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Estágio supervisionado em Educação Física: implicações para a formação docente

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA

AILTON SÉRGIO LEAL BEZERRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

NATAL/RN 2017

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AILTON SÉRGIO LEAL BEZERRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

Trabalho de conclusão de curso, para a obtenção do diploma de graduação em Educação Física – Licenciatura, na modalidade presencial, sob a orientação do Professor Dr. Antônio Pádua dos Santos.

NATAL/RN 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da

Saúde - CCS Bezerra, Ailton Sergio Leal.

Estágio supervisionado em Educação Física: implicações para a formação docente / Ailton Sergio Leal Bezerra. - 2017.

57f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Educação Física. Natal, RN, 2017.

Orientador: Antônio Pádua dos Santos.

1. Educação Física - Formação docente - TCC. 2. Estágio Supervisionado - TCC. 3. Projeto Pedagógico - TCC. I. Santos, Antônio Pádua dos. II. Título.

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

AILTON SÉRGIO LEAL BEZERRA

BANCA EXAMINADORA:

PROF. DR. ANTÔNIO DE PÁDUA DOS SANTOS (ORIENTADOR)

PROF.MS. RAFAEL DE GOIS TINÔCO (MEMBRO INTERNO)

PROF.ª MS. JOYCE MARIANA ALVES BARROS (MEMBRO EXTERNO)

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AGRADECIMENTOS

Aqui expresso meu agradecimento a todos aqueles que contribuíram para o termo desse trabalho de conclusão de curso.

Em primeiro lugar e, acima de tudo, agradeço a DEUS que me dá forças para levantar todos os dias e seguir uma rotina de trabalho, estudo, família, filho, relacionamento, dificuldades, desafios e passar por cima de tudo que surge no caminho.

Agradeço aos professores, alunos, parceiros de caminhada, aqueles que sofreram e que sorriram comigo, aqueles que no meu desespero me disseram algo que me fizeram seguir em frente, os que me fizeram acreditar e me encorajaram. Aos que tentaram me desanimar, para esses digo-lhes que não adiantou: eu consegui.

Agradeço sobremaneira ao Professor Pádua, meu orientador e professor do departamento que mais tive contato: com ele paguei as disciplinas Projeto Político Pedagógico, Estágio I e Estágio III. Por seu jeito objetivo e sincero, suas orientações eivadas de experiência e conteúdo pedagógico, por ter aceitado me acompanhar nesse momento em que caminhamos para além dos muros da Universidade, meu muito obrigado.

Enquanto professor, eu, levarei muito da postura e conduta do Professor Pádua, a quem chamo de Professor com letra maiúscula.

Sem dúvida agradeço a minha família. Meus pais e irmãos. Suporte nem sempre presente, mas nunca ausente. Aqueles que sempre confiam, acreditam e dizem: você consegue; você é o cara; vai dar certo. Muito obrigado.

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A ideia

De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz sobre nebulosas

Cai de incógnitas criptas misteriosas Como estalactites de uma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe,

Chega em seguida às cordas da laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica ... Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No molambo da língua paralítica! Augusto dos Anjos

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RESUMO

Esse trabalho de conclusão de curso pertence ao rol de estudos acerca da importância do estágio supervisionado, visando analisar suas implicações para a formação docente, a partir das vivências in loco, na escola, com a especificidade de tratar unicamente da formação em Educação Física, Licenciatura, modalidade presencial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Num levantamento bibliográfico para suporte e verificação do que já foi dito, mas principalmente numa abordagem metodológica descritiva, baseada na observação, em que sou ator e envolvido no processo, assim como os pesquisados, dentro de uma lógica qualitativa, importando mais o processo, a abordagem crítica do que qualquer espécie de quantificação. Esperando contribuir academicamente para fomentar o interesse e a pesquisa nesse âmbito, assim como as discussões internas, que resultem em melhoras para o curso, logo para o egresso, que irá gerar frutos na sociedade. O perfil profissional almejado pelo Projeto Pedagógico do curso referencia o graduando qualidades de compreensão do seu valor enquanto formador, e do entendimento da escola enquanto espaço de vida e relações sociais formativas, acreditamos estarmos no caminho certo, dentro de um contexto de adaptação às exigências que não param de surgir, e como todo ator do processo educativo, devemos ser capazes de acompanhar a dinâmica das forças que evidentemente fazem parte da nossa práxis, pois não somos independentes das nuances econômicas, políticas, tão pouco sociais.

Palavras-chaves: Estágio Supervisionado. Projeto Pedagógico. Formação de Professores.

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RESUMEN

Este trabajo de la conclusión por supuesto pertenece a los estudios se revuelcan la importancia del aprendizaje supervisado, con el fin de analizar sus implicaciones para la formación docente, a partir de las vivencias in loco, en la escuela, con el especificidad de sólo tratar la formación en la Educación Física, Licenciatura, presentan la clase de la Universidade Federal do Rio Grande do Norte. En un levantamiento bibliográfico para el apoyo y comprobación de lo que se dijo ya, pero principalmente en un enfoque metodológica descriptivo, basada en la observación, en quien soy un actor y me abrigué en el proceso, así como investigados, dentro de una lógica cualitativa, importando más en el proceso, el enfoque crítico de que cualquier clase de cuantificación. La espera a contribuir académicamente para promover el interés y la pregunta en este grado, así como las discusiones internas, que dan vuelta en mejoras para el curso, pronto para el expreso, que irá a producir causa la sociedad. El perfil profesional añoró por el Proyecto Pedagógico del curso referencia las calidades estudiantiles que se gradúan del entendimiento de su valor mientras y del entendimiento de la escuela mientras yo espacio de vida y relaciones sociales formativas, creemos antiguo ser de cierto modo, dentro de un contexto de adaptación a las demandas que no dejan de aparecer, y como cada actor del proceso educativo, debemos haber sido capaces de acompañar la dinámica de la fuerza que obviamente hacen la parte de nuestro praxis, ya que somos bastante dependientes del económico, político, por tanto no matices mucho sociales. Palabras-clave: aprendizaje supervisado. Proyecto pedagógico. La formación de los profesores.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...10

2. ESTÁGIO SUPERVISIONADO: aspectos legais e metodológicos...15

3. DESENVOLVIMENTO DA OBSERVAÇÃO...24

3.1. O Estágio Supervisionado III...25

3.2. Atividades Desenvolvidas no Estágio III...27

3.3. Considerações Sobre o Estágio III...32

3.4. O Estágio Supervisionado IV...33

3.5. Atividades Desenvolvidas no Estágio IV...36

3.6 Considerações sobre o Estágio IV...45

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...46

REFERÊNCIAS...49

APÊNDICE...51

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:

IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

1. INTRODUÇÃO

O estágio possibilita ao graduando (licenciatura) estabelecer critérios de diferenciação entre a sua vida acadêmica e o cotidiano do seu provável campo de trabalho: a escola. Dentro desse entendimento, objetivamos com essa pesquisa analisar, a partir das vivências in loco, na escola, as implicações do estágio supervisionado na formação docente; de modo específico pretendemos confrontar as atividades exigidas durante os estágios, com o Projeto Pedagógico (2004) do curso de Educação Física (EF), Licenciatura, competências e habilidades; Avaliar, a partir da experiência em sala de aula, como se dá o diálogo: academia X campo de estágio; promover entre docentes e discentes em EF uma discussão acerca da formação docente, que, sem dúvida, passa pelo momento estágio, que além de curricular e obrigatório, é pedra fundamental da (para) a formação.

São esses os objetivos que norteiam esse estudo e advêm desde o momento do cumprimento do primeiro estágio (Estágio I), em que vamos para a escola e apenas observamos o ambiente escolar, a postura do professor e suas práticas. Momento em que mais constrangemos o profissional e alunos, do que contribuímos. Notadamente há uma mudança no comportamento dos alunos devido a nossa presença (um estranho que só observa), por vezes alterando o próprio planejamento do professor. Porém essa reflexão fica para tema de estudo futuro, e como campo para investigação da coordenação do curso.

O tema formação docente corriqueiramente é abordado nas discussões referendadas nas monografias e trabalhos de conclusão de curso, conforme pudemos observar durante a pesquisa do estado da arte para somar ao nosso arcabouço teórico, foram vários os trabalhos encontrados sobre o tema, em outras licenciaturas, principalmente no curso de pedagogia. Especificamente, dentro desse grande tema, escolhemos pesquisar as nuances do estágio supervisionado, corroborando com Bernardi et al.(2008) em que relatam que as Graduações em Licenciatura, devem

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apresentar aos futuros professores,vivências profissionais que os coloquem no contexto que irão trabalhar.

O estágio é um dos momentos mais importantes para a formação profissional, de qualquer profissão, e, entendemos ser o divisor de águas da formação docente. É nesse momento que o potencial profissional (em formação) de educação tem a oportunidade de entrar em contato direto, não apenas com a realidade profissional na qual será inserido, mas tem a oportunidade de concretizar pressupostos teóricos adquiridos pela observação de determinadas vivências, leituras e pesquisas específicas e do diálogo com seus orientadores, e demais profissionais que formam o corpo docente da escola, além de funcionários mais experientes e com o corpo de alunos.

O presente trabalho de conclusão de curso tem como justificativa pessoal meu apreço especial pelas questões relacionadas à formação do profissional em educação (aqui, especificamente em EF), desde a primeira participação enquanto estagiário, no estágio I, no semestre letivo 2015.1, em que me encontrava no terceiro período. Os demais estágios que se sequenciaram vieram a somar a minha vontade de estudar esse momento e investigar suas implicações à formação e seu diálogo com o próprio projeto pedagógico do curso, seus métodos e por que não seus resultados.

Academicamente espero contribuir com o rol de pesquisas que enfocam o momento da formação e seus caminhos. Investigando o repositório de monografias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não encontrei no curso de educação física trabalhos que privilegiassem à formação em si, mas algumas que tocavam no assunto estágio, principalmente pesquisas relacionadas ao Programa de Iniciação à Docência (PIBID).

Socialmente, acredito que toda discussão séria sobre formação docente, que vise demonstrar, comparar, examinar os cursos de graduação trazem impactos para a formação, não importando se a pesquisa corrobora ou discorda do senso comum, ou do que se espera, ela no mínimo fomenta a discussão, refletindo no desenvolvimento dos egressos das instituições formadoras, egressos esses que formarão a mão de obra que, provavelmente, estará na escola como atores do processo ensino-aprendizagem.

Desenvolver-se enquanto professor nessa formação baseada no contexto real de atuação possibilita uma construção (in)dependente do conhecimento científico, pelas vivências de exemplos práticos e discussões acadêmicas. Segundo Buchman e Bellochio, (2007) o estágio curricular supervisionado é um componente que ocupa lugar de destaque nos cursos superiores de formação de professores, não à toa, no estágio,

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tem-se a oportunidade de vivenciar, investigar, analisar, planejar, intervir, perceber a realidade profissional, específica, interagir com a realidade educacional, da instituição e da comunidade. Oportunidade de sentir-se “o professor”.

Para Franco (2002) a docência é uma profissão com identidade e estatuto epistemológicos próprios, e, que em si, o ensino é uma das manifestações da práxis educativa, assim entendemos que o estágio projeta-se como uma possibilidade de se fazer a relação direta e concreta entre teoria e prática, para favorecer o processo ensino/aprendizagem, também oportuniza conhecer, um pouco, a realidade da profissão e, representa, quase sempre, o primeiro contato dos graduandos com alunos em seus diferentes níveis de formação e desenvolvimento.

Propomos, a partir da vivência experenciada durante os estágios III e IV, por serem os momentos de maior atuação, realizados nos semestres 2017.1 e 2017.2, em escolas da rede pública da cidade do Natal, trazer à tona a discussão acerca das contribuições e implicações dos estágios supervisionados para a nossa formação docente, em comparação ao Projeto Pedagógico do curso, com as atividades desenvolvidas no âmbito escolar e os desafios da docência, especificamente em Educação Física

[...] no terceiro e quarto estágio se tem a atuação do aluno no campo de estágio, planejando, desenvolvendo e avaliando a prática do estágio em conjunto com seu respectivo supervisão e/ou equipe de trabalho envolvida nos estágios. (Projeto Pedagógico para Educação Física – UFRN. 2004. p. 29).

Para construção da nossa pesquisa buscamos amparo na metodologia das pesquisas descritivas e a revisão da literatura proporcionou o primeiro contato com a temática, conforme GIL (2008)

Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste caso tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado, há pesquisas que, embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos, acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc.

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Buscando ir além da simples identificação ou mera repetição do que já foi dito nos valemos dessa metodologia descritiva, corroborando com GODOY (1995), que expressa que quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca é o entendimento do fenômeno como um todo, na sua complexidade, é possível que uma análise qualitativa seja a mais indicada. Então faremos uma pesquisa de cunho qualitativo, visando a compreensão holística do estágio enquanto momento formativo. Segundo Godoy

A pesquisa qualitativa é descritiva. A palavra escrita ocupa lugar de destaque nessa abordagem, desempenhando um pape fundamental tanto no processo de obtenção dos dados quanto na disseminação dos resultados. Rejeitando a expressão quantitativa, numérica, os dados coleta dos aparecem sob a forma de transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias, videoteipes, desenhos e vários tipos de documentos. Visando à compreensão ampla do fenômeno que está sendo estudado, considera que todos os dados da realidade são importantes e devem ser examinados. O ambiente e as pessoas nele inseridas devem ser olhados holisticamente: não são reduzidos a variáveis, mas observados como um todo. (Godoy, 1995).

Nessa perspectiva, segundo Gil (1999), a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis é a finalidade principal. Numa abordagem qualitativa, preocupada com os porquês, não com a quantificação, buscamos relacionar os momentos estágios e seu desenvolvimento a partir dos momentos vivenciados por este graduando, numa análise dos relatos experienciados, em função do Projeto Pedagógico (2004), Educação Física Licenciatura..

Desta forma esperamos contribuir para que novos pesquisadores se interessem pelo tema e se engajem, somando esforços, para melhoria da formação docente, elevando os padrões até então alcançados por nosso curso de Educação Física, licenciatura, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na modalidade presencial.

Para tanto, optamos por uma divisão pedagógica do trabalho para um melhor entendimento do leitor do nosso propósito: no primeiro momento traremos à tona as nuances legais e metodológicas acerca do estágio, instrumentando a pesquisa com os aspectos que orientam as práticas de estágio conforme a lei de estágio para as

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licenciaturas da UFRN, Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, e o Projeto Pedagógico do Curso (2004).

Na sequência faremos a exposição dos campos de estágio e das atividades desempenhadas, numa narrativa, sob os métodos da pesquisa descritiva, de cunho qualitativo, apoiado na coleta de dados via pesquisa participante, dentro de um contexto de análise crítica e reflexiva, fazendo as considerações percebidas, a luz das vivências e dos documentos que regem os estágios.

Conscientes que esse estudo não se esgota com a construção deste Trabalho de Conclusão de Curso, mas que ele pode ser a ponta do iceberg para buscarmos dar continuidade e fomentar interesse em novos pesquisadores do tema, concluímos a pesquisa com as nossas considerações finais, procurando trazer ao leitor nossas impressões pessoais, enquanto participantes envolvidos no estudo, mas intentando uma abordagem crítica e reflexiva, sabedores da importância do estágio para a formação docente, e acreditando que sempre temos que buscar a excelência, pois a Educação Física escolar sem qualidade, não é educação.

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2. ESTÁGIO SUPERVISIONADO: aspectos legais e metodológicos.

Vivenciar a escola, a nosso ver, em primeira análise é o objetivo central do estágio curricular, obrigatório e supervisionado. É o que dispõe o texto do Projeto Pedagógico para o curso de EF, licenciatura:

No que tange os estágios da modalidade licenciatura, seu campo de desenvolvimento está circunscrito no âmbito escolar, especialmente no tocante ao processo ensino-aprendizagem da disciplina educação física como componente curricular que está inserido no projeto político pedagógico das escolas. (Projeto Pedagógico para Educação Física – UFRN. 2004. p. 29). (grifo nosso)

Os cursos de licenciaturas da UFRN têm em seus projetos pedagógicos a previsão do momento em que o aluno deixa de cumprir seu currículo apenas no âmbito acadêmico, para efetivamente estar em contato com o objeto final do graduado nas licenciaturas: a escola.

A Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, chamada lei de estágio, prevê que todo estagiário deve ser acompanhado por um supervisor, tanto da universidade, o chamado orientador de estágio, quanto do local em que desenvolve o estágio, o supervisor de campo, sem os quais o estudante não pode desenvolver o estágio. As Normas Para Estágio Supervisionado Obrigatório Em Educação Física (Licenciatura) – 2013 (p. 2), em seus aspectos legais, seguem

as disposições da Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, da Resolução nº 103/2006 – CONSEPE, de 19 de setembro de 2006, a qual regulamenta os Cursos Regulares de Graduação da UFRN, da Resolução Nº 1/2002 – CNE/CP, de 18 de fevereiro de 2002, a qual institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica e da Resolução Nº 2/2002 – CNE/CP, de 19 de fevereiro de 2002, a qual institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior.

O estágio tem sua previsibilidade e orientações no REGULAMENTO DOS CURSOS REGULARES DE GRADUAÇÃO DA UFRN (Anexo da Resolução nº 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013)).

Seção IV

4.4.4. DO ESTÁGIO

Art. 65. Estágio é uma atividade acadêmica, definido como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de

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trabalho, que visa à preparação de educando para o trabalho profissional.

Art. 66. O estágio é caracterizado como uma atividade acadêmica de um dos seguintes tipos, de acordo com sua natureza:

I – atividade de orientação individual, quando cada estudante dispõe do seu próprio orientador e executa o estágio de forma individual e semiautônoma.

II – atividade coletiva, quando o professor orienta coletivamente um grupo de estudantes em atividades de preparação ou prática para o exercício profissional. (REGULAMENTO DOS CURSOS

REGULARES DE GRADUAÇÃO DA UFRN (Anexo da Resolução nº 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013))

A subseção I, da supracitada legislação, versa sobre as condições de realização do estágio e dispõe detalhadamente as obrigações de cada envolvido nesse momento formador

Art. 70. O estágio curricular, para a sua regularidade, envolve: I – orientador de estágio; e II – supervisor de campo. § 1º O orientador do estágio é um professor da UFRN responsável pelo acompanhamento didático-pedagógico do estudante durante a realização dessa atividade. § 2º O supervisor de campo é um profissional lotado na unidade de realização do estágio, responsável neste local pelo acompanhamento do estudante durante o desenvolvimento dessa atividade. Art. 71. Quando a unidade acadêmica entender necessária a existência de um coordenador para o conjunto das atividades de estágio, pode nomear um professor do quadro efetivo como responsável pela administração desta atividade.

Referindo-se as formas de desenvolvimento do estágio, chamamos ateção para a orientação em relação ao campo de estágio, e apresença de um profissional habilitado na área específica de cada disciplina como condição para acompanhamento do aluno estagiário desenvolver suas atividades.

Subseção I

Das Condições de Realização do Estágio

Art. 69. O estágio somente pode ocorrer em unidades que tenham condições de: I – proporcionar experiências práticas na área de formação do estagiário; e II – dispor de um profissional dessa área para assumir a supervisão do estagiário. Parágrafo único. Não é permitido o encaminhamento para o estágio, nem a permanência em estágio já iniciado, de estudante que esteja com programa suspenso.

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O estágio supervisionado proporciona ao licenciando a oportunidade de vivenciar, não apenas aplicabilidade e a reflexão sobre a sua prática, mas vivenciar o ambiente escolar: a sala dos professores, o contato com os funcionários, a realidade socioeconômica da escola e dos seus integrantes, e, principalmente, o contato direto com os alunos, ultrapassando mesmo seus objetivos:

O Estágio Supervisionado Obrigatório é uma atividade acadêmica específica de caráter formativo para fins de integralização curricular. Deverá ser realizado a partir da segunda metade do curso, visando à aplicação de conhecimentos e a vivência de competências para o ensino da Educação Física no âmbito da Educação Básica, sob a orientação, supervisão e coordenação de professores habilitados e qualificados na área. (Normas Para Estágio UFRN, p. 2).

Neste primeiro contato o graduando se questiona sobre o domínio dos instrumentos teóricos e práticos, sobre seus vícios enquanto aluno, seus medos e anseios, coloca à disposição sua visão de mundo, sua formação dentro e fora da academia, os saberes imprescindíveis à execução de suas funções, uma soma de experiências que visam promover o seu desenvolvimento, no campo profissional, e pessoal, pondo à prova os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante os anos de ensino superior especificamente e o seu próprio conhecimento de mundo e experiências pessoais e profissionais em outras áreas que não a docência, por exemplo.

É um processo de aprendizagem, desenvolvido em quatro semestres, com gradual aumento de participação por parte do aluno, bem como do nível de ensino no qual ele atua e se faz necessário ao profissional que almeja enfrentar os desafios de uma carreira docente. Para Barbosa (2008, p. 3)

O estágio curricular obrigatório surge como um elemento aglutinador na formação docente, que considera a ação e a prática num processo contínuo de reflexão e construção, por meio da vivência da realidade social, educacional e escolar, e possibilita ao formando pensar em aspectos relevantes, tais como: o que envolve o processo de ensino e aprendizagem e a organização administrativa e pedagógica da escola.

De fato é um grande desafio, o graduando entrará em contato com as diferenças entre os alunos, e terá como missão, não apenas passar o conteúdo, ou facilitar o aprendizado, mas, promover o entendimento junto à turma que essas diferenças são a

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nossa essência. Está no princípio da formação de cada indivíduo. Em suma, o estágio supervisionado dará a noção do que o futuro professor poderá encarar no seu cotidiano, rumo à mediação da aprendizagem e contribuição para a construção da cidadania.

Metodologicamente, o desenvolvimento do estágio ao longo da formação (Licenciatura), dá-se a partir do 5º semestre letivo, ou da conclusão das disciplinas pré-requisitos, Didática Geral e Didática da Educação Física, indo até o último semestre, constituindo-se dos estágios I, II, III, e IV, numa gradação progressiva de observação, análise, reflexão, coparticipação, intervenção, em uma construção ativa e complementar, tendo como campo de desenvolvimento o ambiente escolar, seguindo os critérios estabelecidos pelas diretrizes para a disciplina enquanto componente curricular e a previsão dos Projetos Políticos Pedagógicos de cada instituição.

No estágio I, o aluno estará fazendo as observações, é o contato inicial com a realidade de seu potencial campo profissional e da aplicação metodológica dos fundamentos assimilados (ou não) ao longo dos semestres anteriores, sendo muito importante a interação do aluno-estagiário com os orientadores, visando à reflexão e a crítica, que o proporcionem um bom alicerce para o prosseguimento, tendo como ponto negativo, para nós, o fato de ser apenas um momento de observação, que fica pouco compreendido pelos alunos em sala, já que somos um estranho, ali, “sem fazer nada”.

A coparticipação, característica do segundo estágio, traz o aluno-estagiário para o mundo do planejamento e da formulação dos planos de ação, assim como a participação nas atividades com o supervisor de estágio, tem-se a oportunidade de intervir e refletir sobre a postura na aplicação das aulas, métodos de ensino e demais circunstâncias do campo escolar;

No terceiro e quarto estágio o aluno-estagiário estará diretamente planejando, intervindo e avaliando a prática do estágio, retroalimentando seu planejamento, planos de aula e atuação, em conjunto com os seus supervisores. Pode-se dizer que são os momentos mais próximos da efetiva realização da prática docente, inclusive, com mais tempo dedicado à escola e ao planejamento.

Portanto os estágios são divididos em quatro momentos consecutivos e que, gradualmente, vão aumentando o grau de exigência quanto à interação do aluno-estagiário com o fazer real do profissional de educação. Da observação a intervenção, avaliação, reflexão, crítica, retroalimentação, o potencial professor atua no ambiente escolar e convive com as diferentes necessidades de cada instituição em que estagia, tendo nesses momentos exemplos para seu futuro labor.

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É comum, entre nós alunos graduandos, computarmos ao momento estágio a responsabilidade de “ensinar” na prática, a real visão acerca da práxis docente, em detrimento da dimensão conceitual, dita teórica, diante disto, Pimenta e Lima (2012, p. 33) afirmam que

O estágio sempre foi identificado como a parte prática dos cursos de formação de profissionais, em contraposição à teoria. Não é raro ouvir, a respeito dos alunos que concluem seus cursos, referências como “teóricos”, que a profissão se aprende “na prática”, que certos professores e disciplinas são por demais “teóricos”. Que “na prática a teoria é outra”. No cerne dessa afirmação popular, está a constatação, no caso da formação de professores, de que o curso nem fundamenta teoricamente a atuação do futuro profissional nem toma a prática como referência para a fundamentação teórica. Ou seja, carece de teoria e de prática.

Porém não podemos correr o risco de atribuir ao estágio apenas a dimensão prática de aprendizagem das rotinas e meros procedimentos técnicos, dissociados da compreensão da dimensão humana e ético-social, tão pouco levarmos adiante a compreensão reduzida e dicotomizada entre teoria e prática desse momento. Sabemos que sua construção e realização está permeada singularmente pela insolubilidade da teoria e da prática.

E, muito mais que apenas um campo de aplicação de teorias, sistematizações e metodologias, o campo de estágio corresponde ao local de investigação, pesquisa e descobertas, além do desenvolvimento de competências inerentes à profissão e de grande valia para o crescimento pessoal e profissional do aluno-estagiário.

Segundo Engeroff (2014, p. 15)

O estágio é uma via fundamental na formação do professor, pois este possibilita a relação teoria-prática, conhecimentos de trabalho, conhecimentos pedagógicos, administrativos, além de conhecimentos da organização do ambiente escolar.

Este autor contempla, assim como nós, a oportunidade do estágio para além das possibilidades de execução das teorias aliadas às práticas, estendendo para a oportunidade de observação e aprendizagem do funcionamento administrativo e organizacional do ambiente escolar. Aproximando-se mais da realidade que sentimos ao chegarmos para estagiar.

Assim como na graduação, deveremos estar atentos ao quadro de aulas, horários de início, duração e término das aulas, horário do intervalo para o lanche

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(oferecido pela escola geralmente, ou individualmente adquirido pelos alunos). Os momentos em que precisamos do apoio da secretaria para identificar as turmas, as salas, os alunos que pertencem ou não aquela aula, naquele horário, entre outros.

Logo assumimos a postura ativa e protagonista. É hora de preencher os diários de classe. Frequência dos alunos. Planejar as aulas. Avaliar. Assim efetivamente vamos nos apropriando dos afazeres pedagógicos, administrativos e organizacionais, concebendo, desta forma, o estágio supervisionado como

[...] estruturador da formação docente, numa perspectiva de trabalho coletivo, interdisciplinar e investigativo norteado por princípios voltados para a formação permanente do docente, a aproximação entre os espaços de formação e de exercício profissional e o período destinado aos estágios como processo de investigação pedagógica (AZEVEDO, 2009, p.32).

Ainda Azevedo (2009), em sua abordagem, aponta que o fazer docente, em seu estágio, deve realizar-se numa perspectiva coletiva, investigativa e interdisciplinar. Acreditamos nessa proposta, o que também vai de encontro ao eixo norteador previsto para a licenciatura, no Projeto Pedagógico para o Curso de Graduação em Educação Física (Licenciatura) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que diz:

5.1 – Eixo Norteador para a Licenciatura

O Projeto Pedagógico para o Curso de Graduação em Educação Física (Licenciatura) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apresenta como eixo norteador a Interdisciplinaridade na Apropriação e Produção da Cultura Corporal, tomando a linguagem do corpo que se apropria, transmite, constrói e reconstrói tal cultura como pólo aglutinador de um acervo de conhecimentos que vai ser pedagogicamente tratado na escola nas aulas de Educação Física, a partir de um saber interdisciplinar a ser operacionalizado em diálogo com os demais componentes curriculares (Projeto Pedagógico: Curso Educação Física (Licenciatura/Bacharelado). 2004, p.9)

Dessa forma o estágio se apresenta como essa oportunidade ímpar de aprendizagem e aperfeiçoamento das práticas docentes, reflexões e autocrítica e reflexiva. Enquanto aluno-estagiário formador e docente em formação sem dúvida é um momento muito enriquecedor e integra as diferentes dimensões do nosso aprendizado na academia: da gestão à organização, do planejamento à execução, da aplicação dos conteúdos à avaliação. Numa construção e reconstrução constantes.

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Nesse intento, quanto mais nos apropriamos dos afazeres no âmbito escolar e comparamos com os saberes pedagógicos, mais vemos a necessidade de planejar e sistematizar os momentos vivenciais, retroalimentando o planejamento e resignificando as práticas, a partir do olhar dos alunos envolvidos, participante e não participantes, dentro de uma orientação cíclica, em que os comentários (feedback) dos alunos e do supervisor de campo, orientam a próxima experiência, mesmo após a primeira sistematização.

O replanejar, ajustar, é constante e dinâmico. O estágio nos oferece essa experiência, e contribui para o nosso desenvolvimento enquanto gestores das nossas aulas, partícipes de um todo que é o quadro docente e equipe pedagógica. Sobre o planejamento, Arruda, Paula e Fratti (2009 apud Santos, 2015), indicam que são necessários, para uma melhor compreensão dos alunos e melhor domínio dos conteúdos por parte do aluno-estagiário, um momento de planejamento, de Planos de Aula, por exemplo, outro de organização de novas rotinas, e, ainda, outros que possibilitem intervir pedagogicamente nas situações de aula e de observações nas escolas.

Observamos durante os anos de estágio que os tópicos sistematização e planejamento são bastante enfocados, obrigando-nos a apreender a relação entre os planos de aulas e sucesso na sua execução. Vemos isso desde as disciplinas que abordam sobre a didática. Aulas planejadas são menos suscetíveis a transtornos ou vexames de última hora. Ir para sala com esta bússola nos dar a real direção do norte, e nos guia mesmo durante as intempéries.

O estágio na formação de professores significa o desenvolvimento das habilidades de reflexão e de leitura crítica, assim como a construção da prática pedagógica a partir do cotidiano vivenciado (PIMENTA e LIMA, 2004 Apud ZANCAN, 2012).

O estágio está dividido em quatro fases, contempladas pela dimensão metodológica, do Projeto Pedagógico de Educação Física, para os diversos níveis de ensino, oportunizando ao aluno-estagiário o contato com o ambiente escolar em sua diversidade, assim como com a:

[...] cultura geral e profissional; conhecimentos sobre crianças, jovens e adultos; conhecimento sobre a dimensão cultural, social e política da educação; conteúdos das áreas de ensino; conhecimento pedagógico; conhecimento advindo da experiência (Brasil, 2002, p. 37).

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Complementando, os estágios supervisionados, caracterizam-se por serem uma

[...] atividade acadêmica específica de caráter formativo para fins de integralização curricular. Deverá ser realizado a partir da segunda metade do curso, visando à aplicação de conhecimentos e a vivência de competências para o ensino da Educação Física no âmbito da Educação Básica, sob a orientação, supervisão e coordenação de professores habilitados e qualificados na área. O Estágio Supervisionado Obrigatório é realizado em quatro semestres, concluindo um total de 405 horas. A especificidade do Estágio, bem como a carga horária a ser cumprida em cada semestre segue o Projeto Político Pedagógico do Curso de Educação Física – Licenciatura. (Normas para Estágio Supervisionado Obrigatório em Educação Física (Licenciatura), 2013/2014, p. 2)

A experimentação do papel de professor, a interdisciplinaridade e a cooperação mútua entre os agentes educativos, supervisores de estágio, demais professores e assistentes administrativos, dão o caráter formativo para a construção do perfil do licenciado em Educação Física, conforme projeto pedagógico, do curso ofertado pela UFRN, que estabelece

A construção do perfil do licenciado em Educação Física tem como pressupostos: a) compreensão da escola e do currículo como espaços dialógicos, em sintonia com o contexto social e existencial dos educandos; b) a concepção da escola como um espaço de formação do ser humano, portanto, lugar de vida, de corpo, de conhecimentos, de aprendizagens diferenciadas. Para tanto, a construção desse perfil profissional será consolidada pela apropriação de conhecimentos vinculados ao ensino, à pesquisa e à extensão, os quais possibilitarão ao graduado um domínio de competências relacionadas a “cultura geral e profissional; conhecimento sobre crianças, jovens e adultos; conhecimento sobre a dimensão cultural, social e política da educação; conteúdos das áreas de ensino; conhecimento pedagógico; conhecimento advindo da experiência” (Brasil, 2002, p. 37), todas articuladas entre si e não como parte exclusiva de uma única disciplina. A ação do professor de Educação Física caracteriza-se pelo trabalho de natureza pedagógica, delineando-se sua ação na educação básica e em outros espaços sociais, como projetos sociais, culturais e outros de natureza pedagógica. (Projeto Pedagógico para Educação Física – UFRN. 2004, p. 13).

Gradativamente o nível de envolvimento, interação e participação do aluno-estagiário, vai aumentando aos poucos conformando a identidade dele enquanto docente.

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Para Pimenta e Lima (2006) o aprendizado de qualquer profissão é prático, no sentido de que se trata de instruir-se a fazer algo ou ação, logo a profissão de professor também é prática.

Já Tardif (2002) afirma que o estágio supervisionado constitui uma das etapas mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a partir do ano de 2006 se constitui numa proposta de estágio supervisionado para oportunizar ao graduando a observação, a pesquisa, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas, uma aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de aula.

Dessa maneira é um momento de articulação entre os saberes, competências e arcabouço teórico, em construção (sempre em construção), e o ambiente real, onde os alunos e demais colegas serão (são) bem mais críticos e impacientes com os erros e inseguranças.

Portanto, vamos em busca de um trabalho que apresente ao final uma reflexão crítica acerca das contribuições do estágio supervisionado para a formação docente, trazendo, a partir das leituras e, principalmente, das experiências in loco desse graduando, as visões e posicionamentos frutos das vivências nos estágios III e IV, relacionando e tendo como referencial as propostas constantes no Projeto Pedagógico previstas para o curso.

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3. DESENVOLVIMENTO DA OBSERVAÇÃO

Portanto, buscando alcançar nosso propósito de verificar as implicações dos estágios supervisionados para a formação docente do egresso (EF) da UFRN, e de que forma esse formato de estágio, previsto no projeto pedagógico, para Licenciatura, cumpre os seus objetivos, trazemos as experiências vividas durante os estágios III e IV, apoiados nas contribuições de colegas recém-formados, fazendo uma leitura de trabalhos encontrados no Repositório de Monografias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, elencados abaixo, sendo três trabalhos confeccionados por alunos de educação física e dois dos egressos do curso de pedagogia, produzidos nos anos de 2016 e 2015:

COSTA, Ednardo de Oliveira. Estágio supervisionado de educação física no ensino infantil e fundamental I: implicações na formação do discente. 2015.

NASCIMENTO, Denize Mota. Formação continuada de professores de educação física na atuação da perspectiva da educação inclusiva considerando a pessoa com deficiência. 2015.

NEVES, Matheus de Macêdo Assunção. A sistematização dos conteúdos da Educação Física no programa PIBID: dialogando com o Ensino Médio. 2016.

PRAXEDES, Francisco Gladstone Batista. Estágio Supervisionado na Formação Docente. 2016.

SILVA, Lia Marta Araújo. Relatos de Auto (formação) no estágio supervisionado: primeiros passos na construção de minha identidade docente. 2015.

A experiência descrita se desenvolveu nos semestres letivos 2017.1 e 2017.2, diz respeito, respectivamente, aos estágios III e IV. Primeiramente faremos a divisão cronológica e trataremos separadamente cada momento, caracterizando cada espaço de desenvolvimento das intervenções.

Na sequência faremos as devidas considerações acerca da proposta do nosso projeto pedagógico (2004) e das vivências e interações no meio escolar. De acordo com Pimenta (2001) o professor é ser da práxis. Na sua atividade ele traduz a unidade ou o confronto teoria e prática. Sua formação escolar e seus valores adquiridos na vida – o seu compromisso, enfim com sua práxis utilitária ou criadora (p. 69). Assim, entendemos ser fundamental compreender que a formação está no processo de (re)formulações dos saberes, tendo em vista acreditarmos ser a produção do conhecimento uma busca constante e dinâmica, ocorre por diversas razões, ao longo do tempo e do espaço.

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3.1. O Estágio Supervisionado III

O estágio supervisionado III se desenvolveu durante as aulas de Educação Física aplicadas na Escola Celestino Pimentel, da Rede Pública Municipal de Educação da cidade do Natal, no turno vespertino. As observações, acompanhamento e intervenções foram feitas no período de março a junho de 2017, distribuídas por duas turmas do Ensino Fundamental: 7º e 9º anos.

Constante na Lei Federal nº 9.394, de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), o Ensino Fundamental compõe, juntamente com a Educação Infantil e o Ensino Médio, a Educação Básica, objetivando desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (BRASIL, 1996).

A Escola Municipal Celestino Pimentel está localizada na Avenida Pernambuco, 145, no bairro da Cidade da Esperança, zona oeste de Natal. Há mais de quatro décadas contribui para a formação dos jovens do bairro e da circunvizinhança. Atua na educação infantil, no ensino fundamental e na educação de jovens e adultos, e oferece também o ensino supletivo. Possui um das melhores estruturas físicas da rede pública.

As salas são iluminadas e arejadas, as carteiras estão em bom estado de conservação, aparentando poucos anos de uso. O quadro branco é grande e ocupa quase todo o espaço da parede.

A quadra poliesportiva está em bom estado, porém, embora coberta, em dias de chuva fica impraticável a atividade física naquele ambiente. Possui uma quadra de areia ao lado da quadra poliesportiva.

Uma empresa terceirizada é responsável pela limpeza, mas as salas e os corredores estão sempre carentes de limpeza, pois os alunos não cooperam com a manutenção.

A escola pode ser encontrada na rede social facebook no endereço eletrônico https://www.facebook.com/escolacelestinopimentel?rf=525896194169070.

Segundo informações dadas pela diretora pedagógica o Projeto Político e Pedagógico da escola está em fase de construção, porém com muita dificuldade, devido a diversos problemas, principalmente pela dificuldade de agregar a comunidade a esta participação, a dificuldade de reunir os professores para este fim e a rotina pedagógica:

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cuidados com elaboração do quadro de aulas, distribuição das disciplinas e professores, preocupações com a violência da circunvizinhança da escola, entre outros, enfim atribuiu a diversos fatores, de ordem interna e também externa, a não realização com êxito deste documento que reuniria os anseios, planos e os rumos da escola, também transpareceria para todo aquele que quisesse consultar o pensamento e eixo norteador do ensino e da aprendizagem da escola.

A Cidade da Esperança foi o primeiro conjunto habitacional construído na Cidade do Natal. Apenas por volta de 1993 ele seria oficialmente reconhecido como um bairro. É um bairro muito ligado à política e sempre apoia os candidatos “bacuraus”, como eram chamados os eleitores de Aloísio Alves na década de 60, por ser este político um dos idealizadores do investimento na região oeste da cidade e ter criado as condições para a construção do conjunto habitacional.

Sua construção durou de 1964 a 1966 e contou com recursos financeiros tanto do governo do estado do Rio Grande do Norte quanto com dinheiro dos Estados Unidos, através da Aliança para o Progresso.

A cidade da esperança é um bairro periférico, mas por ser o bairro em que se localiza a Rodoviária Nova, o DETRAN, e ser caminho para a zona norte e para zona sul, é um bairro bastante movimentado e sua população é socioeconomicamente considerada de baixo e médio poder aquisitivo, o que leva a uma grande procura a rede pública de ensino.

Como muitos outros bairros periféricos da cidade enfrenta o problema da violência, e a escola possui pelo menos dois vigias que controlam a entrada e a saída das pessoas do prédio da escola. O cadeado está sempre fechado e constantemente têm-se problemas nas saídas ou entradas de alunos da escola.

Os alunos, em grande parte, são da região oeste da cidade, advindo de bairros como Cidade Nova, Felipe Camarão, e demais bairros vizinhos, contando também com um pequeno grupo da zona norte e mesmo do interior.

As atividades foram desenvolvidas sob a supervisão de campo do professor Francisco Sales, antigo na profissão e na escola, e por parte da UFRN, tivemos a orientação do professor Dr. Aguinaldo Surdi, do departamento de Educação Física.

De acordo com as normas para estágio supervisionado obrigatório em educação física (licenciatura) no Estágio Supervisionado Obrigatório III o aluno deve:

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Organizar plano de trabalho, com auxílio do Orientador do Estágio, para atuação docente no ensino fundamental II, considerando os principais aspectos da realidade educacional em que se insere, bem como o plano de ensino do supervisor de campo.

Aplicar os conhecimentos adquiridos em relação ao ensino da Educação Física na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, no planejamento e atuação como aluno/professor, com apoio do supervisor de campo.

Observar e descrever o contexto social em que se insere o campo de estágio, as características institucionais, as peculiaridades e as necessidades do Ensino Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Planejar e executar uma unidade didática (mensal ou bimestral) no Ensino Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, como aluno/professor, acompanhado pelo.

Produzir relatório final tendo como base o diagnóstico e sua atuação no campo de estágio, destacando aspectos limitantes e potencializadores encontrados na efetivação do plano de trabalho. Apresentar sugestões. (Normas Para Estágio Supervisionado Obrigatório Em Educação Física (Licenciatura) – 2013, p. 4)

Neste momento atuamos como docente no Ensino Fundamental II, com aplicação dos conhecimentos adquiridos em relação ao processo ensino-aprendizagem, específicos da Educação Física na escola, a coparticipação na elaboração e execução dos planos de ação/ensino do professor vinculado à instituição que está estagiando (supervisor de campo), bem como participação nas aulas como aluno/professor e apresentação de relatório final fundamentado com base na literatura específica.

Segundo as determinações especificadas no Parecer CNE/CES 0058/2004, a identidade acadêmico-profissional em Educação Física deve, necessariamente partir da compreensão de competências e de habilidades que abranjam as dimensões político-sociais, ético-moral, técnico-profissional e cientifica, considerando que a intervenção do profissional pressupõe a mediação com seres humanos historicamente situados.

Buriolla (2011) ensina que o Estágio Curricular oportuniza a materialização das competências e as habilidades adquiridas pelo graduando, no decorrer do curso de educação física, entendemos que dentre as habilidades principais deve está a capacidade de gerir os conflitos e ensejar os alunos a participarem, tomarem o seu lugar enquanto sujeitos ativos e colaborativos.

3.2. Ativiadades Desenvolvidas no Estágio III

Dentro das possibilidades oferecidas para trabalharmos os conteúdos da educação física no ensino fundamental, dividimos em dois momentos distintos,

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oportunizando para nós um diálogo com diferentes procedimentos, buscando favorecer em nós o desenvolvimento das competências e habilidades conforme o PP do nosso curso, que prevê:

8 – Competências e habilidades

Para se delinearem as competências e habilidades para os Licenciados e Bacharéis em Educação Física, é necessário uma reflexão conceitual sobre o que seja competência e habilidades. Para tanto, são adotados os seguintes pressupostos: a) A competência se constitui em um conjunto de recursos, que podem ser saberes ou conhecimentos, saber-fazer ou atitudes que o profissional utiliza dentro do seu contexto de ação (GUATHIER, 2000, p. 15). b) Por competência entende-se o conjunto de todas as capacidades e habilidades para executar uma atividade, pois “o conceito de competência profissional implica a capacidade para adquirir autonomamente saber, investigar, ser criativo, desenvolver-se profissionalmente” (MATOS, 1992, p. 467-469) c) O conceito de habilidade refere-se ao componente automatizado da ação consciente, adquirida na realização de uma determinada atividade, contudo isso não significa uma visão tecnocrata ou mecanicista, mas sim a possibilidade de segurança e fluidez na ação. Considera-se ainda que as habilidades desencadeiam ou aceleram os fatores da competência, particularmente asquestões do conhecimento e da ação profissional (RUBISTEIN apud MATOS, 1992, p. 465).

Para o licenciado, as competências devem ser direcionadas para os diferentes níveis de intervenção pedagógica da Educação Básica, de acordo com as especificidades dos ciclos de escolarização, e do ensino não-formal, considerando-se as características de cada clientela (Projeto Pedagógico para Educação Física – UFRN. 2004)

Trabalhamos para o 9º ano o conteúdo lutas, especificamente o karatê1, esta turma teve uma boa receptividade e adesão aos momentos propostos. Demonstrou um grau de maturidade condizente a idade e avaliamos muito positivamente o contato e desenvolvimento do planejamento.

Abordamos o conteúdo sob o ponto de vista de quem (o meu ponto de vista) nunca praticou qualquer tipo de luta, mas que estudou uma forma para levar esse conteúdo, com o principal objetivo de tirar os alunos da cultura do “rola-bola”,

1

O karatê é uma arte marcial japonesa que surgiu na ilha Okinawa. Deisponível em:< https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/historia-do-karate/49635.> Acesso em: 13 NOV. 2017.

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ocasionando grande aceitação e participação e vimos que ao proporcionar esse momento diferente obtivemos sucesso corroborando com a ideia do Professor Carreiro, em que:

Ao proporcionar essas vivências diversas, o docente permite à garotada conhecer novas possibilidades de movimentos, o que contribui para que a memória corporal da turma ganhe outros elementos, diferentes dos tradicionalmente realizados em jogos, como o futebol, explica Eduardo Augusto Carreiro, mestre em Ciência da Motricidade Humana e gerente de esportes e lazer do Serviço Social da Indústria (Sesi), em São Paulo. (Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1229/o-lugar-da-luta-nas-aulas-de-educacao-fisica> Acesso em Nov. 2017.)

Imagem 01 – Alunos lutando

Também aproveitamos para enfatizar as questões relacionadas ao respeito exigido dos praticantes, não apenas respeito as regras da luta, mas a si mesmo, e aos próprios limites, ao próximo, ao professor e ao dojô. Enquanto tema transversal, especificamente o respeito, está bastante presente nas abordagens que apresentam as lutas, principalmente as lutas originárias do oriente e sua cultura cercada de culto à disciplina e ao respeito.

Dentro das perspectivas do projeto pedagógico, de

educação física da UFRN, que diz ser nossa competência situar o fazer pedagógico num eixo que visualize o aluno como sujeito da história e lhes sejam oferecidas práticas pedagógicas que ampliem sua consciência sobre a realidade social (Projeto Pedagógico para Educação Física. 2004), tentamos demonstrar a importância da abordagem problematizada de questões sociais, que permitam aos alunos fazerem uma leitura do mundo e uma interpretação da realidade, a partir do conteúdo de uma aula de educação física.

Sistematizamos as aulas, planejamos junto com o professor de campo e, de fato, praticamos, vivenciamos, cumprimos os requisitos e acreditamos ter sido de grande valor a nossa participação da turma do 9º ano, tendo em vista o apoio recebido e o convite para novas intervenções.

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De acordo com a nossa proposta de inciarmos o conteúdo lutas e favorecer a descoberta de um novo olhar para as aulas de Educação física obtivemos relativo sucesso. Atribuo ao pouco tempo destinado para a aula como fator limitante para que mais alunos pudessem efetivamente participar. Este fator limitante veio a contribuir para uma tentaiva de diálogo com os alunos para otimizar e aproveitar melhor o tempo das aulas.

Pimenta e Lima (2004, p. 41 apud ZANCAN. 2012) conceituam a profissão de educador como uma prática social. Nessas ações e práticas através do estágio curricular, os futuros professores vão desenvolver nos contextos escolares, um Habitus mais enriquecedor e renovado, tanto diante de suas próprias concepções pedagógicas, quanto dos conhecimentos vindos do meio social, alunos e o contexto geral da escola (ZANCAN, 2012).

Dessa forma acreditamos ter contribuído para a formação dos alunos, e para nossa, saindo de uma rotina estabelecida em torno da bola para uma novidade em termos de conteúdo e de procedimentos.

Essa abordagem nos fez, primeiramente, refletir sobre as práticas enquanto discente, graduando e aprendiz; em segundo lugar nos fez valorizar o planejamento enquanto ferramenta fundamental no desenvolvimento de qualquer atividade a ser executada na sala de aula.

Para o 7º ano, após discussões desenvolvidas no primeiro momento, decidimos por orientar momentos relativos à prática do “le parkour” que é uma modalidade que significa a arte de deslocar-se de um ponto para o outro rapidamente, utilizando o próprio corpo.

Vislumbramos nessa modalidade um campo muito rico para discutir sobre o corpo (autoconhecimento), sobre as práticas corporais, sobre a EDUCAÇÃO FÍSICA na escola, e as diversas atividades que podem ser executadas dentro e fora da escola pelos alunos, e não apenas os conhecidos esportes que mais aparecem na mídia, além de fugirmos da mesmice do rola-bola.

“Le Parkour” vem do francês e significa “O Percurso”. Teve seu início na França por volta de 1980, por David Belle. Segundo consta no histórico do esporte, Belle cresceu vendo seu pai, ex-combatente da Guerra do Vietnã, praticar exercícios relacionadao às técnicas de combate de guerra. O treinamento para as práticas do

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Educação Física. David Belle adaptou e criou as técnicas para saltar obstáculos apenas com o movimento do corpo, superando seus limites e vencendo os obstáculos.

Essa introdução foi necessária, pois poucos alunos conheciam a modalidade, porém um dos garotos era praticante e disse haver outro aluno, de outra turma, também praticante. Ele nos brindou com um pequeno exemplo ao saltar de um pequeno muro que cerca a quadra de areia. Neste momento aproveitei para discutir com eles a utilização daquele espaço na própria escola, para aquela prática e outras como o vôlei de areia, ou o atletismo.

Kunz (2004) ensina que o professor deve usar de seu poder esclarecimento, de quem é adulto e sério, de quem está ali para ajudar e ensinar. Porém, esse poder deve ser usado para dar alegria ao aluno, estimulando o prazer em aprender, em realizar as atividades propostas pelo professor, efetivando assim o trabalho, interação e linguagem na metodologia de ensino da Educação Física.

Diz ser muito importante o diálogo sobre o conteúdo tematizado nas aulas, perguntas individuais e coletivas, com debates e discussões sobre o que esta sendo tratado, para ele:

[...] O professor deve constantemente desafiar o aluno ao diálogo, deve constantemente perguntar e esperar uma resposta individual ou coletiva. Como vocês aprenderam isso? O que foi útil para que as dificuldades pudessem ser superadas? Como vocês podem me descrever isso? Como se poderia chegar a outras soluções? Essas são as questões que constantemente devem surgir e desafiar os alunos. Devem haver perguntas, também, em que as respostas devem ser alcançadas através de uma pesquisa por parte dos alunos e apresentadas e discutidas em aula. Sobre a expressão verbal, o professor deve orientar os alunos sobre o que falar, ajudá-los a preparar uma situação de fala (KUNZ, 2004, p. 144).

Associando ao conhecimento dos alunos, praticantes, ao objetivo da aula - autoconhecimento, tratamos de buscar numa pequena revisão sobre o corpo humano, sobre os grupos musculares mais exigidos para saltar, pular, subir e descer, escalar, transpor os obstáculos.Utilizamos o espaço da quadra e adjacências, muros, cercas, postes e muretas para simular alguns movimentos.

Na prática, propriamente dita, houve uma adesão menor, principalmente das meninas, por não se sentirem capazes de realizar alguns movimentos mais complexos ou com maior grau de dificuldade, como cambalhotas e saltos mortais.

(33)

Este momento me fez refletir sobre a inclusão nas aulas de Educação Física, o que norteou a temática do último encontro, que além da retomada dos elementos estudados, como construção cooperativa das atividades, e descoberta dos próprios limites, teve como momento reflexivo a participação nas aulas e a importância de se posicionar ante os questionamentos e atividades propostas pelos professores.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para o Ensino Fundamental, no tocante às aulas de Educação Física, atribui como princípio básico considerar a necessidade de que as aulas sejam dirigidas a todos os alunos:

A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação têm como meta a Inclusão do aluno na cultura corporal de movimento por meio da participação e reflexão concreta e efetiva. Busca-se rever o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência (BRASIL, 1998, p.19).

Nesta oportunidade, procuramos conceitualmente, iniciar uma discussão sobre autonomia e direitos dos alunos em relação a participação de todos, ao uso do horário da Educação Física para realizar diversas práticas corporais, atividades, mesmo diferentes das propostas pelo professor, porém pertinentes aos conteúdos da educação física: quem gosta de frescobol e tem o equipamento, tem autorização para trazer; as meninas que gostam de brincar de pular elástico ou corda podem trazer de casa; quem gosta de jogos de tabuleiro, quem gosta de dançar pode usar os aparelhos celulares para reproduzir músicas e dançar; diferentes formas para aproveitar o horário, que é escasso e cada vez mais ausente.

Não poderia esquecer-me elencar um ponto positivo que merece destaque, para a Secretaria Municipal de Educação e para a escola. Dentre os alunos havia uma aluna, do 7º “B” com surdez, o que dificultava a sua inclusão, porém por iniciativa da escola a secretaria de educação providenciou uma professora e intérprete de libras, a língua brasileira de sinais, a senhora Maria Helena Marta, que estuda a libras desde 2005.

3.3. Considerações Sobre o Estágio III

Até então durante a minha formação aprendi várias ideias e modelos de aulas, vários conteúdos que podem ser ministrados durante as aulas de Educação Física, muitas opções do que fazer, teórica e metodologicamente, e uma indicação clara do que

(34)

fazer: sair da cultura do rola-bola, sair do quarteto fantástico: futsal, queimada, vôlei e basquete (quando muito), porém, a realidade das escolas e dos professores acompanhados me mostrou o quão longe estamos. Entre a academia e as escolas há um enorme abismo, em geral na estrutura física e nos equipamentos oferecidos, e, particularmente, no acompanhamento da formação dos alunos.

E assim concluímos nossa participação. Acreditamos que ela, de certa forma, trouxe aos alunos a orientação para que eles utilizem o horário da educação física para as práticas corporais diversas e saiam da mesmice, por eles mesmos, não apenas esperem pelo professor. Que eles sejam participativos, que questionem e reflitam sobre o que lhes é passado, assim, busquem conhecer para aproveitar melhor o tão raro, escasso e quase extinto horário da Educação Física, trazendo para nossa responsabilidade a formação de alunos sujeitos, que possam exercer a cidadania.

A LDB estabelece que o sistema nacional de educação tenha como um de seus fins a consolidação da cidadania, possibilitando aos alunos momentos de reflexão, que propiciem a formação de cidadãos que pensem criticamente a realidade social a qual estão inseridos, gerando cidadãos ativos em sua sociedade. (AZOLINI, 2012. p. 15).

Neste ponto, o estágio foi bastante produtivo, gerar inquietude e fazer o aluno perceber-se enquanto ator do processo de ensino/aprendizagem. Dentro da nossa possibilidade de contribuição, acredito ter efetuado uma boa argumentação, tendo alcançado muitos alunos e tirado eles do comodismo, para uma participação mais ativa.

Ainda assim, fazendo uma autocrítica, poderia ter permaneceido por mais tempo na escola e assim, ajudar ao professor na condução das aulas, tendo em vista que ele ofereceu o horário para mais intervenções.

3.4. O Estágio Supervisionado IV

O graduando chega ao último período regular e dentre suas obrigações curriculares está o Estágio Supervisionado IV, geralmente ao lado do TCC II, que representa o trabalho de conclusão do curso e mais uma disciplina complementar para somar-se ao currículo final do concluinte. Nessas condições o estagiário terá que se preocupar em fazer um bom estágio, visto que é o último e tem um grau de envolvimento maior e paralelamente desenvolver o seu TCC.

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Segundo as Normas Gerais paras os Estágios aprovadas pelo Colegiado do Curso de Educação Física, em Reunião Ordinária realizada em maio de 2013 o Estágio Supervisionado Obrigatório IV representa a atuação docente do graduando no Ensino Médio, encerrando o ciclo iniciado a partir do Estágio I, orienta:

Estágio Supervisionado Obrigatório IV (DEF0633 / 135 horas / 3 créditos): Atuação docente nas séries finais do Ensino Médio,

visando à aplicação dos conhecimentos adquiridos e sua adequação à natureza do estágio, a co-participação na elaboração e execução dos planos de ação/ensino do professor vinculado à instituição que está estagiando, bem como participação nas aulas como aluno/professor e apresentação de relatório final fundamentado com base na literatura específica. (Normas Para Estágio Supervisionado Obrigatório Em Educação Física (Licenciatura) – 2013, p. 3)

E visando uma melhor preparação, do graduando, para obtençao de melhores resultados na formação, exige algumas competências e habilidades, estabelecidas conforme a seguir:

Estágio Supervisionado Obrigatório IV:

a) Organizar plano de trabalho, com auxílio do Orientador do Estágio, para atuação docente no Ensino Médio, considerando os principais aspectos da realidade educacional em que se insere, bem como o plano de ensino do supervisor de campo.

b) Aplicar os conhecimentos adquiridos em relação ao ensino da Educação Física no Ensino Médio, no planejamento e atuação como aluno/professor, com apoio do supervisor de campo.

c) Observar e descrever o contexto social em que se insere o campo de estágio, as características institucionais, as peculiaridades e as necessidades das séries finais no Ensino Médio.

d) Planejar e executar uma unidade didática (mensal ou bimestral) no Ensino Médio, como aluno/professor, acompanhado pelo supervisor de campo.

e) Produzir relatório final tendo como base o diagnóstico e sua atuação no campo de estágio, destacando aspectos limitantes e potencializadores encontrados na efetivação do plano de trabalho. Apresentar sugestões. (Normas Para Estágio Supervisionado Obrigatório Em Educação Física (Licenciatura) – 2013, p. 5)

Portanto, nesse momento, estamos cumprindo o item (e) das Normas, enquanto habilidade e competência do estagiário, objetivando transmitir ao Professor Orientador, assim como aos demais colegas, os aspectos vivenciados no campo de estágio, dentro de uma discussão reflexiva e crítica, abordando os temas inerentes a Educação Física Escolar.

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