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Plano de gerenciamento de resíduos sólidos em uma instituição de ensino superior / Solid Waste Management Plan in a Higher Education Institution

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 45643-45675 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos em uma instituição de ensino

superior

Solid Waste Management Plan in a Higher Education Institution

DOI:10.34117/ bjdv6n7-261

Recebimento dos originais: 13/06/2020 Aceitação para publicação: 13/07/2020

Mário Marcos Moreira da Conceição

Engenharia Ambiental

Instituição: Universidade do Estado do Pará

Endereço: Rodovia PA 125, s/n, bairro Angelim, Paragominas, Pará E-mail: mariomarcosmc.7@gmail.com

Antônio Pereira Júnior

Mestre em Ciências Ambientais

Instituição: Universidade do Estado do Pará. Laboratório de Qualidade Ambiental (LQA) Endereço: Rodovia PA 125, s/n, bairro Angelim, Paragominas, Pará.

E-mail: antonio.junior@uepa.br

RESUMO

O acúmulo de resíduos sólidos, torna-se um dos grandes problemas de poluição do meio ambiente da atualidade. Essa pesquisa tem como objetivo, elaborar e propor um plano de gerenciamento de resíduos sólidos para o Campus VI – Paragominas-PA, com adequação de práticas administrativas e manejo adequado e seguro. Para obtenção dos dados primários, foi utilizado um formulário semiestruturado para cada responsável dos 17 setores do Campus. Os objetivos foram: (1)identificar os tipos de resíduos produzidos diariamente (2) a forma de armazenamento; (3) destinação/disposição final dada aos mesmos; (4) Efetuar a gravimetria dos resíduos sólidos produzidos bem como a classificação, pelos discentes, docentes e corpo administrativo, de acordo com o preconizado pela Norma Brasileira de Regulamentação – NBR, ABNT 10.004/04. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente, com o uso de planilhas eletrônicas contidas no software Excel (2013). A exposição gráfica e tabular, foi efetuada com a utilização do software Origin. 8.5. A base para a elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos (PGRS), foi a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n.12.305/10, com as seguintes proposições: vantagens e desvantagens, aspectos operacionais, identificação das alternativas mais viáveis para cada setor, medidas de acondicionamento, coleta, manuseio, armazenamento e transporte. Os dados obtidos e analisados, para cada setor gerador de resíduos sólidos, indicaram que, dentre os vários tipos de resíduos gerados, os mais comuns foram: papel (n = 94,1%); papelão (n = 82,3%) e embalagens plásticas (n = 88,2%). Os dados também indicaram que vidros são descartados pela minoria (n = 5; 9,4%) dos 17 setores analisados. Foram confeccionados 49 cestos coletores seletivos para fornecimento de estrutura física que propicia o correto descarte dos resíduos sólidos em todos os setores. Os dados obtidos indicaram que foram gerados, nas quatro semanas analisadas, após a implantação do PGRS, 73,54 kg de resíduos, isso indica uma redução de 65,55 kg de resíduos, com base nos dados da primeira gravimetria (n = 139,09 kg). A análise dos dados obtidos indicou que houve geração residual de papel/papelão (n = 46,47%), plástico (n = 38,50%), metal (n = 7,08%), vidro (n = 5,19%) e orgânico n = (2,73%). A geração per capta desses resíduos variou entre os dois

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períodos de gravimetria de 0,04 a 0,05 kg/dia. Até antes da implantação do PGRS, esta IES apresentava falhas em todo processo de manejo desses materiais. A partir da elaboração do PGRS, foi possível conciliar as práticas desta comunidade, em todos os setores, ao estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Palavras-chave: manejo adequado, mitigar, implantação. ABSTRACT

The accumulation of solid waste becomes one of the major problems of pollution of the environment today. This research aims to prepare and propose a solid waste management plan for Campus VI - Paragominas-PA, with adequate administrative practices and adequate and safe management. To obtain the primary data, 17 semistructured forms were used for each responsible of the 17 sectors of the Campus . The objective was to identify the types of waste produced daily in these places, the form of storage and destination/final disposition given to them. The solid waste produced by the students, teachers and administrative body of this locality was gravimetrically classified according to the Brazilian Standard of Regulation - BSR, ABNT 10.004/04. The data obtained were statistically treated with the use of spreadsheets contained in the Excel software (2013). The graphic and tabular exposition was performed using the Origin software. 8.5. The basis for the elaboration of the Solid Waste Management Plan (PGRS) was the National Policy on Solid Waste, Law n.12. 305/10. The content of this plan was based on the analysis of the following propositions: advantages and disadvantages, operational aspects, identification of the most viable alternatives for each sector, packing, handling, storage and transport measures to mitigate the inadequacies in these actions. The data obtained and analyzed, for each solid waste generation sector, indicated that, among the various types of waste generated, the most common are: paper (n = 94.1%); cardboard (n = 82.3%) and plastic packaging (n = 88.2%). The data also indicated that glass is discarded by only five (n = 9.4%) of the 17 sectors analyzed. 49 baskets were selected to provide a physical structure that provides the correct disposal of solid waste in all sectors. The obtained data indicated that 73.54 kg of residues were generated in the four weeks analyzed after PGRS implantation, indicating a reduction of 65.55 kg of residues, based on data from the first gravimetry (n = 139.09 kg). The analysis of the data indicated that there was a residual generation of paper / cardboard (n = 46.47%), plastic (n = 38.50%), metal (n = 7.08%), glass (n = 5.19%) and organic (n = 2,73%). The

per capta generation of these residues varied between the two periods of gravimetry of 0.04 to 0.05

kg/day. Even before the implementation of the PGRS, this IES presented flaws in all the management process of these materials. Since the creation of the PGRS, it was possible to reconcile the practices of this community, in all sectors, to that established by the National Solid Waste Policy.

Keywords: proper handling, mitigate, implantation.

1 INTRODUÇÃO

A acelerada industrialização do mundo moderno e a incorporação de novos hábitos de consumo, na sociedade, fizeram surgir as embalagens descartáveis e, devido a crescente produção desses resíduos, obrigou os gestores ambientais, nas três esferas políticas, a elaborarem um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, com base no art. 20 da Lei n. 12.305, que institui à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), onde define que os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos sólidos perigosos, ou sólidos que não apresentem

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características de resíduos domésticos, devem ser sujeitados a esta elaboração (BRASIL, 2010; GERBER; PASQUALI; BECHARA, 2015).

Quanto à definição para resíduos sólidos, tem-se: são materiais que geralmente perdem a utilidade para a fonte geradora, tem definição baseada no estado material, e são divididos em sólidos, líquidos e gasosos. São também substâncias de origem orgânica e inorgânica, no estado sólido ou semissólidos, tais como alimentos, cinzas ou restos de animais mortos, sobras de demolição e/ou construção, pesticidas, materiais contaminados, explosivos ou radioativos e outros resultantes de atividades industriais, comerciais, agrícolas e residenciais (LIMA et al., 2014).

Em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos, em especial aqueles produzidos pela comunidade acadêmica, suscitam entraves em diversos pontos das cidades que não apresentam aterro sanitário, o que forma lixões a céu aberto, e isso compromete a condição do meio ambiente e consequentemente a qualidade de vida da comunidade residente. Tal problemática pode ser explanada devido à carência de sensibilização ambiental, deficiência de infraestrutura e de políticas públicas que visem uma melhor gestão e gerenciamento desses materiais (ARAÚJO; PIMENTEL, 2016).

No âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES), as preocupações referentes a Educação Ambiental, obtiveram destaque pelas legislações, como as políticas públicas voltadas à gestão dos resíduos sólidos, e isso corrobora com a relevância de que a temática representa, para a construção de instituições e espaços cada vez mais sustentáveis (ALMEIDA, 2018).

Concernente a isto, o acúmulo de tais resíduos sólidos, torna-se um dos grandes problemas de poluição do meio ambiente da atualidade, e que é sustentado na tríade consumo, recurso e resíduo. Este fato está intrinsicamente relacionado a necessidade de consumo que promove a crescente utilização dos recursos naturais, e, consequentemente, resulta no descarte de mais resíduos, cujo volume tem ultrapassado o crescimento da população (CAMPOS, 2012).

Neste contexto do gerenciamento dos resíduos sólidos, a coleta seletiva, como primeira etapa, facilita o depósito desses materiais em cestos com códigos de cores definidos pela Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) n. 275:2001. É também o método de separação dos resíduos urbanos, industriais, hospitalares e laboratoriais com a classificação dos materiais para fins de reciclagem, realizada por catadores, órgãos públicos, empresas, entidades civis e cidadãos (KRIEGER et al., 2010).

Quanto ao processo de reciclar, trata-se de pegar algo que não tem mais utilidade e transformá-lo novamente em matéria-prima para que se forme um item igual ou sem relação com o anterior. O termo "Reciclagem" é proveniente da língua inglesa no qual "re" significa repetir e "cycle"

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corresponde à ciclo. Portanto, reciclagem é "repetir o ciclo". São ainda, resíduos que podem ser inseridos na forma pré-consumo ou pós-consumo, novamente no processo produtivo (BARROS, 2012).

Entretanto, os materiais recicláveis gerados nem sempre são destinados para recicladora, os demais tipos de resíduos não são manejados corretamente e o local de despejo desses objetos são multifásicos, complexos, particulados e descontínuos com diferentes constituintes de resíduos sólidos. Com isso, faz-se necessário o diagnóstico do manejo desses resíduos e, como medida corretiva dos problemas, o prognóstico e a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS, que inclua propostas educacionais, ou seja, uma educação ambiental continuada com o objetivo de sensibilizar funcionários e acadêmicos (NAVEEN; SITHARAM; SIVAPULLAIAH, 2015; LEME; MARTINS; BRANDÃO, 2012).

Consequentemente, a obtenção de uma gestão adequada desses resíduos, deve ser efetuada com um plano de gerenciamento desses materiais, cujo objetivo central é a diminuição da quantidade final dos materiais a serem dispostos, e dos impactos ambientais causados pela disposição inadequada dos diferentes tipos de resíduos, além de priorizar a redução na fonte de geração, dessa forma, torna-se em uma mitigação ao problema do descarte inadequado dos resíduos (RANA; GANGULY; GUPTA, 2017).

Em face dessas afirmativas, essa pesquisa tem como objetivo, identificar os locais de geração de resíduos sólidos no Campus VI – Paragominas-PA, para qualificar e quantificar os tipos de resíduos gerados e, analisar qualitativamente as formas de manejo em todo processo, desde a geração a disposição final; elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos comuns para o

Campus e, promover a redução de impactos ambientais do entorno dessa IES com princípios básicos

da Política Nacional de Educação Ambiental – PNMA, como o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo, para sensibilização do quadro funcional, de docentes e discentes quanto ao descarte correto dos resíduos sólidos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

Na segunda metade do século XX, o crescimento descontrolado das atividades produtivas, o consumo desenfreado da população e a elevação na geração de resíduos sólidos, levou a uma veloz degradação de ambientes naturais, tanto pela geração de recursos produtivos, quanto pelo acúmulo de poluentes. Multiplicaram-se as pessoas afetadas por sérios problemas ambientais e, como

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consequência, emergiram robustos movimentos sociais questionando os fazeres e os saberes dos propositores do industrialismo (ALMEIDA JUNIOR; GOMES, 2012).

O descarte em maior quantidade desses resíduos é decorrente principalmente da criação das embalagens descartáveis, pela facilidade de fabricação e uso. A disposição final inadequada desses materiais prejudica o meio ambiente, corroboram para maior devastação vegetal e para a fabricação de outros materiais composto por celulose. Tal situação pode ser amenizada pela reciclagem destes materiais que serão transformados em produtos com mesmas características funcionais (SILVA; ZAIDAN, 2012).

2.2 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com a NBR 10.004 da ABNT (BRASIL, 2004), os resíduos sólidos podem ser classificados em:

Classe I: Perigosos, no qual incluem todos os resíduos que apresentam características físicas químicas ou infectocontagiosas, que podem apresentar riscos tanto a saúde coletiva de um local, simultaneamente ou não à riscos ou agravos ao meio ambiente, como os produzidos pelos laboratórios que efetuam atividades experimentais com produtos químicos.

Classe II A: Não inertes, incluem os resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos e estes, não se enquadram na classe I nem na classe II B, pois as principais características são a combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade de água, ou seja, constituem basicamente resíduos domésticos como os produzidos em cozinhas e cantinas, além dos orgânicos e resíduos de madeira.

Classe II B: Inertes, compreende os resíduos sólidos que não apresentam riscos à saúde nem ao meio ambiente e se colocados em contato com água destilada ou deionizada em uma temperatura ambiente, os seus componentes solubilizados não apresentarão concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, por exemplo, ferro, aço, isopor, borrachas, latas de alumínio e vidros.

2.3 POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS).

A PNRS prevê a redução, na geração de resíduos, prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e reutilização dos resíduos, e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Ela também institui a responsabilidade compartilhada dos gerados de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviço de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo (BRASIL, 2010).

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O conteúdo legislativo oferece diretrizes, com o intuito de reduzir o volume e a periculosidade de resíduos sólidos, priorizando a não geração, redução, reutilização, reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Além de abordar princípios, finalidades, ferramentas e diretrizes adotadas pelo Governo Federal, independente de regime de cooperação dos estados, Distritos Federais, municípios ou particulares, com vistas a gestão integrada de gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, está acompanhada de instrumentos inovadores, como a responsabilidade compartilhada e a determinação de contemplar a inclusão social dos catadores (GINDRI; LHAMBY, 2016).

2.4 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Na elaboração deste plano, a preocupação interinstitucional dos geradores dos resíduos, do poder público e da legislação vigente, deve ser de forma assídua com um conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Com isso, o gerenciamento de resíduos sólidos, terá o potencial de mitigar os impactos oriundos do descarte inadequado dos resíduos (GERBER; PASQUALI; BECHARA, 2015).

Para isso, o gerenciamento deverá atender aos seguintes princípios: a prevenção da geração; a minimização dos resíduos gerados; a reutilização, a reciclagem e a recuperação ambientalmente segura; o tratamento ambientalmente seguro e a disposição final ambientalmente segura. A separação de resíduos sólidos na fonte, com a participação de todos os setores, deve ser realizada na comunidade. Entretanto, prevê-se que a quantidade de resíduos sólidos aumentará, se as operações ineficientes continuarem a persistir (INTAHPHUAK et al., 2017).

Neste contexto, a PNRS recomenda que um Plano de Gerenciamento de Resíduos contemple: o inventário de resíduos a partir da origem, o volume, a caracterização e a classificação; os procedimentos a serem adotados na segregação, coleta, classificação, acondicionamento, armazenamento temporário, transporte, reciclagem, recuperação, reutilização, tratamento e disposição final, conforme a classificação, e indicar os locais onde essas atividades serão implementadas (BRASIL, 2010).

2.5 COLETA SELETIVA

A coleta seletiva, reduz o volume de materiais destinado aos aterros sanitários ou lixões e, proporciona economia de recursos naturais como petróleo, madeira, alumínio, ferro, aço, água e

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energia. Também é uma opção de renda pela comercialização dos materiais passíveis de reutilização ou reciclagem. No contexto deste processo, é extremamente importante não esquecer que a responsabilidade legal pelos resíduos gerados, é de quem os gera (SZABÓ, 2010).

Devido à ocorrência de tais problemas, surge uma busca por novas tecnologias que possam auxiliar na redução, ou na resolução dos impactos ambientais gerados, o que torna a coleta seletiva, uma etapa imprescindível neste contexto. Embora o assunto em questão seja totalmente atual e polêmico, e cheio de argumentos de natureza ética, a filosofia moral acadêmica tem ministrado pouca atenção (ALMEIDA, 2013; ROCHA, 2013).

2.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Lei n. 9.795:1999, de 27 de abril de 1999 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA, regulamentada pelo Decreto n. 4.281:2002, é voltada para uma sensibilização sobre a Qualidade Ambiental - QA. As práticas sustentáveis devem funcionar, e que alcançar os seus objetivos, de tal forma que uma sociedade educada ambientalmente, possua um caráter crítico, inserida como uma educação interdisciplinar de saberes e atitudes, e envolva a participação do indivíduo na sensibilização de novos métodos sustentáveis (SOUZA, 2014).

Neste contexto, com a falta de sensibilização da população em relação a alocação adequada de resíduos sólidos e o crescente consumo de bens materiais, o descarte indevido desses objetos, é corriqueiro, no qual ocasiona a poluição do solo e lençol freático. Portanto, a criação de políticas internas nas instituições públicas e privadas, como, campanhas educativas, tem a importância de sensibilizar usuários e consumidores para a necessidade quanto a descartar adequadamente os resíduos, o que evitará danos ao meio ambiente e a saúde humana de forma sustentável e promissora quanto à qualidade socioambiental (OLIVEIRA et al., 2013).

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 FISIOGRAFIA DO MUNICÍPIO

O município de Paragominas-PA (Figura 1), nordeste paraense, está distante 320 km da região metropolitana de Belém e possui as coordenadas: latitude 02° 59´ 4” S, longitude 47° 21´ 10” W, altitude de 90 metros e uma área aproximada de 19.342,254 km², com densidade demográfica de 5,06 habitantes por km², e uma população estimada em 110.02 habitantes (IBGE, 2017).

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Figura 1 – Mapa político de localização da área de pesquisa. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

Quanto ao método utilizado nesta pesquisa, ele foi indutivo, pois parte-se de uma particularidade, a geração de resíduos sólidos, para uma generalidade: a destinação/disposição final inadequada destes resíduos. Em relação a aplicabilidade, ela assumiu caráter exploratório, com abrangência qualiquantitativa, onde os métodos qualitativos são referentes a investigação científica que se foca no caráter subjetivo do objeto analisado, enquanto que o quantitativo tem fundamentações no pensamento positivista lógico, enfatiza o raciocínio dedutivo, a lógica com suas regras e os atributos mensuráveis da experiência antrópica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

Por isso, a natureza desta pesquisa foi aplicada, pois, objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (MATIAS-PEREIRA, 2016; OLIVEIRA, 2011). Para melhor aplicabilidade desse método, ele foi divido em seis etapas (Figura 2).

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Figura 2 – fluxograma das etapas aplicadas ao método da pesquisa. Campus VI, Paragominas-PA.

Fonte: autores, 2018.

Figura 3 – Fluxograma das etapas envolvidas com as proposições que estão contidas na PRGR. Campus VI. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

3.2 ÁREA DA PESQUISA

A área objeto dessa pesquisa, compreende o Campus VI da Universidade do Estado do Pará, na cidade de Paragominas, cuja posição planialtimétrica corresponde a: S 02° 59’ 07,6” e W 47° 21’ 30,9” e elevação de 87 metros. Situado na Rodovia PA-125, no Bairro Angelim o Campus VI foi fundado em 1993 e, oferta na atualidade, os seguintes cursos: (Biologia; Ciências Naturais – Biologia; Design; Engenharia Ambiental; Engenharia Florestal e Química). O edifício do Campus da UEPA de Paragominas possui uma área de 3.912 m2 distribuídos em salas de aulas, laboratórios,

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administração, biblioteca, estacionamento e lanchonete. A área total do terreno do Campus é 14.969 m2 (Figura 4).

Figura 4 – Vista superior da área total do Campus VI e divisão dos blocos da área de pesquisa, Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

O Campus VI é um órgão onde se desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, o que gera, consequentemente os três tipos de resíduos sólidos, incluam-se os orgânicos (Lanchonete e cozinha), os perigosos (laboratórios de Biologia, Físico-Química, Qualidade Ambiental, Labmod e Florestal) e resíduos comuns (papeis e plástico nas salas de aula, administrativo e biblioteca). Tal instituição não apresenta um plano de gerenciamento de resíduos sólidos e os mesmos são manuseados, acondicionados, coletados, destinados ou dispostos de forma inadequada.

3.3 DIAGNÓSTICO

3.3.1 Da obtenção dos dados primários e secundários

Para obtenção dos dados primários, foram utilizados: 1) 17 formulários semiestruturado (dez questões: cinco objetivas e cinco subjetivas), para cada responsável dos seguintes setores: (1) biblioteca, (2) coordenação administrativa, (3) secretaria administrativa, (4) sala dos professores, (5) laboratório de biologia, (6) laboratório de florestal, (7) laboratório de físico-química, (8) laboratório de informática, (9) laboratório de modelagem, (10) laboratório de qualidade ambiental,

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(11) APPORTE JÚNIOR, (12) cantina, (13) cozinha, (14) diretório acadêmico, (15) guarita, (16) sala de desenho, (17) Sala de fotocópia. O objetivo foi identificar os tipos de resíduos produzidos diariamente nestes locais, a forma de armazenamento e destinação/disposição final dada aos mesmos.

2) Gravimetria dos resíduos sólidos produzidos pelos discentes, docentes e corpo administrativo dessa localidade, para classificação, de acordo com o preconizado pela Norma Brasileira de Regulamentação – NBR, ABNT 10004:04. Em cada ponto de geração de resíduos, foi realizada uma qualificação e quantificação dos resíduos gerados (MONTEIRO et al., 2001).

3.3.2 Da elaboração do diagnóstico

Consolidados os dados, iniciou-se a elaboração do diagnóstico dos resíduos de acordo com o preconizado pela PNRS (BRASIL, 2010). Inicialmente foi necessário conhecer o passivo (responsabilidade da instituição no gerenciamento de resíduos sólidos) para promover o melhoramento ambiental. Simultaneamente, foi realizado o levantamento do ativo (recursos utilizados pela instituição para mitigar os problemas ocasionados pelo descarte incorreto dos resíduos sólidos), para caracterizar estes resíduos, definir a taxa de geração diária, semanal, mensal, semestral e anual e a respectiva geração per capta da UEPA Campus VI. A quantificação dos ativos e do passivo é de fundamental importância para a concepção de qualquer sistema de gerenciamento de resíduos que se queira propor.

O diagnóstico foi desenvolvido com base nas anotações, memorial fotográfico e aplicação de formulários de forma setorial, para as considerações quanto aos diferentes modos de consumo e descarte de embalagens e outros resíduos sólidos de cada setor.

3.3.3 Tratamento estatístico dos dados

Os dados obtidos foram tratados estatisticamente, com o uso de planilhas eletrônicas contidas no software Excel (2013), para em seguida, aplicar a Estatística Descritiva (média – Equação 1; Frequência absoluta – fi -Equação 2; Frequência relativa – fr - Equação 3); Correlação de Pearson – r – Equação 4), porque há necessidade do cálculo para análise dos dados obtidos (Tabela 1). A exposição gráfica e tabular, foi efetuada com a utilização do software Origin. 8.5.

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Tabela 1 – Equações utilizadas para tratamento estatístico dos dados obtidos. Dado estatísticos

analisados Equação utilizada Significados

Média 𝑋 = 𝑆

𝑁 1

Me = Média; S = Soma dos termos; N = Número de termo.

Frequência

absoluta – fi 𝑓𝑖 = ∑𝑛 2

fi = frequência absoluta; ∑𝑛= soma das frequências das amostras.

Frequência

relativa – fr 𝑓𝑟 =

𝐹𝑖

∑𝑓𝑖 3

fi = frequência absoluta; ∑ fi = somatória das frequências absolutas.

Correlação de

Pearson 𝑟 =

∑(𝑥 − 𝑥̅)(𝑦 − 𝑦̅)

√∑(𝑥 − 𝑥̅)2 ∑(𝑦 − 𝑦̅)2 4

r = correlação de Pearson; ∑ = somatória; x e y = médias da amostra.

Fonte: autores, 2018.

3.4 ELABORAÇÃO DO PLANO

3.4.1 Confecção e localização dos coletores residuais

Os coletores seletivos foram confeccionados a partir de material reciclável (Pallet e resíduos de compensado) com identificação do código de cores (BRASIL, 2001) para alocação dos diferentes tipos de resíduos. Foram confeccionados coletores seletivos para alocação dos resíduos sólidos comuns de acordo a particularidade dos 17 setores existentes no Campus VI. A localização dos coletores, foram determinadas a partir da necessidade da visualização e utilização pelos frequentadores dessa Instituição de Ensino Superior (IES). Nos quatro blocos do Campus VI, fixaram-se, em cada um deles, um conjunto de cinco coletores residuais seletivos (Figura 5).

Figura 5 – Cestos para coleta seletiva distribuídos nos blocos 1,2,3 e 4 do Campus VI. Paragominas – PA

Fonte: autores, 2018.

3.4.2 Elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos

A base para a elaboração do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos (PGRS), foi a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n.12.305:2010, art. 21. O conteúdo desse Plano obedeceu a análise das seguintes proposições: vantagens e desvantagens, aspectos operacionais, identificação das alternativas mais viáveis para cada setor, medidas de acondicionamento, coleta, manuseio, armazenamento e transporte, para mitigar as inadequações nessas ações. A organização do processo de elaboração do PGRS, foi efetuada com cinco etapas: (1) planejamento; (2) diagnóstico e prognóstico; (3) proposição; (4) consolidação do PGRS; (5) monitoramento e avaliação.

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3.5.1 Implantação da Educação Ambiental

De acordo com o preconizado no art.13, Lei n. 9.795:1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), foram realizadas duas palestras de caráter informal com exposições sobre a Educação Ambiental (EA) e o gerenciamento de resíduos sólidos no mês de setembro, e palestras, em todas as salas de aula do Campus VI no mês de outubro de 2018. O objetivo foi incrementar a sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais, organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente quanto a coleta seletiva, destinação e disposição final adequada dos resíduos sólidos.

Foram abordados os principais conceitos e informações sobre: 1) o que é o meio ambiente; 2) educação e preservação ambiental; 3) resíduos sólidos; 4) o princípio dos cinco R’s: Reciclar, reduzir, reutilizar, repensar, recusar; 5) coleta e separação de resíduos. A sensibilização dirigida à comunidade universitária teve como foco principal responsabilizar o gerador de resíduos a separá-lo na fonte para atender ao gerenciamento proposto.

3.5.2 Formação complementar

No mesmo período realizou-se a formação complementar (Tabela 2). Foi disponibilizado um manual para cada responsável dos setores objetos desta pesquisa, sobre gerenciamento de resíduos sólidos, para aprimorar o conhecimento a práticas sustentáveis.

Tabela 2 – período de implantação da formação complementar, Paragominas – PA.

Meses Quinzenas 1ª 2ª Setembro X Outubro X X Novembro X X Fonte: autores (2018) 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 DIAGNÓSTICO

4.1.1 Identificação dos locais de geração de resíduos

Os dados obtidos e analisados indicaram que há, no Campus VI, 17 fontes geradoras de resíduos sólidos, e tais produções são referentes as atividades desenvolvidas e matérias primas utilizadas (Figura 6), onde os resíduos mais produzidos são papeis e plásticos devido as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

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Figura 6- Atividade desenvolvida e Matérias prima utilizadas nos setores do Campus VI. Paragominas - PA.

Legenda: Biblioteca - B.T; Coordenação Administrativa - C.A; Secretaria Administrativa - S.A; sala dos professores - S.P; Laboratório de Biologia – LB; laboratório de florestal - L.F; laboratório de físico-química - L.F.Q; laboratório de informática - L.I; laboratório de modelagem - L.M; laboratório de qualidade ambiental - L.Q.A; APPORTE JÚNIOR – AP; Cantina - C.T; Cozinha - C.Z; Diretório Acadêmico – DA; Guarita – GT; Sala de desenho – SD; Sala para fotocópias – SF.

Fonte: autores, 2018.

A pesquisa realizada em Natal – RN, por Macedo e Pimenta (2010), indicou que a geração de resíduos em IES é heterogênea, devido à complexidade e às particularidades das diversas atividades existentes, isso torna o processo de gestão desses resíduos um desafio. Além disso, a diversidade de resíduos gerados contribui para que as instituições possuam características semelhantes às de cidades industriais, porque há diferentes atividades e setores, quadro que também se configura para a UEPA Campus VI, em face dos dados obtidos nesta pesquisa.

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Em relação ao quadro funcional, a análise dos dados obtidos indicou que o Campus VI, é composto por 18 servidores dispostos em oito cargos (Figura 7).

Figura 7 – Dados quantitativos de funcionários por cargos. Campus VI – Paragominas – PA

Fonte: autores, 2018.

Além disso, essa IES, está atualmente composta por 533 discentes, distribuídos em oito cursos (Tabela 3).

Tabela 3 – Frequência absoluta - fi, relativa - fr e média - 𝑿̅, da quantidade de discentes por curso do Campus VI, Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

Os dados obtidos indicaram que o curso de engenharia ambiental apresenta maior frequência relativa (fr=27,20%), entretanto, mesmo que os discentes deste curso tenham formação voltada a sensibilização ambiental, o campus não apresenta um plano para minimizar os problemas oriundos do descarte inadequado dos resíduos. Souza (2014), efetuou um estudo em João Pessoa - PB, e concluiu que as Instituições de Ensino Superior – IES, tem uma responsabilidade social de disseminar o conhecimento e agir como um agente modificador como, por exemplo, nas questões de qualidade ambiental.

Entretanto, na pesquisa realizada em Paragominas - PA, por Conceição et al. (2018), os dados obtidos indicaram que empresas como as IES’s, não possuem uma imagem pública, a partir da

Cursos ofertados fi fr (%) 𝑿̅

1 Biologia 33 6,19% 4,1

2 Ciências Naturais - Biologia 31 5,81% 3,8

3 Design 137 25,70% 17,1 4 Engenharia Ambiental 145 27,20% 18,1 5 Engenharia Florestal 125 23,45% 15,6 6 Intercultural Indígena 31 5,81% 3,8 7 Matemática 3 0,56% 0,3 8 Química 28 5,25% 3,5 Total 533 100%

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confiabilidade na relação empresa-usuário/consumidor, em analogia ao título: Ambientalmente correta, o que deve induzir as IES’s, na formulação de projetos no âmbito social na relação homem/natureza. Na pesquisa realizada na UEPA, Paragominas, o desempenho é requerido pelo fato desta instituição lidar com o curso de Engenharia Ambiental, o que induziria a aplicação de programas socioambientais, mas, apesar dessa afirmativa, o gerenciamento dos resíduos sólidos, nesta instituição, é deficiente.

4.1.2 Em relação aos tipos e qualificação dos resíduos

Os dados obtidos e analisados, para cada setor gerador de resíduos sólidos, indicaram que, dentre os vários tipos de resíduos gerados, os mais comuns são: papel (94,1%); papelão (82,3%) e embalagens plásticas (fr = 88,2%). Os dados também indicaram que vidros são descartados por apenas cinco (9,4%) dos 17 setores analisados (Tabela 4).

Tabela 4: tipos de resíduos sólidos produzidos nos setores do Campus VI Paragominas-PA.

SETORES LOCAL DE PRODUÇÃO fi fr (%) PP 1 a 11; 13 a 17. 16 94,1 PL 1,3,4; 6 a 14; 16,17. 14 82,3 VD 5,7,9,10,12. 5 29,4 PT 1 a 6; 8;10 a 17. 15 88,2 MD 4,6,9. 3 17,6 AL 3,9,12,13,14. 5 29,4 OL 9,12,13. 3 17,6 RE 8 a 11; 17. 5 29,4 AM 9. 1 5,8 PQ 6,7,9,10. 4 23,5 PC 9,14. 2 11,7 Total geral 17 17 100

Legenda: Biblioteca (1); Coordenação Administrativa – (2); Secretaria Administrativa – (3); sala dos professores – (4); Laboratório de Biologia – (5); laboratório de florestal – (6); laboratório de físico-química – (7); laboratório de informática – (8); laboratório de modelagem – (9); laboratório de qualidade ambiental – (10); APPORTE JÚNIOR – (11); Cantina – (12); Cozinha – (13); Diretório Acadêmico – (14); Guarita – (15); Sala de desenho – (16); Sala de fotocópias – (17); papel - PP; papelão - PL; vidro - VD; plástico - PT; madeira - MD; alimentos - AL; óleo - OL; resíduos eletroeletrônicos - RE; alumínio - AM; produtos químicos - PQ; perfuro cortante - PC.

Fonte: autores, 2018.

Houve indicação também, a partir dos dados obtidos, de que três setores geram maior diversidade de resíduos sólidos: (1) laboratórios, especificamente o laboratório de modelagem (papel, papelão, vidro, madeira, alimentos, óleo, resíduos eletroeletrônicos, alumínio, produtos químicos, perfuro cortante), (2) a cantina (papel, papelão, plástico, alimentos e óleo), e a (3) cozinha (papelão, vidro, plástico, alimentos e óleo).

Pesquisa realizada em Florianópolis – SC, por Juliatto, Calvo e Cardoso (2011), indicou que, dentre os resíduos secos, os maiores volumes gerados que mais se destacam, na UFSC, são os

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papéis e os plásticos. O plástico é originado de diversas atividades, como na lanchonete e restaurante do Campus, e o papel, proveniente das atividades burocráticas e de ensino, nas salas de aulas e departamentos administrativos. Já o estudo efetuado na Universidade Federal de Palmas - TO, por Fawzi et al. (2016), concluiu que, dentro da classificação dos resíduos, os maiores percentuais foram, orgânico (74%), papel/papelão (18%), e plástico (5%), mas, vidro e metal apresentaram baixo percentual. Em Paragominas, a pesquisa indicou produção de resíduos com características físicas similares ao que ocorreu em Florianópolis.

Os dados obtidos indicaram que nos laboratórios, especificamente: o de Biologia, de físico-química e de Qualidade Ambiental são produzidos outros tipos de resíduos (tubos de ensaio quebrados, embalagens de reagentes, garrafas descartáveis; meios de inoculação, garrafas de meios de cultura, meios para cultura com prazo de validade vencido e materiais de limpeza dos equipamentos), além da produção de resíduos tóxicos gerados pós experimentos (Tabela 5).

Tabela 5 - características das substâncias utilizadas nos laboratórios do Campus VI, de acordo com os rótulos dos fabricantes. Paragominas-PA. Substâncias Local de produção fi fr (%) Tóxicas 2, 3, 5, 6 4 66,6 Atóxicas 2, 3, 5, 6 4 66,6 Voláteis 2, 3, 5, 6 4 66,6 Não voláteis 1, 2, 3, 6 4 66,6 Ácidas 1, 2, 3, 5, 6 5 83,3 Básicas 1, 2, 3, 5, 6 5 83,3 Sais 1, 2, 3, 5, 6 5 83,3 Total geral 6 6 100

Legenda: Laboratório de Biologia – (1); laboratório de florestal – (2); laboratório de físico-química – (3); laboratório de informática – (4); laboratório de modelagem – (5); laboratório de qualidade ambiental. – (6). Fonte: autores, 2018.

O estudo realizado em Ribeirão Preto - SP, por Cerezini, Amaral e Polli (2016) concluiu que, no atual contexto socioeconômico, as organizações se deparam com a necessidade de adequação dos seus produtos e serviços, no que diz respeito às questões ambientais. Neste sentido, existe a necessidade de reestruturação para englobar as questões ambientais, como na redução da geração de resíduos, especialmente os perigosos, (Ex.: tóxicos e ácidos). Em Paragominas, no Campus VI, tais resíduos também são produzidos, dessa forma, deve existe uma preocupação centrada na precaução e prevenção, já que a mesma lida com resíduos que apresentam alto índice de periculosidade, mas que deste plano não foram inclusos.

Em relação aos resíduos de poda de árvores, capina e varrição, a análise dos dados obtidos indicou que os mesmos são transportados para a parte posterior do Campus, onde ficam acondicionados (Figura 8).

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Figura 8 – Disposição final dos resíduos de poda de árvore. Campus VI. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

Não é realizada a coleta desses resíduos e periodicamente, ele é queimado, logo, há liberação de gás carbônico (CO2), metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e óxido nitroso (N2O). Rosa

(2010), realizou uma pesquisa em Nossa Senhora Do Livramento – MT, e os dados obtidos indicaram que a capacidade de disposição serapilheira, com maior quantidade de folhas, liberam, quando mineralizadas, macro e micronutrientes: Cálcio (Ca), o Nitrogênio (N), o Potássio (K), o Magnésio (Mg), o Fósforo (P) e o Enxofre (S). Os resíduos de poda e capina no Campus VI, são compostos por folhagem e galhos, o que apresenta ótimo potencial de nutrientes tanto para o solo, quanto para ser utilizado como composto orgânico, frente aos dados descritos na pesquisa realizada em Mato Groso.

4.1.3 Quantificação de resíduos sólidos

A análise dos dados obtidos na primeira etapa do processo de gravimetria, indicou que são gerados, 6,55 kg de resíduos diariamente, e 139,09 kg mensalmente, vale ressaltar que esse dado é referente 20 dias letivos. Tais resíduos, são compostos por papeis/papelões (60,84%) e plástico (39,15%) e são oriundos dos 17 setores do Campus VI, com uma geração per capta equivalente a 0,04 kg/discente (Figura 9).

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Figura 9 – Quantificação dos resíduos nas diferentes fontes de geração. Campus VI. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

Projetou-se então, com base nisso, se todos os discentes frequentarem no mesmo dia o

Campus, a geração per capta mensal com valor igual a 426,4 kg, semestral = 2.558,4 kg, e anual =

5.116,8 kg de resíduos produzidos. A análise entre as variáveis: discentes e produção de resíduos, indicou que houve fraca correlação (r = -0,37). Dessa forma, é possível concluir que não necessariamente uma maior incidência de discentes no campus produzirá maior quantidade de resíduos, frente aos dados obtidos, que indicaram entre a primeira e segunda semana um aumento na frequência de discente que representou 2,35%, enquanto que a produção de resíduos cresceu 164,40%, o que não contrasta com a relação entre a terceira e quarta semana, onde houve uma diminuição dos discentes correspondente a 65,14% e apenas 16,49% no índice de resíduos sólidos. Na Universidade Federal de Tocantins, Fawzi et al. (2016), efetuaram estudo sobre a produção residual do Campus, e concluiram que, a média/dia correspondeu a 127,2 Kg, no mês, 763,45Kg, com produção per capta igual a 0,527 kg. Já no Campus Bela Vista, do Instituto Federal de Mato Grosso, Alves et al. (2013), foram produzidos 16,63 Kg/dia para uma população de 1.125 pessoas, com produção per capta equivalente a 0,014 kg/habitante/dia. Na UEPA, Campus VI, foi constatado que a produção Per capta de resíduos sólidos é equivalente aquela produzida na UFTO, e superior (+65%), como produzido na UFMT. Isso pode ser explicado como ausência de sensibilidade ambiental, como a prática de boas ações ambiental pelos frequentadores dessa IES.

4.1.4 Classificação dos RS’s

Os dados obtidos e analisados indicaram que há ocorrência, no Campus VI, de resíduos de classe II, resíduos não perigosos, com duas subclasses: IIA - resíduos não inertes como papel, plástico, restos orgânicos de alimentos e outros que podem oferecer outras propriedades, sendo

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biodegradáveis, comburentes ou solúveis em água; IIB - resíduos inertes como metal, madeira, isopor, lata de alumínio e vidro que se mostram indiferentes ao contato com a água destilada ou desionizada, quando expostos à temperatura média dos espaços exteriores dos locais onde foram produzidos.

Na pesquisa realizada no Campus São Carlos (JULIATTO; CALVO; CARDOSO, 2011), acerca do papel fundamental das Universidades e classificação dos resíduos sólidos, houve indicação de que há maior produção de resíduos do tipo classe II. Na pesquisa realizada na UEPA, essa classe foi similar, especialmente a referente aos resíduos não inertes.

4.1.5 Em relação ao manuseio, acondicionamento, armazenamento temporário dos resíduos sólidos.

Quanto ao acondicionamento dos RS’s, os dados obtidos indicaram que este é feito de forma incorreta, pois, não inclui coletores seletivos com identificações estabelecidas pela Resolução CONAMA 275:2001, e não há nenhum plano para mitigar os impactos gerados por essa ação. Tais resíduos são acondicionados em dois tipos cestos comuns vazados de polipropileno (C3H6), e são

alocados nos blocos do Campus (Figura 10a) e nos demais setores e salas de aula (Figura 10b).

Figura 10 – a) Cestos vazados com sacos plásticos para coleta de resíduos sólidos; b) cestos para coleta de resíduos em salas de aula. Campus VI. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

Pesquisa realizada em Florianópolis – SC, por Cambruzzi e Pfitscher (2015), indicou que a implantação de práticas sustentáveis e ambientalmente menos impactantes por parte das IES’s, como o fornecimento de estruturas adequadas para acondicionamento dos resíduos sólidos, torna-se relevante à medida que pode contribuir para despertar na comunidade frequentadora destorna-ses locais (docentes, técnicos administrativos e discentes) a valorização do meio ambiente. No Campus VI, esse fornecimento mitigará os impactos oriundos do acondicionamento inadequado dos resíduos,

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como, contaminação do meio e induzirá os frequentadores desta IES, a sensibilização ambiental, frente aos dados obtidos em Santa Catarina.

Quanto ao acondicionamento e armazenamento temporário dos RS’s, os dados obtidos indicaram que há irregularidades (Quadro 4).

Quadro 4 – condição do acondicionamento e armazenamento temporário dos resíduos produzidos nos setores do Campus VI, Paragominas-PA.

Legenda: Biblioteca - B.T; Coordenação Administrativa - C.A; Secretaria Administrativa - S.A; sala dos professores - S.P; Laboratório de Biologia – LB; laboratório de florestal - L.F; laboratório de físico-química - L.F.Q; laboratório de informática - L.I; laboratório de modelagem - L.M; laboratório de qualidade ambiental - L.Q.A; APPORTE JÚNIOR – AP; Cantina - C.T; Cozinha - C.Z; Diretório Acadêmico – DA; Guarita – GT; Sala de desenho – SD; Sala de Fotocópias – S.F

Fonte: autores, 2018.

Em estudo efetuado na região metropolitana de São Paulo por Jacobi e Besen (2011), os autores concluíram que a disposição inadequada e a gestão insuficiente dos resíduos sólidos, causam a impactos socioambientais fatídicos (Ex.: comprometimento dos corpos d’água e mananciais, degradação do solo). No Campus VI, essa preocupação deve existir pelo fato desta IES está próxima

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ao rio principal da cidade, em torno de 100m, o Uraim, onde, a disposição inadequada dos resíduos pode interferir na qualidade deste corpo hídrico, como o processo de assoreamento.

Em relação ao armazenamento temporário, os dados obtidos indicaram que ele é efetuado de duas formas, o interno (Figura 11a) e o externo (Figura 11b). Ambos a céu aberto, o primeiro na parte interna e o outro, na parte externa do Campus VI. Este, é coletado pelo carro de limpeza pública. Entretanto, as duas formas de armazenamento apresentam falhas quando comparadas com o estabelecido pela PNRS.

Figura 11 – armazenamentos temporários de RS, na (a) para interna e (b) parte externa. Campus VI. Paragominas – PA.

Fonte: autores, 2018.

No estudo de revisão bibliográfica efetuado por Campos e Costa (2017), os autores concluíram que os resíduos sólidos quando não apresentam uma gestão/gerenciamento adequado, torna-se um empecilho para a gestão pública, que necessita de tecnologias para uma disposição adequada. No

Campus VI, não há segregação dos resíduos e os mesmos são acondicionados em sacos plástico de

polipropileno e ficam a céu aberto, o que torna um impasse quando são encaminhados para a cooperativa do lixão municipal.

Quanto ao manuseio dos RS’s, os dados obtidos indicaram que essa ação é efetuada pelos servidores de limpeza terceirizada que coletam os resíduos produzidos por todos os setores do

Campus, e os mesmos não recebem um preparo adequado para segregação dos resíduos. Em relação

a coleta interna, os dados indicaram que ela é realizada de forma manual e sem proteção eficiente, como o uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI.

Na pesquisa realizada em Chókwè – Moçambique, por Macorreia (2018), foi indicado que a gestão desses resíduos sólidos é uma atividade complexa que fundamentalmente dependem de todos os envolvidos na ação, tanto no setor familiar, quanto nas empresas privadas, setor pedagógico, autoridades municipais, Organização Não Governamental (ONG), bem como da aplicação seletiva das técnicas adequadas para a coleta, transferência, reciclagem e a disposição final dos resíduos. Em Paragominas, especificamente no Campus VI, o gerenciamento desses resíduos ainda é efetuado de

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forma irregular, pois não constam técnicas adequadas para a coleta, como indicado pela pesquisa em Chókwè.

4.1.6 Quanto a destinação e disposição dos resíduos sólidos

A análise dos dados obtidos quanto a destinação final dos resíduos sólidos indicou irregularidades, pois os resíduos como papeis, plásticos e orgânicos, são passíveis de reciclagem e devem ser destinados corretamente para este fim. Mas, 100% dos responsáveis pelos setores amostrados responderam que não há destinação dos resíduos produzidos no Campus. Quanto à disposição dos resíduos sólidos, 100% da amostragem responderam que estes, são encaminhados ao vazadouro a céu aberto do município. Esse fato não apenas compromete a qualidade do local de depósito, como também eleva os gastos com essa disposição.

Lima (2015), realizou pesquisa no Brasil acerca do consumo e a produção de RS, e os dados indicaram que a intensificação do consumo e da descartabilidade produz efeitos inequívocos sobre a geração de resíduos sólidos, bem como sobre a degradação dos recursos naturais. Já na pesquisa realizada em São Tomé e Príncipe, na África, por Cruz, Fernandes e Martins (2017), foi indicado que a destinação e disposição dos RS’s, em condições deficientes continua a ser um dos grandes problemas para as sociedades contemporâneas. Tal fato está atrelado a necessidade de prevenção e contenção da produção cada vez maior de resíduos, e da necessidade de controlar o destino a dar a estes materiais.

4.2 ELABORAÇÃO DO PGRS

4.2.1 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos

Para o do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, é imprescindível a identificação do estabelecimento (Quadro 5).

Quadro 5 – identificação do estabelecimento de implantação do PGRS, Paragominas-PA. Identificação Geral do Estabelecimento

Razão Social Universidade do Estado do Pará.

CNPJ/MF no: 34.860.833/0001-44

Tipo de estabelecimento Instituição de Ensino Superior Pública Estadual

Endereço PA-125 - Bairro Angelim, Paragominas - PA

CEP: 68625-000, Tel.: (91)3729-9100; E-mail: uepa.paragominas@gmail.com

Horários de funcionamento Diurno e Noturno

Responsável legal Paulo Sérgio Araújo da Silva

Data de Fundação 22 de outubro de 1998.

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Este plano apresenta uma proposta para o gerenciamento dos resíduos produzidos na Universidade Estadual do Pará, com sete etapas, voltados à sustentabilidade universitária do

Campus VI, vale ressaltar que, apenas os resíduos de Classe II, foram administrados, por questões

de demanda.

Etapa 1 - confecção e alocação dos coletores residuais: Foram confeccionados 49 cestos

coletores seletivos para fornecimento de estrutura física que propicia o correto descarte dos resíduos sólidos, além da aplicação de cores estabelecidas na Resolução CONAMA 275:2001. Para cada setor do Campus VI, foram alocados coletores seletivos com dimensões e divisórias de acordo com a necessidade de cada local (Tabela 6).

Tabela 6 – Coletores residuais com código de cores alocados nas dependências do Campus VI – Paragominas – PA.

Coletores Quantidade Dimensões (m) Área (m³)

Blocos 1,2,3 e 4 20 0,18x0,32x0,53 0,030

Salas de Aula, Administrativo, Administrativo-salas, Sala de desenho, Guarita, Apporte, Sala de

fotocópias, Diretório Acadêmico.

19 0,27x0,30x0,30 0,024

Laboratórios, Biblioteca, Cozinha. 9 0,67x0,28x0,24 0,045

Cantina 1 0,89x0,34x0,24 0,072

Total 49 0,429

Fonte: autores, 2018.

Os coletores residuais foram alocados nos seguintes setores: salas de aula, administrativo, sala de desenho, guarita, Empresa Junior - APPORTE, sala de fotocópias e Diretório Acadêmico (Figura 12a), laboratórios, biblioteca e cozinha (Figura 12b).

Figura 12 - a) coletores seletivos distribuídos nas salas de aula, administrativo, sala de desenho, guarita, Apporte, Sala de fotocópias, e Diretório Acadêmico; b) laboratórios, biblioteca e cozinha Campus VI. Paragominas – PA

Fonte: autores, 2018.

Para melhorar a segregação residual, foram confeccionados adesivos e afixados na parte externa das sacolas plásticas onde foram alocados os resíduos sólidos após coleta pelos servidores terceirizados (Figura 12), com objetivo de facilitar a destinação final dos mesmos, e facilitará a ação segregadora dos catadores da cooperativa do município. Isso em obediência a Resolução CONAMA

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nº 275 (Brasil, 2001), que preconiza um código de cores, para facilitar a identificação dos coletores, recepção e manejo dos resíduos.

Na Nigéria, Elemile, Ana e Sridhar (2017), efetuaram estudos sobre as estruturas físicas para coletar resíduos, e concluíram que as variáveis situacionais dessa infraestrutura relacionam-se com o fornecimento de lixeiras e a provisão de treinamento ambiental para um correto descarte de resíduos, e isso irá melhorar a atitude das pessoas, bem como dos discente, docentes e funcionários e facilitar o acesso aos resíduos para os catadores.

Etapa 2 – gravimetria. Nesta segunda etapa, os dados obtidos indicaram que foram gerados,

nas quatro semanas analisadas, 73,54 kg de resíduos, isso indica uma redução de 65,55 kg de resíduos, com base nos dados da primeira gravimetria (139,09 kg). Em relação a correlação das variáveis: produção de resíduos e quantidade de discentes, o valor obtido indicou pouca significância (r = 0,01), ou seja, há outras variáveis que contribuem para as tendências e elevação ou diminuição na produção residual, como período de provas e eventos realizados no campus.

A análise dos dados obtidos indicou que houve geração residual de papel/papelão (46,47%), plástico (38,50%), metal (7,08%), vidro (5,19%) e orgânico (2,73%). Em relação a geração per

capta, os dados indicaram um valor igual a 0,05 kg/dia. Quando comparado ao valor da primeira

gravimetria (0,04 kg/dia), houve uma tendência ao equilíbrio (Figura 13).

Figura 13 – Média da frequência de discentes pela média da produção de resíduos no Campus VI. Paragominas – PA

Fonte: autores, 2018.

Leme, Martins e Brandão (2012), realizaram uma pesquisa em São Carlos - SP, e os dados obtidos indicaram que os resíduos limpos e conservados como papéis, vidros, metais, plásticos e embalagens longa vida (caixas de leite, suco, molho de tomate) podem ser definidos, para critérios de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, como materiais reutilizáveis e recicláveis. Neste

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contexto, a UEPA Campus VI, poderá ter ótimo desempenho, após a implantação e monitoramento do PGRS, pois com a segregação dos materiais, estes, tornam-se passíveis a reciclagem, especialmente pelo fato desta IES produzir resíduos como papeis e plásticos em maior porcentagem.

4.3 IMPLANTAÇÃO

Etapa 3 - coleta, manejo, transporte, acondicionamento e armazenamento temporário.

Para implantação dos procedimentos adequados para efetivação do Programa de Coleta Seletiva previsto no presente PGRS, foram desenvolvidas atividades que regularizaram todas as etapas (Quadro 6).

Quadro 6 – procedimentos efetuados nas etapas de gerenciamento de resíduos sólidos. Paragominas – PA ETAPAS

A) COLETA: é efetuada por funcionários devidamente treinados e equipados com luvas, botas, materiais de proteção adequados, que diariamente, às 17:00 h, farão o recolhimento dos Resíduos previamente selecionados nos setores do Campus e acondicionados em sacos plásticos de 10 litros

B) MANEJO RESIDUAL: O manejo dos resíduos, no âmbito interno dos estabelecimentos, obedece a critérios técnicos que conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente. Essa operação consiste em recolher os resíduos nas fontes geradoras, encaminhando-os aos locais de armazenamento interno (CAFRE) para posterior destinação final, realizada pela empresa terceirizada da prefeitura (PRESERVE). Esta etapa é efetuada por pessoal treinado e devidamente paramentado com equipamentos de proteção individual indicados:

Uniforme (calça comprida e camisa manga três quartos, de material resistente e cor clara). Luvas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, antiderrapante e de cano longo).

Botas (de material impermeável, resistente, tipo PVC, de solado antiderrapante e de cano três quartos). Em caso de os resíduos serem classificados como perigosos (oferecendo riscos biológicos e químicos) serão utilizados os demais equipamentos de proteção individual como: Óculos (lente panorâmica, incolor e de plástico resistente, com armação em plástico flexível, proteção lateral e válvulas para ventilação); Máscara (para impedir a inalação de partículas e aerossóis, do tipo semifacial); Avental (PVC, impermeável e de comprimento médio, na altura dos joelhos).

C) TRANSPORTE: Após o recolhimento, é efetuado o transporte destes Resíduos, por meio de carrinhos/manualmente até o local de Armazenamento temporário (CAFRE) dos Resíduos existentes nesta Unidade Geradora, localizada próximo ao portão de entrada do Campus.

D) ACONDICIONAMENTO: esta etapa é efetuada pelo fornecimento das estruturas físicas instaladas nos blocos e setores do Campus, onde os sacos plásticos recolhidos e previamente selecionados e identificados com adesivos confeccionados de acordo com a padronização da Resolução CONAMA 275:2001, serão dispostos no interior da CAFRE.

Fonte: autores, 2018.

Em pesquisa bibliográfica efetuada por Pinheiro e Silva (2016), os autores concluíram que a Educação Continuada (EC), deve orientar, motivar, sensibilizar e manter todos os profissionais permanentemente informados sobre os riscos e procedimentos adequados ao gerenciamento de resíduos, visto que, a melhoria de resultados na segregação, minimização de resíduos e redução de acidentes ocupacionais depende da cooperação de todo o quadro funcional envolvido no processo.

Etapa 4 – proposição para construção da CAFRE. O Centro de Acomodação Final de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 45643-45675 jul. 2020. ISSN 2525-8761

no correto armazenamento temporário dos resíduos, além de mantê-los de acordo as características coniventes com a NBR n. 10004, encontrada na Associação de Normas Brasileiras – ABNT (2004).

O CAFRE deve ter 2,7m de frente por 2 metros de fundo, e altura de 2,7m. A capacidade de recepção de resíduos sólidos dever ser de acordo com as medidas dos coletores que estarão já confeccionados, com dimensões de 2,5m de frente, 0,50m de fundo e 0,80m de altura para armazenamento temporário (Figura 14b). É importante ressaltar que o CAFRE deverá ser soerguido próximo ao portão de saída da instituição. O telhado da estrutura deve possuir uma inclinação, o que propiciará o fácil escoamento de águas provenientes das precipitações pluviométricas.

Figura 14 – a) - CAFRE para armazenamento temporário dos resíduos sólidos; b) - coletor para depósito de resíduos no CAFRE, Campus VI. Paragominas – PA

Fonte: autores, 2018.

Pesquisa efetuada em Jaú - SP, por Rezende et al. (2013) indicou que a efetivação do planejamento será positiva se forem classificados e quantificados os resíduos sólidos gerados e armazenados em estruturas que facilitem acesso e depósito e determina as ações e modelos a serem adotados. No caso de Paragominas, na UEPA, a CAFRE como local de armazenamento temporário dos resíduos, facilitará o acesso à coleta efetuada pela empresa terceirizada da prefeitura do município e organizará os resíduos segregados para posterior reciclagem.

Etapa 5 - aplicação da Educação Ambiental (EA). Atividades de educação ambiental em

conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Lei 9795:1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), possibilitaram a sensibilização dos funcionários, alunos e professores, quanto a importância do adequado gerenciamento dos resíduos sólidos no Campus. Para isso, foram realizadas três etapas (Quadro 7).

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Quadro 7 – procedimentos efetuados nas etapas de gerenciamento de resíduos sólidos. ETAPAS

1) Foi realizado palestras nos dias 17 e 18 de outubro em todas as salas de aula nos turnos matutino, vespertino e noturno sobre o correto descarte dos resíduos sólidos, direcionados para a minimização da geração desses materiais.

2) Elaborou-se panfletos com dados sobre a geração de resíduos na região norte e sobre o código de cores estabelecidos pela Resolução CONAMA 275:2001

3) Efetuou-se duas palestras para toda comunidade acadêmica do Campus VI, sobre a educação ambiental no gerenciamento de resíduos sólidos, pautadas na Política Nacional de Resíduos Sólidos e na Política Nacional de Educação Ambiental.

Fonte: autores, 2018.

Em Moçambique, na pesquisa realiza na cidade de Chókwè, por Macorreia (2018), foi indicado que a implementação da Educação Ambiental (EA), no âmbito de desenvolvimento da gestão dos resíduos sólidos, é extremamente relevante à medida que possibilita a obtenção de conhecimento formal e informal, além da sensibilização na comunidade local sobre a adequação que possibilita inverter a degradação ambiental em todos os níveis bióticos e abióticos. Além disso, as campanhas educativas constituem uma componente relevante para mobilizar a comunidade em geral sobre a participação em massa e ativa na coleta seletiva dos resíduos sólidos, separar os materiais recicláveis e reutilizáveis diretamente na fonte geradora.

Etapa 6 - educação continuada aos funcionários. A Educação Continuada (EC) foi

aplicada com aulas teóricas e práticas sobre gerenciamento de resíduos sólidos, isso possibilitou acesso do quadro funcional do Campus VI, ao conteúdo da PNRS, PNEA, CONAMA 275:2001 e NBR ABNT 10004:2004.

Os resultados obtidos indicaram que esta amostragem não tinha conhecimento quanto as Leis e normas aplicadas no PGRS. Além disso, foi possível com aplicação de aulas teóricas, verificar que a formação complementar está intrinsicamente relacionada ao descarte e coleta dos resíduos.

No estudo efetuado em Sokoto, na Nigéria, por Kaoje et al (2017), os autores concluiram que, para efetivar a gestão de resíduos sólidos, faz-se imprescindível promover a capacitação da comunidade, bem como do quadro de funcionários envolvidos, por meio da sensibilização ambiental, para isso, podem ser desenvolvidos campanhas, estabelecimento de estrutura de gestão de resíduos, apoio à parceria privada na coleta de lixo, e organização de limpeza dos estabelecimentos e acompanhamento supervisionado dos responsáveis pela coleta dos resíduos.

Etapa 7 - proposições para a destinação e disposição final dos resíduos comuns. A partir

dos dados obtidos em relação aos principais tipos de resíduos produzidos nos setores e demais dependências do campus, foram propostas medidas para minimizar ou mitigar a problemática dos resíduos sólidos (Quadro 8).

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Quadro 8 – proposições para reciclagem/reaproveitamento dos materiais produzidos no Campus VI, Paragominas - PA.

MATERIAIS PROPOSIÇÕES

Materiais recicláveis

a) incentivar a proposição de que todo papel seja utilizado em frente e verso ou como bloco de rascunho e, posteriormente, disposto em coletores específicos para coleta de material reciclável;

b) substituir procedimentos administrativos, como o de comunicação interna impressa, por procedimentos via meio eletrônico;

c) nas áreas externas devem ser mantidos os conjuntos de coletores para coleta seletiva já existentes.

Orgânicos e outros

a) incentivar o uso de material reciclável e de refis, em detrimento dos materiais não recicláveis;

b) o procedimento de compra de materiais deve obedecer a um planejamento que enfoque a necessidade de consumo do material e seu tempo de validade;

c) como proposta de médio e longo prazo, estes resíduos orgânicos gerados devem ser incorporados aos resíduos de poda e capina para compostagem, cujo produto será utilizado nas áreas verdes e/ou vendidos.

Resíduos de poda e capina

a) as folhas que caem das árvores podem ser deixadas sobre o solo ou entorno das mesmas a fim de que elas se decomponham e incorporem-se ao solo, servindo de nutrientes para melhoria das características do solo (redução da erosão do solo, conservação água, controlador da temperatura do solo). Esses resíduos contêm nutrientes importantes ao solo, não podendo ser removidos totalmente do seu local de origem. O importante é que as folhas não cubram completamente os gramados por um longo período, pois poderá diminuir a luz que chegaria até os mesmos, prejudicando sua qualidade;

b) na execução de novos projetos paisagísticos deve-se recomendar a preferência por árvores e plantas com menos exigências de poda, reposição e cortes;

c) garantir que os RPC oriundos dos serviços especiais de jardinagem, não sejam enviados ao lixão do município ou queimados, e sim destinados a unidade de compostagem da Prefeitura Municipal;

d) a longo prazo, até cinco anos, sugere-se a implantação uma unidade de compostagem na universidade, que pode situar-se na área do Campus e o composto gerado utilizado em projetos afins ou vendido.

Fonte: Elaboração dos autores a partir dos dados coletados no Ministério do Meio Ambiente - MMA (2018)

Pesquisa, efetuada em Florianópolis, por Juliatto, Calvo e Cardoso (2011), concluiu que é importante ressaltar a importância de uma abordagem interdisciplinar para lidar com esta problemática, como, propostas para mitigar este entrave oriundo dos resíduos sólidos, o que conduzirá o processo de gestão integrada desses resíduos em universidades.

5 CONCLUSÕES

Foram identificadas 17 fontes geradoras de resíduos sólidos no Campus VI, onde os resíduos

mais produzidos são papeis/papelões e plásticos, devido as atividades desenvolvidas no campus de ensino, pesquisa e extensão. A geração per capta de geração desses resíduos variou entre os dois períodos de gravimetria de 0,04 a 0,05 kg/dia.

A partir da elaboração do PGRS, foi possível conciliar as práticas desta comunidade, em todos os setores, ao estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Dessa forma, as novas práticas no gerenciamento desses resíduos com a sensibilização do quadro funcional, de docentes e

Imagem

Figura 1 – Mapa político de localização da área de pesquisa. Paragominas – PA.
Figura 2 – fluxograma das etapas aplicadas ao método da pesquisa. Campus VI, Paragominas-PA
Figura 4 – Vista superior da área total do Campus VI e divisão dos blocos da área de pesquisa, Paragominas – PA
Tabela 1 – Equações utilizadas para tratamento estatístico dos dados obtidos.
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Referências

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