Lei n° 9.307/96, o arbitro em sua decisão não usará dispositivos legais, normas de direito para proferir uma sentença. Usará de seu conhecimento e entendimento, experiência profissional, fora das regras de direito, julgando de acordo com critérios próprios. Por isso a necessidade de se fazer menção em sua decisão de que se baseou nesses fundamentos, daí ser de extrema importância a confiança de ambas as partes neste arbitro.

De acordo com o critério geográfico adotado pela Lei de Arbitragem nas convenções internacionais, a sentença ou laudo proferido em país estrangeiro adotará as regras do país que o emanou, sendo trazido para nosso órgão responsável, o Superior Tribunal de Justiça, respeitadas as questões de soberania, ordem pública e bons costumes. As decisões arbitrais proferidas no Brasil, são sentenças nacionais, como já anteriormente explicitado.

Assim manifestou-se Carlos Alberto Carmona (2009, p. 436):

Abandonando estas dificuldades, optou o legislador brasileiro por definição mais objetiva, mais simples, embora tecnicamente criticável, baseando-se apenas e tão somente no local onde o laudo será proferido. Será assim nacional a sentença arbitral se o laudo for proferido dentro do território brasileiro, ainda que os árbitros devam tratar de questão ligada ao comércio internacional e mesmo que estejam em jogo ordenamentos jurídicos variados; será estrangeiro o laudo arbitral se proferido fora do território nacional, ainda que sejam as partes brasileiras, resolvendo controvérsia decorrente de contrato celebrado no Brasil e que aqui deva ser cumprido.

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Por determinação do art. 515, VII do Código de Processo Civil, constitui a sentença arbitral título executivo judicial.

Nestes termos, existem dois fundamentos para se recorrer de sentenças arbitrais e estão prevista no art. 33 da Lei de Arbitragem, devendo a parte interessada pleitear ao órgão do poder judiciário competente a declaração de nulidade que será processada mediante ação anulatória ou rescisória ou mediante embargos à execução.

Quanto ao mérito desses recursos, a parte ficará adstrita ao que se estabelece no art. 32 da Lei de Arbitragem, itens que se referem à nulidade da sentença arbitral, ou seja, à validade substancial da sentença arbitral, sendo que o entendimento jurisprudencial é de que se a sentença alcança seus objetivos mesmo com a ocorrência de algumas irregularidades, ela não deve ser declarada nula.

Então temos que de acordo com este entendimento, não se pode atacar o mérito da decisão contida na sentença arbitral. O que podemos verificar é a possibilidade de nos termos do art. 33, § 4°, a parte interessada poderá requerer a prolação de sentença arbitral complementar para o caso do árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem.

Assim, nos termos da Lei de Arbitragem, não há um instancia superior para a apreciação de recurso interposto pela parte que não ficou satisfeita com o mérito da decisão arbitral. Poderá existir esta instância se o órgão arbitral escolhido para a demanda possuir essa esfera superior em seu regimento interno ou ainda quando as partes assim dispuserem sobre um sistema de revisão de sentença arbitral proferida em conflito entre as partes. Estamos diante de normas que preveem uma decisão a ser determinada em única instância.

Devemos nos atentar ao fato de ser necessário diferenciar para que não haja confusão e um melhor entendimento o que se define por sentença estrangeira e sentença internacional.

A sentença estrangeira é a decisão final transitada em julgado, expedida pela autoridade competente de outro país, e necessita de homologação pelo STJ para que se tenha efetividade, conforme preceitua o art. 105, I, “i” da Constituição Federal de 1988. Após a homologação pelo STJ, é executada pelo juízo federal competente.

Já a sentença internacional é a decisão final expedida pela Corte Internacional cuja jurisdição o Brasil reconheceu, como por exemplo, a Corte Interamericana de direitos Humanos. Ela tem aplicação imediata no ordenamento jurídico brasileiro, ou seja, não se exige homologação por nenhum Tribunal Superior Brasileiro. A exemplo temos a previsão constante no art. 68 do Pacto de San José da Costa Rica. Diante de suas características, essas sentenças

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são prontamente executáveis pelo juízo federal competente como se fossem sentenças internas, de acordo com previsão constante no art. 109, III da Constituição Federal de 1988.

As regras estabelecidas para as sentenças internacionais são as mesmas, sejam elas proferidas pelo poder judiciário estatal, sejam elas arbitrais.

Estabelecidas as regras para a determinação de sentenças estrangeiras, analisaremos as condições para dar efetividade à essas decisões, mediante sua homologação pelo órgão competente e dispositivos que o fundamentam e são pautados pelos seguintes marcos normativos:

a) Art. 105, I, “i” da Constituição Federal; b) Art. 960 a 965 do Código de Processo Civil; c) Art. 216-A a 216-N do Regimento Interno do STJ; d) art. 35 da Lei n° 9.307/96.

Também trata de matéria de homologação no ordenamento jurídico brasileiro tratados internacionais. O Brasil retificou os seguintes tratados, mesmo após a edição da Lei n° 9.307/96. Alguns devem ser observados para a execução e reconhecimento de sentenças arbitrais estrangeiras e dente eles podemos citar: Convenção Interamericana de Arbitragem Internacional Comercial - Panamá 1975, promulgada pelo Decreto n° 1.902/96; Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial de Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiros – Montevidéu 1979, promulgada pelo Decreto n° 2.411/97; Convenção de Nova York – Nova York 1958, promulgada pelo Decreto n°4.311/2002; Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do Mercosul – Buenos Aires 1998, promulgada pelo Decreto n° 4.709/2003.

Ainda sobre tratados internacionais, podemos destacar na esfera regional o Protocolo de Las Lenãs de 1992 que trata da Homologação de sentenças estrangeiras pelos Estados integrantes do Mercosul. Neste tratado, em seu art. 19, estabelece que as sentenças estrangeiras dos países integrantes do Mercosul tramitarão por via de cartas rogatórias e serão encaminhadas aos outros países por intermédio das autoridades centrais.

Trata-se pois de um procedimento simplificado e que não necessita de provocação da parte interessada, cabendo ao próprio juiz estrangeiro que proferiu a decisão remeter a carta rogatória ao Superior Tribunal de Justiça a fim de que ocorra a consequente homologação da sentença estrangeira.

A homologação de sentença estrangeira é um procedimento de competência originária ajuizado diretamente no Superior Tribunal de Justiça pelas partes interessadas, com exceção da previsão contida no Protocolo de Las Lenãs de 1992 acima mencionado.

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Ao julgar a homologação de sentença estrangeira, o Superior Tribunal de Justiça realiza um juízo de delibação, ou seja, verifica apenas os requisitos formais que autorizam a execução no Brasil da sentença expedida por autoridade ou árbitro competente de outro país, sistema oriundo do Direito Italiano.

Os requisitos formais verificados na homologação de sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça estão previstos nos arts. 37 a 39 da Lei de Arbitragem, no art. 216-D do Regimento Interno da corte, a saber:

a) ter sido proferida por autoridade competente;

b) conter elementos que comprovem a regular citação das partes ou a ocorrência de revelia;

c) estar transitada em julgado;

Embora o Superior Tribunal de Justiça tenha competência para homologar sentença estrangeira ou laudo arbitral, ele realiza tão somente o juízo de delibação. A execução de sentença estrangeira já homologada pelo Superior Tribunal de Justiça será realizada pelo juízo federal competente, mediante carta de sentença, nos termos do que está prevista no art. 216-N do Regimento Interno da referida Corte.

Há no entanto, algumas causas de impossibilidade de homologação de sentenças estrangeiras pelo Superior Tribunal de Justiça, que são causas de competência exclusiva ou absoluta do juiz brasileiro e estão previstas no art. 23 do Código de Processo Civil.

Em geral no tocante à fixação de competência do juiz brasileiro, temos a previsão dos arts. 21 e 22 do Código de Processo Civil, também conhecidas como competência concorrente ou relativa do juiz brasileiro. Esta regra geral permite que as partes do caso concreto decidam se ajuizarão a ação no Brasil ou no exterior. Caso optem por ajuizar a ação no exterior, a autoridade competente estrangeira emitirá ao final do processo, uma sentença estrangeira e dependerá de homologação do Superior Tribunal de Justiça para que seja executada.

A regra estampada no art. 35 da Lei n° 9.307/96 estabelece que da mesma forma que o direito nacional, os laudos proferidos no exterior terão a mesma eficácia das sentenças estatais, merecendo análise direta pelo Superior Tribunal de Justiça.

O art. 23 do Código de Processo Civil prevê, entretanto, 03 hipóteses excepcionais que determinam a chamada competência absoluta ou exclusiva do juiz brasileiro, consagrando a competência territorial, e são elas:

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b) ação sobre inventário, partilha ou confirmação de testamento de bens situados no Brasil;

c) ação de divórcio, separação ou dissolução de união estável se houver bens situados no Brasil.

Essas hipóteses são corroboradas com a previsão do art. 39, I da Lei n° 9.307/96 que estabelece a regra de que a homologação para o reconhecimento ou a execução de sentença arbitral estrangeria será negada se o Superior Tribunal de Justiça constatar que segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem.

Verificamos ainda que no novo Código de Processo Civil as regras constantes no Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça adquiriram o status de lei, quando nos art. 961, § 1° estabelece a possibilidade de homologação de decisão não judicial, que pela lei brasileira teria natureza judicial. No § 2° do mesmo artigo temos a possibilidade de homologação parcial da decisão estrangeira e em seu § 3° constatamos a possibilidade de deferimento de pedidos de urgência no curso da ação de homologação.

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Capítulo 4. ALGUMAS DECISÕES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUANTO AOS PEDIDOS DE HOMOLOGAÇÃO DE ARBITRAGEM

Nádia de Araujo (2018, p. 405) demonstra casos recentes de decisões que deferiram ou indeferiram os pedidos de homologação, assim como relata que segundo estatísticas, a grande maioria dos pedidos são deferidos, sendo um percentual aproximado de 10% os indeferimentos e que tem como principal fundamento da negativa, a contrariedade à ordem pública.

Nas palavras de Nadia Araujo (2018, p. 406):

Um ponto recorrente nos processos de homologação de sentenças arbitrais estrangeiras diz respeito à comprovação da existência e validade da cláusula arbitral. Esse é um tema caro ao STJ, pois a manifestação da vontade das partes em escolher a arbitragem, e com isso demonstrar sua renuncia à possibilidade de usar o aparato estatal, precisa estar comprovada de forma cabal. Nesse sentido, a Lei de Arbitragem também exige a convenção de arbitragem válida.

Citaremos à seguir algumas Ementas que demonstram o entendimento e amadurecimento das decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça:

SEC 856/GB - STJ, Corte Especial, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJe 29.08.2005: EMENTA - Sentença arbitral estrangeira. Cláusula compromissória. Contrato não assinado pela requerida. Comprovação do pacto. Ausência de elementos. 1. Tem-se como satisfeito o requisito da aceitação da convenção de arbitragem quando a parte requerida, de acordo com a prova dos autos, manifestou defesa no juízo arbitral, sem impugnar em nenhum momento a existência da clausula compromissória. 2. Descabe examinar o mérito da sentença estrangeira no presente requerimento, na esteira de precedentes do Supremo Tribunal Federal. 3. Homologação deferida.

Estamos diante de decisão que não acatou alegação da parte requerida no sentido de que ela não estaria sob a condição de cláusula compromissória pelo simples fato de não ter assinado o contrato. O entendimento da Corte Superior brasileira foi de que tal alegação não poderia prosperar, já que quando em sua defesa no juízo arbitral, a parte não levantou tal hipótese, caracterizando o entendimento de que tal discussão estaria preclusa. Prevaleceu então o entendimento de que não compete aos Tribunais internos o exame do mérito de sentenças estrangeiras, base jurisprudencial consolidada.

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SEC 3.709 – STJ, Corte Especial, rel. Min Teori Albino Zavasacki, DJe 29.06.2012: EMENTA – Sentença Arbitral Estrangeira. Homologação. Regularidade do procedimento arbitral. Art. 38 da Lei n° 9.307/96. Convenção de Nova Iorque, art. V. Compromisso arbitral e constituição de advogado: observância das norma de procedimento aplicáveis à espécie. 1. A lei aplicável para disciplinar a representação das partes no procedimento arbitral, bem como a forma como podem manifestar seu ingresso no referido procedimento, é a lei a que as partes se submeteram ou, na falta dela, à do país onde a sentença arbitral foi proferida, cumprindo à parte demandada o ônus de demonstrar a violação a esses preceitos normativos. É o que dispõem a Lei 9.307/96 (art. 38, II) e a Convenção de Nova Iorque (art. V, 1, a). Não demonstrou a requerida, no caso, qualquer violação nesse sentido, não tendo havido, no momento oportuno previsto na lei de regência, qualquer alegação de irregularidade no procedimento arbitral, seja quanto à sua representação, seja quanto à forma de sua intervenção, seja quanto ao exercício do contraditório e da defesa. 2. Pedido de homologação deferido.

Da mesma forma, a parte vencida pretendeu alegar neste procedimento de Sentença Estrangeira Contestada, violação ao contraditório e cerceamento de defesa, o que não foi vislumbrado pelo julgador, demonstrando que houve regularidade no tramite do procedimento arbitral de acordo com o pactuado entre as partes diante a escolha da lei que regeria os conflitos existentes entre as partes, e como no exemplo anterior, não fora alegada qualquer irregularidade no procedimento arbitra.

Abaixo transcrevemos Acordão que não reconheceu a homologação da sentença em razão da decisão arbitral proferida na Argentina ter sido anulada, conforme podemos contatar:

SEC 5.782 – STJ, Corte Especial, rel. Ministro Jorge Mussi, DJe 16.12.2015. EMENTA – QUESTÃO PREMILIMIAR. DESPACHO QUE TORNA SEM EFEITO INTIMAÇÃO PARA JUNTADA DE DOCUMENTOS. AUSÊNCIA DE CONTEÚDO DECISÓRIO. INEXISTENCIA DE PREJUÍZO PARA A PARTE. OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE DECLARAÇÃO. NÃO CABIMENTO. 1. Nos termos do art. 504 do Código de Processo Civil não é cabível recurso contra despacho sem conteúdo decisório. 2. Na espécie, não se verifica ter o despacho embargado conteúdo decisório stricto sensu¸ pois simplesmente tornou sem efeito anterior intimação para juntada de documento aos autos. 3. Não há se falar em prejuízo à parte embargante na hipótese, porque, nos termos do art. 216-D do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, a chancela consular é requisito de

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admissibilidade para homologação da sentença estrangeira, ponto que será apreciado quando do julgamento do pedido. 3. Embargos de declaração não conhecidos.

HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

CONTESTADA. ARTIGO 34 DA LEI N° 9.307/1996. INCIDÊNCIA INICIAL DOS TRATADOS INTERNACIONAIS, COM EFICÁCIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO INTERNO. APLICAÇÃO DA LEI DE ARBITRAGEM NA AUSÊNCIA DESTES. LAUDO ARBITRAL ANULADO NO PAÍS DE ORIGEM, COM SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. JUIÍZO DE DELIBAÇÃO. DESCABIMENTO DO EXAME DO MÉRITO DA SENTEÇA ARBITRAL. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA DECISÃO JUDICIAL ESTRANGEIRA. INDEFERIMENTO DA PRETENSÃO HOMOLOGATÓRIA. 1. O artigo 34 da Lei n° 9.307/1996 determina que a sentença arbitral estrangeira será homologada no Brasil, inicialmente, de acordo com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e que, somente na ausência destes, incidirão os dispositivos da Lei de Arbitragem Brasileira. 2. No caso em exame, a sentença arbitral que se pretende homologar foi anulada judicialmente pelo Poder Judiciário Argentino, com decisão transitada em julgado. 3. A legislação aplicável à matéria – Convenção de Nova York, Artigo V (1) (e) do Decreto n° 4.311/2002; Convenção do Panamá, Artigo 5 (1) (e) do Decreto n° 1.902/1996; Lei de Arbitragem Brasileira, Artigo 38, inciso VI, da Lei n° 9.307/1996; e Protocolo de Las Leñas, Artigo 20 (e) do Decreto n° 2.067/1996, todos internalizados no ordenamento jurídico brasileiro – não deixa dúvidas quanto à imprescindibilidade da sentença estrangeira arbitral ou não, ter transitado em julgado para ser homologada nesta Corte Superior, comungando a doutrina pátria no mesmo entendimento. 4. O Regimento Interno deste Sodalício prevê o atendimento do mencionado requisito para a homologação de sentença estrangeira, arbitral ou não, conforme se depreende do caput do art. 216-D do RI/STJ. 5. O procedimento homologatório não acrescenta eficácia à sentença estrangeira, mas somente libera a eficácia nela contida, internalizando seus efeitos em nosso País, não servindo, pois, a homologação de sentença para retirar vícios ou dar interpretação diversa à decisão de Estado estrangeiro. Precedentes desta Corte Superior e do Supremo Tribunal Federal. 6. Na hipótese sob exame, sendo nulo na Argentina o presente laudo arbitral – por causa de decisão judicial prolatada naquele País, com trânsito em julgado devidamente comprovado nos autos – nula é a sentença arbitral no Brasil que, por isso, não pode ser homologada. 7. Pedido de homologação de sentença arbitral estrangeira indeferido.

Estamos diante uma decisão que não acatou a homologação de sentença estrangeira pelo fato de que nela não estava contida um dos requisitos de sua validade, qual seja, a de ter sido a decisão estrangeria transitada em julgado no país de origem, seja ela originada de juízo

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arbitral, seja do poder judiciário. Tendo sido anulado a decisão arbitral no país de origem, por meio de decisão judicial, nada mais caberia ao país que a recebeu para dar executividade fazer, pois ela já não tinha mais validade. Dessa forma, em homologação de sentença estrangeira não se pode retirar vícios ou reanalisar o mérito da questão, procedimentos realizados no juízo estrangeiro que proferiu a decisão.

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CONCLUSÃO

Podemos constatar que as cláusulas arbitrais estabelecidas nos contratos internacionais nos dias de hoje tem demonstrado maturidade das partes na solução dos conflitos que possam surgir diante casos específicos, e por muitas vezes complexos.

Devemos também atribuir o sucesso da escolha da arbitragem com a atuação de Câmaras e seus árbitros estabelecidas em diversos países, que transmitem segurança, confiabilidade e imparcialidade nas decisões de casos que lhes são submetidos.

Dentro deste contexto, a atuação de nosso Judiciário tem sido favorável à homologação de sentenças arbitrais, dando assim, segurança a quem estipula esta forma de solução de conflitos, assegurando uma análise meramente formal de sua constituição, não se pronunciando nas questões de mérito.

Hoje, a morosidade na apreciação de sentenças arbitrais que são submetidas à homologação do STJ devem-se à maior parte à interposição de recursos visivelmente protelatórios, classificados como Sentença Estrangeira Contestada – SEC, com o intuito de ter como fundamento verdadeiro a revisão da decisão que não lhe foi favorável, contida na sentença contestada.

Verificamos o destaque em atuação de alguns órgãos no Brasil, aptos a conduzirem procedimentos arbitrais, tais como os estabelecidos nas Federações de Industria e Comércio.

A credibilidade na atuação de algumas instituições levaram por exemplo à limitação de sua escolha pelas partes, no sentido de sua escolha como competente para a apreciação de contratos. A justiça de Nova York, em razão de uma crescente demanda, criou ato normativo chamado de New York General Obligations Law estabelecendo que um contrato internacional só pode escolher as leis o Estado de Nova York para serem aplicadas se ele for parte de uma transação que monte a no mínimo 250.000 dólares. Da mesma forma, só poderá haver eleição pelo foro de Nova York se esse contrato tiver uma transação de no mínimo 1 milhão de dólares. Outras instituições internacionais também são opção de escolha como especializadas em alguns produtos como o algodão julgados pela International Cotton Association em negociações de commodities.

Temos um longo caminho a ser percorrido. A escolha por este procedimento ainda geram custos elevados e segundo informações de representantes de instituições que congregam árbitros o sistema é compensatório para causas que superam o montante negociável de R$ 1 milhão de Reais.

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No entanto, como política de solução de conflitos estabelecido pela orientação do Novo Código de Processo Civil, podemos constatar uma crescente opção por este método, ainda mais em negociações que envolvem distancias como as estipuladas em contratos internacionais. Nos referimos às muitas inovações contidas no Código de Processo Civil que inclusive alteraram a Lei n° 9.307/96 para que houvesse uma harmonização e sua aplicabilidade fosse coerente e em sintonia com princípios que regem as relações humanas na modernidade.

Esperamos ter demonstrado os principais pontos que se enlaçam na aplicação da legislação brasileira ou estrangeira ao tema proposto, dando ênfase às inovações tornando a arbitragem um método eficaz e confiável para as soluções de conflitos entre as partes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BASSO, Maristela. A Autonomia da Vontade nos Contratos Internacionais do Comércio. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, vol. 12, p. 198-211, 1996.

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BICHARA, Jahyr-Philippe. MACEDO, Marconi Neves. O Novo Código de Processo Civil e Suas Inovações no Âmbito do Direito Internacional. Revista Direito e Liberdade – RDL – ESMARN, vol. 19, n. 2, p. 149-183, maio/ago. 2017

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