• Nenhum resultado encontrado

O papel do cloro na hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores de rutenio

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O papel do cloro na hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores de rutenio"

Copied!
124
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SISTEMAS DE

PROCESSOS QUÍMICOS E INFORMÁTICA

O Papel do Cloro na

Hidrogenação Parcial do Benzeno com

Catalisadores de Rutênio

Autora: Giselli Luzia Ferreira da Silva

Orientador: Prof. Dr. Antonio José Gomez Cobo

Co-Orientador: Dr. Adler Gomes Moura

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Química, como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Química.

Campinas- São Paulo Fevereiro de 2007

(2)

UNIDADE

12

C'J N° CHAMADA: SÃ,

3 g

P

T/UNICAMP V. EX.

-TOMBOBCC~i?~

PROC

~.

C D k PREÇ~ . DATA. 81B-10

FICHA CA TALOGRÁFICA ELABORADA PELA

I

BIBLIOTECADA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP

Si38p

Silva, Giselli Luzia Ferreira da

O papel do cloro na hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores de rutênio / Giselli Luzia Ferreira da Silva.--Campinas, SP: [s.n.], 2007.

Orientador:Antonio José Gomez Cobo e Adler Gomes Moura

Dissertação (mestrado) - UniversidadeEstadual de Campinas, Faculdadede EngenhariaQuímica.

I. Hidrogenação. 2. Benzeno. 3. Cicloexeno. 4.

Catalisadores de rutênio. 5. Cloro. I. Gomez Cobo, Antonio José. 11.Moura, Adler Gomes. m. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Química. IV. Título.

Título em Inglês: The function of chlorine in the partial hydrogenationofthe benzene with rutheniumcatalysts.

Palavras-chave em Inglês: Chlorine, Hydrogenation,Benzene, Ruthenium catalysts, Cyclohexene.

Área de concentração: Sistemasde Processos Químicos e Informática. Titulação: Mestre em EngenhariaQuímica

Banca examinadora: Dalmo Mandelli e Maura Hebling Jordão Data da defesa: 05/02/2007

(3)

fevereiro de 2007, pela banca constituída pelos doutores:

\ andelli

J

Prof(a) Dr~ra Hebling Jordão

-r:-~

~

\f)

X?

(4)

Esta versão corresponde à versão final de Dissertação de Mestrado defendida por Giselli

/

Luzia Ferreira da Silva e aprovada pela bancada examinadora em 05 de fevereiro de 2007.

Orientador

(5)

Aos meus pais e a todos os professores que ao longo dessa jornada contribuíram para minha formação. Em especial, a Profa Dra Valéria Viana Murata, o Prof. Dr. Luiz Carlos e o Prof. Dr. Ricardo Reis Soares da Universidade Federal de Uberlândia que me introduziram na área científica e me incentivaram a prosseguir.

(6)

Agradecimentos

Agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho:

Ao professor Dr. Antonio José Gomez Cobo e ao Dr. Adler Gomes Moura pelas orientações e sugestões ao longo do desenvolvimento desse trabalho;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro, na forma de bolsa auxílio;

À professora Dra. Elizabete Jordão e à sua aluna de doutorado, Flávia, pela concessão da unidade experimental de ensaios reacionais;

À Rita e ao Prof. Dr. Richard Landers do Instituto de Física (IFGW) da Unicamp, pelas análises de XPS dos catalisadores;

Ao Verber pelas análises de BET, realizadas no laboratório da Oxiteno.

À minha querida amiga Priscila, pelo auxílio na parte experimental e na análise dos resultados;

Aos amigos do Laboratório: Danilo, Roberta e Rodolfo; À química responsável pelo laboratório, Mara;

Aos funcionários: Daniel, Gustavo e Juliano pelos serviços prestados;

Em especial à minha família pelo estímulo e apoio incondicional em todos os momentos.

(7)

" É melhor tentar e falhar,

que preocupar-se e ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver."

(8)

Resumo

A hidrogenação parcial do benzeno é uma reação química de grande interesse científico e industrial, uma vez que o cicloexeno formado pode ser empregado na obtenção de diversos produtos, em razão da sua dupla ligação altamente reativa.

O presente trabalho tem como objetivo principal estudar os efeitos do cloro em catalisadores de Ru/CeO2,destinados à hidrogenação parcial do benzeno. Com o intuito de

verificar a influência da natureza do suporte, catalisadores de Ru/Al2O3 também foram

estudados, como referência, uma vez que a alumina é um suporte não redutível.Para tal, catalisadorescom uma fração mássica de metal de cerca de 5 % foram preparados através do método de impregnação a seco. Após a adição do precursor clorado RuCl3xH2O ao

suporte, os catalisadores foram submetidos a tratamentos térmicos consecutivos de redução direta a 573K.

Os sólidos obtidos foram caracterizados através das técnicas de adsorção de N2

(método B.E.T.), microscopia eletrônica de varredura com microssonda para análise espectrométrica de raios X (MEV + EDX), espectrometria de fotoelétrons excitados por raios X (XPS) e redução à temperatura programada (TPR). O desempenho dos catalisadores foi avaliado nas reações de hidrogenação do benzeno e de hidrogenação do cicloexeno, empregando-se um reator Parr do tipo "slurry". A reação foi conduzida à pressão de hidrogênio constante de 5 Mpa e à temperatura de 373 K, em meio reacional trifásico contendo água. Em alguns testes catalíticos realizados, soluções aquosas de TiCl3, NaCl,

ZnCl2 ou HCl foram adicionadas ao meio reacional.

Os resultados da caracterização revelam que o cloro, oriundo do precursor clorado, praticamente não é eliminado do catalisador Ru/CeO2, mesmo após os sucessivos

tratamentos de redução. Na reação de hidrogenação do benzeno, o catalisador Ru/CeO2,

reduzido duas vezes consecutivas, apresenta os maiores rendimentos de cicloexeno, tanto na ausência, quanto na presença de TiCl3 no meio reacional. Dentre os aditivos empregados

no meio reacional, o TiCl3 conduz aos maiores rendimentos de cicloexeno.

(9)

Abstract

The partial hydrogenation of the benzene is a chemical reaction of great scientific and industrial interest, since the produzed cyclohexeno can be used in the attainment of diverse products, in reason of its highly reactive double bond.

The present work has as main objective to study the effect of chlorine in Ru/CeO2

catalysts, destined to the partial hydrogenation of the benzene. With intention to verify the influence of the nature of the support, Ru/Al2O3 catalysts have been also studied, as

reference, since that alumina is a not reducible support. For such, catalysts with a mass metal fraction of about 5 % were prepared by the wet impregnation technique. After the addition of the chloride precursor RuCl3xH2O to the support, the catalysts were submitted

to consecutive thermal treatments of direct reduction at 573K.

The gotten solids have been characterized by N2 adsorption (method B.E.T.),

electronic scanning microscopy with energy dispersive X-ray spectroscopy analysis (MEV + EDX), X-ray photolectron spectroscopy (XPS) and temperature-programmed reduction (TPR) techniques. The performance of the catalysts have been evaluated in the reactions of benzene hydrogenation and cyclohexeno hydrogenation, using a Parr reactor of the type "slurry". The reaction has been carried out at 5 Mpa constant hydrogen pressure and 373K temperature, in a three-phase reacional system with water. In some catalysts tests, aqueous solutions of TiCl3, NaCl, ZnCl2 or HCl have been added to the reacional system.

The results of the characterization show that the chlorine, from the chloride precursor, is practically not eliminated of the Ru/CeO2 catalyst, after the successive

treatments of reduction. In the benzene hydrogenation reaction, the Ru/CeO2 catalyst,

reduced two consecutive times, presents the biggest yields of cyclohexeno, as in the absence, as in the presence of TiCl3 in the reacional system. Among additives used in the

reacional system, the TiCl3 leads to the biggest yields of cicloexeno .

(10)

Sumário

Resumo iv

Abstract v

Lista de Figuras ix

Lista de Tabelas xii

Introdução 1

Capítulo 1 – Revisão Bibliográfica 5

1.1 – Hidrogenação Parcial do Benzeno 5

1.1.1 – Características da Reação 5

1.1.2 – Importância Industrial 6

1.1.3 – Histórico da Hidrogenação Parcial do Benzeno 10 1.2 – Os Catalisadores de Rutênio

1.2.1 – A Influência da Natureza do Suporte 13

13

1.2.2 – Os Sais Precursores de Rutênio 18

1.2.3 – Os Promotores Adicionados ao Catalisador de Rutênio 20 1.2.4 – Efeitos dos Tratamentos Térmicos 23

1.3 – A Natureza do Meio Reacional

1.3.1 – A Presença de Água 29

29

1.3.2 – A Presença de Aditivos 32 1.3.3 – A Presença de Solventes 35

(11)

1.4 – Influência das Condições da Reação 36

1.4.1 – Pressão de Hidrogênio 36

1.4.2 – Taxa de Agitação 37

1.4.3 – Temperatura de Reação 38

1.4.4 – Massa do Catalisador 39

1.5 – Conclusões da Revisão Bibliográfica 39

Capítulo 2 – Técnicas Experimentais 42

2.1 – Preparação dos Catalisadores 42

2.2 – Caracterização dos Catalisadores 45

2.2.1 – Adsorção de N2 ( Método da Isoterma de B.E.T) 46

2.2.2 – Microscopia Eletrônica de Varredura com Microssonda para Análise Espectrométrica de Raios X

47

2.2.3 – Espectrometria de massa atômica com plasma indutivamente acoplado

48

2.2.4 – Redução à Temperatura Programada 50

2.2.5 – Testes Catalíticos na Reação de Hidrogenação do Cicloexeno 53 2.3 – Testes Catalíticos na Reação de Hidrogenação do Benzeno 57 2.3.1 – Determinação da Taxa Inicial de Reação 59 2.3.2 – Cálculo da Seletividade e do Rendimento de Cicloexeno 61

Capítulo 3 – Resultados Experimentais 64

3.1 – Estudo da Morfologia dos Catalisadores 64

(12)

3.3 – Estudo da Composição Superficial dos Catalisadores 69

3.4 – Estudo da Formação das Fases Ativas 74

3.4.1 – Efeito do Suporte sobre a Redução do Rutênio 3.4.2 – Efeito do Suporte sobre a Oxidação do Rutênio 3.5 – Testes Catalíticos na Reação de Hidrogenação do Benzeno

75 79 82 3.5.1 – Desempenho Catalítico sem a Presença de Aditivos no Meio

Reacional

83

3.5.2 – Desempenho Catalítico com a Adição de TiCl3 ao Meio

Reacional

87

3.5.3 – Efeitos da Água e do Aditivo de TiCl3 sobre os Parâmetros

Cinéticos da Hidrogenação do Benzeno

90

3.5.4 – Efeitos da Adição de Aditivos Clorados sobre o Desempenho do Catalisador Ru/CeO2R2

96

Conclusões e Sugestões 98

(13)

Lista de Figuras

Figura Título Página

1.1 Aspectos termodinâmicos da reação de hidrogenação do benzeno 5 1.2 Representação esquemática do mecanismo de Horiuti-Polanyi para

a hidrogenação do benzeno sobre metais do grupo VIII

6

1.3 Rota para a produção do nylon através da reação de oxidação catalítica do cicloexano

7

1.4 Rota para a produção do nylon através da hidrogenação catalítica do fenol

8

1.5 Rota para a produção do nylon através da reação de hidrogenação catalítica parcial do benzeno

9

1.6 Rota para a produção do ácido adípico através da oxidação direta do cicloexeno

9

1.7 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação de hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores de Ru na presença de TiCl3

no meio reacional

15

1.8 Perfil de TPR do óxido de cério 16

1.9 Comparação dos perfis de TPR entre o óxido de cério (F) e M/CeO2, onde M= Ir (A), Pd (B), Pt (C), Ru (D) e Rh (E)

17

1.10 Efeito do teor de zinco sobre o rendimento máximo de cicloexeno 20 1.11 Efeito da adição de cloro ao catalisador Ru/CeO2 23

(14)

1.13 Espectro XPS do cloro para o catalisador Ru/Al2O3 reduzido a 673

K durante (a) 3 horas e (b) 6 horas

26

1.14 Espectro XPS do Ru para o catalisador Ru/Al2O3 reduzido a 673 K

durante (a) 3 horas e (b) 6 horas

26

1.15 Influência da calcinação sobre o desempenho do catalisador de Ru/CeO2 na reação de hidrogenação parcial do benzeno

28

1.16 Esquema para a formação do cicloexeno na presença de água 29 1.17 Seletividade de cicloexeno: (∆) sem água e (Ο) com água 30 1.18 Influência da presença de água no meio reacional sobre o

rendimento de cicloexeno na hidrogenação parcial do benzeno

31

1.19 Influência da adição de TiCl3 ao meio reacional sobre o rendimento

máximo de cicloexeno

34

1.20 Influência da pressão de hidrogênio sobre a taxa de reação e rendimento de cicloexeno

37

1.21 Influência da temperatura de reação sobre o rendimento de cicloexeno

38

2.1 Esquema da instalação experimental para TPR 51 2.2 Esquema de procedimento de TPRs consecutivas 52 2.3 Esquema de procedimento de TPRs consecutivas com oxidação

intermediária

52

2.4 Esquema da montagem experimental dos testes catalíticos 54 2.5 Esquema reacional para a reação de hidrogenação do cicloexeno 56 2.6 Esquema reacional proposto para a reação de hidrogenação do

benzeno

(15)

3.1 Micrografia do catalisador Ru/Al2O3 não reduzido 65

3.2 Micrografia do catalisador Ru/Al2O3 reduzido duas vezes 65

3.3 Micrografia do catalisador Ru/CeO2 não reduzido 66

3.4 Micrografia do catalisador Ru/CeO2 reduzido duas vezes 66

3.5 Espectro XPS do Cl 2p nos catalisadores (a) Ru/Al2O3NR e (b)

Ru/Al2O3R2

70

3.6 Espectro XPS do Cl 2p nos catalisadores (a) Ru/CeO2NR e (b)

Ru/CeO2R2

70

3.7 Perfis de TPR para os catalisadores Ru/Al2O3 75

3.8 Perfis de TPR para os catalisadores Ru/CeO2 76

3.9 Perfis de TPR após oxidação forçada dos catalisadores Ru/Al2O3 79

3.10 Perfis de TPR após oxidação forçada dos catalisadores Ru/CeO2 80

3.11 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação para os catalisadores Ru/Al2O3 sem aditivos no meio reacional

83

3.12 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação para os catalisadores Ru/CeO2 sem aditivos no meio reacional

84

3.13 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação para os catalisadores Ru/Al2O3 na presença do aditivo TiCl3 no meio reacional

87

3.14 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação para os catalisadores Ru/CeO2 na presença do aditivo TiCl3 no meio reacional

89

3.15 Rendimento de cicloexeno ao longo da reação com catalisador Ru/CeO2R2 na presença de diferentes sais clorados no meio

reacional

(16)

Lista de Tabelas

Tabela Título Página

1.1 Catalisadores e aditivos empregados na hidrogenação parcial do benzeno

11

1.2 Efeito da natureza dos sais precursores sobre o desempenho de catalisadores de Ru/Al2O3 para uma conversão de 10 % do benzeno

19

1.3 Composição química dos catalisadores de Ru/CeO2 aditivados com Ti 22

1.4 Composição química de catalisadores Ru/CeO2 submetidos a diferentes

tratamentos de ativação

28

1.5 Rendimento máximo de cicloexeno (Rmáx) com catalisadores de Ru na

ausência e na presença de TiCl3 no meio reacional

33

2.1 Tratamentos térmicos empregados para a preparação dos catalisadores 44 2.2 Técnicas de caracterização dos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2 45

2.3 Condições experimentais do procedimento de TPR 53 2.4 Condições da reação de hidrogenação do cicloexeno 55

2.5 Condições das análises cromatográficas 56

2.6 Condições para a reação de hidrogenação do benzeno 58 3.1 Composição química elementar para os catalisadores de Ru/Al2O3 68

3.2 Composição química elementar para os catalisadores de Ru/CeO2 68

3.3 Energias de ligação de referência para os elementos das prováveis espécies presentes nos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2

(17)

3.4 Energias de Ligação obtidas para os elementos presentes nos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2

72

3.5 Razões atômicas entre elementos químicos presentes na superfície dos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2

73

3.6 Consumo de H2 a partir dos perfis de TPR dos catalisadores Ru/Al2O3

e Ru/CeO2

77

3.7 Consumo de H2 a partir dos perfis de TPR após oxidação dos

catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2

80

3.8 Desempenho dos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2 sem aditivos no

meio reacional

85

3.9 Desempenho dos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2 na presença de

TiCl3 no meio reacional

90

3.10 Desempenho dos catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2 na reação de

hidrogenação de cicloexeno

91

3.11 Parâmetros cinéticos de hidrogenação do benzeno para os catalisadores Ru/Al2O3 e Ru/CeO2 na ausência e na presença de TiCl3 no meio

reacional

93

3.12 Composição química dos catalisadores usados na hidrogenação do benzeno com TiCl3 no meio reacional

(18)

Introdução

A hidrogenação parcial do benzeno é uma reação química de grande interesse científico e industrial, uma vez que o cicloexeno formado pode ser empregado na obtenção de diversos produtos, em razão de sua dupla ligação altamente reativa. Em particular, a partir do cicloexeno é possível produzir o cicloexanol e cicloexanona, intermediários na rota de fabricação de poliamidas como o nylon. Além disso, esta reação é uma aplicação alternativa interessante para o benzeno, visto que severas restrições ambientais têm limitado a presença de compostos aromáticos em combustíveis.

Todos os metais classicamente empregados como catalisadores de hidrogenação conseguem hidrogenar o benzeno, porém os catalisadores à base de rutênio têm recebido maior destaque, pois conduzem aos maiores rendimentos do produto intermediário na reação consecutiva de hidrogenação: benzeno → cicloexeno → cicloexano. A natureza dos sais precursores de rutênio também pode influenciar a atividade e a seletividade catalítica. Os catalisadores de Ru preparados a partir de precursores clorados se apresentam mais seletivos com relação aos precursores de Ru não clorados, quando empregados na reação de hidrogenação parcial do benzeno (NUNES, 1990). Promotores ainda podem ser adicionados aos catalisadores, com o objetivo de aumentar a produção do cicloexeno, tais como: Ti [ODEBRAND et al. (1981), MOURA (1998), NAVARRO (2004)], Fe [ODEBRAND et al. (1981), SILVA (2000)], Zn (CARVALHO, 1996), Eu, Sm e Yb (MOURA 2004).

Contudo, sabe-se que para obter maiores rendimentos com os catalisadores de Ru nessa reação, a presença de água no meio reacional é necessária. Com isso, aumenta-se o grau de complexidade num sistema reacional trifásico, pois para a fase líquida no meio reacional (orgânica e aquosa), a transferência de massa é fortemente afetada, uma vez que o benzeno e o hidrogênio têm que atravessar a camada de água que envolve o catalisador, para então reagirem sobre seus sítios ativos. No caso da presença de água no meio reacional, para obter uma elevada seletividade de cicloexeno, é necessário que as partículas do catalisador estejam envolvidas por uma camada de água, não somente para promover a dessorção do cicloexeno formado, como também para evitar a sua adsorção e posterior hidrogenação a cicloexano. Assim, é necessário que o catalisador tenha um caráter

(19)

hidrofílico, por si só, ou forçado pela adição de promotores ao meio reacional. Portanto, a presença de aditivos no meio reacional, como TiCl3, ZnSO4, Zn(OH)2, ZrO2, ZnCl2, FeCl3,

dentre outros, é uma condição importante para obter elevada seletividade de cicloexeno. Nesses casos, parece que o papel dos aditivos é o de aumentar a natureza hidrofílica do catalisador. Já a utilização de solventes no meio reacional pode controlar o tipo de substrato a reagir, bem como a quantidade do mesmo em solução (ODENBRAND, 1980).

Em 1992, o Laboratório de Desenvolvimento de Processos Catalíticos (LDPC) da Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP iniciou suas pesquisas sobre a hidrogenação parcial do benzeno, em colaboração com o Centro de Pesquisa da Rhodia de Paulínia-SP. Assim, MERTZWEILLER et al. (1993 e 1994) realizaram um estudo preliminar sobre a influência dos suportes alumina e carvão, do tipo de solvente (metilcicloexano, octanol e isopropanol) e das condições de reação na hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores à base de rutênio, conduzida em meio reacional trifásico. Posteriormente, CARVALHO (1996) desenvolveu um estudo sobre a influência da presença de zinco em catalisadores Ru/Al2O3, no qual constatou que a presença do aditivo,

num teor otimizado, pode elevar o rendimento de cicloexeno. Por sua vez, MOURA (1998) estudou a influência dos suportes titânia e alumina. Os resultados mostraram que o catalisador Ru/TiO2, reduzido a 473K, apresentou um desempenho melhor que o do sistema

Ru/Al2O3 preparado nas mesmas condições. Em seu trabalho sobre a influência dos aditivos

Fe, Sn e Zn em catalisadores de Ru/TiO2 e Ru/SiO2, SILVA (2000) observou um melhor

desempenho do catalisador suportado em titânia e aditivado com Zn. ZONETTI (2003) investigou a influência das etapas de ativação (calcinação e redução) sobre o desempenho catalítico do sistema Ru/CeO2. A seguir, MOURA (2004) estudou a influência da adição

de Ti, Eu, Sm e Yb sobre as propriedades físico-químicas de catalisadores à base de rutênio suportados em Al2O3, CeO2, TiO2 e La2O3, bem como sobre o meio reacional trifásico de

hidrogenação parcial do benzeno. Os maiores rendimentos de cicloexeno foram obtidos com o catalisador de rutênio suportado em céria e aditivado com Ti, tendo-se a presença de TiCl3 no meio reacional. Paralelamente, NAVARRO (2004) estudou a influência da adição

de Ti ao catalisador Ru/CeO2, bem como ao meio reacional trifásico, empregando as

mesmas condições que MOURA (2004). Na reação de hidrogenação parcial do benzeno, o sistema Ru1%Ti/CeO2 levou aos maiores rendimentos máximos de cicloexeno, tendo-se

(20)

reacional.

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo principal estudar os efeitos do cloro residual em catalisadores de Ru/CeO2,oriundo do precursor clorado RuCl3xH2O,

destinados à hidrogenação parcial do benzeno em um reator trifásico. Para tanto, catalisadorescom uma fração mássica de metal de cerca de 5% foram preparados através do método de impregnação a seco. Após a adição do precursor clorado RuCl3xH2O ao suporte,

os catalisadores foram submetidos a tratamentos térmicos consecutivos de redução direta a 573K. Com o intuito de verificar a influência da natureza do suporte, catalisadores de Ru/Al2O3 também foram estudados, como referência, uma vez que a alumina é um suporte

não redutível.

Os sólidos obtidos foram caracterizados através das técnicas de adsorção de N2

(método B.E.T.), microscopia eletrônica de varredura com microssonda para análise espectrométrica de raios X (MEV + EDX), espectrometria de fotoelétrons excitados por raios X (XPS) e redução à temperatura programada (TPR). O desempenho dos catalisadores foi avaliado na reação de hidrogenação do benzeno, empregando-se um reator Parr do tipo "slurry". A reação foi conduzida à pressão de hidrogênio constante de 5 Mpa e à temperatura de 373 K, em meio reacional trifásico contendo água. Em alguns testes catalíticos realizados, soluções aquosas de TiCl3, NaCl, ZnCl2 ou HCl foram adicionadas ao

meio reacional. A reação de hidrogenação do cicloexeno também foi empregada para o estudo dos catalisadores preparados.

A seguir, o Capítulo 1 apresenta uma breve revisão bibliográfica sobre o assunto, de modo a ressaltar aspectos importantes da reação de hidrogenação parcial do benzeno, assim como o efeito do cloro presente nos catalisadores de Ru empregados para essa reação.

No Capítulo 2, apresenta-se uma descrição detalhada dos métodos experimentais empregados para a realização do estudo, notadamente no que se refere às técnicas de caracterização físico-químicas dos catalisadores Ru/CeO2 e Ru/Al2O3 preparados e às

condições reacionais adotadas para as reações de hidrogenação do benzeno e do cicloexeno. O Capítulo 3 reúne o conjunto de resultados experimentais obtido no presente trabalho, os quais são interpretados e analisados à luz dos conhecimentos disponíveis na literatura especializada.

(21)

Por fim, apresentam-se as principais conclusões deste estudo e propõem-se algumas sugestões para a realização de trabalhos futuros, com vistas ao esclarecimento de questões relativas ao assunto da pesquisa realizada.

(22)

Capítulo 1

Revisão Bibliográfica

1.1 – Hidrogenação Parcial do Benzeno

1.1.1 – Características da Reação

A reação de hidrogenação do benzeno possui a característica de ser uma reação sucessiva exotérmica, amplamente favorável à produção de cicloexano, como pode ser constatado, respectivamente, pelos valores de entalpia e energia livre de Gibbs de reação apresentados na Figura 1.1 [JOHNSON e NOWACK (1975)]. Contudo, pesquisas recentes têm levado a rendimentos de cicloexeno significativos, apesar de não poder evitar a formação de cicloexano em grandes quantidades. Para a obtenção de maiores seletividades no produto intermediário, é necessária a aplicação de uma estratégia cinética para o problema, com a utilização de catalisadores e meios reacionais adequados.

Figura 1.1 – Aspectos termodinâmicos da reação de hidrogenação do benzeno (JOHNSON e NOWACK, 1975)

O mecanismo mais aceito para o sistema reacional da hidrogenação catalítica do benzeno (Figura 1.2), é proposto por Horiuti-Polanyi para hidrogenações catalíticas, no qual as espécies adsorvidas na superfície podem reagir ou sofrer dessorção para o meio. Tal mecanismo permite uma melhor visualização dos aspectos cinéticos envolvidos na busca de

3H2

k1 k2

(23)

maiores rendimentos de cicloexeno, a despeito das limitações termodinâmicas. Nessas condições, pode-se considerar que uma seletividade de cicloexeno mais elevada somente pode ser esperada quando o intermediário estiver fracamente ligado à superfície do catalisador, ocorrendo sua dessorção antes de sua hidrogenação a cicloexano. De acordo com este mecanismo, o cicloexeno é o primeiro produto de reação com efetiva chance de dessorver para a fase fluida, uma vez que o cicloexadieno não é um produto estável na superfície do catalisador, com taxa de hidrogenação muito superior à sua taxa de dessorção.

(l) fase líquida (a) espécie adsorvida ↑Superfície do catalisador

Figura 1.2 – Representação esquemática do mecanismo de Horiuti-Polanyi para a hidrogenação do benzeno sobre metais do grupo VIII. (STRUIJK et al., 1992)

1.1.2 – Importância Industrial

A hidrogenação parcial do benzeno, para obtenção de cicloexeno, é uma reação química de grande interesse científico e industrial [ODENBRAND et al. (1981), STRUIJK

et al. (1992 a e b), HRONEC et al. (1996) e RONCHIN et al. (2001)]. O cicloexeno, com

sua dupla ligação de alta reatividade, pode ser usado como intermediário na produção de uma série de compostos, destacando-se o cicloexanol e a cicloexanona, intermediários na rota de fabricação de poliamidas, como o nylon, além de seus derivados serem estruturas valiosas para a síntese de diversos compostos em química fina [SETOYAMA et al. (1995), RICHARD et al. (1995), ASHIDA et al. (1999) e ROCHIN et al. (1999)]. Além disto, esta reação é uma aplicação alternativa interessante para o benzeno, visto que severas restrições

(24)

ambientais, impostas pela legislação, têm limitado a presença de aromáticos em combustíveis (DIETZSCH et al., 2000).

O processo mais difundido industrialmente para a produção do nylon, parte da hidrogenação total do benzeno (Figura 1.3). O cicloexano obtido sofre uma oxidação catalítica, produzindo uma mistura de cicloexanol e cicloexanona, com rendimento entre 65 e 90 %, mas para baixas conversões, da ordem de 5 a 12 %. A partir deste ponto, o processo pode seguir duas rotas com finalidades distintas: (i) a mistura pode ser utilizada em uma oxidação com ácido nítrico para a produção do ácido adípico, matéria prima básica para a obtenção do nylon 6.6; (ii) a mistura é desidrogenada com um catalisador de óxido de zinco, para obter cicloexanona pura, necessária para a produção da caprolactama, estrutura básica para a obtenção do nylon 6 (CHIN e LEE, 1988 apud CARVALHO, 1996).

Figura 1.3 – Rota para a produção do nylon através da reação de oxidação catalítica do cicloexano (CARVALHO, 1996)

O primeiro processo de produção de nylon 6 e também do nylon 6.6, foi a partir da hidrogenação do fenol (Figura 1.4), pelo qual se obtém diretamente cicloexanona em proporções desejadas, por meio da utilização de catalisadores adequados. Nesse caso, tipicamente, são empregados catalisadores à base de Ni, contento Co, Cu ou Mn, suportados em alumina, ou ainda em ácido silícico, para a produção de cicloexanol, obtendo-se rendimentos de até 98 %. A hidrogenação do fenol a cicloexanona pode ser realizada em fase vapor com uma grande variedade de metais nobres, como Pd, Pt, Ir, Ru, Rb e Os, levando a rendimentos de 95 para 100 % de conversão. A grande vantagem dessa

(25)

rota industrial é a obtenção direta da cicloexanona, em proporções desejadas, caso se queira produzir a caprolactama para produção de nylon 6. No entanto, uma das principais desvantagens deste processo é o maior custo do fenol frente ao benzeno.

Figura 1.4 – Rota para a produção do nylon através da hidrogenação catalítica do fenol (CARVALHO, 1996)

Já o processo através da hidrogenação parcial do benzeno a cicloexeno (Figura 1.5) não é muito utilizado industrialmente, mas reúne vantagens dos dois processos descritos anteriormente: matéria-prima mais barata e produção de cicloexanona em proporções desejadas. Nele, o cicloexanol é obtido facilmente pela hidratação catalítica do cicloexeno. Em seguida, tem-se uma desidrogenação a cicloexanona (para a produção do nylon 6) ou uma oxidação com o ácido nítrico (para a produção do nylon 6.6). No entanto, uma grande desvantagem desse processo, com relação aos anteriores, é a formação de misturas de benzeno, cicloexano e cicloexeno, cuja separação é difícil e de custo elevado.

Cabe ressaltar que o ácido adípico é um produto químico importante utilizado na fabricação do nylon 6.6, que está presente em fibras de carpete, tapeçaria, reforço de pneus, partes de automóvel, etc. Sua produção mundial gira em torno de 2,2 milhões de toneladas ao ano e utiliza em geral, ácido nítrico como agente oxidante, em uma de suas etapas. Esse processo industrial é responsável pelo lançamento na atmosfera de 5 a 8 % de todo o N2O

(26)

para a destruição da camada de ozônio (SCOTT, 1998 apud LENARDÃO et al., 2003).

Figura 1.5 – Rota para a produção do nylon através da reação de hidrogenação catalítica parcial do benzeno (CARVALHO, 1996)

Portanto, pesquisadores da Universidade de Nagoya, situada no Japão, desenvolveram uma rota alternativa para a produção de ácido adípico, a partir da hidrogenação parcial do benzeno, seguida pela oxidação direta do cicloexeno obtido (Figura 1.6). Essa rota emprega condições de catálise de transferência de fase (CTF) e água oxigenada concentrada, como agente oxidante (SATO et al., 1998). Tal processo apresenta alto rendimento, não gera resíduos tóxicos e utiliza condições mais brandas de temperatura. Os pesquisadores garantem que é um processo seguro, menos corrosivo e que pode ser empregado em larga escala sem maiores problemas operacionais.

Figura 1.6 – Rota para a produção do ácido adípico através da oxidação direta do cicloexeno (SATO et al., 1998)

(27)

1.1.3 – Histórico da Hidrogenação Parcial do Benzeno

Embora existam referências ao estudo da hidrogenação do benzeno desde o início do século XX, o cicloexeno obtido a partir da reação de hidrogenação parcial do benzeno somente foi detectado em 1957 por ANDERSON, como intermediário da reação conduzida na fase gasosa sobre um filme de níquel. Em 1968, HARTOG e colaboradores usaram rutênio puro como catalisador da hidrogenação do benzeno em fase líquida, e obtiveram um rendimento de cicloexeno em torno de 2 % à temperatura e pressão ambientes. Porém, em 1972, um grande avanço foi obtido por DRINKARD da empresa Du Pont de Nemours, que empregou cloreto de rutênio como precursor do catalisador. Além disso, descobriu-se que soluções alcalinas contendo zinco e outros aditivos podiam aumentar significamente o rendimento de cicloexeno para cerca de 30 %. Em seguida, JOHNSON E NOWACK (1975) descobriram o efeito importante de íons metálicos, presentes nas paredes do reator, e sugeriram a utilização de catalisadores bimetálicos à base de rutênio, com a presença de água no meio reacional. Mais tarde surgiu um número considerável de patentes de companhias químicas baseadas no modo de operação original da Du Pont de Nemours. Paralelamente, diversos pesquisadores acadêmicos, em particular, ODEBRAND et al. (1980), estudaram o efeito das condições da reação sobre a seletividade de cicloexeno.

Diversas companhias químicas japonesas empregaram catalisadores de rutênio: MITSUBISHI, 1975; TORAY, 1977; ASAHI, 1986; SUMIMOTO, 1986 E MITSUI, 1989. Em particular, a companhia Asahi patenteou um sistema catalítico aditivado com um composto de zinco e compostos de outros metais, utilizados na presença de água no meio reacional. Tal sistema apresentou rendimentos de cicloexeno da ordem de 50 % para uma conversão de benzeno de 60%. Em agosto de 1990, a referida companhia construiu a primeira unidade industrial para a produção de cicloexanol, empregando a rota de produção de cicloexeno a partir da hidrogenação do benzeno, seguida de sua hidratação a cicloexanol sobre uma zeólita (FUKUOKA E NAGAHARA, 1991). Em outubro de 2002, a unidade construída na cidade de Mizushima expandiu sua produção de 50.000 t/ano para 150.000 t/ano.

A Tabela 1.1 reúne, em ordem cronológica, algumas publicações e patentes relevantes sobre estudos referentes à hidrogenação parcial do benzeno, ressaltando-se a

(28)

evolução do rendimento máximo de cicloexeno relatados pelos autores.

Tabela 1.1 – Catalisadores e aditivos empregados na hidrogenação parcial do benzeno Composição do

Catalisador Aditivo / Solvente Rmáx(%) / Xmáx Referência

Ru puro 5- 50% álcool alifático 2,2 / NI HARTOG, 1968 Ru, Pd ou Rh NaOH, ZnCl2 e TiCl3 32 / 50 DU PONT, 1972 Ru-M/Al2O3 M = Co, Cr, Ni, Fe ou Mn Fe, Co ou Ni 19 / 65 PHILLIPS, 1975 Ru/SiO2 cloretos de Na, K, Mg, Ca, Ba, Mn, Fe ou Zn 23 / 60 MITSUBISHI, 1974 e 1975 Ru, Pd, Ir, Pt/ suporte

AgNO3, Cu, CoPO4

ou Mg 24 / 51 TORAY, 1976 e 1977 Ru NaOH, FeCl3, TiCl3,

Fé, Ni ou Cr 19 / 80

ODEBRAND, 1980-1983

Ru-M/SiO2

M= Cu, Co Nenhum 31 / 83 NIWA, 1984 e 1986

Ru, Ru-Zn, Ru-Fe ZnSO4, Zn(OH)2 e ZrO2 48 / 60 ASAHI, 1985 E 1986 Ru-XY/BaSO4 X = Co, Fe Y = Cu, Ag CoSO4, FeSO4 ou ZnSO4 40 / 76 SUMIMOTO, 1985-1987 Rh/Al2O3 Hg2Cl2 18 / 39 ELEMESOV, 1988

Ru-Zn ZnSO4, Zn3(PO4)2 30 / 40 MITSUI, 1989

Ru-Zn-La(OH)3 ZrO2 e ZnSO4 60 / 90 NAGAHARA et al., 1997

Ru-B ZnSO4. 7H2O 31 / NI LIU et al., 1999

Ru/M; M = ZrO2, Yb2O3, Fe2O3 e TiO2 ZnSO4, KOH, NaOH, CsOH, Ca(OH)2 ou Sr(OH)2 41/ NI ROCHIN E TONIOLO, 2001 Ru/SiO2 etileno glicol 19 / 60 SPINACÉ E VAZ, 2003

RuB/Al2O3.H2O ZnSO4. H2O 40 / 77 WANG et al., 2004

Ru-Zn/m-ZrO2 ZnSO4.7 H2O 44 / 75 WANG et al., 2004

(29)

Pela Tabela 1.1 verifica-se que o maior valor para o rendimento máximo de cicloexeno é de 60 %, para um catalisador de rutênio não suportado, promovido com Zn e uma base, no meio reacional aditivido com ZrO2 e ZnSO4 (NAGAHARA et al., 1997).

Em 1992, o Laboratório de Desenvolvimento de Processos Catalíticos (LDPC) da Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP iniciou suas pesquisas sobre a hidrogenação parcial do benzeno, em colaboração com o Centro de Pesquisa da Rhodia de Paulínia-SP. Assim, MERTZWEILLER et al. (1993 e 1994) realizaram um estudo preliminar sobre a influência dos suportes alumina e carvão, do tipo de solvente (metilcicloexano, octanol e isopropanol) e das condições de reação na hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores à base de rutênio, conduzida em meio reacional trifásico. Posteriormente, CARVALHO (1996) desenvolveu um estudo sobre a influência da presença de zinco em catalisadores Ru/Al2O3, no qual constatou que a presença do aditivo,

num teor otimizado, pode elevar o rendimento de cicloexeno. Por sua vez, MOURA (1998) estudou a influência dos suportes titânia e alumina. Os resultados mostraram que o catalisador Ru/TiO2, reduzido a 473 K, apresentou um desempenho melhor que o do

sistema Ru/Al2O3 preparado nas mesmas condições. Em seu trabalho sobre a influência dos

aditivos Fe, Sn e Zn em catalisadores de Ru/TiO2 e Ru/SiO2, SILVA (2000) observou um

melhor desempenho do catalisador suportado em titânia e aditivado com Zn. ZONETTI (2003) investigou a influência das etapas de ativação (calcinação e redução) sobre o desempenho catalítico do sistema Ru/CeO2, e concluiu que a etapa de calcinação é

prejudicial ao desempenho do catalisador. A seguir, MOURA (2004) estudou a influência da adição de Ti, Eu, Sm e Yb sobre as propriedades físico-químicas de catalisadores à base de rutênio suportados em Al2O3, CeO2, TiO2 e La2O3, bem como sobre o meio reacional

trifásico de hidrogenação parcial do benzeno. Os maiores rendimentos de cicloexeno foram obtidos com o catalisador aditivado com Ti e suportado em céria, com a presença de TiCl3

no meio reacional. Paralelamente, NAVARRO (2004) estudou a influência da adição de Ti ao catalisador Ru/CeO2, bem como ao meio reacional trifásico, empregando as mesmas

condições que MOURA (2004). Na reação de hidrogenação parcial do benzeno, o sistema Ru1%Ti/CeO2 levou aos maiores rendimentos máximos de cicloexeno para qualquer que

seja o volume de solução de TiCl3 adicionado ao meio reacional. Para todos os

catalisadores estudados os resultados evidenciaram a existência de uma quantidade ótima do aditivo TiCl3 no meio reacional. Nesse trabalho o rendimento máximo de cicloexeno foi

(30)

o maior valor obtido no LDPC, até então, em torno de 24 % para uma conversão de benzeno de 50 %.

1.2 – Os Catalisadores de Rutênio

A reação de hidrogenação do benzeno praticamente não ocorre na ausência de catalisador. No equilíbrio termodinâmico, pode ser esperado apenas 0,1% de rendimento para o produto desejado na hidrogenação parcial do benzeno, o cicloexeno. Para a obtenção de maiores seletividades no produto intermediário é necessária a aplicação de uma estratégia cinética com a utilização de catalisadores e meios reacionais adequados. Por isso, a escolha do catalisador adequado é de extrema importância para essa reação.

Todos os metais classicamente empregados como catalisadores de hidrogenação conseguem hidrogenar o benzeno, mas as suas atividades para esta reação seguem a ordem Rh>Ru>>Pt>>Pd>Ni>Co (RYLANDER, 1985 apud MOURA, 1998). No entanto, o rutênio se revelou como sendo o metal que conduz aos melhores resultados de seletividade e rendimento para a produção de cicloexeno.

1.2.1 – A Influência da Natureza do Suporte

Os resultados mais expressivos, tomando-se como parâmetro o rendimento de cicloexeno, foram obtidos através dos catalisadores mássicos de rutênio (SOEDE et al., 1993). No entanto, o uso de catalisadores suportados é uma alternativa muito interessante, pois devido ao custo elevado do rutênio, uma redução na quantidade a ser utilizada é economicamente vantajosa. Além disso, a possibilidade do uso de suportes permite selecioná-los de modo que suas características favoreçam a obtenção do produto de interesse. Um exemplo é a hidrogenação parcial do benzeno em meio reacional trifásico com presença de água. Nesse caso, o suporte, com caráter hidrofílico, pode ser importante para conseguir melhores desempenhos catalíticos, por razões expostas adiante.

Os suportes possuem diversas funções, sendo a mais importante a promoção da área superficial específica do catalisador. O suporte ideal é aquele cuja função é a de

(31)

melhorar a dispersão das fases ativas sem apresentar atividade catalítica em reações paralelas indesejáveis.

As propriedades químicas dos catalisadores de rutênio podem ser modificadas quando esse metal é incorporado a diferentes suportes. Tais modificações podem ser atribuídas à interação entre o metal e o suporte [BOSSI et al., (1979), PRESTRIDGE et al., (1977) e TAUSTER et al., (1978) apud JINXIANG et al., (1988)].

HRONEC et al. (1996) pesquisaram o efeito do suporte sobre a seletividade de cicloexeno na reação de hidrogenação do benzeno. Para isso, catalisadores de rutênio suportados em carvão e em polímeros aniônicos foram preparados. As condições reacionais empregadas no estudo foram as seguintes: temperatura de 373 K, pressão de hidrogênio de 1,5 MPa, 2 mL de benzeno, 0,75 mL de água e 200 mg de catalisador. Os resultados mostraram uma maior seletividade de cicloexeno com os catalisadores suportados em resinas aniônicas, em relação aos catalisadores suportados em carvão. Tal efeito pode ser explicado com base na hidrofilicidade do suporte em água, o que garante uma boa acessibilidade das partículas dispersas do metal no interior do suporte polimérico hidrofílico.

No Laboratório de Desenvolvimento de Processos Catalíticos (LDPC) da Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP, estudou-se a influência de diversos suportes de catalisadores de Ru para a hidrogenação parcial do benzeno: carvão, Al2O3,

La2O3, TiO2, SiO2 e CeO2 [MERTZWEILLER et al. (1993 e 1994), MOURA (1998),

SILVA (2000) e MOURA (2004)]. As reações foram realizadas a temperatura de 373 K, pressão de hidrogênio de 5 MPa, 25 mL de benzeno, 30 mL de água e 200 mg de massa de catalisador. Estudos recentes (MOURA, 2004), revelaram que o catalisador de Ru suportado em Al2O3 (36 m2/g), calcinado e reduzido a 573 K, conduz a um rendimento de

cicloexeno maior do que no caso dos suportes de CeO2, TiO2 ou La2O3. Porém, quando o

meio reacional foi aditivado com uma solução 19 % de TiCl3, o catalisador Ru/CeO2

apresentou os maiores rendimentos em cicloexeno, conforme os resultados apresentados na Figura 1.7.

GASPAR et al. (2004) empregaram catalisadores de rutênio suportados em Al2O3

(220 m2/g) e Nb2O5 (15 m2/g) na hidrogenação parcial do benzeno. Os suportes foram

(32)

773 K durante 4 horas. As reações foram conduzidas num reator Parr, à temperatura de 423 K, pressão de hidrogênio de 5 MPa e com 100 mL de benzeno. A maior seletividade de cicloexeno foi obtida com o catalisador Ru/Nb2O5. No entanto, o suporte Nb2O5 possui uma

menor área superficial, o que pode influenciar a dessorção do cicloexeno formado.

Figura 1.7 – Rendimento de cicloexeno ao longo da reação de hidrogenação parcial do benzeno com catalisadores de Ru na presença de TiCl3 no meio reacional (MOURA,

2004)

A céria (CeO2), quando utilizada como suporte de catalisadores metálicos,

apresenta algumas propriedades que podem afetar a dispersão do metal, suas propriedades de redução e oxidação bem como a interação metal-suporte. Um aumento na temperatura de redução leva a um aumento na interação rutênio-cério. Segundo os autores (FEITOSA et

al., 2002), para temperaturas de redução superiores a 773 K, foram observados efeitos de

desativação parcial de catalisadores suportados em CeO2, atribuídos a interações

eletrônicos metal-suporte e/ou à sinterização do óxido de cério.

(33)

presença dos metais [ZOTIN (1995), KONDARIDES et al. (1998), SADI et al. (2003) e TESCHNERet al. (2001) apud NAVARRO (2004)]. Além disso, o óxido de cério também

tem a capacidade de estocar o hidrogênio, tanto no caso do óxido puro, quanto no caso de catalisadores metálicos suportados nesse óxido (DATYE et al., 1995 apud MOURA, 2004). Tal propriedade provavelmente é devida à formação de espécies hidreto do tipo (Ce-H)3+, formadas na superfície do suporte durante a redução desta superfície pelo H2, sendo a

liberação do hidrogênio processada pela decomposição térmica dessas espécies (ZOTIN, 1985; BERNAL et al., 1993).

Alguns autores têm observado que a redução do CeO2 ocorre em duas etapas a

aproximadamente 770 K e 1100 K, indicativos da redução de CeO2 e Ce2O3,

respectivamente [LEITENBURG et al. (1997), GIORDANO et al. (2002) e HOLGADO et

al. (2000)]. Na Figura 1.8, o primeiro pico de consumo de H2 no perfil de TPR do CeO2, a

baixa temperatura (770 K), é devido à redução dos íons de cério superficiais, mais facilmente redutíveis no CeO2. Uma redução do cério presente no volume do CeO2 foi

sugerida como causa do pico a alta temperatura (1100 K).

Figura 1.8 – Perfil de TPR do óxido de cério (GIORDANO et al, 2002)

Suportando-se metais nobres em CeO2, muda-se drasticamente o comportamento

redoxi do mesmo. A adição de uma pequena quantidade do metal nobre efetivamente

400 600 800 1000 1200 1400 Temperatura (K) C o ns um o de H id ro ni o (u .a .)

(34)

promove a redução do oxigênio de superfície, que é definida pela característica de mover o primeiro pico do perfil de TPR para uma temperatura menor. Na Figura 1.9, pode-se observar essa característica para vários metais nobres. A quantidade de H2 consumido neste

processo é sempre maior do que a quantidade requerida para redução do metal precursor, indicando que a redução do Ce4+ da superfície ocorre concorrentemente à do metal à baixa temperatura, conforme a equação abaixo (ZOTIN, 1995 e LEITENBURG et al., 1997):

O H CeO H CeO H CeO 2x 2 2 x 2 x 2 2 2 x 2 + → → +       − (1.1)

Figura 1.9 – Comparação dos perfis de TPR entre o óxido de cério (F) e M/CeO2, onde

M= Ir (A), Pd (B), Pt (C), Ru (D) e Rh (E) (TROVANELLI et al., 1996)

De modo geral, observa-se que o óxido de cério e os metais nobres estão sujeitos a interações mútuas, que dependem do metal nobre, da temperatura e da atmosfera gasosa onde o catalisador se encontra. A natureza dessa interação ainda não é bem entendida, mas as principais hipóteses são:

1) Formação de ligas Ce-M (onde M é um metal nobre); 2) Promoção de reações redox sobre o CeO2;

300 700 1100 Temperatura (K) C on su m o de H id ro ni o (u .a .) A B C E D F

(35)

3) Envolvimento de vacâncias aniônicas do CeO2 na estabilização do metal nobre ou

como sítios catalíticos parciais.

1.2.2 – Os Sais Precursores de Rutênio

As propriedades de catalisadores metálicos geralmente dependem do método de preparação, da natureza do sal precursor e da maneira como este é depositado sobre o suporte, bem como das condições de calcinação e redução.

O tipo de precursor do metal usado na preparação de sistemas M/CeO2 influencia

drasticamente a microestrutura e as propriedades dos catalisadores. Isto é geralmente devido à habilidade única da céria para reter espécies cloradas, quando o catalisador é preparado através de um precursor metálico contendo cloreto, possivelmente devido à formação de oxicloreto de cério (CeIIIOCl). [KONDARIDES et al. (1998), BERNAL et al. (1999), KEPINSKI et al. (1997) e (2000) apud NAVARRO (2004)].

O sal precursor, mesmo após as etapas de calcinação e ativação, pode deixar contaminantes sobre o catalisador, os quais poderão influenciar o desempenho catalítico do sólido. Em particular, o cloreto, remanescente de precursores clorados, pode influenciar a dispersão metálica e a quantidade de hidrogênio adsorvido (NUNES et al., 1990).

De uma forma geral, catalisadores preparados a partir de precursores clorados se apresentam mais seletivos, com relação ao caso de precursores não clorados, no caso da reação de hidrogenação parcial do benzeno. MILONE et al. (1996) estudaram três diferentes sais precursores de Ru no preparo de catalisadores de Ru/Al2O3 para a reação de

hidrogenação do benzeno a cicloexeno. Os autores observaram que a seletividade de cicloexeno depende do precursor usado na preparação do catalisador (Tabela 1.2). Os catalisadores preparados a partir de RuCl3 são mais seletivos do que os catalisadores

preparados através de Ru(acac)3 ou Ru(NO)(NO3)3. Assim, o melhor desempenho catalítico

pode ser devido à presença de cloro residual na superfície do catalisador.

Não se sabe precisamente qual é o papel do cloro remanescente nos catalisadores de rutênio, mas aparentemente, espécies Cl- são retidas na interface suporte-rutênio ou na própria partícula metálica de Ru.

(36)

Tabela 1.2 – Efeito da natureza dos sais precursores sobre o desempenho de catalisadores de Ru/Al2O3 para uma conversão de 10 % do benzeno (MILONE et al.,

1996)

Precursor Fração mássica de Ru (%) Seletividade de C6H10 (%) RuCl3 0,5 16 RuCl3 1 15 RuCl3 2 16 RuCl3 4 17 RuCl3 10 18 Ru(acac)3 1 10 Ru(acac)3 2,5 8 Ru(acac)3 4 11 Ru(NO)(NO3)3 1 6 Ru(NO)(NO3)3 2,5 6 Ru(NO)(NO3)3 4 7 Ru(NO)(NO3)3 20 8

Diversas hipóteses têm sido citadas para explicar o efeito positivo da presença de cloro no aumento da seletividade, relacionadas a seguir:

 A presença de cloro residual pode modificar o estado eletrônico dos sítios ativos de rutênio, favorecendo a formação de espécies Ru(δ+), o que evitaria a hidrogenação direta de benzeno a cicloexano.

 Os íons de cloro podem ocupar os sítios de rutênio com mais alta energia, restando sítios onde a dessorção de cicloexeno seria mais fácil.

(37)

interação com o hidrogênio da água, o que favorece a formação da camada de água sobre o catalisador e, conseqüentemente, pode melhorar a produção de cicloexeno.

1.2.3 – Os Promotores Adicionados ao Catalisador de Rutênio

Os promotores são adicionados aos catalisadores para obtenção de um material mais ativo, seletivo e estável. A principal função do promotor na hidrogenação parcial do benzeno é a de melhorar o desempenho na produção de cicloexeno. O uso de promotores em catalisadores de rutênio destinados à hidrogenação parcial do benzeno, tais como Zn (CARVALHO, 1996; NAGAHARA et al., 1997), Fe (ODEBRAND et al., 1981; SILVA, 2000), Ti [ODEBRAND et al. (1981), MOURA (2004), NAVARRO (2004)] e B (XIE et

al., 1999), tem sido objeto de numerosas pesquisas.

CARVALHO (1996) estudou a influência da adição de zinco à catalisadores de rutênio suportados em alumina, destinados à reação de hidrogenação parcial do benzeno sob as seguintes condições: pressão de hidrogênio de 5 MPa, temperatura de 413 K, 100 mg de massa de catalisador e 100 mL de meio reacional. O autor observou a existência de um teor ótimo de zinco no catalisador Ru/Al2O3 (Figura 1.10), que conduz ao maior

rendimento máximo de cicloexeno (fração mássica metálica de cerca de 2,5 % de Zn).

Figura 1.10 – Efeito do teor de zinco sobre o rendimento máximo de cicloexeno (CARVALHO, 1996) 0 20 40 60 80 100 Teor de Zinco (%) R en di m en to m áx im o de c ic lo ex en o (% ) 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0

(38)

Segundo NAGAHARA et al. (1997), sais de zinco, quando utilizados como promotores melhora de forma marcante a seletividade de cicloexeno. Em seus estudos, os autores obtiveram uma elevada seletividade, com rendimento de cicloexeno igual a 60 %.

ODENBRAND et al. (1981) pesquisaram a adição de Fe e Ti a catalisadores de rutênio, avaliados na reação de hidrogenação parcial do benzeno. As reações ocorreram a 398 K, pressão de H2 de 3,52 MPa e com 0,4 g de catalisador. Os rendimentos máximos de

cicloexeno obtidos para os catalisadores aditivados com Ti foram maiores do que para os aditivados com Fe, o que foi relacionado ao efeito promotor que o Ti apresentou sobre a redução do rutênio.

Já SILVA (2000), estudou a influência dos promotores de Fe, Sn e Zn em catalisadores de rutênio suportados em SiO2 e Al2O3, empregados na reação de

hidrogenação parcial do benzeno. Os testes catalíticos foram realizados à temperatura de 373 K, pressão de hidrogênio de 5 MPa e uma taxa de agitação de 1.500 rpm, em presença de água e metilcicloexano (solvente) no meio reacional. Os resultados apresentados mostram que os catalisadores aditivados com ferro e zinco são mais seletivos do que os aditivados com estanho, o que foi atribuído ao fato de que o Fe e o Zn são os aditivos com menor afinidade eletrônica.

MOURA (2004) também estudou a evolução do rendimento de cicloexeno ao longo da reação de hidrogenação parcial do benzeno, realizada em meio reacional trifásico com catalisadores de rutênio suportados em Al2O3 e CeO2. Empregando os aditivos Ti e

lantanídeos (Eu, Sm e Yb), na forma de cloretos, o autor verificou que o catalisador aditivado com TiCl3 conduziu aos maiores rendimentos de cicloexeno, independentemente

do suporte utilizado.

Por sua vez, NAVARRO (2004), empregando as mesmas condições reacionais que MOURA (2004), estudou a influência da quantidade de Ti adicionado aos catalisadores à base de Ru/CeO2. Os catalisadores foram preparados a partir dos precursores clorados

RuCl3 e TiCl3, por meio de co-impregnação incipiente, e submetidos a um tratamento de

redução direta a 773 K sob fluxo de H2. As composições químicas dos catalisadores

preparados, obtidas através de EDX, estão apresentadas na Tabela 1.3. Os resultados mostraram que a adição de Ti ao catalisador Ru/CeO2, provoca um aumento no teor de

(39)

Ti ao catalisador Ru/CeO2 aumentou o rendimento de cicloexeno ao logo de toda a reação.

Tal efeito promotor do Ti foi atribuído a uma possível existência de uma interação do Ti com o Ru, diminuindo a força de adsorção do cicloexeno e, conseqüentemente, a sua hidrogenação indesejável a cicloexano. No entanto, não foi descartada a hipótese de que o aumento do teor de cloro no catalisador, induzido pela adição de TiCl3, favoreça a

formação do produto desejado.

Tabela 1.3 – Composição química dos catalisadores de Ru/CeO2 aditivados com Ti

(NAVARRO, 2004) Fração Mássica (%) Sólido Tratamento Térmico Ce O Ru Ti Cl Ru/CeO2 NR 76 16 5,5 0,0 2,0 Ru/CeO2 R773 75 18 5,5 0,0 1,0 Ru0,5%Ti/CeO2 NR 72 19 5,3 0,6 2,4 Ru0,5%Ti/CeO2 R773 75 19 4,3 0,5 1,6 Ru1%Ti/CeO2 NR 70 22 4,3 1,2 2,2 Ru1%Ti/CeO2 R773 72 21 4,8 1,1 1,9

NR = sólido não reduzido R773 = sólido reduzido a 773 K

XIE et al. (1999) testaram catalisadores de Ru-B/SiO2 e Ru/

SiO

2 na hidrogenação

parcial do benzeno. O suporte foi impregnado com soluções 0,10 M de RuCl3 e 0,20 M de

KBH4 contendo 0,02 M de NaOH. Os catalisadores Ru/

SiO

2 foram reduzidos a 673 K. As

reações ocorreram na presença de ZnSO4 dissolvido em água, a 423 K, 4 MPa e taxa de

agitação de 1000 rpm. Os resultados obtidos com os catalisadores amorfos Ru-B/SiO2

foram melhores do que aqueles obtidos com os catalisadores convencionais de Ru/SiO2.

Segundo os autores, a existência de boro oxidado na superfície do sólido Ru-B/SiO2 conduz

à transferência de alguns elétrons do elemento boro para o rutênio, levando a um aumento da adsorção de água na superfície do catalisador, resultando em um aumento na seletividade de cicloexeno.

(40)

Com o intuito de verificar a existência de um efeito do cloro residual sobre o desempenho de catalisadores de Ru/CeO2 empregados na hidrogenação parcial do benzeno,

ZONETTI (2003) impregnou o catalisador calcinado a 673 K (sólido C400NR) com uma solução aquosa de 15 % de HCl ( sólido C400NR c/ HCl). Assim, para o sistema C400NR c/ HCl (Figura 1.11c), obteve-se um rendimento de cicloexeno superior ao do catalisador calcinado C400NR (Figura 1.11b), para conversões de benzeno acima de 60 % (Figura 1.11). Tal resultado reforça a suposição de que o cloro tem um papel importante no desempenho de catalisadores de Ru.

Figura 1.11 – Efeito da adição de cloro ao catalisador Ru/CeO2 (ZONETTI, 2003)

1.2.4 – Efeitos dos Tratamentos Térmicos

O desempenho dos catalisadores depende do método de preparação, notadamente da disposição experimental dos tratamentos térmicos de ativação do precursor catalítico. Após impregnação do agente ativo, na forma de sais metálicos ou de complexos, os catalisadores suportados já possuem uma porosidade proveniente do suporte, mas geralmente não apresentam os sítios ativos. Para isto, é necessário que os sólidos sejam

R en di m en to d e ci cl oe xe no ( % )

(41)

submetidos a tratamentos térmicos (ativação), que são, fundamentalmente, dois: calcinação e/ou redução. A ativação do catalisador, através da redução dos precursores, é freqüentemente uma etapa anterior à reação e leva o sólido à sua forma ativa.

O procedimento de ativação tem um forte efeito na atividade de catalisadores de Ru preparados a partir de precursores clorados (KOOPMAN et al., 1981). Catalisadores de Ru/SiO2, obtidos a partir da redução direta, apresentaram um aumento na atividade, para a

reação de hidrogenação do benzeno em fase líquida, com o aumento da temperatura de redução (663 K a 963 K). Entretanto, para catalisadores de Ru/SiO2 preparados a partir de

uma calcinação a 673 K, seguida de redução a diferentes temperaturas (573 K a 973 K), a atividade mostrou-se independente da temperatura de redução empregada. Resultados de adsorção e dessorção de H2, associados a estudos de difração de raios X, indicam que não

só a dispersão do metal, mas também a área da superfície ativa do metal aumentam com a temperatura de redução, para os catalisadores Ru/SiO2 obtidos a partir da redução direta.

Esse comportamento foi explicado com base numa provável remoção progressiva de impurezas da superfície dos catalisadores, provavelmente o cloro.

A influência do cloro sobre o comportamento de redução foi estudada em catalisadores de Ru suportado em Al2O3 e SiO2 (JINXIANG et al., 1988). Os catalisadores

foram preparados por impregnação a seco dos suportes, a partir de uma solução aquosa de RuCl3, sendo posteriormente calcinados a 753 K durante 4 horas. Para estudar o potencial

de redutibilidade, os catalisadores preparados foram submetidos a repetidos ciclos de redução-oxidação-redução, com um aumento progressivo da temperatura de oxidação a cada ciclo (473 K a 753 K). Resultados de análise térmica diferencial mostraram que as áreas dos picos, durante a fase de redução, aumentam com a temperatura de oxidação. Segundo os autores, os repetidos ciclos de oxidação e redução podem ter eliminado parte do cloro residual dos catalisadores, tornando-os mais suscetíveis à redução.

NUNES et al. (1990) estudaram a eliminação de cloreto durante as etapas de ativação de catalisadores de rutênio suportados em sílica, preparados com diferentes precursores clorados (RuCl3 e H2RuCl6). Os autores observaram que o composto precursor

tem grande influência sobre a descloração do catalisador durante a etapa de redução. A maior facilidade de descloração foi observada para os catalisadores preparados a partir do precursor H2RuCl6, enquanto que a introdução da etapa de calcinação promoveu a liberação

(42)

Ru/SiO2 foi avaliado através da reação de hidrogenólise do cicloexano, a qual apresentou

uma energia de ativação sensivelmente menor para o catalisador com menor grau de eliminação de cloro. Segundo os autores, tais resultados indicam que pode haver algum efeito do cloro sobre o estado eletrônico do rutênio.

MAZZIERI et al. (2002) estudaram o efeito do tempo de redução sobre as propriedades do catalisador Ru/Al2O3 (200 m2/g). O catalisador foi preparado por

impregnação a seco com uma solução ácida de RuCl3, de forma a obter uma fração mássica

de 5 % de Ru. A seguir, o catalisador foi submetido à redução direta sob H2 a 673 K por

diferentes períodos de tempo (3 e 6 horas). O perfil de TPR do catalisador, representado na Figura 1.12, apresenta um pico maior atribuído à presença de diferentes espécies de Ru: óxidos de rutênio e RuCl3. O pico menor foi atribuído às mesmas espécies, porém em

estado de forte interação com o suporte. Resultados de TPR (Redução a Temperatura Programada) e XPS (Espectroscopia de Fotoelétrons Excitados por Raios X) mostraram que, mesmo após 6 horas de redução o rutênio não foi totalmente reduzido, enquanto que o cloro não foi completamente eliminado.

Figura 1.12 – Perfil de TPR para o catalisador Ru/Al2O3 ( MAZZIERI et al., 2002)

0 200 400 600 800 Temperatura (K) C o ns um o de H2 ( u. a. ) 8000 6000 4000 2000 0

(43)

Figura 1.13 – Espectro XPS do cloro para o catalisador Ru/Al2O3 reduzido a 673 K

durante (a) 3 horas e (b) 6 horas (MAZZIERI et al., 2002)

Figura 1.14 – Espectro XPS do Ru para o catalisador Ru/Al2O3 reduzido a 673 K

durante (a) 3 horas e (b) 6 horas (MAZZIERI et al., 2002)

As Figuras 1.13 e 1.14 mostram, respectivamente, os resultados de XPS para o Cl e para o Ru, nos casos de um período de 3 e 6 horas de redução do catalisador. O pico do Cl 2p que no catalisador reduzido por 3 horas (Figura 1.13a) está em torno de 198 eV, indica que o cloro não foi completamente eliminado. Após 6 horas de redução (Figura 1.13b) observa-se uma brusca redução na intensidade desse pico.

(44)

Os perfis de XPS para o Ru 3d3/2 (Figura 1.14) mostram que o tempo de redução tem efeito na eliminação das espécies de alto estado de oxidação do rutênio. Os picos encontrados após 6 horas de redução (Figura 1.14b) foram atribuídos a espécies de baixo estado de oxidação do rutênio, ao cloreto de rutênio (RuCl3) e ao oxicloreto de rutênio

(RuClO). Assim, os autores concluíram que o tempo de redução influencia no grau de eliminação do cloro no catalisador.

As propriedades físico-químicas, bem como a seletividade na hidrogenação parcial do benzeno, foram estudadas para catalisadores de Ru/Al2O3 (MAZZIERI et al.,

2003). Os sólidos foram preparados com o precursor RuCl3 e submetidos a diferentes

procedimentos de ativação, envolvendo as etapas seguintes: calcinação a 773 K, redução a 673 K e lavagem com solução aquosa de 10 % de NH4OH. Resultados de TPR, XPS, FTIR

(Espectrometria de Infravermelho) e quimissorção de H2 revelaram que não há diferença

significativa no teor de cloro residual quando os catalisadores calcinados são submetidos ou não à etapa de redução. Porém, quando os catalisadores calcinados são lavados com a solução de NH4OH, sendo posteriormente reduzidos, há uma redução significativa no teor

de cloro com relação aos catalisadores submetidos à calcinação seguida de redução. Testes reacionais mostraram que um alto teor de cloro no catalisador propicia uma maior seletividade de cicloexeno e uma baixa atividade catalítica.

ZONETTI (2003) estudou a influência das condições de ativação (calcinação e redução) sobre o desempenho de catalisadores de rutênio suportados em óxido de cério, empregados na reação de hidrogenação parcial do benzeno. Os catalisadores foram calcinados sob ar, à temperatura de 473 K ou 673 K, e/ou reduzidos a 523 K, 773 K e 1023 K sob H2. Os resultados da análise química realizada através de EDX (Tabela 1.4) revelam

que a fração mássica de cloro no catalisador diminui significamente quando os sólidos são submetidos a tratamentos de ativação.

A reação de hidrogenação do benzeno, em fase líquida, foi conduzida à temperatura de 373 K, pressão de hidrogênio de 5 MPa, com 200 mg de massa de catalisador, com uma taxa de agitação de 1.500 rpm. A autora concluiu que a etapa de calcinação, seguida ou não de redução é fortemente prejudicial ao desempenho catalítico do sistema Ru/CeO2 (Figura 1.15-catalisador C400R500). Por sua vez, a redução direta entre

temperaturas de 573 K e 773 K conduzem a catalisadores mais ativos, bem como a maiores rendimentos de cicloexeno, ao longo de toda reação (Figura 1.15-catalisador NC500R).

(45)

Tabela 1.4 – Composição química de catalisadores Ru/CeO2 submetidos a diferentes

tratamentos de ativação (ZONETTI, 2003)

Frações Mássicas (%) Sólido O Ce Cl Ru NCNR 13 81 2,6 3,5 NCR500 16 78 1,0 5,5 C400NR 19 74 0,7 6,0

NCNR = não calcinado e não reduzido

NCR500 = sólido não calcinado e reduzido a 773 K C400NR = sólido calcinado a 673K e não reduzido

C200R250 = calcinado a 473K e reduzido a 527K C400R500 = calcinado a 673K e reduzido a 773K

Figura 1.15 – Influência da calcinação sobre o desempenho do catalisador de Ru/CeO2

na reação de hidrogenação parcial do benzeno (ZONETTI, 2003)

R en di m en to d e ci cl oe xe no ( % )

Referências

Documentos relacionados

Apesar da CMS servir como matéria-prima do surimi, este não se configura em um produto final, mas também em uma matéria-prima, que, por suas características estruturais e

Por fim, após feita a análise de todo processo de logística reversa da Cervejaria, chegamos à conclusão que o processo é bastante benéfico ao meio ambiente,

<Z$eu scrrlse $e menino quanias veses se escono^eu.. 3-

To test the hypothesis that ant species richness is negatively influenced by grazing impact, being higher in the forest fragment, intermediate in Voisin and lower

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Os trabalhadores da indústria têxtil que realizam intervenções ergonômicas de conscientização associada à ginástica laboral mostraram melhor capacidade para o trabalho

In this way, we developed a Basic Bioinformatics Meta-searcher (BBMS), a web-based service to easily explore the major biological databases publicly

Seguindo os critérios de uma administração pública mais eficiente, preocupada com a população e com os servidores destaca-se, no estado da Paraíba, um programa em que o governo, em