Desenvolvimento de uma formula¸c˜
ao h´ıbrida atrav´
es
do M´
etodo de Elementos Finitos Generalizados (GFEM) para
an´
alise de placas laminadas compostas inteligentes
Diego Amadeu Furtado Torres, Paulo de Tarso Rocha de Mendon¸ca
Grupo de An´alise e Projeto Mecˆanico - GRANTE Departamento de Engenharia Mecˆanica, UFSC
88040-900, Florian´opolis, SC
E-mail: diego.amadeu@gmail.com, mendonca@grante.ufsc.br
Resumo
A aplica¸c˜ao de materiais com resposta eletromecˆanica acoplada no desenvolvimento de estruturas laminadas, aliado ao desenvolvi-mento das t´ecnicas de controle, tem permitido a concep¸c˜ao de estruturas inteligentes para di-versas aplica¸c˜oes, seja no controle de ru´ıdo e vibra¸c˜oes, no controle de forma ou monitora-mento da integridade do sistema. Este trabalho apresenta uma formula¸c˜ao de Elementos Fini-tos Generalizados para flex˜ao de placas lami-nadas em que os graus de liberdade mecˆanicos s˜ao aproximados no dom´ınio do elemento se-gundo uma Teoria de Deforma¸c˜ao Cisalhante de Terceira Ordem. Por sua vez, os graus de liberdade el´etricos s˜ao discretizados atrav´es da Teoria de Camadas Equivalentes Discre-tas, o que torna poss´ıvel considerar lˆaminas piezel´etricas nas superf´ıcies ou no interior do laminado. Uma contribui¸c˜ao do presente tra-balho consiste na forma de enriquecimento dos campos inc´ognitos, utilizando a metodologia do GFEM, buscando-se obter uma ferramenta que permita analisar acuradamente estas estru-turas.
1- Introdu¸c˜ao
O aprimoramento do projeto de estruturas tem possibilitado a inser¸c˜ao de sistemas inte-grados, juntamente com a aplica¸c˜ao de ma-teriais com propriedades bastante peculiares, capazes de perceber e se adaptar a poss´ıveis altera¸c˜oes nas condi¸c˜oes ambientais e opera-cionais.
Neste ´ımpeto, os termos estruturas
in-teligentes, estruturas adaptativas, estruturas
ativas e adaptrˆonica (adaptronics) fazem todos
parte de um mesmo campo de estudo. Referem-se `a integra¸c˜ao de atuadores, Referem-sensores integra-dos aos componentes estruturais e o uso de al-guma esp´ecie de unidade de controle ou am-plifica¸c˜ao e processamento de sinal juntamente com um material ou componente estrutural, com o objetivo de conceber um sistema capaz de melhorar o desempenho estrutural, sem adi-cionar massa ou consumir mais energia.
Os materiais empregados em estruturas inteligentes frequentemente possuem pro-priedades interessantes e incomuns, e s˜ao classificados de acordo com a capacidade de transforma¸c˜ao energ´etica. Em especial, os materiais piezel´etricos, que transformam ener-gia el´etrica em enerener-gia mecˆanica, podem ser usados tanto como sensores como atuadores e, al´em de serem facilmente obtidos, se adaptam a diferentes tipos de estruturas.
N˜ao menos vers´ateis, os materiais compostos se mostram adapt´aveis a esta nova tecnologia al´em de, por natureza, poderem ter suas carac-ter´ısticas direcionadas a atender exigˆencias es-pec´ıficas.
No contexto das formula¸c˜oes para placas in-teligentes via M´etodo de Elementos Finitos, [4] prop˜oem um modelo utilizando a Teoria de Camadas Equivalentes Discretas para dis-cretiza¸c˜ao de vari´aveis mecˆanicas e el´etricas. Diferentemente, [3] utiliza a discretiza¸c˜ao ao longo da espessura somente para a aproxima¸c˜ao do potencial el´etrico, mantendo a considera¸c˜ao de camada equivalente ´unica para os graus de liberdade mecˆanicos.
Sob a ´otica dos M´etodos sem malhas, [5] analisa o controle ativo de placas laminadas com sensores e atuadores piezel´etricos usando o
M´etodo de Galerkin Livre de Elementos, apre-sentando uma formula¸c˜ao baseada na Teoria de Deforma¸c˜ao Cisalhante de Primeira Or-dem e utilizando as fun¸c˜oes de aproxima¸c˜ao do M´etodo dos M´ınimos Quadrados M´oveis. 2- M´etodo de Elementos Finitos Genera-lizados
O M´etodo de Elementos Finitos Generaliza-dos (GFEM), que se desenvolveu de forma in-dependente a partir do M´etodo de Elementos Finitos de Parti¸c˜ao da Unidade [6] e do M´etodo de Nuvens hp [2], e tal como o M´etodo de Ele-mentos Finitos (MEF), se destina `a obten¸c˜ao de solu¸c˜oes aproximadas de problemas de valor no contorno (PVC) formulados em forma fraca. O GFEM pode ser considerado um m´etodo sem malha pois permite adicionar refinamen-tos hier´arquicos a um conjunto de fun¸c˜oes
de forma associadas a elementos finitos que
servem, al´em de definir uma Parti¸c˜ao da
Unidade (PU), como dom´ınio para as
inte-gra¸c˜oes num´ericas necess´arias na obten¸c˜ao das contribui¸c˜oes elementares. Ainda, permite f´acil implementa¸c˜ao das condi¸c˜oes de contorno, em virtude do car´ater interpolador da solu¸c˜ao, e apresenta robustez mesmo sob forte distor¸c˜ao dos elementos, uma vez que o enriquecimento se d´a em coordenadas globais ap´os o mapea-mento.
Conforme [1], para um caso geral, define-se a fam´ılia de Nuvens (eq.1) para o GFEM:
FN = n© Nj(x) ªN j=1 S © Nj(x)Lji(x)ªNj=1|i ∈ (j) o (1)
onde Nj(x) s˜ao fun¸c˜oes da PU, Lji(x) s˜ao
as fun¸c˜oes de enriquecimento contidas num conjunto de fun¸c˜oes linearmente independentes designado por . Esta fam´ılia ´e utilizada para construir a aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao (eq.2):
e u(x) = N X j=1 Nj(x) ( uj+ qj X i=1 Lji(x)bji ) = ΦTU (2) onde o vetor de de parˆametros nodais (eq.3) e o vetor das fun¸c˜oes de aproxima¸c˜ao (eq.4) s˜ao, respectivamente: UT(x) = h u1, b11, · · · , b1qj, · · · · · · , uN, bN1, · · · , bNqj i (3) ΦT = h N1, L11N1, · · · , L1qjN1, · · · · · · , NN, LN1NN, · · · , LNqjNN i (4)
Empregando-se estas fun¸c˜oes para definir o subespa¸co das varia¸c˜oes eX , pode-se obter
a aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao pelo M´etodo de Galerkin.
No ˆambito deste trabalho, para o desenvolvi-mento de uma formula¸c˜ao de eledesenvolvi-mentos finitos generalizados para flex˜ao de placas, pretende-se construir espa¸cos de aproxima¸c˜oes locais S com enriquecimento polinomial de at´e terceira or-dem (eq.5), sobre uma PU definida por fun¸c˜oes bi-lineares, tal que:
S = Nj× ( 1,x − xj hj ,y − yj hj ,³ x − xj hj ´2 , ³ y − yj hj ´2 ,³ x − xj hj ´3 ,³ y − yj hj ´3) (5)
onde Nj, j = 1, 2, . . . , N s˜ao fun¸c˜oes de forma
bilineares padr˜ao; xj = (xj, yj) s˜ao as
coor-denadas do n´o j, na superf´ıcie de referˆencia da placa; hj´e o raio da nuven de cada n´o, admitido
como sendo um comprimento caracter´ıstico do maior elemento finito adjacente ao n´o j e N ´e o n´umero de n´os da malha de elementos finitos. 3- Piezeletricidade linear
O fenˆomeno piezel´etrico ´e relacionado ao efeito da carga el´etrica na deforma¸c˜ao mecˆanica. Este pode ser descrito pelo vetor po-lariza¸c˜ao P, que representa o momento el´etrico
por unidade de volume ou carga de polariza¸c˜ao por unidade de ´area [8].
Dentre as formas poss´ıveis de se obter a polariza¸c˜ao, a que se aplica aos materiais piezel´etricos industriais ´e o mecanismo de
reori-enta¸c˜ao dos dipolos, quando um campo el´etrico
aplicado causa uma reorienta¸c˜ao das mol´eculas do diel´etrico.
A piezeletricidade pode se manifestar de forma direta ou inversa. Por defini¸c˜ao, o
efeito piezel´etrico direto (eq.6) ´e o
desenvolvi-mento de uma polariza¸c˜ao devida `a deforma¸c˜ao mecˆanica atrav´es da express˜ao:
Pi = dijkσjk (6) onde d ´e um tensor de terceira ordem de
m´odulos piezel´etricos, mais especificamente
designados constantes piezel´etricas de tens˜ao. O efeito piezel´etrico inverso (eq.7), relaciona o vetor campo el´etrico E ao tensor de de-forma¸c˜oes lineares ε por:
εij = dkijEk (7)
Note que dkij ´e sim´etrico com rela¸c˜ao aos ´ındices i e j por causa da simetria de εij.
Por consequˆencia, quando o material diel´etrico ´e polarizado, os dipolos el´etricos alinhados produzem uma densidade de carga volum´etrica equivalente ρp que afeta o campo
el´etrico [3], assim surge a defini¸c˜ao de
desloca-mento el´etrico D (eq.8):
Di = χijEj (8)
onde χij s˜ao as constantes de permissividade
el´etrica do material.
Assim, de acordo com [8], as rela¸c˜oes consti-tutivas acoplando os efeitos mecˆanico e el´etrico, e inclusive t´ermico, podem ser estabeleci-das usando princ´ıpios termodinˆamicos e as rela¸c˜oes de Maxwell. As rela¸c˜oes constitutivas eletromecˆanicas (eq.9), que podem ser expres-sas utilizando-se nota¸c˜ao contra´ıda, conforme tamb´em apresentado em [3], [8] e [4], s˜ao:
σi = CijEεj − eikEk
Dk= ekjεj+ χεklEl (9)
onde Cij s˜ao os m´odulos el´asticos, eik s˜ao
os m´odulos piezel´etricos, mais especificamente constantes piezel´etricas de deforma¸c˜ao, χkls˜ao
as constantes diel´etricas, e ainda a seguinte rela¸c˜ao entre os m´odulos piezel´etricos (eq.10):
eik= CijEdjk (10) onde os sobrescritos E, ε representam campo el´etrico constante e deforma¸c˜ao constante, res-pectivamente.
Note que a varia¸c˜ao do ´ındices ´e diferente para os diferentes termos: i, j = 1, 2, . . . , 6,
k, l = 1, 2, 3. Para um material totalmente
anisotr´opico, existem 21 constantes el´asticas independentes, 18 constantes piezel´etricas, e 6 constantes diel´etricas.
Usualmente, as constantes materiais das rela¸c˜oes constitutivas (eq.10) s˜ao primeira-mente obtidas nas dire¸c˜oes de ortotropia e em seguida as rela¸c˜oes s˜ao rotacionadas para as dire¸c˜oes globais do laminado no elemento (x, y, z), por rota¸c˜ao plana em torno do eixo principal 3. Em seguida, ´e parcialmente im-posta a condi¸c˜ao de Estado Plano de Tens˜oes (EPT) na lˆamina (σzk = 0), gerando a rela¸c˜ao constitutiva modificada (eq.11), onde por con-veniˆencia, particiona-se a deforma¸c˜ao mecˆanica em parcela de membrana e flex˜ao, associada `a
Cσ e parcela de cisalhamento transversal,
asso-ciada `a Cτ: σ τ D k = C σ 0 eσT 0 Cτ eτT eσ eτ −χ k ε γ −E k (11) onde σ = {σx, σy, τxy}T, τ = {τyz, τxz}, e D =
{Dx, Dy, Dz}, com as deforma¸c˜oes e o campo
el´etrico analogamente definidos.
4- Formula¸c˜ao Discretizada em GFEM A formula¸c˜ao aqui apresentada foi deduzida a partir do funcional do Princ´ıpio Variacional de Hamilton (PVH), incorporando as respostas mecˆanica e el´etrica, conforme (eq.12):
Z t1
t0
(δK + δP + δW ) dt = 0 (12) para qualquer t1, onde K, P e W s˜ao a energia
total cin´etica, a energia total potencial de de-forma¸c˜ao e o trabalho total das for¸cas externas aplicadas ao sistema, respectivamente, e δ ´e o operador varia¸c˜ao. A express˜ao do funcional do PVH pode ser expandida como:
− Z t1 t0 ( Z V −ρδuTu(x, t) dV +¨ + Z V ( δ²x δEx )T( σx Dx ) dV + + Z V δuTfV dV + Z S δuTfSdS+ + δuTfP + Z S δϕTq dS ) dt = 0 (13)
onde u ´e o deslocamento mecˆanico, σ ´e o tensor de tens˜oes mecˆanicas, ε ´e o tensor de deforma¸c˜oes mecˆanicas, D ´e o deslocamento el´etrico, E ´e o campo el´etrico, fS ´e a for¸ca
de superf´ıcie, fV ´e a for¸ca de corpo, fP s˜ao
for¸cas pontuais, ϕ ´e o potencial el´etrico e q s˜ao as cargas el´etricas de superf´ıcie nas lˆaminas piezel´etricas.
As hip´oteses cinem´aticas adotadas na pre-sente formula¸c˜ao consistem na Teoria de Deforma¸c˜ao Cisalhante de Terceira Orden (TSDT), que preconiza uma varia¸c˜ao c´ubica dos deslocamentos coplanares na dire¸c˜ao da es-pessura [7]. O campo de deslocamentos da teoria u(x, t) = {u(x, t), v(x, t), w(x, t)}T ´e ex-pandido na forma: u(x, y, z, t) = u0(x, y, t)+ + zψx(x, y, t) + z3ψ3x(x, y, t) v(x, y, z, t) = v0(x, y, t)+ + zψy(x, y, t) + z3ψ3y(x, y, t) w(x, y, z, t) = w0(x, y, t) (14)
Assim, utilizando as rela¸c˜oes de-forma¸c˜oes/deslocamentos lineares obt´em-se o campo de deforma¸c˜oes (eq.15):
εx(x, t) = ∂u0 ∂x + z ∂ψx ∂x + z 3∂ψ3x ∂x εy(x, t) = ∂v0 ∂y + z ∂ψy ∂y + z 3∂ψ3y ∂y γxy(x, t) = ∂u0 ∂y + z ∂v0 ∂x + z 3³ ∂ψ3x ∂y + ∂ψ3y ∂x ´ γyz(x, t) = ³ ψy+ ∂w0 ∂y ´ + z2ψ3y γxz(x, t) = ³ ψx+∂w 0 ∂x ´ + z2ψ3x (15) As rela¸c˜oes deforma¸c˜oes/deslocamentos (eq.15) podem ser expressas em termos de vetores que cont´em os deslocamentos generalizados na superf´ıcie de referˆencia como:
ε(x, t) = ε0+ zκ1+ z3κ3
γc(x, t) = γc0+ z2κc
(16) A formula¸c˜ao em elementos finitos generali-zados ´e desenvolvida a partir da defini¸c˜ao das fun¸c˜oes de parti¸c˜ao da unidade (PU)
no dom´ınio do elemento e o enriquecimento dos campos ´e feito adicionando-se novos parˆametros vinculados `as vari´aveis nodais, as-sociados `as fun¸c˜oes que multiplicam as bases originais, de forma que os deslocamentos mecˆanicos generalizados na superf´ıcie de re-ferˆencia (u0, v0, w0, ψ
x, ψy, ψ3x, ψ3y) podem ser
expandidos como, por exemplo, para u0:
u0 = N neX no=1 Ni à u0no+ nf (u0 no) X j=1 u0nojfuj0 no ! (17) Reunindo todas as fun¸c˜oes numa ´unica ma-triz [Ne]7×(7×N ne+npar) temos a representa¸c˜ao simb´olica para o campo de deslocamentos mecˆanicos (eq.18):
{eu(x, y, t)e} = [Ne(x, y)]{Ue(t)} (18)
O vetor de deslocamentos nodais
{Ue}(7×Nne+npar)×1 do elemento, no tre-cho relativo ao n´o no ´e escrito conforme a (eq.19):
{Ue}T = n
· · ·¯¯u0no, u0no1, . . . , u0nf (u0no)
no , vno0 , vno01, . . . , v0nf (u0no) no , . . . . . . , ψ03yno, ψ3y01no, . . . , ψ03ynf (ψ0no 3xno )¯¯ · · · o (19)
com no = 1, · · · , N ne, sendo N ne o n´umero de n´os do elemento e npar igual ao n´umero de parˆametros de enriquecimento do elemento.
O campo el´etrico E(x, t) = {Ex, Ey, Ez}T ´e
relacionado ao potencial el´etrico pela (eq.20):
E(x, t) = −∇ϕ(x, t) = −∂ϕ(x, t) ∂x −∂ϕ(x, t) ∂y −∂ϕ(x, t) ∂z (20)
O potencial el´etrico ϕ(x, t) no elemento, por sua vez, ´e discretizado atrav´es de fun¸c˜oes line-ares por partes, cont´ınuas nas interfaces en-tre lˆaminas piezel´etricas e descont´ınuas nas in-terfaces lˆaminas piezel´etricas/lˆaminas da estru-tura base.
A um n´o no na superf´ıcie de referˆencia de um laminado com N lˆaminas piezel´etricas, cor-respondem N + 1 valores nodais de potencial,
ϕ0
no a ϕNno. O valor do potencial numa cota
in-termedi´aria z de uma lˆamina k arbitr´aria, em um instante de tempo t, ´e dado pela express˜ao (eq.21): ϕkno(z, t) = ϕk−1no (t)³ zk− z hk ´ +ϕkno(t)³ z − zk−1 hk ´ (21) onde zk−1 ´e a cota inferior da lˆamina k e zk ´e a cota superior, em rela¸c˜ao `a superf´ıcie de referˆencia.
A aproxima¸c˜ao do potencial el´etrico nas dire¸c˜oes coplanares `a superf´ıcie de referˆencia (x, y) em um ponto qualquer da lˆamina k via elementos finitos generalizados ´e obtida pelas mesmas fun¸c˜oes PU (Nno(x, y)) usadas para aproximar o campo de deslocamentos mecˆanicos, al´em das fun¸c˜oes de enriquecimento correspondentes, conduzindo `a seguinte aproxi-ma¸c˜ao (eq.22): ϕ(x, y, z, t)k= N ne X no=1 Nno(x, y) " ϕkno(z, t)+ + nf (ϕk no) X j=1 ϕknoj(z, t)fϕjk no(x, y) # (22) Incorporando estes graus de liberdade el´etricos aos mecˆanicos tem-se para a for-mula¸c˜ao em MEFG o vetor de deslocamentos nodais elementares conforme (eq.23):
{Ue}T = n
· · ·¯¯u0no, u0no1, . . . , u0nf (u0no)
no , v0 no, v0 1 no, . . . , v0 nf (v0no) no , . . . . . . , ψ3yno, ψ3y1 no, . . . , ψ nf (ψ3yno) 3yno , ϕ0 no, ϕ0 1 no, . . . , ϕ0 nf (ϕ0no) no , ϕ1no, ϕ1no1, . . . , ϕ1nf (ϕ1no) no , . . . . . . , ϕN no, ϕN 1 no, . . . , ϕN nf (ϕNno) no ¯ ¯o (23)
Desenvolvendo cada uma das parcelas do funcional do PVH e inserindo a discretiza¸c˜ao das vari´aveis pode-se deduzir as express˜oes para obten¸c˜ao das contribui¸c˜oes elementares.
Usando as rela¸c˜oes constitutivas (eq.11), a varia¸c˜ao da energia potencial total de de-forma¸c˜ao, incluindo as energias potenciais
mecˆanica e a el´etrica elementar, ´e expressa con-forme a (eq.24): δP = Z V ½ δε δγ ¾T " Cσ 0 eσT 0 Cτ eτT # ε γ E + + {δE}T h eσT eτT χx i ε γ E dV (24) Usando as expanss˜oes de {ε, γ, E} obt´em-se as matrizes de rigidez elementares, tal que a parcela puramente mecˆanica [Ke
uu] resulta
como a (eq.25):
[Keuu] = [Kemf] + [Kec] (25) com, as parcelas de membrana/flex˜ao e cisalha-mento expressas pelas (eq.26) e (eq.27), respec-tivamente: [Kemf] = Z Ωe [Bemf]T A B LB D F L F H [Be mf] dΩ (26) [Kec] = Z Ωe [Bec]T · Ac Dc Dc Fc ¸ [Bec] dΩ (27) onde as deforma¸c˜oes s˜ao aproximadas atrav´es das matrizes [Bemf] e [Bec].
Definem-se as seguintes submatrizes consti-tutivas puramente mecˆanicas do laminado em membrana e flex˜ao (eq.28):
{Aij, Bij, Dij, Lij, Fij, Hij} = = N X k=1 Z zk zk−1 Cijσk{1, z, z2, z3, z4, z6} dz (28)
com i, j = 1, 2, 6 e para o cisalhamento transversal (eq.29): {Acij, Dcij, Fcij} = = N X k=1 Z zk zk−1 Cijk{1, z2, z4} dz (29) com i, j = 4, 5.
A matriz de rigidez eletromecanicamente
[Keu−ϕ] = [Kmf −ϕe ] + [Kc−ϕe ] (30) com as parcelas definidas pelas (eq.31) e (eq.32): [Kemf −ϕ] = Z Ωe [Bemf]T O PP Q R S ³XN k=1 Ek ´ dΩ (31) [Kec−ϕ] = Z Ωe [Bec]T · T U V W ¸ ³XN k=1 Ek ´ dΩ (32) onde a matriz [E] ´e usada para aproximar o campo el´etrico e, de forma semelhante `as matrizes de deforma¸c˜oes mecˆanicas, ´e parti-cionada em parcela constante e parcela com de-pendˆencia linear em rela¸c˜ao `a cota z, em cada lˆamina piezel´etrica. As submatrizes constituti-vas eletromecˆanicas do laminado s˜ao definidas pelas (eq.33) e (eq.34):
{Oij, Pij, Qij, Rij, Sij} = = Z zk zk−1 eσijk{1, z, z2, z3, z4} dz (33) com i, j = 1, 2, 6, e {Tij, Uij, Vij, Wij} = = Z zk zk−1 eτijk{1, z, z2, z3} dz (34) com i, j = 4, 5.
Deve-se ressaltar que [Ke
ϕ−mf] = [Kmf −ϕe ]T.
Por fim, a matriz de rigidez puramente
el´etrica ´e difinida como na (eq.35):
{[Keϕϕ] = Z Ωe ³XN k=1 Ek ´T · X Y Y Z ¸ ³XN k=1 Ek ´ dΩ (35)
onde as submatrizes constitutivas puramente el´etricas do laminado s˜ao obtidas pela (eq.36):
{Xij, Yij, Zij} = = Z z k zk−1 χkij{1, z, z2} dz (36)
Assim, a matriz de rigidez total do elemento (eq.37) ser´a obtida somando as parcelas:
[Ke] = [Keuu] + [Keuϕ] + [Kϕu] + [Keϕϕ] (37)
Por sua vez a varia¸c˜ao da energia cin´etica ´e (eq.38):
δK =
Z
V
ρδuTu dV¨ (38) Decompondo o deslocamento mecˆanico em parcela de membrana, rota¸c˜oes de primeira ordem e rota¸c˜oes de ordem superior, busca-se explicitar os termos com dependˆencia em
z. Ap´os manipul¸c˜ao alg´ebrica, separando as
parcelas que s˜ao integr´aveis ao longo da espes-sura daquelas integr´aveis apenas no dom´ınio, obt´em-se a matriz de in´ercia elementar [Me],
que ´e dada pela (eq.39):
[Me] = Z Ω NT PP01 PP12 PP34 P3 P4 P6 N dΩ (39) com P0 = ρ0[I3x3], P1= ρ1[I3x2], P2 = ρ2[I2x2], P3 = ρ3[I3x2], P4 = ρ4[I2x2], e P6 = ρ6[I2x2],
onde [I]´s s˜ao matrizes identidades ou parcelas de matrizes identidades. As massas generaliza-das s˜ao definigeneraliza-das pela (eq.40):
{ρ0, ρ1, ρ2, ρ3, ρ4, ρ6} = N X k=1 ³ Z zk zk−1 ρk{1, z, z2, z3, z4, z6} dz (40)
com ρk sendo a massa equivalente por unidade
de ´area da lˆamina k.
Finalmente, desenvolve-se a express˜ao do trabalho virtual externo (eq.41):
δW = Z V δuTfV dV + Z S δuTfSdS+ + δuTfP + Z S δϕTq dS (41)
Os deslocamentos mecˆanicos e os potenciais el´etricos s˜ao discretizados na forma (eq.42):
u(x, t) = NUU(t)
com NU sendo a parcela de N referente aos
deslocamentos mecˆanicos e Nϕ, a parcela
refe-rente aos potenciais el´etricos elementares. Observa-se que o vetor de parˆametros nodais elementares U cont´em tantos os graus de liber-dades mecˆanicos quanto os potenciais el´etricos. De maneira semelhante, as for¸cas mecˆanicas e as carga el´etricas podem ser discretizadas no dom´ınio do elemento, com aux´ılio dos vetores que cont´em os dados de for¸cas mecˆanicas e car-gas el´etricas nodais (FV, FS, etc) , conduzindo
aos vetores de for¸cas consistentes (eq.43): fV(x, t) = NfFV(t)
fS(x, t) = NfFS(t) fP(x, t) = FP(t) q(x, t) = NqQS(t)
(43)
Assim, a (eq.41) resulta nos vetores de for¸cas nodais equivalentes (eq.44):
{FeV} = Z Ω NUeTNfeFV dΩ {FeS} = Z Ω NUeTNfeFSdΩ {FeP} = Z Ω NUeTFP dΩ {FeQ} = Z Ω NϕeTNqeQSdΩ (44)
de maneira que a soma de todas estas parcelas fornece o vetor de for¸cas elementares {Fe(t)} . Portanto, tem-se o seguinte sistema elemen-tar de equa¸c˜oes (eq.45):
[Me]{ ¨Ue(t)} + [Ke]{Ue(t)} = {Fe(t)} (45) utilizado para obter o sistema global.
Considera¸c˜oes finais
Busca-se com a implementa¸c˜ao de rotinas computacionais baseadas na formula¸c˜ao aqui apresentada dispor de uma ferramenta que per-mita verificar o desempenho do GFEM na mo-delagem num´erica de estruturas laminadas in-teligentes, seja para an´alise est´atica quanto dinˆamica. Procura-se assim, verificar as poten-cialidades do GFEM, como facilidade de im-posi¸c˜ao de condi¸c˜oes de contorno, capacidade
de aproxima¸c˜ao etc, al´em de estabelecer bases para estudos futuros inseridos nesta linha de pesquisa, contribuindo para a difus˜ao de tec-nologias relacionadas `as estruturas inteligentes.
Referˆ
encias
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