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ORIGEM : 4ª Vara Federal de Sergipe ( ) : DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO

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(1)

Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe AGRAVO DE INSTRUMENTO 0802155-39.2015.4.05.0000 AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL

AGRAVADO : FIO FIBRASS COMERCIO E SERVICOS LTDA - ME ORIGEM : 4ª Vara Federal de Sergipe (0006608-29.2012.4.05.8500)

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO

(Relatório)

O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: Agravo de instrumento interposto pela Fazenda Nacional, combatendo decisão do juízo federal da 4ª Vara da Seção Judiciária de Sergipe, em Aracaju, que, em execução fiscal, após frustradas as tentativas de localização de bens em nome do devedor, indeferiu o pedido da exequente para que a empresa indicasse bens à penhora, determinando, ainda, a suspensão do processo, e, posterior arquivamento, sem baixa na distribuição.

Sustenta o agravante que a jurisprudência é pacífica quanto possibilidade de aplicação às execuções fiscais, das inovações trazidas ao Código de Processo Civil pela Lei 11.382/06, desde que a intimação do devedor para indicação de bens penhoráveis tenha ocorrido na vigência da aludida lei, acrescentando, ainda, que a omissão injustificada quanto à intimação, específica para o executado indicar bens penhoráveis, acabará por inviabilizar a satisfação do crédito exequendo, devendo ser punido por ato atentatório à dignidade da justiça, a teor dos arts. 600, inc. IV e 601, do mencionado Código de Processo Civil, Id. 4050000.2728281.

Sem apreciação do pedido de efeito suspensivo, por não vislumbrar a efetiva demonstração de perigo concreto, a causar lesão grave e de difícil reparação à agravante, Id. 4050000.2286253.

Não houve resposta ao recurso.

(2)

Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe AGRAVO DE INSTRUMENTO 0802155-39.2015.4.05.0000 AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL

AGRAVADO : FIO FIBRASS COMERCIO E SERVICOS LTDA - ME ORIGEM : 4ª Vara Federal de Sergipe (0006608-29.2012.4.05.8500)

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO

(Voto)

O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: O pedido encampado no presente agravo de instrumento foi formulado nos seguintes termos:

(...) O motivo que enseja a reforma da decisão decorre da incoerência da interpretação adotada pela Magistrada, pois o teor do artigo 9º, da Lei nº 6.830/80, é semelhante, para não dizer ainda mais cogente do que o artigo 652, Código de Processo Civil, ambos no sentido de que o(a) devedor(a) deve indicar bens a penhora.

A recente alteração do processo executivo apenas clareara essa responsabilidade e para tornar mais efetivo é que trouxera a previsão de que sua recusa se configura ato atentatório à dignidade da justiça, conforme nova redação dada aos artigos 600, 652 e 656 do CPC, pela Lei nº 11.382/2006:

(...)

Com efeito, foge ao bom senso pensar que essa inovação não possa ser aplicada aos executivos fiscais, ainda mais quando outras alterações ocorridas no mesmo Código de Processo Civil já se tornaram rotineiras, a exemplo da penhora de dinheiro em primeiro lugar (art. 655, I, CPC), que sempre é adotada.

Nesse campo, é bom dizer que o mesmo artigo 9º, inciso I, da Lei 6.830/80, diz que o executado pode depositar o dinheiro à ordem do juízo, porém, a jurisprudência já é pacífica, desde as alterações pontuais do CPC, através da Lei nº 11.382/06, quanto à possibilidade de, no despacho inicial, a autoridade julgadora determinar a penhora de dinheiro, sem necessidade de esgotar outras tentativas de penhora:

Por seu turno, a decisão agravada, por considerar infrutíferas todas as diligências constritivas realizadas nos autos, determinou a suspensão do processo pelo prazo de um ano, e, decorrido esse prazo, sem nenhuma providência por parte do exequente, o arquivamento da execução, sem baixa na distribuição, com esteio no art. 40, § 2º, da Lei 6.830/80 (Id. 4050000.2213927, f. 49, da execução fiscal).

(3)

Ressaltou, entretanto, que, a qualquer tempo, respeitado o prazo prescricional, encontrados bens a penhora, será promovido o desarquivamento dos autos.

Acrescente-se que o § 3º, do art. 652, do Código de Processo Civil, faculta ao juiz o poder de determinar a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora, nos seguintes termos:

Art. 652 O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida. (...)

§ 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora.

No caso, verifico, que a empresa executada foi devidamente citada em 18 de fevereiro de 2013, na pessoa do seu representante legal, Soraya Carvalho S. B. Teixeira Id. , para pagar a dívida ou garantir a execução, tendo na oportunidade sido procedida a penhora de bens pertencentes ao executado.

Entretanto, a exequente manifestou seu desinteresse pelos bens constritos no Auto de Penhora, Depósito e Avaliação, Id. 4050000.2213919, tendo em vista a difícil arrematação, bem como não obediência à gradação do art. 11, da Lei 6.830/80, não sendo o caso de repetir tal diligência com base no Código de Processo Civil.

Ademais, o pedido de renovação de citação, para que o executado pague a dívida, ou nomeie bens a penhora, assim como para oficial de justiça diligenciar à procura de bens penhoráveis, são medidas que já foram adotadas.

Saliento que restaram infrutíferas as tentativas judiciais de bloqueio de valores pelo sistema BacenJud, e a de indisponibilidade de veículos pelo sistema Renajud, e a indisponibilidade de bens nos termos do art. 185-A, do Código Tributário Nacional, Id. 4050000.2213924.

Não há nenhum motivo, ou fato novo, a apontar que a repetição das medidas surtirá algum efeito, depois dos insucessos já experimentados. Insistir nas mesmas providências é movimentar a máquina judiciária sem a necessidade e utilidade devidas.

(4)

Processual Civil e Tributário. Agravo de instrumento. Execução fiscal. Ausência de bens penhoráveis.

1. Agravo de Instrumento interposto pela Fazenda Nacional contra decisão que, em sede de execução fiscal, indeferiu o pedido de intimação da executada para indicar bens à penhora, nos termos do art. 652, § 3º, do CPC e suspendeu o feito pelo prazo de um ano, conforme o art. 40 da Lei nº. 6.830/80.

2. Os autos demonstram que a Fazenda Nacional vinha diligenciando quanto à procura de bens, tanto que, em momento anterior, requereu a suspensão da execução em razão da adesão do devedor ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 10.522/2002 - Parcelamento Simplificado Ordinário.

3. Ademais, o juízo de origem deferiu a suspensão da execução e determinou que findo o prazo, fosse novamente intimada a Fazenda e, caso nada fosse requerido, o Juízo já consignou a suspensão do trâmite do feito pelo prazo de 1 ano, nos termos do art. 40 da Lei de Execuções Fiscais.

4. Passado algum período, a Fazenda pugnou pela intimação do devedor para que apresentasse bens passíveis de penhora, aludindo o art. 652, § 3º, do CPC. O juízo indeferiu sob o entendimento de que as execuções fiscais seguem um procedimento próprio ditado pela Lei de Execução Fiscal.

5. Em rigor, a questão central a ser deslindada não é propriamente se as regras do CPC são aplicáveis ou não à Execução Fiscal. Ora, a jurisprudência e a doutrina são pródigas em esclarecer que não são incompossíveis as regras. É certo que há o princípio da especialidade, dado que a Lei 6.830/80 rege exatamente o processamento da execução fiscal, mas, por óbvio, as regras do código de processo tem aplicação subsidiária.

6. Entretanto, o que importa para o caso concreto, por primeiro, é que incumbe à exequente a efetiva persecução de bens do executado para consequente excussão e satisfação da dívida, sobretudo nos casos como o presente, em que restaria absolutamente infrutífera a intimação do devedor, dado que a execução é vetusta, e as diligências da exequente acerca de bens da executada não conseguiram encontrar qualquer patrimônio passível de constrição. Observe-se, a propósito, já ter havido a suspensão do processo, o bloqueio pelo sistema BACEN JUD e a indisponibilidade de bens nos termos do art. 185-A do CTN. Assim, sob essa ótica, efetivamente é inútil determinar-se a intimação do executado para apresentar bens alvo de constrição.

7. Agravo de instrumento desprovido (AGTR 140207-SE, des. Paulo Roberto de Oliveira Lima, julgado em 16 de junho de 2015).

Diante dessas razões, nenhuma medida seria mais apropriada do que a efetivamente adotada pela decisão agravada: a suspensão do processo por pelo prazo de um ano, e, decorrido esse prazo, sem nenhuma providência por parte do exequente, o arquivamento da execução, sem baixa na distribuição, com esteio no art. 40, § 2º, da Lei 6.830.

(5)

É como voto.

Tribunal Regional Federal da 5ª Região

Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe AGRAVO DE INSTRUMENTO 0802155-39.2015.4.05.0000 AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL

AGRAVADO : FIO FIBRASS COMERCIO E SERVICOS LTDA - ME ORIGEM : 4ª Vara Federal de Sergipe (0006608-29.2012.4.05.8500)

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO

(Ementa)

Processual civil. Execução fiscal. Agravo de instrumento interposto pela Fazenda Nacional, visando ao prosseguimento da cobrança dos valores devidos mediante a aplicação da nova redação dada aos arts. 600, 652 e 656, todos do Código de Processo Civil, pela Lei 11.382/2006, a fim de expedir mandado de intimação do devedor por oficial de justiça para indicar bens à penhora.

- A decisão agravada, por considerar infrutíferas as medidas constritivas realizadas nos autos, determinou a suspensão do processo pelo prazo de um ano, e, decorrido esse prazo, sem nenhuma providência por parte da exequente, o arquivamento da execução, sem baixa na distribuição, com esteio no art. 40, § 2º, da Lei 6.830/80 (Id. 4050000.2213927, f. 49, da execução fiscal).

- A empresa executada foi devidamente citada em 18 de fevereiro de 2013, na pessoa do seu representante legal, (Id. 4050000.2213919, f. 27, da execução fiscal), para pagar a dívida ou garantir a execução, tendo na oportunidade sido procedida a penhora de bens pertencentes ao executado, entretanto, a exequente manifestou seu desinteresse pelos bens constritos no Auto de Penhora, Depósito e Avaliação, Id. 4050000.2213919, tendo em vista a difícil arrematação, bem como a não obediência à gradação do art. 11, da Lei 6.830, não sendo o caso de repetir tal diligência com base no Código de Processo Civil.

- Restaram infrutíferas, as tentativas judiciais de bloqueio de valores pelo sistema BacenJud, e a de indisponibilidade de veículos pelo sistema Renajud, assim como a indisponibilidade prevista no art. 185-A, do Código Tributário Nacional, Id. 4050000.2213924.

- Não há nenhum motivo, ou fato novo, a apontar que a repetição das medidas surtirá algum efeito, depois dos insucessos já experimentados. Insistir nas mesmas providências é movimentar a máquina judiciária sem a necessidade e a utilidade devidas. Precedente: AGTR 140207-SE,

(6)

des. Paulo Roberto de Oliveira Lima, julgado em 16 de junho de 2015. - Agravo de instrumento improvido.

(Acórdão)

Vistos, etc.

Decide a Egrégia Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos autos.

Recife, 01 de dezembro de 2015. (Data do julgamento)

Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho Relator

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