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Intervenção educacional para empoderamento das famílias no tratamento de crianças com diabetes Mellitus / Educational intervention for family empowerment in the treatment of children with diabetes Mellitus

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 55007-55017 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Intervenção educacional para empoderamento das famílias no tratamento de

crianças com diabetes Mellitus

Educational intervention for family empowerment in the treatment of children

with diabetes Mellitus

DOI:10.34117/bjdv6n8-062

Recebimento dos originais: 08/07/2020 Aceitação para publicação: 07/08/2020

Mariana de Souza Rocha Teixeira

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza E-mail: marianasrteixeira@hotmail.com

Vitor Araújo Marinho

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza Maria Gizelda Cavalcante Calixto

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza Mariana Silva Almeida

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza Marcelo Nunes Pereira Melo

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza Marckeline Monteiro Guimarães Silva

Acadêmicos de Medicina do Centro Universitário Christus – Fortaleza Cristina Figueiredo Sampaio Façanha

Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará e discente do Curso de Medicina do Centro Universitário Christus

RESUMO

Diabetes mellitus é uma doença crônica, caracterizados por defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas, resultando em hiperglicemia. Para seu tratamento são necessárias ações farmacológicas individualizadas e medidas não farmacológicas que incluem um planejamento familiar adequado, mudanças no estilo de vida e atividade física regular, em específico as crianças por serem um grupo vulnerável, necessitando ainda mais do auxílio familiar. Nesse contexto, o estudo visou orientar as competências familiares no cuidado às crianças com diabetes mellitus. A metodologia utilizada foi de pesquisa-ação, sendo essa uma primeira fase de investigação e finalizada por outra de programação-ação. A amostra foi composta por 42 familiares. No que se refere a aceitação do trabalho, 71,8% dos familiares que foram beneficiados com a pesquisa-ação consideraram ótima a intervenção. Outro dado relevante foi relacionado ao aprendizado que 85,7% dos familiares considerou que o trabalho acrescentou conhecimento. O presente estudo apresentou benefícios aos pacientes e familiares, pois houve a oportunidade de conhecer mais sobre o diabetes

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mellitus tipo 1 devido aos materiais de intervenção educacional utilizados folder, vídeo e a entrevista semiestruturada.

Palavras-chave: Educação, Empoderamento, Famílias, Diabetes mellitus. ABSTRACT

Diabetes Mellitus is a chronic disease characterized by defects in insulin action, insulin secretion or both, resulting in hyperglycemia. For its treatment, individualized pharmacological actions and non-pharmacologicalmeasures are necessary, including adequate family planning, changes in lifestyle and regular physical activity, specifically in children because they are a vulnerable group, requiring even more family support. In this context, the study aimed to guide family skills in the care of children with Diabetes Mellitus. The methodology used was action-research, this being a first phase of investigation and finalized by another action-programming phase. The sample consisted of 42 family members. Regarding the acceptance of the study, 71.8% of the family members who benefited from the action research considered the intervention optimal. Another relevant data was related to the learning of 85.7% of family members who considered that the work added knowledge. This study presented benefits to patients and family members, because there was the opportunity to know more about Diabetes Mellitus type 1 due to the educational intervention materials used such as folder, video and semi-structured interview.

Keywords: Education, Empowerment, Families, Diabetes Mellitus. 1 INTRODUÇÃO

Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. (Diretrizes SBD 2016). Sua classificação deve ser feita de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Americana de Diabetes (ADA), com base na sua fisiopatologia. Os tipos de diabetes mais frequentes são o Diabetes Tipo1, que compreende cerca de 10% dos casos, e o Diabetes Tipo2, que compreende cerca de 90% dos casos, o Diabetes mellitus gestacional (DMG) atualmente a comete em torno de 18% das gestações. Indivíduos com glicemias de jejum alteradas e aqueles com intolerância a glicose são considerados categorias de risco. Apresenta alta morbimortalidade, comprometendo significativamente a qualidade de vida, sendo uma das principais causas de morte, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. No Brasil, sua prevalência é de 12,3%, sendo o quarto pais do mundo com maior número de diabéticos: 14 milhões de pessoas tem a doença no Brasil (DATASUS,2016).

O tratamento do diabetes deve ser feito de forma individualizada, de acordo com o tipo da doença e características pessoais, idade, nível socioeconômico, pessoais, capacidade cognitiva e acesso a terapias especificas. Tem o objetivo de estabelecer o equilíbrio não só da glicemia, mas também de outros fatores relacionados aos riscos cardiovasculares, como o peso, a pressão arterial

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e lipídeos, e prevenir as complicações macro e microvasculares. Compreende medidas não farmacológicas, e farmacológicas.

Medidas não farmacológicas que incluem um planejamento alimentar adequado, mudanças no estilo de vida como o balanceamento do stress, boa qualidade de sono e atividade física regular e ajustada para as necessidades do paciente, são fundamentais. As mudanças no estilo de vida simbolizam a intervenção mais significativa para o manejo da doença, envolvendo o empenho de outros profissionais da saúde, tendo como abordagem principal a reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos, evitando, assim, os fatores de risco. O tratamento farmacológico do diabetes tem o objetivo de promover o controle glicêmico e tratar as morbidades associadas, como HAS, dislipidemia, obesidade.

Paciente com diabetes mellitus tipo 1 e um grupo específico de pacientes com diabetes mellitus tipo 2, que não respondem ao tratamento oral, deve ser instituído a insulinoterapia. As insulinas humanas, Regular e NPH vem proporcionando um efeito mais prolongado que reduz o número de injeções por dia. Também existem os análogos de ação prolongada, que são a insulina Glargina e a insulina Detemir, aplicadas por via subcutânea, em dose única diária, propiciando níveis basais de insulina por até 24 horas ou mais, como a insulina Degludeca. O uso de bombas de insulina também está facilitando o melhor controle dos pacientes que utilizam a insulinoterapia (Suchoi e Paixão,2018).

Para o ajuste adequado do tratamento dos pacientes com DM, é necessário a monitorização da glicemia capilar, desta forma o paciente terá acesso aos seus níveis glicêmicos e será capaz de realizar ajustes no seu tratamento, seja ele, na dosagem de insulina ou medicamentos, ou no ajuste da dieta. Daí a importância da educação do paciente e de seus cuidadores a respeito da doença, das complicações e do tratamento. A monitorização da glicemia e o empoderamento dele, assim como dos seus cuidadores e familiares, a respeito da doença são fundamentais para obter o sucesso do tratamento.

Entretanto, para a manutenção dos níveis glicêmicos adequados, dentro do intervalo de normalidade, o paciente diabético enfrenta vários obstáculos, dentre eles: mudança de hábitos de vida, sendo necessária a adaptação de sua rotina as necessidades que a diabetes determina, como, tomar medicação (injeção de insulina e/ou comprimidos orais), alimentação adequada, pratica de atividade física regular e a monitorização dos níveis glicêmicos ao longo do dia. Situação que necessita de acompanhamento familiar adequado nas diferentes fases do paciente, sendo mais intenso logo após o diagnóstico. Toda essa mudança pode gerar um estresse para o paciente e afetar, consequentemente, os níveis glicêmicos, haja vista que o estresse, físico ou emocional, aumenta os

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níveis hormonais, causando alterações glicêmicas de acordo com o tipo de diabetes. Diante do exposto, é necessário que a família se implique em todo esse processo de mudança para auxiliar o paciente no tratamento. (Zanetti,2008)

A família, como um contexto social nuclear onde seus comportamentos, ações e hábitos sofrem influência cíclica e multivetorial, influência de forma intensa o estado de saúde de cada indivíduo integrante, bem como, este, influencia o modo de funcionamento da unidade familiar. Dessa forma, é notável o impacto do diabetes no âmbito familiar, pois o aspecto crônico da doença, assim como os riscos de complicações agudas e crônicas, a importância dos hábitos e atitudes do paciente, assim como também o custo do tratamento perturbam o equilíbrio familiar. O envolvimento e apoio de um núcleo familiar instruído no contexto do diabetes é, comprovadamente pela literatura, um requisito fundamental para que o paciente diabético obtenha êxito no auto manejo da doença (Zanetti,2008).

A intervenção educacional é de suma importância no tratamento da DM visto que esse gera um impacto positivo no comportamento do efêmero garantindo seu melhor prognostico por meio de mudanças no estilo de vida, como utilização adequada de medicamentos, melhores hábitos alimentares e prática de atividade física. Além disso, a intervenção educacional garante uma redução dos valores gastos com o tratamento de complicações desse grupo de risco (DIABETES CONTROL AND COMPLICATIONS TRIAL RESEARCH GROUP, 1993).

Houve a realização de um estudo prévio. Nesta avaliação foi observado que a presença do diabetes desperta sentimentos negativos e de limitações para a maioria dos entrevistados e suas famílias. Diante disso, consideramos importante realizar uma intervenção nestes pacientes no sentido de esclarecer as famílias a respeito da importância das mesmas no tratamento do diabetes, principalmente em crianças e adolescentes, assim como também estimular o debate sobre o assunto. Assim, importância do projeto encontra-se no sentido de que diabetes mellitus é uma doença crônica que exige diversos cuidados especiais e a família tem um papel fundamental no cuidado e no auxílio do paciente. Sabemos que nem sempre esse suporte é oferecido, sendo responsabilidade do profissional da saúde transmitir os conhecimentos necessários para estabelecer a conexão elementar entre o enfermo e seus familiares, e o empoderamento das famílias sobre o tratamento do diabetes (FAÇANHA et al., 2018).

Em virtude do que foi abordada, a escolha do método pesquisa-ação foi feita por esta ser uma investigação baseada em uma autorreflexão coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social, de modo que os pesquisadores e os participantes representativos da situação da ser investigada estão envolvidos de modo cooperativo e participativo. A pesquisa-ação por ser

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participativa, supõe uma complicação no trabalho dos pesquisadores e das pessoas envolvidas com o projeto onde se faz intercâmbio, socialização das experiências e conhecimentos teóricos e metodológicos da pesquisa.

2 METODOLOGIA

Foram utilizados dados de uma pesquisa prévia realizada entre agosto de 2017 e março de 2018. Tal pesquisa foi um estudo quantitativo e qualitativo, realizado por aplicação de um questionário em pacientes do Centro de Diabetes e Hipertensão em Fortaleza- CE. (FAÇANHA et al., 2018).

Com base nesses dados foi elaborado um projeto em quatro fases.

Fase 1 - A equipe recebeu capacitação teórico-prática no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), que consta das seguintes atividades:

- Apresentação à unidade, principais atuações e população alvo; - Capacitação teórica e nivelamento sobre a Diabetes Mellitus;

- Capacitação prática nos procedimentos descritos para a monitorização da glicemia capilar, técnicas e interpretação dos resultados.

- Nutrição em diabetes e contagem de carboidratos. - Aspectos básicos da educação em saúde.

- Capacitação sobre o uso da insulina, forma de uso, conservação e medidas de higienes necessárias.

- Capacitação em relação aos aspectos psicológicos envolvidos no tratamento na DM não só no aspecto do paciente, mas também no familiar.

- Aspectos básicos de comportamentos e atitudes durante o atendimento. - Acompanhamentos de atendimentos.

Fase 2 – Foi realizada a gravação de um vídeo educativo mostrando a importância da família do tratamento da DM, além da maneira que ela pode agir auxiliando no tratamento do paciente. Também, foi realizada a produção de um folder visando agregar o material didático do vídeo. Nesse estava presente inúmeros aspectos que costumam ser as principais dúvidas dos familiares sobre o tema. Além disso, foi produzido um questionário (Anexo 2) que buscou obter dados da convivência do familiar com a enfermidade, além de buscar avaliar o impacto do material elaborado.

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Fase 3 – Foi realizada a apresentação individual do vídeo, entrega de folder e uma conversa rápida com os familiares dos pacientes que esperavam por atendimentos no CIDH, além disso foi realizada a entrega do questionário avaliativo.

Fase 4 – Os dados obtidos foram tabulados e analisados utilizando o Software Epi Info versão 3.5.1.

A metodologia de pesquisa-ação é entendida como sequência lógica e sistemática de passos intencionados, sendo eles uma primeira fase de investigação, seguida por uma tematização e finalizada por outra de programação/ação. Ela foi escolhida haja vista ser um método no qual o pesquisador insere-se no contexto social inicialmente de modo observacional, absorvendo os problemas daquela população, para, em seguida, conjuntamente a ela, abordar as dificuldades encontradas compreendendo a problemática do grupo utilizando um senso de percepção coletiva e então elaborar meios de trabalharem em cima delas para promover uma melhoria de tais adversidades.

3 RESULTADOS

A amostra foi composta de 42 familiares, sendo 66,7% composta de mulheres e 33,3% composta de homens. Em relação a escolaridade conforme a tabela 1. Pode-se observa um predomínio do ensino médio completo (38,1%), não sendo relatado entre os entrevistados: Ensino médio incompleto, ensino fundamental não realizado, ensino superior incompleto.

Tabela 1:

Qual a sua escolaridade? Frequência Percentual Fundamental Completo 10 23,8% Fundamental Incompleto 10 23,8% Médio Completo 16 38,1% Superior Completo 6 14,3% Total 42 100%

Em relação ao tempo de diagnóstico, a maior parte dos familiares relatou um diagnóstico recente do parente com DM tipo 1. Havendo um predomínio de 73,8% no período de 0-5 anos. Conforme dados da tabela 2:

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Tempo de

diagnóstico Frequência Percentual

0-5 anos 31 73,8%

5-10 anos 6 14,3%

10-15 anos 5 11,9%

Total 42 100%

Segundo Nascimento e Spaparani (2009), diabetes tipo 1 é descoberta na maioria dos casos na primeira infância. Em consequência disso, sendo a doença crônica e iniciando tão cedo na vida do indivíduo pode vir a trazer implicações para o desenvolvimento da criança e das suas relações familiares, entre elas, mudanças nas suas condições físicas, deficiências no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e doença mental, limitando suas atividades diárias. Assim, sendo a doença de longa duração e não tendo cura pode deixar sequelas e restringir as funções do indivíduo, exigindo dele força, alterações comportamentais e adaptação.

No que se refere ao que mais atraiu no trabalho e a opinião sobre o trabalho podemos observar grande aceitação sendo 71,4% considerado ótimo, 26,2% considerado bom e apenas 1 familiar achou o trabalho ruim. Além disso, foi notada maior aceitação ao material áudio visual (64,3%) em relação ao folder (26,2%) e 9,5% familiares julgaram que ambos foram igualitários em atrair sua atenção.

4 DISCUSSÃO

Segundo Leite (2008), há inúmeros estudos, porém, os trabalhos publicados são distintos quantos aos tipos de intervenção para uma população específica, não havendo um programa universal de educação em diabetes que possa ser uniformizado e reconhecido como útil em todo o mundo. Desse modo, podemos analisar que apesar do trabalho ter sido aceito pela maioria dos entrevistados, pela ausência de padrão em intervenções educacionais em diabetes não podemos afirmar o quanto esse trabalho possa ter sido útil para a vida dos pacientes diabéticos e familiares.

Ademais, Pinheiro, Kakehashi e Angelo (2005), observou que houve um aumento significativo no uso de vídeos como instrumento nas pesquisas qualitativas, por serem esses mais visuais e despertarem bastante interesse no expectador, o que confirma a maior aceitação do material áudio visual no presente estudo.

Outro dado relevante foi relacionado ao aprendizado. Nesse 85,7% dos familiares consideram que o trabalho trouxe conhecimento, enquanto apenas 9,5% familiares relataram que

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não acrescentou nenhum conhecimento. Além disso, 100% dos familiares relataram compreender a importância do apoio familiar ao paciente.

Para grande maioria dos familiares, que mesmo já convivendo com os pacientes diabéticos, ainda assim houve algo relevante e positivo em ter visto o material do presente estudo, sendo assim foi acrescentado conhecimento e poderão auxiliar ao empoderamento dos seus familiares. Desse modo, cabe aqui a máxima de TILDEN; WEINERT, 1987, que o suporte social apoio social ou redes sociais são estruturas que inter-relacionam, abrangendo a família, amigos, vizinhos e outros, que provêm apoio de forma recíproca, ou seja, a pessoa que recebe apoio da sua rede, também dá apoio as pessoas que interagem em sua rede. Referindo-se aos mecanismos pelos quais os relacionamentos interpessoais presumivelmente protegem as pessoas do efeito deletérios do estresse, o que faz recordar diretamente aos pacientes de doença crônica, que não podem estar sós com os conflitos da doença em sua caminhada.

Nabors & Bartz em 2013, já haviam evidenciado que o apoio familiar ao paciente pode influenciar na adesão às orientações prescritas ao tratamento e no consequente controle do diabetes. Nesse contexto, o fato de 100% dos familiares estarem a par na importância da sua participação no tratamento dos pacientes diabéticos, confirma os estudos realizados nesse aspecto. Além do mais, sendo crianças e adolescentes um grupo vulnerável, com maiores dificuldades, necessitando ainda mais de apoio.

No questionário houve a pergunta: “O que mais lhe chamou atenção nesse trabalho? ” Na qual os seguintes termos chamaram a atenção dos pesquisadores

“A importância da família”, “Complicações como hipo e hiperglicemia”, “Conversa”, “Importância do engajamento familiar” e “Depoimento das crianças”

Segundo Fialho et al. 2011, a forma que a família lida com a descoberta e entendimento da doença influencia diretamente a criança e adolescente na forma de enfrentar a doença. Assim, é fundamental a ação dos pais em promover a educação, evitando a superproteção. Desse modo, uma boa estrutura familiar gera umas boas condições para o bom prognostico do diabetes, além de gerar menos impacto na vida da família.

Outra pergunta foi: “Depois de ver esse material de que forma você pretende colaborar com o seu familiar?”

“Ajudar mais com alimentação e exercício”, “Abrir a mente para aprender mais sobre a doença”, “Apoiar cada vez mais” e “Cuidar e alertar sobre a doença”.

O conhecimento adquirido sobre à DM1 promovem o aprimoramento de habilidades e aumentam a autoconfiança dos familiares e dos portadores da doença. Esse conhecimento gera um

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entendimento sobre a capacidade da doença de gerar problemas futuros, assim há uma atenção maior no cuidado e monitoramento da enfermidade. (De Mello, 2006)

Dessa forma, atitudes como o auxílio na alimentação e exercícios, buscar um maior conhecimento e o apoio são fundamentais para garantir autoconfiança, além de possibilitar um empoderamento da família no tratamento dos parentes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo proporcionou benefícios para os pacientes e familiares do CIDH, com a oportunidade de conhecer mais sobre o diabetes tipo 1 devido aos materiais de intervenção educacional utilizados no presente estudo, que foram o folder, o vídeo e a entrevista semiestruturada.

Portanto, a intervenção em grupos de familiares de pacientes diabéticos se mostrou eficiente. Uma vez que o conhecimento e entendimento da diabetes é fundamental para a atuação familiar no manejo da doença. Assim, cabendo aos profissionais da saúde estimular a interação familiar, além de manter uma educação contínua com os pacientes.

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