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Cultivo de rúcula sob diferentes telados e campo aberto em condições de alta temperatura e pluviosidade.

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Academic year: 2021

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Cultivo de rúcula sob diferentes telados e campo aberto em condições

de alta temperatura e pluviosidade.

João Ângelo S Figueiredo1; Adriano Mitio Inagaki2; Santino Seabra Junior1; Mônica Bartira da Silva2; Marla Silvia Diamante2;Carita Rodrigues de Aquino1.

1UNEMAT- Universidade Estadual do Mato Grosso, campus “Jani Vanni”, Cáceres- MT

2UNIOESTE – Centro de ciências agrarias. Rua Pernambuco, 1777, Marechal Candido Rondon – Paraná joaoangelo_sguareze@hotmail.com, mitioinagaki@gmail.com, santinoseabra@hotmail.com, monica.bartira@hotmail.com, marladiamante@hotmail.com, carita.rodrigues@hotmail.com.

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o desempenho de rúcula sob diferentes telados e campo aberto em condições de alta temperatura e pluviosidade, foi conduzido na área experimental de horticultura da Universidade do Estado de Mato Grosso um experimento no período de 17/12/2010 a 04/01/2011. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados com cinco tratamentos (campo aberto, telas termorrefletoras e de sombreamento com 30 e 50% de sombreamento), e cinco repetições. As características avaliadas foram as produtividades totais dos cinco ambientes estudados. Pode-se observar que não houve produção de rúcula para o ambiente a campo aberto, e que a maior produção foi obtida utilizando-se a malha termorrefletora com 30% de sombreamento.

PALAVRAS-CHAVES: Eruca sativa, cultivo protegido, intensidade luminosa. ABSTRACT

In order to evaluate the performance of rocket under different cages and open field under conditions of high temperature and rainfall, was conducted in the experimental area of horticulture at the University of Mato Grosso in a trial period of 17/12/2010 to 04/01/2011. The experimental design was randomized blocks with five treatments (open field, and shading screens termorrefletoras 30 and 50% shading), and five replicates. The characteristics evaluated were the total yield of the five studied environments. It can be observed that there was production of the rocket to the open environment, and that higher yields using the thermal reflector mesh with 30% shading.

A rúcula (Eruca sativa) é uma brássica, cujas folhas são muito apreciadas na forma de salada, produzida em todas as regiões do Brasil. Apesar de se desenvolver melhor sob temperaturas amenas, a rúcula tem sido cultivada ao longo dos anos em diversas regiões do país. Em locais onde ocorrem altas temperaturas, as folhas de rúcula tornam-se menores e mais rígidas, podendo apresentar maior pungência, sabor mais forte e favorecer a emissão prematura do pendão floral, o que compromete a produção em regiões tropicais (Filgueira, 2008).

Segundo Pereira (2002), o uso de técnicas para atenuar a densidade de fluxo de radiação solar incidente, com o objetivo de aumentar o crescimento, e melhorar a qualidade dos

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produtos agrícolas no período do ano em que a temperatura do ar alcança valores elevados, tem se mostrado vantajoso. A utilização de telas de sombreamento nos cultivos, como forma de reduzir a intensidade da radiação solar, contribui para melhorar o desempenho da cultura, quando comparado com o cultivo a céu aberto (Rocha, 2007). Com a crescente demanda por hortaliças de alta qualidade ofertadas durante o ano todo, tem-se buscado investir em novos sistemas de cultivo, que permitam uma produção de qualidade adaptada em diferentes regiões e condições diversas do ambiente (Carrijo et al., 2004).

Contudo, o uso dessas telas visando atenuar temperatura e irradiancia elevadas, podem reduzir o fluxo de luz a níveis inadequados, promovendo prolongamento do ciclo, estiolamento das plantas e redução da produtividade. Por outro lado, o uso das telas termorrefletoras e difusoras pode contornar esse problema, em razão da sua composição, proporcionam mais luz difusa ao ambiente, promovendo redução da temperatura, todavia não afetando significativamente os processos relacionados à fotossíntese (Santos, 2010).

No município de Cáceres-MT percebe-se que em razão das elevadas temperaturas, alta luminosidade e pluviosidade, a produção e a qualidade de hortaliças folhosas são comprometidas, sendo inferiores em relação à de outras regiões produtoras, necessitando de conhecimentos sobre técnicas de manejo adequadas ao cultivo. Face ao exposto, o presente trabalho tem o objetivo de avaliar o desempenho de rúcula sob diferentes telados e campo aberto em condições de alta temperatura e pluviosidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental de horticultura da UNEMAT, Universidade do Estado de Mato Grosso, campus “Jane Vanni”, Cáceres-MT. A região apresenta clima Tropical, altitude média de 118,0 metros do nível do mar, latitude de 16°04’33” e longitude de 57°39’10”, com temperatura máxima anual de 32,4°C, mínima de 20,3°C e média compensada de 26,3°C, podendo ocorrer temperaturas de 40°C. A pluviosidade anual é de aproximadamente 1311,85/mm, concentrando 45% nos meses de dezembro a fevereiro. (Fornelhos & Neves, 2007).

No período de cultivo (17/12/2010 a 04/01/2011), foram observadas as médias das temperaturas máximas e mínimas do ar, registrados pelo Instituto Nacional de

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Meteorologia em Cáceres - MT (Figura 1) (Inmet, 2011). As temperaturas máximas registradas para o período de cultivo foram de 35°C e as mínimas foram de 21,2°C. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com cinco repetições, sendo avaliados cinco ambientes (campo aberto, telas termorrefletoras 30 e 50% e telas de sombreamento 30 e 50%).

Os telados apresentavam uma área de 10 x 10 m, totalizando 100 m², com pé-direito de 2,4 m de altura. Os canteiros foram preparados com motocultivador e levantados manualmente com o auxilia de enxadas, permanecendo com 0,2 m de altura por 8 m de comprimento e 1,2 m de largura.

O solo é do tipo Plintossolo Pétrico Concrecionário distrófico, segundo Embrapa (2006), e apresentam as seguintes características físicas e químicas: 617 g kg-1 de areia, 145 g kg-1 de silte e 337 g kg-1 de argila, pH= 6,80; H + Al= 0,88 cmolc dm-3; P= 90,5 mg dm-3; K= 0,33 cmolc dm-3; Ca= 5,19 cmolc dm-3; Mg= 1,94 cmolc dm-3; SB= 7,5 cmolc dm-3; CTC= 8,30; V= 89,40% e M.O.= 28,0 g dm-3.

A adubação de plantio foi realizada com base na análise de solo, e nas recomendações de Trani & Raij (1996), para a cultura da rúcula. Na adubação de plantio utilizou-se 200 g m-2 do formulado 4-14-8, 150 g m-2 de Super fosfato simples e nove litros de esterco ovino curtido por metro de canteiro. Na adubação de cobertura utilizou-se 90 Kg ha-1 de N dividida em três parcelas (7, 14 e aos 21 dias após a semeadura) utilizando uréia (45% de N).

A irrigação utilizada foi por aspersão com mangueiras micro-furadas a lazer tipo Santeno, disposta entre os canteiros, sendo realizadas até três vezes ao dia, quando necessário. As plantas daninhas foram controladas manualmente.

A semeadura da rúcula, cultivar Folha Larga foi realizada em linhas espaçadas a 0,2 m, e ao décimo dia após a germinação foi realizado o raleio, deixando o espaçamento de 0,05 m entre plantas.

A colheita foi realizada aos 37 dias após a semeadura (DAS). Para a análise das plantas, foram colhidas 5 parcelas por canteiro de 8 m. As características avaliadas foram: número de folhas comerciais por planta (cm), massa fresca e foi estimada a produção total e comercial (g m²). Após tabulados, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% utilizando o programa ASSISTAT (Silva & Azevedo, 2002).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi verificado neste ensaio que não houve produção de rúcula para o ambiente campo aberto devido à alta pluviosidade e temperatura. No período de desenvolvimento do experimento ocorreram altas temperaturas variando na máxima de 28,3 a 35,7°C, com média máxima de 32°C e mínimas variando de 21,2 a 25,3°C, com média mínima de 23,5°C, sendo que para uma produção satisfatória da rúcula a temperatura ideal seria de 15 a 18°C. Segundo Trani et al. (1992), temperaturas na faixa ideal favorecem a produção de folhas grandes e tenras, auxiliam a evitar o florescimento precoce e a pungência acentuada. Apesar das temperaturas médias terem ficado acima da faixa apresentada por Trani et al. (1992), não se observou nenhuma anormalidade nas plantas de rúcula, concordando com a observação de Filgueira (2008). Este autor cita que, apesar da rúcula produzir melhor sob temperaturas amenas, ela tem sido cultivada ao longo do ano em numerosas regiões brasileiras, sob diferentes condições climáticas. Seabra Jr et al.(2010), trabalhando com o desempenho de cultivares de alface tipo crespa, sob diferentes telas de sombreamento no período de inverno, observaram que a produção de alface sob malha termo-refletora 50% favorece a redução ao pendoamento, mas com menor produção. Para o cultivo de alface no período de inverno na cidade de Cáceres – MT, constatou-se que a alface tipo “Verônica” obtém um maior resultado na produção comercial em campo aberto, diferentemente da rúcula, cultivar Folha Larga, onde a produção sob campo aberto no período de inverno chuvoso foi nula.

Constatou-se também que a alta pluviosidade no período de desenvolvimento do ensaio teve grande influência para a não produção da rúcula em campo, onde houve uma precipitação total de 165 mm em campo aberto (Figura 2). Já em ambiente protegido, houve condição de produção de rúcula, pois os telados reduzem os impactos das gotas de chuva sobre as folhas.

Foi verificado que as rúculas cultivadas sob os ambientes TS – 50%, TTR – 50% e TS – 30% não obtiveram diferenças significativas entre si para a característica produção total, contudo, no ambiente TTR – 30% a produção foi maior, obtendo um incremento de aproximadamente 35%.

De maneira geral, foi verificado melhor desempenho da rúcula cultivada sob ambiente coberto com tela termorrefletora com intensidade de 30% de redução de luz.

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O ambiente protegido tipo telados apresentam vantagens como redução do impacto da gota de chuva na folha da planta (Purqueiro et al., 2007), redução da temperatura do ar e do solo (Guiselini & Sentelhas, 2004) e até da intensidade luminosa (Purquerio & Tivelli, 2006).

A malha TTR – 30% favoreceu o cultivo da rúcula por ela tornar homogênea a distribuição e difusão de luz dentro do ambiente, criando uma faixa ótima de radiação luminosa para as plantas. Já Costa et al. (2011), observaram maior desempenho de cultivares de rúcula Folha Larga cultivadas á campo aberto, obtendo eficiência ao cultivo no período de inverno em Cáceres-MT.

Na ocasião em que foi realizado este ensaio, sob altas temperaturas e altas pluviosidades, conclui-se que para um melhor desempenho da rúcula folha larga na cidade de Cáceres – MT, o produtor pode optar pelo cultivo de rúcula sob o ambiente TTR – 30%.

REFERÊNCIAS

CARRIJO OA; VIDAL MC; REIS NVB dos; SOUZA RBde; MAKISHIMA N. 2004. Produtividade do tomateiro em diferentes substratos e modelos de casas de vegetação. Horticultura Brasileira. 22, n. 1.

COSTA CMF; SEABRA JÚNIOR S; ARRUDA GR; SOUZA SBS; 2011. Desempenho de cultivares de rúcula sob telas de sombreamento e campo aberto. Ciências Agrárias, Londrina, v.32, n. 1, p. 93-102, jan./mar. 2011.

EMBRAPA. 2006. Centro Nacional e Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília-DF, Embrapa Solos, 1999, 412p.

FILGUEIRA FAR. 2008. Novo manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3 ed. Viçosa (MG) Editora UFV. 293p. FORNELOS LF; NEVES SMAS. 2007. Uso de modelos digitais de elevação (MDE) gerados a partir de imagens de radar interferométrico (SRTM) na estimativa de perdas de solo. Revista Brasileira de Cartografia, 59/01:25-33.

PEREIRA ER. 2002. Cultivo da rúcula e do rabanete sob túneis baixos cobertos com plástico com diferentes níveis de perfuração. Piracicaba. 113p.(Dissertação Mestrado) Scarpare Filho, J.A. Viveiros para a formação d

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PURQUEIRO LFV; DEMANT LAR; GOTO R; VILLAS BOAS RL. 2007. Efeito da adubação nitrogenada de cobertura e do espaçamento sobre a produção de rúcula. Horticultura Brasileira, Brasília. 25, n.3.

PURQUERIO LFV. 2006. Crescimento, produção e qualidade de rúcula (Eruca sativa Miller) em função do nitrogênio e da densidade de plantio. Tese (Doutorado em Agronomia-Horticultura) – Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 119p

ROCHA RC. 2007. Uso de diferentes telas de sombreamento no cultivo protegido do tomateiro. Tese (Doutorado em Agronomia-Horticultura) - Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 90p

SEABRA JR S; SOUZA SBS; NEVES LG; THEODORO VCA; NUNES MCM; NASCIMENTO AS; RAMPAZZO R; LUZ AO; LEÃO LL. 2010. Desempenho de cultivares de alface tipo crespa sob diferentes telas de sombreamento no período de inverno. Horticultura Brasileira 28: 252-259.

SILVA, S. de A. S.; AZEVEDO, C. A. V. 2002 Versão do programa computacional Assistat para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, 4, n. 01: 71-78.

TRANI PE; FORNASIER JB; LISBÃO RS. 1992. Cultura da rúcula. Campinas: IAC. 8p. (Boletim técnico 146).

TRANI PE; RAIJ B. 1996. Van. Hortaliças. In: RAIJ. B. Van. et. al. Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. 2 ed. Campinas: IAC, 157-186p (Boletim técnico 100).

Tabela 1. Produção total (PT) de rúcula “Folha Larga” sob diferentes tipos de telados e

campo aberto em condições de altas temperaturas e alta pluviosidade. UNEMAT, Cáceres, 2012. [Full production (PT) rocket "Broad Leaf" from different types of cages and open field under conditions of high temperatures and high rainfall. UNEMAT, Cáceres, 2012].

Ambientes

TS – 30% TS - 50% TTR – 30% TTR - 50% Média

PT (g m²) 550 b 400 b 950 a 550 b 612,5

CV% 18,52

Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). [Means followed by same letter in column do not differ statistically among themselves by Tukey test (p <0.05)].

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Figura 1. Temperatura Máxima (°C) e Mínima (°C) do ar, no período de 18/12/2010 a

04/01/2011, dados do INMET (2011), para Cáceres – MT. Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, MT, 2012. [Maximum Temperature (° C) and low (° C) in air, between 18/12/2010 to 01.04.2011, INMET data (2011) for Caceres - MT. University of Mato Grosso, Caceres, MT, 2012].

Figura 2. Chuva acumulada (mm), no período de 18/12/2010 a 04/01/2011, dados do

INMET (2011), para Cáceres – MT, Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, MT, 2012. [Accumulated precipitation (mm) in the period from 18/12/2010 to 04/01/2011, INMET data (2011), for Caceres - MT, University of Mato Grosso, Caceres, MT, 2012].

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