FEUP-LEEC. SAM 1
Controlo de Motores
de Corrente Contínua
Sistemas de Accionamento e Movimentação
FEUP-LEEC. SAM 2
Motores de corrente contínua.
Introdução
(histórica)• Historicamente, o motor CC, foi utilizado de modo universal no controlo de velocidade, até ao aparecimento, em força, dos inversores de tensão, baseados em semicondutores de potência (tirístores, inicialmente, e GTOs e IGBTs mais recentemente) associados aos motores CA.
• O sistema conhecido como Ward-Leonard foi utilizado durante largo tempo em accionamentos de elevado desempenho.
• Ainda hoje, uma parte importante dos accionamentos controlados é uma versão electrónica do sistema Ward-Leonard.
FEUP-LEEC. SAM 3 Diagrama de controlo de um sistema Ward-Leonard para um motor CC.
O sistema Ward-Leonard
(curiosidade).Diagrama
Motor CA 1 Gerador CC 2 Motor controlado 4 Carga accionada 3 Excitatriz Controlo de campo do gerador Controlo de campo do motor 5 6 Conjunto Ward-Leonard + -+1. No arranque, a excitação do gerador é aproximadamente nula,
garantindo uma tensão no induzido perto de zero. Esta tensão é aplicada ao motor controlado. A tensão de excitação do motor é colocada no seu valor máximo (o nominal).
2. O aumento da tensão de excitação aumenta a tensão aplicada ao motor, garantindo-se, também, controlo da polaridade.
3. O controlo de velocidade do motor é obtido a partir do controlo da excitação do gerador.
4. O sistema possibilita a frenagem regenerativa bastando, para isso, diminuir a tensão no induzido do motor. A corrente inverte-se e o
gerador passa a funcionar como motor. O motor CA, por seu lado, passa a funcionar como gerador devolvendo energia à rede.
O sistema Ward-Leonard.
Descrição
FEUP-LEEC. SAM 5
• A manutenção do campo indutor do motor constante, no seu valor máximo, permite obter o máximo binário em função da corrente. No entanto, a máxima velocidade possível é atingida com a máxima tensão na armadura, que é função do valor máximo do campo do gerador. Esta velocidade máxima toma a designação de velocidade base do motor. • No entanto, os motores são projectados para operar a velocidades
superiores a esta velocidade base, até 2 a 3 vezes.
• A redução da tensão de excitação aplicada ao motor (designada por enfraquecimento de campo), diminui a f.e.m., permitindo que a velocidade suba.
• Nesta zona de operação, o binário disponível diminui, já que é
proporcional quer à corrente na armadura quer ao fluxo. Trata-se de uma operação a potência constante.
O sistema Ward-Leonard.
Descrição
FEUP-LEEC. SAM 6
• A utilização de conversores estáticos de potência substituíu o sistema Ward-Leonard rotativo que, tendo um bom comportamento dinâmico, apresenta algumas desvantagens.
• O custo do sistema (com diversas máquinas rotativas), a manutenção, e o dimensionamento são as principais.
• O motor e o gerador do sistema devem ter um dimensionamento em potência superior ao do motor; o espaço ocupado e a manutenção (especialmente do gerador CC - colector e escovas), são desvantagens importantes.
• O ruído e a vibração gerados por este sistema são desvantagens que não existem no sistema estático.
O sistema Ward-Leonard.
Características
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• O motor de corrente contínua contém dois circuitos: o do campo e o do induzido. O do campo situa-se na parte fixa do motor e consiste em enrolamentos colocados à volta dos polos magnéticos do estator.
Estrutura (corte) e circuitos de um motor de corrente contínua.
O motor de corrente contínua
(revisão).Estrutura e circuitos
N S 18 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 17 12 13 14 15 16 A2 B2 A1 B 1 I I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 2I ω 12I F1 F2 A1 A2• O número de polos é par e os enrolamentos são percorridos pela mesma corrente. Terminam nos pontos F1 e F2.
• O objectivo do circuito indutor é magnetizar os polos do motor, criando um fluxo magnético no entreferro, entre o estator e o rotor.
• O circuito indutor não será necessário se forem utilizados ímanes permanentes no estator.
• O circuito de potência de um motor CC é a armadura, e está situado no rotor. Consiste em enrolamentos colocados em ranhuras.
• Se metade de um enrolamento está sob um polo norte, a outra metade estará sob o polo sul adjacente.
O motor de corrente contínua.
Estrutura e circuitos
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• Quando circula corrente num enrolamento, as forças devidas à
interacção entre a corrente e o fluxo serão iguais e opostas nos dois lados do enrolamento. Juntas produzem o binário com que o enrolamento
contribui para o binário total.
• Os enrolamentos são ligados em série formando um circuito fechado. • A armadura dispõe, ainda, de um comutador (colector) constituído por
um conjunto de lâminas isoladas umas das outras.
• Os terminais final de uma bobina e inicial da bobina adjacente são ligados à mesma lâmina.
• O comutador está fixo ao rotor e roda com ele. A corrente chega às bobinas através de um par de escovas de grafite que contactam com as lâminas do colector. Garante-se, assim, uma corrente constante sob um polo do estator, independentemente do movimento do rotor.
O motor de corrente contínua.
Estrutura e circuitos
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• O conjunto comutador-escovas permite transformar uma fonte de corrente contínua numa corrente alternada, a que circula nas bobinas. Este conjunto é, no entanto, uma desvantagem dos motores CC
aumentando o seu custo e, fundamentalmente, a sua manutenção. • As escovas e, mais lentamente, as lâminas do colector, deterioram-se
com o tempo. Também, a imperfeição da rotação implica a ocorrência de arcos eléctricos, impedindo a utilização deste motor em ambientes
perigosos.
• Apesar da excelente regulação e controlabilidade do motor CC, este tem perdido muitos campos de aplicação, nos accionamentos controlados, em detrimento do motor assíncrono.
O motor de corrente contínua.
Estrutura e circuitos
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• Uma característica fundamental do motor CC, responsável pelo seu bom desempenho dinâmico, é o facto de os circuitos magnéticos do campo indutor e da armadura estarem mutuamente desacoplados. O fluxo criado pelo indutor não liga com os enrolamentos da armadura.
O motor de corrente contínua.
Estrutura e circuitos
N
S φA
φF
Orientações espaciais do fluxo indutor e da f.m.m. da armadura num motor CC.
• As orientações espaciais dos fluxos são fixas e não dependem da rotação do motor. Sendo direcções
perpendiculares, verifica-se o
desacoplamento magnético referido. • A rápida variação da corrente da
armadura, em caso de perturbação dinâmica, pode ser obtida sem haver interacção do fluxo indutor.
• Sendo as direcções da corrente da armadura e do fluxo indutor
perpendiculares, desenvolve-se uma força electromagnética em cada condutor proporcional à corrente e ao fluxo.
• O binário resultante nos diversos condutores soma-se, resultando:
O motor de corrente contínua.
Binário e f.e.m.
I K T = 1Ψ
Ψ é o fluxo por polo, I é a corrente na armadura e K1 uma constante de proporcionalidade (dimensões, número de polos, etc).
• A rotação do motor faz induzir uma f.e.m. nos condutores, proporcional à velocidade e ao fluxo por polo:
ω Ψ
= K2
E
Ψ é o fluxo por polo, ω é a velocidade angular do motor e K2 uma constante de proporcionalidade (dimensões, número de polos, etc).
FEUP-LEEC. SAM 13
O motor de corrente contínua.
Binário e f.e.m.
I K
EI
P = = 2Ψω
• Se as equações de binário e f.e.m. forem expressas em unidades SI as constantes K1 e K2 são iguais.
• A potência eléctrica convertida em mecânica é: • A potência mecânica é: ω Ψ = ω =T K I P 1 ou seja: ω Ψ = ω Ψ I K I K2 1 I K T K E Ψ = ω Ψ = • Assim, em regime permanente:
FEUP-LEEC. SAM 14
Circuitos do campo e da armadura, em regime dinâmico e em regime permanente.
O motor de corrente contínua.
Binário e f.e.m.
f f f f f a a i R dt di L V E i R dt di L v + = + + =• Em regime dinâmico devem ser consideradas as indutâncias dos dois circuitos, Lf e La. A evolução das correntes será dada por:
F 1 F2 A1 A2 + -+ -+ -Vf I f Rf I Ra E V f f f a I R V E I R V = + = • Em regime permanente: + -+ -+ -Vf if Rf i Ra E v Lf La
FEUP-LEEC. SAM 15 Curva de magnetização de um motor CC.
O motor de corrente contínua.
Saturação do motor
• A relação entre a corrente de campo e o fluxo depende da relutância do circuito magnético. Sendo linear numa zona alargada de corrente, satura para valores mais elevados.
• Em geral, o ponto de funcionamento nominal do motor já se encontra ligeiramente na zona de saturação.
If (A) 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 100 200 300 E (V) Velocidade 1000 rpm
O motor de corrente contínua.
Métodos de excitação do motor
• Os circuitos da armadura e do campo podem ser colocados: - em paralelo: motor “shunt”;
- em separado: motor de excitação separada; - em série: motor de excitação série.
• O fluxo no motor depende da f.m.m. criada (NI). O mesmo fluxo pode ser obtido com poucas espiras e corrente elevada (motor série), ou por muitas espiras e corrente pequena (motor “shunt” e de excitação
separada).
• Naturalmente, a excitação separada permite uma maior flexibilidade
sendo utilizada na maior parte dos accionamentos. Apenas no domínio da tracção eléctrica existem os motores série.
FEUP-LEEC. SAM 17 Conversores electrónicos para um motor de excitação separada.
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Conversores electrónicos
• Se a fonte disponível é CC, utilizam-se conversores CC/CC (a partir de baterias, em tracção eléctrica de pequena potência);
• Se a fonte disponível é CA, utilizam-se conversores CA/CC (monofásicos ou trifásicos).
• A potência do conversor de campo é muito inferior à do conversor da armadura, podendo ambos ter saída variável.
F 1 F2 A 1 A2 + -+ -+ -V f I f Rf I Ra E V Conversor do campo Conversor da armadura FEUP-LEEC. SAM 18
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Controlo de velocidade
• Distinguem-se duas zonas de funcionamento em velocidade:
– com fluxo constante, em que a velocidade depende linearmente de
V (RaI é uma parcela de perdas, em geral pouco significativa);
– com tensão V constante, em que a velocidade depende inversamente do fluxo. Nesta zona, a um aumento de velocidade corresponde uma redução do binário disponível.
I R V E = − a • Na armadura: ω Ψ = −R I K V a Ψ − = ω K I R V a
• A velocidade é expressa por:
Ψ − Ψ = ω T K R V K a 1 ou
FEUP-LEEC. SAM 19
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Controlo de velocidade
• Na zona de fluxo constante as curvas T-n são rectas paralelas com inclinação negativa. T n nn δ=δ1 δ=δ2 -nn 0 Tn -Tn
Características T-n na zona de fluxo constante para quatro quadrantes e em função do parâmetro de controlo.
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Zonas de funcionamento
• Naturalmente, em regime transitório, o motor poderá desenvolver um binário superior ao nominal, de acordo com a capacidade de corrente associada. ωm (p.u.) 0 1.0 1.0 p.u. T, I, Φf, If V, I V E T, Φf, If E Zona de binário constante Zona de potência constante
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Controlo de motores CC, de excitação separada.
Zonas de funcionamento
• A característica de um accionamento deve estender-se por quatro quadrantes.
• Acima de nn, a velocidade depende inversamente do fluxo. A um
aumento de velocidade corresponde uma redução do binário disponível.
Envolvente da zona de funcionamento de um motor CC.
T
0 n
Tn
nn nmáx
FEUP-LEEC. SAM 22
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Comportamento dinâmico do motor
E i R dt di L v = a + a + WL T B dt d J T = ω+ ω+
• Aplicando a transformada de Laplace:
) ( ) ( ) ( ) (s E s R sL I s V = + a + a ) ( ) ( ) ( ) (s T s B sJ s T = WL + + ω
• Para o motor CC, com fluxo constante, tem-se:
sendo ); ( ) (s K s E = ω T(s) = KI(s); ω(s) = sθ(s)
FEUP-LEEC. SAM 23
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Comportamento dinâmico do motor
) ( ) )( ( ) ( ) )( ( ) ( 2 2 T s K B sJ sL R sL R s V K B sJ sL R K s WL a a a a a a + + + + − + + + = ω
• Associando as duas equações anteriores:
Diagrama de blocos de um motor de excitação separada.
-+ V(s) KT I(s) T(s) ω(s) TWL(s) KE E(s) 1 s θ(s) + -1 R a+sLa 1 B+sJ KT e KE são iguais.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Comportamento dinâmico do motor
2 0 ) ( 1 ) )( ( ) ( ) ( ) ( K B sJ sL R K s V s s G a a s TWL + + + = ω = = 2 0 ) ( 2 ) )( ( ) ( ) ( ) ( K B sJ sL R sL R s T s s G a a a a s V WL + + + + − = ω = =
• Considerando o motor um sistema linear (apenas dependente do circuito de campo) a equação geral anterior resulta em duas funções de
transferência:
• A velocidade depende de duas variáveis actuantes no motor: a tensão da armadura e o binário resistente.
FEUP-LEEC. SAM 25
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Comportamento dinâmico do motor
• Definindo as constantes de tempo mecânica e eléctrica: • Considerando B=0 (habitualmente pequeno e desprezável):
+ + = + + = 1 1 ) ( ) ( 2 2 2 2 1 K J R s K J L s K K sL R sJ K s G a a a a ; 2 K J Ra m = τ a a e R L = τ
(
1)
1 ) ( 2 1 + τ + τ τ = m e m s s K s G • Admitindo τm>>τe obtém-se:(
1)(
1)
1 ) ( ) ( ) ( 1 ≅ τ + τ + ω = e m s s K s V s s G FEUP-LEEC. SAM 26Controlo em malha fechada para um motor de excitação separada.
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Controlo de velocidade em malha fechada
• O sistema apresenta duas malhas de controlo para a corrente da armadura: a malha interior, de corrente, e a malha exterior, de velocidade. Sa ωref Conversor da armadura + - + -+ -I a(ref) Ca V c Motor Malha de corrente SS Malha de velocidade Conversor do campo If Enfraquecimento de campo FW If(ref) ωf Ia Limitação de corrente
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Controlo de motores CC, de excitação separada.
Controlo de velocidade em malha fechada
• O controlo em cascata pode ser aplicado a uma malha exterior de controlo de posição em servo-accionamentos. A posição de referência é comparada com a posição actual (obtida a partir de um sensor apropriado). A saída do controlador de posição corresponde a um valor de referência para a velocidade.
Enfraquecimento de campo
• O enfraquecimento de campo é obtido automaticamente a partir do bloco FW. Do ponto de vista do controlador, o sistema torna-se não linear.
Limitação de corrente
• A limitação de corrente no conversor obtém-se a partir da limitação da saída do amplificador de erro de velocidade.
Conversor CC/CC de um quadrante no modo motor e em frenagem.
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Conversores CC/CC
• No conversor de um quadrante, pode ocorrer condução descontínua. • Não permite efectuar frenagem directamente.
Vcc D ω ia A B C S Vcc D ω ia A B C S
• Os conversores CC/CC podem ser de um, dois ou quatro quadrantes. • Permitem impôr uma frequência de comutação elevada, diminuindo a
FEUP-LEEC. SAM 29
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CC/CC
• O conversor CC/CC de dois quadrantes apenas funciona em condução contínua, o que facilita a regulação do sistema.
• Em qualquer conversor CC/CC, no modo de frenagem torna-se
necessário que a fonte de alimentação CC tenha capacidade de receber a energia recuperada. Conversor CC/CC de 2 quadrantes. Vt Ia Vcc Φ T, ω + -Vf If FEUP-LEEC. SAM 30
Conversor CC/CC de um quadrante. Inversão aos terminais da armadura.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CC/CC
• A inversão do sentido de rotação de um motor pode ser obtida a partir da inversão da polaridade aos terminais da armadura ou invertendo o
campo. A inversão do campo é mais lenta (circuito muito indutivo). • A inversão da tensão aos terminais da armadura pode ser realizada de
duas formas: utilizando dois pares de contactos electromecânicos ou utilizando um conversor de quatro quadrantes.
Vcc S D F F R R A1 A2 F1 F2 Conversor do campo Vcc
FEUP-LEEC. SAM 31 Conversor CC/CC de quatro quadrantes.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CC/CC
• O conversor de quatro quadrantes permite uma dinâmica muito superior.
• Há diferentes métodos de controlo para este conversor: – S2 e S3 off, S4 on. S1 controla a tensão aplicada. – S3 off, S4 on. S1 e S2 controlam a tensão aplicada. – S1, S2, S3 e S4 controlam a tensão aplicada.
Vcc D1 ω S1 S2 D2 D3 D4 S3 S4 A1 A2 F1 F2 Conversor do campo Vcc
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Conversores CC/CC - ondulação da corrente
• A tensão de saída dos conversores electrónicos não é constante, apresenta ondulação que, por sua vez provoca ondulação de corrente.
• Admitindo a f.e.m. constante, a tensão e a corrente na armadura são: ) ( ) (t V v t v = + r ) ( ) (t I i t i = + r
[
]
dt t di L t i I R E t v V + r( ) = a + a + r( ) + a r( )• Substituindo na expressão instantânea da tensão na armadura:
• Resulta para o valor médio e a ondulação:
I R E V = a + a dt t di L t i R t vr( ) = a r( )+ a r( )
FEUP-LEEC. SAM 33
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CC/CC - ondulação da corrente
• Admitindo que a resistência tem um efeito desprezável:
dt t di L t vr( ) ≈ a r( )
Ondulação de corrente num conversor CC/CC de quatro quadrantes, com métodos de controlo distintos.
v 0 V t i Ts=1/fs ∆i= V 8Lafs v 0 V t -V i T s=1/fs ∆i= V 2Lafs
• O mesmo valor médio está associado a valores eficazes diferentes, aumentando as perdas em Ra, no primeiro caso.
FEUP-LEEC. SAM 34
Conversores CC/CC.
Recuperação de energia para a fonte CA.
• Se o barramento CC não permite o trânsito bidireccional de potência torna-se necessário dissipar a energia devolvida ao barramento CC.
Circuito de frenagem para conversores CC/CC.
Conversor CC/CC de 1, 2, ou 4 quadrantes Motor CC Lf Cf Rb Tb Vs Uf Φ Controlo
• Em geral, o transístor Tb faz parte dos módulos integrados de semicondutores de potência aplicáveis em controlo de motores.
FEUP-LEEC. SAM 35
Conversores CC/CC.
Recuperação de energia para a fonte CA.
• A bidireccionalidade de potência no barramento CC (por inversão da corrente) é feita por um inversor de tensão (monofásico ou trifásico) a funcionar como rectificador.
Interface para a rede CA com possibilidade de recuperação de energia. C Ls vs vcc + -is T1 T2 T3 T4 vinv icc Conversor CC/CC de 1, 2, ou 4 quadrantes Motor CC Uf Φ
• A topologia garante, ainda, factor de potência unitário e corrente de entrada sinusoidal.
Conversores CC/CC.
Filtro do barramento CC
• O filtro do barramento CC é utilizado para duas funções:
– Filtrar a tensão de saída de um rectificador (se existir) garantindo uma ondulação especificada;
– Filtrar a corrente de entrada pedida pelo conversor CC/CC à fonte CC (bateria, por exemplo).
Filtro LC na entrada de um conversor CC/CC.
Conversor CC/CC Motor CC Lf Cf vs Uf Φ Conversor CA/CC (díodos) vi vcc icc + + - -is ii
FEUP-LEEC. SAM 37
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Conversores CA/CC
• Uma parte importante dos accionamentos industriais é baseada em rectificadores tiristorizados, devido à disponibilidade da rede CA. • O circuito do campo poderá ser não controlado (ponte de díodos) ou
controlado (ponte tiristorizada, em geral mista), permitindo velocidades superiores à nominal.
• A possibilidade de frenagem ou de inversão do sentido de rotação
depende das configurações implementadas. A inversão de sentido obtém-se por inversão do campo ou por inversão da tensão na armadura.
• A inversão do campo indutor é um processo lento, comparado com a inversão da tensão na armadura. A inversão da tensão na armadura pode ser obtida por processos electromecânicos ou por processos estáticos.
FEUP-LEEC. SAM 38
Inversão da tensão na armadura a partir de contactores.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC - inversão da rotação
• Aumentando o ângulo de disparo, a corrente anula-se. De seguida, é aberto o contactor F. O ângulo de disparo é aumentado para valores superiores a 90º, permitindo tensões negativas superiores à f.e.m. É fechado o contactor R, iniciando-se a condução no circuito (frenagem). • Diminuindo α, a tensão inverte-se e o motor inicia a rotação no sentido
inverso. F F R R A1 A2 F1 F 2 L
FEUP-LEEC. SAM 39 Inversão do campo indutor a partir de rectificadores em anti-paralelo.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC - inversão da rotação
• Aumentando o α da armadura, a corrente anula-se.
• No indutor, α é aumentado para valores superiores a 90º, anulando a corrente de campo e a f.e.m. Após um intervalo de segurança, a ponte 2 é disparada, invertendo-se a corrente de campo e a f.e.m. (frenagem).
• Controlando o conversor da armadura o motor inicia a rotação no sentido inverso.
1 2
• A ondulação de tensão de saída dos conversores CA/CC, associada à respectiva frequência, é mais importante que nos conversores CC/CC. Tal como nestes, provoca ondulação na corrente com os efeitos já descritos.
• A ondulação da corrente na saída de rectificadores pode ser calculada a partir do método do primeiro harmónico. Consiste em aproximar a corrente de saída pela soma do seu valor médio com o primeiro termo harmónico. Este termo depende, naturalmente, do topologia do conversor e do respectivo ângulo de disparo.
• Também para este método (aproximado) se pode admitir que a
resistência da armadura não contribui para a impedância do circuito que limita a ondulação da corrente.
• O método do primeiro harmónico só é válido em condução contínua.
Controlo com conversores CA/CC.
FEUP-LEEC. SAM 41
• Com binários/cargas baixas, o valor médio da corrente é baixo. • Se a ondulação da corrente for significativa, esta pode tornar-se
descontínua, introduzindo uma dependência entre o valor médio da tensão de saída e o valor médio da corrente (considerando a f.e.m. constante). É uma característica de não linearidade.
Controlo com conversores CA/CC.
Ondulação da corrente e corrente descontínua
T 0 n 1500 N.m 1000 500 -1500 -1000 -500 α=0º Corrente descontínua Binário nominal rpm α=45º α=75º α=90º α=105º α=135º α=180º Corrente contínua Exemplo (trifásico) de característica velocidade-binário. FEUP-LEEC. SAM 42
• Naturalmente, a condução descontínua também ocorre nos conversores CC/CC de um quadrante.
Controlo com conversores CA/CC.
Ondulação da corrente e corrente descontínua
T 0 n 1500 N.m 1000 500 -1500 -1000 -500 α=0º Corrente descontínua Binário nominal rpm α=45º α=75º α=90º α=105º α=135º α=180º Corrente contínua
FEUP-LEEC. SAM 43 Conversores CA/CC em anti-paralelo.
Controlo de motores CC, de exc. separada.
Conversores CA/CC em anti-paralelo
(introdução)• O conversor da esquerda fornece tensão positiva e negativa (em função de αΚ) e corrente positiva a uma carga ligada entre K e N;
• O conversor da direita fornece tensão positiva e negativa (em função de αΝ) e corrente negativa a uma carga ligada entre A e N.
• Se os conversores forem ligados em anti-paralelo obtém-se um sistema de quatro quadrantes. N Va Vc A K Vb
Conversores CA/CC em anti-paralelo.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC em anti-paralelo
• Para o conversor da esquerda:
N Va Vc A K Vb p d KN V V = 0cosα
• Para o conversor da direita:
n d
AN V
V =− 0cosα
• Para a colocação em anti-paralelo as tensões de saída devem ser iguais, o que se obtém fazendo:
0 180 = α + αp n
(
cos( ))
0cos( ) 0 p d p d AN V V V = − − −α = α • Resultando:FEUP-LEEC. SAM 45 Exemplo de conversores CA/CC em
anti-paralelo.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC em anti-paralelo
• Embora as tensões médias sejam iguais, as tensões instantâneas não são, impedindo a colocação directa em anti-paralelo.
• Existem diversos métodos de
colocação em anti-paralelo de dois rectificadores:
– com bobinas de ligação;
– sem bobinas de ligação, com banda morta ou com lógica de inversão vKN vaN vbN vcN vAN vaN vbN vcN vKA FEUP-LEEC. SAM 46
Conversores CA/CC em anti-paralelo, com corrente de circulação.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC em anti-paralelo
N a A L b c K Carga CC M Pa Pb Pc Na Nb Nc t2 t1 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t9 t10 t4 t6 t8 t1 t2 t3 t5 t7 t9t10 va vb vc t1 t3 t5 t7 t9 Pc t1 Pa Pb t2 t4 t6 P ct8 Na Nb Nc t3 t5 t7 va vb vc t2 t4 t6 t8
• Exemplo de tensões existentes num agrupamento de conversores CA/CC em anti-paralelo, com corrente de circulação. Saída vKN Saída vAN Saída vMN Tensão na bobina
FEUP-LEEC. SAM 47 Pontes trifásicas em anti-paralelo, com corrente de circulação.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversores CA/CC em anti-paralelo
• Tratando-se de conversores duplos é necessário uma segunda bobina para limitar a corrente de circulação.
• Há outras configurações de ligação que podem ser utilizadas, dispensando a segunda bobina.
M P L a b c
Drive de quatro quadrantes com pontes trifásicas em anti-paralelo e corrente de circulação.
Conversores CA/CC em anti-paralelo.
Exemplo de drive de quatro quadrantes
a a b c A1 A2 F1 F2 b c ωref + -+ -Iref If(ref) ω 1 + -+ ++ -Ic 2 3 5 4 6 7 8 9 10 11 D1 D2
FEUP-LEEC. SAM 49 Sistema de quatro quadrantes sem corrente de circulação.
Controlo de motores CC, de excitação separada.
Conversor dual sem corrente de circulação
Conversor P L a b c Conversor N Q Lógica de inversão Q Lógica Circuito de sincronismo e de geração de impulsos Lógica FEUP-LEEC. SAM 50
Controlo de motores CC, de excitação série.
• Num motor série, os enrolamentos do circuito de campo e da armadura são colocados em série. O circuito de campo terá poucas espiras, de secção elevada, e baixa resistência.
• Sendo o binário proporcional à corrente da armadura e à corrente de campo, torna-se proporcional ao quadrado da corrente na armadura. • No arranque e às baixas velocidades, com uma f.e.m. baixa, é possível
obter um binário muito elevado a partir de uma corrente elevada; às velocidades elevadas, com a f.e.m. a subir, a corrente decresce e o binário também.
• É a característica típica de um sistema de tracção eléctrica, o campo de aplicação essencial do motor série. No entanto, apresenta algumas dificuldades a nível de métodos de controlo e do funcionamento em recuperação de energia.
FEUP-LEEC. SAM 51 Conversor CC/CC no controlo de um motor série.
Controlo de motores CC, de excitação série.
• Com o desenvolvimento da electrónica de potência, o motor série passou a ser controlado por conversores CC/CC.
ia S D ω S1 S 2 A 1 A 2 L
• Para inverter a velocidade é necessário inverter o campo ou a armadura, mas não ambos. Torna-se necessário a utilização de um contactor.
Controlo de motores CC, de excitação série.
• Durante o funcionamento em frenagem, com a configuração do
conversor CC/CC em step-up, é mais vantajoso colocar o motor como de excitação separada, aumentando a estabilidade.
• Esta configuração permite um controlo mais eficiente de ambas as correntes, de campo e da armadura, optimizando o regime dinâmico. • No entanto, as características de funcionamento do conjunto são não
FEUP-LEEC. SAM 53
Controlo de motores CC, de excitação série.
• O controlo, com realimentação do quadrado da corrente da armadura, permite obter características de funcionamento semelhantes às obtidas com um motor de excitação separada.
ia S D ω S1 S2 A1 A2 L Vcc n ref + -n PI ∆ +
-Controlo de um motor série com realimentação não linear da corrente.
FEUP-LEEC. SAM 54
Controlo de motores CC.
Referências
• “Electric Motor Drives Modeling, Analysis and Control”, R. Krishnan, Prentice-Hall, 2001
• “Power Electronics. Principles and Applications”, J. Vithayathil, McGraw-Hill, 1995
• “Electric Drives. An Integrative Approach”, N. Mohan, MNPERE, Minneapolis, 2001