EDUCAÇÃO E ENSINO
Formação para o Moderno Serviço Público
Da v id Ma r sM artig o publicado no últim o núm ero d esta R evista, tratam o s de certas m odificações ocorridas n a m aneira pela qual hoje se e n cara A dm inistração P ública, em confronto com aqu ela por que e ra co n sid erad a h á poucas décadas a trá s . A questão então su s cita d a foi a seg u in te: que significação te rá essa m udança p ara o m oderno adm in istrad o r?
A re sp o sta , que aqui resum irem os de m odo m uito sucinto, tocalizou a aten ção p a ra os seguintes po ntos:
l 9) n ecessidades de conhecer e com preender as técnicas básicas de ad m inistração;
2Ç) conhecim ento da dinâm ica e d a organização d a com u n id ad e em que vive o adm inistrado r;
3V) esforço co n stan te no sentido do aperfeiçoam ento do processo de com unicação d en tro da organização;
49) estabelecim ento de um clima capaz de incen tiv ar a efi ciência e a p ro d u tiv id ad e de p equenos g ru pos d en tro d a o rg a n i zação;
59) estabelecim ento de um clim a de criatividade;
69) realização d as n ecessárias ativid ades de aperfeiço am en to, inclusive trein am en to e instrução , p a ra ad m in istrad ores de to d o s os n íveis.
F inalm ente, suscitam os a q u estão : quais as im plicações da m udança, n a form ação do m oderno adm inistrador? M encionam os trê s fa tô res: re d u ção do núm ero de cursos técnicos e ên fase nos cu rsos que ab ran jam novos m étodos, bem como n a p esq u isa. O exam e ap ro fu n d a d o dêsses três fatô res constitui a essência do p re se n te a rtig o .
O prim eiro po n to não exige m uita discu ssão . O que d ev e m os to rn a r claro é que os cursos de técnica de ad m inistração n ão são, p o r si, m au s. O provável é que quanto m ais um futuro a d m in istra d o r a p re n d e r sôbre as técnicas de ad m in istração de pessoal, ad m in istração financeira, o rg anização e m étodos e a ssu n tos correlato s, m ais eficiente p o d erá se r n a p rá tic a . S e um e stu
dante de adm inistração dispusesse de tem po ilim itado p ara p re parar-se, poderia fazer um núm ero ilim itado dêsses cursos e cada
um dêles contribuiria p ara seu aperfeiçoam ento, em bora, p ro v a velmente, em bem pequena dose.
O problem a, todavia, é que o tem po do e stu d an te não é ili m itado. S ua própria situação — e a sociedade — exige que prossiga em sua carreira como estudan te, term ine o curso e co mece a a tu a r produtivam ente no m undo re a l. Com o tem po li mitado, a form ação do estu d an te deve b ase ar-se num equilíbrio entre cursos técnicos e outros tipos de processos educacionais.
M as, que tipos de processos? C hegam os, neste ponto, ao segundo fa to r. P a ra que o m oderno ad m in istrado r fique apto a realizar aquilo a que nos referim os no começo dêste trabalho, terá que en fren tar assu n to s e m atérias de que ninguém cogitava d u ran te o período “ clássico” da A dm inistração — a época de T a y lo r e F a y o l. N ecessitará de cursos, geralm ente de C iências Sociais, particularm ente d e C iência Política, Psicologia e Sociolo gia. Se ^possível, deverá fazer cursos de m atérias tais como co municação, chefia, processo decisório e ou tjo s assu ntos correlatos. Sem sugerirm os qualquer paralelo ou analogia d ireta quanto ao Brasil, convirá por um m om ento lançar um o lh ar no p rep aro p a ra o serviço público num país onde tal preparo já se d ese n volveu em alto grau _ os E stad o s U nidos da A m érica. U m a das mais conhecidas escolas de A dm inistração Pública nos E s tad o s U nidos — a da U niversid ade do Sul d a C alifó rn ia — exige atualm ente do estudante, p ara a obtenção do diplom a de bacharel, 32 cursos ou quatro por sem estre d u ra n te oito sem es tres (q u a tro a n o s ). D êstes, 26 são obrigatórios e seis fa cu ltati vos, mas, mesmo en tre os obrigatórios, há g ra n d e v aried ade de escolha, conform e verem os.
tt . Sen. j 0 ,° cu rr*cuI° da E scola de A dm inistração P ública da U niversidade do Sul da C alifórnia muito nôvo e ligado a um a am pla reorganização, (* ) convirá talvez exam iná-lo aqui em li nhas gerais. São os seguintes os 26 cursos obrigatório s:
1’ ) Com posição inglêsa. 2(?) Lógica (F ilo so fia ).
3 . 5 ’ ) ^ T rê s cursos consecutivos de línguas estran g eiras, ou introdução a M atem ática Lógica Simbólica (F ilo so fia) e E sta
tís-rículos e S so s^ receS em en té r T a l f i í a reorganiZa<:So dos cur' unidade*: de rréHit^ • - i ' curso ag o ra conta por quatro T n o r n ú í r n ^ mVeS de tr ê s ‘ Significa isso ^ os estudantes fazem a c a L cu rm F CUrS° S na utniversidade- mas têm mais tem po pa~a dedicar-se
tica n a A dm inistração Pública (ou equivalente, m ediante re q u e rim ento ).
69) U m curso escolhido en tre nove cursos básicos d e A s tronom ia, Biologia, Q uím ica, G eologia, F ísic a.
79) U m curso escolhido em seis cursos básicos de H istória. 89) Um curso escolhido en tre três cursos básicos de H is tó ria dos E sta d o s U nidos ou G ovêrno A m ericano (C iência P o lític a ).
99) Um curso escolhido en tre treze cursos básicos d e F ilo sofia ou R eligião.
109) U m curso escolhido en tre sete cursos básicos de A n tropologia, Econom ia, G eografia, R elações Internacionais, C iên cia P olítica, Psicologia, Sociologia.
I I 9) U m curso escolhido en tre sete cursos de Inglês, Jo r nalism o e O ra tó ria .
129) Um curso escolhido en tre treze cursos de T ea tro , Belas A rtes, H istó ria da M úsica e L iteratu ra, D an ça (educação física).
139) Um curso escolhido en tre quinze de E stu d o s A m eri canos C lá s s c o s , L itera tu ra C om parada, Inglês, F ran c ês (lite ra t ur a ) , A lem ão (lite ra tu ra ), estudos eslavos, espanhol (lite ra tu ra ). O r a tó r ia .
149) U m curso escolhido en tre seis de H istó ria dos E stad o s U n id o s.
N e ste ponto, o p rep aro básico do estudante, corresp on den te m ais ou m enos aos dois prim eiros anos, pode ser considerado com pleto e êle e sta rá ap to a iniciar o estudo m ais especializado de adm inistração e m atérias c o rre la ta s.
159) A dm inistração e recursos financeiros. 169) A dm inistração de recursos de pesso al. 179) A nálise do Sistem a A d m in istrativ o . 189) C hefia e C om portam ento A dm in istrativ o . 199) F ilosofia e A dm inistração P ú b lic a.
209) U m dos seguintes cursos de A dm inistração Pública: In stituições G overn am entais A d m inistrativas, E stad u ais e N a c io nais, G o vêrn o e A dm inistração de Á reas M etro p o litan as.
21. 229) D ois dos seguintes cursos de A dm inistração P úb lica: D ireito A dm inistrativo; A dm inistração C om p arad a: P olítica e A d m inistração; P roblem as de A dm instração P ública; A C om u ni d ad e e o P rocesso de A d m in istra r.
239) U m dos seguintes cursos de C iência P o lítica: P o d er Político; G ru p o s de Interêsse; O p in ião P ública e P ro p ag a n d a:
P rocesso Legislativo; P artid o s Políticos N orte-A m erican os e P o lítica P rática; Pensam ento Político N o rte-A m erican o .
249) U m dos seguintes cursos de Econom ia: T rib u tação , F inanças Públicas e Política Fiscal; Princípios de Política In te r nacional; Problem as e D iretrizes; Econom ia de T e rra s U rb a n as; Filosofia e P lanejam ento Econôm ico C om parados; P olítica E co
nômica do G overno e da E m prêsa P riv a d a .
259) Um curso escolhido enlace os cinco seguintes, sendo os três prim eiros de Sociologia, o qu arto de Psicologia e o últim o de A ntropologia; Psicologia Social; Sociologia U rb a n a e R ural; A C om unidade N orte-A m ericana; P rincípios de Psicologia Social; A ntropologia Social d a A m érica C o ntem porânea.
269) U m curso escolhido en tre os cinco seguintes (o p ri meiro de C iência Política, o segundo de Psicologia, o terceiro de A ntropologia e o último de F ilo s o fia ): A nálise do C om p o rta m ento Político: técnicas de M ensuração e Levantam ento; P e s quisa de O p in ião . L evantam entos e P esquisa de M otivação; M é todos de C am po em A ntropologia C ultural; E stu d o d a H istó ria e F ilosofia da Ciência; T eo ria dos C onhecim entos.
O s cursos 27-32 são optativos, escolhidos livrem ente pelo estudante, com o auxílio de seu orientado r, quer den tro de seu seto r de estudo, quer de outros d epartam entos e escolas da p ró pria U n iv ersid a d e. E ssa liberdade de escolha possibilita ao e s tu d a n te a p ro fu n d ar seus conhecim entos no cam po de seu inte- rêsse ou experim entar o u tras m atérias.
E m bora o currículo possa parecer re fletir m uito de p erto a clássica predileção n o rte-am ericana por um a educação b a se ad a na cultura geral p ara a m aioria dos estu d an tes universitários (inclusive futuros ad m in istrad o re s), é claro que reflete tam bém certa p re ocupação pelo tem a de nossa discussão. Em certos cursos tais como os de P o d er Político, Interêsses de G rupos, O p in ião P ública e P ro p ag a n d a; C hefia e C om portam ento A dm inistrativo; Filosofia, A dm inistraçao P ública e outros, o futuro ad m in istrad o r é levado a refletir a fundo acêrca do processo de adm inistração e sua re lação com outros fenôm enos sociais e é pôsto em face de questões nunca suscitadas em cursos tècnicam ente o rien ta d o s.
O produto dêsse currículo será, m uito prom issoram ente, o tipo de pessoa que depois de acrescen tar ao p re p aro acadêm ico alguns anos de experiência prática, to rn a-se o tipo de adm inis-t r a b a l h o ^ 32 re a *izar acluil0 que descrevem os no comêço dêste _ A o lado de novos cursos tais como de C hefia C om unica- çao. etc., foram tam bém introduzid as novas técnicas que podem ser usadas p ara anim ar e m otivar o e stu d an te de adm in istração
e to rn a r m ais proveitosos seus anos de estu d o . N e sta a ltu ra co n vém frisa r um ponto im p o rtan te. A té aqui, pelo que dissem os, p o d er-se-á p e n sa r que existe um a com pleta separação en tre os cursos técnicos e os de orientação m ais m o d ern a . Ê sse não é, absolutam ente, o caso, pois é possível tra ta r dos assu n to s mais tradicionais de um m odo francam ente não tradicional, d an d o -se nova visão da m atéria e d esp ertan d o m aior interêsse no estu dan te. O fato de tra ta r p o r essa form a a s m atérias trad icion ais tam bém to rn a possível conservar os an tig o s tipos de curso de adm inis tração, quan d o conveniente. Em o u tras palavras, o nom e do curso pode ser conservado m as o m étodo de en sinar a m atéria sera m uito d iferen te.
D u ra n te as últim as décadas, desenvolveram -se inúm eras téc nicas p edagógicas, m uitas das quais ap ro p riad as ao ensino da ad m in istraçã o . E ssa s técnicas, em sua m aioria dependem g ra n d e m ente d a p articipação do estudante, resultando daí um a sensível red u ção d as aulas e da prepotência do p ro fesso r. D iscutirem os a seguir três dessas técnicas: dram atização, exercícios e casos. C o n vém frisar, porém , que estam os d an d o ap en as algun s exem plos d as m uitas m aneiras pelas quais um p ro fessor d otado de im agi n ação p o d e d a r re alid ad e a um a au la de adm inistração, b aseado n o princípio de que a m elhor m aneira de en sin ar essa m atéria (aliás, tam bém quase tô d as as o u tra s) é sua dem onstração p rá tic a . O u tro s m étodos incluem visitas a repartições, v isitas de ad m in istrad o res, dem onstrações audio-visuais, pro jetos de tra b a lho, exam e de docum entos oficiais, exercícios de prática de adm i nistração, e tc .
A d ram atização é um a espécie de represen tação d estin ad a a d a r ao alu no a sensação dos processos m entais e em ocionais que o ad m in istrad o r experim enta em seu trab alh o , tipicam ente a to m ad a de um a d e c isã o . C a d a um dos particip an tes d a d ram atiza ção é devidam ente inform ado acêrca do personagem que irá re p re sen tar, do cargo que ocupa e d as circunstâncias que levam à o corrência a ser d ra m a tiz a d a . H á inúm eras m aneiras de aprov ei ta r-s e êsse m étodo . A s inform ações podem ser d ad a s p or escrito ou não, podem ser v ag a s ou m inuciosas, d ep en den do do q u e o p ro fesso r p re te n d e fazer com o exercício. D a mesm a form a, a d ram atização pode ser feita ap e n as e n tre duas pessoas ou num g ru p o (isto é, re p resen ta ção de v ários p a p é is).
T o d o s os alunos poderão p artic ip a r do exercício ou ap en as um pequ eno núm ero (vo lu n tário s ou esco lh id o s), en q u a n to os dem ais figuram como o b serv ad o res. D epois de cad a d ra m a tiz a ção o p ro fesso r geralm ente p ro c u ra colhêr as im pressões dos p a rtic ip a n te s: que im portância atribuem à experiência n a m aneira pela qual encaram a adm inistração, o que viram aco n tecer nos
casos em que participaram apenas alguns alunos e assim por d ian te.
Resum indo, vejam os algum as das m aneiras de aplicar o m é todo de dram atização:
a ) tôda a classe p articipará, cada aluno voltado p a ra o vuin o, encenando uma simples situação. P ode ser, po r exemplo, uma em revista com um candidato _a em prêgo, um dos estu d an tes representando o candidato e o outro, o entrevistador;
b) o mesmo que a ) , com a diferença que, ao cabo de certo tempo, o professor interrom pe a dram atização e pede aos p artic i pantes que invertam os papéis;
c) depois d e a ) e b ) , ou em seu lugar, um p a r ou um a serie de pares de estu d an tes executa a dram atização p eran te tô d a classe, seguindo-se as críticas feitas pelos assisten tes sôbre o que viram e
d ) a mesm a série de alternativas, a ) , b ) e c ) , pode ser usada p ara exercicios de representações m últiplas.
O s exercícios de sim ulação tam bém visam a tran sm itir ao estu d an te de adm inistração a realid ad e e -o sabor do trabalho de adm inistraçao. U m dos exercícios típicos de sim ulação é chamaclo exercício da caixa de e n tra d a . N e ste caso, os estu d an tes __ e geralm ente tô d a a classe participa do exercício — recebem in fo r m ações básicas acêrca da organização na qual se localizou a si m ulação. Recebem o que re p resen ta o conteúdo da caixa de e n trada^ de um adm inistrador, constituído principalm ente de co rres pondência de várias espécies: cartas, m em orandos internos, notas de telefonem as. F inalm ente, são inform ados do prazo em que deverão despachar todos os ássuntos da correspondência que têm a sua fren te: assinar as cartas p ro n tas ou fazer as necessárias m odificaçoes, p re p ara r as respostas necessárias p ara os m em oran- os, indicar as decisões a serem tom adas nos casos em que seja necessário tom á-las, e assim por d ia n te .
F inalm ente, h á o m étodo do ca so . M uito s tipos d e casos existem em adm inistração pública, m as em seu conteúdo p ed a - gogico tem todos um objetivo comum: levar ao estu d a n te um a dim ensão de realidade em seu estudo do processo de ad m in istrar m ediante o exam e de algum ato adm inistrativo em m aior ou m enor m inúcia. Com o tal, o m etodo do caso assem elha-se aos exercícios de dram atizaçao e de sim ulação, acrescen tan d o -lh es um a p o d e rosa arm a em que o m oderno p rofessor de adm inistração pode apoiar-se confiantem ente.
dem ate ad m inistr^ ão Pú™ica ficou m uito ateás do das
c de D ireito no prep aro e n a utilização pedagógica de caso s. O s n o v en ta casos de ad m inistração pública do P ro g ra m a ln te ru n i- v ersitário de C aso s nos E sta d o s U n id o s constitui um a peq u e níssim a fração dos m uitos m ilhares já elabo rad o s em ad m in istra ção de em prêsas e dos milhões de casos em D ireito n o rte-am e rican o .
O s casos podem ser um a arm a de dois g um es. C aso s p rè - viam ente p re p a ra d o s são usados p a ra en sin ar e ilu strar vários asp ecto s do processo de ad m in istra ç ã o . Com o tal, deve ser cui d a d o sa m e n te in teg rad o s n a e stru tu ra básica do curso, p a ra que os estu d an te s possam beneficiar-se ao m áximo com seu estudo. A lém disso, porém , os estu d an te s são levados e incentivados a elab o rar êles próprios alg u n s ca so s. Ê sse exercício leva-os ain da m ais p erto d a realid ad e adm in istrativ a e ao mesmo tem po pode co n co rrer p a ra au m en ta r o núm ero de casos a serem usados no fu tu ro . E v id en tem en te a incum bência de escrever casos pode ter en o rm e êxito num a classe em que alg uns estu d an te s já tinham
tido experiência ad m in istrativ a.
U m dos m ais in tere ssa n tes tipos de m étodo do caso é o c h a m a d o processo do incidente, criado pelo P ro fe sso r P au l P igo rs do In stitu to de T ecn o lo g ia de M assac h u setts (à s vêzes tam bém ch am ad o M éto d o P ig o rs em h o n ra de seu c ria d o r). N o processo do incidente, conform e o nom e sugere, os estu d an te s recebem li geiras inform ações sôbre algum incidente adm inistrativo ocorrido.
T ra b a lh a n d o ju n to com os estu d an te s, h á um a "pessoa-recurso^ que po d e se r o p ro fesso r ou outro elem ento. À pessoa-recurso colhe an tec ip ad am en te tõ d as as inform ações sôbre o incidente e seus a n te c e d e n te s. C abe, então, aos estu d an te s conseguir inform a ções tão com pletas q u an to possível, form ulando p erg u n ta s àqu ela p e sso a . G eralm en te dispõem de um período de tem po fixado, d u ra n te o qual podem form ular as p erg u n ta s, o que proporciona o a q u ilatam en to da qu alid ad e d as m esm as, do pon to de vista da inteligência, p esquisa e im p o rtân cia. U m a vez ob tid as a s in fo rm a ções n ecessárias, o g rupo p assa à d ecisão. Ê sse processo p ro p o r ciona excelente trein am en to p a ra o fu tu ro adm inistrador, po r re p ro d u z ir ex atam en te o que pode o co rrer em su a c a rre ira . S erá í l e n o tificad o de que algo ocorreu em alqum ponto de sua o rg a n i
zação e de que deve to m ar um a decisão a re s p e ito . A n ão ser que este ja situ ad o em pôsto suficientem ente alto na h ierarq u ia a d m in ;strativ a p a ra d ispor de assesso res capazes de d ar-lh e as n e c e ssá ria s inform ações, te rá que e n c o n tra r sòzinho essas in fo rm a ções, o que fa rá m uito m elhor se form ular p erg u n ta s ad e q u ad as.
(M e sm o que disponha de assessores, p recisará ser capaz de fo r m ular ao s m esm os p e rg u n ta s ad e q u ad as p ara não ficar m erg u lh a d o em inform ações irre le v a n te s).
R esta agora discutir um tipo final de caso: o caso orientado pela pesquisa, às vêzes denom inado histórico do caso ou estudo do caso. A discussão sôbre êsse tipo de caso tam bém nos leva ao terceiro tópico d a discussão: a im portância da pesquisa no plano preparação do m oderno adm inistrador público.
O histórico do caso rep resen ta trab alh o mais longo do que qualquer outro tipo de caso. D e fato, pode co n stituir a té mesmo um livro. N esse tipo de caso, ten ta-se tom ar um ato adm inistrativo (ou legislativo, executivo ou político) e exam inar em m inúcias os fatôres que deram lu g ar ao mesmo, os pontos de v ista dos p a r ticipantes e a ação por estes a d o ta d a . E ’ fácil com preender
que esse m étodo exige m uita pesquisa p a ra seu prep aro e p a ra que possa preencher su a finalidade básica de exposição (T a m bém exige m uita capacidade de redação, p a ra to rn â-lo de leitura in te re ss a n te ).
E m ais: é preciso cuidado p ara não tom ar literalm ente as diferenças de denom inação, feitas mais ou m enos a rb itrà ria - mente. O histórico do caso, a p a r de constituir p ara seu au to r um docum ento im portante de pesquisa, re p resen ta tam bém im p o rtan te instrum ento de e n sin o . U m caso" dêsse tipo, se bem elaborado, pode fornecer aos estu d an tes de adm inistração um a . sensaçao real de natu reza m ultidim ensional do m undo adm inis
trativo o que d e fato é o tipo de opinião que mais se aproxim a da realidade U m dos defeitos dos tipos m ais resum idos de casos e que freqüentem ente encobrem a com plexidade de
pro-3 T ÍStraÇãu C’ 3 mCn° S qUe ° Professor ten h a o cuidado de esclarecer bem êsse ponto, os estu d an te s podem v ir a assum ir um a ideia por dem ais sim plificada do que é, na reali dade, a adm inistração.
N o to cante à pesquisa de um modo geral, é claro que a com plexidade que se tornou a m arca das m odernas organizações
S S T d K " ? r r C * os adm in istra!
form ações 9 mCnK’ ql,e a P '5'!"'™ 4 a chave de tais in-U m a coisa assu stad o ra que m uitas vêzes ocorre para p re o cupar professores, estu d an tes e técnicos de ad m inistração é a n e s s e ^ e to r n o s ^ l t ' 3 ^ tÔd3S 38 pesquisas « a l i a d a * d e M ocesso da T ™ f ™ - C° nheccm 0s ain d a *nuito acêrca rif.v» adm inistração na re alid ad e. F req ü e n te m en te ve-s n ad ” ve-s0 naqUec lOS P-rÍ" CÍpÍ0S’ a f^ ive-s m o ve-s e leive-s de ad m inive-stração en - s nad as nas classes d u ra n te os anos clássicos da disciplina nouca ou nenhum a relevância têm na vida real d as organizações Se
m i m ^ i X ^ Cj emP ’ 3 solu^ão Pa ra os problem as que surgem '
problem as q u e surgem por falta de inform ação sôbre um assun to será m ais inform ações, isto é, m ais p esq u isas.
O s estu d an te s de adm inistração devem a p re n d e r a im p ortân cia da pesq uisa desde o início de seu cu rso . M a s n ão se ensina pesquisa teoricam en te. N e sta , como em o u tras áreas, a exp e riência é a m elhor m estra; p o r isso os estu d an te s devem ser levados a realizar projetos de pesquisa p o r conta p ró p ria . A l gu n s a p ren d erão a fazer boas pesquisas e poucos talvez até virão a to rn a r-s e bons p esq u isad o res. M a s se n a d a m ais a p re n derem , a p ren d erão que fazer um a boa pesquisa é coisa difícil e, no futuro, poderão ap reciar m elhor os esforços dos p esquisadores ligados às su as organ izaçõ es.
N e ste ponto, tam bém , h á o risco de aceitar os rótulos m uito lite ralm en te. P o d e p arecer q u e ensino e pesquisa sejam duas ativ id ad es distintam ente d iferen tes. N a realidade, porém , não o s ã o . D evem ser co n sid erad as como os dois lad os d a mesm a m o ed a. O ensino deve fornecer a b ase filosófica p ara a adm inis tra ç ã o e suscita questões básicas, ao passo que a pesquisa deve p ro c u ra r fo rn ecer a inform ação com as quais essas p erg u n ta s possam com eçar a ser re sp o n d id a s. Já se disse, a respeito de um a o u tra divisão a rb itrá ria , en tre a s disciplinas de C iências Sociais, de que a P olítica sem a H istó ria n ão tem raízes, em bora a H istó ria sem a P olítica não te n h a fru to s . O m esmo se p ode d izer do ensino e d a p esq u isa.
O u tro ponto que deve ser esclarecido q u an to ao ensino e à pesquisa é exatam en te o m esm o que citam os a n tes no to can te à relação e n tre os cursos clássicos e m odernos de adm inistração. E m b o ra todo p ro g ram a de ensino de adm inistração pública deva Incluir um ou m ais cursos de m etodologia, técnica e p rática de pesquisa, a p esquisa n ão deve, de m odo algum , ser con fin ad a a êsses c u rso s. T e n d o ap ren d id o a técnica d a pesq uisa e isso m ostra que os cu rsos de p esquisa devem ser oferecidos ao e stu d an te no com êço do p ro g ram a — o e stu d an te deve então te r op o rtu n id ad e e incentivo p a ra aplicá-la em m uitos dos outro s cursos. T a l ap li
cação o a ju d a rá a fazer viverem êsses cursos e, ao m esmo tem po, o lev ará m ais p erto da realid ad e ad m in istrativ a.
A s sug estõ es feitas acim a, se im plem entadas intelig en te m ente, servirão a dois objetivos, am bos fundam entais no m undo
m od ern o : um a experiência m ais in tere ssa n te e d esafiad o ra p ara o e stu d a n te de adm inistração e um p re p aro que o eq u ip ara m elhor p a ra a s pressõ es e exigências com plexas e m ultiform es do m undo a d m in istra tiv o .