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Material Teórico DIREITO DO IDOSO. Aula 4. Crimes Contra o Idoso. Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa. cod IdosoCDS1110_a04

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Material Teórico

DIREITO DO IDOSO

Aula 4

Crimes Contra o Idoso

Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa cod IdosoCDS1110_a04

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Introdução

Nossa aula tratará do Direito do Idoso na esfera do crime. Conheceremos algumas condutas que, praticadas contra os idosos, são tão graves que autorizam a incidência de responsabilidade na órbita penal, muito embora a doutrina aponte que a intenção do legislador era trabalhar mais com o fato de inibir condutas contra o idoso, do que impor penas muitíssimo severas aos infratores.

A doutrina da proteção integral modificou tipos penais constantes do Código Penal para alcançar especificamente o idoso, ademais, criou figuras

inexistentes e os expressou no Estatuto (o que chamamos de novatio legis - nova lei - incriminadora).

Esta implementação de tipos penais autônomos fecha o conjunto de pilares do

microssistema de proteção ao maior de 60 anos. A tutela da vida,

integridade corporal, saúde, liberdade, honra, imagem e patrimônio do idoso são a razão da delimitação dos tipos penais que estudaremos a seguir.

Lembrando que o art. 95 do Estatuto determina que os crimes ali definidos são de ação penal pública incondicionada e, portanto, não são aplicáveis as regras do Código Penal (nos arts. 181 e 1821) para os tipos incriminadores que ali são realizados contra o idoso.

Outro fator a ser destacado é a questão da agravante genérica. Por força do próprio Código Penal, quando o idoso é vítima de crime e este fato não

caracteriza imputação de maior pena, há incidência da agravante:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

II – ter o agente cometido o crime:

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

Vamos então aos tipos incriminadores do Estatuto do Idoso...

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DISPOSIÇÕES GERAIS – CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

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Discriminação por Motivo de Idade

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o. Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.

§ 2o. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.

O objeto jurídico (a proteção da lei) é a tutela dos direitos da pessoa idosa, no particular aspecto da proteção à sua liberdade individual (art 10, § 1º), necessária ao exercício da cidadania. O sujeito ativo (infrator) é qualquer pessoa, mas para ser sujeito passivo (vítima) é exigida a qualidade de idoso

(idade igual ou superior a 60 anos). O tipo objetivo delimita a conduta de discriminar, impedir, dificultar. Nas palavras de Eduardo Medeiros Cavalcanti2: “partindo de sua natureza pejorativa, discriminar evidencia a diferença, a distinção, a separação”.

A conduta (de discriminar, de impedir, de dificultar) deve ser realizada com fatores efetivamente relacionados, porém exemplificativos:

a operações bancárias

aos meios de transporte

ao direito de contratar

ao exercício da cidadania

As figuras de desdenhar, humilhar e

menosprezar, o idoso, por qualquer motivo, são equiparadas, ou seja, o agente

responderá pelas mesmas penas do art. 96 “caput”.

Um elemento normativo, ou seja, um fator que exige interpretação, está presente no tipo penal: discriminação por motivo de idade. Então a

caracterização do crime depende da configuração da intenção do agente em prejudicar ou agir contra o idoso, por sua condição de ser mais velho, enfim, pela idade. A consumação se dá com a efetiva discriminação, pela prática das condutas típicas, sendo aumentada a pena se o agente é quem cuida ou se responsabiliza pelo idoso.

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Omissão de Socorro a Idoso

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

O objeto jurídico (a proteção da lei) é preservar a incolumidade do idoso, quando possível, nos mesmos moldes da tutela no crime de omissão de socorro usual. Visa exigir solidariedade de quem pode presta-la. O sujeito ativo (infrator) é qualquer pessoa, mas para ser sujeito passivo (vítima) é

exigida a qualidade de idoso (idade igual ou superior a 60 anos). O tipo objetivo delimita 3 formasde conduta omissiva (abstenção):

“Deixar de prestar, recusar ou não pedir

assistência” ao idoso.

As ações comissivas são: retardar ou dificultar sua assistência. O crime pode

levar à lesão corporal ou morte do idoso se a omissão foi causada pelo agente (ex. agente machucou o idoso) ou se ele tinha o dever jurídico de atender o idoso (ex. enfermeiro, médico, etc).

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Abandono de Idoso

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

O objeto jurídico (a proteção da lei) é também preservar vida ou a saúde de pessoa idosa, impedindo o desamparo e o desprezo dos mais experientes. O sujeito ativo (infrator) é qualquer pessoa, mas para ser sujeito passivo (vítima)

é exigida a qualidade de idoso (idade igual ou superior a 60 anos). O tipo objetivo delimita a conduta omissiva (abstenção):

“Deixar de prover as necessidades básicas do

idoso” e a conduta comissiva implica

abandono, repudio, ou desamparo.

O crime exige que o local seja hospital, casa de saúde ou tipo congênere, já que se o idoso for colocado na rua ou em locais ainda mais devassados, poderá ser tipificado outro crime.

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Maus-Tratos a Idoso

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Temos as mesmas observações, nos maus tratos a idoso, quanto ao objeto jurídico, sujeito ativo e passivo, dos demais crimes comentados. Mas, neste artigo, a conduta

é “expor a perigo”, periclitar, colocar em

risco o idoso. O crime ocorre pela submissão do idoso a condições degradantes, mediante a privação de alimentos e cuidados indispensáveis para manutenção de sua vida.

A sujeição a trabalho excessivo ou inadequado também se insere no tipo penal. Para o crime de maus tratos se costuma dizer que a consumação ocorre com a mera exposição do sujeito passivo ao perigo de dano, mas outras figuras

podem aparecer. São elas condutas qualificadas pelo resultado: se dos maus tratos resulta lesão corporal de natureza grave ou morte.

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Outros Crimes

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a

execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à

propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

O tipo penal descreve várias possibilidades de alguém oferecer limitação ao direito do idoso e, por isso, o legislador busca punir com pena de 6 meses a 1 ano, o infrator que embaraça a efetivação destes direitos. Quem responde ao crime do art. 100 do Estatuto pode se valer de transação penal ou qualquer outro acordo efetivado nos juizados especiais, pelo menor potencial ofensivo retratado no artigo.

No art. 101, a pena aplicada é cabível ao agente que pratica dolosamente estas condutas:

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

A ordem retratada no artigo é judicial, proveniente de Magistrado ou de Tribunal, seja em ação civil, penal, etc., nos mais diversos procedimentos existentes. A doutrina explicita que os verbos aqui tratados como crimes envolvem o deixar de cumprir, ou seja, desobedecer ou não realizar a

determinação judicial. “Retardar é demorar, adiar, atrasar a realização do que ordenado judicialmente. Frustrar é impedir que aconteça, não

propiciar o resultado esperado” (Comentado, Estatuto do Idoso, op. Cit. p. 575).

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Quando se trata de procedimento fiscalizatório cujo titular é o Ministério Público ou outra autoridade, o Estatuto dedica um artigo ao crime envolvido:

Disposições Finais e Transitórias

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Outro crime que possui muito destaque, pela ousadia com que é cometido, está tipificado no art. 102 do Estatuto:

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou

qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Verifica-se no tipo penal que a pena é mais grave, uma vez que aqui a conduta do criminoso está voltada para o patrimônio do idoso e seu sustento. A

intenção, por meio de ação ou de omissão do agente, é modificar a

propriedade e a posse dos valores destinados ao idoso, fazendo com que a vítima não tenha condições de utilizar os recursos a que tem direito. Este crime pode ser cumulado com outros previstos no Código Penal. Neste caso o

Ministério Público ofertará a denúncia com base nos dados fáticos que a situação apresentar.

Ligado ao patrimônio do idoso, há outro crime que pode ser estudado em paralelo com o tipo penal anterior – estamos tratando do art. 104 do Estatuto:

Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Quando o idoso possui compromissos financeiros a serem pagos, pode ocorrer a situação de um interessado ficar em poder do cartão bancário ou outro

documento do idoso. Este fato é corriqueiro e leva a saques forçados, apropriação de dinheiro, uso indevido, coação, entre outras condutas

praticadas contra o maior de sessenta anos. O crime é simplesmente “reter” o cartão ou documento. A intenção é ter acesso ao valor destinado ao idoso, razão pela qual o Ministério Público é o guardião deste tipo de ação penal.

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Outro crime que visa atingir o patrimônio do idoso e também a sua integridade física está previsto no Estatuto, art. 103:

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

No caso em tela, o abrigo do idoso em entidade de assistência é recusado porque se pretende ter acesso aos bens e patrimônio do maior de sessenta anos, por concessão de uma procuração ao dirigente ou responsável pela unidade.

Assim, o sujeito ativo, neste crime, é o responsável pelo estabelecimento. O crime se caracteriza com a simples omissão: “negar o acolhimento” ou com a ação de: “negar a permanência do idoso”.

Basta a simples negativa, no ato omissivo ou comissivo, para a consumação se operar.

Outros delitos interligados a este estão nos artigos 106, 107 e 108 do Estatuto:

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a

outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida representação legal: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Todos estes crimes envolvem a conduta de fazer com que o idoso seja forçado a abrir mão da administração de seu patrimônio para pessoas interessadas em transferir a titularidade dos bens do maior de sessenta anos. Nos crimes

tratados, o abuso é claro, uma vez que a possibilidade do idoso gerir seus atos é afastada ilegalmente.

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Depreciação Injuriosa

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,

informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

O crime de depreciação injuriosa visa combater desgastes sobre a imagem do idoso, coibindo condutas que atentem contra a dignidade e respeito para com os maiores de sessenta anos. Mesmo que tais práticas sejam veiculadas através de propaganda. Veja um caso prático que ocorreu em 2005:

Em 10 de janeiro de 2005

SENHOR PRESIDENTE (da Instituição de Auto-Regulamentação Publicitária)

Na oportunidade em que cumprimento Vossa Excelência, levo a seu

conhecimento que, por força de representação ofertada pela Excelentíssima Deputada Federal Zulaiê Cobra Ribeiro, instaurou-se perante este Gaepi - Grupo de Atuação Especial de Proteção ao Idoso, o Protocolado suso referenciado, tendo em vista propaganda televisiva de produto da Cervejaria Primo Schincariol.

Da análise do conteúdo da aludida propaganda, nota-se claramente que seu conteúdo desrespeita os mais comezinhos direitos dos cidadãos, sobretudo dos idosos, na exata medida em que aparecem em franca situação secundária em relação aos demais participantes da matéria, revelando situação de menosprezo, de inferioridade, de humilhação, ordem depreciativa aos cidadãos da terceira idade.

A hipótese se confronta com principio constitucional dos direitos e garantias fundamentais (*), bem como de regra geral do Estatuto do Idoso (**), além de configuradores, em tese, de tipos penais previstos no Código de Defesa do Consumidor (***) e Estatuto do Idoso (****).

Dessa forma, e considerando o elevado senso de justiça norteador dessa Egrégia Instituição de Auto-Regulamentação, no azo solicita-se a Vossa Excelência sejam tomadas IMEDIATAS providências tendentes à suspensão da precitada propaganda, restabelecendo-se o direito dos idosos quanto ao respeito de sua dignidade, sem prejuízo da tomada de medidas legais cabíveis.

Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa Excelência protestos de elevada estima e distinta consideração.

EDSON ALVES COSTA

120º. Promotor de Justiça Criminal, integrante do Gaepi – Grupo de Atuação Especial de Proteção ao Idoso (São Paulo).

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Código Penal

Em virtude do Estatuto do Idoso algumas modificaçõesacerca de tipificações em crimes foram introduzidas no Código Penal. Vamos apenas cita-las para melhor compreensão do alcance da lei de proteção do idoso, posto que os artigos já estão vigentes desde 2003:

Homicídio – “matar alguém: Art. 121. § 4º - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a

pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos”.

Abandono de incapaz – “Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu

cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos”. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.

Injúria – “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o

decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 3o Se a injúria

consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia,

religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa”.

Sequestro e cárcere privado – “Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade,

mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de

60 (sessenta) anos; II - se o crime é praticado mediante internação da

vítima em casa de saúde ou hospital”.

Extorsão mediante sequestro – “Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim

de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos”. Abandono material – “Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a

subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)

anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao

pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou

ascendente, gravemente enfermo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País”.

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Legislação Especial

O amparo ao idoso na órbita criminal também se amplia para outras leis.

A Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941) foi modificada na seguinte infração:

Vias de Fato - “Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos”.

Outra lei importantíssima é a Lei de Tortura(Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997), que também concede atenção especial ao idoso:

Tortura – “Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe

sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;c) em razão de discriminação racial ou religiosa;II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.§ 4º Aumenta-se a

pena de um sexto até um terço: II – se o crime é cometido contra

criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de

60 (sessenta) anos...”.

Assim, finalizamos a questão do idoso e a legislação que lhe concede amparo específico.

Referências

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