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ORAÇÃO. Sl 42. Ao director do coro. Poema dos filhos de Coré.

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Academic year: 2021

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ORAÇÃO

1Ao director do coro. Poema dos filhos de Coré. 2*Como suspira a corça pelas águas correntes,

assim a minha alma suspira por ti, ó Deus.

3*A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!

Quando poderei contemplar a face de Deus?

4*Dia e noite as lágrimas são o meu alimento,

porque a toda a hora me perguntam: "Onde está o teu Deus?"

5A minha alma estremece ao recordar

quando passava em cortejo para a Casa do Senhor, entre vozes de alegria e de louvor

da multidão em festa.

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ORAÇÃO

6Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?

Confia em Deus: ainda o hei-de louvar. Ele é o meu Deus e o meu salvador.

7A minha alma está abatida:

por isso, penso muito em ti,

desde as terras do Jordão e dos montes Hermon e Miçar.

8*De abismo em abismo ressoa

o fragor das águas revoltas;

as tuas vagas e torrentes passaram sobre mim.

9Durante o dia, o SENHOR há-de enviar-me os seus

favores,

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ORAÇÃO

10Quero dizer a Deus: "Tu és o meu protector,

porque te esqueces de mim?

Porque hei-de andar triste sob a opressão do inimigo?"

11Quebram-se os meus ossos,

quando os inimigos me insultam e repetem a toda a hora:

"Onde está o teu Deus?"

12Porque estás triste, minha alma, e te perturbas?

Confia em Deus: ainda o hei-de louvar. Ele é o meu Deus e o meu salvador.

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O Livro dos Salmos

Introdução geral

O Livro dos Salmos é composto por 150 poemas individuais. São  diversificados na temática e na estrutura. Muitos deles atribuem‐se a David; há também outros autores.  Percebe‐se que estamos perante textos de diferentes proveniências,  contextualizados em diferentes tempos e diferentes sociedades.  Normalmente, são categorizados grupos que podem ter diferentes  nomes. Os mais comuns são: Salmo; Prece; Oração; Cântico; Súplica;  Acção de graças). Esta distinção não pretende fazer referência à sua proveniência; antes  aponta diferentes situações da vida e diferentes estados de espírito.

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Há circunstâncias, reacções, vários factores que, directa e  indirectamente interagem com os textos. Situações de vitória, de  derrota, de alegria, de tristeza, nascimento e morte, sucesso e  fracasso, dor sofrimento, reflexão e contemplação, dúvida,  perseguição… cada Salmo tem a sua história. E há sinais que indicam  que poderão ter continuado a evoluir na sua forma escrita, como um  organismo vivo. Muitos têm uma forte ligação com o ambiente cultual e litúrgico.  Não podemos afirmar que todos nasçam e se usem nesse contexto. Todos eles são fruto da experiência religiosa. Nem sempre se identifica  a sua génese. São sobretudo religiosos, frequentemente neles se  menciona o nome de Deus ou falam do Senhor. A génese destes textos não se pode sistematizar. 

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Outros temas frequentes: a Lei, o cosmos, a cidade santa e o  Templo, a fraternidade, o Ungido do Senhor... A experiência religiosa que está na sua base não é homogénea: em  alguns casos é dolorosa, noutros é agradável, em muitos sublinha‐ se a necessidade do auxilio e da intervenção divina. Ausência de Deus, alegria e confiança no Senhor ou da falta delas, de  momentos de alegria e consolação interior, a solução de um problema  grave, temor, falta de tranquilidade, corações pacificados... São muitas  das experiências religiosas que neles se apresentam. Como leitura teológica, os Salmos são uma fonte de sugestões,  temas, problemas e vertentes.

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Pensa‐se que, sobretudo durante oito ou nove séculos, os  Salmos foram muito usados e de algum modo compostos.  Em alguns, espelham‐se evoluções, novas perspetivas,  progressos teológicos e novas experiências religiosas.  É como um fio condutor que permanece, apesar das várias formas  do homem se colocar diante de Deus e Suas manifestações.  Mesmo em diferentes épocas e circunstâncias, há uma atitude  religiosa que aqui bem se manifesta.  Nenhum deles tem um tratado teórico e sistemático sobre Deus.  Em todos encontramos um caminho, muitas vezes difícil, em que o  homem se coloca perante Deus. Aponta‐se, no entanto, uma estrutura que neles permanece: a  descrição do Mistério de Deus e a sua relação com o homem

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O Livro dos Salmos

Título

O nome usado ‐ Salmos ‐ provém do grego usado na traducão dos  LXX (Psalmoi), que significa “cancões para instrumentos de cordas”. O NT utiliza várias vezes  a expressão Biblos Psalmon, para se  referir a este livro canónico (Lc 20, 42; 24,44; Act 1, 20; 13, 33). O grego tem o termo Psalterion, que significa “instrumento de  cordas” ou “colecção de cantos”. Os Judeus denominavam‐no como “livro de cantos”.

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O Livro dos Salmos

Numeração

O Texto Massorético (TM) e a versão grega dos LXX apresentam o  mesmo numero de salmos (150), mas não seguem a mesma  numeração. TM LXX 1‐8 1‐8 9‐10 9 11‐113 10‐112 114‐115 113 116 114‐115 117‐146 116‐145 147 146‐147 148‐150 148‐150 O texto dos LXX une o Sl 9 e 10;  114 e 115 do TM num só Salmo. O Texto dos LXX divide os Sl 116  e 117 em duas partes.

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O Livro dos Salmos

Coleções de Salmos

Alguns autores colocam em teoria a hipótese de o saltério resultar  de uma colecção de (talvez cinco) colectâneas Seria uma colecção de colecções. Embora os textos tenham  géneses antigas, perdidas no tempo (há alguns que poderão ter  mais de 35 séculos), a colectânea remontaria ao tempo do exílio e  ao culto sinagogal, que teve inicio já por volta de 600 a.C. A tese da colectânea ganha força ao encontrarmos Salmos  duplicados: Sl 14 e 53; 40, 14‐18 e 70 Terão diferentes proveniências. Encontramos os diferentes nomes  do Deus de Israel (YHWH e Eloim): nos Sl 42‐83 usa‐se quase  exclusivamente o nome Eloim (duzentas vezes) enquanto que  YHWH aparece menos (quarenta e três vezes).

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Nos restantes Salmos, a situação inverte‐se: YHWH aparece seiscentas  e quarenta e duas vezes; Eloim apenas vinte e nove vezes. Os títulos dos salmos podem também apontar a existência de  várias colecções. Os primeiros 89 Salmos são atribuídos a diferentes autores, como  David, Asaf, Etan e aos filhos de Coré; já os restantes 61 (do Salmo  90 ao 150), a maior parte deles não tem a indicação do autor. 

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Seguindo uma hipótese, com muitos seguidores,  podemos apresentar 5 grupos de Salmos:

Grupo 1: Os primeiros dois Salmos: são comparáveis a um prólogo do 

saltério. São um convite a observar a Torá e a acreditar no Messias.

Grupo 2: Desde o Salmo 3 ao 41: são atribuídos a David. Com 

excepção dos Sl 10 e Sl 33, todos eles têm o nome de David.

Grupo 3: Desde o Sl 42 ao Sl 83. Serão um grupo de origem Eloísta Grupo 4: Cinco Salmos (Sl 84 – 89) atribuídos a diversos cantores 

do Templo (excepto o Sl 86, atribuído a David).

Grupo 5: Desde o Salmo 90 ao 150. É um grupo vasto, que alguns 

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5.1 – Do Sl 90 a 107 – São os principais Salmos de entronização,  concluindo com três (Sl 105 – 107, em que a estrutura assenta na  fórmula “dai graças”).

5.2 – Do Sl 108 a 119 – um pequeno grupo atribuído a David, seguido  dos Sl 111‐119, muitos com a estrutura jubilar “Aleluia”.

5.3 – Do Sl 120 a 137 – são salmos de subida (peregrinação), que  conclui com dois de louvor – 135 (“Aleluia”), e 136 (“dai graças”). O  Sl 137 é uma súplica colectiva, que descreve a dor dos exilados na  babilónia

5.4 – Do Sl 138 a 145 – atribuídos a David, concluindo com 5 Salmos  de louvor.

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O Livro dos Salmos

Aspectos Literários

Podemos sucintamente apontar alguns dos aspectos presentes.  Estes textos são sobretudo poéticos. Com a tradução, o ritmo a  rima e a métrica perdem‐se facilmente. Mas há características que  se mantém. Uma das mais evidentes é o Paralelismo. Colocam‐se ideias, normalmente duas, em que se enfatiza a  semelhança ou o contraste entre elas. Os mais comuns são:  Paralelismo sinonímico: repetem‐se ideias semelhantes com  palavras diferentes (exemplo: Sl 14,1; 18,2)   Paralelismo antitético: Apresenta contraste entre ideias ou imagens:  (Sl 1,6).

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O Livro dos Salmos

Aspectos Literários

Paralelismo sintético ou construtivo: é aquele em que a segunda  parte completa ou acrescenta algo à primeira parte. Em alguns casos,  repete‐se uma parte da primeira frase e continua‐se a desenvolver a  mesma ideia. Ex: Sl 28, 1; 145,18). Paralelismo emblemático ou simbólico: o seguimento do texto  ilustra a afirmação anterior com uma comparação: Ex: Sl 62,2. Outra organização, dita acróstica, em que se começa cada verso a  partir de uma letra diferente do alfabeto. O exemplo mais perfeito é  o Sl 119 

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O Livro dos Salmos

Géneros Literários

Podemos arriscar uma categorização dos Salmos. Há vários géneros  literários presentes nestes textos. Identificá‐los é um dos meios  para melhor os compreender. São a maioria dos Salmos. O suplicante entrega‐se à protecção de alguém mais poderoso, a  quem dirige a sua suplica. Ao dirigirem‐se a Deus numa atitude  suplicante, esta manifestava‐se por gestos expressos nas palavras: Elevar os olhos para Deus, estender para Ele as mãos, prostrar‐se  diante do Senhor, refugiar‐se na casa de Deus, abrigar‐se à Sua  sombra...

SALMOS DE SÚPLICA 

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Podemos tentar subdividir este grupo em três:  Súplica Individual: uma pessoa que se sente vítima de desgraça,  enfermidade ou aflição, e dirige‐se ao Senhor numa atitude  suplicante. O Senhor é o único recurso para a sua aflição e, por isso,  dirige‐se a Ele. Começa por se invocar o nome de Deus,  apresentando‐se em seguida a descrição do sofrimento. Terminam  geralmente com uma acção de graças, sublinhando assim a  confiança em Deus. Há vários exemplos. Serão dos mais marcantes para quem os reza. Os Salmos 7, 21, 25, 27, 50, são apenas alguns exemplos. (Esta  numeração é a do texto dos LXX, usada na Vulgata ‐tradução latina‐ que é a utilizada pela Igreja na Liturgia das Horas).

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Súplica real: São uma modalidade própria. Embora se possam  considerar de súplica, referem‐se a um monarca: pede‐se a Deus  pelo Rei.  Alguns perguntam se seriam fruto de um culto da corte; no  entanto, são a súplica do povo pelo seu rei. Pensa‐se que possam ser fruto de uma oração organizada de todo  o povo ou talvez de pequenos grupos. Levantam‐se muitas dúvidas quanto aos Salmos que se possam  juntar neste grupo; nós apontamos os seguintes: Sl 2, 19, 20, 45,  71, 90, 100, 109, 131, 143

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A estrutura é recorrente: invocação, a súplica propriamente dita, o  pedido, a confissão da culpa ou da inocência e alguns elementos de  louvor. A questão que origina a súplica é de carácter comunitário e  nacional. Guerras, Deportações, Fomes, Pestes, Secas e outras  calamidades que afectam o povo. Destacamos os Sl 43, 73, 78, 79, 88, 89. Têm uma marca litúrgica forte, expressa por algumas condições que  deviam observar os que participavam nas súplicas comunitárias,  tais como jejuar ou humilharem‐se: rasgar as vestes, vestir‐se de  saco e cobrir‐se de cinza e tomar outras atitudes próprias de quem  lamenta a desgraça que se abateu sobre o povo. Súplica Comunitária: a situação que está na génese é  semelhante aos Salmos de súplica individual.

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Noutro tom, noutro registo: o que está neles em causa é o louvor que é  devido a Deus por todos os seus dons.

Há os de acção de graças individuais (Sl 31, 117, 137).

Também há os de acção de graças Real. Não se distinguem muito  dos anteriores, a não ser o facto de falarem das promessas feitas a  David e à sua descendência. São eles o Sl 17 e o Sl 144 (um dos 

maiores hinos de louvor de todo o salterio).

Existem também as acções de graças comunitárias. Muito 

parecidas com as individuais, mas diferem quanto ao motivo da  acção de graças, que são motivos nacionais.

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São cantos de louvor a Deus, pela criação, pela relação com o seu  povo, por ser o rei das nações e por muitos outros.

HINOS

O hino terá a sua origem na liturgia. Apresenta‐se carregado das  emoções próprias da assembleia que se coloca perante YHWH e o  quer louvar, cantando um hino em que se refere a sua obra, a sua  grandeza, o seu poder, a sua majestade… Estes Salmos abundam no saltério. Podemos destacar os seguintes: Sl 14, 28, 47, 67, 112, 117, 121.

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O Livro dos Salmos

Os salmos e a Oração

Apesar de todas as análises que se possam fazer a cada salmo ou  das dificuldades que nos possam causar algumas expressões ou  atitudes, Os Salmos foram a oração de Jesus, foram a oração dos  cristãos ao longo dos séculos e devem ser a nossa oração. Os Salmistas compunham os salmos para as pessoas do seu tempo,  daí algumas expressões que muitas vezes não compreendemos. Mas existe uma chave para entender todos os salmos: TODOS  ELES SE REFEREM A CRISTO. A chave para se entenderem os Salmos é a chave cristológica. Eles são a oração vivida, real, de pessoas singulares ou de um povo,  mas apontam para Cristo, como todo o AT.

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Reconhecendo Cristo em cada Salmo nós encontramos o alimento  para a vida de cada um de nós. Por outro lado, os Salmos são a oração da comunidade e por isso  livram‐nos do individualismo e do subjetivismo na oração. Ajudam‐nos a alargar as nossas próprias perspectivas: muitas vezes  podemos nem sequer estar a passar por aquela situação concreta,  mas estamos a rezar por muitos cristãos que estão assim. Ao rezar os Salmos estamos a unirmo‐nos à multidão dos crentes  que nos precederam, aos nossos antepassados na fé, a pessoas que  vivem e viveram alegrias e tristezas, provações, dramas, mas  sempre num espírito de fé.

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A chave cristológica está presente porque os Salmos têm  todos um carácter messiânico, alguns explicitamente e  outros de forma mais velada. Sempre que os rezamos  estamos a ser este povo messiânico, salvo por Jesus Cristo. Os Salmos unem o nosso presente a um passado que continua vivo  e abrem‐no a um futuro que se prepara. “Entre as formas de oração que exaltam a Sagrada Escritura, conta‐ se, sem dúvida, a Liturgia das Horas”, “porque põe os fiéis em  contacto com a Sagrada Escritura e com a Tradição viva da Igreja”. Esta oração é a “voz da Esposa a falar ao Esposo e também a oração  que o próprio Cristo, unido ao seu Corpo, eleva ao Pai”. Na Liturgia das Horas, enquanto oração pública da Igreja, manifesta‐ se o ideal cristão de santificação do dia inteiro, ritmado pela escuta  da Palavra de Deus e pela oração dos Salmos, de modo que toda a  actividade encontre o seu ponto de referência no louvor a Deus.

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Referências

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