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Segurança nos Canteiros de Obras em Londrina/PR

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Academic year: 2021

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Paulo Roberto de Oliveiraa; Sueli Tavares de Melo Souzab*

Segurança nos Canteiros de Obras em Londrina/PR

Safety in Construction Site in the City of Londrina/PR

aUniversidade Estadual de Londrina, Centro de Tecnologia e Urbanismo, Departamento de Construção Civil, PR, Brasil bUniversidade Tecnológica Federal do Paraná, PR, Brasil

*E-mail: suelisouza@utfpr.edu.br Resumo

De acordo com dados estatísticos do Ministério do Trabalho, a construção civil é o ramo de atividade que apresenta os maiores números de acidentes do trabalho. Neste estudo foi apresentado um levantamento de dados obtidos por meio de visitas aos canteiros de obras das construtoras associadas ao Serviço Social do Sinduscon Norte do Paraná (SECONCI-Norte-PR) da cidade de Londrina – PR, os quais reportam alguns aspectos da realidade do setor da construção civil. Os dados indicaram a necessidade de intervenção imediata, com medidas corretivas, de forma a minimizar as não conformidades deste setor. A pesquisa desenvolvida é relevante, uma vez que os dados de campo obtidos ajudarão a melhorar as condições do trabalhador do setor da construção civil, disseminar o conhecimento e conscientizar o empregador da importância do cumprimento das normas vigentes.

Palavras-chave: Construção Civil. Segurança. Trabalhadores.

Abstract

According to statistics data from the Ministry of Labor, civil construction is the economical activity with the highest rate of accidents at work. This paper will present a survey of data obtained through visits to construction sites associated with the companies of Social Service of Northern Sinduscon PR (SECONCI-North-PR) in Londrina/PR, which reported some aspects of the reality of the civil construction sector. The data obtained in this survey indicated the need for immediate intervention, with corrective measures to minimize nonconformities of this sector. The study is relevant, since data will help to improve the conditions of workers in the civil construction sector, as well as disseminate knowledge and raise awareness of the importance of the employer’s compliance with the regulations.

Keyworks: Civil Construction. Safety. Worker.

1 Introdução

A indústria da construção civil apresenta grande número de trabalhadores vinculados às obras de edifícios e de grandes estruturas. Segundo o Ministério da Previdência Social, do total de 711.164, entre os setores econômicos que registraram o maior índice de acidentalidade em 2011, encontram-se o setor de ser viços, com 341.000 notificações de acidente de trabalho, e a indústria, com 313.131 ocorrências. Somente a construção civil gerou 59.808 acidentes no Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS (BRASIL, 2011). Quanto aos riscos de acidentes de trabalho no setor da construção civil, Sherique (2003) recomenda que devam ser priorizados, em especial, os relacionados com elevadores, lesões perfurantes, máquinas e equipamentos sem proteção, queda de altura, soterramento e choque elétrico.

Em 08 de junho de 1978, foi criada a Portaria no 3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras - NR, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que obriga as empresas o seu cumprimento. Essas normas abordam vários problemas relacionados ao ambiente de trabalho e à saúde do trabalhador. Dentre elas, podemos destacar a Norma Regulamentadora n° 18 - NR18, pois está fortemente relacionada com a construção

civil. A NR18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, visando à implantação de medidas de controle, sistemas preventivos e segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Embora esta norma, às vezes, abortar as atividades sem maiores especificações, ela continua sendo um documento importante quando relacionada ao setor da construção civil. Além da NR-18, serão consideradas outras NR que tratam de aspectos gerais, independente do setor de atividade (BRASIL, 1978).

Em geral, os indicativos de irregularidades são observados pelos sindicatos da construção Civil - Sindicato da Indústria da Construção Civil - SINDUSCON, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil - SINTRACON, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA ou ainda por fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE, que buscam melhorar as condições de segurança. O Sindicato da Indústria da Construção Civil presta aos seus associados o serviço social por meio do programa assistencial e, no programa de saúde e segurança, oferece todos os serviços para o cumprimento das Normas Regulamentadoras do trabalho na construção civil, na área de

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segurança, assim como na área da saúde ocupacional.

Outro aspecto relevante observado é que o setor da construção civil é o maior gerador de resíduos de toda a sociedade. De maneira geral, a massa de resíduos de construção gerada nas cidades é igual ou maior que a massa de resíduo domiciliar (JOHN; AGOPYAN, 2000). Nesse contexto, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA decretou uma resolução, na qual considera que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos (CONAMA, 2002).

De acordo com o exposto, observa-se que há preocupação com a melhoria do setor da construção civil, o qual apresenta elevado índice de acidentes. Por isso, a adequação das construtoras à resolução do CONAMA e aos itens propostos pela Normas Regulamentadoras, principalmente pela NR-18, é de extrema importância.

O objetivo deste trabalho foi levantar as irregularidades existentes no setor da construção civil. O levantamento foi realizado por meio das visitas aos canteiros de obras, em construtoras associadas ao SECONCI-Norte-PR, localizadas na cidade de Londrina/PR.

2 Material e Métodos

Os tipos de pesquisa selecionados foram a descritiva bibliográfica e a pesquisa de campo, uma vez que parte da literatura instrui as construtoras sobre a segurança nos canteiros de obras. O levantamento dos dados obtidos nas visitas às obras das construtoras associadas ocorreram no período de setembro de 2008 a março de 2009, em edificações industriais, comerciais, residenciais, prestadoras de serviços, englobando tanto obras públicas quanto privadas, reformas e ampliações de modo geral.

Como roteiro para as visitas, foram utilizadas algumas recomendações das Normas Regulamentadas - NR do Ministério do Trabalho, cuja ênfase foi dada à Norma Regulamentadora número 18 - NR18, que está relacionada diretamente com a construção civil. Ainda, em relação ao problema dos resíduos da construção civil, foi necessário recorrer também ao CONAMA (CONAMA, 2002).

A análise das irregularidades será realizada a partir das recomendações da legislação vigente descrita abaixo.

2.1 Ordem de Serviço – NR1

O item 1.7 diz que compete ao empregador: (a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos.

2.2 Análise Preliminar de Riscos – APR – NR18

De acordo com o item 18.37.7.4.1, a APR poderá ser elaborada por profissional ou por equipe multidisciplinar,

desde que aprovada por Engenheiro de Segurança do Trabalho, com emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) específica.

2.3 Procedimento de Trabalho – NR18

No item 18.37.7.5, temos a seguinte recomendação: a documentação relativa à adoção de soluções alternativas integra o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho - PCMAT na indústria da construção, devendo ser mantida no estabelecimento, canteiro de obras ou frente de trabalho ou serviço, acompanhada das respectivas memórias de cálculo, especificações técnicas e procedimentos de trabalho, e ainda deve ser disponibilizada para conhecimento dos trabalhadores e do sindicato da categoria.

2.4 Equipamento de proteção individual - EPI – NR18 e NR6

De acordo com o item 18.23.1 da NR – 18, a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, consoante com as disposições contidas na NR6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI.

O item 6.2 relata que o EPI apenas poderá ser colocado à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. No item 6.6.1, obriga o empregador a adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; proporcionar treinamento e registrar o recebimento do EPI (ficha de EPI).

2.5 Primeiros Socorros – NR7

No item 7.5.1, todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.

2.6 Extintor de Incêndio

O item 18.26.1 relata a obrigatoriedade da adoção de medidas que atendam, de forma eficaz, às necessidades de prevenção e combate a incêndio para os diversos setores, atividades, máquinas e equipamentos do canteiro de obras.

2.7 Eletricidade – NR10 e NR18

A NR10 relata no item 10.2.8 que na impossibilidade de desenergização elétrica e emprego de tensão de segurança, devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação, e bloqueio do religamento automático.

O item 18.21 reporta as seguintes recomendações:

• A execução e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado, e

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a supervisão por profissional legalmente habilitado (18.21.1);

• As estruturas e carcaças dos equipamentos elétricos devem ser eletricamente aterradas (18.21.16);

• Máquinas ou equipamentos elétricos móveis só podem ser ligados via conjunto de plugue e tomada (18.21.20). A NR10 foi atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego através da Portaria n° 598, de 7 de dezembro de 2004 e por ser de caráter obrigatório, todas as empresas devem se adequar aos seus requisitos.

O item 10.8 (Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos Trabalhadores), define a obrigatoriedade do Curso de Reciclagem no subitem 10.8.8.2 “Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer algumas das situações a seguir: (a) troca de função ou mudança de empresa; (b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade por período superior a três meses; e (c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e organização do trabalho”.

2.8 Equipamento de proteção coletiva (EPC)

De acordo com o item 18.13, que trata de proteção contra quedas de altura, são feitas as seguintes recomendações:

• É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção e de materiais;

• As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente;

• Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório de, no mínimo, 1,20 m (um metro e vinte centímetros) de altura, constituído de material resistente e seguramente fixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas;

• É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à concretagem da primeira laje;

• A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos rígidos, em sistema de guarda-corpo e rodapé deve atender aos seguintes requisitos: (a) ser construída com altura de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) para o travessão superior e 0,70 m (setenta centímetros) para o travessão intermediário, (b) ter rodapé com altura de 0,20 m (vinte centímetros), (c) ter vãos entre as travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura.

O item 18.7.2 trata de serra circular e recomenda que ela seja provida de coifa protetora do disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e ainda coletor de serragem.

2.9 Entulhos em canteiros de obras – NR18

Conforme descrição do item 18.29.2, o entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regulamente coletados e removidos. Para confirmar o estabelecido na NR18, podemos

citar a resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. Esta resolução estabelece que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e de estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e de escavação de solos.

2.10 Treinamento – NR18

Visando a execução de atividades com segurança, o item 18.28.1 diz que todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico. De acordo com o item 18.28.2, o treinamento admissional deve ter carga horária mínima de 6 (seis) horas, ser ministrado dentro do horário de trabalho, sendo que, antes iniciar suas atividades, o trabalhador deve conhecer as seguintes informações: (a) condições e meio ambiente de trabalho, (b) riscos inerentes a sua função, (c) uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI, (d) os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC existentes no canteiro de obra.

2.11 Escadas – NR18

As recomendações para a escada de mão aparecem no item 18.12, dentre as quais podemos destacar que a escada deve ser dotada de corrimão e rodapé e ultrapassar em 1,00 m (um metro) o piso superior.

2.12 Áreas de vivência – NR18

Segundo o item 18.4.1.2, as áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.

2.13 Copos – NR 18

A proibição do uso de copos coletivos aparece no item 18.4.2.11.4, ou seja, recomenda-se o uso de copos descartáveis.

2.14 Andaimes – NR18

O item 18.15 reporta as seguintes instruções:

• O dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fixação, deve ser realizado por profissional legalmente habilitado;

• Os projetos de andaimes do tipo fachadeiro, suspensos e em balanço devem ser acompanhados pela respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica;

• Os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança, as cargas de trabalho que estarão sujeitos;

• Os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive nas cabeceiras, em todo o perímetro, conforme subitem 18.15.6, com exceção do lado da face de trabalho.

Vale salientar que todas estas instruções proporcionam melhores condições de trabalho.

2.15 Máquinas, equipamentos e ferramentas – NR18

O item 18.22 faz as seguintes orientações:

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motores, transmissões e partes perigosas das máquinas ao alcance dos trabalhadores;

• As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco de ruptura de suas partes móveis, projeção de peças ou de partículas de materiais devem ser providos de proteção adequada;

As máquinas, equipamentos e ferramentas devem ser submetidos à inspeção e manutenção de acordo com as normas técnicas oficiais vigentes, dispensando-se especial atenção a freios, mecanismos de direção, cabos de tração e suspensão, sistema elétrico e outros dispositivos de segurança;

• As ferramentas devem ser apropriadas ao seu uso específico, fica proibido o emprego de ferramentas defeituosas, danificadas ou improvisadas, as quais devem ser substituídas pelo empregador ou responsável pela obra.

2.16 Equipamento de Guidar

Consta no item 18.14.1.6 que toda empresa usuária de equipamentos de movimentação e transporte de materiais e/ou pessoas deve possuir o seu “Programa de Manutenção Preventiva” conforme recomendação do locador, importador ou fabricante. Este programa deve ser mantido junto ao Livro de Inspeção do Equipamento.

3 Resultados e Discussão

O levantamento de dados foi obtido a partir do relatório de visita do técnico de segurança do SECONCI-Norte-PR e foram visitadas 16 obras. Os resultados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2 e serão analisados e discutidos nesse item.

Os itens não conformes foram detectados e estão apresentados nas Tabelas 1 e 2. Os itens da Tabela 1 estão com percentuais acima de 50%, representando, portanto, um bom referencial para análise.

Tabela 1: Itens não conformes com percentuais iguais

ou superiores a 50%

Itens com não conformidades % OS

APR 10094

Procedimento de Trabalho

Equipamento de Proteção Individual (EPI) 8181 Caixa de primeiros socorros

Extintor de Incêndio

69 69 Sinalização

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) 6963 Ficha EPI

Pessoa treinada em primeiros socorros

63 63

PGRS 50

Nota-se, por meio da Tabela 1, que nenhuma das obras possuía ordem de serviço (OS – item 2.1), 94% delas não elaboraram a análise preliminar de riscos (APR – item 2.2) e

81% não dispunham de procedimento de trabalho (item 2.3) e apresentaram problemas com item EPI (item 2.4), que vão desde a escolha ao uso adequado. É pertinente lembrar que a ordem de serviço é feita para cada empregado e contém informações sobre a atividade, riscos, indicação dos EPIs, medidas preventivas e orientações de segurança, razão pela qual é obrigatória em qualquer atividade. A análise preliminar de riscos é uma ferramenta utilizada para propor sugestões de uso de EPI e medidas de correção e o procedimento de trabalho é necessário para garantir a segurança durante sua realização.

O percentual de 69% de não conformidades da Tabela 1 para caixa de primeiros socorros (item 2.5), extintor de pó químico (item 2.6) e sinalização (item 2.7.1) mostra que não existem medidas de prevenção. O percentual de 63% para a ausência de equipamento de proteção coletiva (proteção contra quedas - item 2.8), ficha de EPI (item 2.4), pessoal treinado em primeiro socorros (item 2.5) mostra a falta de preocupação com o empregado, principalmente quando associado às proteções relacionadas à queda, que é uma das causas de morte do setor. A ausência de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos (item 2.9), cujo percentual atingiu 50% na Tabela 1, demonstra o descaso do empregador com o descarte apropriado destes resíduos.

Os itens da Tabela 2 estão com percentuais inferiores a 50%. Os 31% do curso da NR10 deve-se à ausência de cópia do certificado do curso. Este mesmo percentual surgiu para os equipamentos elétricos e eletricidade. Os problemas apresentados nos equipamentos elétricos foram: (a) falta de proteções para o motor, (b) polias, (c) correia da serra circular e (d) a ausência de coifa na serra circular (itens 2.15 e 2.8). No caso de eletricidade, os problemas foram a falta do isolamento dos fios e do macho dos fios. O percentual de 25% aparece para betoneira, treinamento admissional e área de vivência. Irregularidades observadas na betoneira estão relacionadas com a falta de aterramento e ligação incorreta. O treinamento admissional (2.10) não foi ofertado e, no caso da área de vivência (item 2.12), foi constatada a falta de limpeza/higiene.

Tabela 2: Itens com não conformidades inferiores

a 50%

Itens com não conformidades % Curso NR10 Equipamentos elétricos 31 31 Eletricidade Betoneira 3125 Treinamento admissional Área de vivência 2525 Escadas Andaimes 1913

Inspeção em equipamento de guindar

Copo descartável 136

Os problemas relacionados com as escadas (item 2.11) e detectados foram: (a) apoio na laje superior menor que 1 m,

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(b) falta de corrimão e (c) falta de rodapé. Estes problemas ocorreram em três obras (19%).

O percentual de 13% aparece para os andaimes (item 2.14) e inspeção em equipamento de guindar (item 2.16). Para os andaimes, foram constatados falta de proteção lateral e condições ruins de trabalho; para o equipamento de guindar não ocorreu a realização de inspeção periódica. Por fim, em apenas uma obra não foram fornecidos copos descartáveis (item 2.13), cujo percentual é de 6%.

4 Conclusão

Os resultados apresentados no relatório de visita indicam percentual considerável de não conformidades para ordem de serviço (OS), análise preliminar de riscos (APR), procedimento de trabalho e EPI. A ordem de serviço é importante, uma vez que previne atos inseguros em cada atividade e orienta no caso de acidentes/doenças profissionais. As principais vantagens da APR são a identificação com antecedência e conscientização dos riscos em potencial por parte da equipe envolvida. Por isso, cada empresa deve elaborar a APR dias antes de o trabalhador iniciar a atividade, visando, por meio de medidas preventivas, eliminar, minimizar e controlar os riscos existentes. As não conformidades relativas aos EPI envolvem a compra inadequada, uso incorreto, ausência de ficha de EPI, higienização e guarda. A falta de treinamento conduz ao uso incorreto e acaba comprometendo a segurança do trabalhador. A ausência de procedimentos corretos de trabalho aumenta o número de acidente de trabalho.

Devido ao número de itens não conformes verificados, é preciso que as construtoras cumpram as disposições contidas nas normas regulamentadoras, aceitem as constatações feitas pelo técnico de segurança do SECONCI e promovam melhorias nos canteiros de obras. Por isso, as empresas precisam elaborar ordem de serviço para cada trabalhador;

fazer a APR de cada atividade; entender a importância dos equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como do procedimento de trabalho. É necessário também que as empregadores/empresas tenham a consciência de que a redução dos custos se dá com a intervenção imediata, por meio de medidas corretivas, de forma a minimizar as não conformidades deste setor.

Outra forma de melhorar o setor é aumentar o número de auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e continuar contando com a contribuição dos sindicatos no que diz respeito às irregularidades encontradas nas visitas aos canteiros de obras. Vale lembrar que a NR18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) se encontra em Consulta Pública até 22 de julho de 2013, cujo texto final trará, com certeza, mais segurança e melhores condições de trabalho.

Referências

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Segurança e Saúde

no Trabalho, Legislação - Normas Regulamentadoras, NR1 à

NR36. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Estatística, Anuário

Estatístico da Previdência Social – AEPS. 2011. Disponível em:

http://www.mpas.gov.br/

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 2002. Resolução Nº 307, de 5 de julho de 2002. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação. Publicada no Diário Oficial da União em 17/07/2002.

JOHN, V.M.; AGOPYAN, V. Reciclagem de resíduos da

construção. Professores EP-USP/ PCC Seminário - Reciclagem

de resíduos sólidos domésticos. São Paulo- SP. 2000.

Portaria n. 3214, de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR – do capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, 1978.

SHERIQUE, J. Qualificação metódica. Revista Proteção, v.16, n. 134, p. 66-68, 2003.

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