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A pesquisa-ação na formação continuada de professores / Action research in continuing teacher education

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Academic year: 2020

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A pesquisa-ação na formação continuada de professores

Action research in continuing teacher education

DOI:10.34117/bjdv6n10-282

Recebimento dos originais: 13/09/2020 Aceitação para publicação: 14/10/2020

Márcia Castilho de Sales

Faculdade de Educação Universidade de Brasília, Brasil hilarioreis@uol.com.br

Renato Hilário dos Reis

Faculdade de Educação Universidade de Brasília, Brasil mcastilhosales@gmail.com

RESUMO

O artigo apresenta uma experiência de formação continuada numa instituição pública federal, que acontece na cidade de Brasília-DF, Brasil, no período de 2016/2017, envolvendo os professores do Curso Técnico em Administração integrado a Educação de Jovens e Adultos. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação de base marxista, fundamentada nos princípios de Barbier (2005) e Thiollent (2011) foi criada a partir de uma demanda de formação sobre o currículo integrado. Foram pactuadas uma organização de procedimentos e avaliação no sentido do grupo se constituir enquanto pesquisadores coletivos e agentes de transformação da realidade. No período desenvolvido, várias temáticas surgiram como demandas de formação e como resultado obtivemos a construção de uma proposta integradora entre a Educação Profissional e a Educação de Jovens e Adultos.

Palavras-chave: Investigação qualitativa, pesquisa-ação, formação continuada, currículo integrado,

educação profissional.

ABSTRACT

The article presents an experience of continuing education in a federal public institution, which takes place in the city of Brasília-DF, Brazil, in the period 2016/2017, involving the teachers of the Technical Course in Administration integrated to the Education of Youth and Adults. The methodology used was a Marxist-based action research, based on the principles of Barbier (2005) and Thiollent (2011) was created from a demand for training on the integrated curriculum. An organization of procedures and evaluation was agreed in order for the group to be constituted as collective researchers and agents for transforming reality. In the developed period, several themes emerged as training demands and as a result we obtained the construction of an integrating proposal between Professional Education and Youth and Adult Education.

Keywords: Qualitative research, action research, continuing education, integrated curriculum,

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1 INTRODUÇÃO

A pesquisa-ação é uma metodologia de pesquisa que tem sua origem na metade desse século, tendo como percurssor o Psicólogo Alemão Kurt Lewin (1890-1947), naturalizado norte-americado. Nascia, assim, uma proposta de pesquisa que tinha a ação como promotora de uma reflexão autocrítica e objetiva, passando o pesquisador a ser um interventor e um agente de mudança, ora num contexto macro, ora num micro, objetivando uma transformação de atitude filosófica do pesquisador envolvido sobre sua própria relação com o mundo.

A pesquisa-ação pode ser desenvolvida em vários espaços sociais que desejam uma intervenção a partir de um diagnóstico realizado. Ela tem como ponto de partida um problema revelado e o grupo passa a pesquisar formas de solução. Portanto, ela é uma ação deliberada e que visa uma mudança no mundo real. Sob essa perspectiva, a pesquisa-ação implantada numa instituição escolar, trabalhada nas reuniões docentes, pode contribuir muito para que o grupo promova uma autocrítica e lance mão de estratégias pensadas de solução dos problemas.

Por consequência, essa metodologia foi utilizada numa instituição pública de ensino profissional, em Brasília-DF, no segundo semestre de 2016, procurando resolver o problema de um curso técnico cuja integração entre a educação básica e a educação profissional não era promovida, apesar de ter sido concebido para esse objetivo. Foi a partir dessa demanda que a pesquisa-ação entrou na instituição como promotora de reflexões e conhecimentos.

2 A PESQUISA-AÇÃO EXISTENCIAL DE BASE MARXISTA

Para Thiollent (2011, p. 7 e 8) a pesquisa-ação consiste “em elucidar problemas sociais e técnicos, cientificamente relevantes” através de pesquisadores, membros ou parceiros interessados na resolução de problemas ou na solução dos problemas levantados, formulando respostas sociais, educacionais, técnicas ou políticas em sintonia com o processo desenhado. Para ele, a pesquisa-ação é um método, ou seja, “um caminho ou um conjunto de procedimentos para interligar conhecimento e ação, ou extrair da ação novos conhecimentos”.

Diferente da pesquisa participante, a pesquisa-ação vai além da participação, supondo uma forma de ação planejada de caráter educacional, que nem sempre se encontra em propostas de pesquisa participante. O objeto da pesquisa é a elaboração da dialética da ação num processo coletivo e único de reconstrução racional pelo ator social. Pretende-se, no processo, aumentar o grau de conhecimentos dos envolvidos sobre o tema e o nível de consciência das pessoas e grupos considerados.

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Na pesquisa qualitativa em educação, a pesquisa-ação se propõem a transformação de conceber e de fazer pesquisa em ciências humanas. Segundo Barbier (2007, p. 36), ela é uma “ação deliberada visando a uma mudança no mundo real, engajada numa escala restrita, englobada por um projeto mais geral e submetendo-se a certas disciplinas para obter efeitos de conhecimento ou sentido”. Para ele, a pesquisa-ação serve à educação do homem cidadão preocupado em organizar a existência coletiva da cidade e ela torna-se existencial por passar a perguntar sobre o lugar do homem na natureza e sobre uma ação organizada para dar-lhe sentido, pois as questões são as da coletividade e não as de uma amostra representativa. Ela tem como base o marxismo pelo reconhecimento que vivemos em uma sociedade divididos por classes sociais que foram constituídas historicamente em diferentes modos de produção. Marx (2016) pensa na perspectiva de que a produção existe para o trabalhador e que as forças das ciências e do conhecimento científico precisam se colocar a serviço dos trabalhadores, e não ao contrário. Ele defendia então uma educação voltada para o conhecimento profundo dos conteúdos, ou seja, a compreensão da totalidade do processo produtivo, permitindo que os estudantes possam produzir conhecimentos e possibilitar o engajamento social para promover as transformações no sentido de sua emancipação social.

Na pesquisa-ação emancipatória existem os seguintes pressupostos: que os pesquisadores e técnicos percebam o processo educativo como um objeto passível de pesquisa; percebam a natureza social e as consequências da reforma em curso e compreendam a pesquisa mesmo como uma atividade social e política, portanto ideológica. Através dessa metodologia, é possível investigar sobre situações, exigindo um longo trabalho de grupos, reunindo interessados, pesquisadores e educadores numa ação deliberada, visando uma mudança no mundo real, engajada numa escala restrita, englobada por um projeto mais geral e submetendo-se a certas disciplinas para obter efeitos de conhecimento ou sentido.

2.1 A PESQUISA-AÇÃO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

A formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de propostas teóricas e práticas que, no âmbito da Didática e organização escolar, estuda os processos dos quais os professores – em formação ou exercício – se implicam individualmente ou em equipe, em experiências de aprendizagem através dos quais adquirem e melhoram seus conhecimentos, competência e disposições e que lhes permitem intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação dos seus estudantes e do seu aprendizado como desenvolvimento humano de professores e professoras.

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Como atividade coletiva, a formação continuada pode ser compreendida como um processo que propicia o desenvolvimento profissional do professor, que ao refletir sobre o que sabe, o que sabe fazer, tem a oportunidade de troca com seus pares, criando condições efetivas de mudanças com e nas práticas político-pedagógicas.

A fim de que o cotidiano escolar se torne um espaço significativo de educação profissional, é importante que a prática pedagógica seja práxica no sentido de identificar problemas e resolvê-los e, acima de tudo, seja uma ação coletiva, construída por professores (as) e grupo de professores(as) de uma determinada escola, em que todas e todos são cúmplices e igualmente responsáveis por ela.

A proposta de implantação da pesquisa-ação na formação continuada de professores é fruto da compreensão de que o espaço de encontros de professores para planejamento do ensino é um espaço de pesquisa, pois nos diversos diálogos emergem problemas de ensino e aprendizagem que afligem cotidianamente nossas instituições de ensino. Muitos desses problemas são recorrentes, exigindo do corpo docente, técnico administrativo, discente e da comunidade, análise aprofundada de suas múltiplas determinações, com encaminhamentos e exercitação de superação. O grupo pode ainda não conseguir romper o senso comum, por falta de aprofundar o olhar sobre o fato. Também acontece com muita frequência de um fato acontecer na escola repetidamente e ele ser naturalizado, passando a ser tratado como algo que não pode ser alterado. Dessa forma, a formação continuada na escola deve acontecer nos momentos de coordenação pedagógica ou de planejamento de ensino, fazendo com que todos possam contribuir refletindo e tomando posição sobre as estratégias de superação que serão escolhidas. Esta questão coloca a idéia da pesquisa como um princípio educativo fundamental na formação de professores, como um pilar da maior importância na perspectiva de construção de modelos de formação docente.

3 METODOLOGIA

Em 2016, uma instituição pública de ensino de Brasília-DF demandou para a universidade pública a preocupação sobre o fato de que no curso técnico desenvolvido para integrar educação profissional com a educação de jovens e adultos, a integração não acontecia, uma vez que o currículo estava sendo desenvolvido de forma desarticulada, não promovia o diálogo entre e com educação básica e educação profissional, não alcançando, em decorrência, os objetivos de integração a que se propunha.

Em função desse problema identificado, propomos ao grupo a metodologia de pesquisa-ação, do tipo: a ação pesquisa (Barbier, 2007). Este tipo de pesquisa-ação pressupõe que o pesquisador

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esteja intervindo e desenvolvendo mudanças requeridas no contexto de realidade da pesquisa. A ênfase aqui é no processo, e não no resultado.

Cabia ao grupo de professores, a partir da negociação realizada para a organização dos tempos, espaços e discussões, encontrarem de forma compartilhada e em parceria as soluções mais efetivas. O objetivo maior é que resulte da investigação uma ação crítica-libertadora.

Como consequência, alguns cuidados foram tomados para que a pesquisa-ação fosse concluída de forma exitosa na organização do processo. Busca-se a essência do objeto e não se trabalha com interpretações de racionalidade, de objetividade e de verdade. Assim, as ideias interpretativas deformadas eram desconsideradas. Como o a elaboração da dialética da ação é coletiva e pessoal, a pesquisa-ação deve assumir a dimensão filosófica da existência humana qualificada.

O processo de pesquisa-ação decorre de uma avaliação permanente que está expressa na seguinte espiral:

Fig. 1. O processo da pesquisa-ação existencial de base marxista.

Na pesquisa-ação a sistematização (teorização) decorre de uma permanente avaliação, como no processo de espiral expresso na figura acima. A partir de uma situação problema/desafio, o grupo define um planejamento para investigação e promove a ação (intervenção, prática etc.) que é avaliada, surgindo uma sistematização do vivido e experimentado. Isso permite uma retroação sobre o problema, promovendo outro planejamento e mais uma ação, avaliando-se os procedimentos e avançando na compreensão do objeto para as mudanças necessárias. A pesquisa-ação, muito mais do que outra pesquisa, suscita mais questões do que as resolve. Isso justifica o movimento em espiral.

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3.1 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA-AÇÃO NO ESPAÇO DE FORMAÇÃO CONTINUADA A proposta metodológica de pesquisa-ação nessa instituição partiu de um problema evidenciado pelo grupo no processo de desenvolvimento do curso, uma vez que para implantá-lo, existiu uma oferta de formação aos docentes sobre a concepção do currículo integrado na educação profissional. Diante dessa constatação, o grupo no primeiro momento (2015) tentou adequá-los, definindo mais estratégias de intervenção que não lograram êxito. Dessa forma, evidenciou-se que quanto mais procuravam reformar o curso, mais se afastavam da concepção de currículo integrado. Assim, reunidos numa conversa dialógica/dialética, foram estabelecidos pelo grupo os seguintes procedimentos metodológicos:

1) Identificação do problema: a partir de uma dialogia com os docentes, procurar definir o problema, o objeto. Os pesquisadores coletivos levantaram o seguinte problema: Como desenvolver uma formação integrada da educação profisional? Como desenvolver um currículo integrado na formação técnica? Em vista disso, tendo o grupo a clareza do que desejamos alcançar, passamos então a contratualização;

2) Contratualização da pesquisa coletiva: no processo de pesquisa, a negociação é permanente e primordial. Todo o consenso bem como todos os conflitos devem ser compreendidos nas suas dimensões, não dissimulando os verdadeiros problemas. Definiu-se um processo permanente de avaliação, que permitiu a elaboração de agendas, definição de pautas e prazos para o alcance dos objetivos propostos. Observa-se que o processo parte do objeto abordado (problema identificado), vai para o objeto construído (problema visto na sua totalidade) e finaliza no objeto constatado ou construído (problema em processo de intervenção). Dessa forma, ficou definido na nossa contratualização:

 Encontros coletivos semanais;

 Escrita coletiva do diário de itinerância;

 Definição de tarefas e prazos para os pequenos grupos;

 Recuperação do encontro anterior no início das reuniões faríamos;  Avaliação ao final do encontro;

 A metodologia de trabalho para resolução do problema ficou assim definida:  Diálogo com o grupo sobre levantamento de hipóteses e soluções;  Desenvolver a reflexão/ação na ação;

 Análise dos resultados, avaliação, teorização e retroplanejamento;  Comparação de experiências semelhantes;

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3) Técnicas de pesquisa: todas as técnicas usuais das ciências sociais são suscetíveis, pois podem contribuir com a resolução do problema. No nosso caso, utilizamos a pesquisa documental, os dados de evasão e repetência do curso e depoimentos de estudantes. Esses dados embasaram a decisão do grupo no sentido de promover as mudanças necessárias à integração curricular e obter maior permanência e aprendizagem das/os estudantes.

4) Observação participante: para que o pesquisador externo se torne efetivamente um pesquisador coletivo nessa metodologia, ele deverá ser aceito pelo grupo ou fazer parte dele. Ele assume o papel de mediação do grupo, tendo através da escuta sensível, a oportunidade de pontuar situações ou temáticas necessárias para construção de uma sintese pelo grupo. Responsabilidade e solidariedade são capacidades necessárias para o trabalho de investigação coletiva.

5) Diário de itinerância: ele é um instrumento de investigação que tem dupla função: a primeira de promover a reflexão coletiva e os registros construídos pelo grupo, a segunda por promover uma autocritica, pois o sujeito pode avaliar sua tragetória na pesquisa. Dessa forma, desenvolvemos o diário do pesquisador coletivo e outro diário elaborado por cada pesquisador e socializado no grupo a cada encontro. Com efeito, a elaboração do diário coletivo era realizado por membro do grupo eleito no encontro, promovendo um rodízio de contribuições e olhares diversos. Cada participante podia também socializar no grupo o que aquele encontro lhe rendeu outro significado, o que promoveu nele uma mudança de comportamento ou visão. Assim, todos construíram resignificados e desenvolveram as mudanças necessárias. No caso deles, a decisão foi de construir um novo plano de curso que possibilitasse a integração entre a educação profissional e a educação básica de forma efetiva. 6) Teorização (sistematização), avaliação e publicação dos resultados: a pesquisa-ação propõe um movimento na instituição e entre seus atores que exige uma avaliação permanente, pois a construção de planejamentos interventivos e o feedback dessas estratégias deverão ser socializadas e avaliadas em grupo, ou seja, pelo pesquisador coletivo. O resultado de todo o processo foi sistematizado no plano de curso construído pelo grupo ao longo de seis (6) meses.

A construção de uma nova proposta de formação integrada objetiva constatar que a antiga proposta não desenvolvia plenamente uma formação humana e integral, não alcançando pela instituição os anseios da comunidade e sociedade.

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4 AS DIMENSÕES DA PESQUISA-AÇÃO ATENDIDAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Uma das dimensões mais trabalhadas na pesquisa-ação existencial é a do coletivo. Ao contrário da pesquisa tradicional, que procura no espaço investigado os dados para desenvolver sua análise, a pesquisa-ação só é desenvolvida se for acolhida pelo grupo e desenvolvida de forma colaborativa. Na formação continuada ela é um fator de dialogia determinante, pois legitima a parceria e a construção coletiva. Os pesquisadores coletivos passam a buscar soluções para algo que importa a todos, e não a um grupo reduzido. Compreende que a escola é uma instituição constituída pela atuação do coletivo, e ela expressa as concepções do grupo, portanto, os problemas devem ser resolvidos por todos e o ganho e resultados positivos chega para docentes, discentes e comunidade. Assim, amplia-se a compreensão que a escola é de todos, deve estar articulada aos anseios da comunidade e produzir conhecimentos que sejam transformação das/os estudantes, das/os professoras/es, gestores, e do conjunto da comunidade.

Transformar os sujeitos da escola como protagonistas é um desafio. Ao contrário de se permitir investigar, transformando-se em ratos de laboratório, os docentes passam a difundir conhecimentos, na busca permanente de sua emancipação. Eles incorporam o hábito de promover uma ação-reflexão-ação permanente do seu fazer pedagógico. A práxis é o critério de verdade, pois o grupo sabe melhor o que precisa para avançar. Dessa forma, a pesquisa-ação existencial de base marxista permite uma certa flexibilidade, abrindo para situações de improvisação, criatividade e intuição, pontos tão pouco considerados na pesquisa tradicional e muito explorados na definição de procedimentos e estratégias pelo grupo. Ela também não abre mão da implexidade, pois o pesquisador coletivo está presente com todo seu emocional, sensitivo, axiológico e na pesquisa ele forja o seu ser dubitativo, metódico, crítico e mediador. A escuta sensível é uma habilidade que necessariamente precisa ser constituída pelo grupo. Compreender o interior do outro exige sensibilidade, desprendimento e afetividade. É a partir do acolhimento do outro que se promove a confiança de partilhar problemas e soluções.

5 CONCLUSÕES

A formação continuada de professores é ainda um espaço pedagógico pouco explorado. Em muitas instituições educacionais que dedicam o tempo para o professor desenvolver o planejamento coletivo, observa-se que eles direcionam suas atividades para os afazeres individuais, ou mesmo que estejam reunidos, recebem as demandas pedagógicas e as encaminham automaticamente, sem refletir

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sobre suas decisões e práticas. Vão assim, constituindo rotinas e perpetuando práticas que ao contrário de provocar as mudanças qualitativas, se somam ao senso comum e as reformas educacionais.

A pesquisa-ação é uma ação coletiva de um conjunto de pessoas (pesquisadoras/es coletivos) que pressupõe mudança de atitudes, comportamentos, situações, organização e funcionamento societário. Se questiona uma ordem estabelecida e os consensos de uma maioria. O conflito é inerente a pesquisa-ação, mas é um conflito criador e produtor de vida.

Esse é o desafio posto nos dias atuais. Romper com lógicas de formação, onde o estudante apenas recebe a informação já está superada. A proposta também de formar docentes com cursos de capacitação, especialização e extensão nem sempre muda o contexto da escola, onde os problemas continuam a existir de forma estrutural. A pesquisa-ação é a possibilidade dos docentes mergulharem nos seus próprios problemas e avançarem nas soluções reais e concretas do seu fazer pedagógico.

REFERÊNCIAS

Barbier, R. (2007). A Pesquisa-ação. Brasília: Liber Livro Editora.

Marx, K. e Engels, F. (2016) Educação, ensino e marxismo. São Paulo: Edições Iskra. Thiollent, M. (2011). Metodologia da pesquisa ação. São Paulo: Cortez.

Imagem

Fig. 1. O processo da pesquisa-ação existencial de base marxista.

Referências

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