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INTRODUÇÃO AO LATEX. Angelina Carrijo de Oliveira ICMC/USP Danilo Augusto Ganancin Faria ICMC/USP

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Academic year: 2021

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ISBN 978-85-87837-31-8

INTRODUÇÃO AO LATEX

Angelina Carrijo de Oliveira – ICMC/USP (

angelina.carrijo@usp.br

)

Danilo Augusto Ganancin Faria – ICMC/USP

(

daniloganancin@usp.br

)

Modalidade: Oficina

RESUMO

O LaTeX é um processador de textos que permite ao usuário escrever seus trabalhos com altíssima qualidade tipográfica. Pode ser usado para produzir diversos tipos de documentos, desde uma simples carta até livros mais elaborados. O objetivo dessa oficina é apresentar de forma clara e prática as funcionalidades do programa com a intenção de motivar os participantes a utilizá-lo. Apresentamos um breve guia de como o programa deve ser utilizado e introduzimos os comandos iniciais para a produção de um texto simples, bem como alguns comandos específicos voltados aos estudantes e profissionais da área de matemática, que são nosso público-alvo.

INTRODUÇÃO

Atualmente a tecnologia vem sendo utilizada como uma ferramenta aliada à

pesquisa e ao ensino, contribuindo de forma significativa para o avanço da ciência. Seu uso vem crescendo cada vez mais ao decorrer dos anos, facilitando o desenvolvimento pessoal e intelectual do homem. Com o objetivo de contribuir com o avanço da inserção da tecnologia na produção e difusão dos conhecimentos, propomos esta oficina.

O objetivo desta oficina é apresentar de forma clara o que é possível desenvolver com o LaTeX, ou seja, vamos exemplificar as diversas funcionalidades do programa almejando despertar a curiosidade dos participantes para que após participar desta oficina, possam seguir em frente e ter capacidade de realizar um estudo mais aprofundado do LaTeX.

Antes de falarmos sobre o surgimento do LaTeX, vamos primeiramente conhecer a história do TeX. Em 1978 Donald Knuth, professor de Ciência da

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Computação da Stanford University, insatisfeito com a baixa qualidade tipográfica de um preprint que recebeu da editora responsável pela publicação do segundo volume de um livro que havia escrito, resolveu criar e lançar seu próprio sistema tipográfico.

O TeX é formado por um conjunto de programas que processa documentos de forma automática e eficiente, mas necessita de algum conhecimento em editoração. Com o intuito de permitir que pessoas sem este conhecimento prévio em editoração pudessem redigir seus textos, iniciaram um projeto para o desenvolvimento de macros (configurações) para o TeX, coordenados pelo matemático Leslie Lamport, esse projeto foi finalizado em 1985 e recebeu o nome de LaTeX.

O LaTeX, nada mais é do que um pacote de macros do TeX, que permite ao autor criar documentos de altíssima qualidade tipográfica, como por exemplo, livros, artigos, cartas, pôsteres, etc. Além disso, o LaTeX é um programa de código aberto (open source) e gratuito, que possibilita ao seu usuário utilizá-lo para diversos fins, criar versões modificadas e também estudar seu funcionamento, alterando suas configurações para atender às suas necessidades.

Assim como a maioria dos programas, há vantagens e desvantagens. Dentre as diversas vantagens encontradas podemos destacar: permite criar documentos de aparência tipográfica verdadeiramente profissional, consequentemente a edição de fórmulas matemáticas é robusta e sua apresentação visualmente agradável; algumas estruturas um pouco mais complexas como tabelas de conteúdo, citações e bibliografia, podem ser geradas facilmente de forma consistente ao longo do documento; não é necessário possuir um computador de última geração para utilizar o LaTeX, porque é um programa que requer modestas configurações dos recursos do sistema.

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Por outro lado, umas das principais desvantagens são a criação de modelos que podem levar muito tempo até serem concluídos, e também a dificuldade de aprendizado, pois aprender LaTeX não é tão fácil e é preciso certa familiarização com os comandos e muitas horas de dedicação e prática.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para desenvolver um texto usando LaTeX é necessário um editor de texto e um compilador. O editor de texto tem o papel de receber as informações que o usuário fornecerá através dos códigos digitados, ou seja, digitamos o texto e ele recebe todas as informações necessárias que serão repassadas para o compilador. Feito isso, o usuário deverá utilizar o botão de compilação para visualizar o que foi feito no texto digitado. Assim, o papel do compilador é processar as informações que foram introduzidas através do editor de texto. Existem vários editores desenvolvidos especificamente para este fim, como por exemplo, TeXMaker, Kile, TeXnicCenter, TexWords, entre outros. Tais editores possuem interfaces interativas que podem facilitar a edição de texto em LaTeX, além disso, todos são gratuitos e em sua maioria estão disponíveis para os principais sistemas operacionais utilizados atualmente. O editor que utilizaremos para esta oficina será o TeXMaker.

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Figura 1: Interface gráfica do editor TeXMaker

O compilador depende do sistema operacional que se utiliza, para Linux temos o TeXLive, para Mac o MacTeX e para o Windows o MikTeX, o qual será utilizado aqui. Os sites oficiais onde é possível encontrar o compilador e o editor de texto que utilizamos nessa oficina, estão listados nas referências.

A metodologia utilizada será a exposição do programa mediante exemplos que serão feitos no decorrer da oficina pela ministrante.

DESENVOLVIMENTO

Para escrever um texto em LaTeX é necessário primeiramente definir sua estrutura que consiste em: tipo de documento; pacotes do LaTeX; formatação e digitação do texto. As configurações feitas no início de cada documento, ou

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seja, tipo de documento e pacotes, são inseridas nas primeiras linhas do texto e são chamadas de preâmbulo.

O ambiente onde será redigido todo o conteúdo do texto, é chamado de corpo do texto e deve ser feito após o preâmbulo e entre os comandos

\begin{document} e \end{document}.

O tipo de documento utilizado é definido por classe, sendo possível desenvolver classes de diversos tipos, como por exemplo, cartas, artigos, relatórios técnicos, livros, pôsteres, apresentações e trabalhos científicos (teses e dissertações). O comando que utilizamos para definir o tipo de documento é

\documentclass[]{}, é nesse comando também que definimos o tamanho da

fonte e o formato de papel. Se quisermos escrever um artigo com letras de tamanho 11 em papel A4, devemos utilizar o comando: \documentclass[11pt,

a4paper]{article}.

O próximo passo consiste em inserir os chamados pacotes, cada tipo de pacote permite determinados tipos de configurações tais como, estilos e cores de fonte, acentuação, símbolos matemáticos, inclusão de figuras, dentre outros. Alguns dos pacotes mais utilizados são: babel, fontenc e inputenc. O pacote babel tem como função fazer a hifenização correta de acordo com o idioma, em relação ao Português do Brasil, a opção a ser utilizada é brazil, nesse caso, para utilizar este pacote digitamos o comando

\usepackage[brazil]{babel}.

A função do pacote fontenc é definir a codificação de caracteres de saída, nesse caso, utilizamos a opção T1, pois abrange todo o sistema de caracteres de idiomas que fazem uso de acentos, digitamos o comando

\usepackage[T1]{fontenc} para utilizar este pacote.

Para dizer ao compilador sobre qual sistema de codificação o texto deverá ser elaborado, utilizamos o pacote inputenc. Em nosso caso, optamos pelo utf8

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que nos permite trabalhar com 23 tipos de codificação, basta digitar o comando

\usepackage[utf8]{inputenc} para utilizar tal pacote.

Geralmente, nos textos escritos em Ciências Exatas, é necessário utilizar alguns pacotes que possuem ferramentas específicas desta área, como

amsmath, amssymb, amstext. Tais pacotes podem ser inseridos no texto com

o seguinte comando \usepackage{amsmath}, \usepackage{amssymb},

\usepackage{amstext} ou simplesmente \usepackage{amsmath, amssymb, amstext}.

Utilizando o pacote amsmath, você cria ambientes para fórmulas matemáticas. Com o pacote amssymb, você poderá usar diversos símbolos matemáticos. Já o amstext, permitirá que você use fontes matemáticas, vale lembrar que há centenas de outros pacotes que podem ser utilizados, esses são alguns dos mais comuns.

Esses pacotes acima descritos, foram desenvolvidos pela American Mathematical Society (AMS), em português Sociedade Americana de Matemática, que se trata de uma associação de matemáticos profissionais dedicados à pesquisa e ensino. AMS-LaTeX é um conjunto de macros para o LaTeX desenvolvidos pela AMS com o intuito de acrescentar uma série de recursos de diagramação e tipografia especificamente do campo da matemática.

A seguir veremos alguns pacotes relacionados à formatação do texto, que diz respeito a demarcação das margens, espaçamento entre linhas, formatação de parágrafos, etc.

Para definir as dimensões das páginas do texto, utilizamos o pacote

geometry, que deve ser inserido com o comando \usepackage{geometry}.

Após a inserção do pacote digitamos o comando \geometry{a4paper,

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do texto tem 15cm de largura e 24cm de altura e que o texto está centralizado na folha.

Uma forma de configurar o espaçamento entre linhas, é usar o pacote

setspace, basta inserir o comando \usepackage{setspace}. As opções para

os tipos de espaçamentos deste pacote são: espaçamento simples, espaçamento 1,5 e espaçamento duplo, que devem ser inseridos no corpo do texto com os respectivos comandos: \simplespacing, \onehalfspacing e

\doublespacing.

Figura 2: Exemplo da estrutura do texto em LaTeX

Como o público-alvo dessa oficina são estudantes e profissionais da área de matemática, é importante sabermos como inserir fórmulas e símbolos matemáticos no texto. O LaTeX já vem equipado com algumas funções básicas e símbolos que são inseridos com comandos simples, mas para utilizá-los precisamos de um ambiente específico. Este ambiente é ativado digitando o texto matemático entre cifrões ($ texto $). Se estamos interessados em

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fórmulas mais estilizadas, basta digitar o texto entre quatro cifrões ($$ texto

$$), isso faz com que o texto salte uma linha e fique centralizado, ou ainda

podemos usar o comando equation, da seguinte forma: \begin{equation}

Texto \end{equation}, que faz com que a fórmula ou texto seja enumerado.

Figura 3: Ambiente matemático

O LaTeX permite a inserção de figuras de vários formatos, que necessitam de pacotes específicos. Os formatos mais comuns são JPG, JPEG, PDF, EPS e PNG, os pacotes necessários são Graphicx e Graphics que devem ser incluídos no preâmbulo com o comando \usepackage{graphicx,

graphics}.

É importante que a figura que queremos inserir no texto esteja localizada no mesmo local/pasta em que está salvo o documento que estamos digitando. Inserimos a figura digitando no corpo do texto o comando

\includegraphics[opções]{arquivo}, onde o nome do arquivo deve ser

exatamente como o da figura salva. As opções poder ser escolhidas como sendo uma escala ou como comprimento e altura da figura, digitando respectivamente [scale=1] ou [width=2cm, height=3cm]. Podemos optar

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também pelo ambiente de figura, figure, que nos dá maior confiança do local em que a figura será inserida no texto. Vejamos como usá-lo na seguinte figura:

Figura 4: Ambiente de figura

A letra h, entre colchetes, significa que a figura será inserida no mesmo local do texto onde foi dado o comando, podendo ser substituída pelas letras t ou b, que significa que a figura será inserida no topo ou no final da página, respectivamente.

É preciso saber mais sobre o que o LaTeX pode oferecer, como por exemplo, colocar textos em negrito/itálico/sublinhado, alinhar/centralizar textos, inserir listas e tabelas, mudar a cor da fonte, e várias outras opções de formatação. Para essas e muitas outras informações, sugerimos as referências

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dessa oficina e para um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, indicamos a participação em outros cursos e muita prática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que essa oficina desperte o interesse do público para um conhecimento mais aprofundado do LaTeX, considerando as vantagens em elaborar trabalhos de alta qualidade tipográfica desde artigos científicos até uma simples lista de exercícios.

Não obstante, pretende-se também contribuir com a difusão e divulgação do conhecimento em relação ao LaTeX, para que conhecendo mais cedo possamos fazer de seu uso um hábito cotidiano em nossa profissão como educadores, fazendo da tecnologia uma grande aliada.

REFERÊNCIAS

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BORGATTO, A. F.; COSTA, S. C.; DEMÉTRIO, C. G. B. Curso de introdução

ao LaTeX. Disponível em:

<http://www.lce.esalq.usp.br/clarice/Apostiladelatex.pdf>. Acesso em: 09 maio 2016.

CARIELLO, D.; CARNEIRO, E. A.; REZENDE, G. A. Apostila de LaTeX. Universidade Federal de Uberlândia. Disponível em: <http://www.germano.prof.ufu.br/ApostilaTex.pdf>. Acesso em: 11 maio 2016. CHEREM, Y. A. A utilização do sistema de preparação de textos LaTex na produção de textos acadêmicos no Brasil: uma investigação preliminar e

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OETIKER, T.; PARTL, H.; HYNA, I.; SCHLEGL, E. The not so short

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<http://www.ime.unicamp.br/~encpos/VIII_EnCPos/Apostila_Latex.pdf>. Acesso em: 10 maio 2016.

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Referências

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