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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final

Unidade Curricular Estágio Profissionalizante

Mestrado Integrado em Medicina | Nova Medical School | Universidade Nova de Lisboa

João Miguel de Matos Carvalho | 2014252

Regente: Professor Doutor Rui Maio Orientadora: Professora Doutora Ana Neto

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Conteúdo

I - Introdução ... 2

II - Descrição dos Estágios Práticos Curriculares ... 2

Cirurgia Geral | Hôpitaux Universitaires de Genève (HUG), Suíça ... 2

Medicina Geral e Familiar | Unidade de Saúde Familiar (USF) Feijó ... 3

Pediatria | Hospital Dona Estefânia (HDE) ... 4

Saúde Mental | Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF) ... 4

Ginecologia e Obstetrícia | Hospital Lusíadas Lisboa (HLL) ... 5

Medicina | Hospital Egas Moniz (HEM) ... 6

III - Descrição de Atividades Formativas ... 6

IV - Atividades Extracurriculares ... 7

V - Reflexão Crítica ... 7

VI – Bibliografia ... 10

VII – Anexos ... 10

Imagem de Capa: Pintura "O Mestre" (1914), por Carlos Bonvalot. Exposto no Edifício Sede da Nova Medical School, o quadro retrata uma aula de Anatomia ministrada pelo Professor Henrique Vilhena na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

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I - Introdução

É com extraordinário sentido de dever cumprido que início a redação deste documento que retrata os últimos 10 meses do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), que compreenderam os estágios de Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Psiquiatria, Ginecologia e Obstetrícia, e Medicina. Trata-se do momento de afinação de todas as capacidades técnicas, científicas e sociais que capacitarão o veterano estudante de medicina a tornar-se no jovem médico.

No início deste ano letivo, procedi a uma reflexão relativa ao culminar dos 6 anos do MIM, tendo adotado como os meus principais objetivos, o desenvolvimento de conhecimentos teóricos, atitudes e comportamentos profissionais, aptidões clínicas e procedimentos práticos, e aptidões interpessoais de comunicação, por considerar que são essenciais à formação do futuro médico.

O presente relatório é referente ao período compreendido entre setembro de 2019 e junho de 2020 inclusive. Primeiramente, focarei em cada um dos estágios, os objetivos e atividades realizadas, tendo em anexo, gráficos ilustrativos da casuística das patologias ou áreas observadas. De seguida, descreverei as atividades de formação académica, pessoal e social que demonstraram um papel de realce na minha formação. Por fim, apresentarei uma reflexão pessoal crítica de cada um dos estágios parcelares dos últimos 10 meses, terminando com um resumo geral destes dois ciclos académicos.

II - Descrição dos Estágios Práticos Curriculares

Cirurgia Geral | Hôpitaux Universitaires de Genève (HUG), Suíça

Este ano letivo teve o seu início em Genebra, onde realizei o estágio parcelar de Cirurgia Geral, tendo este sido dividido em duas áreas de interesse: a Ortopedia e a Cirurgia Torácica e Endócrina (estágios realizados durante os meses de setembro e outubro, respetivamente, com a carga horária de 40 horas semanais).

No primeiro mês, foquei-me em consolidar os conhecimentos previamente adquiridos ao longo do MIM, assim como a aplicação na prática clínica alusivas ao vasto leque de patologias músculo-esqueléticas. No âmbito da concretização destes objetivos, foi me concedida a oportunidade de explorar ao pormenor as patologias referentes aos ligamentos e meniscos da articulação do joelho. Em ambiente de bloco operatório, participei como 2º ajudante em 7 reconstruções de ligamentos do joelho por artroscopia, 9 reparações do menisco por artroscopia do joelho, 1 artroplastia do joelho, 2 cirurgias da mão e 1 cirurgia do tornozelo. Observei ainda 9 artroscopias do joelho por patologia do menisco, 4 reconstruções de ligamentos do joelho e 3 cirurgias da mão. Durante o estágio assisti a 93

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consultas de patologia dos ligamentos e meniscos do joelho e pratiquei técnicas de artroscopia de joelho num simulador da unidade de investigação cirúrgica. Da panóplia de procedimentos acima referidos, destaco a abordagem de um caso de luxação da articulação do joelho, tendo sido necessária uma reconstrução síncrona dos 2 ligamentos cruzados do joelho.

De seguida, transitei para o serviço de Cirurgia Torácica e Endócrina, onde tracei como objetivos: aperfeiçoar conhecimentos cirúrgicos de patologia do pulmão, pleura e caixa torácica, obtidos durante o MIM, assim como consolidar conhecimentos de abordagens das neoplasias da tiróide, e de outras patologias desta glândula com tratamento cirúrgico. Ao longo do mês de outubro, foi-me possível realizar diários clínicos de doentes internados, observar 12 consultas internas para colocação de drenos torácicos, e 22 consultas externas de seguimento. Mais uma vez, em ambiente de bloco operatório, participei como 2º ajudante em 10 tiroidectomias (totais e parciais) e 3 paratiroidectomias. Observei também 8 tiroidectomias, 1 receção da parede torácica por um sarcoma e 1 receção em cunha pulmonar. Realço ainda que em situação de dia de greve, por carência de funcionários de bloco operatório, instrumentei 4 tiroidectomias, tendo sido esta uma experiência memorável e única que me permitiu ter uma visão díspar, porém integradora de todos os constituintes da equipa operatória. Elaborei ainda uma apresentação acerca das Micobactérias não tuberculosas.

Medicina Geral e Familiar | Unidade de Saúde Familiar (USF) Feijó

O estágio de Medicina Geral e Familiar decorreu durante o mês de novembro, sob a alçada da Dra. Cátia Cerqueira. Neste estágio visei capacitar-me de técnicas de condução das várias fases da consulta, de técnicas de abordagem centrada no doente, e de competências interpessoais e de comunicação, adaptando-me às patologias mais frequentemente observadas.

Sendo este um estágio com maior grau de autonomia, executei 20 consultas de doença aguda e 5 consultas de saúde de adultos. Nestas, dirigi sozinho as 4 fases iniciais da consulta, finalizando-a sempre em conjunto com a minha tutora. Relativamente à minha intervenção no âmbito da consulta, era-me dada a oportunidade de apresentar uma proposta de diagnóstico e abordagem terapêutica. Assisti ainda a 82 consultas de saúde do adulto (com diversas vertentes como a hipertensão arterial, a diabetes e a saúde mental), a 19 consultas de saúde infantil e a 15 consultas de planeamento familiar. Acompanhei ainda a minha orientadora a 1 domicílio, e a enfermeira da equipa a 7 domicílios, tendo estes permitido a compreensão do doente num ambiente fora dos serviços de saúde e todas as suas vantagens e desvantagens. Por se tratar de um estágio com patologias diversas, revi os temas mais frequentes das consultas vivenciadas, tendo elaborado um seminário para o corpo médico da USF relativo às guidelines de abordagem da dislipidemia da Sociedade de Cardiologia Europeia (2019).

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Pediatria | Hospital Dona Estefânia (HDE)

Sob a tutela do Prof. Dr. João Neves, realizei o meu estágio de Pediatria no HDE. Estabeleci como objetivos: aprofundar e sistematizar conhecimentos prévios das principais patologias e planos terapêuticos em idade pediátrica. Por interesse pessoal, visei ainda observar a maior diversidade possível de subespecialidades.

Durante o período em que estive no HDE foi-me possível assistir a 20 consultas no serviço de urgência, 13 consultas de imunodeficiências primárias, 12 consultas de tumores neurocutâneos, 7 consultas de imunoalergologia e 3 consultas de reumatologia. Acompanhei ainda, durante um dia, alguns tutores dos serviços de hematologia, cardiologia, medicina e da unidade de cuidados intensivos, tendo assim uma visão mais alargada dos seus domínios de ação. Saliento neste estágio, a oportunidade de discussão de diversos casos de imunodeficiências primárias com o meu tutor, recordando conceitos da área de imunologia e fazendo assim associações entre o genótipo e fenótipo destas patologias singulares.

Apresentei no final do estágio um seminário intitulado “Hipertensão Arterial em Pediatria” tendo por base científica guidelines americanas e europeias. A análise deste tema prendeu-se pelo facto de se tratar de uma patologia séria, algo frequente e, por vezes, negligenciada no seu rastreio no âmbito pediátrico.

Saúde Mental | Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF)

No início do segundo semestre, sob a orientação do Dr. Júlio Naique, segui a Equipa Comunitária de Queluz do Serviço de Psiquiatria do HFF na sua rotina clínica. Para este estágio foquei-me na consolidação de conhecimentos teóricos e práticos já adquiridos ao longo do MIM, mais especificamente nos conceitos relacionados com as patologias mais frequentes em contexto clínico, e no seu plano de abordagem terapêutico dos doentes psiquiátricos.

Sendo este estágio, um estágio caracterizado por se desenrolar em contexto comunitário, foi importante o enquadramento do doente na sua envolvência social e cultural, constando, por vezes, no seu plano terapêutico, o acompanhamento e envolvimento de entidades e associações locais de reintegração e ocupação. Elogio esta coordenação meticulosa pela sua perspetiva humanística e harmoniosa na passagem entre o meio hospitalar e o ambiente em comunidade. A maioria dos doentes observados eram já seguidos por esta equipa há alguns anos, sendo, portanto, as consultas focadas no seguimento das condições clínicas previamente conhecidas. Foi assim possível o contacto com as patologias mais frequentes de Saúde Mental, tendo sido notória a predominância da perturbação

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depressiva grave, perturbação bipolar e a perturbação da ansiedade generalizada. De modo a exercitar o raciocínio clínico e de diagnóstico, acompanhei igualmente membros da equipa no Serviço de Urgência, de modo a poder contactar com patologias psiquiátricas em fase aguda.

Ressalvo ainda, o papel de todos os intervenientes da Equipa de Queluz que, diariamente, formam a interface entre os doentes psiquiátricos na comunidade e o meio hospitalar, que me proporcionaram uma visão mais humana, contribuindo assim, para a desconstrução de preconceitos perante a Saúde Mental.

Ginecologia e Obstetrícia | Hospital Lusíadas Lisboa (HLL)

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia, orientado pela Dra. Daniela Sobral, realizou-se no HLL. Delineei como objetivos primordiais, cimentar os conhecimentos de saúde da mulher previamente adquiridos nos anos transatos, e ainda, aproveitar a oportunidade para explorar o espectro de enfermidades da mulher e sua abordagem diagnóstica, sistematizando sempre a terapêutica farmacológica e cirúrgica nas suas indicações e consequências.

De modo a alcançar os objetivos a que me propus, assisti a 19 consultas de senologia, 12 consultas de ginecologia, 13 consultas de obstetrícia, 4 consultas de patologia do colo do útero, 11 ecografias obstétricas, 6 ecografias da mama e a 2 histerossalpingografias. Em ambiente cirúrgico, observei 8 cirurgias do pavimento pélvico das quais auxiliei em 3 como 2º ajudante, participei ainda numa cirurgia ginecológica por anomalia congénita, observei 4 miomectomias, 1 excisão de cisto do ovário, 1 parto eutócico, 4 partos distócicos e 4 histeroscopias.

Por ser do meu interesse, e da área de intervenção da minha tutora, observei as várias etapas da abordagem terapêutica da infertilidade: desde consultas de primeira vez, consultas de seguimento até às consultas de confirmação de gravidez; e da sua vertente prática, como o planeamento de estimulação ovárica, colheita de oócitos, tratamento dos mesmos por embriologistas e técnicas de tratamento de espermatozoides. Considero que o auge deste estágio tenha sido a observação de 2 injeções intracitoplasmáticas de espermatozóides, dando origem a 2 ovos, que na fase de blastocisto seriam transferidos para o útero da mulher.

No final do estágio compilei um conjunto de informações mais recentes e relevantes, para apresentação de um seminário acerca da abordagem diagnóstica e terapêutica de “Hemorragia Uterina Anómala”.

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Medicina | Hospital Egas Moniz (HEM)

Prestes a começar o estágio de Medicina, no serviço de Medicina II do HEM, a situação epidemiológica concernente ao vírus SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavírus 2), levou ao adiamento do estágio hospitalar de Medicina, e posteriormente à substituição do mesmo, por aulas teóricas online e pela elaboração de um artigo de revisão científica de um tema por nós proposto.

O estágio profissionalizante de Medicina, por ser caracterizado pela sua polivalência e capacidade de integração das várias especialidades, incute no estudante de medicina uma prática clínica cada vez mais autónoma, o que possibilita uma transição mais aprazível para o exercício clínico futuramente expectável. Embora me tenha sido impossível experienciar um estágio com características idênticas a estágios de medicina interna de anos transatos, creio levar comigo uma bagagem sólida de competências adquiridas e vivenciadas em áreas médicas, quer em Portugal quer no estrangeiro.

Ainda que tenham existido todas estas complicações imprevisíveis, que condicionaram assim a realização da componente prática, considero que a elaboração de um artigo de revisão científica venha a colmatar, em parte, as lacunas de um estágio em medicina interna. Relativamente ao tema do artigo de revisão, fomos desafiados no sentido de investigar um tema atual, relevante e entusiasmante, pelo que optámos por: “COVID-19 associated coagulation disorders”. A doença associada ao SARS-CoV-2 (COVID-19), que de dia para dia vai ganhando maior relevância nos serviços clínicos, pareceu-nos apropriada como resposta a este desafio. Este tema abrangente e desafiante pela sua novidade, revelou-se um estímulo deveras aliciante e gratificante pela revisão de conceitos marcantes e terapias futurísticas.

III - Descrição de Atividades Formativas

No ano letivo de 2017/18, após contacto com a componente investigacional através da Unidade Curricular Projeto de Investigação, e por interesse e curiosidade pessoais pelas áreas de nefrologia e genética acompanhei o Prof. Dr. Joaquim Calado na sua atividade laboratorial. Numa primeira fase delineei um Projeto de caracterização molecular de polimorfismos de risco G1/G2 do gene APOL1 numa população de doentes renais, transitando posteriormente à participação ativa num outro Projeto de desenvolvimento de linhas celulares de expressão heteróloga da SGLT2. Esta experiência revelou-se proveitosa no desenvolvimento de um espírito critico e no aprofundamento de técnicas laboratoriais.

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Durante 2 semanas do mês de julho de 2018, dediquei-me a um estágio de Medicina Interna do Hospital Garcia de Orta de modo a consolidar conhecimentos das patologias abordadas nesse ano. Este estágio foi realizado ao abrigo da Associação Nacional de Estudantes de Medicina.

No segundo semestre do ano letivo de 2018/19, frequentei o programa Erasmus Estudos na Université de Bordeaux (França), onde realizei 5 estágios com a duração de um mês cada. Estes englobaram as especialidades de Nefrologia, Oftalmologia, Dermatologia, Hematologia, e Urgências Gerais. Em França, o grau de autonomia dado aos estudantes, permitiu o desenvolvimento de aptidões clínicas inerentes ao futuro médico, quer pela condução de consultas, quer pela realização de diários clínicos.

Durante estes últimos 9 meses tive ainda o prazer de assistir ao 1º Congresso Nacional de Imunoalergologia, e participar num curso e-Learning de Osteoartrose.

IV - Atividades Extracurriculares

Desde o início do meu percurso universitário tenho vindo a estar envolvido no apoio e assistência de diversos workshops e conferências da Nova Saúde, Honoris Causa entre outros eventos, em colaboração com os Serviços de Ação Social da Universidade Nova de Lisboa.

Terminado o 1ºano nesta faculdade, decidi envolver-me no Grémio Académico da Faculdade de Ciências Médicas (GAFCM), uma vez que me identifiquei com o seu espírito integrador. Ao longo destes 5 anos, colaborei na organização de diversos projetos, onde desempenhei funções de coordenação de equipas.

No ano de 2019 obtive o grau B2 de língua francesa, após ter frequentado vários cursos do Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa (ILNOVA).

No âmbito do voluntariado, participei em 3 edições do projeto “Rastreios à Periferia” e numa edição do projeto “Med on Tour”, promovidos pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas. Estas ações tinham como principal objetivo, sensibilizar todas as faixas etárias da população, relativamente aos problemas de saúde mais frequentes em Portugal.

V - Reflexão Crítica

Com o findar do último dos 6 anos do MIM, urge a necessidade de refletir sobre todo este percurso, em especial sobre os últimos 10 meses. A aposta proeminente no ensino prático desta academia permitiu que formasse, desde cedo, um pensamento teórico e pragmático. Este contacto

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precoce com a prática clínica, juntamente com a disponibilidade demonstrada por todo o corpo docente, facilitou o desenvolvimento de uma mente crítica, criativa, focada no paciente.

Numa perspetiva global, considero que cumpri as metas estipuladas para os estágios que compõem a Unidade Curricular Estágio Profissionalizante, aprofundando novos conceitos sempre que a curiosidade assim o instigasse. Em seguida irei escortinar os estágios frequentados, pela mesma ordem em que se encontram acima descritos.

O estágio de Cirurgia Geral, por ter ocorrido no estrangeiro e em especialidades cirúrgicas que considero essenciais na formação de qualquer médico, desempenhou um papel fulcral. Sendo a patologia músculo-esquelética uma das causas mais frequentes do recurso aos cuidados de saúde, foi fundamental a consolidação de técnicas de consulta e de estruturação de planos terapêuticos.[1] No que diz respeito à especialidade de Cirurgia Torácica e Endócrina, reitero a sua importância pela prevalência de patologias a si associadas, como o Cancro do Pulmão, a primeira causa de morte oncológica em Portugal, e o Cancro da Glândula Tiroideia, o 3º tumor maligno mais incidente no sexo feminino.[2] Embora tenha ainda contactado com alguns casos de patologias da pleura, considero que tenha havido poucos momentos de aplicação prática de conhecimentos já adquiridos.

A Medicina Geral e Familiar, por representar muitas vezes o primeiro contacto com a população, revelou-se mais uma vez, gratificante pela perceção da nossa intervenção continuada. A possibilidade de guiar consultas, demarcadas pela responsabilidade e desafio que estas acarretam, permitiram-me ganhar mais segurança na aplicação dos meus conhecimentos práticos, perante uma população que nos vê como seus protetores. Pela confiança depositada em mim, pude adquirir autonomia de forma crescente no decorrer deste estágio. Sendo esta uma especialidade caracterizada pela abrangência de várias faixas etárias e diversidade de áreas de interesse, terminei com uma visão mais holística do doente, contemplando uma maior versatilidade na sua abordagem.

Cumprindo os objetivos de Pediatria, e tendo já contactado com esta especialidade anteriormente, o estágio deste ano, mudou a minha perspetiva relativamente a esta. A diversidade de patologias e subespecialidades veio a demonstrar que a minha curiosidade nunca seria saciada pela constante descoberta e avanço do conhecimento em todas as áreas de estudo da Pediatria. A carência de componente prática, por vezes vedada ao estudante de medicina, é o único aspeto menos positivo no balanço geral deste estágio.

A passagem pela Equipa Comunitária de Queluz durante o estágio de Saúde Mental, foi igualmente aprazível pela ligação entre as Associações Sociais da região e a abordagem centrada na

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pessoa, que facilitam o seu cuidado. Embora reconheça toda a sensibilidade inerente à comunicação em Psiquiatria, reconheço a privação da condução da consulta, algo que considero essencial no último ano de formação do futuro médico.

Em Ginecologia e Obstetrícia, a organização e disponibilidade de toda a equipa médica do HLL, permitiu-me contactar com um amplo conjunto de valências desta vasta especialidade. Sendo esta uma área médico-cirúrgica referente a um sistema sensível, houve em certas ocasiões entraves na colheita da história clínica e realização de exame objetivo sob supervisão, impossibilitando a aquisição de competências esperadas. Não obstante, toda a disponibilidade e interesse demonstrados por todos os médicos foi imaculado.

Tendo um grande interesse também por Medicina Interna, a impossibilidade de frequência deste estágio foi entristecedora. Malgrado toda esta situação, a componente prática dos últimos 4 anos, juntamente com a impregnação de uma responsabilidade inerente ao futuro próximo de prática autónoma, dotaram-me de conhecimentos basilares, nos quais poderei confiar no início da minha vida médica, sem descorar do longo percurso de aprendizagem que se espelha no horizonte.

Por considerar que a formação médica não é estanque ao desenvolvimento humanístico do médico, envolvi-me desde cedo em projetos sociais e grupos académicos que me impulsionaram a explorar serviços de saúde estrangeiros. Colaborei igualmente em Projetos de Investigação que me capacitaram de uma mente crítica e criativa. Através dos estágios que realizei ao longo dos últimos dois anos no estrangeiro, aprendi que existe espaço para melhorar a componente prática do ensino português, reconhecendo, no entanto, a sua grande preponderância nesta Academia. Constatei também, que prática de medicina baseada na evidência é transversal a línguas e culturas na Europa.

Termino este ciclo com o sentimento de autorrealização e de missão cumprida. Este ano letivo, foi especialmente marcante pelo acompanhamento de indivíduos em todas as fases do ciclo da vida, desde a sua criação (artificial) e desenvolvimento saudável, apoiando na doença, e presenciando o seu termo. A noção da grande aquisição de conhecimento que teve lugar nestes últimos 6 anos contrasta com a noção, de que no seu conjunto é insignificante quanto ao conhecimento disponível atualmente. Concluo deste modo, com o desafio da busca continua de saber durante toda a minha prática médica.

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VI – Bibliografia

[1] Barreiro D, Santiago LM. Motivos de consulta em Medicina Geral e Familiar no distrito de Coimbra no ano de 2010. Rev Port Med Geral Fam. 2013;29(4):236-43

[2] Miranda N, Portugal C, Nogueira P, Farinha C, Soares A, Alves A et al. Portugal - Doenças Oncológicas Em Números – 2015. Lisboa: Direção-Geral da Saúde; 2016. p.66. Disponivel: https://www.dgs.pt/estatisticas-de-saude/estatisticas-de-saude/publicacoes/portugal-doencas-oncologicas-em-numeros-2015-pdf.aspx [Acedido a 10 de Junho de 2020].

VII – Anexos

Anexo I – Cronograma do Ano Letivo 2019-2020

Anexo II – Casuística das Patologias/Áreas observadas por Estágio

A) Casuística das Patologias do Estágio de Ortopedia

B) Casuística das Patologias do Estágio de Cirurgia Torácica e Endócrina C) Casuística das Áreas de Estágio de Medicina Geral e Familiar

D) Casuística das Áreas de Estágio de Pediatria

E) Casuística das Patologias do Estágio de Saúde Mental

F) Casuística das Áreas de Estágio de Ginecologia e Obstetrícia

Anexo III – Atividades de Formação Médica

A) Colaboração Investigação SGLT2 e APOL1 (G1/G2) - CEDOC B) Certificado “CEMEF – Curtos Estágios Médicos em Férias” C) Certificado de Participação do Programa Erasmus Estudos D) Certificado de Estágio de Ortopedia no HUG

E) Certificado de Estágio de Cirurgia Torácica e Endócrina no HUG

F) Certificado de Participação do “1º Congresso Nacional de Imunoalergologia” G) Certificado de Curso e-Learning de Osteoartrose

Anexo IV – Atividades Extracurriculares

A) Certificado de Colaboração com os Serviços de Ação Social – UNL B) Certificado de Participação no GAFCM

C) Certificado de Língua francesa do ILNOVA

D) Certificados de Participação de 3 edições dos “Rastreios à Periferia” E) Certificado de Participação do Projeto “Med On Tour”

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Anexo I – Cronograma do Ano Letivo 2019-2020

Estágio Parcelar Regente/

Responsável Período de Estágio Local Tutor

Cirurgia Geral

Ortopedia Prof. Dr. Didier

Hannouche 02.09.2019 - 30.09.2019 Hôpitaux Universitaires de Genève Dr. Julien Billieres Cirurgia Torácica e Endócrina Prof. Dr. Frédéric Triponez 01.10.2019 - 31.10.2019 Dr. Marco Demarchi Medicina Geral e Familiar Prof. Doutora

Isabel Santos 04.11.2019 - 31.11.2019 USF Feijó

Dra. Cátia Cerqueira

Pediatria Prof. Doutor

Luís Varandas 02.12.2019 - 10.01.2020 Hospital Dona Estefânia

Dr. João Neves

Saúde Mental Prof. Doutor

Miguel Talina 20.01.2020 - 14.02.2020

Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca Dr. Júlio Naique Ginecologia e Obstetrícia Prof. Doutora Teresinha Simões 17.02.2020 - 13.03.2020 Hospital Lusíadas Lisboa Dra. Daniela Sobral Medicina Interna Prof. Doutor Fernando Nolasco

03.2020 - 06.2020 Hospital Egas Moniz

Prof. Dr. Francisco Silva

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Anexo II – Casuística das Patologias/Áreas observadas por Estágio

A) Casuística das Patologias do Estágio de Ortopedia

B) Casuística das Patologias do Estágio de Cirurgia Torácica e Endócrina

79 43

5 2

Lesão de Meniscos do joelho Lesão de Ligamentos do joelho Patologia da Mão Osteoartrose 22 22 8 3 1 Patologia da Tiróide Patologia Pleural Patologia Pulmonar Patologia da Paratiróide Patologia da Parede Torácica

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C) Casuística das Áreas de Estágio de Medicina Geral e Familiar

D) Casuística das Áreas de Estágio de Pediatria

87 20 19 15 7 1 Saúde de Adultos Doença Aguda Saúde Infantil Planeamento Familiar Domicílio de Enfermagem Domicílio Médico 20 13 12 7 3 4 4 4 2 Urgência Imunodeficiências Primárias Neurocutâneo Imunoalergologia Reumatologia Hematologia Cuidados Intensivos Cardiologia Medicina

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E) Casuística das Patologias do Estágio de Saúde Mental

F) Casuística das Áreas de Estágio de Ginecologia e Obstetrícia

6 6 5 4 2 2 2 1 P. Bipolar P. Ansiedade Generalizada P. Depressiva Esquizofrenia P. Personalidade Distimia P. do Desenvolvimento P. Obsessivo Compulsiva 27 25 25 18 12 5 4 Infertilidade Obstetrícia Senologia Cirurgia Ginecológica Ginecologia Partos Consulta de HPV

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Anexo III – Atividades de Formação Médica

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Anexo IV – Atividades Extracurriculares

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Referências

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