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Aula-15-–-Administração-tributária

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Academic year: 2021

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Aula 15: Administração tributária

Bom, chegamos a última aula do nosso curso de Direito Tributário. Espero que tenham aproveitado bastante e aprendido o máximo possível. Lembrando que o objetivo do curso não é deixar ninguém “doutor” na matéria, mas sim, fazer com que acertem o máximo de questões na hora da prova 

Na aula de hoje, estudaremos a última parte do CTN, trata-se do título IV: Administração Tributária. Trata de um conjunto de ações e atividades, cujo objetivo é fazer com que a sociedade cumpra a legislação tributária, por meio da fiscalização, para que o poder público garanta a sua arrecadação. É composta por três capítulos – fiscalização, dívida ativa e certidão negativa que estão previstas nos arts. 194 a 208 do CTN.

1. Fiscalização

O capítulo I referente a fiscalização está prevista nos arts. 194 a 200 do CTN, vejamos: Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da

natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes

das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.

Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. (grifos nosso)

A fiscalização é a ação estatal que realiza verificações, buscando identificar o cumprimento das obrigações pelos determinados sujeitos passivos. As competências e poderes da autoridade responsável pela fiscalização deverá estar previsto na legislação, ou seja, não é apenas a lei em sentido estrito, pode ser decretos, normas complementares, etc.

De acordo com o parágrafo único do mesmo artigo, a legislação se aplica às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária. Ou seja, se aplica a TODOS!

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

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Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

O art. 195 do CTN estabelece que não terá aplicação qualquer dispositivo cujo objetivo seja restringir o poder de fiscalização das autoridades administrativas sobre livros, documentos e mercadorias. Além do mais, de acordo com o parágrafo único, todos os livros e comprovantes de lançamentos deverão ser guardados até que ocorra a prescrição dos créditos a que se refiram. Esse assunto inclusive, foi objeto de súmula pelo STF:

“SÚMULA 439 do STF – Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.”

Observem portanto, que a autoridade, embora não possa ter seu direito ao acesso a livros e documentos restringidos por lei, esse exame deve ser limitado aos pontos investigados.

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.

Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo

Determina o art. 196 do CTN que o início da fiscalização deverá ser documentado nos termos da legislação aplicável, a qual fixará prazo máximo para sua conclusão.

Preferencialmente, o termo de início será lavrado em um dos livros fiscais, mas nada impede de ser lavrado em separado, desde que seja fornecida cópia autenticada pela autoridade.

O termo inicial é de extrema importância por dois motivos! O primeiro, pelo fato de interromper a possibilidade de denúncia espontânea do contribuinte. Já, o segundo, é por antecipar a contagem do prazo decadencial, quando esse termo de início ocorrer antes do primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador.

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Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes;

VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

O art. 197 do CTN relaciona as pessoas obrigadas a prestarem informações à autoridade administrativa mediante intimação ESCRITA.

Vale ressaltar, que de acordo com o inciso VII, do mesmo artigo, para outras pessoas que não as descritas nos incisos de I a VI, a obrigação de prestar informações decorrerá tão somente de lei.

O parágrafo único do mesmo artigo, estabelece que a obrigação das pessoas relacionadas de prestarem informações, não abrange àquelas informações, as quais, determinadas pessoas estão obrigadas a manter sigilo.

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.

O art. 198 do CTN trata do chamado SIGILO FISCAL. É vedado ao fisco, a divulgação de informação obtida em razão do ofício, sobre a situação econômica de determinado

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contribuinte a terceiros, sob pena de imposição de sanções administrativas. Esta é a regra!

Art. 198. (...)

§ 1º. Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:

I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da

Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.

§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da

Administração Pública, será realizado mediante processo

regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

§ 3º. Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para fins penais;

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou moratória.”

(...)

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Combinando os arts. 198 e 199 do CTN, podemos dividir as exceções ao sigilo fiscal em CINCO HIPÓTESES:

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b) Solicitação de outra autoridade administrativa de outro órgão, mediante processo administrativo já instaurado sendo que a entrega deve ser feita pessoalmente, mediante recibo;

c) Assistência mútua entre as fazendas públicas dos entes tributantes em caráter geral ou específico, por lei ou convênio, para troca de informações ou fiscalização de tributos.

d) Trocas de informações com estados estrangeiros, desde que autorizados por tratado, acordo ou convênio.

e) Informações relativas a: as representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda pública, parcelamento ou moratória

Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção.

O art. 200 do CTN trata do auxílio policial às autoridades administrativas FEDERAIS no âmbito da fiscalização, quando o sujeito passivo EMBARAÇA ou DESACATA o fisco. Cuidado, o CTN sita somente as autoridades FEDERAIS.

2. Dívida Ativa

A dívida ativa nada mais é do que um crédito público, da Fazenda pública em favor de terceiros, seja ele de natureza tributária ou não tributária (decorrentes de aluguéis, preços públicos, indenizações, etc). Os arts. 201 a 204 do CTN tratam especificamente da dívida ativa tributária.

Vocês devem se lembrar que uma vez constituído o crédito tributário, ele pode sofrer:

suspensão da sua exigibilidade (MODERECOCOPA – 6 hipóteses), extinção (11

hipóteses) e exclusão (ANIS – 2 hipóteses).

Acontece que, no caso deste crédito não ter sido suspenso, extinto ou excluído ele deverá ser inscrito em dívida ativa, através do TIDA (Termo de Inscrição em dívida ativa). Essa inscrição surge da necessidade do fisco cobrar esse crédito tributário judicialmente, além de conferir exequibilidade ao crédito tributário.

Posteriormente, se o sujeito passivo não tomar nenhuma providência, de acordo com a Lei de Execuções fiscais (Lei 6830/80), passa-se então para a dívida ativa em fase de execução, sendo que é emitido a certidão de dívida ativa (CDA). Esse documento é anexado a petição inicial ao juiz, para que ele de um despacho mandando citar o devedor, para que este pague OU ofereça bens a penhora em 5 dias.

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Só lembrando, que com a inscrição na dívida ativa, inicia-se a presunção absoluta de fraude do art. 185 do CTN, para aqueles casos em que o contribuinte alienar ou onerar bens, sem reservar bens suficientes para saldar o débito com a fazenda pública.

Vejamos agora o que dispõe o CTN sobre este assunto:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

Portanto, a dívida ativa tributária decorre de créditos da mesma natureza, que foi regularmente inscrita na repartição competente, depois de decorrido o prazo fixado, para pagamento pela lei, ou por decisão final em processo administrativo. Cabe ressaltar que o CTN achou por bem deixar a cargo dos próprios entes tributantes, para estabelecer regras próprias quanto ao prazo para inscrição na dívida ativa.

O parágrafo único estabelece que, embora o valor do crédito tributário seja incrementado por juros de mora, isso não impede que esse crédito seja inscrito em dívida ativa e de executá-lo.

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.

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O art. 202 do CTN trata das formalidades e requisitos necessários que deverão compor o TIDA (Termo de inscrição em dívida ativa), vejamos quais são eles:

a) Nome do devedor – É o destinatário da cobrança judicial. Além disso, sempre

que possível o domicílio ou a residência de um ou de outros. Cuidado, não é necessário aqui os nomes dos responsáveis, pois a responsabilidade se dará em momento ulterior;

b) O montante exequível – É o valor originário da dívida e os elementos

necessários para o seu cálculo. Cabe colocar aqui, uma posição interessante do STJ, que diz não ser necessário mencionar neste item, o período em que ocorreram as infrações.

“Não é requisito essencial do termo da inscrição da dívida ativa a indicação do período de apuração das infrações, por inexistência de previsão legal. 2. Recurso especial improvido. (REsp 361.977/SC, 2ª T., rel. Min. Eliana Calmon, j. 05--09--2002)”

Outra decisão importante do STJ ainda quanto a este item, refere-se a possibilidade de utilizar indicadores como a extinta UFIR (substituída pela SELIC), para expressar o valor do crédito tributário.

“É perfeitamente legal a utilização da UFIR para indicar o valor do título executivo, que conserva a característica de liquidez da dívida. Recurso improvido. (REsp 106.156/RS, 1ª T., rel. Min. Garcia Vieira, j. 13--11--1997)”

c) A origem e o fundamento legal – Qual o contexto em que se originou aquele

crédito tributário, ou seja, qual foi o fato gerador daquele crédito tributário e a capitulação legal daquele fato. O STJ firmou entendimento no sentido de ser imprescindível, a descrição do fato que deu origem, sob pena de nulidade da CDA, vejamos:

A CDA é título formal, cujos elementos devem estar bem delineados, a fim de dar efetividade ao princípio constitucional da ampla defesa do executado. Diante disso, torna--se obrigatória a descrição do fato constitutivo da infração, não sendo suficiente a menção genérica à multa de “postura geral”, como origem do débito a que se refere o art. 2º, § 5º, III, da Lei n. 6.830/1980. (REsp 965.223-SP, 2ª T., rel. Min. Eliana Calmon, j. 18--09--2008)

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d) A data da inscrição – como forma de garantia para a ação judicial de cobrança;

e) Número do processo administrativo (sendo o caso) – O número do processo

de administrativo que deu origem ao crédito tributário inscrito;

f) A indicação do livro e da folha de inscrição – Exigência meramente formal,

pois atualmente utilizam-se meios eletrônicos.

O art. 203 do CTN determina que o ERRO ou OMISSÃO de quaisquer dos itens referidos no art. 202 do CTN são causas de NULIDADE da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente.

Ocorre que essa nulidade PODERÁ SER SANADA até a decisão de primeira instância, mediante SUBSTITUIÇÃO da certidão nula, devolvido o prazo para defesa ao sujeito passivo referente a parte que foi modificada.

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

Mas cuidado, o STJ possui jurisprudência abrandando o art. 203 do CTN, dizendo que deverá ser analisado aspectos essenciais e não meramente formais para que se declare a nulidade da respectiva inscrição:

A pena de nulidade da inscrição e da respectiva CDA, prevista no art. 203 do CTN, deve ser interpretada cum granu salis. Isto porque o insignificante defeito formal que não compromete a essência do título executivo não deve reclamar por parte do exequente um novo processo com base em um novo lançamento tributário para apuração do tributo devido, posto conspirar contra o princípio da efetividade aplicável ao processo executivo extrajudicial. 4. Destarte, a nulidade da CDA não deve ser declarada por eventuais falhas que não geram prejuízos para o executado promover a sua defesa. 5. Estando o título formalmente perfeito, com a discriminação precisa do fundamento legal sobre que repousam a obrigação tributária, os juros de mora, a multa e a correção monetária, revela--se descabida a sua invalidação, não se configurando qualquer óbice ao prosseguimento da execução. (...). (AgRg no Ag 485.548/RJ, 1ª T., rel. Min. Luiz Fux, j. 06--05--2003)

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OBSERVAÇÃO! De acordo com a Lei de execuções fiscais (6830/80), no art. 2o, §8o, além de substituída, a certidão poderá também ser EMENDADA até a decisão de primeira instância, sanando os erros e omissões. Como dívida ativa não é tema reservado a lei complementar pela CF/88, a doutrina entende então que a partir da entrada em vigor da lei de execuções fiscais, a certidão poderá ser substituída ou emendada. Da mesma forma que a substituição da certidão prevista no CTN, com as emendas, será devolvido o prazo para embargos ao executado.

“Art. 2º, § 8º. Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos”

Ainda quanto a este tema, temos a seguinte decisão do STF:

Inadmissível a substituição de CDA referente à cobrança de IPTU e taxas lançados sobre área a maior, por isso que não se trata de simples correção de erro material ou formal do título executivo, mas de modificação do próprio lançamento, com alteração do valor do débito, o que não guarda apoio no art. 2º, § 8º da Lei 6.830/80. (...) (REsp 87.768/SP, 2ª T., rel. Min. Francisco Peçanha Martins, j. 03--10--2000)

Cuidado! O lançamento serve para constituir o crédito, e a inscrição visa munir o estado para executar o sujeito passivo, são institutos autônomos e independentes. Dessa forma, não é permitido substituir uma CDA pra corrigir vícios do lançamento, a substituição da CDA serve tão somente para corrigir erros formais ou materiais.

Vejamos agora o que diz o art. 204 do CTN:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de

certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.(grifos nosso)

O art. 204 do CTNreforça que a dívida regularmente inscrita goza da presunção de ser um título certo e líquido, fazendo com que a fazenda esteja apta a pleitear o montante tributário judicialmente. Além disso, de acordo com o parágrafo único, essa PRESUNÇÃO É RELATIVA (juris tantum), cabendo assim ao sujeito passivo ou o terceiro a que aproveite, ilidir essa presunção por prova em contrário.

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ATENÇÃO! No Direito privado, o credor tem que provar a certeza e liquidez do crédito. Todavia, aqui no Direito Tributário (Direito Público), ocorre a chamada inversão do ônus probante. Com a presunção relativa de certeza e liquidez do título regularmente inscrito, caberá então ao sujeito passivo ou terceiro derrubar esta presunção, apresentando prova em contrário.

CUIDADO! Não confunda a presunção relativa da dívida regularmente inscrita com a presunção absoluta de fraude contra a

fazenda pública quando o sujeito passivo aliena ou onera bens e rendas, sem deixar bens suficientes para saldar o débito inscrito em dívida

ativa (prevista no art. 185 do CTN).

3. Certidão negativa de débito

A certidão negativa é o documento que comprova a inexistência de débitos de um determinado contribuinte, referente a um tributo, para com a Administração Pública. Muitas vezes esse documento é pré-requisito para participar de licitações, obter financiamentos, entre outros.

Está prevista no último capítulo referente a Administração Tributária, nos arts. 205 a 208 do CTN.

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10

(dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. (grifos

nosso)

Primeiro ponto importante é que somente a lei poderá exigir a certidão negativa como prova de quitação fiscal. E essa CND deverá ser expedida no prazo de 10 (dez) dias corridos, da data de entrada do requerimento na repartição fiscal.

“Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.”

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O art. 206 do CTN trata da certidão positiva com efeitos de negativa. É aquela situação em que o contribuinte esteja devendo para a Fazenda pública, mas esteja em situação regular. São 3 (três) os casos de que dão ensejo a esta certidão. Existência de créditos:

1. Não vencidos – o crédito está lançado, mas ainda não venceu;

2. Em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora

cuidado, não basta o oferecimento de bens a penhora, a mesma deve ter sido efetivada;

3. Cuja exigibilidade esteja suspensa – são aquelas hipóteses previstas no art. 151 do CTN;

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. (grifos nosso)

O art. 207 do CTN estabelece que a CND é dispensada na hipótese de se tratar de ato indispensável para evitar a caducidade do direito.

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que

contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza

pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a

responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

O art. 208 do CTN define que o funcionário que expedir uma CND com dolo ou fraude, responderá pessoalmente pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos, não excluindo a responsabilidade criminal e funcional quando couber.

Por fim, colocamos as disposições finais e transitórias dispostas no CTN somente para constar no nosso material.

Disposições Finais e Transitórias

Art. 209. A expressão "Fazenda Pública", quando empregada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.

Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finanças, do Ministério da Fazenda, prestar assistência técnica aos governos estaduais e municipais, com o objetivo de assegurar a uniforme aplicação da presente Lei.

Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por decreto, dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano.

Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-econômica celebrarão entre si convênios para o estabelecimento de alíquota uniforme para o imposto a que se refere o artigo 52.

Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Estado procederão igualmente, no que se refere à fixação da alíquota de que trata o artigo 60.

Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização de convênios com os Estados, para excluir ou limitar a incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, no caso de exportação para o exterior.

Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a reajustar, no exercício de 1967, a alíquota de imposto a que se refere o artigo 52, dentro de limites e segundo critérios por ela estabelecidos.

Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legislativas adequadas a possibilitar, sem compressão dos investimentos previstos na proposta orçamentária de 1967, o cumprimento do disposto no artigo 21 da Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74, § 2º e 77, parágrafo único, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho de 1966, não excluem a incidência e a exigibilidade: (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)

I - da "contribuição sindical", denominação que passa a ter o imposto sindical de que tratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do Trabalho, sem prejuízo do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de dezembro de 1964; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966) II - das denominadas "quotas de previdência" a que aludem os arts 71 e 74 da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960 com as alterações

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determinadas pelo art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, que integram a contribuição da União para a previdência social, de que trata o art. 157, item XVI, da Constituição Federal; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966) (Vide Ato Complementar nº 27, de 1966)

III - da contribuição destinada a constituir o "Fundo de Assistência" e "Previdência do Trabalhador Rural", de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2 de março de 1963; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)

IV - da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, criada pelo art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)

V - das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22 e 23 da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966, e outras de fins sociais criadas por lei. (Incluído pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)

Art. 218. Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia 1º de janeiro de 1967, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 854, de 10 de outubro de 1949. (Renumerado do art. 217 pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)

Assim, chegamos ao fim do nosso curso regular de Direito Tributário. Logo abaixo, temos mais alguns exercícios comentados sobre a aula de hoje. Continuem firme nos estudos rumo a tão desejada aprovação 

Forte abraço! Guilherme

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Listas de exercícios

1. (FGV/Auditor/CGE MA/2014) A companhia Delta Ltda. prestou declarações ao Fisco, com relação a determinado tributo, sujeito ao lançamento por homologação, tal como seria sua obrigação. Emitiu guia de recolhimento e pagou o valor que considerou devido. Entretanto, a Fazenda indeferiu seu pedido de Certidão Negativa de Débito aduzindo que houve pagamento a menor, o que deduziu das declarações prestadas pelo contribuinte comparativamente com as guias recolhidas do tributo. A companhia afirma e é fato incontroverso, que a Fazenda não procedeu ao lançamento de ofício da eventual diferença do tributo a pagar, mas lhe nega o direito à obtenção da certidão de regularidade fiscal.

No caso vertente, a solução da lide deve ser

a) favorável ao contribuinte, com o lançamento de ofício pela fazenda da eventual diferença a pagar, podendo o contribuinte, até que tal ocorra, obter a Certidão Negativa de Débitos Fiscais.

b) favorável ao contribuinte, já que a Fazenda deverá lavrar a competente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito.

c) favorável à Fazenda, já que inexiste a necessidade de lançamento de ofício supletivo da diferença do tributo a pagar, quando o crédito tributário já foi constituído por meio de declaração praticada pelo próprio contribuinte.

d) favorável à Fazenda, uma vez que as declarações prestadas pelo contribuinte sobre o valor do tributo devido tornam prescindível a regular constituição do crédito fiscal.

e) favorável ao contribuinte, o qual, até que haja o acertamento do valor devido, tem direito à Certidão Positiva com efeitos de Negativa.

Comentários

A questão cobra o conhecimento da súmula 436 do STJ, vejamos:

Súmula 436: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providencia por parte do Fisco".

Dessa forma, se o contribuinte declara o débito para a fazenda pública, considera-se constituído o crédito tributário. Assim, se o débito não for completamente satisfeito, o contribuinte não faz jus a CND.

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GABARITO: C

2. (FCC/AFRE RJ/2014) Oscar, Auditor Fiscal da Receita Estadual, deu início aos seus trabalhos de fiscalização, na empresa “Super Atacadão de Roupas Finas Ltda.”, e intimou o sócio gerente da empresa, Sr. Cláudio, a lhe exibir diversos livros e documentos necessários à realização dessa fiscalização, no que foi atendido.

O exame dessa documentação, todavia, não revelou a Oscar qualquer irregularidade relacionada à legislação do ICMS.

Antes de concluir seus trabalhos fiscais, porém, Oscar, suspeitando da existência de possíveis irregularidades e sabendo que o Sr. Cláudio era religioso e considerava pecado a sonegação de impostos, decidiu intimar, por escrito, o sacerdote confessor do Sr. Cláudio, para que ele lhe informasse conteúdos da confissão que pudessem eventualmente constituir prova de prática de infração à legislação do ICMS do Estado do Rio de Janeiro.

Essa notificação foi baseada no art. 197 do CTN, cujo caput estabelece a obrigatoriedade de determinadas pessoas, mediante intimação escrita, prestarem à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros.

O referido sacerdote, em resposta fundamentada no acordo que o Brasil e a Santa Sé firmaram na cidade do Vaticano, em 13 de novembro de 2008, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, fundamentada, também, no Decreto Legislativo no 698, de 7 de outubro de 2009, que aprovou esse acordo no Brasil e, ainda, no Decreto Federal no 7.107/2010, que determina o cumprimento desse acordo, que tem força de lei no território nacional, negou-se a prestar a informação solicitada pelo Auditor Oscar, invocando o que estabelece o art. 13 do referido acordo, cujo teor é o seguinte: é garantido o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental.

Nesse caso, com base no que estabelece o CTN, o sacerdote agiu em

a) desconformidade com o CTN, pois a obrigação de prestar informações solicitadas pelo fisco abrange, inclusive, as informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão, desde que essas informações sejam utilizadas para fins tributários, mas não penais.

b) desconformidade com o CTN, pois a obrigação de prestar informações solicitadas pelo fisco abrange, inclusive, as informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão, pois o fisco também deve observar o sigilo dessas informações.

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c) conformidade com o CTN, pois eles não estão sujeitos à jurisdição tributária brasileira, em razão de estarem submetidos diretamente à Santa Sé, que os jurisdiciona, em matéria de direito civil, penal e tributário.

d) conformidade com o CTN, pois a obrigação de prestar informações solicitadas pelo fisco não abrange informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão, como é o caso deste sacerdote.

e) desconformidade com o CTN, pois a obrigação de prestar informações solicitadas pelo fisco abrange, inclusive, as informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão, desde que essas informações sejam utilizadas exclusivamente para fins civis e tributários, mas não penais.

Comentários

De fato, o art. 197 do CTN lista alguns terceiros obrigados a prestar informações ao fisco, vejamos:

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes;

VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Todavia, como se depreende do parágrafo único do mesmo artigo, esta obrigação NÃO atinge àqueles em que estejam obrigados a observar segredo em razão do cargo, ofício, função, MINISTÉRIO, atividade ou profissão. Sendo que o sacerdote se enquadra nesta situação.

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GABARITO: D

3. (CESPE/Delegado/PF/2013) Com a finalidade de gerar créditos fictícios para sua empresa, determinado empresário formalmente constituído criou outra sociedade comercial em nome de dois empregados seus, analfabetos. No contrato social dessa sociedade, um dos empregados consta como sócio administrador e o outro, como sócio. A confecção do contrato social e a utilização dos créditos fictícios ficaram a cargo do contador da empresa, que tinha consciência dos fatos.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue com base na legislação tributária vigente.

A administração tributária poderá requisitar o auxílio da força policial para garantir, em caso de oposição, o direito de fiscalizar todos os livros e documentos das referidas empresas.

Comentários

Correto. É o que diz o art. 200 do CTN, vejamos:

As autoridades administrativas federais poderão requisitar o

auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e

reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. (grifos nosso) GABARITO: CORRETO

4. (CESPE/Delegado/PF/2013) Com base na legislação tributária, julgue o item a seguir.

É legalmente aceito que, aberto regular processo administrativo, a autoridade administrativa busque junto à autoridade administrativa tributária, informações fiscais para apurar infração administrativa.

Comentários

Correto. É a exceção prevista no art. 198, §1o, II do CTN que diz:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o

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estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) (...)

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da

Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Dessa forma, desde que instaurado regularmente processo administrativo com objetivo de investigar o sujeito passivo, a autoridade administrativa pode solicitar informações fiscais junto a autoridade tributária.

GABARITO: CORRETO

5. (FCC/AFRE RJ/2014) Com base em convênio específico para esse fim, firmado entre a União Federal e o Estado do Rio de Janeiro, o Ministério da Fazenda passou a comunicar a esta unidade federada, anualmente, a partir de 2013, inclusive, os valores que os contribuintes do Imposto de Renda, domiciliados no Estado do Rio de Janeiro, informaram, no campo denominado “TRANSFERÊNCIAS PATRIMONIAIS − DOAÇÕES E HERANÇAS”, e que pudessem ser de interesse ao Estado fluminense, na identificação de potenciais doações sujeitas à incidência do ITD a favor desse Estado.

Com base nesse convênio, o Governador do Estado editou decreto criando as principais regras reguladoras da fiscalização desse imposto, as quais deveriam ser observadas nesse tipo de fiscalização. Além disso, o setor específico da Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, vinculado à fiscalização de contribuintes estaduais fluminenses, criou novas regras, complementares e específicas, para regular esse tipo de fiscalização, envolvendo um grande contingente de pessoas naturais.

Considerando o disposto no CTN e a situação hipotética apresentada, o fornecimento dessas informações pelo Ministério da Fazenda à Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro

a) é permitido, com base em convênio firmado entre os dois órgãos, podendo, ainda, o Governador e as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda do referido

(19)

Estado, criar normas específicas para a fiscalização do ITD, pois essas regras reguladoras da fiscalização podem ser criadas por qualquer norma da administração tributária.

b) só poderia ser promovido com base em norma expressa de lei complementar federal, mas tanto o Governador, como as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda desse Estado podem criar normas específicas para a fiscalização do ITD.

c) só seria permitido com base em norma expressa de lei complementar federal, sendo, ainda, que, nem o Governador, nem as autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda desse Estado poderiam criar normas específicas para a fiscalização do ITD, pois essas normas reguladoras da fiscalização devem ser criadas por lei ordinária.

d) é permitido, com base no convênio firmado, podendo o Governador do Estado do Rio de Janeiro criar essas regras reguladoras da fiscalização, por decreto, sendo vedada, porém, sua criação por normas de hierarquia inferior à de decreto, editadas por autoridades administrativas da Secretaria de Fazenda daquele Estado.

e) não é permitido, em hipótese alguma, pois as informações prestadas pelo contribuinte do Imposto de Renda estão protegidas pelo sigilo fiscal, não podendo ser utilizadas nem mesmo por outras pessoas jurídicas de direito público, em decorrência de convênios, excetuados os casos em que houver ordem judicial expressa e específica para que elas sejam fornecidas.

Comentários

A questão cobra o conhecimento do art. 199 do CTN, observem:

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Observem que a assistência entre os entes podem ser definidas não somente por lei, mas também por convênios. Dessa forma, ficamos entre as alternativas A e D.

Pra chegar na resposta correta, era necessário o conhecimento de outros dois artigos do CTN, o 194, e o 96 do CTN:

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Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Desse modo, vejam que a regulação da competência e dos poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização é matéria reservada a legislação tributária. E de acordo com o art. 96 do CTN, a expressão legislação tributária abrange as leis, tratados, convenções internacionais, decretos e as normas complementares. Logo, por abranger as normas complementares está correta a alternativa A.

GABARITO: A

6. (FGV/ATM/Recife/2014) Com referência à fiscalização tributária, assinale a afirmativa correta.

a) A autoridade administrativa pode requisitar força pública durante atividade fiscalizadora, mesmo que não tenha ocorrido fato definido em lei como crime.

b) O contribuinte deve conservar os livros e registros obrigatórios e facultativos da escrituração comercial e fiscal durante o prazo decadencial, para constituir o crédito tributário.

c) A autoridade administrativa pode examinar integralmente quaisquer livros, arquivos e registros dos contribuintes.

d) O termo de fiscalização integra o lançamento fiscal e constitui a data inaugural do prazo decadencial para a constituição do crédito fiscal.

e) Apenas a lei stricto sensu poderá autorizar permuta de informações e assistência recíproca entre as fazendas públicas.

Comentários

Vejamos o que diz o art. 200 do CTN:

As autoridades administrativas federais poderão requisitar o

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reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. (grifos nosso)

Observem que de fato não é necessário ter ocorrido crime, bastando um simples embaraço a fiscalização ou quando necessário a efetivação de medida prevista na legislação tributária.

GABARITO: A

7. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) Uma empresa multinacional do ramo ótico tem estabelecimento no Estado de São Paulo, sendo contribuinte do ICMS. O Agente Fiscal de Rendas do Estado recebeu a incumbência de realizar uma atividade fiscalizatória nesta filial e, para tanto, a notificou a apresentar livros e documentos fiscais, bem como determinados livros, documentos e arquivos comerciais que se relacionavam com os pontos objeto da fiscalização.

Nesse caso, a empresa tem a obrigação de apresentar os livros e documentos fiscais para o agente de Fiscalização do Estado.

Os demais documentos solicitados

a) são de apresentação facultativa, haja vista que podem conter segredos comerciais das suas atividades, e são protegidos legalmente.

b) a empresa não apresentou, pois não foi autorizada pela matriz, que se apoia na legislação estrangeira.

c) também devem ser apresentados, pois não tem aplicação qualquer disposição, ainda que legal, que seja excludente ou limitativa do direito do Fisco de examinar o que foi requisitado.

d) são protegidos pela legislação comercial; por isso, só poderão ser examinados pela fiscalização quando houver processo administrativo instaurado, ou procedimento fiscal em curso, e desde que tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

e) só podem ser examinados com autorização judicial, mediante pedido fundamentado da Administração Tributária.

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Questão cobra o conhecimento do art. 195 do CTN, observem:

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

GABARITO: C

8. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) A Lei Complementar 104, de 10/01/2001, alterou e incluiu alguns dispositivos do CTN relativos à divulgação pela Administração Tributária e por seus funcionários de informações obtidas em razão de suas atividades. Regra geral, o Código Tributário Nacional veda a divulgação destas informações, havendo, no entanto, algumas exceções. De acordo com o CTN, é permitida a divulgação de informações, dentre outros, em casos de

a) compensação tributária, representações fiscais para fins penais e requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça.

b) requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e representações fiscais para fins penais.

c) parcelamento ou moratória, requisição da mesa diretora do Poder Legislativo do ente tributante e solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo. d) inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública, representações fiscais para fins penais e petições de reconhecimento de decadência.

e) transação e remissão, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e representações fiscais para fins penais.

Comentários

Questão cobra o conhecimento do art. 198 do CTN, observem:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de

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informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)

I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;

(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da

Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da

Administração Pública, será realizado mediante processo

regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

A REGRA é a vedação da divulgação de informação obtida em razão do ofício por parte da Fazenda pública ou de seus servidores de informação econômica ou financeira de sujeitos passivos ou terceiros. Entre as exceções apresentadas nos parágrafos do

mesmo artigo, a questão cobra a presente no §3o, que diz não ser vedada a divulgação

das seguintes informações: representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e parcelamento ou moratória.

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9. (FCC/DP AM/2013) A impugnação ou recurso administrativo, a concessão de liminar em mandado de segurança ou de tutela antecipada em ação anulatória de débito fiscal têm em comum o fato de

a) autorizar a modificação do crédito tributário em caso de procedência do pedido principal.

b) serem causa de extinção do crédito tributário. c) serem causa de exclusão do crédito tributário.

d) terem no depósito do montante integral do débito sua condição de admissibilidade. e) autorizarem a certidão positiva de efeitos negativos.

Comentários

O art. 206 do CTN trata da certidão positiva com efeitos de negativa, vejamos:

“Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.”

A questão elenca três situações que dão ensejo a suspensão da exigibilidade do crédito tributário previstas no art. 151 do CTN. Conforme o art. 206, créditos com exigibilidade suspensa estão aptos a constarem na certidão positiva com efeitos de negativa.

GABARITO: E

10. (FCC/NeR/TJ PE/Provimento/2013) Segundo o Código Tributário Nacional, tem o mesmo efeito de certidão negativa uma certidão positiva cujo débito esteja com a exigibilidade suspensa. Neste caso, haveria suspensão da exigibilidade do crédito tributário a admitir uma certidão positiva de efeitos negativos a

a) consignação em pagamento de crédito tributário, diante da exigência de crédito tributário por mais de um ente, relativamente ao mesmo fato gerador.

b) isenção em caráter específico, uma vez concedida pela autoridade administrativa competente.

c) anistia concedida em caráter específico, relativamente aos ilícitos tributários cometidos antes do lançamento.

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d) citação do executado em sede de execução fiscal.

e) liminar concedida em mandado de segurança que tenha por objeto ilegalidade na constituição do crédito tributário.

Comentários

Dentre as alternativas apresentadas, a única prevista no art. 151 do CTN que tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário é a liminar concedida em mandado de segurança.

GABARITO: E

11. (FCC/AFRE RJ/2014) O exame do histórico tributário de uma determinada empresa, fabricante de produtos voltados para a alimentação infantil, revelou a existência das seguintes ocorrências:

I. em 2008, fez o parcelamento, em 60 meses, do valor reclamado em auto de infração, lavrado pelo fisco fluminense. Até a presente data, as parcelas têm sido pagas correta e pontualmente;

II. em 2009, o Estado do Rio de Janeiro ajuizou uma ação de execução fiscal contra ela, que acabou sendo objeto de embargos, depois de a empresa ter efetuado, no prazo legal, o depósito integral da importância reclamada na execução. O referido depósito não foi levantado, nem convertido em renda, e ainda não há decisão transitada em julgado nesse processo;

III. em 2010, para poder importar mercadorias do exterior, sem a incidência do ICMS, esse contribuinte fluminense impetrou mandado de segurança, no bojo do qual foi concedida medida liminar para que o desembaraço aduaneiro fosse feito sem a exigência do ICMS. Essa liminar foi revogada em 2010 e, ao final do processo, o contribuinte restou vencido. Pagou a totalidade do crédito tributário reclamado em 2011;

IV. em 2011, a autuada deixou de pagar impostos federais, que estão sendo objeto de execução fiscal, sem que tenha havido depósito da quantia questionada, nem oferecimento de bens à penhora;

V. em 2012, a fiscalização fluminense lavrou auto de infração contra essa empresa, que foi objeto de impugnação no prazo legal. Esse auto de infração teve resultado favorável à Fazenda Pública estadual, em seu primeiro julgamento, mas ainda pende de julgamento de recurso interposto pelo contribuinte. Ainda nesse ano, a

(26)

Fazenda Pública fluminense ajuizou outro executivo fiscal, relativo a crédito tributário decorrente de falta de pagamento do ICMS, sendo que, desta vez, a empresa em questão não efetuou o depósito integral da quantia pleiteada. Ao invés disso, ofereceu bens à penhora, suficientes para cobrir o crédito tributário exigido, motivo pelo qual a penhora foi efetivada.

No início de 2013, essa empresa decidiu participar de concorrência pública para fornecer seus produtos a creches e escolas da rede estadual fluminense. Um dos requisitos a ser cumprido pelas empresas concorrentes, era a apresentação de prova de quitação de todos os tributos estaduais, até a data da abertura da inscrição para participação nessa concorrência, que ocorreu no dia 05 de abril de 2013.

Para tanto, a empresa apresentou, no órgão público fluminense competente, requerimento solicitando a expedição de certidão negativa dos tributos estaduais. Nesse caso hipotético, com base no CTN, o órgão estadual competente para o fornecimento dessa certidão

a) expedirá certidão positiva, com efeito de positiva, pois a penhora não permite que a certidão tenha efeito de negativa.

b) expedirá certidão negativa, com efeito de negativa. c) expedirá certidão positiva, com efeito de negativa. d) expedirá certidão negativa, com efeito de positiva.

e) não a expedirá, pois os tributos devidos ainda não estão quitados.

Comentários

Questão que tem uma pegadinha que deve ter pego muita gente bem preparada. Os itens I, II e V correspondem a hipóteses previstas no art. 151 do CTN que dão ensejo a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Já no item III, o crédito foi extinto pelo pagamento. Por sua vez, no item IV, como não houve o depósito ou a efetivação da penhora, não seria possível a emissão de certidão positiva com efeitos de negativa. TODAVIA, por se tratar de um tributo federal, e a licitação ser estadual, o estado não tem competência para examina-lo.

Logo, é possível a emissão de certidão positiva com efeitos de negativa neste caso, estando apta a empresa para participar da licitação em tela.

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12. (CETRO/AFTM SP/Gestão Tributária/2014) A respeito da fiscalização tributária, é correto afirmar que, se um fiscal, no estabelecimento de um contribuinte, estiver examinando livros e documentos a este pertencente e encontrar, dentre esses documentos, um livro Caixa, o contribuinte

a) não poderá impedir seu exame pelo fiscal, pois o direito de examinar abrange todos os livros e papéis, sejam ou não obrigatórios.

b) poderá impedir seu exame pelo fiscal, pois o livro Caixa não é livro legalmente obrigatório e, não o sendo, não pode ser obrigado a exibi-lo.

c) não poderá impedir seu exame pelo fiscal, já que se trata de um livro legalmente obrigatório.

d) deverá exibi-lo, posteriormente, caso o fiscal não faça imediatamente a respectiva apreensão, por se tratar de um livro não obrigatório.

e) poderá impedir seu exame pelo fiscal, alegando abuso de autoridade, podendo fazer uma representação contra o servidor público, pois não se trata de livro obrigatório.

Comentários

De acordo com o art. 195 do CTN, temos:

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

Em que pese o sigilo dos livros fiscais, este não pode ser oposto ao fisco. Logo, GABARITO: A

13. (CETRO/AFTM SP/Gestão Tributária/2014) Considerando o artigo 202 do CTN, o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará

a) obrigatoriamente, o nome do devedor; a quantia devida; a data em que foi inscrita, sempre que possível; a origem do crédito; e a indicação do livro e da folha da inscrição.

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b) obrigatoriamente, dentre outras indicações da lista, o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis; a data em que foi inscrita; a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; e a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado.

c) se possível, o número do processo administrativo de que se originar o crédito; a maneira de calcular os juros de mora acrescidos na quantia devida; e, obrigatoriamente, a quantia devida; o nome do devedor; e a data em que foi inscrita.

d) o nome do devedor e corresponsáveis; a quantia devida; a natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; a data em que foi inscrita, sendo facultativa a indicação do livro e da folha da inscrição.

e) obrigatoriamente, o nome do devedor e, sendo o caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; a quantia devida; e a indicação do livro e da folha da inscrição e, dependendo do caso, a data em que foi inscrita.

Comentários

Questão cobra a literalidade do art. 202 do CTN, vejamos:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.

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GABARITO: B

14. (CETRO/AFTM SP/Gestão Tributária/2014) Acerca da fiscalização tributária, analise as assertivas abaixo.

I. Pode-se dizer que a fiscalização tributária é um poder-dever do Estado. Para que ela seja efetiva, a legislação tributária precisa fixar os poderes e os deveres específicos a ela inerentes.

II. O parágrafo único do artigo 194 do Código Tributário Nacional (CTN) indica exatamente as seguintes pessoas sujeitas à fiscalização tributária: pessoas jurídicas, contribuintes ou não, inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.

III. Haverá, para efeitos da legislação tributária, aplicação de disposição legal que exclua ou limite, por exemplo, o direito de examinar mercadorias, livros ou arquivos dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. IV. A denúncia espontânea de eventual infração, para fins de exclusão de responsabilidade, cabe antes do início do procedimento fiscal que diga respeito à infração ou durante o seu procedimento, conforme estabelece o artigo 138, do Código Tributário Nacional (CTN) e seu parágrafo único.

É correto o que se afirma em a) I, II, III e IV.

b) I e III, apenas. c) III, apenas. d) I, apenas.

e) I, II e IV, apenas.

Comentários

I. Correta. É o que dispõe o art. 194 do CTN.

II. Errada. Não só as pessoas jurídicas, como as naturais também.

III. Errada. Conforme art. 195 do CTN, não tem aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

IV. Errada. A denúncia espontânea somente pode ocorrer antes do início da fiscalização, não durante!

(30)

Logo,

GABARITO: D

15. (FCC/AFTE-SEFAZ PE/2014) De acordo com o CTN, é correto afirmar:

a) A anistia constitui espécie de exclusão do crédito tributário, se aplicando aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele.

b) A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

c) A Fazenda Pública da União não poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos, pois feriria a soberania nacional, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

d) Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão ser conservados até o término do exercício financeiro em que ocorreram as operações a que se refiram.

e) São consideradas sigilosas, insuscetível de divulgação pela Administração Pública, as informações relativas a representações fiscais para fins penais, a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e a parcelamento ou moratória.

Comentários

Questão bem tranquila que cobra a literalidade do art. 199 do CTN:

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Vejamos as alternativas:

A. A anistia não se aplica aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções de acordo com o art. 180, I do CTN;

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B. Correta;

C. O contrário do que diz o art. 199, parágrafo único do CTN;

D. De acordo com o art. 195, parágrafo único, os livros e documentos deverão ser conservados até que ocorra a prescrição dos mesmos.

E. As hipóteses apresentadas na questão são exceções ao sigilo fiscal de acordo com o art. 198, §3o.

GABARITO: B

16. (FCC/AFR SP/Gestão Tributária/2013) Com respeito à Dívida Ativa e à Certidão Negativa, considere:

I. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

II. A nulidade da inscrição na Dívida Ativa, causada por omissão ou erro, poderá ser sanada até a decisão de segunda instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa.

III. A dívida regularmente inscrita goza da presunção absoluta e tem caráter de prova pré-constituída.

IV. Será emitida Certidão Negativa quando conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

V. A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.

Está correto o que se afirma APENAS em a) I e III.

b) II e V. c) I e V. d) III e IV. e) II e IV.

Referências

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