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CAPÍTULO 04 - POLIEDROS Definição 1: Poliedro é o sólido limitado por um número finito de polígonos planos tais que:

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Academic year: 2019

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(1)

CAPÍTULO 04 -

POLIEDROS

Definição 1: Poliedro é o sólido limitado por um número finito de polígonos planos tais que:

1o) Cada lado de um desses polígonos é também lado de apenas um outro polígono;

2o) A interseção de dois quaisquer desses polígonos ou é um lado comum, ou um vértice ou

é vazia.

Cada um desses polígonos é denominado face do poliedro, cada lado comum a duas

faces chama-se aresta do poliedro e cada vértice de um polígono chama-se vértice do poliedro.

Poliedro

Não é um poliedro. Por quê?

Não é um poliedro. Por quê?

Todo poliedro limita uma região do espaço denominada interior do poliedro.

Dizemos que um poliedro é convexo se seu interior é convexo, isto significa dizer que

qualquer segmento de reta que liga dois pontos do poliedro está inteiramente contido no poliedro, ou equivalentemente, se qualquer reta (não paralela a nenhuma face) o corta, no máximo, em dois pontos.

Poliedro não convexo

(2)

Neste capítulo, trataremos da questão de contarmos as faces, os vértices e as arestas de um poliedro bem como estabelecer relações entre esses elementos.

Representemos por A o número de arestas, por F o número de faces e por V o número de vértices de um poliedro.

Representemos também por Fn, n  3, o número de faces que possuem n lados e por Vn,n 

3, o número de vértices nos quais concorrem n arestas. Temos então:

 F = F3 + F4 + F5 + . . .

 V = V3 + V4 + V5 + . . .

Primeiras propriedades:

Uma vez que cada aresta do poliedro é lado de exatamente duas faces e que 3F3, 4F4,

5F5, . . . , etc, são respectivamente o número de lados das faces triangulares,

quadrangulares, pentagonais, etc, então tem-se:

2A = 3F3 + 4F4 + 5F5 + . . . ()

Por outro lado, contando-se as arestas que concorrem num mesmo vértice, obtemos:

2A = 3V3 + 4V4 + 5V5 + . . . ()

De () e () segue-se que:

1a) 2A  3F. De fato,

2A = 3F3 + 4F4 + 5F5 + . . . =

= (3F3 + 3F4 + 3F5 + . . . ) + F4 + 2F5 + 3F6 + . . . = = 3(F3 + F4 + F5 + . . . ) + F4 + 2F5 + 3F6 + . . . = = 3F + F4 + 2F5 + 3F6 + . . .

 2A  3F (A igualdade só é válida quando F4 = F5 = . . . = 0, isto é, quando o poliedro só possui faces triangulares).

2a) 2A  3V. De fato,

2A = (3V3 + 3V4 + 3V5 + . . . ) + V4 + 2V5 + . . . =

= 3(V3 + V4 + V5 + . . .) + V4 + 2V5 + . . . = = 3V + V4 + 2V5 + . . .

(3)

F + V = A + 2

S = 360o ( V 2 )

Teorema de Euler: Em todo poliedro convexo com F faces, A arestas e V vértices, tem-se:

Prova: Veja o texto: A Matemática do Ensino Médio – Vol. 3 – Elon Lages Lima e outros. (Publicação da Sociedade Brasileira de Matemática)

Corolário 1: Sejam F o número de faces, V o número de vértices e A o número de arestas de um poliedro convexo. Então

1o) A + 6  3F  2A;

2o) A + 6  3V  2A;

3o) A  6.

Prova: Já provamos anteriormente que 3F  2A e que 3V  2A.

Como 2 = F + V - A, então 6 = 3F + 3V – 3A  3F + 2A – 3A = 3F – A

Portanto A + 6  3F, o que prova (1o

).

Por outro lado,

6 = 3F + 3V – 3A  2A + 3V – 3A = 3V – A

Portanto A + 6  3V, o que prova (2o

).

Finalmente, de (1o) segue-se por transitividade que A + 6  2A e assim A  6.

Corolário 2: A soma dos ângulos internos das faces de um poliedro convexo é dada por:

Prova: Representemos por mi e Si, i = 1, 2, . . . , n respectivamente o número de lados e a soma dos ângulos internos da i-ésima face. Temos então

S1 = 180o(m1– 2) S2 = 180o(m2– 2)

. . . Sn = 180o(mn– 2)

 S = 180o

[(m1 + m2 + ... + mn)] – 2(1 + 1 + 1 + ... + 1)] =

= 180o(2A – 2F) = 360o(A – F)

 S = 360o

(V – 2).

(4)

 Exercício 1: Num poliedro, o número de arestas excede o número de faces de 7 unidades, Calcular o número de vértices do poliedro.

Solução: Temos que: A = F + 7. (1)

Pelo Teorema de Euler, F + V = A + 2 (2)

Substituindo (1) em (2), obtemos: F + V = (F + 7) + 2  V = 9.

 Exercício 2: Quantos vértices tem um poliedro cujas faces são 3 pentágonos, 7 triângulos e 2 quadrados?

Solução: As faces pentagonais fornecem ao poliedro 3 x 5 = 15 lados, as faces triangulares fornecem 7 x 3 = 21 lados e as faces quadrangulares fornecem 4 x 2 = 8 lados.

Portanto o número de arestas do poliedro é igual a:

A =

22

.

2

44

2

8

21

15

Como o número de faces é igual a F = 3 + 7 + 2 = 12, usando-se o Teorema de Euler, podemos escrever:

12 + V = 22 + 2  V = 12.

POLIEDROS REGULARES

Definição 5: Um poliedro convexo é dito regular quando todas as suas faces são polígonos regulares com o mesmo número de lados e em cada vértice concorrem o mesmo número de arestas.

Teorema 2: Existem apenas cinco poliedros regulares.

Prova: Seja F o número de faces. Então o número total de lados das faces é nF, admitindo-se que cada face tem n lados. Como dois lados dão origem a uma aresta, temos a igualdade

nF = 2A  A =

2

F

n

(1)

Analogamente, se em cada vértice concorrem p arestas, o número total dessas arestas será pV onde V é o número de vértices. Levando-se em conta que cada aresta é contada duas vezes, conclui-se que

pV = 2A  pV = nF  V =

p

F

n

(2)

Substituindo (1) e (2) em F + V = A + 2, vem:

F +

p

F

n

=

2

F

n

+ 2

 2pF + 2nF = pnF + 4p

(2p + 2n – pn)F = 4p  F =

(5)

Como p > 0, segue-se que 2n + (2 – n)p > 0 

(2 – n)p > - 2n  (n – 2)p < 2n 

Como p  3  3  p <

2

2

n

n

 3n – 6 < 2n 

Daí, ou n = 3 ou n = 4 ou n = 5.

Se n = 3: p < 6  3  p < 6  p = 3; p = 4; p = 5.

i) Para n = 3 e p = 3; F =

4

.

3

12

3

6

12

A =

6

2

4

.

3

V =

4

3

4

.

3

O poliedro é o tetraedro regular.

ii) Para n= 3 e p = 4; F =

8

2

16

4

6

4

.

4

A =

12

2

8

.

3

V =

6

4

8

.

3

O poliedro é o octaedro regular.

iii) Para n = 3 e p = 5; F =

20

5

6

5

.

4

A =

30

2

20

.

3

V =

12

5

20

.

3

O poliedro é o icosaedro regular.

p <

2

2

n

n

(6)

Se n = 4: p <

2

8

 3  p < 4  p = 3

Portanto, existe um poliedro regular de faces quadrangulares.

F =

6

2

12

3

.

2

8

3

.

4

A =

12

2

6

.

4

V =

8

3

6

.

4

;

O poliedro é o hexaedro regular.

Se n = 5: p <

3

10

 3  p <

3

10

 p = 3.

F =

12

3

.

3

10

3

.

4

A =

30

2

12

.

5

V =

20

;

3

12

.

5

O poliedro é o dodecaedro regular.

EXISTÊNCIA DE POLIEDROS

 Exercício 3: Informe sobre a possibilidade da existência de um poliedro convexo que possui 13 faces e 20 arestas.

Solução: F + V = A + 2 13 + V = 20 + 2  V = 22 – 13 = 9

(7)

 F4 = 1 e F5 = F6 = . . . = 0.

Portanto este poliedro deve possuir uma única face quadrangular e todas as outras 12 faces triangulares.

 Exercício 4: Se um poliedro convexo possui 10 arestas, quantas faces e quantos vértices ele pode ter?

Solução: A + 6  3V  2A  16  3V  20  3V = 18  V = 6. e A + 6  3F  2A  16  3F  20  3F = 18  F = 6.

Possibilidades:

2A = 3F + F4 + 2F5 + . . .

 20 = 18 + F4 + 2F5 + . . . 2 = F4 + 2F5 + . . .

F4 = 2; F5 = F6 = ... = 0 (Portanto 2 faces quadrangulares e mais 4 faces triangulares);

F5 = 1; F4 = F6 = . . = 0 (Portanto 1 face pentagonal e mais 5 faces triangulares).

Observe que não podemos construir um poliedro com as características estabelecidas somente com faces triangulares, uma vez que neste caso, 3F = 2A, o que não ocorre aqui.

EXERCÍCIOS

05. Um poliedro de 16 arestas tem tantos vértices quantas faces. Quantas são estas?

06. Um poliedro, cujas faces são triângulos e quadrados, tem 20 arestas. Quantas faces de

cada espécie tem este poliedro, se a soma dos ângulos das faces é 3240o?

(8)

08. Um mesmo número de arestas converge num mesmo vértice em um poliedro não regular; determinar o total de arestas de cada ângulo poliédrico se o poliedro tem 6 arestas e sabendo que o número de vértices iguala o número de faces.

09. Num poliedro convexo há 5 faces hexagonais; as restantes são quadrangulares, e além disto o número de arestas é 7 vezes maior do que o número de faces quadrangulares. Calcular o total das faces e o número de vértices do poliedro.

10. Um poliedro tem 8 arestas e 5 faces; determinar o valor da soma dos ângulos das faces.

11. Um poliedro convexo é formado de faces hexagonais e triangulares apenas; os vértices são 16. Sabe-se que o número de faces hexagonais é 3/2 do número de faces triangulares. Quantas são as faces?

12. Num poliedro convexo de 100 arestas, o número de vértices iguala a 10/7 do número de faces; determinar o número de faces.

13. Num poliedro determinar o número de faces; sabe-se que: o número de arestas iguala

aos 3/2 do número de faces e que o valor da soma dos ângulos das faces é 720o.

14. Um poliedro tem 10 arestas. A soma dos ângulos das faces é 1440o

. Calcular o total das faces.

15. Num poliedro convexo existem 7 vértices e 7 faces, sendo estas quadrangulares e triangulares. Determinar o número de faces de cada tipo.

16. Um poliedro convexo tem 8 faces triangulares e 2 pentagonais. Calcular o número de arestas.

17. Um poliedro convexo tem 2 faces triangulares e 4 hexagonais. Calcular o número de arestas e de vértices.

18. Um poliedro convexo tem somente faces triangulares e quadrangulares. Se são ao todo 5 faces e o poliedro tem 6 vértices, calcular o número de faces de cada espécie.

(9)

RESPOSTAS

06. 12 13. 42

07.  14. 4

08. F = 9; V = 10 15. 6

09. 3 16. 

10. 8 17. 17

11. 1080o 18. A = 15; V = 11.

12. 10 19. 10

07. 7 quadrados e 4 triângulos

Referências

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