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(1)TOMÁS JOSÉ JANE. Comunicação para o desenvolvimento: o papel das rádios comunitárias na educação para o desenvolvimento local em Moçambique. Universidade Metodista de São Paulo. Curso de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo, 2006..

(2) 2. TOMÁS JOSÉ JANE. Comunicação para o desenvolvimento: o papel das rádios comunitárias na educação para o desenvolvimento local em Moçambique. Tese apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Doutor em Comunicação Social. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cicília Maria Krohling Peruzzo.. Universidade Metodista de São Paulo. Curso de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo, 2006..

(3) 3. FOLHA DE APROVAÇÃO A tese sob o título “Comunicação para o desenvolvimento: o papel das rádios e televisões comunitárias na educação para o desenvolvimento local de comunidades locais de Moçambique”, elaborada por Tomás Jane, foi defendida no dia 05 de Abril de 2006, tendo sido: ( ) Reprovada ( X ) Aprovada, mas deve incorporar nos exemplares definitivos modificações sugeridas pela banca examinadora, até 60 (sessenta) dias a contar da data da defesa . ( ) Aprovada ( ) Aprovada com louvor Banca Examinadora: Prof.ª Dr.ª Cicília Maria Krohling Peruzzo (Presidente) ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________. Área de concentração: Processos Comunicacionais Linha de pesquisa:. Comunicação Massiva. Projeto temático:. Mídia local e comunitária.

(4) 4. Aos meus pais, Josefa Jane Nyatshave e Rocina Thonela Manyavele (in memorian); à minha esposa, Irací Pires da Silva Jane; aos meus filhos, Noyan Nyatshave Pires da Silva Jane e Luana Nyatshave Pires Jane; a todos aqueles que dia e noite trabalham na promoção do desenvolvimento comunitário, dedico esta obra..

(5) 5. “A missão da rádio define o seu propósito. Identifica as necessidades e interesses e é um ‘espelho’ para a estrutura da rádio; é um mapa que orienta na obtenção dos seus objectivos; é o instrumento pelo qual medimos o sucesso; é a base sobre qual todas as coisas são construídas; é a estrela que nos guia e nos orienta. [...] Toda a programação deve estar baseada nos princípios estabelecidos pela missão. E para que a programação tenha raiz na comunidade as sementes devem germinar dentro dela.” (BONIN; OPOKU-MENSAH. 1998, p. 33).

(6) 6. AGRADECIMENTOS São muitas as pessoas a quem gostaria de endereçar os meus agradecimentos pelo apoio que tanto me deram para o desenvolvimento deste trabalho. Se eu colocasse todos os seus nomes em uma lista, muitas páginas se esgotariam. Mas existem aquelas pessoas a quem, de uma maneira especial, me sinto no dever de expressar e deixar aqui registrado o meu maior agradecimento: Aos meus queridos pais (in memorian), Josefa Jane e Rocina Thonela, que me ensinaram a viver confiando em Deus e nas pessoas que me querem bem.. À Irací Pires da Silva Jane, minha esposa e companheira amada, pelo carinho e encorajamento ao longo da realização deste trabalho. Aos meus filhos, Noyan Nyatshave Pires da Silva Jane e Luana Nyatshave Pires Jane que, em certos momentos, tive de deixar sozinhos em busca do material para a elaboração deste trabalho. Ao grande irmão e amigo, Rev. Jamisse Uilson Taimo, pelo encorajamento que sempre me prestou.. À Prof.ª Dr.ª Maria Cicília Krohling, que tanto admiro por seu profissionalismo, sua dedicação, seu encorajamento, sua paciência e sua vontade de transmitir os conhecimentos e as experiências acumuladas ao longo da vida intelectual. Á CAPES/PEC-PG, pelo apoio financeiro para a realização dos meus estudos e preparação deste trabalho; A Deus, pela saúde, paz e vontade de lutar até intelectualmente alcançar este objetivo. Aos líderes do movimento das rádios comunitárias e todos os que direta ou indiretamente deram o seu apoio para que este meu sonho se tornasse realidade..

(7) 7. LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS. Mapa 01 – Localização geográfica de Moçambique............................................................ 19 Mapa 02 - Mapa de cobertura nacional da TVM ................................................................ 39 Tabela 01 - Mapa de registro das rádios comunitárias (Maputo, de 2001 a 2005) ..................................................................................................... 124 Mapa 03 – Mapa de localização geográfica das rádios comunitárias em Moçambique 127. Mapa 04 – Mapa de localização geográfica das rádios e televisões comunitárias ......... 126 Tuteladas pelo I.C.S.

(8) 1. Sumário FOLHA DE APROVAÇÃO ...................................................................................................... iii AGRADECIMENTOS................................................................................................................vi LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS............................................................................... vii Sumário .........................................................................................................................................i. Resumo ...................................................................................................................................... 2 Abstract ..................................................................................................................................... 3 Resumen .................................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5 Metodologia .................................................................................................................................7 Estrutura do trabalho ..................................................................................................................11. Capítulo I DADOS BÁSICOS SOBRE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM MOÇAMBIQUE ............ 14 1. Aspectos históricos..................................................................................................... 14 2. Os meios de comunicação social em Moçambique pós-independente....................... 19 2.1. A democratização dos meios de comunicação social e o surgimento de novas mídias .............................................................................................................................. 29 3. Surgimento e evolução dos serviços de radiodifusão moçambicanos........................ 33 3.1 Rádio Moçambique - Empresa Pública (RM-EP) ................................................ 35 4. Televisão de Moçambique: da iniciativa à implantação dos serviços de teledifusão. 36 4.1 TVM: do sonho à realidade .................................................................................. 37 4.2 A transformação da TVE em TVM ...................................................................... 39 4.3 O surgimento das novas emissoras de televisão................................................... 40 Capítulo II COMUNICAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO........................................................ 42 1 Conceituação e contextualização teóricas .................................................................. 42 1.1 A problemática do desenvolvimento .................................................................... 48 1.2 Desenvolvimento versus desigualdade social....................................................... 50 2. A comunicação e o desenvolvimento local ................................................................ 52 3. A comunicação para o desenvolvimento no contexto moçambicano......................... 65 4. Comunidade e desenvolvimento local........................................................................ 68 4.1 O local como espaço de participação comunitária ............................................... 73 4.2 Comunicação e participação comunitária nos programas de desenvolvimento ... 76 4.3 A agricultura familiar contribuindo para o desenvolvimento local...................... 80 5. Conceito e elementos do desenvolvimento local sustentável..................................... 88 5.1 O desenvolvimento local sustentável num país subdesenvolvido ........................ 92 5.2 Associativismo e cooperativismo como fatores do desenvolvimento local sustentável ..................................................................................................................... 100 i.

(9) 2 Capítulo III RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA COMO FATOR COMPLEMENTAR DO DESENVOLVIMENTO LOCAL ....................................................................................... 108 1. Os serviços de radiodifusão e teledifusão comunitárias........................................... 108 2. Aspectos históricos da radiodifusão comunitária em Moçambique......................... 113 3. O conceito moçambicano de rádio comunitária ....................................................... 116 4. Forcom: por uma gestão coletiva das rádios comunitárias de Moçambique............ 125 5. Rede Rural de Rádio e Televisão Comunitária ........................................................ 129 5.1 Rádio e Televisão Comunitária Likungu............................................................ 131 5.2 Rádio Dondo....................................................................................................... 133 5.3 Rádio Pax............................................................................................................ 135 5.4 Rádio e Televisão Comunitária de Vilankulu .................................................... 136 5.5 Rádio Arco-Homoine ......................................................................................... 137 5.6 Rádio Nkomati.................................................................................................... 139 5.7 Rádio Moamba ................................................................................................... 141 5.8 Rádio Voz Coop ................................................................................................ 142 7. Relação rádios comunitárias e privadas ................................................................... 147 9. O uso das línguas moçambicanas nos meios de comunicação de massa comunitários .................................................................................................................................. 153 10.1 Telecentro: um novo espaço comunitário ................................................................ 160 10.2 A contribuição dos telecentros para o desenvolvimento local ................................. 163 Capítulo IV A COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA COMO FORMATO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................................................................ 167 1. A comunicação comunitária na formação do cidadão.............................................. 168 1.1 A relevância da participação comunitária .......................................................... 169 2. A programação da rádio comunitária ....................................................................... 172 3. Comunicação comunitária: alavanca do desenvolvimento local, regional e nacional. .................................................................................................................................. 174 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 177 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 184 ANEXOS ............................................................................................................................... 190 PERFIL DAS RÁDIOS ........................................................................................................ 190. 2.

(10) 21. Resumo Trata-se de um estudo sobre as rádios e televisões comunitárias em Moçambique. São investigadas as ações implementadas tanto pelo governo como pela sociedade civil, bem como o significado que essas emissoras têm para as populações locais. O objetivo é analisar a importância e a contribuição das rádios e televisões comunitárias para a conscientização das populações moçambicanas e para a realização com vistas ao desenvolvimento local. A metodologia privilegiou a pesquisa bibliográfica e documental, além de entrevistas semi-estruturadas junto a coordenadores das emissoras, entre outros. Foram estudadas 8 emissoras sediadas nas províncias de Zambézia, Sofala, Inhambane, Maputo e Maputo Cidade, de 2004 a 2005, além de ter sido feito um breve resgate do percurso histórico da comunicação em Moçambique nos últimos 15 anos, desde a promulgação da primeira Lei de Imprensa aprovada pela Assembléia da República. Conclui-se que as rádios e a televisões comunitárias são instrumentos de educação e conscientização das pessoas das comunidades investigadas. Elas desempenham um papel importante na vida dos cidadãos, mobilizando-os a se envolverem nas ações de combate à pobreza absoluta que se vive no seu país. São bens comunitários contribuindo para o desenvolvimento sustentável das próprias comunidades. Palavras-chave: Comunicação para o desenvolvimento, comunicação comunitária, rádio, televisão, comunidade, participação, desenvolvimento local..

(11) 31. Abstract The work “Communication for development: the roll of the community radios and televisions in the education for development of the communities of Mozambique” is meant to observe, analyze and describe the importance and the contribution of community radios and televisions in the consciencialization of the Mozambican populations for the accomplishment of actions towards local development. The studied period comprehend the last 15 years (1991 - 2005) of existence of the first media law, approved by the parliament. The research was centered in the actions taken both by the government and by civil society in general, and the meaning that the community radios and televisions have for the local population, based on theoretical and practical knowledge acquired during the present study. Community radio and television are education instruments and understanding of the community's people. They have an important part in the citizens' life, mobilizing them to involve on taken actions in the combat process of the absolute poverty that the population lives in their community. They are community goods contributing to the sustainable development of the own communities.. Key words:. Communication for development, community communication,. community radio and television, community participation, local development..

(12) 41. Resumen El trabajo “la Comunicación para el desarrollo: el rollo de radios de la comunidad y televisiones en la educación para el desarrollo en comunidades de Mozambique” observa, analice y describe la importancia y la contribución de radios y televisiones comunitarias en el consciencialization de las poblaciones Mozambicanas para el logro de acciones hacia el desarrollo local. El período estudiado comprende los últimos 15 (1991 a 2005) años de existencia de la primera ley de los medios de comunicación, aprobado por el parlamento. La investigación se centró en las acciones tomadas por el gobierno y por la sociedad civil en general, y el significado que las radios y televisión comunitarias tienen para la población local, basado en conocimiento teórico y práctico adquirido durante a realización del presente estudio. Las radios. y televisiones comunitarias son instrumentos de la educación y. conscientización de las personas de la comunidad. Ellos tienen una parte importante en la vida de los ciudadanos, mientras movilizándolos involucrar en las acciones tomadas en el proceso del combate de la pobreza absoluta que la población vive en su comunidad. Ellos son género de la comunidad que contribuye al desarrollo sustentable de las propias comunidades. Palabras claves: La comunicación para el desarrollo, comunicación de la comunidad, radio y televisión de la comunidad, participación de la comunidad, el desarrollo local..

(13) 51. INTRODUÇÃO No contexto em que se desenvolveu este trabalho, fomos percebendo cada vez mais que os meios de comunicação sempre tiveram, ao longo dos tempos da existência humana, uma importância capital para o inter-relacionamento das pessoas, a vida em comunidade e a troca de idéias, bem como a construção de espaço de participação de indivíduos na realização de ações visando o desenvolvimento comum. A comunicação tem sido e é elemento chave para o sucesso de qualquer projeto de desenvolvimento, em particular na luta contra a pobreza absoluta a que qualquer povo se encontra mergulhada. Para se concretizar algum plano ou projeto, ou ações programadas tanto por organismos governamentais como por instituições públicas ou privadas, a comunicação formal só pode atingir resultados positivos quando é feita através de reuniões e encontros com as populações. No entanto, para se atingir um nível superior de intervenção, torna-se necessária uma comunicação mais eficaz e mais abrangente junto do público alvo. O surgimento da rádio com a descoberta das ondas hertzianas que transmitem mensagens pelo ar, aparece como um espaço para a comunicação na qual o homem, com a adaptação da fala, vai mudando o seu comportamento graças às informações, conhecimentos e experiências que adquire ao longo da sua vida. Ao alcançar os ouvintes, a rádio cria uma imagem a partir do quadro de referências que cada um tem, criando neles uma credibilidade em relação à informação que lhes oferece. Apesar de a televisão ter surgido como um poderoso veículo de comunicação, provado e aprovado ao longo do tempo, ainda não conseguiu superar o rádio, isto devido ao custo que se lhe oferece, pois ainda não tem sido fácil alcançar populações de lugares recônditos. Daí que até o presente momento a televisão só cobre espaços onde a energia já é uma realidade..

(14) 61 A necessidade de comunicação mais abrangente e eficaz tem sido uma exigência na vida do homem e é mais notável e indispensável nesta Era das Tecnologias de Informação, sobretudo quando se trata de implementação de projetos que introduzem inovações e mudanças de hábitos, ou exigem o envolvimento da população nos Meios de Comunicação Social que funcionem como alternativas de apoio aos grupos associativos, organizações sociais ou comunitárias, etc. Por se acreditar que a comunicação e a informação são fundamentais na vida de qualquer sociedade que se afirma como participativa, no caso Moçambique, os dois termos fazem parte de princípios consagrados na Constituição da República, no seu artigo 48, complementada pela Lei de Imprensa 18/91, de 10 de Agosto de 1991. Em resposta às transformações sócio-econômicas e políticas que vêm acontecendo no país desde a aprovação, pela Assembléia da República, em 1990, da Constituição da República e da Lei 18/91, estas vieram permitir o surgimento de novas iniciativas de imprensa escrita e radiofônica de caráter privado que até então constituía monopólio do Estado. Com essas aberturas consideradas democráticas, teve início um movimento das rádios comunitárias de orientação estatal, de associações cívicas, de instituições religiosas, congregando mais de meia centena e nas quais estão envolvidos membros das comunidades onde se encontram instaladas, exercendo várias funções e tarefas de gestão e de programação. Nosso maior interesse pelo estudo da comunicação para o desenvolvimento local, especialmente o rural, surge no período de 1992 a 1994 quando, trabalhando no Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância, fazia a monitoria de alguns programas e projetos de apoio e promoção ao desenvolvimento rural. Isto criou em nós um desejo enorme de desenvolver um estudo voltado para o desenvolvimento das comunidades rurais. Desde aquela época, uma boa parte das nossas atividades de pesquisa vem tendo seu maior enfoque no estudo sobre o que seria a comunicação comunitária e a sua contribuição para o desenvolvimento das comunidades locais, aquelas que podem criar uma capacidade de sustentabilidade e enfrentar os desafios provocados pela guerra e calamidades naturais, grandes motivadores da pobreza absoluta em que o país se encontra mergulhada..

(15) 71. Metodologia Nosso trabalho aborda qualitativamente os meios eletrônicos de orientação comunitária em sua relação com a educação para o desenvolvimento das comunidades locais, em particular as rurais. Esta pesquisa, sobre o papel das rádios e televisões comunitárias na educação para o desenvolvimento local de comunidades de Moçambique, foi desenvolvida com base nos conhecimentos acumulados sobre a temática da comunicação comunitária e contou com a utilização de uma metodologia composta de técnicas e instrumentos cientificamente adequados, escolhidos de forma cuidadosa para permitir que os resultados alcançados sejam úteis para o progresso do conhecimento científico das futuras gerações de pesquisadores em comunicação comunitária. O objetivo principal da presente pesquisa foi analisar o papel das rádios e televisões comunitárias no processo de desenvolvimento local sustentável, bem como sua contribuição na educação da população moçambicana para fazer frente à pobreza absoluta que afeta o país e, mais especificamente, as zonas rurais. Constituíram objetivos específicos da nossa pesquisa: a). Traçar um panorama geral e histórico da comunicação social em Moçambique a começar de 1975, ano da Independência Nacional;. b). Identificar e analisar as linhas gerais da política de comunicação moçambicana e a exeqüibilidade da Lei de Imprensa no período em estudo;. c). Identificar e analisar as principais mudanças ocorridas nos meios de comunicação de massa, sobretudo nos de caráter estatal que detêm o monopólio da comunicação social no país;.

(16) 81 d). Identificar e analisar os instrumentos que regulam os meios de comunicação comunitários, particularmente os das áreas de rádio e de teledifusão;. e). Analisar e mapear os “novos” meios eletrônicos de comunicação de orientação comunitária, seus regimes de propriedade, política editorial, dependência e independência, base social, área de cobertura, sustentabilidade e contribuição para o desenvolvimento local. Trata-se de uma pesquisa empírica que, em certa medida, se inspira nas experiências. acumuladas ao longo de nossa vida profissional e tem seu epicentro fundamentado no embasamento teórico adquirido na vida acadêmica. O estudo faz um histórico da fase que compreende os 15 anos da existência da Lei de Imprensa (Lei 18/91, de 10 de agosto de 1991), a primeira do gênero aprovada pela Assembléia da República desde a Independência Nacional, proclamada em 25 de junho de 1975. Neste trabalho concentramos nossa atenção às ações levadas a cabo tanto pelo Governo como pela sociedade civil em relação a radio e à teledifusão comunitárias, ao significado que estas têm para os atores sociais e à sua função, dando enfoque aos conceitos teórico-empíricos adquiridos ao longo de nossa vida e estudo. Com base na definição de António Carlos Gil (1991, p. 19), a pesquisa é um procedimento racional que visa dar resposta a questões que são propostas. Para ele, “a pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em total estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema”. Para realizarmos nossa pesquisa, buscamos verificar a amplitude social das rádios e televisões comunitárias e compreender as particularidades da relação existente entre o contexto sociopolítico que determina as estratégias de informação e comunicação e as ações de desenvolvimento que ocorrem em Moçambique, com base em uma abordagem histórica descritiva que deu consistência e embasamento teórico ao trabalho..

(17) 91 Para delimitar a abrangência da pesquisa, realizamos um estudo sobre a origem do movimento da comunicação comunitária no país, tomando como objeto preliminar as duas grandes experiências moçambicanas de comunicação comunitária: O prenúncio da comunicação comunitária com a instalação de alto-falantes nos. . bairros e aldeias comunais, pelo Instituto de Comunicação Social (ICS) com o apoio do Unicef; O movimento das rádios comunitárias, também liderado pelo ICS e com o apoio. . do Unicef. Ao considerarmos a inter-relação entre os dois momentos históricos do país, demos muita importância à participação das comunidades locais no processo da instalação das rádios e televisões comunitárias, à formação de gestores e operadores dos meios, às relações entre parceiros e às transformações ocorridas no ambiente comunitário local. Foi com base nesses aspectos que orientamos nossa pesquisa segundo as seguintes hipóteses:. . A comunicação comunitária desempenha um papel preponderante para o envolvimento da população em programas de desenvolvimento local, por meio da educação e da mobilização;. . As populações assumem as rádios e televisões comunitárias como bens comuns e, portanto, participam de atividades de programação e gestão desses meios;. . Ao se engajarem em programas de combate à pobreza absoluta que se vive no país, as rádios e televisões comunitárias contribuem para o desenvolvimento das comunidades em que se inserem. Na formulação das hipóteses, procuramos reunir vários pontos de apoio ao. desenvolvimento da nossa pesquisa e que estejam em consonância com o dia-a-dia das comunidades locais com os seus diversificados membros, seu sistema político e sua situação financeira. No desenrolar da nossa pesquisa, foram levantados os dados históricos e conhecimentos teóricos acumulados sobre rádio e teledifusão comunitárias, assunto profundamente estudado por vários autores e pesquisadores, e disso extraímos aspectos.

(18) 101 fundamentais para uma abordagem do problema. Este estudo conseguiu abranger considerável área geográfica e conta com grande quantidade de depoimentos. Esta pesquisa configura-se como um estudo descritivo-analítico pelo qual descrevemos com exatidão “os fatos e fenômenos de determinada realidade [tendo como foco central] o desejo de conhecer a comunidade, seus traços característicos, suas gentes, seus problemas, etc.” (TRIVIÑOS, 1990, p. 110-1). Com base na sustentação desse autor, procurarmos concentrar nossa pesquisa na utilização de ferramentas disponíveis que nos auxiliassem a revelar as particularidades do movimento das rádios e televisões comunitárias em Moçambique, analisando os dados obtidos de acordo com determinados procedimentos metodológicos. No processo da coleta de dados realizamos entrevistas semi-estruturadas, definidas por Lakatos e Marconi (1999, p. 96) como aquelas em que “o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada [podendo] explorar mais amplamente a questão”. Para isso, foram preparados três roteiros de entrevista que, como explicam os autores acima, não obedece a uma estrutura formal, variando de acordo com as informações específicas que buscávamos junto aos entrevistados. Foram realizadas 32 entrevistas nos distritos de Mokuba (província da Zambézia), Vilankulu e Homoine (província de Inhambane), Manhiça e Moamba (província de Maputo), cidades da Beira e Dondo (província de Sofala) e Zona Verde (cidade de Maputo). Essas entrevistas foram feitas com membros das comunidades, líderes comunitários e representantes de entidades governamentais ligadas aos processos de registros dos órgãos de comunicação social. Nas entrevistas feitas em cada um dos distritos e cidades referidas, selecionamos aleatoriamente três membros da comunidade e um membro da estrutura de gestão da rádio comunitária, para permitir um panorama geral do impacto da emissora na região. Foram entrevistados também pesquisadores da área de desenvolvimento comunitário/rural e os seguintes representantes do poder público: o diretor do Gabinete de Informação, entidade responsável pelo registro dos órgãos de informação no país; o presidente do Conselho de Administração da Rádio Moçambique; o presidente do Conselho de Administração da Televisão de Moçambique; a diretora-geral do Instituto de Comunicação Social; o.

(19) 111 coordenador do Projeto de Desenvolvimento da Mídia; o presidente do Fórum das Rádios Comunitárias de Moçambique; e o então ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Os relatos obtidos nessas entrevistas contribuíram para atender os objetivos que pretendíamos alcançar, por fornecerem elementos enriquecedores para o estudo realizado. Dessa forma, buscou-se descrever a importância e o objetivo de cada rádio comunitária no movimento; compreender a concepção que os atores comunitários tiveram ou ainda têm da rádio ou da televisão comunitária; estabelecer a relação objetivo-subjetiva entre as rádios e televisões visitadas e suas comunidades; situar as mudanças decorrentes do contato das comunidades com seus meios de comunicação; compreender o papel dessas rádios ou televisões no desenvolvimento local, bem como a relação destas com seus parceiros. A relação mantida com os entrevistados e as informações e impressões colhidas constituem material importante para a reflexão sobre o papel da comunicação comunitária em Moçambique e sua contribuição para o desenvolvimento das comunidades locais. No que se refere à pesquisa bibliográfica, seguimos a recomendação de Gil (1999, p. 65), que diz que a pesquisa deve ser “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Foi com base nessa premissa que concentrar à pertinência teórica de diversos autores, com especial atenção aos que estudam com profundidade a área de comunicação comunitária, tentando trazer subsídios a uma reflexão exaustiva sobre comunicação para o desenvolvimento, principalmente agora com a ação das rádios e televisões comunitárias. No nosso entender, esses meios alteraram a relação entre o ouvinte e a Rádio Moçambique e entre o telespectador e a Televisão de Moçambique, as quais são os principais órgãos de comunicação eletrônica sob tutela do Estado e monopolizam, respectivamente, a rádio e a teledifusão no país.. Estrutura do trabalho Este trabalho encontra-se estruturado em 4 capítulos. No primeiro capítulo fazemos à abordagem a cerca de dados básicos sobre a comunicação social em Moçambique, onde apresentamos geograficamente o país e seus aspectos históricos, isto referente aos 25 anos após a Independência Nacional. Resumidamente destacamos a historicidade dos meios de.

(20) 121 comunicação, bem como problemas enfrentados por estes durante o período da guerra civil que durou 17 anos. Ainda neste capítulo, abordamos o processo da democratização dos meios de comunicação iniciado logo após a aprovação da Constituição de 1990 e da Lei de Imprensa 18/91, ambas garantindo a liberdade de expressão e da imprensa; o surgimento de novos órgãos de comunicação social de orientação privada e o início do movimento das rádios e televisões comunitárias país. A historicidade dos meios de comunicação social moçambicanos também é analisada neste capítulo com destaque ao surgimento e evolução dos serviços de radio e de televisão no país. No mesmo capítulo, abordamos a evolução dos serviços de radiodifusão e os de televisão moçambicanos, para depois falarmos do surgimento das novas emissoras tanto da rádio como da televisão no país. No segundo capítulo iniciamos com abordagem teórica da comunicação para o desenvolvimento, assunto “guarda-chuva” do nosso trabalho, onde discutimos diversos conceitos de vários estudiosos da matéria. Nossa abordagem sobre este assunto se cinge na problemática do desenvolvimento e na desigualdade social que se vive não só em Moçambique, como na maioria dos países do Terceiro Mundo. Neste capítulo analisamos, também, os conceitos da comunicação para o desenvolvimento no contexto moçambicano; o conceito da comunidade e do desenvolvimento local, com os sub-pontos que enfocam o local como espaço de participação comunitária e esta nos programas de desenvolvimento local baseado nas práticas da agricultura familiar. No ponto de número 5 iniciamos a abordagem dos. conceitos. e. elementos. do. desenvolvimento. local. sustentável,. analisando. comparativamente o que isso seria num país subdesenvolvido como Moçambique. A discussão sobre o desenvolvimento local sustentável nos leva a fazermos uma análise sobre o associativismo e o cooperativismo como alguns dos fatores do desenvolvimento sustentável local. A radiodifusão comunitária aparece como fator complementar do desenvolvimento local. A discussão sobre este assunto é feita no terceiro capítulo deste trabalho, onde, inicialmente, fazemos a abordagem da radiodifusão e da teledifusão comunitárias em Moçambique, para depois falarmos dos seus aspectos históricos, bem como da evolução do movimento das rádios comunitárias que veio a constituir-se em um “Fórum Moçambicano das Rádios Comunitárias de Moçambique”. No mesmo capítulo debruçamo-nos sobre o projeto “Rede Rural de Rádio e Televisão Comunitária” criado em 1995 pelo então Instituto Nacional.

(21) 131 de Desenvolvimento Rural e que, em 2000, passou para a administração do Instituto de Comunicação social, a qual já possui não menos de 7 TVs comunitárias, todas financiadas pelo Estado. No entanto, fazemos um relato resumido do que constatamos nas 8 rádios comunitárias por nós visitadas. Não podíamos terminar este capitulo sem que analisássemos um pouco o problema da ausência do quadro legal das rádios e televisões comunitárias, o que cria embaraços no seio dos operadores da área. O uso das línguas moçambicanas também não podia ser deixado de lado. Afinal, a comunicação comunitária é feita nas línguas que o povo bem entende. O movimento das rádios comunitárias ganhou espaço na sociedade moçambicana, pois nos telecentros instalados pelo Centro de Informática da Universidade Eduardo Mondlane, a componente rádio comunitária faz parte, havendo nesse sentido sido instaladas emissoras em três telecentros existentes na Província de Maputo, nomeadamente nos distritos de Namaacha, Manhiça e Xinavane/Magude. O quarto capítulo – o último - analisa a comunicação comunitária como formato do desenvolvimento sustável. Este capítulo subdivide-se em três sub-temas, nomeadamente a que aborda a comunicação comunitária como elemento da formação e transformação do cidadão, bem como a participação deste nas ações de desenvolvimento da sua comunidade. Também analisamos a questão da programação das rádios comunitárias, para no fim falarmos da comunicação comunitária como alavanca do desenvolvimento local, regional e nacional. Acreditamos sim, a partir da visão da nossa pesquisa empírica, que a comunicação comunitária como um todo e, em particular, as rádios e televisões comunitárias, exercem um papel significativo na educação e capacitação das pessoas para enfrentarem os desafios que lhes são impostas pela pobreza absoluta em que se encontram mergulhadas. Acreditamos ainda que as rádios e televisões comunitárias tenham dado uma maior contribuição para o desenvolvimento das comunidades locais e rurais, o que reflete, em grande medida, no processo de desenvolvimento que o país pretende alcançar..

(22) 141. Capítulo I DADOS BÁSICOS SOBRE COMUNICAÇÃO SOCIAL EM MOÇAMBIQUE. 1.. Aspectos históricos Moçambique situa-se na costa oriental da África, faz fronteira com a Tanzânia (ao. norte), Zâmbia e Zimbábue (a oeste), África do Sul e Suazilândia (ao sul), e é banhado pelo oceano Índico (a leste). Sua superfície equivale a 801.590 km2, dos quais, 13.000 km2 correspondem a águas interiores. Sua população é estimada em cerca de 19.420.036 de habitantes, dos quais 87% residem nas zonas rurais e os restantes, 13%, nas zonas urbanas1. O português é a língua oficial, adotada logo após a proclamação da Independência Nacional, mas poucos o podem falar e/ou escrever; a maioria da população fala as mais de 16 línguas locais diferentes ou uma das suas variantes. Em 1975, mais de 92% da população era analfabeta. Atualmente, o analfabetismo baixou para 56,7%, índice que seria mais reduzido se não tivesse havido guerra civil por 17 anos, a qual destruiu grande parte da infra-estrutura econômica e educacional do país. O índice de analfabetismo tem a sua maior incidência na área rural, onde chega a atingir 68%, e entre as mulheres, afetando aproximadamente 71,2% delas .2 Moçambique é um país com população jovem, pois 45% é constituída por crianças com idades compreendidas entre 0 e 14 anos. Herdando profundas marcas de analfabetismo e dependência econômica na época da independência, Moçambique foi, durante 17 anos,. 1 2. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas, 2005. Os dados referem-se exatamente às pessoas que não sabem ler e nem escrever, tanto em língua. portuguesa como em línguas locais..

(23) 151 governado por um sistema de partido único de filosofia socialista3, liderado, nos primeiros 11 anos, pelo primeiro Presidente da República, Samora Moisés Machel, o qual defendia:. . A consolidação da edificação da nação;. . A reconstrução e o desenvolvimento da economia nacional;. . A eliminação da discriminação racial, regional e tribal;. . A criação de redes nacionais de ensino, saúde e justiça. Mesmo com a derrota do colonialismo português e a ascensão à independência. nacional, o país não conheceu a paz. Como acima referimos, desde cedo, por ter optado por um sistema de governo socialista e se juntado à comunidade internacional na oposição ao regime ilegal de Ian Smith, Moçambique sofreu ataques militares da Rodésia, contra alvos econômicos e sociais e contra os campos de refugiados zimbabueanos. Alcançada a Independência do Zimbábue, em 1980, continuou a ser palco de guerra, pois o grupo armado criado pelos serviços secretos rodesianos, denominado de Movimento Nacional de Resistência (MNR), mais tarde Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) passou a ser financiado pelo regime segregacionista da África do Sul, que garantiu seu treinamento e apoio logístico, numa tentativa de manter sua dominação política e econômica na região e evitar o desenvolvimento interno do movimento anti-apartheid. Assim, a guerra se desenvolveu ao longo da década de 1980, numa estratégia de destruição generalizada cujas ações incidiram principalmente sobre infra-estruturas socioeconômicas e contra os civis, particularmente os das áreas rurais. No mesmo período o país enfrentou, também, sucessivos momentos de secas e cheias em diferentes regiões, perdendo inúmeras infra-estruturas econômicas e sociais. A fome e a pobreza generalizadas também fizeram parte do processo da desestabilização do país, chegando a ponto de, em 1987, o governo declarar situação de emergência e pedir assistência à comunidade internacional e, no mesmo ano ser lançado o Programa de Reabilitação Econômica, com apoio do Banco Mundial e do FMI, com a finalidade de promover:. 3. Constituição da República Popular de Moçambique. Maputo: Governo de Moçambique, 1975..

(24) 161 . A introdução de mais dinamismo na gestão econômica e a promoção do empresariado nacional;. . O restabelecimento do equilíbrio financeiro e a criação de alicerces para o crescimento da economia nacional;. . A inversão do declínio da produção para assegurar os níveis mínimos de rendimento e consumo;. . O fortalecimento da balança de pagamentos e a garantia da estabilidade econômica. Em resposta às medidas acima, o documento “Perfil de Moçambique” (2001, p. 2). refere que o PIB cresceu cerca de 5% de 1987 a 1989. No entanto, o país não conseguiu manter este ritmo, tendo sido registrado, em 1992, último ano da guerra civil, um resultado negativo de -3,3%. A situação voltou a mudar nos anos seguintes ao Acordo Geral de Paz assinado em Roma em 4 de outubro de 1992. Na arena política, as mudanças começaram a acontecer anos depois da morte do presidente Samora Moisés Machel (19 de outubro de 1986), vítima de acidente de aviação. Joaquim Alberto Chissano, até então ministro dos Negócios Estrangeiros, que foi nomeado presidente, iniciou imediatamente um processo de reformas políticas que culminaram com a aprovação, pela Assembléia da República (Parlamento), da nova Constituição da República, dando-se, assim, os primeiros passos do processo de transformações políticas e sociais no país. Com a adoção da nova “constituição multipartidária”, em 1990, o processo de transformação e renovação da sociedade moçambicana levado a cabo pelo governo, conheceu aceleração e aprofundamento com vista a alcançar um novo rumo para a pacificação e para o conseqüente desenvolvimento nacional. Trata-se de um processo que ocorreu – e ocorre – num esforço de concretizar o princípio de “mudança política, social, econômica e cultural” por meio das comunidades locais, evitando, na medida do possível, rupturas que possam desgovernar a sociedade e o Estado. Assim, foram aprovadas novas leis e reformadas as instituições públicas. A Constituição da República (1990) introduziu alterações importantes em vários aspectos de interesse da sociedade moçambicana, das quais podemos destacar uma maior atenção dedicada:.

(25) 171 . Aos direitos individuais e aos coletivos; À transição do sistema monopartidário ao multipartidário;. . À passagem da economia centralmente planificada à economia de mercado;À criação de diversas legislações, como a Lei dos Partidos;À Lei de Imprensa;À Lei do Direito à Criação de Associações;À Lei do Direito à Greve e leis que adaptam as estruturas e as instituições de justiça, da polícia e dos serviços de segurança do Estado. Em simultâneo com as reformas, ocorriam em Roma, a partir de 1990, as conversações. diretas entre o governo e a Renamo, que levaram à assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992. Esse acordo estabeleceu, entre muitos aspectos, a realização das Primeiras Eleições Gerais e Multipartidárias por sufrágio universal direto, secreto e pessoal, em outubro de 1994, para, em maio de 1998, realizarem-se as Primeiras Eleições Municipais, em 33 municípios. O processo da descentralização administrativa do país está sendo feito, de forma gradual, para outras cidades e vilas não abrangidas nas eleições de 1998, e disso resultou a realização, em 9 de outubro de 2003, das Segundas Eleições Municipais por sufrágio universal, quando mais cidades e vilas passaram a gozar do estatuto de município. Deve-se salientar que a democracia multipartidária criou raízes em Moçambique, pois após a realização das primeiras eleições gerais e multipartidárias para a escolha do Presidente da República e dos Deputados da Assembléia da República, as segundas aconteceram em 1999, e as terceiras eleições gerais, em 2004. Neste momento, Moçambique conta com mais de 20 partidos políticos, sendo a Frelimo e a Renamo os com maior numero de filiados. Na área social, a Constituição da República de Moçambique, no seu artigo 74, garante a todos os cidadãos o direito à informação, à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão. Na base dos direitos e liberdades consagrados na Constituição, a Assembléia da República aprovou, em 1991, a Lei de Imprensa (Lei nº. 18/91 de 10 de agosto), dando abertura para que, em 1997, o governo adotasse uma “Política e Estratégias da Informação” com os seguintes objetivos: a) O aperfeiçoamento da comunicação entre o governo e os cidadãos, por meio dos órgãos de informação; b) A cobertura efetiva do território nacional pelos órgãos de informação do setor público;.

(26) 181 c) A melhoria do acesso dos cidadãos aos meios de comunicação social, particularmente nas zonas rurais; d) O aumento do fluxo de informações sobre o país em nível interno e internacional. Em relação às reformas constitucionais e comunicacionais, Tinga afirma que a concretização, tanto do artigo 74 da Constituição da República como da Lei nº. 18/91, só será possível quando todos os membros da sociedade moçambicana exercerem livremente o seu direito de expressão de forma inalienável, isto é: Quando todos gerarmos e intercambiarmos os nossos próprios temas e mensagens, solidarizarmo-nos na criação do conhecimento, soubermos compartilhar sentimentos, organizarmo-nos e adquirirmos o poder coletivo, resolveremos os problemas comuns e contribuiremos para a transformação de modo que a sociedade moçambicana se torne livre, justa e participativa (TINGA, 1996, p. 5).. A opinião de Tinga é sustentada por Bordenave quando refere que: O aproveitamento ótimo do poder da comunicação para a expressão, o relacionamento e a participação, dentro de um projeto geral de transformação social, implica a tomada de uma série de medidas pela sociedade, começando pela procura de novas formas de apropriação e administração dos meios, até melhores formas de capacitação das pessoas no uso da comunicação (BORDENAVE, 1982, p. 94).. Isso porque a comunicação de massa é o pré-requisito elementar para a vida humana e a ordem social; ela é a precondição indispensável para a existência de todo e qualquer sistema social e permeia todos os aspectos da vida em sociedade. Com isto, pretendemos afirmar que a comunicação representa, por assim dizer, a própria base do processo social, porque sem comunicação não há ação organizada. Tanto a formação quanto a manutenção de sistemas sociais só podem ser possíveis se as pessoas envolvidas no processo estiverem interligadas por meio da comunicação. Assim, comunicação não significa apenas a transmissão de informações, mas também participação organizada da população-alvo..

(27) 191 É nesse contexto que nos propomos a estudar, no âmbito da comunicação para o desenvolvimento, a comunicação de massa comunitária, isto é, o papel das rádios e televisões comunitárias no processo de desenvolvimento que deve começar na comunidade e com a participação desta, com vista à redução da pobreza absoluta no país.. Mapa 01 – Localização geográfica de Moçambique. 2.. Os meios de comunicação social em Moçambique pós-independente. No governo de transição saído do Acordo de Lusaka, assinado em 7 de setembro de 1974 por Samora Moisés Machel, presidente da Frelimo, e António de Espínola, presidente de Portugal, o Ministério da Informação, dirigido por Jorge Rebelo, tinha como funções principais:.  Coordenar o trabalho dos órgãos de informação falada e escrita;  Lançar palavras de ordem para esses mesmos órgãos, para a formação de uma nova mentalidade moçambicana, tão intoxicada pela deturpação e distorção que caracterizou a ação dita informativa do anterior regime português e cujos efeitos não tinham sido sanados desde o dia 25 de abril;  Promover a criação de jornais regionais;.

(28) 201  Divulgar a realidade de um Moçambique liderado pela Frelimo e incrementar o conhecimento do país nos planos interno e externo;  Orientar para que toda a informação falada, escrita e visual tenha um cunho formativo e educativo. Esse ministério organizou o 1º seminário realizado após a instalação do governo de transição, de 16 a 18 de novembro de 1974, intitulado “Informação e Mudança Política” que, segundo Jane (1990, p. 161), teve as seguintes conclusões principais:  Fomentar e apoiar a rápida realização de um curso de jornalismo;  Realizar seminários entre profissionais da informação em atividade, como forma de reciclagem e de desintoxicação mental;  Promover seminários com membros do Partido que, ao longo da luta por libertação, desempenharam tarefas relacionadas com a informação;  Obtenção, estudo e divulgação de documentos de outros países sobre informação e estudo da possibilidade de estagiar em outros países e de convidar profissionais da informação estrangeira, designadamente dos países africanos, para fazer estágio em Moçambique;  Direta orientação política da Rádio Clube de Moçambique por comissário(s) político(s), por se julgar ser a melhor indicação dada a sua grande experiência de se comunicar com as massas;  Criação de grupos de trabalho para melhor conhecimento da linguagem (dos dialetos e da língua portuguesa) e até das diversas matérias tratadas;  Criar grupos de apoio (voluntários) à rádio moçambicana, dadas às dificuldades atuais de produção. Com a proclamação da Independência Nacional, Moçambique passou a necessitar de uma política de educação e mobilização populacional, para as atividades de produção, defesa e construção de um estado socialista, que fosse implantada nos bairros e aldeias comunais que haviam sido criados em todo o território nacional. Ao assumir o poder total, a Frelimo passou a se definir como a “única força dirigente” da sociedade moçambicana, legitimando assim o seu poder decisivo sobre todas as estruturas do Estado, e justificando-o pela necessidade de.

(29) 211 garantir que tais estruturas “servissem os interesses da classe operária camponesa” (MACHIANA, 2002, p.71). Para Machiana, esse princípio se estendeu “aos órgãos de informação, estabelecendo-se que sob a direção da Frelimo se alterava o conteúdo da rádio e da imprensa escrita, destituíam-se todos os vestígios da Informação colonial fascista e burguesa, e constituía-se uma ‘informação de classe’ profundamente ligada às massas trabalhadoras, exprimindo o interesse da aliança operária camponesa”. Apesar de o artigo 27 da Constituição da República Popular de Moçambique garantir, a todos os cidadãos, o gozo de “liberdade de opinião, de reunião e de associação”, o referido artigo nuca teve regulamentação, por não haver, no seio da Frelimo, experiência suficiente que permitisse legislar atividades de comunicação social. A Constituição aprovada na véspera da Independência Nacional pelo Comitê Central da Frelimo era de modelo socialista. Não fazia nenhuma menção quanto à liberdade de expressão ou de imprensa. Somado isso à força do artigo 79, que revogava toda a lei anterior contrária – o que significava a não aplicação da legislação colonial existentes à época –, os órgãos de comunicação social operavam sem nenhum instrumento legal para a sua atividade. Sem nenhuma legislação que pudesse orientar o funcionamento dos meios de comunicação social, o governo não teve alternativa e trabalhou na base de decretos-lei. O decreto nº. 1/75 de 27 de julho, no seu artigo 16, atribui ao Ministério da Informação a competência da “difusão da linha política da Frelimo e da ação do governo em nível das camadas populares, a fim de que todo o povo conheça, compreenda e assuma o processo revolucionário”. Mais adiante, o mesmo decreto acrescenta que o Ministério da Informação, por meio da ampla circulação da informação, “fomenta a contínua troca de experiências entre a massa popular, em contato constante com a direção, reforçando a participação do povo no exercício da verdadeira democracia e consolidando a unidade nacional”. Refere ainda o mesmo decreto que esse ministério tinha a competência de organizar, controlar e orientar a difusão de notícias e de controlar e orientar a atividade editorial e as atividades de propaganda política no país. Como se pode perceber, a função controladora do Ministério da Informação estava patente em todos os órgãos de comunicação social. O governo tinha poder de intervir sempre que achasse que este ou aquele órgão de informação agia de forma contrária aos ideais da sua.

(30) 221 política. Segundo Magaia (1994, p. 42), “Nenhuma informação ia ao ar ou era publicada em jornais e revistas sem que tivesse passado pelo DTIP - Departamento do Trabalho Ideológico do Partido, isto porque todos os meios de comunicação eram controlados pelo partido no poder. Os jornalistas eram tidos como legítimos intérpretes do sentimento popular junto do poder e deste junto da população”. A Rádio Clube de Moçambique, que vinha operando em quase todo o território nacional durante o período colonial, foi extinta e criou-se a Rádio Moçambique, com a tarefa de informar, educar, mobilizar e organizar a população moçambicana para as tarefas de construção de uma nova nação. Para isso, foi chamada a adotar para os seus programas não só a língua portuguesa, proclamada pelo Partido Frelimo e pelo governo como língua oficial do país, como também as línguas moçambicanas mais faladas. Afinal, a Rádio Moçambique detinha – e detém até o presente momento – o monopólio da radiodifusão em todo o território nacional. Os jornais Notícias, e Diário de Moçambique bem como a revista Tempo, principais publicações que circulavam até 1975, também foram enquadrados na nova política de “informar, educar, mobilizar e organizar a população para as tarefas de construção de uma nova sociedade moçambicana”. Depois da independência de Moçambique, em 1975, o Ministério da Informação teve como uma das suas principais tarefas traçar uma nova política de comunicação social com a finalidade de levar a informação às comunidades essencialmente rurais, em benefício de uma melhor produção agrícola, saúde, educação, bem como melhorar o nível de vida da população. Para permitir que esses princípios fossem executados foi necessário criar, em 1977, o Gabinete de Comunicação Social, que dez anos depois foi transformado em Instituto de Comunicação Social (ICS). A criação do referido gabinete foi possível pelo financiamento do Unicef conseguido por meio de um acordo de cooperação técnico-financeira assinado entre esta agência e o Ministério da Informação. Como projeto do Ministério da Informação, o Gabinete de Comunicação tinha como uma das suas principais funções procurar formas e meios que possibilitassem o.

(31) 231 estabelecimento de um sistema de comunicação de caráter comunitário nos bairros e aldeias comunais. Dessa forma, o Gabinete de Comunicação Social desempenhou o seu papel de conceptor, produtor e difusor de informações em benefício do desenvolvimento das comunidades rurais com base em suas reais necessidades e preocupações. Assim, constituíam perspectivas do projeto de comunicação social nas zonas rurais: 1. Preencher o espaço que não era ocupado pelos meios de comunicação convencionais por razões de ordem técnica, social e econômica; 2. Incentivar uma educação permanente que possibilitasse, de maneira direta, o desenvolvimento de uma programação educativa que pudesse influenciar as velhas mentalidades da população (JANE, 1997, p. 8). O processo de educação permanente então projetado pelo Ministério da Informação, por intermédio do seu Gabinete de Comunicação Social, tinha como princípio o apoio direto aos agentes da saúde, professores, alfabetizadores, técnicos agrários e líderes das comunidades e aldeias comunais, e funcionava, também, como veículo dinamizador da libertação e emancipação da mulher. No processo de implementação dessa experiência foi necessário, em primeiro lugar, realizar em três províncias do país (Cabo Delgado, Nampula e Gaza) um trabalho de pesquisa que possibilitasse conhecer as realidades locais e comparar a evolução, o grau de participação das populações dos bairros e aldeias comunais onde o projeto seria desenvolvido e, também, a integração do mesmo dentro do quadro institucional e das estruturas de níveis local, distrital, provincial e nacional. Na fase experimental do projeto, “só se utilizava como meio de comunicação os centros de comunicação social, centros de escuta coletiva e unidades móveis, equipado cada um com alto-falantes, gerador elétrico (onde não havia energia), toca-discos, toca-fitas, receptor radiofônico, amplificador do sinal, videocassete, televisor e microfone” (Comunicando nº. 00/97). Tanto os centros de comunicação como os de escuta coletiva haviam sido criados nos bairros e nas aldeias organizados pelo governo logo após a Independência Nacional, para aglutinar a população rural e dotá-la de serviços sociais adequados. Nos centros de comunicação social passavam-se documentários em videocassetes (VT), programas.

(32) 241 educativos em cassetes de áudio, filmes; assistia-se a peças de teatro e espetáculos de música; adquiriam-se jornais e revistas, principalmente o jornal O Campo, de propriedade do Gabinete de Comunicação Social; o “jornal de parede” era feito por uma equipe de redatores locais. Nos centros de escuta coletiva os membros da comunidade ouviam os programas e noticiários da Rádio Moçambique, que eram recebidos e retransmitidos pelos alto-falantes instalados nos respectivos centros. As unidades móveis levavam todos os materiais impressos e rádio e videodifundidos veiculados nos centros, para distribuição e retransmissão nas comunidades rurais onde ainda não havia sido instalado nenhum centro de comunicação ou de escuta coletiva. Depois do período experimental, que durou quase cinco anos, foi necessário reformular o plano de utilização dos meios de comunicação e adequá-los à nova realidade, bem como adequar os programas e materiais educativos que eram produzidos pelo Gabinete de Comunicação Social à realidade das comunidades. Assim, optou-se pela utilização combinada dos meios eletrônicos de longo alcance (a rádio e a televisão), como complemento dos outros meios até então utilizados e transformou-se o então Gabinete em Instituto de Comunicação Social (ICS), por meio do decreto nº. 01/89, de 27 de março de 1989. A nova instituição também foi vinculada ao Ministério da Informação, com os seguintes objetivos principais:. . “Concepção, produção, difusão e avaliação dos materiais informativos e educativos em apoio aos projetos e programas de desenvolvimento, em particular das comunidades rurais;. . “Participação na execução de programas e projetos de desenvolvimento setorial e integrado orientados para a melhoria das condições de vida da população em geral e das comunidades rurais em especial, com prioridade para as áreas da saúde, educação, agricultura, água, construção, tecnologias básicas e outras atividades que visam à elevação do nível cultural e social do povo;. . “Promoção do fluxo de informação entre as diversas comunidades camponesas e a nível nacional;. . “Implementação e consolidação da rede de correspondentes populares do país;.

(33) 251  “Participação na concepção e recolha de opiniões no sentido do melhoramento progressivo dos conteúdos informativos dos órgãos de informação nacionais” (Estatuto Orgânico do Instituto de Comunicação Social, março de 1989, p. 5). Para a concretização desses objetivos, foi necessário incorporar ao estatuto as atribuições das quais são destacadas as seguintes:  “Utilização combinada dos meios modernos e tradicionais de comunicação, de forma a suscitar melhorias nos métodos de organização e de trabalho das comunidades rurais;  “Realização de atividades de experimentação no domínio da comunicação social sobre linguagem, recepção, compreensão e retenção das mensagens;  “Organização de palestras, debates e seminários em volta do uso dos meios de comunicação no processo de educação permanente das comunidades, especialmente as rurais;  “Produção e edição de documentários em áudio e videocassete, sobre programas das atribuições e objetivos do ICS, com o intuito de promover o desenvolvimento cultural, social e econômico das comunidades rurais” (Estatuto Orgânico do Instituto de Comunicação Social, 1989, p. 5, grifo meu). Com a eclosão da guerra civil que fustigou o país por quase 17 anos e destruiu boa parte das suas infra-estruturas, o ICS perdeu grande parcela do seu equipamento, ficando em funcionamento, até 1996, apenas:  Quatro centros (uma em cada uma das províncias de Tete, Nampula, Inhambane e Maputo);  Cinco unidades móveis distribuídas em cada uma das seguintes províncias: Tete, Cabo Delgado, Zambézia, Manica e Maputo (JANE,1997, p. 17). Dos órgãos que cobriam o país (incluindo as áreas rurais), apenas a Rádio Moçambique ficou em funcionamento mesmo no período da guerra. As ações de caça aos jornalistas, pela Renamo, eram intensas, pois estes eram vistos como “difamadores” do.

(34) 261 movimento e aliados do governo e da Frelimo. Mesmo enfrentando o fogo cruzado da guerra, os jornalistas da Rádio Moçambique, estacionados em várias regiões do país, faziam de tudo para alimentar os emissores provinciais e a emissão nacional, e contavam também com o apoio dos correspondentes populares do Instituto de Comunicação Social. Foi nesse período que o Instituto de Comunicação social se destacou muito com o seu programa Campo e Desenvolvimento, dedicado à população camponesa. Depois da Independência Nacional, todos os meios de comunicação social passaram para o controle direto do governo e do Partido Frelimo. Essa medida visava a controlar e orientar os meios de comunicação social, no sentido de implementarem as tarefas concebidas pelo Partido, de forma a tornarem-se instrumento eficiente de difusão da sua ideologia e desempenhar um papel essencial no processo de educação e mobilização da população para as ações de desenvolvimento nacional. Neste âmbito, a Rádio Clube de Moçambique e a Voz de Moçambique, bem como outros tantos órgãos de informação que até aquele momento operavam no território moçambicano, foram recriados e passaram a obedecer a novos critérios de transmissão de informação ao povo que, na sua maioria, é constituído de camponeses que só se comunicam por suas línguas locais. Portanto, um decreto presidencial de 21 de setembro de 1975 cria a Rádio Moçambique e os postos regionais passaram a se chamar “emissores provinciais”. A Rádio Moçambique “teria como tarefa principal a produção e a emissão de programas radiofônicos para todo o território nacional e em cadeia com os emissores provinciais” (JANE, 1990, p. 121). A partir daquela data, a Rádio Moçambique passou a ter novas características, dando um pouco de autonomia aos emissores provinciais no sentido de ocuparem mais tempo com a veiculação de informações em línguas moçambicanas, reservando-se a língua portuguesa – língua oficial – para informações geradas diretamente da emissora nacional da Rádio Moçambique, ou mesmo dos emissores provinciais, desde que se tratasse de assuntos de interesse nacional. O Governo Revolucionário constituído pela Frelimo logo após a proclamação da Independência Nacional criou o Ministério da Informação com a missão principal de:  Coordenar, sob orientação do Partido, as atividades de comunicação social;.

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