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Guias e Manuais. Orientações para a Fiscalização e Controle Social do Programa Bolsa Família. Programa Bolsa Família

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Guias e Manuais

2010

Orientações para a

Fiscalização e Controle Social

do Programa Bolsa Família

(2)

Orientações para a

fiscalizaçãO e

cOntrOle sOcial dO

prOgrama BOlsa família

Brasília - df

setemBrO - 2010

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© 2010 Ministériodo desenvolviMento sociale coMbateà FoMe

Permitida a reprodução, no todo ou em parte, sem alteração do conteúdo e com a citação obrigatória da fonte: Departamento de Operação da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania/MDS. endereço:

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

Av. W3 Norte – SEPN Quadra 515, Bloco “B”, 5º Andar – Senarc – Sala 548 CEP: 70770-502 – Brasília – DF Fone/Atendimento: (61) 3433-1500 Fax – Gabinete/Senarc: 3433-3615 bolsa.familia@mds.gov.br cadastrounico@mds.gov.br

índice

apresentação ...5

1. Visão Geral do proGraMa Bolsa FaMília ...7

1.1 O que é o Programa Bolsa Família? ...7

1.2 Critérios de elegibilidade das famílias ...9

1.2.1 Revisão Cadastral de Beneficiários ...9

1.3 Modalidades de benefícios ...10

1.4 Pagamento dos benefícios e inclusão bancária das famílias do PBF ...11

1.5 Das competências e das responsabilidades dos estados, Distrito Federal e municípios na execução do Programa Bolsa Família ...13

1.6 Apoio à gestão descentralizada ...15

2. coMponentes do proGraMa ...19

2.1 Cadastro único para Programas Sociais do Governo Federal ...19

2.1.1 Qualificação dos dados do Cadastro único ...21

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2.3 Condicionalidades ...29

2.4 Integração de ações complementares ...32

3. Fiscalização e controle social...34

3.1 Ações de fiscalização e o papel do controle social ...34

3.2 Rede Pública de Fiscalização ...36

3.2.1 Ministérios públicos estaduais, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Ministério Público Federal ...36

3.2.2 Tribunal de Contas da União ...37

3.2.3 Controladoria-Geral da União ...37

3.2.4 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ...37

4. responsaBilidade das FaMílias BeneFiciárias ...39

Glossário ...42

apresentaçãO

O processo de descentralização do Programa Bolsa Família (PBF) deve ser acompanhado não somente da qualificação do gestor local, como também da participação de entidades de outras esferas governamentais e da sociedade. Assim sendo, em uma iniciativa inédita, reu-niram-se as instituições com funções de controle interno e externo, com o objetivo de somar esforços para que o direito à participação no Programa Bolsa Família fosse assegurado. Logo, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério Público Federal e os ministérios públicos estaduais pactuaram ações estruturantes para a fiscalização e monitoramento do Pro-grama, construindo o que se denomina Rede Pública de Fiscalização.

Ao considerar a dinamicidade do PBF, surgiu a necessidade de conceber esta publicação, no intuito de auxiliar os componentes da Rede Pública de Fiscalização na compreensão das finalidades e mecanismos do PBF. Neste contexto, a articulação institucional, que tem como meta viabilizar a difusão de informações, é iniciativa que permite ampliar e valorizar modos de trabalho solidário, otimizando a fiscalização cooperada do Programa.

A versão atual desta publicação está disponível em meio eletrônico no endereço www.mds.gov.br/bolsafamilia/fiscalizacao.

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1. VisãO geral dO

prOgrama BOlsa família

1.1 O que é O prOgrama BOlsa família?

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda direta às famílias pobres e extremamente pobres, que vincula o recebimento do benefício ao cumprimento de con-dicionalidades nas áreas de Saúde, Educação e Assistência Social. Instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004 e regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004, o Programa Bolsa Família é integrante da Estratégia Fome Zero.

O Bolsa Família tem por objetivo combater a fome e a pobreza, promover a segurança alimen-tar e nutricional e o acesso aos serviços públicos e estimular o desenvolvimento socioeconômico do país. Para isso, pauta-se na articulação de três dimensões essenciais. A primeira delas refere-se ao alívio imediato da pobreza por meio de transferência direta de renda às famílias. A segunda dimensão diz respeito ao reforço para a concretização do exercício dos direitos sociais básicos nos setores de Educação, Saúde e Assistência Social, rompendo o ciclo intergeracional da pobreza. Essa dimensão efetiva-se com o cumprimento das condicionalidades. A terceira dimensão caracteriza--se pelo apoio à capacitação das famílias, por meio da articulação com programas complementa-res de alfabetização, de geração de emprego e renda, entre outros.

A identificação das famílias com perfil para participar do Bolsa Família é feita por meio do Ca-dastro único para Programas Sociais do Governo Federal, que é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda e deve ser obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de programas sociais do Governo Federal que estejam direcionados ao atendimento desse público (renda de até meio salário mínimo per capita ou famílias que auferem mensalmente renda igual ou inferior a três salários mínimos).

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Esses dados são coletados em um esforço conjunto da União, dos estados, municípios e Distri-to Federal, cabendo ao município a responsabilidade de inserção dos dados cadastrais das famí-lias no Cadastro único.

Com a finalidade de operacionalizar o Cadastro único e as ações relacionadas ao pagamento de benefícios do Governo Federal às famílias beneficiárias, a Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, estabeleceu que o agente operador do Programa é a Caixa Econômica Federal (CAIXA), a quem cabe tais atribuições.

O Bolsa Família unificou os atos e procedimentos de gestão de antigos programas de transfe-rência de renda do Governo Federal, chamados Programas Remanescentes:

a) Bolsa Escola, instituído pela Lei nº 10.219, de 21 de abril de 2001; b) Bolsa Alimentação, instituído pela MP nº 2.206, de 6 de setembro de 2001; c) Auxílio Gás, instituído pelo Decreto nº 4.102, de 24 de janeiro de 2002; d) Cartão Alimentação, instituído pela Lei nº 10.689, de 13 de junho de 2003.

Cada um desses programas estava sob a responsabilidade de um órgão específico, o que di-ficultava ou mesmo inviabilizava a coordenação de ações de caráter intersetorial para o combate à pobreza. A unificação dos programas sociais de transferência de renda reduziu os custos geren-ciais e as duplicidades de pagamentos, além de possibilitar melhorias significativas na gestão. E assim, as novas concessões de benefícios para os Programas Remanescentes foram encerradas. A migração das famílias beneficiárias dos Programas Remanescentes para o PBF vem sendo realizada pela Secretaria Nacional de Renda e Cidadania (Senarc) desde os primeiros momentos do Bolsa Família, objetivando assim, a extinção desses Programas.

Os Programas Remanescentes sempre constituíram prioridade de seleção e concessão de be-nefício ao PBF, tendo inclusive tal condição sido regulamentada pela Portaria GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008. Atualmente só restam famílias no Programa Cartão Alimentação. Não há impedimentos legais para que as famílias continuem a receber benefícios do Programa Cartão Alimentação, enquanto não migrarem para o Bolsa Família. Igualmente, não existem óbices para as famílias do PBF serem beneficiadas por programas financiados com recursos dos estados, Dis-trito Federal e municípios, desde que se enquadrem nas regras estabelecidas por esses programas e pactuadas com o MDS.

1.2 critériOs de elegiBilidade das famílias

A concessão de benefícios, atribuição exclusiva do MDS, é exercida operacionalmente pela Se-narc, com base, principalmente, nas estimativas de pobreza em cada município e no quantitativo de famílias habilitadas e selecionadas para uma determinada folha de pagamentos, a partir de informações constantes do Cadastro único. A Portaria GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008, regulamenta a habilitação, seleção e concessão de benefícios do Bolsa Família.

Com relação ao PBF, os valores referenciais para definição de pobreza e extrema pobreza fo-ram inicialmente definidos na própria lei do Progfo-rama e atualizados pelo Decreto nº 6.917, de 30 de julho de 2009. Atualmente, a concessão de benefícios financeiros pelo PBF considera famílias pobres aquelas com até R$ 140,00 de renda mensal familiar por pessoa, e famílias extremamente pobres aquelas com até R$ 70,00 de renda mensal familiar por pessoa.

A inclusão da família no PBF para a concessão de benefícios é feita exclusivamente entre as famílias cadastradas no Cadastro único. No entanto, o cadastramento de uma família não resulta na imediata concessão do benefício pelo PBF: depende da situação no Cadastro único, da disponi-bilidade de recursos do governo federal e do cronograma de expansão do Programa. Nem todas as famílias inscritas no Cadastro único são incluídas no PBF. Como o Cadastro único registra famílias com diferentes valores de renda por pessoa, apenas o subconjunto das famílias cadastradas com renda compatível para o PBF pode ser periodicamente habilitado à concessão de benefícios. Cabe ressaltar que a concessão de benefícios pelo PBF é feita de maneira impessoal, por meio de um sistema informatizado, que concede benefícios de acordo com o cronograma de expansão do Programa. As famílias constantes do Cadastro único em cada município são priorizadas segun-do o critério da renda por pessoa, da menor para a maior renda.

1.2.1 R

evisão

C

adastRalde

B

enefiCiáRios

A Revisão Cadastral é uma rotina de atualização cadastral obrigatória das famílias benefici-árias do Programa Bolsa Família. A atualização cadastral sempre foi um procedimento rotineiro dos gestores municipais do Bolsa Família, mas agora passa a se orientar por uma programação de atualização cadastral feita no início de cada ano pelo MDS. Com a Revisão Cadastral, passa-se a exigir que as famílias beneficiárias atendidas pelo Programa Bolsa Família tenham seu cadastro atualizado ou revalidado a cada dois anos, para que elas continuem recebendo seus benefícios, mediante convocação divulgada anualmente pela Senarc, conforme estabelecido no §1º do art. 3º da Portaria GM/MDS nº 617, de 11 de agosto de 2010.

(7)

introdução do conceito de validade do benefício. A validade do benefício é o período de tempo no qual famílias beneficiárias do PBF podem continuar recebendo os benefícios financeiros do Bolsa Família, ainda que estejam com renda familiar per capita superior ao limite estabelecido para ingresso no PBF. No §1º do art. 21 do Decreto nº 5.209/2004, ficou estabelecida possibilidade de que variações na renda per capita familiar não implicam o desligamento imediato do Programa Bolsa Família.

A validade do beneficio tem previsão até o dia 31 de outubro do ano em que a família for convocada para fazer a revisão cadastral.

De acordo com a Portaria nº 617, de 11 de agosto de 2010, dentro do período de validade do benefício, permite-se que haja variação na renda per capita mensal familiar desde que não ex-ceda meio salário mínimo. Essa variação é permitida sem que implique o imediato desligamento da família beneficiária do Programa. Entretanto, permanecem aplicáveis os demais motivos de cancelamento de benefícios definidos pela Portaria GM/MDS nº 555, 11 de novembro de 2005, e quando se encerra a validade do benefício, o benefício da família é reavaliado, e se a renda ainda estiver acima do limite usado para ingresso, o benefício da família é cancelado.

1.3 M

odalidadesde

B

enefíCios

Existem quatro tipos de benefícios concedidos às famílias beneficiárias do Programa: o benefício básico, o variável, o variável vinculado ao adolescente e o benefício variável de caráter extraordinário. Ressalta-se que os benefícios podem ser cumulativos entre si. Os valores pagos a cada grupo familiar variam entre R$ 22,00 e R$ 200,00 por mês, dependendo da renda familiar per capita.

Benefício Básico: no valor mensal de R$ 68,00, é destinado às famílias em situação

de pobreza extrema;

Benefício Variável: no valor mensal de R$ 22,00, é destinado às famílias em

si-tuação de pobreza e de extrema pobreza, desde que tenham em sua composição crianças e adolescentes de até 15 anos, cumprindo as condicionalidades do PBF. Cada família pode receber até três benefícios variáveis, ou seja, até R$ 66,00, mesmo que tenham em sua composição mais de três membros com essas características;

Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ), no valor mensal de R$

33,00, é destinado a todas as famílias do PBF, que tenham como membro familiar adolescentes entre 16 e 17 anos que frequentam a escola. Cada família pode receber até dois benefícios, ou seja, até R$ 66,00;

Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) – é concedido às famílias

que migraram dos Programas Remanescentes para o PBF com perdas financeiras. O valor concedido é calculado caso a caso e tem prazo de prescrição.

Os benefícios financeiros do Bolsa Família são pagos diretamente à família, preferencialmente à mulher, por meio de um cartão magnético. Há dois cartões vinculados diretamente ao Programa: o Car-tão Social Bolsa Família e o CarCar-tão Bancário Caixa Fácil Bolsa Família; este último é emitido em nome do titular da família (Responsável Familiar, segundo o Cadastro único) que tenha optado por receber seus benefícios por meio de depósito em conta-corrente simplificada de depósito a vista (Projeto de Inclusão Bancária das famílias do PBF).

1.4 P

agaMentodos

B

enefíCiose

i

nClusão

B

anCáRiadasfaMíliasdo

PBf

O pagamento das parcelas dos benefícios do PBF segue o calendário estabelecido entre o MDS e a CAIXA. As parcelas permanecem disponíveis para saque por 90 dias corridos, a partir da dispo-nibilização da parcela de pagamento. Findo esse prazo, o saque não pode ser mais efetuado, e os recursos retornam ao PBF. Há uma exceção: trata-se das famílias que recebem os seus benefícios por meio de depósito em conta-corrente. Para atender a legislação financeira e as regras de sigilo bancário, as parcelas de benefícios depositadas são consideradas pagas e não revertem ao Tesouro Nacional mesmo que ultrapassem o prazo de 90 dias.

O pagamento às famílias beneficiárias pode ser efetuado nos seguintes canais de pagamento da CAIXA, observadas as regras fixadas pelo Banco Central para sua criação e funcionamento:

Agências ou postos de atendimento bancários - estabelecimentos oficiais da CAIXA;

Unidades lotéricas - estabelecimentos comerciais de realização de prognósticos cre-denciados e habilitados pela CAIXA;

Correspondentes bancários (CAIXA Aqui) - estabelecimentos comerciais ou prestado-res de serviços bancários específicos, credenciados e habilitados pela CAIXA;

Terminais de auto-atendimento - equipamentos de automação bancária da CAIXA, sob a responsabilidade de uma agência bancária.

Um dos diferenciais do Programa Bolsa Família é que a transferência dos benefícios financei-ros é feita diretamente às famílias incluídas no Programa; o saque é realizado por meio de um cartão magnético e de uma senha cadastrada – pessoal e intransferível. O Cartão Social Bolsa Família é entregue aos seus titulares pelos Correios que utilizam três modalidades de entrega, a depender das características dos municípios: entrega domiciliar, posta restante ou caixa postal comunitária. A entrega é orientada pelo endereço da família constante no Cadastro único. A res-ponsabilidade de entrega do cartão social é do Agente Operador do PBF (CAIXA). Deste modo, não pode haver intermediação local da prefeitura ou de qualquer outro órgão na entrega das parcelas financeiras dos benefícios às famílias. Já a entrega do Cartão Bancário CAIXA Fácil Bolsa Família

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segue as modalidades adotadas pelas instituições financeiras de modo geral (entrega domiciliar ou retirada na agência onde o titular é cliente).

No caso de impedimento do titular do cartão, deverão ser adotadas medidas para substitui-ção do Responsável Familiar. A família deve recorrer à prefeitura, portando os comprovantes dos fatos que deram causa à situação de impedimento, e solicitar a emissão de uma declaração que permita a substituição do responsável familiar. Dessa forma, em caráter provisório, o saque pode ser realizado pelo portador da Declaração de Substituição de Responsável Familiar, prevista no artigo 20, inciso X, da Portaria GM/MDS nº 555, 11 de novembro de 2005, emitida pelo gestor municipal do PBF. No entanto, essa declaração será aceita apenas em agência bancárias da CAIXA. Ela pode ser usada para o saque dos benefícios até o recebimento do Cartão Social Bolsa Família, emitido em nome do novo Responsável Familiar indicado.

O saque dos benefícios da família pode ser realizado pelo responsável familiar, por uma das seguintes formas de retirada:

Saque eletrônico, realizado pelo titular do cartão em quaisquer canais de pagamen-to, com a digitação da respectiva senha eletrônica individual;

Saque off-line por meio de guia bancária de pagamento, realizado apenas nas agên-cias bancárias do agente operador pelo portador da Declaração de Substituição de Responsável pela Unidade Familiar, ou ainda por responsável familiar devidamente identificado como titular das parcelas de pagamento disponibilizadas;

Saque especial realizado por guia bancária de pagamento segundo programação de pagamento das famílias de determinada localidade, com a entrega de numerário, mediante recibo assinado pelo responsável familiar e posterior baixa individual dos valores pagos nos sistemas de pagamento da CAIXA.

A nova redação do Art. 26 do Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004, introduzida pelo Decreto nº 7.013, de 19 de novembro de 2009, estabelece que o Governo Federal incentivará a inclusão bancária dos beneficiários do Bolsa Família. Dessa forma, o Programa, por meio de uma ação conjunta entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a CAIXA, está incentivando a abertura e utilização de contas bancárias pelos beneficiários do Programa. O benefício passará a ser depositado em conta corrente simplificada para a família que tiver ou op-tar em abrir uma Conta CAIXA Fácil. O saque do benefício poderá ser feito tanto com o cartão social como com o cartão bancário do Bolsa Família, a partir da data constante no calendário nacional de pagamentos. Quando houver alguma condição impeditiva do depósito na conta bancária, ain-da assim ele poderá ser sacado usando o cartão social Bolsa Família.

Caso a família opte pelo não recebimento do benefício em sua conta corrente deve ligar para o 0800-726-0101 da CAIXA para comunicar a sua opção. Esta comunicação deverá ser realizada, pelo menos, dois dias úteis antes da data de pagamento prevista no calendário de pagamento. Assim sendo, a família poderá sacar seu benefício normalmente utilizando o cartão social do Bolsa Família. A inclusão bancária não modifica as regras estabelecidas para os cancelamentos, bloqueios e suspensões de benefícios dispostas na Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005, e na Instrução Operacional nº 12, de 3 de fevereiro de 2006.

No entanto, depois que um benefício é depositado na conta bancária ele não pode mais ser bloqueado, suspenso ou cancelado, em respeito à legislação bancária (o depósito efetuado significa benefício pago). No mês seguinte, por ocasião da geração da folha de pagamentos, permanecendo a situação de benefício bloqueado, suspenso ou cancelado, haverá as seguintes consequências:

O benefício não será creditado na conta bancária;

Caso o benefício esteja bloqueado, a parcela de pagamento será gerada na situação de bloqueada, podendo, em caso de desbloqueio, ser sacada apenas com o uso do cartão social Bolsa Família; havendo o desbloqueio, as parcelas de pagamento futu-ras voltarão a ser depositadas na conta bancária;

Caso o benefício esteja cancelado ou suspenso, não haverá geração de parcelas de pagamento, conforme prevê a legislação do Bolsa Família.

1.5 d

asCoMPetênCiasedasResPonsaBilidadesdos

e

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edeRale

M

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P

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aMília

A Constituição Federal prevê a responsabilidade por parte das três esferas de governo em combater a pobreza e a desigualdade. Por isso, a gestão do Programa Bolsa Família (PBF) é re-alizada de forma descentrre-alizada, por meio da conjugação de esforços entre os entes federados – União, Distrito Federal, estados e municípios – em torno das garantias dos direitos sociais e da promoção das famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza por meio da transfe-rência direta de renda. Essa diretriz consta da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que instituiu o Programa.

A participação dos municípios, Distrito Federal e dos estados no Programa Bolsa Família é efetivada por meio de adesão. A Portaria GM/MDS nº 246, de 20 de maio de 2005 e a Portaria GM/MDS nº 256, de 19 de março de 2010 estabelecem os critérios e procedimentos necessários para a assinatura do Termo de Adesão dos municípios, Distrito Federal e dos estados ao Programa Bolsa Família e Cadastro único. Por meio dessa assinatura, os municípios comprometeram-se a cumprir responsabilidades específicas na implementação do PBF, em especial no que se refere

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ao cadastramento e à atualização cadastral das famílias, ao monitoramento do cumprimento das condicionalidades, à gestão de benefícios e à oferta de programas complementares.

Os entes federados que possuam programas de transferência de renda próprios ou desejam complementar os valores dos benefícios do Programa Bolsa Família podem fazê-lo por meio da pactuação, cujo objetivo é evitar a sobreposição de ações, estabelecendo uma relação virtuosa entre as unidades da federação e convergindo esforços para a redução da pobreza e das desigual-dades sociais. A pactuação é formalizada por meio da assinatura de um Termo de Cooperação no qual se estabelece os critérios e o público que será beneficiado pela complementação financeira. As famílias passarão a receber o benefício do Programa Bolsa Família e o benefício transferido pelo estado, município ou Distrito Federal em um único cartão que conterá as logomarcas da União e do ente federado que assimou o Termo de Cooperação.

O Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004, estabelece as competências dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na gestão e execução do Programa, conforme descrito a seguir: CABE AOS ESTADOS:

constituir coordenação composta por representantes das suas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social e Segurança Alimentar, quando existentes, responsável pelas ações do Programa Bolsa Família, no âmbito estadual;

promover ações que viabilizem a gestão intersetorial, na esfera estadual;

promover ações de sensibilização e articulação com os gestores municipais;

disponibilizar apoio técnico-institucional aos municípios;

disponibilizar serviços e estruturas institucionais, da área da Educação, Saúde e As-sistência Social, na esfera estadual;

apoiar e estimular os municípios a realizar o cadastramento;

estimular os municípios para o estabelecimento de parcerias com órgãos e institui-ções municipais, estaduais e federais, governamentais e não-governamentais, para oferta dos programas sociais complementares; e

promover, em articulação com a União e os municípios, o acompanhamento do cum-primento das condicionalidades.

CABE AOS MUNICíPIOS:

constituir coordenação composta por representantes das suas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social e Segurança Alimentar, quando existentes, responsável pelas ações do Programa Bolsa Família, no âmbito municipal;

proceder à inscrição das famílias pobres do município no Cadastro único;

promover ações que viabilizem a gestão intersetorial, na esfera municipal;

disponibilizar serviços e estruturas institucionais, da área da assistência social, da educação e de saúde, na esfera municipal;

garantir apoio técnico-institucional para a gestão local do programa;

constituir órgão de controle social nos termos do art. 29 do Decreto 5.209/2004;

estabelecer parcerias com órgãos e instituições municipais, estaduais e federais, governamentais e não governamentais, para oferta de programas sociais comple-mentares; e

promover, em articulação com a União e os estados, o acompanhamento do cumpri-mento das condicionalidades.

CABE AO DISTRITO FEDERAL:

constituir coordenação composta por representantes das suas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social e Segurança Alimentar, quando existentes, responsável pelas ações do Programa Bolsa Família, no âmbito do Distrito Federal;

proceder à inscrição das famílias pobres no Cadastro único para Programas Sociais do Governo Federal;

promover ações que viabilizem a gestão intersetorial;

disponibilizar serviços e estruturas institucionais, da área da Educação, Saúde e Assistência Social;

garantir apoio técnico-institucional para a gestão local do programa;

constituir órgão de controle social nos termos do art. 29 do Decreto 5.209/2004;

estabelecer parcerias com órgãos e instituições do Distrito Federal e federais, governa-mentais e não-governagoverna-mentais, para oferta de programas sociais complementares; e

promover, em articulação com a União, o acompanhamento do cumprimento das condicionalidades.

1.6 a

PoioàgestãodesCentRalizada

Para apoiar os municípios na gestão do Programa Bolsa Família e do Cadastro único, o MDS criou, em 2006, o índice de Gestão Descentralizada (IGD), por meio da Portaria GM/MDS nº 148 de 27 de abril de 2006, alterada pelas Portarias GM/MDS nº 256, de 18 de julho de 2007, nº 66, de 03 de março de 2008 e a nº 220, de 25 de junho de 2008.

O IGD é um indicador que mede a qualidade da gestão do Programa e possibilita o repasse mensal de recursos financeiros do Fundo Nacional de Assistência Social para o Fundo Municipal

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de Assistência Social aos municípios, desde que tenham cumprido os requisitos exigidos para o recebimento dos valores apurados. O IGD foi institucionalizado pela Lei nº 12.058, de 13 de outu-bro de 2009, no âmbito estadual, distrital e municipal.

O índice de Gestão Descentralizada Municipal - IGD-M é calculado com base em quatro variáveis:

Taxa de cobertura de cadastros;

Taxa de atualização de cadastros;

Taxa de crianças com informações de frequência escolar;

Taxa de famílias com acompanhamento das condicionalidades de saúde. Recebem os recursos financeiros, os municípios que:

Aderiram ao Programa Bolsa Família (PBF), nos termos da Portaria GM/MDS n° 246, de 20 de maio de 2005;

Estão habilitados em qualquer nível de gestão da Assistência Social;

Atingem IGD mínimo de 0,55;

Tiverem em todas as taxas que compõem o IGD-M indicador igual ou superior a 0,20. Os municípios devem incluir os recursos do IGD-M no orçamento municipal nas categorias econômicas de custeio e/ou investimento, em conformidade com as atividades típicas da gestão do Programa Bolsa Família e do planejamento efetuado. Os recursos do IGD-M não poderão ser consignados no grupo de despesas de pessoal e devem ser utilizados para as seguintes atividades:

Gestão de condicionalidades;

Gestão de benefícios;

Acompanhamento das famílias beneficiárias, em especial daquelas em situação de maior vulnerabilidade;

Cadastramento de novas famílias e atualização dos dados do Cadastro único;

Implementação de programas complementares para famílias beneficiárias nas áreas de: alfabetização e educação de jovens e adultos, capacitação profissional, desenvol-vimento territorial, entre outras;

Fiscalização do Bolsa Família e do Cadastro único para Programas Sociais;

Controle social no município.

A execução dos recursos financeiros do IGD-M nessas atividades visa o fortalecimento da ges-tão do PBF e do Cadastro único

No site do MDS encontram-se disponibilizadas as orientações relativas à aplicação do recurso do IGD-M, nos aspectos financeiros, orçamentários, patrimoniais e contábeis.

A adesão dos estados ao Programa Bolsa Família foi efetivada conforme estabelecido na Por-taria GM/MDS nº 76, de 07 de março de 2008, que definiu como requisitos: a assinatura do Pacto de Aprimoramento de Gestão, conforme Portaria GM/MDS nº 350, de 3 de outubro de 2007; insti-tuição de coordenação intersetorial e elaboração de Plano de Ampliação da Documentação Civil. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome também regulamentou a criação do índice de Gestão Descentralizada Estadual (IGD-E), para apoiar a gestão do Bolsa Família e do Cadastro único pelos estados. O cálculo do IGD-E e suas especificidades estão atualmente elencadas na Portaria GM/MDS nº 256, de 19 de março de 2010, atualizada pela Portaria GM/MDS nº 368, de 29 de abril de 2010.

Recebem os recursos financeiros, o estado que:

Aderir formalmente ao Programa Bolsa Família;

Designar formalmente coordenador estadual responsável, por encaminhar à Secre-taria Nacional de Renda de Cidadania, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome as informações constantes do Anexo da Portaria GM/MDS nº 256, de 19 de março de 2010;

Constituir formalmente Coordenação Intersetorial do Programa Bolsa Família, na qual deverão estar representadas, pelo menos, as seguintes áreas do governo esta-dual: Assistência Social, Educação, Saúde, Planejamento, e Trabalho; e

Aderir formalmente ao Sistema único de Assistência Social (Suas).

O IGD-E refletirá o desempenho de cada estado, e será calculado pela média aritmética sim-ples dos seguintes fatores:

Taxa de Cobertura Qualificada de Cadastros, calculada pela divisão do somatório do número de cadastros válidos no perfil do Cadastro único no estado pelo somatório do número de famílias estimadas como público-alvo do Cadastro único no estado;

Taxa de Atualização Cadastral, calculada pela divisão do somatório do número de cadas-tros domiciliares válidos no perfil do Cadastro único no estado atualizados nos últimos dois anos pelo somatório do número de cadastros válidos no perfil do Cadastro único no estado;

Taxa de Frequência Escolar, calculada pela divisão do somatório do número de crian-ças e adolescentes, pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no estado, com informações de frequência escolar pelo somatório do número total de crianças e adolescentes pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no estado; e

Taxa de Acompanhamento da Agenda de Saúde, calculada pela divisão do somatório do número de famílias com perfil saúde no estado, com informações de

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acompanha-mento de condicionalidades de saúde, pelo somatório do número total de famílias com perfil saúde no estado;

Apenas receberão recursos financeiros para o apoio à gestão do Programa Bolsa Família os estados que apresentarem valor de IGD-E igual ou superior a 0,6.

O total de recursos a ser transferido equivalerá à soma:

Do produto da multiplicação do IGD-E apurado no mês pelo valor correspondente a 80% (oitenta por cento) do teto mensal estabelecido para o estado; e

Do valor resultante da apuração dos seguintes incentivos financeiros: a) 5% do teto mensal de apoio financeiro, ao estado quando todos os seus municípios apresen-tarem, em seus respectivos índices de Gestão Descentralizada, no mesmo mês de competência do IGD-E, Taxas de Cobertura Qualificada de Cadastros igual ou superior a 0,8; b) 5% do teto mensal de apoio financeiro ao estado quando todos os seus municípios apresentarem, em seus respectivos índices de Gestão Descentralizada, no mesmo mês de competência do IGD-E, Taxas de Atualização Cadastral igual ou supe-rior a 0,8 ; c) 5% do teto mensal de apoio financeiro ao estado quando todos os seus municípios apresentarem, em seus respectivos índices de Gestão Descentralizada, no mesmo mês de competência do IGD-E, Taxas de Frequência Escolar igual ou superior a 0,75; d) 5% do teto mensal de apoio financeiro ao estado quando todos os seus municípios apresentarem, em seus respectivos índices de Gestão Descentralizada, no mesmo mês de competência do IGD-E, Taxas de Acompanhamento da Agenda de Saúde igual ou superior a 0,6.

Com a publicação da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, estados, Distrito Federal e mu-nicípios deverão submeter suas prestações de contas às respectivas Instâncias de Controle Social e, em caso de não aprovação, os recursos financeiros transferidos deverão ser restituídos pelo ente federado ao respectivo Fundo de Assistência Social, na forma a ser regulamentada pelo Poder Executivo Federal. As prestações de contas deverão estar disponíveis para averiguações por parte do MDS e dos órgãos de controle interno e externo.

2. cOmpOnentes

dO prOgrama

2.1 cadastrO ÚnicO para prOgramas

sOciais dO gOVernO federal

O Cadastro único para Programas Sociais do Governo Federal, regulamentado pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, é uma base nacional de dados socioeconômicos das famílias que possuem renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou famílias que auferem men-salmente renda igual ou inferior a três salários mínimos. O Cadastro único possibilita o registro de informações das famílias e dos seus componentes, gerando o Número de Identificação Social (NIS). A base do Cadastro único é constituída pelos seguintes grupos de informação:

(a) identificação da família e das pessoas que a compõem; (b) características familiares;

(c) identificação da residência e de suas características; (d) renda da família;

(e) gastos da família; e

(f) informações sobre propriedades e participação em programas sociais, dentre outras. Um dos objetivos do Cadastro único é fornecer informações sobre a localização e as carac-terísticas dessas famílias, para que o poder público possa formular e implantar políticas capa-zes de promover a inclusão social.

Vale lembrar que o Cadastro único é utilizado como mecanismo de seleção para diversos programas sociais, e também para o Bolsa Família. Porém, o cadastramento não gera a inclusão automática das famílias em programas sociais.

(12)

O cidadão responsável pelo fornecimento das informações no ato do cadastramento deve ser alertado acerca das responsabilidades decorrentes no caso de declaração inverídica. Por outro lado, a correta inserção dos dados cadastrais das famílias no sistema do Cadastro único é de res-ponsabilidade do gestor municipal do PBF.

O cadastramento deve ser feito com absoluto rigor para: a) assegurar a qualidade dos dados coletados;

b) facilitar a posterior localização dos beneficiários selecionados, por meio de correto endereçamento, para viabilizar entrega de cartões, controle de condicionalidades e acompanhamento familiar;

c) permitir a vinculação da família a programas sociais específicos, em especial aque-les desenvolvidos com base territorial;

d) favorecer o diagnóstico das condições de vida das famílias cadastradas, facilitando o desenvolvimento de políticas sociais segundo as demandas da população. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome recomenda e enfatiza que o ca-dastramento seja feito por meio de visita domiciliar, ou seja, que o entrevistador colete as infor-mações na residência da família. Desta maneira, o entrevistador pode observar a condição real de vida das famílias e coletar informações mais sólidas sobre as características do domicílio. Na impossibilidade de realizar o cadastramento por visita domiciliar, a prefeitura pode organizá-lo em postos de atendimento. Nesse caso, deve divulgar com antecedência os locais e os horários em que será realizado o cadastramento, bem como a documentação mínima que o interessado deverá apresentar, para garantir que todas as famílias pobres tenham acesso a essas informações.

O município deve dar prioridade ao cadastramento das famílias em situação de maior vul-nerabilidade social e, também, das populações tradicionais e específicas, como indígenas e qui-lombolas. Para o cadastramento das famílias indígenas e quilombolas é dispensado o registro do número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou do título de eleitor para o responsável pela unidade familiar, podendo ser feito com qualquer documento de identificação civil. No caso de membros de comunidades indígenas, vale a certidão administrativa da Fundação Nacional do índio (Funai) como documento de identificação.

Ao planejar o cadastramento da população, o gestor municipal deve assegurar que os formulá-rios sejam preenchidos de forma criteformulá-riosa, verificando o maior número possível de documentos que identifiquem o entrevistado. Destaca-se que, no caso de responsável familiar maior de 16 anos, deve-se registrá-lo com base em um documento com controle de emissão nacional (CPF ou título de eleitor).

Os formulários deverão ser arquivados em local adequado por um período mínimo de cinco anos sob a responsabilidade do município.

As informações para o Cadastro único relativas às condições socioeconômicas da família são obtidas por meio de declarações, não sendo necessária a sua comprovação. O conjunto de formu-lários deve ser mantido sob responsabilidade do Poder Executivo Municipal e, estar disponível para consultas e eventuais ações de fiscalização.

O cadastramento e a atualização de dados são atividades continuadas, de responsabilidade dos gestores municipais do Bolsa Família e das famílias respectivamente. A atualização deve ser feita sempre que houver alguma alteração nas informações familiares ou a cada dois anos.

2.1.1 Q

ualifiCaçãodosdadosdo

C

adastRo

Ú

niCo

O MDS verifica continuamente a consistência das informações contidas na base de dados do Cadastro único, conforme é sua responsabilidade legal. Para tanto, além de avaliar mensalmente o grau de integridade e de atualização do Cadastro único em cada município, o MDS realiza pe-riodicamente procedimentos de auditoria, por meio de cruzamentos de dados do Cadastro único com outros registros administrativos.

Ao realizar este procedimento, o MDS identifica indícios de inconsistências ou de possíveis ir-regularidades, principalmente em relação à composição familiar, ao vínculo de trabalho e à renda declarada.

Abaixo, seguem alguns registros administrativos com os quais o MDS realiza cruzamentos de dados:

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): gerida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a RAIS traz informações das pessoas que estão no mercado de trabalho formal, incluindo o valor do salário, que são declaradas pelas empresas ou outras instituições contratantes. Ao cruzar as informações do Cadastro único de um ano específico, com os dados registrados na Rais, o MDS pode identifi-car se existe indício de que a família omitiu ou subdeclarou seu rendimento no Cadastro único;

Base do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): o TSE possui o registro dos políticos eleitos ou suplentes em cada eleição municipal, estadual e federal. Cruzando essas bases com o Cadastro único, o MDS pode identificar se existe algum político cadastrado e evitar que receba, ou continue a receber o benefício do Programa Bolsa Família, ou de outros programas sociais que utilizam o Cadastro único, conforme as regras de cada um deles;

(13)

Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS): gerido pelo Ministério da Previdên-cia SoPrevidên-cial, o CNIS traz informações sobre todas as pessoas que recebem benefícios previdenciários ou que contribuem para a Previdência Social. O cruzamento dessas informações com o Cadastro único segue o modelo daquele realizado com a Rais, possibilitando identificar indícios de omissão ou subdeclaração de rendimento;

Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi): esse cadastro faz parte do CNIS e, portanto, também é gerido pelo Ministério da Previdência Social. Nele estão re-gistrados todos os óbitos ocorridos na população. A comparação do Cadastro único com o Sisobi permite avaliar se a família atualizou corretamente suas informações no Cadastro único, excluindo da sua composição pessoa que faleceu.

Os resultados das comparações do Cadastro único com outros registros administrativos são encaminhados aos municípios, para que averiguem os indícios de irregularidade e atualizem o cadastro das famílias, realizando a necessária visita domiciliar.

Cada processo de comparação de informações entre o Cadastro único e outras bases de dados tem suas particularidades e, para cada um deles, a Senarc orienta os municípios sobre os proce-dimentos a serem adotados em relação aos cadastros identificados com irregularidades por meio de instrução operacional específica que pode ser encontrada no sitio do MDS.

2.2 gestãO de BenefíciOs

O Programa Bolsa Família seleciona as famílias cadastradas no Cadastro único com renda mensal per capita de até R$ 140,00, que passarão a receber mensalmente os benefícios finan-ceiros estipulados em Lei. A Gestão de Benefícios é um conjunto de processos e atividades per-manentes que compreendem todas as etapas necessárias à transferência continuada dos valores referentes aos benefícios financeiros previstos na Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, desde o ingresso da família até seu desligamento do Programa, englobando as seguintes ações:

Habilitação, seleção e concessão de benefícios financeiros às famílias cadastradas no Cadastro único na forma da Portaria GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008;

Administração de benefícios pela Senarc e pelos municípios – Observada a legislação vigente, o gestor federal e os gestores municipais podem descontinuar a transferência de renda às famílias beneficiárias do PBF, temporária ou permanentemente;

Pagamento dos benefícios financeiros – A Caixa Econômica Federal - Caixa realiza o pagamento dos benefícios financeiros do PBF e dos Programas Remanescentes em todo o território nacional;

Revisão Cadastral: rotina de atualização cadastral obrigatória das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, realizada pelos municípios.

A Gestão de Benefícios é regulamentada pela Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005, alterada pela Portaria GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008 e é realizada de maneira descentralizada pelo município no que couber e, eventualmente de forma centralizada pela Senarc.

A responsabilidade pela execução da gestão dos benefícios no

âm-bito dos municípios caberá ao Gestor Municipal do PBF.

A Gestão de Benefícios tem como resultado principal a geração mensal de uma folha de pa-gamentos de benefícios, onde as parcelas podem aparecer nas seguintes situações:

concedida: trata-se da concessão de benefícios;

incluída: trata-se da inclusão de beneficiários;

liberada: resulta da liberação, reversão e/ou suspensão de benefícios;

bloqueada: resulta da atividade de bloqueio de benefícios;

suspensa: resulta da atividade de suspensão de benefícios; ou

(14)

A concessão é a atividade de administração de benefícios realizada automaticamente pela

Senarc, por meio do Sistema de Concessão de Benefícios, mediante análise das alterações cadas-trais recentemente efetuadas pelos municípios no Cadastro único, conforme as regras de elegibi-lidade do PBF constantes da Portaria GM/MDS nº 341, de 7 de outubro de 2008.

A inclusão ocorre logo após a concessão do benefício à família. É necessário o

cadastramen-to, pelo Responsável pela Unidade Familiar, de senha eletrônica individual do cartão magnético em estabelecimento credenciado da Caixa ou de Instituição Financeira autorizada, dentro do pra-zo de seis meses, contado da data em que o benefício for registrado como “incluído” no Sistema de Gestão de Benefícios, bem como a realização dos procedimentos necessários à revisão de ele-gibilidade, prevista no art. 21 do Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004.

Esgotado o prazo de seis meses para o cadastramento de senha

eletrô-nica individual, o benefício poderá ser cancelado a critério da Senarc.

A liberação é a atividade realizada automaticamente pela Senarc. Ocorre depois de confirma-da a inclusão de benefícios pela família; em decorrência de ativiconfirma-dades de reversão de benefícios, quando a família ainda atende aos critérios de elegibilidade do PBF e após transcorrido o prazo da suspensão de benefícios.

Poderá haver, a critério da Senarc e observado o calendário operacional,

a liberação de parcelas de pagamento ou fração, nas seguintes

situa-ções: para correção de erro operacional no processamento da folha de

pagamento já gerada, limitada a retroação a 12 parcelas; cumprimento

de decisão judicial; cumprimento de recurso administrativo deferido no

âmbito da Senarc, limitada a geração de 12 parcelas, conforme § 2º, do

Art. 4º, da Portaria GM/MDS nº 555, de 11 de novembro de 2005.

A reavaliação é a atividade realizada automaticamente pela Senarc. Ocorre depois de

pro-cessadas as alterações cadastrais da família beneficiária do PBF, ocorridas no âmbito do Cadastro único, depois de realizadas as atividades de reversão de benefícios ou para compatibilização de informações entre o Cadastro único e o Sistema de Gestão de Benefícios, a critério da Senarc. O bloqueio é a atividade utilizada para impedir temporariamente que a família beneficiária

efetue o saque de parcelas geradas e tem os seguintes efeitos:

impedimento da retirada das parcelas de pagamento ainda não sacadas pela família; e

impedimento do saque das parcelas de pagamento dos meses subsequentes até o desbloqueio, se for o caso.

Os benefícios bloqueados há mais de seis meses, contados a partir

da data da notificação do bloqueio e observado o calendário

opera-cional do PBF, serão automaticamente cancelados, salvo disposição

em contrário da Senarc.

A suspensão é a atividade utilizada para sustar temporariamente, no prazo determinado

no art. 4º da Portaria GM/MDS nº 321, de 29 de setembro de 2008, a geração de parcelas transferidas às famílias do PBF, sendo realizada exclusivamente pela Senarc nas situações de descumprimento de condicionalidades ou de ausência de informações sobre o acompanha-mento de condicionalidades e tem como efeitos:

interrupção da disponibilização das parcelas de pagamento nos meses subseqüentes; e

a retomada automática da disponibilização das parcelas de pagamento, depois de encer-rado o prazo citado no art. 4º da Portaria GM/MDS nº 321, de 29 de setembro de 2008.

A suspensão do benefício não implica o desligamento da família do PBF.

O cancelamento é a atividade utilizada para efetuar o desligamento da família do PBF e tem

os seguintes efeitos:

cancelamento das parcelas de pagamento ainda não sacadas pela família;

interrupção da disponibilização das parcelas de pagamento nos meses subsequentes;

desligamento da família do PBF; e

cancelamento do respectivo cartão magnético em prazo a ser estipulado pela Senarc. O desbloqueio é a atividade destinada a desfazer o bloqueio de benefícios anteriormente

efetuado, sendo realizado pela Senarc ou pelos municípios em decorrência da elucidação ou fina-lização das situações que deram origem à ação de bloqueio, permitindo a liberação das parcelas anteriormente bloqueadas que ainda estejam dentro do prazo de validade fixado no art. 24 do Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004.

A reversão de suspensão é a atividade destinada a desfazer a suspensão de benefícios

an-teriormente efetuada, sendo realizada pela Senarc ou pelos municípios, para retificação de erro operacional no processamento ou no envio das informações sobre condicionalidades do PBF pelos municípios e tem os seguintes efeitos, se efetuada no período de até dois meses da data da sus-pensão, observado o calendário operacional do PBF:

(15)

reavaliação de benefícios; e

disponibilização das parcelas anteriormente suspensas, até a geração da próxima folha de pagamento.

A reversão de cancelamento é a atividade destinada a desfazer o cancelamento de

bene-fícios que tenha ocorrido há menos de 120 dias, sendo realizada pela Senarc ou pelos municípios em razão de fato superveniente que implique a necessidade de retificação do cancelamento ocor-rido anteriormente e tem os seguintes efeitos:

reavaliação de benefícios;

retorno da família ao Programa e geração de parcelas a partir da próxima folha de pagamento; e

disponibilização das parcelas anteriormente canceladas.

A reversão de cancelamento em prazo superior a 120 dias caberá apenas à Senarc, nos casos de correção de erro operacional na folha de pagamento já gerada, limitada a retroação a 12 par-celas, conforme informações cadastrais disponíveis no Sistema de Gestão de Benefícios à época da reversão de cancelamento; cumprimento de decisão judicial; ou cumprimento de decisão em sede de recurso administrativo deferido no âmbito da Senarc, limitada a geração de 12 parcelas. A reinclusão é a atividade realizada pela Senarc ou pelos municípios, que dá possibilidade

de reingresso à família no PBF depois de superado o prazo de reversão de cancelamento de bene-fícios e tem os seguintes efeitos:

recondução do cadastro da família ao processo de habilitação; e

subordinação do cadastro da família habilitado às regras de seleção e concessão constantes da Portaria GM/MDS nº 341, 7 de outubro de 2008, em condições de igualdade com as demais famílias.

O bloqueio de BVJ é a atividade utilizada para impedir temporariamente a família do PBF

de efetuar o saque das parcelas geradas para esse benefício e tem os seguintes efeitos:

impedimento de retirada das respectivas parcelas de BVJ ainda não sacadas pela família; e

impedimento do saque das parcelas de BVJ geradas nos meses subsequentes.

O bloqueio de BVJ não implica o desligamento do adolescente do

PBF. Os benefícios bloqueados há mais de seis meses, contados a

partir da data da notificação de bloqueio e observado o calendário

operacional do PBF, serão automaticamente cancelados, salvo

dis-posição em contrário da Senarc.

O desbloqueio de BVJ é a atividade destinada a desfazer o bloqueio de BVJ anteriormente

efetuado, sendo realizado pela Senarc ou pelos municípios, em decorrência da elucidação ou fi-nalização das situações que deram origem à ação de bloqueio. O desbloqueio de BVJ tem como efeito a liberação das parcelas anteriormente bloqueadas que ainda estejam dentro do prazo de validade fixado no art. 24 do Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004.

A suspensão de BVJ é a atividade utilizada para sustar temporariamente, no prazo

deter-minado no art. 5º da Portaria GM/MDS nº 321, de 29 de setembro de 2008, a geração de parcelas deste benefício financeiro específico, sendo realizada, exclusivamente pela Senarc no caso de des-cumprimento de condicionalidades por parte de respectivo adolescente da família. A suspensão de BVJ tem como efeito a interrupção da disponibilização das respectivas parcelas do BVJ nos meses subsequentes.

A suspensão do BVJ não implica o desligamento do adolescente do PBF.

A reversão de suspensão de BVJ é a atividade destinada a desfazer a suspensão de BVJ

anteriormente efetuada, sendo realizada pela Senarc ou pelos municípios, para retificação de erro operacional no processamento ou no envio das informações sobre condicionalidades do PBF pelos municípios e tem os seguintes efeitos, se efetuada no período de até dois meses da data da suspensão, observado o calendário operacional do PBF:

reavaliação de benefícios; e

disponibilização das parcelas do BVJ anteriormente suspensas, até a geração da pró-xima folha de pagamento.

O cancelamento de benefício básico, variável e BVJ são atividades realizadas

automati-camente pela Senarc, por meio do Sistema de Gestão de Benefícios, mediante análise das altera-ções cadastrais recentemente efetuadas pelos municípios no Cadastro único e tem como efeito o cancelamento de benefício básico, variável ou BVJ, caso alguma regra de elegibilidade do PBF não seja atendida.

(16)

Quanto ao benefício básico, encerrado o período de validade do benefício do Programa, ocorrerá o cancelamento, caso a renda per capita familiar no Cadastro único permaneça superior à estabelecida para sua concessão.

O cancelamento de benefício variável ou BVJ, realizado exclusivamente pela Senarc, por meio do Sistema de Gestão de Benefícios do PBF, ocorrerão sempre nos meses de janeiro, tendo como referência a data de 31 de dezembro do ano anterior, nos seguintes casos:

Para os adolescentes de 16 anos que não puderam ser migrados para o BVJ, em razão do preenchimento das duas vagas disponíveis para a família por outros adolescentes do domicílio; e

Para os adolescentes que tenham completado 18 anos e estiverem ligados ao BVJ. A reversão de cancelamento de benefício básico, variável ou BVJ são atividades

realizadas automaticamente pela Senarc, por meio do Sistema de Gestão de Benefícios, mediante análise das alterações cadastrais recentemente efetuadas pelos municípios no Cadastro único e tem como efeito a reversão de benefício básico, variável ou BVJ, conforme as regras de elegibilidade do PBF sejam atendidas.

2.3 cOndiciOnalidades

As condicionalidades são contrapartidas sociais que devem ser cumpridas pelo núcleo familiar como requisito para o recebimento do benefício mensal.

O estabelecimento das condicionalidades tem por objetivo assegurar o acesso dos benefi-ciários às políticas sociais básicas de saúde, educação e assistência social, de forma a favorecer a melhoria das condições de vida da população, promover a redução da pobreza para a próxima geração e propiciar as condições mínimas necessárias para sua inclusão social sustentável. Logo, o cumprimento das condicionalidades previstas no Programa Bolsa Familia é, antes de um dever, um direito das famílias.

O acompanhamento das condicionalidades é realizado de forma conjunta pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Edu-cação (MEC) e nos municípios, deve ser realizado de forma articulada entre as áreas de Assistência Social, Saúde e Educação.

As condicionalidades são contrapartidas sociais que devem ser

cumpridas pelo núcleo familiar como requisito para o recebimento

do benefício mensal.

A gestão de condicionalidades foi regulamentada pelo MDS e pelos Ministérios da Saú-de e Educação por meio das Portarias Interministeriais MEC/MDS nº 3.789, Saú-de 17 Saú-de novem-bro de 2004, e MS/MDS nº 2.509, de 18 de novemnovem-bro de 2004. Essas portarias estabelecem atribuições e normas para o cumprimento das condicionalidades de frequência escolar e de saúde. Além disso, para regulamentar a gestão e a repercussão do não-cumprimento das condicionalidades sobre os benefícios financeiros do Programa e também para definir as sanções aplicáveis às famílias que não cumprirem as condicionalidades, o MDS editou a Portaria GM/MDS nº 321, de 29 de setembro de 2008.

A gestão de condicionalidades do Bolsa Família envolve:

coleta de informações, pelo município e/ou pelo estado, no que couber, e registro periódico nos sistemas disponibilizados pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Educação (MEC) e da Saúde (MS);

aplicação dos efeitos previstos na legislação decorrentes do descumprimento de con-dicionalidades;

(17)

descumprimento de condicionalidades para subsidiar o acompanhamento por ou-tras políticas públicas, de forma a reduzir as vulnerabilidades de tais famílias. A gestão de condicionalidades do PBF envolverá o exercício de atribuições complementares e coordenadas no âmbito da União, estados e municípios e será realizada por meio da conjugação de esforços entre os entes federados, observada a descentralização, a intersetorialidade e os com-promissos assumidos na adesão ao PBF.

De acordo com a Portaria GM/MDS nº 321, de 29 de setembro de 2008, as responsabilidades do gestor municipal com relação ao cumprimento das condicionalidades pelas famílias são as seguintes:

atuar em cooperação com os responsáveis pelo registro do acompanhamento das condicionalidades nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, garantindo a coleta de informações de acordo com os calendários definidos;

realizar as ações de gestão de benefícios, em decorrência do provimento do recurso administrativo sobre efeito do descumprimento de condicionalidades;

notificar formalmente o Responsável Familiar, quando necessário, nos casos de des-cumprimento de condicionalidades, sem prejuízo de outras formas de notificação;

analisar as informações sobre não cumprimento de condicionalidades e enca-minhar às famílias beneficiárias do PBF em situação de descumprimento e às áreas responsáveis pelo acompanhamento familiar e oferta dos serviços socio-assistenciais;

elaborar planejamento anual intersetorial do município, em parceria com as áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, para o desenvolvimento das ações de ges-tão de condicionalidades do PBF e de acompanhamento familiar. Ou seja, para que o acompanhamento das condicionalidades funcione, é preciso integrar as ações da área responsável pela gestão do Programa com as áreas de Saúde e Educação no município.

O acompanhamento das condicionalidades de Saúde é realizado semestralmente para as fa-mílias beneficiárias com perfil da saúde, isto é, aquelas com crianças menores de sete anos e mu-lheres entre 14 e 44 anos (prováveis gestantes). As informações sobre saúde são consolidadas no Sistema Bolsa Família na Saúde, disponibilizado via internet no endereço http://bolsafamilia.

datasus.gov.br. A agenda de condicionalidades relativa à Saúde é constituída pelo

acompa-nhamento do: calendário vacinal e do crescimento e desenvolvimento de crianças menores de

sete anos; exame pré-natal para gestantes; e acompanhamento de nutrizes em atividades de educação em saúde e nutrição.

As condicionalidades de Educação consistem na frequência escolar mínima de 85% da carga horária mensal, em estabelecimentos de ensino regular, para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de idade; e frequência escolar mínima de 75% da carga horária mensal, em estabelecimentos de ensino regular, para adolescentes de 16 e 17 anos. As informações sobre frequência escolar dos alunos beneficiários do Bolsa Família devem ser registradas no Sistema MEC de Acompanhamento de Frequência Escolar, acessado pelo link do Proje-to Presença On-Line: http://frequenciaescolarpbf.mec.gov.br. Por meio deste link, pode-se também acessar relatórios e informações dessas crianças e adolescentes. O registro deve ser feito bimestralmente, de acordo com calendário definido conjuntamente entre o MDS e o MEC. A agenda de Assistência Social, cujo período de acompanhamento é bimestral, constitui a frequência mínima de 85% da carga horária relativa aos serviços socioeducativos e de convivência do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) para crianças e adolescentes menores de 16 anos, em risco ou retiradas do trabalho infantil, conforme estabelecido no art. 13 da Portaria GM/MDS nº 666, de 28 de dezembro de 2005.

Com vistas a possibilitar maior agilidade na gestão de condicionalidades, foi desenvolvido o Sistema de Gestão das Condicionalidades (Sicon). Trata-se de uma ferramenta via internet que possibilita aos gestores municipais do PBF:

Consultar famílias em descumprimento das condicionalidades de educação e saúde;

registrar e alterar recurso para descumprimento quando ocorram erros, falhas ou problemas que ocasionem repercussão indevida;

deferir ou indeferir recurso cadastrado;

registrar informações sobre o acompanhamento das famílias que tiveram descum-primento de condicionalidades.

A Portaria GM/MDS n° 321, de 29 de setembro de 2008, regulamenta a gestão do acompa-nhamento das condicionalidades e a aplicação dos efeitos decorrentes do seu descumprimento pelas famílias beneficiárias do Programa. Esses efeitos são gradativos e vão desde a advertência, passando pelo bloqueio e suspensão do benefício, podendo chegar ao cancelamento se o des-cumprimento for repetido em cinco períodos consecutivos. Dessa forma:

no primeiro descumprimento a família receberá apenas uma advertência, que não afeta o recebimento do benefício;

(18)

no segundo descumprimento o benefício será bloqueado por 30 dias, mas recebe acumulado no mês seguinte;

no terceiro descumprimento, o benefício da família será suspenso por 60 dias;

no quarto descumprimento, o benefício da família será suspenso por 60 dias. Nesses dois períodos, as parcelas não serão geradas e a família fica sem receber o benefício;

no quinto descumprimento o benefício será cancelado. 

No caso do Benefício Variável vinculado ao Adolescente (BVJ) a aplicação do efeito decorrente do descumprimento de condicionalidade atingirá apenas o valor do respectivo BVJ, sem afetar os demais valores recebidos pela família. Os efeitos nos benefícios das famílias com adolescentes de 16 e 17 anos, beneficiárias do Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ) são:

no primeiro descumprimento, advertência;

no segundo registro de descumprimento, o benefício será suspenso por 60 dias; e

no terceiro registro de descumprimento, o BVJ é cancelado.

O objetivo da aplicação dos efeitos gradativos é permitir que as famílias e os jovens que não cumprem as condicionalidades sejam identificados, acompanhados e que os problemas que causaram o descumprimento possam ser resolvidos. Entende-se que essas são as famílias mais vulneráveis. Ao fim do acompanhamento, conforme o calendário de cada área, O MDS, por meio da Senarc, identifica as famílias que descumpriram seus compromissos no período, notifica essas famílias e procede à repercussão do descumprimento na folha de pagamento.

Quando a família recebe a notificação por descumprimento de condicionalidades, ela é orientada a procurar o gestor municipal do Bolsa Família. Se a família considerar que houve erro na informação do acompanhamento das condicionalidades, ou que o descumprimento ocorreu por motivo justificável, o responsável familiar pode apresentar recurso ao gestor municipal. Neste recurso, ela deve explicar o erro da informação ou o motivo do descumprimento e solicitar que a sanção seja revista.

2.4 integraçãO de ações cOmplementares

Para que as famílias do PBF tenham sua cidadania fortalecida e possam estruturar suas ren-das a partir do próprio trabalho, e as crianças e jovens tenham oportunidade de um futuro melhor, faz-se necessário que as famílias beneficiárias também sejam contempladas por Programas Com-plementares. Parcerias com órgão de diferentes setores podem oferecer acesso a ações voltadas para o aumento da escolaridade, para a qualificação profissional, para a geração de trabalho e renda, bem como para a melhoria das condições de moradia.

A organização dos Programas Complementares deve levar em conta o perfil de cada família e as ofertas de ações e serviços existentes em cada local, uma vez que as demandas e potencialida-des são bastante diferenciadas. Propiciar o acesso das famílias beneficiadas, através do Programa Bolsa Família, a outras políticas públicas, considera-se um diferencial no processo de inclusão social e econômica. Desse modo, é necessário clarificar o entendimento de que o Programa Bolsa Família, por si só, não garante a completa concretização de estratégias de desenvolvimento das famílias. É preciso estabelecer parcerias com entidades da sociedade civil ou com órgãos gover-namentais (secretarias municipais ou estaduais, governo federal) que já desenvolvem programas nas áreas demandadas.

(19)

3. fiscalizaçãO e

cOntrOle sOcial

3.1 ações de fiscalizaçãO e O papel dO cOntrOle sOcial

A fiscalização do Bolsa Família tem como meta primordial garantir a efetividade e a transpa-rência na implementação do Programa, assegurando o cumprimento das regras e princípios que albergam tal política pública e a garantia de acesso das famílias mais vulneráveis ao PBF. Eis os sujeitos ativos que executam o ato de fiscalizar o Programa:

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc/MDS);

Rede Pública de Fiscalização;

Instâncias de Controle Social (ICS);

Gestor local do Programa;

Beneficiários;

Sociedade civil organizada;

Todos os cidadãos.

É pertinente ressaltar que a fiscalização será efetivada por: ações in loco (no município) e a distância (ambas executadas pela Senarc); as auditorias executadas pelo MDS e pelos órgãos de controle interno e externo do poder executivo; o acompanhamento e proposições dos demais sujeitos.

O controle social do Bolsa Família é exercido pelas Instâncias de Controle Social (ICS), que são instâncias colegiadas determinadas pelo art. 9º da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, do art. 29

do Decreto n.º 5.209, de 17 de setembro de 2004, e da Instrução Normativa MDS n.º 1, de 20 de maio de 2005. Sua criação é de responsabilidade do chefe do Executivo dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Deve ser formalmente constituída, respeitando os critérios de paridade (conselho composto por representantes da sociedade civil em quantidade igual aos representantes do governo) e de intersetorialidade (conselho composto, principalmente, por representantes das áreas de Educa-ção, Saúde e Assistência Social). O processo de escolha e designação dos conselheiros deve contar com a participação da sociedade civil e mobilização dos órgãos governamentais.

De acordo com a Instrução Normativa nº 01, de 20 de maio de 2005, as principais atribuições das Instâncias de Controle Social são:

Observar se as famílias pobres e extremamente pobres do município foram cadastra-das e se existe alguma rotina de atualização dos dados;

Verificar se as famílias cadastradas com perfil para inclusão no Bolsa Família foram beneficiadas pelo Programa e acompanhar, por meio do Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec), os atos de gestão de benefícios realizados pelo município;

Verificar se o poder público local oferece serviços adequados de educação e saúde para o cumprimento das condicionalidades e se as famílias têm acesso a tais serviços;

Identificar e estimular a integração e a oferta de políticas e programas que favore-çam a emancipação dos beneficiários do Bolsa Família; e

Subsidiar a fiscalização realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Com-bate à Fome (MDS) e pela Rede Pública de Fiscalização em todos os procedimentos relacionados a gestão do Programa.

Acompanhar o cumprimento das condicionalidades;

O Controle Social do Bolsa Família pode ser exercido por outros conselhos setoriais (educa-ção, saúde, assistência social), desde que haja designação formal pelo poder público municipal e adequação às exigências de composição estabelecidas em Lei (intersetorialidade e paridade entre governo e sociedade). Neste o caso, o regimento interno deste conselho deve ser modificado, buscando incorporar a nova responsabilidade.

As ICS são peças fundamentais na fiscalização do PBF, uma vez que podem acompanhar de perto a gestão do Programa por terem mais acesso à população local. São também importan-tes aliados dos gestores locais na garantia da transparência e correção de irregularidades na gestão do PBF, podendo atuar de forma conjunta com o município, subsidiando a fiscalização nos processos de cadastramento, gestão de benefícios, acompanhamento das

Referências

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