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Relatório Final de Estágio Profissional

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Academic year: 2021

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Relatório do Estágio Profissional

Aprendizagem e Psicomotricidade: O que têm em comum?

Relatório de Estágio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro).

Orientador: Professora Doutora Paula Queirós

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Ficha de catalogação

Loureiro, J. (2012) Relatório de Estágio Profissional: Aprendizagem Psicomotricidade: O que têm em comum? Relatório apresentado com vista a obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras- Chave: ESTÁGIO PROFISSIONAL, PROFESSOR, FORMAÇÃO INICIAL, REFLEXÃO, PSICOMOTRICIDADE

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Agradecimentos

Não posso deixar de expressar a minha sincera gratidão a todos aqueles que colaboraram e contribuíram de alguma forma para a realização do meu Estágio Profissional. Pelo importante contributo, colaboração e entusiasmo que me transmitiram ao longo desta jornada expresso aqui o meu sincero agradecimento:

À mui nobre instituição – FADEUP – pela formação que me proporcionou. À Escola Básica Pêro Vaz de Caminha, por me ter acolhido durante o Estágio e por me ter proporcionado tantos momentos importantes para a minha formação.

À Professora Doutora Paula Queirós, orientadora de Estágio, por todo auxílio, disponibilidade, profissionalismo e conhecimentos que me transmitiu nestes 5 anos académicos. Obrigado por me ajudar a ganhar consciência dos meus erros, e por me incentivar a melhorar.

À Mestre Helena Abrunhosa, professora cooperante, pelos seus ensinamentos, apoio, preocupação e envolvimento constante, mas também a compreensão que demonstrou perante todas as dificuldades que me foram colocadas à realização do Estágio Profissional.

Ao André, à Sandra e ao Tiago, colegas de estágio, pela simpatia, apoio, ajuda e por todos os momentos de partilha e crescimento, que juntos passamos neste ano de estágio.

Aos professores do Grupo de Educação Física e aos auxiliares do pavilhão da Escola Básica Pêro Vaz de Caminha, por me terem acolhido com simpatia, pela ajuda e apoio demonstrado.

Aos meninos e meninas do 9º D, por terem contribuído para a realização desta experiência fantástica. Gosto muito de vocês! Também uma palavra de apreço para as turmas do 8ºD e 9ºC, miúdos fantásticos!

À minha família, avós, primos e tios, por tudo o que passei convosco e o que me fizeram crescer durante estes anos. Em especial aos meus irmãos pela paciência que tiveram comigo e aos meus pais pelo apoio e pela dedicação ao longo destes 23 anos, pois sem vocês nada disto seria possível.

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A todos que me apoiaram, incentivaram e sempre se mostraram disponíveis para ajudar no que fosse necessário: Açores, Batista, Calé, Cambalhotas, Cátia, Dani, Espanhol, Fi, Fixola, Gigi, Joaninha, Ju, Ju Delícia, Leites, Lélio Pedreiro, Lu Delícia, Lulu, Maia, Mané, Manel, Padrinho, Patins, Rapidinha, Ricardo Cafunfo, Rixard, Rodas, Scott, Silva, Soromenho, Ulisses.

A ti nestes poucos meses que estás ao meu lado, nos momentos altos e baixos desta viagem, pelo teu incentivo, confiança, e apoio incondicional. Obrigado pelo teu sorriso pelas tuas palavras e por seres simplesmente como és…Benício Pereira.

E a todos os que de algum modo me apoiaram na realização deste relatório.

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Índice Geral

Agradecimentos ... V Índice Geral ... VIII Índice de Quadros ... XII Índice de Anexos ... XIV Resumo ... XVI Abstract ... XVIII Lista de abreviaturas ... XX 1. Introdução ... 2 2. Enquadramento Pessoal ... 6 2.1 – O meu Percurso… ... 8 2.2 A Entrada no Estágio ... 10

2.3 Como eu via o estágio…. As minhas expectativas ... 11

3. Enquadramento Institucional ... 14

3.1 Contexto Legal e Institucional ... 16

3.2 O Estágio Supervisionado – O Professor Reflexivo ... 17

3.3 Onde decorreu o estágio ... 19

3.3.1 O que para mim foi a escola? ... 21

3.3.2 Como fui recebida na escola? ... 22

3.3.2.1 A Professora Cooperante ... 22

3.3.2.2 O Núcleo de Estágio ... 23

3.3.2.3 Grupo de Educação Física... 23

3.3.2.4 Os Docentes de outros Grupos Disciplinares ... 24

3.3.2.5 Os Auxiliares da Ação Educativa... 24

3.4 O Papel da Escola ... 24

3.5 A Educação Física na Escola... 26

3.6 O que é ser professor; O que é estar na escola de hoje ... 27

3.6.1 Expectativas para o meu futuro enquanto professora ... 28

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IX

3.7.1 Lecionar as aulas…Conhecer o PEE, o plano de atividades, Fazer o roulement, os

planeamentos, a U.D…Senti dificuldades? ... 30

3.7.2 Planos de aula…Facilidades e dificuldades ... 33

3.7.3 Como se ensina…Topo para a base ou da base para o topo? ... 34

3.7.4 Fui bem recebida? ... 35

4. Enquadramento Operacional ... 38

4.1 - Área 1 – Organização e gestão do ensino e da aprendizagem ... 40

4.1.1 Planeamento ... 40

4.1.1.1 Ensino por Níveis - Grupos Homogéneos vs Heterogéneos ... 43

4.1.2 Supervisão – Controlo ativo ... 44

4.1.2.1 Instrução e Feedback ... 46

4.1.2.2 Decisões de Ajustamento – Tomada de decisão ... 48

4.1.2.3 O papel da reflexão na melhoria da ação ... 49

4.1.3. Motivação – Professor vs Alunos ... 51

4.1.4 Processo MED vs Atuação dos alunos vs Intervenção do professor ... 53

4.1.5 Avaliação ... 59

4.2 – Área 2 e 3 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade ... 62

4.2.1 Professor da turma vs Professor da Escola ... 62

4.2.2 Atividades desenvolvidas – que balanço? ... 63

4.2.3 O Diretor de Turma ... 67

4.3 - Área 4 – Desenvolvimento Profissional ... 69

4.3.1 Introdução ... 69

4.3.2 Revisão da Literatura………...70

4.3.3 Metodologia ... 78

4.3.4 Recolha de Dados ... 80

4.3.5 – Análise dos Dados... 83

4.3.6 – Procedimentos da Prática ... 85

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X 4.3.8 – Conclusão ... 88 5- Conclusão ... 90 6- Referências Bibliográficas ... 96 7- Anexos ... XXIV

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XII

Índice de Quadros

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XIV

Índice de Anexos

ANEXO 1 – Relatório da Primeira Avaliação Psicomotora ... XXVI ANEXO 2 – Relatório Final da Avaliação Psicomotora ... XXVIII ANEXO 3 - Bateria Psicomotora de Fonseca (1992). ... XXX

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XVI

Resumo

Este trabalho pretende ser um documento reflexivo e ilustrativo da atividade desenvolvida durante o Estágio Profissional. Assim, são exploradas as vivências de Estágio, os objetivos que defini para este ano e as metas alcançadas, os problemas, as dificuldades, as estratégias de superação e as principais reflexões daí emergentes.

O Estágio Profissional na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, enquadra-se dentro do modelo reflexivo da formação de professores, que visa o desenvolvimento profissional e pessoal do estagiário. Assim, a reflexão foi vista como uma ferramenta essencial e necessária do estagiário, pois visa uma melhoria no desenvolvimento do profissional enquanto docente. O Estágio como local de formação por excelência, prevê a entrada no contexto real de ensino, numa escola concreta. Sendo assim, o meu Estágio Profissional (EP) desenrolou-se na Escola Básica 2º e 3º Ciclos Pêro Vaz de Caminha, existindo um núcleo de estágio com mais três elementos, numa turma do 9º ano. Para esta etapa, foi disponibilizado, pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) uma Orientadora e pela escola em que estava inserido uma Professora Cooperante (PC).

O presente Relatório está estruturado em diferentes partes: inicia-se com a Introdução, segue-se depois o Enquadramento Pessoal, o Enquadramento Institucional, o Enquadramento Operacional e sua realização, até às conclusões finais e perspetivas futuras. De destacar, o projeto de investigação efetuado ao nível da Psicomotricidade, realizado com um aluno da Escola Pêro Vaz de Caminha.

Em suma, apesar de este ano ter sido complicado posso considerar que foi uma das maiores experiências da minha formação, pois nela, coloquei à prova e desenvolvi as minhas competências profissionais, pessoais, sociais e relacionais, que me permitiram crescer e compreender o que é “ser professor”.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, PROFESSOR, FORMAÇÃO INICIAL, REFLEXÃO, PSICOMOTRICIDADE

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XVIII

Abstract

This work intends to be a reflective and illustrate document of the activity performed during the Internship. Therefore, the experiences of the internship are explored, as well as the goals set for this year and the achievements, the problems, the difficulties, the strategies for overcoming the main reflections.

The Professional Internship in Sports faculty of University of Porto, fits within the reflective model of education of teachers, which aims at the professional and personal development of the intern. Thus, the reflection was seen as an essential and required tool of the intern, because it aims at improving professional development as a teacher. The internship as a local for excellence training, provides entry into the real context of education, in a real school. So my Professional internship (EP) took place in the Primary School 2nd and 3rd cycles of Pero Vaz de Caminha, where there was a core stage with three elements, in the 9th year. For this step, was provided by the sports Faculty, of University of Porto (FADEUP) a guidance and from the school in which i was, a Cooperating Teacher (PC).

This report is divided into different parts: it starts with the Introduction, then it follows the Personal framework, Institutional Framework, the Operational Framework and its realization until the final conclusions and future prospects. Of note, the research project carried out at the level of Psychomotricity held with a student from the Pero Vaz de Caminha School.

In short, although this year was tricky i consider it one of the greatest experiences of my formation, because in it, I put to the test and develop my professional, personal, social and relational skills, which allowed me to grow and understand what it is "being a teacher".

KEYWORDS: PROFESSIONAL INTERNSHIP, TEACHER, INITIAL TRAINING, REFLECTION, PSYCHOMOTRICITY

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Lista de abreviaturas

EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto PC – Professora Cooperante

PFI – Projeto de Formação Individual FAC – Famalicense Atlético Clube AVC – Atlético Voleibol Clube

AEFADEUP – Associação de Estudantes da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

EF – Educação Física

MED – Modelo de Educação Desportiva DT – Diretor de Turma

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O Estágio Profissional surge no contínuo da nossa formação, durante a qual tivemos um vasto leques de unidades curriculares teóricas e teórico-práticas que, ao longo dos anos, nos forneceram conhecimentos fundamentais para podermos cumprir as tarefas previstas no âmbito do Estágio Profissional.

O Estágio Profissional, entre muitas outras coisas, prevê o acompanhamento/lecionação de uma turma na escola, atribuindo ao estagiário a responsabilidade e autonomia de realizar todas as tarefas inerentes a este processo. Assim sendo neste relatório revelo toda a minha atividade pedagógica enquanto professora da disciplina de Educação Física na Escola EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha durante o ano letivo 2011/ 2012. Este estágio procura desenvolver um conjunto de competências profissionais que tornem os estagiários capazes de refletir e responder aos desafios e exigências da profissão futura. Portanto, o principal desafio recai na capacidade em realizar a transferência e a própria produção dos conhecimentos teóricos, para o mundo real. Através desta reflexão crítica, a qual teve o seu início na elaboração do Projeto de Formação Individual (PFI) com a apresentação das minhas expectativas iniciais, assim como os meus objetivos para cada área de desempenho, pretendo descrever e refletir acerca do meu percurso ao longo do presente ano letivo. Portanto, é uma reflexão final em que procuro sintetizar todo o estágio, no sentido de expor o percurso formativo e construtivo da minha competência profissional a que fui “sujeita”, tais como, as minhas principais dificuldades, os obstáculos que encontrei e que tive de enfrentar, bem como as minhas alegrias encontradas ao longo deste caminho. Obviamente que se trata de um documento pessoal e intransmissível, elaborado de acordo com a experiência e vivências de cada um, centrado na nossa aprendizagem e nos momentos mais marcantes. Por isso, é meu intuito ilustrar as minhas reflexões, fazendo com que este relatório seja a minha imagem e espelhe o meu percurso.

Este documento está estruturado em quatro grandes partes: a primeira destinada ao enquadramento pessoal onde é apresentada a identificação e o meu percurso, aludindo às minhas expectativas, ambições e anseios; a segunda parte incorpora o enquadramento institucional referenciando o contexto legal, institucional e funcional do estágio. Na etapa seguinte, no

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enquadramento operacional é apresentada uma reflexão acerca do trabalho desenvolvido tendo como ponto de partida o projeto de formação individual e alicerçado pela realização do estágio. E na última parte é referenciado o estudo que realizei sobre a Psicomotricidade, que tem como objetivo criar condições para a promoção do sucesso educativo das crianças e jovens, prevenindo deste modo a retenção, o absentismo e o abandono escolar. No final são referenciadas as principais conclusões e aspetos que marcaram o meu percurso enquanto estagiária tendo em vista o futuro profissional.

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8 2.1 – O meu Percurso…

Desde muito cedo que a minha vida se encontra lado a lado com o desporto. Aos seis anos, iniciei a minha prática desportiva na natação tendo aulas duas vezes por semana, tendo abandonado aos dez anos porque queriam que eu avançasse para o alto rendimento, mas como os meus pais não aceitaram, acabei por desistir. Por influência dos meus pais, amigos e do próprio interesse em conhecer e experimentar novas práticas, cresci a viver e praticar desporto, o que contribuiu para que obtivesse uma vida extremamente ativa e predisposta para o viver do dia-a-dia. Ao longo da minha infância pratiquei outros desportos como lutas greco-romanas, durante dois anos, e pratiquei futebol do 5º ao 9º ano, durante todos os intervalos, tempos livres e nas competições inter- turmas. É uma modalidade que adoro e para a qual gostaria de ter sido formada.

No entanto, apesar do gosto por todas estas modalidades, foi o Voleibol que mais me atraiu, provocando em mim uma necessidade de busca/descoberta pela modalidade. Foi aqui que me especializei com especial interesse, motivação e paixão. Passei por dois clubes, o Famalicense Atlético Clube (FAC) onde fiz toda a minha formação e o Atlético Voleibol Clube (AVC) onde estive dois anos como sénior.

A paixão pelo Voleibol começou no 7ºano quando o meu professor de Educação Física veio ter comigo e elogiou a minha aptidão para a modalidade. Convidou-me a ir treinar ao FAC e desde então permaneci até aos 19 anos. Depois fui treinar para o AVC onde aos 21 acabei a minha curta carreira como atleta.

Relativamente ao Desporto Escolar sempre fui uma aluna interessada em participar nestas atividades, por isso no ensino básico fiz parte da equipa de natação da escola, participei no corta- mato e no sunny delight 3x3. Do décimo ao décimo segundo ano joguei voleibol na equipa do desporto escolar, sendo campeã regional nos 3 anos consecutivos. Quando entrei para a faculdade continuei a jogar voleibol pela equipa da Faculdade que participava nos Campeonatos Académicos do Porto e no Campeonato Nacional Universitário, acabando por abandonar em 2010 quando fui no programa Mobilidade para o

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Brasil. Como gostei bastante desta experiência e como ainda não esqueci o voleibol este ano voltei a ser atleta da equipa de voleibol feminino da Faculdade de Desporto. Tal como já disse anteriormente a minha paixão pelo futebol é igualável à do voleibol e para não deixar esta paixão cair no esquecimento, desde fevereiro de 2011 que sou treinadora de futebol do escalão de Benjamins.

O meu percurso escolar até chegar ao ensino superior podia ter sido mais proveitoso visto que reprovei no 12ºano, no entanto com empenho e dedicação consegui concretizar um dos meus objetivos que era ingressar na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Quando na matrícula para o décimo ano chegou a altura de tomar a primeira decisão sobre o meu futuro, escolhi ingressar no curso das ciências, apesar de desde muito cedo ter decidido querer ser professora de Educação Física. Esta sempre foi a minha disciplina preferida durante o meu percurso escolar. Assim sendo, tomei a opção pelo curso de Desporto, quando tive de escolher um curso para ingressar no ensino superior.

Durante o meu percurso académico tive a oportunidade de fazer parte da Associação de Estudantes da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (AEFADEUP), onde estive durante dois anos. Durante dois anos fui Vogal da Direcção. Na minha passagem pela AEFADEUP sempre acompanhei de perto e dei muita importância ao Desporto Universitário.

Sem dúvida, que esta vida intimamente associada e inseparável do desporto só poderia culminar com um futuro ligado à concretização e ensino da prática desportiva. Por isso, a paixão e consciência dos benefícios provenientes do desporto, juntamente com arte de ensinar e possibilidade de trabalhar com crianças e jovens, onde posso transmitir os meus conhecimentos e contribuir para a sua formação, foram as razões que me motivaram, despertando este sentimento de prazer, desejo e entusiasmo pelo ensino. Assim, apesar das divergências entre o treino no clube e o ensino na escola, ambos os caminhos apresentam os mesmos propósitos gerais, ao visar a formação dos nossos jovens enquanto pessoas e têm na sua base a essência desportiva, logo ambos os caminhos despertam o meu interesse.

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Olhando para trás, noto que o tempo passou depressa, porém é com orgulho que revejo todo o meu percurso, desde os primeiros anos de escola, à minha entrada na faculdade, aos primeiros anos nela passados até ao presente momento. Estes anos foram um culminar de muito trabalho e dedicação, sempre de mãos dadas com o desporto.

2.2 A Entrada no Estágio

O meu estágio, o meu primeiro contacto com a escola teve o seu início no dia 1 de setembro de 2011. Neste dia a ansiedade aumentou, chegando ao ponto de ser difícil de exprimir por palavras o que sentia naquele momento. E foi a partir deste momento que começou a minha caminhada pela realidade do que é ser professor.

Falando um pouco do Estágio Profissional em geral este visa proporcionar a construção da competência profissional numa perspetiva do seu desenvolvimento, promovendo o sentido de pertença e identidades profissionais, a colaboração e a abertura à inovação, partindo da reflexão acerca das condições, do exercício da atividade e da própria experiência (Matos, Z. 2011). Logo, o Estágio será o começo deste processo e por isso deverá decorrer de forma evolutiva e progressiva para propagar a vontade de investir na formação de Ser professor.

Para Proença (2008, pp.26-27), o Estágio deve “representar o clímax de um processo de formação que garanta o domínio das competências requeridas pela profissão docente”. Assim, o Estágio apresenta-se como um momento crucial da nossa formação enquanto futuros professores, uma vez que incide sobre o nosso primeiro ano da docência. Sem dúvida que esta experiência se afigura como uma das mais importantes, se não a mais importante da nossa formação académica, pois nela é possível colocar à prova a nossa competência profissional e pedagógica, uma vez que possibilita a utilização e consolidação dos conhecimentos teóricos adquiridos.

Toda a nossa introspeção e reflexão enriquece a nossa formação enquanto professores, sentindo as suas principais dificuldades, assim como

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também o seu envolvimento com o meio de escola. Todos estes aspetos são preponderantes na formação de um professor e são imprescindíveis no seu início de carreira.

Sendo assim, o principal desafio do estágio debruça-se sobre a passagem da formação para a profissão, ou seja, de toda a informação, conhecimentos, ferramentas que nos foram fornecidos para aplicação prática da nossa teoria.

2.3 Como eu via o estágio…. As minhas expectativas

Encarei o Estágio como um espaço de aprendizagem, de auto-avaliação e reflexão, capaz de me proporcionar a aquisição de uma série de conhecimentos e competências que poderão ser utilizados no futuro, tais como capacidade de diagnóstico de necessidades, capacidade de planificação, capacidade reflexiva, autonomia e a capacidade de comunicar e de relacionar entre os vários elementos da comunidade educativa e entre as pessoas inerentes ao processo.

As minhas expectativas iniciais foram das mais elevadas, visto que teria pela primeira vez contacto com a minha profissão futura, onde iria colocar à prova as minhas capacidades para desempenhar esta função.

Um dos principais objetivos que defini, residia em conseguir influenciar positivamente a forma de pensar e agir dos meus alunos, no que diz respeito à participação e intervenção no desporto, uma vez que para muitos deles, a aula de Educação Física é o único local em que aprendizagem a nível motor e a nível do conhecimento é pedagogicamente orientada e supervisionada.

Outra das minhas vontades residia em tentar incrementar os valores de convivência na sociedade, o gosto pela competição, o espírito do verdadeiro desportista e da assunção de uma conduta correta para com a vida e com os outros, no verdadeiro usufruto do exercício da cidadania.

Por último, consegui alcançar um dos objetivos que determinei para este estágio, proporcionando momentos no espaço da aula que fizessem com que os meus alunos sentissem uma mistura de prazeres/deveres/emoções, de

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jogo/evolução/superação, de crescimento e desenvolvimento, mas sobretudo de muitas e boas aprendizagens. Desta forma transformei o habitual receio, de não conseguir, de desânimo e de frustração que alguns alunos sentiam no início do ano letivo, em desafio, tentação, coragem, sucesso e realização plena.

As principais lutas/preocupações neste ano de estágio, incidiam sobre a coordenação dos principais elementos do processo de Ensino e Aprendizagem, nomeadamente do nosso trabalho enquanto formandos nas tarefas de planear, realizar e avaliar constantemente o nosso trabalho e o dos alunos no controlo do seu desenvolvimento que se processa de forma e a ritmos distintos de jovem para jovem, mas também em lidar com elevada heterogeneidade que é visível no nosso ensino. Por isso, respeitar o princípio da individualização que cada aluno precisa e merece constitui-se com uma grande dificuldade a resolver.

Foi com todo o entusiasmo e vontade que abracei este desafio, com o intuito de conseguir criar um ambiente propício para aprendizagem, com o objetivo de alterar a forma de olhar, de ser e de estar dos nossos alunos para com as aulas de Educação Física.

Com isto assumi as minhas responsabilidades e me comprometi a dar o meu melhor, aguardando que fosse um ano muito bom para todos e com muitas vivências positivas. De facto, olhando para todo o meu percurso, considero que foi um processo muito trabalhoso, em que às vezes não correspondia às expectativas que a minha professora cooperante tinha traçado para mim. Mesmo assim, exigiu muito da minha capacidade profissional, física e psicológica. Contudo, tenho plena consciência que ainda tenho muito para aprender e evoluir enquanto pessoa e profissional da educação.

Da forma como o ano decorreu, tentei resolver os problemas da melhor forma e alguns que surgiram foram ultrapassados. No entanto, agora estou em condições de afirmar que podia ter exigido muito mais de mim, as expectativas que traçei foram tão elevadas que agora fico com a sensação de um vazio, pois facilitei em momentos decisivos.

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Claro que este processo nunca está terminado e apesar de tudo teve um papel crucial na aquisição de uma maior confiança e segurança para o exercício da profissão do professor.

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16 3.1 Contexto Legal e Institucional

O Estágio Profissional (EP) é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. A estrutura e funcionamento do Estágio Profissional ponderam os princípios decorrentes das orientações legais do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro e têm em consideração o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto, o Regulamento geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de Educação Física.

O Estágio Profissional é superiormente enquadrado pela Comissão Científica do Curso de Segundo Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física, presidida pelo Diretor do Curso. A organização da unidade curricular é da responsabilidade do professor regente, em estreita relação com a Comissão Científica e a Comissão de Acompanhamento do Curso de Mestrado em Ensino.

Enquanto instituição a escola parece expressar um compromisso entre a sociedade e os seus cidadãos, através da corporização de valores da cultura universal. Está-lhe intrínseco o valor social na medida em que procura responder às necessidades humanas. É na escola que a sociedade atual aposta para que o processo de socialização aos jovens se faça de uma forma adequada (Teixeira & Ruivo, 2005). Deve educar para a vida e, por sua vez, para o mundo dos valores. Segundo a perspetiva do mesmo autor, a escola é uma instituição com uma conceção epistemológica de carácter hierárquico que tenciona desenvolver a criatividade.

A escola tem como função, não só a mera transmissão do conhecimento construído culturalmente, ou seja, o ensino do conteúdo, mas pressupõe também questões de disciplina e hierarquização. Não é difícil entender que, com esta conceção, é necessária uma forma diferente de estar e trabalhar, uma mudança na perspetiva social, na organização do sistema educativo, na

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gestão das escolas, na formação dos professores, entre outros. Só assim será possível promover uma Educação para a Cidadania.

A orientação da prática de Ensino Supervisionada é realizada por um/a docente da FADEUP, que exerce a função de orientador/a, nomeado pelo órgão competente, mas também, por um/a professor cooperante, escolhido pela comissão científica, ouvido o professor regente da unidade curricular Estágio Profissional.

O Estágio Profissional funciona durante os terceiro e quarto semestres do 2º ciclo de estudos. As atividades iniciam-se no dia 1 de Setembro e prolongam-se até ao final do ano letivo das escolas básicas e secundárias onde se realiza o Estágio.

3.2 O Estágio Supervisionado – O Professor Reflexivo

O Estágio Profissional, enquadra-se dentro do modelo reflexivo da formação de professores, e colima o desenvolvimento profissional e pessoal do estagiário. Assim, pode-se considerar que o estágio tem as suas origens no cenário reflexivo e integrador, tendo que, na prática da supervisão, aliar-se a reflexão à experiência prática de ensino. Para refletir sobre o meu desempenho e a minha prática na escola escrevi um “Diário de Bordo” a relatar todos os acontecimentos importantes desde a primeira vez que coloquei o meu pé direito na escola até à última vez que passei pelo portão da mesma. Todas as reflexões ajudaram-me a ser uma melhor profissional, pois elas fizeram-me descobrir/ corrigir os meus erros e através delas encontrar soluções para alguns das minhas dificuldades/ problemas.

Conduzir a formação para a reflexão é o primeiro dever de qualquer formador. Segundo Rodrigues (2001), só assim é possível que o estudante estagiário desenvolva a capacidade de pensar, agir e avaliar toda a sua atividade. Portanto, de acordo com esta perspectiva, a formação assenta num processo de construção dos vários domínios e não se restringe apenas à ação na aula.

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Neste modelo de prática reflexiva, a teoria e a prática encontram-se interligadas. A reflexão sobre a prática permite a (re)construção de novos saberes e atenua a distância entre a teoria e a prática (Silva, 2009), uma vez que procura uma ligação entre aquilo que o professor concebe e pensa e aquilo que realiza.

Para Rodrigues (2001, pp.8) “a prática é um bom local para aplicar saberes adquiridos, embora ainda com pouca relevância sobre os saberes construídos pelas experiências no confronto com as situações pedagógicas”. No entanto, apesar da prática se tornar um lugar de produção e de tomada de consciência, não faz qualquer sentido se não for alvo de análise de si própria à luz da teoria. Segundo o mesmo autor, o “saber constrói-se na prática e na reflexão da mesma” (Rodrigues, 2001, pp. 9).

Os professores têm que elaborar os seus próprios juízos sobre aquilo que devem ou não fazer, eles são responsáveis por tomar decisões de acordo com os seus conhecimentos e análise das situações. Ao refletir é que vão perceber o que realizaram erradamente/ corretamente, o que correu bem ou mal. É neste contexto que devemos ter em conta Rodrigues (2001, p.9), quando afirma que “a reflexão não é um processo natural e requer muito tempo”. Por isso, para ser desenvolvida precisa de ser estimulada e trabalhada de forma consciente, realçando uma capacidade mais questionadora, criteriosa e reguladora. Nesta linha de pensamento, poderíamos ainda acrescentar que a reflexão surge da curiosidade sobre a prática docente, na medida que nasce a partir da busca de razões, explicações e soluções para a ação que realizou.

Esta ideia é corroborada por Alves (2008) (cit por Silva, 2009), que acredita que é através da reflexão que o professor encontra ferramentas que o tornem capaz de dar respostas às novas e diferentes situações com que se vai confrontando. Também Batista (2008) reforça que é indispensável que a formação inicial trabalhe a reflexão como forma de dar resposta aos conhecimentos e ao grande volume de informação que dificulta o seu processamento. Portanto, a formação inicial deve dotar os estagiários de comportamentos intencionais e conscientes, conducentes a uma atuação reflexiva.

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Logo, importa desenvolver a capacidade do estagiário construir o conhecimento profissional pela reflexão na ação, pela reflexão sobre a ação e pela reflexão sobre a reflexão na ação (Schõn, 1983 e 1991), proporcionando oportunidades para o seu desenvolvimento, assumindo uma atitude de questionamento, de procura de soluções e estratégias no exercício da sua atividade.

Deste modo, entre as várias demandas, procura-se formar um professor como intelectual, investigador, construtor de currículo e de prática reflexiva apelando à capacidade de construir saberes a partir da experiência analisada e reflectida num exercício permanente de repensar a prática e a teoria que o sustenta; a capacidade de aprender com e no ensino e não de aprender apenas a ensinar; à capacidade de resolução de situações concretas de prática dando uso ao saber que tem (Rodrigues, 2001).

Neste processo de desenvolvimento da capacidade de refletir do estagiário, o professor cooperante assume um papel fulcral no acompanhamento, supervisão e orientação do estagiário, visto que é o elemento que interage de forma mais direta e sistemática no dia-a-dia na escola (Silva, 2009). De facto, o professor cooperante encontra-se numa excelente posição para ajudar os estagiários a criarem bases firmes para um futuro profissional bem sucedido. É um elemento crucial para a nossa aprendizagem, pois relata-nos as suas experiências e acima de tudo deixa-nos errar, não nos dando os ingredientes para uma receita que nem sempre é a mesma.

Neste sentido e de acordo com o Regulamento de Estágio da FADEUP, o professor cooperante deve exercer as seguintes funções: Orientar os estagiários cooperativamente com o orientador da FADEUP; apoiar e orientar os estagiários, nas atividades do projeto de formação desenvolvidas na Escola, promovendo a sua integração na comunidade escolar; supervisionar a atividade letiva dos estudantes estagiários nas turmas às quais estão adstritos e em todas as atividades programadas; dinamizar a atividade do núcleo de Estágio através de seminários, reuniões e outras iniciativas, acompanhar a realização das áreas de desempenho, entre outras.

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20 3.3 Onde decorreu o estágio

A escola por mim escolhida para a realização do meu estágio profissional foi a Escola Básica do 2º e 3º ciclo Pêro Vaz de Caminha. Pertence ao Agrupamento Vertical das Escolas do Amial juntamente com a EB1/JI São Tomé, EB1/JI Agra, EB1 Azenha e a EB1 Miosótis. Situa-se na freguesia de Paranhos, concelho e distrito do Porto, numa zona de implantação de vários bairros sociais possuindo uma grande parte da população com dificuldades a nível económico, social e cultural. O agrupamento, em Junho de 2007 constituiu-se como uma escola TEIP – Território Educativo de Intervenção Prioritária.

No que se refere às condições físicas e materiais, a escola possui excelentes condições de trabalho, em que saliento, novamente, os espaços disponíveis para a disciplina. É constituída por um pavilhão multidesportivo e respetivos balneários, gabinete do grupo de Educação Física, um ginásio destinado essencialmente às modalidades gímnicas e artísticas e um espaço exterior. No entanto, o espaço exterior está um pouco degradado, sendo a caixa de areia e as tabelas de basquetebol, o expoente máximo dessa degradação. Um fator muito positivo desta escola é de estarem apenas duas turmas em aulas de educação física em simultâneo, permitindo que as aulas decorram num espaço próprio e, sem a influência das condições atmosféricas.

Optei por escolher esta escola como local de estágio, por ser uma escola perto da minha faculdade, próximo da minha zona habitacional e por também já lá ter gostado de lecionar na prática pedagógica do 1ºano de mestrado.

A disciplina de Educação Física está perfeitamente incorporada no projeto educativo da escola, sendo alvo de especial atenção nas atividades calendarizadas e estruturadas, para a promoção de um estilo de vida ativo e saudável.

Conhecer os alunos que frequentam e abrangem a comunidade discente é essencial para os professores fundamentarem e adequarem a sua ação. Só através deste melhor conhecimento é possível ajustar os meios e as atividades aos alunos, proporcionando um processo formativo adequado à turma em geral e a cada aluno em particular.

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Na minha turma a disciplina de Educação Física é vista com bastante agrado sendo uma das disciplinas de maior preferência dos alunos. No entanto, no que respeita à Prática do Exercício Físico regular, os resultados da ficha de caracterização dos alunos que realizei foram algo desanimadoras, uma vez que uma grande percentagem não pratica qualquer tipo de atividade desportiva. Dados bastante preocupantes, face ao elevado sedentarismo em que vivemos e com o aumento de problemas de saúde e obesidade associados à inatividade física. Mentalidade e hábitos que pretendíamos alterar com o decorrer do ano, mas que neste ambiente social tornou-se um pouco difícil de atingir.

3.3.1 O que para mim foi a escola?

Em primeiro lugar queria referir que, no meu entender, não terei muitos anos como o que passou, não só em termos de aquisição de conhecimentos e de competências, mas também de todo um conjunto de experiências, incrivelmente fortes, emotivas e desafiadoras.

Ao princípio não tinha a certeza se era este o caminho a seguir, mas depois deste ano incrivelmente positivo e rico do ponto de vista da formação profissional e pessoal, fiquei com a certeza um dos prazeres da minha vida é dar aulas de Educação Física. Por isso, não desejo parar, muito pelo contrário, vou lutar por novas oportunidades no ramo do ensino.

Ao nível das aulas propriamente ditas, tive a sorte de poder trabalhar com uma turma do 9ºano, pois sempre foi o meu desejo desde que concorri à escola. Este foi um ano de enriquecimento mútuo, onde houve uma aprendizagem das duas partes.

Apesar de prós e contras, as duas partes envolventes neste processo alcançaram o sucesso pretendido.

De acordo com Bento (1987) para cometer o menor número de erros e para maior garantia de sucesso no ensino, é necessário passar de uma posição defensiva – exclusivamente dependente de modelos, de fórmulas, de hábitos e de justificações estranhas à situação de ensino – para um conceito ofensivo, assente no pensamento dialético. Este vê, nas perspectivas de transformação e na mutabilidade da personalidade do aluno, no professor e no

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seu tipo de organização do ensino, as condições decisivas para a transformação e desenvolvimento da personalidade. É assim que agem os professores com sucesso.

Na minha opinião, a escola foi um elemento essencial que me ajudou, formou, acarinhou, que me tornou uma pessoa mais profissional e mais humana.

3.3.2 Como fui recebida na escola?

A escola recebeu-me como uma profissional da docência. Ao início o pessoal não docente e o pessoal docente via-me como uma aluna, pois as minhas características físicas assim os levavam a ter essa atitude. No entanto, com as minhas visitas regulares à sala dos professores, os colegas professores da escola começaram a fixar a minha cara e a tratar-me como uma deles.

A professora cooperante é a base da boa aceitação que a escola teve perante os estagiários. A professora Helena deu-nos a conhecer as instalações, o pessoal docente e não docente, apresentando-nos como “os seus estagiários”.

Um dos meus desejos enquanto professora no ramo do ensino, é ser recebida tão bem numa escola como fui recebia na Escola E.B 2/3 Pêro Vaz de Caminha.

3.3.2.1 A Professora Cooperante

A Professora Cooperante, Mestre Helena Abrunhosa, contribuiu de forma muita positiva e entusiasmante para o meu crescimento, transmitindo grande afeto e prazer pelo exercício da função.

A sua função era ajudar-nos (núcleo de estágio), foi seu intuito desde o início dar-nos o máximo de informação possível, alertando-nos para pormenores que nunca nos tinham ocorrido. Manteve sempre um elevado nível de exigência, facto que contribuiu para me tentar aperfeiçoar cada vez mais.

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Manteve sempre uma boa relação connosco, pautando-a pelo profissionalismo e pela amizade.

Só tenho pena de não ter recorrido mais à professora Helena e de me ter desleixado um pouco durante este ano, pois sei que os ensinamentos que ela tinha para me passar eram de grande valor e importância.

3.3.2.2 O Núcleo de Estágio

Quanto ao núcleo de estágio, inicialmente não sabia com quem ia lidar e trabalhar neste ano. No entanto, quando saíram os resultados, verifiquei que estava num grupo em que só tinha laços de amizade com a Sandra. Apesar de possuirmos características bem distintas uns dos outros, penso que a relação que se desenvolveu no grupo foi muito saudável, bem como a existência de reuniões (apesar de muitas vezes não poder estar presente), realizadas à quarta-feira e quinta-feira, nas quais vários assuntos foram colocados em discussão. Acima de tudo, perspetivo agora como um momento de reflexão, nomeadamente auto-reflexão, em que era evidenciado o nosso sentido crítico e auto-crítico e a nossa capacidade de diálogo. Também foi enriquecedor o confronto de metodologias, estratégias e resultados dentro do núcleo de estágio, importante na procura de um ensino eficaz. Como referiu Oliveira & Serrazina (s.d.), é neste “espaço” que o aluno aprende a “desenvolver o pensamento reflexivo sobre a sua prática, a relacionar conhecimentos teóricos com as situações práticas e a construir um estilo.

3.3.2.3 Grupo de Educação Física

O grupo da área disciplinar de Educação Física é constituído, quase na sua totalidade, por professores licenciados e mestres. Estes foram muito atenciosos com a nossa chegada, mostraram-se abertos e disponíveis para ajudar no que fosse necessário, sendo reconhecidos pelos parceiros educativos como profissionais competentes e envolvidos na profissão.

É um grupo que quando tem de organizar alguma atividade, trabalha todo em prol do mesmo, não fugindo às tarefas que lhe são exigidas. Durante este

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ano foi um grupo, coeso, trabalhador, cooperativo e que merece ser parabenizado por todas as atividades que realizou.

Sem dúvida, foram todos excecionais e ainda o são no apoio e na integração na comunidade docente.

3.3.2.4 Os Docentes de outros Grupos Disciplinares

O ambiente entre os professores em geral é bom. Como me encontrava pouco tempo na sala dos professores apenas estabeleci relações de diálogo curto com os restantes docentes no sentido de manter um bom clima de trabalho, convívio e respeito. Naturalmente, com o corpo de docentes que faziam parte do grupo de educação física as relações já eram mais próximas pois convivíamos diariamente.

3.3.2.5 Os Auxiliares da Ação Educativa

Os auxiliares da ação educativa sempre foram respeitosos, simpáticos, atenciosos, deixando-me sempre à vontade.

Os auxiliares do pavilhão, foram das pessoas mais preponderantes para o meu estágio. Nunca deixaram que me faltasse nada para lecionar as minhas aulas, sempre preocupados com os materiais. Ajudaram-me muitas vezes na organização de algumas atividades e na arrumação das mesmas, facilitando muito o meu trabalho, proporcionando um bom ambiente no interior do pavilhão.

3.4 O Papel da Escola

No passado, a família era considerada a principal responsável pela formação de crianças e jovens e a escola era apenas entendida como uma instituição complementar, onde eram transmitidos alguns conhecimentos gerais. A escola era, assim, vista como um espaço onde a socialização era

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praticamente irreconhecível. Com o avançar do tempo, o panorama escolar foi sendo configurado para um quadro de referência mais alargado. Deste modo, a escola tem de considerar interesses mais amplos, e procurar favorecer atitudes, sentimentos e atributos que preparem os educandos para o bem “conviver” (Minicucci, 1986).

Neste sentido, a escola assume-se como um espaço educativo, cuja principal função é possibilitar ao aluno o acesso à construção do saber. Este papel está intimamente ligado às relações de ensino, visto que a transmissão de conhecimento nasce da interação entre as pessoas. Logo, é inevitável considerar esta relação na sua visão dupla, onde tanto o professor como o aluno são elos concretizadores dessa relação.

Este é um local privilegiado onde a partilha e o confronto são traços caracterizadores da sua realidade, ou seja, é um local de partilha e confronto constante entre alunos, professores, funcionários e pais, sendo um espaço de eleição para a transmissão, modelação e criação de valores, sabedorias, competências e culturas.

A interação entre toda a comunidade escolar é crucial para a partilha de experiências e conhecimentos. Assim, a escola é um espaço de multiplicidades, onde se misturam diferentes valores, experiências, conceções, culturas, crenças e relações sociais, elevando o quotidiano escolar para uma complexa e enriquecedora estrutura de conhecimentos e sujeitos.

Apesar de algumas indecisões, a escola constitui-se como um espaço de construção de conhecimentos, de alegria, e formação de pessoas conscientes, participativas e solidárias. No entanto, as relações estabelecidas no âmbito escolar podem ser entendidas como complexas e muito difíceis. As questões ligadas à afetividade, como a emoção, a paixão, o sentimento estão presentes em todas as relações humanas, sendo uma parcela integrante do contexto escolar.

Portanto, a escola já não pode ser encarada como um espaço fechado e triste, mas sim como um lugar de prazer e de aprendizagem onde o contributo do professor é fundamental.

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É urgente que a escola considere os mais amplos interesses e que possa favorecer atitudes, sentimentos e atributos que preparem os educandos para a Bom viver na sociedade.

3.5 A Educação Física na Escola

O desporto é um património Mundial da Humanidade, um fator cultural global, da civilização que deve ser preservado. Por isso, antes de me debruçar sobre o desporto na escola e a Educação Física em particular, faz todo o sentido tentar explicar os porquês e para quês do desporto na escola.

De facto, não precisamos de ir muito longe para justificarmos a necessidade de ser ensinado e apreendido porque educar no e pelo desporto é uma das obrigações da escola, facultando aos alunos uma cultura e uma competência desportivo corporal adequada, promovendo o desenvolvimento da personalidade, disponibilizando/fomentando valores, razões, saberes que ajudam a organizar as suas vidas. A Educação Física é vista como ponto integrante do currículo escolar devido à sua formação, à corporização de atividades físicas com significados culturais, pelo seu contributo para o desenvolvimento de crianças e jovens e pelo potenciamento de saberes de outras áreas de intervenção.

Através do corpo e da atividade física, pretende-se uma construção individual e coletiva do aluno, no estabelecimento de relações socialmente aceites e consequente integração de atitudes, capacidades, conhecimentos e hábitos desportivos, mas fundamentalmente, sociais. Isto obriga a que haja uma aprendizagem de competências em diversos âmbitos e de diferentes matérias, mas sempre considerando a qualidade de vida, a saúde, e o bem-estar. Segundo Bento (1998), a Educação Física é a disciplina escolar que tem o desporto como conteúdo, sendo a única disciplina que visa preferencialmente a corporalidade. Como diz Caldas (2006), a Educação Física deve possibilitar uma série de vivências, convivências e experiências, não só motoras, mas também respeitantes à cultura social e corporal.

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Sublinhe-se que, ao tratar-se de uma disciplina escolar, pressupõe ensino e aprendizagem. Necessita de esforço para superar dificuldades e resolver problemas, significa rendimento escolar, significa que a competição é um momento de aplicação de conhecimentos, de avaliação e de socialização e por isso é importante que a Educação Física não se desproveja desses sentidos.

No entanto, o desporto na escola não poderá ser o próprio desporto como é visto, analisado e refletido por e para adultos. Assumindo que todos reconhecemos que para a Educação Física na escola não interessa a forma mais evoluída de uma modalidade desportiva.

Permanece a consciência que existe um longo caminho a percorrer, mediado por diversas etapas de complexidade crescente, começando por fórmulas e estratégias mais simplificadas até formas mais evoluídas para que o conteúdo tenha significado para a criança e jovem, ou seja, que usem técnicas e métodos que desenvolvam as capacidades cognitivas e motoras dos alunos. Esta deverá ser a preocupação máxima do processo Ensino-Aprendizagem.

A aula de Educação Física é de extrema importância, visto que para muitos alunos esta aula é o único local de aprendizagem pedagogicamente orientado e supervisionado de desporto, e de prática formal em segurança física e emocional.

3.6 O que é ser professor; O que é estar na escola de hoje

A ênfase da imagem da docência como profissão, resultado do transpor de ideias redutoras tem-se manifestado de dia para dia. Ser professor nunca foi tarefa fácil, durante séculos exigiu-se que o professor fosse um modelo de virtudes, e mais recentemente que desempenhasse as funções de um técnico, capaz de mudar os comportamentos e atitudes de todo o tipo de alunos. Neste sentido, a profissão do professor pode ser classificada como complexa, onde a dúvida, a insegurança e a ambiguidade das funções são o traço que melhor a caracteriza. É neste panorama que hoje emerge o modelo dos “professores como práticos reflexivos” envolvidos num processo de construção e desconstrução de saberes, onde vão elaborando a sua própria concepção de ensino (Zeichner, 1993, p.18).

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Neste sentido e segundo Gonçalves (2009, p.25), “O percurso docente é um percurso relacional, contextualmente vivenciado e construído, em que o professor se vai desenvolvendo. É hoje inquestionável que a formação ao longo da vida é uma resposta necessária aos desafios de inovação e desenvolvimento pessoal e profissional”. Nesta linha de pensamento Rodrigues (2009, p.6) considera que “a profissão do professor aprende-se na sala de aula ao longo da vida”. O professor nos dias de hoje busca ser um intelectual, investigador e com prática reflexiva, apelando à capacidade de construir saberes a partir da experiência analisada; à capacidade de aprender com e no ensino e não de aprender apenas a ensinar; à capacidade de escolher de forma responsável e autónoma, respeitando um conjunto de valores eticamente profissionais.

Segundo Oliveira (1996, p.26) “os professores são elementos importantes no desenvolvimento social e pessoal dos jovens. Espera-se deles o exercício das suas funções de formador, transmitindo informações e valores fundamentais, ajudando o jovem a adoptar valores próprios e a desenvolver a capacidade de tecer juízos, de refletir sobre as informações alternativas, a vida e o mundo, cuja característica primeira será a sua mutação constante”.

Atualmente, ser professor tem imensas responsabilidades e vai muito além das tarefas da sala de aula. Assim, o professor não se pode limitar à gestão da aula, terá também que gerir os conflitos e a interação entre os vários elementos da comunidade educativa.

Pelo exposto, pode-se perceber que o papel do professor é hoje muito amplo e complexo. Portanto, a sua capacidade profissional terá que ir para além das tarefas didáticas de planear, realizar e avaliar o processo de ensino-aprendizagem. Segundo Silva (2009), o professor só poderá responder às múltiplas tarefas se compreender e envolver-se no contexto global de ser professor. De acordo com o citado, o professor não se poderá focar apenas numa comunicação unilateral com os seus alunos, até pelo contrário, tem de exibir um papel mais ativo e criativo, para que a educação decorra numa ação cooperativa e haja espaço para a criatividade de ambos.

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3.6.1 Expectativas para o meu futuro enquanto professora

É muito difícil falar em expectativas se nos próximos anos não voltarei a vivenciar uma experiência tão enriquecedora como a que decorreu, não só em termos de aquisição de conhecimentos e de competências, mas também de todo um conjunto de experiências, incrivelmente fortes, emotivas e desafiadoras. Este ano foi incrivelmente a ser positivo e rico do ponto de vista da formação inicial, penso que a evolução implícita nos alunos será a principal recompensa que um professor pode ter em termos de trabalho docente. É extremamente benéfico reconhecer que existem mudanças visíveis nos alunos, sejam estas comportamentais, motoras, cognitivas ou sociais, e que de certa forma contribuímos para que estas se verificassem.

Por tudo isto é que cresce dentro de mim um sentimento de saudades quando pronuncio as palavras, “escola”, “alunos” e “professora”.

Se um dia mais tarde voltar a ser professora quero incutir nos meus alunos a necessidade de uma educação para a saúde, que se não puder ser orientada posteriormente para um clube no sentido da prática desportiva sistemática, deverá ser orientada para a manutenção de hábitos de atividade física ao longo da vida, através do reconhecimento de todos os benefícios que daí advêm. E, essa é sem dúvida uma competência do professor de Educação Física, e objetivo máximo da sua atividade.

Espero que o meu futuro seja risonho, com muito sucesso e satisfação profissional a fazer o que gosto e junto de quem mais gosto.

“ (...) Algures dentro de nós, há outro espaço Chegaremos ainda a outro lado Lá onde só se espera O inesperado...”

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30 3.7 A minha turma – 9ºD

A turma que orientei, juntamente com a professora cooperante era constituída, inicialmente por 18 alunos. No entanto como uma aluna pratica ensino doméstico, a turma passou a ser constituída por 17 alunos, dos quais 11 pertenciam ao sexo feminino e 6 ao sexo masculino.

Durante a primeira aula cedi aos meus alunos uma ficha de caracterização individual, e foi através desta que me apercebi de algumas características importantes que a turma possuía. Após essas informações terem sido analisadas e refletidas foram tidas em conta no processo de ensino-aprendizagem da turma, pois segundo Albuquerque (2003), a capacidade reflexiva, a competência de ensino e a integração social são as qualidades que definem um profissional reflexivo que assume teorias sobre os currículos, sobre o ensino, sobre alunos, sobre as comunidades, escolar e envolvente, sobre os aspectos socioprofissionais, sobre as relações humanas e institucionais. Assume, também, o seu desenvolvimento autónomo, a reflexibilidade da sua prática, toma as decisões necessárias, emite juízos, enfim, torna-se responsável e protagonista do desenvolvimento do seu próprio conhecimento prático.

3.7.1 Lecionar as aulas…Conhecer o PEE, o plano de atividades, Fazer o

roulement, os planeamentos, a U.D…Senti dificuldades?

Uma das primeiras tarefas do meu estágio centrou-se na realização do roulement e nos planeamentos anuais geral e específico. Fiquei surpresa com a elaboração destes três documentos, pois não sabia que era desta forma que se distribuíam o número de aulas pelas modalidades e como se distribuíam os espaços pelos professores, de forma a ser o mais justo possível.

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Como é óbvio no início não fazia a mínima ideia como se realizavam estes três documentos, mas com a ajuda da professora cooperante essa tarefa foi realizada com sucesso. As dificuldades sentidas foram imediatamente esclarecidas pela professora Helena.

Para planear as aulas tive de recorrer ao plano de atividades 2011/ 2012 para posteriormente não correr o risco de alguma atividade da escola se sobrepor às minhas aulas.

No decorrer do 1º período senti alguma dificuldade em gerir o tempo de instrução e de gestão da aula, contudo com o decorrer do ano letivo consegui superar esse problema, procurando utilizar, em cada aula, um número de exercícios que lhes permitisse dar um determinado tempo de empenhamento na tarefa, visto ser um aspeto essencial para a aquisição de capacidades e habilidades motoras.

A instrução foi superada com a prática, ao início tive dificuldades de expressão, ou seja, tive dificuldades em transmitir aos alunos os meus conhecimentos e nos termos corretos e por vezes ficava mais tempo a instruir do que os alunos em empenhamento motor.

Preocupei-me em apresentar exercícios motivantes, de carácter lúdico, com vista ao aumento do empenhamento motor e exercícios sob as formas jogadas. Procurei ainda, manter uma presença mais próxima dos alunos com mais dificuldades, com o objetivo de os motivar e corrigir. Penso que esta atitude motiva o aluno, visto que, faz com que eles sintam que alguém se preocupa com o que ele faz.

Por outro lado, procurei utilizar sempre feedbacks com o intuito de controlar melhor a turma e aumentar o seu nível de empenhamento, motivação e comportamento.

Na estruturação de cada aula tentei selecionar exercícios que não diferissem muito na sua organização didático-metodológica, no sentido de assim permitir um maior tempo de potencial aprendizagem.

Na procura de um clima de aula positivo, as interações professor/aluno foram cruciais. Tentei ser sensível aos sentimentos e necessidades dos alunos, não reduzindo a minha atuação a uma simples transmissão de conhecimentos.

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No sentido da concretização dos objetivos estabelecidos, procurei criar um clima de confiança interagindo, de uma forma positiva, um simples “bom”, ou elogiando aqueles que tinham atitudes e comportamentos mais adequados.

Desde o início a disciplina dos alunos nunca foi problema para mim.

Relativamente às Unidades Didáticas Bento (1987) considera que as unidades didáticas constituem unidades fundamentais e integrais do processo pedagógico e apresentam aos professores e alunos, etapas claras e bem distintas do processo de ensino-aprendizagem. Assim como as várias funções didáticas, constituindo um contributo específico para a melhor concretização dos objetivos propostos na planificação anual.

As unidades didáticas foram elaboradas a partir da avaliação prognóstica efetuada, bem como dos objetivos mínimos para cada ano de escolaridade e do planeamento anual. No início senti algumas dificuldades nesta tarefa pois estava com medo de em algumas modalidades estar a ser ambiciosa demais e exigir aos meus alunos conteúdos que eles não seriam capazes de realizar. Outra das dificuldades era a distribuição dos conteúdos pelo número de aulas. Pois como o número de aulas por vezes era reduzido, ficava impossível de alcançar a consolidação na maior parte das unidades didácticas que realizei.

Nas primeiras aulas realizei os testes de fitnessgram. Esta análise inicial permitiu-me encontrar com maior exatidão, o ponto de partida para uma ajustada abordagem, adequando os objetivos, os conteúdos e as estratégias ao nível motor da turma, a um grupo restrito sempre que necessário, criando níveis distintos de aprendizagem.

Na elaboração das unidades didáticas dos jogos desportivos coletivos procurei através do jogo desenvolver a aprendizagem dos gestos técnicos, sendo o mesmo, sob a forma reduzida, realizado na parte final das aulas. Na planificação das unidades didáticas das modalidades individuais foi privilegiado o trabalho por estações, com o objetivo de rentabilizar o tempo de exercitação dos alunos, proporcionando, deste modo, a aprendizagem.

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3.7.2 Planos de aula…Facilidades e dificuldades

Durante o ano letivo e focalizando a ação que se desenrola num contexto muito particular, é necessário elaborar planos de pequena amplitude, correspondentes às ações que no dia-a-dia vão concretizar as diferentes parcelas dos planos a médio prazo e planos a curto prazo, também designados por planos de aula (Cortesão e Torres, 1983, citado por Neves e Graça, 1992).

A preparação da aula é um aspeto fundamental, necessitando de uma base de reflexão muito grande e cuidada. Só através desta reflexão antecipada acerca dos objetivos gerais e específicos, conteúdos e metodologias, é que se poderá realizar um trabalho regular e consciente na formação dos nossos alunos. No entanto, um plano de aula deve ser flexível, estando sujeito a certos reajustamentos sempre que se justifique.

Na sua elaboração pretende-se reunir todo um conjunto de informações que se tornem úteis, quer para o professor, quer para qualquer pessoa que pretendesse consultar os mesmos.

Todas as aulas foram estruturadas em 3 partes: a parte inicial, dedicada à ativação geral e específica, a parte fundamental onde eram abordados os principais conteúdos e a parte final, com objetivo de retorno à calma e uma reflexão em conjunto com os alunos.

Os planos de aula são sempre realizados, com uma semana de antecedência, para que, nas reuniões da semana a professora cooperante dê a sua opinião sobre o plano de aula. Sempre que ela achou conveniente trocar alguma coisa, eu refletia sobre isso, pois ela tem uma experiência maior sobre o ensino, facto esse que me ajudou a melhorar imenso na elaboração dos planos de aula.

A maior dificuldade que senti, foi na escolha dos exercícios, pois muitas vezes não seguiam uma sequência progressiva de complexidade. Apesar de ser uma turma do 9º ano, ainda estava na fase de apreensão e não de rentabilização, e este foi um dos aspetos que tive de ter em conta ao realizar os planos de aula.

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No sentido de manter os meus alunos motivados para as aulas, procurei sempre escolher exercícios de carácter lúdico, sem que estes deixassem que os objetivos propostos fossem alcançados. Por outro lado, a reflexão cuidada de cada aula foi realizada com o objetivo de facilitar a reformulação de decisões e/ou o reajustamento de estratégias, quando necessário.

De todas as modalidades abordadas, foram os jogos coletivos, que me deram mais prazer ensinar, uma vez que possuo mais conhecimentos sobre os mesmos, devido à minha experiência como praticante e treinadora, o que me leva a ter uma predisposição natural para eles e um entusiasmo extra aquando da sua abordagem.

3.7.3 Como se ensina…Topo para a base ou da base para o topo?

Segundo o Modelo Desenvolvimental de Rink (1996), “…Um bom desenvolvimento do conteúdo pode melhorar a aprendizagem…”, ou seja, se o professor adequar as tarefas (progressões) às capacidades dos seus alunos, estes indiscutivelmente melhoram a sua aprendizagem.

O ensino deve ser estruturado de forma progressiva, ou seja, do mais simples mais o mais complexo, do mais fácil para o mais difícil e do desconhecido para o conhecido.

O professor quando estrutura uma aula primeiro pensa nos objetivos e depois na forma como vai desenvolver o conteúdo. Ou seja, se da base para o topo ou do topo para a base.

Se for da base para o topo primeiro ensina-se os conteúdos e só depois passa-se para o jogo. Se for do topo para a base, começa-se do jogo e a partir do jogo introduzem-se os conteúdos.

Com os jogos desportivos caracterizam-se como modalidades abertas, possuem uma componente motora muito rica que permite o desenvolvimento multilateral do aluno em situações de aprendizagem muito diversas, sendo um instrumento pedagógico repleto de potencialidades.

Para o ensino dos jogos desportivos, perfilhei uma abordagem progressiva de conteúdos baseada e contextualizada ao jogo, ou seja do Topo

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para a Base. Assim, procurei criar situações de aprendizagem (jogos reduzidos e formas jogadas modificadas e condicionadas) que permitissem os alunos adquirir competências necessárias para resolver os problemas do jogo. Esta abordagem permite aos alunos não apenas uma melhoria na capacidade de jogo, mas também na própria compreensão do jogo. Assim sendo, privilegiei um ensino baseado nas intenções e ações táticas do jogo, de onde emerge a necessidade de novas soluções técnico-táticas. Ou seja, defendi um ensino da técnica integrado e contextualizado à sua decisão tática.

A presença de oposição entre ataque e a defesa, e da competição inerente aos próprios jogos são duas características fundamentais que deverão estar sempre presentes. Logo, importa moldá-las e ajustá-las em torno dos nossos objetivos. Deste modo, e dadas as características técnicas dos desportos individuais, como a Ginástica e o Atletismo, torna-se difícil uma abordagem idêntica à anterior. Como tal, optei por uma abordagem da Base para o Topo, através de uma aprendizagem mais analítica e mais segura por parte dos alunos. Neste tipo de abordagem é pedido o domínio de um determinado aspeto técnico simples antes de se evoluir para um mais complexo.

3.7.4 Fui bem recebida?

Neste primeiro ano como professora estagiária tive a felicidade de lecionar uma turma simpática que sempre demonstrou respeito por mim. Desde a primeira até à última aula que eles acolheram-me com carinho, além de professora viam-me como uma amiga. A vivência e a afectividade que existia entre mim e a turma sobrepunha-se às aulas.

A afetividade é a exteriorização de um bom sentimento com um objetivo bem implícito: A criação de um clima positivo é produtivo para o diálogo e aproximação. A afetividade é considerada a “mola” para o bom relacionamento entre o professor e o aluno que, embora possua um carácter subjetivo, permite a criação de um ambiente positivo para o desenvolvimento das competências educacionais e das relações interpessoais.

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Conclui-se então que o processo ensino-aprendizagem e a interação professor-aluno não são dois processos que se contrapõem, mas que atuam num movimento dinâmico e contínuo (Santos, 1995 cit in Martins et al. 2005).

No final do ano e após um longo trajeto, considero que consegui traçar laços muito fortes com os alunos em particular e com a turma no seu todo.

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