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2 APESAR DAS BAIXAS TAXAS DE VARIAÇÕES NOS PREÇOS, SEGMENTOS DE RENDA MAIS BAIXOS SOFREM MAIS OS IMPACTOS DA INFLAÇÃO.

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ANO 7 – NÚMERO 92 – JULHO 2020 • PROFESSOR RESPONSÁVEL: FLÁVIO RIANI

– EXPEDIENTE –

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler – Dom Walmor Oliveira de Azevedo | Reitor – Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Chefe de Gabinete do Reitor – Professor Paulo Roberto Souza |Diretor do ICEG Prof. José Chequer Neto Chefia do Departamento de Economia e Coordenadora do Curso de Ciências Econômicas – Professora Ana Maria Botelho | Coordenação Geral – Professor Flávio Riani

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 | Avenida Dom José Gaspar, 500 | Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 | Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/Paginas/conjuntura-economica.aspx | icegdigital@pucminas.br

1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) tem registrado nesse ano as menores variações de preços no Brasil, desde que ele começou a ser calculado em janeiro de 1980.

Entretanto, quaisquer das outras metodologias que se avaliar mostrarão trajetórias similares à do IPCA com poucas diferenças nas intensidades das variações.

Teoricamente essa seria a situação ideal para qualquer país, uma vez que variações baixas nos preços não corroem o poder de compra dos salários e, auxiliam a política monetária na manutenção de juros baixos, incentivando os investimentos e as compras a prazo.

Porém, nossa realidade é completamente outra: parte devido à pandemia gerada pelo coronavirus, que causou uma interrupção em grande parte das atividades econômicas e parte devido a restrição de demanda, oriunda do elevado nível de desemprego que vinha se registrando no país, mesmo antes da pandemia. Nesse sentido grande parcela sociedade não tem tido condições de usufruir dos frutos das condições favoráveis, resultante de preços quase constantes e, por conseqüência também das baixas taxas de juros que facilitaria compras e investimentos.

2 – APESAR DAS BAIXAS TAXAS DE VARIAÇÕES NOS PREÇOS, SEGMENTOS DE RENDA MAIS BAIXOS SOFREM MAIS OS IMPACTOS DA INFLAÇÃO.

Nos primeiros meses de 2020 a taxa média de inflação acumulada no Brasil, medida pelo IPCA, registrou uma variação de 0,10%. Porém, ao avaliar a composição dos segmentos de apuração das variações nos preços observa-se que aqueles que mais afetam as classes de renda mais baixas tiveram um comportamento bem diferente da taxa média.

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Gráfico 1 – Principais componentes da despesa mensal familiar 22 39,2 9,4 7,6 22,6 15,3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Alimentação e Bebidas Habitação Transportes Até 2 Sal Acima de 25 Sal.

Fonte: IBGE e FGV (Publicado na Folha de São Paulo de 11/06/2020)

Dados divulgados pelo IBGE e pela FGV, publicados na Folha de São Paulo de 11 de junho de 2020, e destacados no gráfico 1, mostram quanto os itens de Alimentação e Bebidas, Habitação e de Transportes pesam nos segmentos de rendas para quem ganha até 2 salários mínimos e para quem recebe acima de 25 salários.

Os dados revelam que para os indivíduos que recebem até 2 salários mínimos destinam 61,2% de sua renda aos gastos relativos a Alimentação e Bebidas e Habitação. Considerando também os Transportes, esse percentual eleva-se para 70,6%. Por outro lado, para os segmentos de renda acima de 25 salários mínimos esses itens pesam muito menos no seu patamar de consumo, diminuindo para a metade ( 30,2%) quando considera Alimentação e Bebidas e Habitação e para 45,2% quando considera os três segmentos.

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3 – COMPORTAMENTO RECENTE DAS VARIAÇÕES NOS PREÇOS DO SEGMENTO ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS

A comparação entre a evolução do preço médio dos itens que compõem o segmento de Alimentação e Bebidas com o comportamento da taxa de inflação mensal pode ser feita com base nos dados do Gráfico 2. Através dele percebe-se que enquanto o índice médio de inflação tem um comportamento decrescente, até mesmo negativo, o preço médio dos Alimentos e Bebida tem apresentado um movimento em direção contrária no período em tela.

-0,5 0 0,5 1 1,5 2

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

IPCA

Alimentação e Bebidas

Gráfico 2 - Taxas Mensais IPCA e Alimentação e Bebidas Janeiro a junho 2020

Fonte: IBGE

As informações do gráfico 2 mostram que, à exceção de fevereiro, nos demais meses as taxas de crescimento dos itens de Alimentação e Bebidas foram superiores ao IPCA. Inclusive

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chama atenção o fato desse segmento ter apresentado variações positivas mais elevadas justamente nos períodos nos quais o IPCA foi negativo ou próximo de zero.

4 - COMPORTAMENTO DOS PREÇOS EM JUNHO

Após um período de dois meses seguidos de deflação, em junho de 2020 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA apresentou variação de 0,26%. Tal resultado contribuiu para uma variação acumulada de 0,10% no ano e 2,13% nos últimos doze meses. Ele registra uma elevação em relação ao índice de 1,88% observado nos 12 meses imediatamente anteriores. Também para efeito de comparação a taxa do IPCA em junho de 2019, foi 0,01%.

0,01 0,26 -0,38 -0,5 -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3

Junho/19 Ju7nho/20 Maio/20

Gráfico 3 - IPCA mensal

Fonte: IBGE

O gráfico 3 destaca a taxa do IPCA de junho comparativa ao mesmo mês no ano anterior e em relação ao mês imediatamente anterior.

Por outro lado, o gráfico 4 destaca as taxas de variações acumuladas no ano e nos últimos 12 meses.

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Elas mostram que nas duas comparações os valores alcançados em 2020 foram inferiores aos observados nos períodos anteriores, sendo que a diminuição nas taxas acumuladas anuais foram mais significativas.

2,23 0,1 3,37 2,12 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

Acum junho/19 Acum junho/20 Ult.12 meses até junho/19

Ult.12 meses até junho/20

Gráfico 4 - IPCA acumulado

5 – IPCA POR SEGMENTOS

As variações nos preços dos bens e serviços que compõem os diversos segmentos nos quais se apuram o comportamento dos preços estão destacadas na Tabela 1 e no Gráfico 5.

Tabela 1 - IPCA Junho de 2020

Segmentos Variações Alim. E Bebidas 0,38 Transportes 0,31 Habitação 0,04 Saúde e cuid.pessoais 0,35 Despesas pessoais -0,05 Vestuário -0,46 Comunicação 0,75 Artigos de residência 1,30 Educação 0,05 Total 0,26 Fonte: IBGE

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No que se refere a essa metodologia de apuração do comportamento dos preços, os dados mostram que as maiores variações positivas ocorreram com os Artigos de Residência, Comunicação e com a Alimentação e Bebidas. Por outro lado o Vestuário e, com uma variação ainda bem menor, os Artigos Pessoais apresentaram quedas nos preços no mês.

-0,46 0,26 1,30 -0,60 -0,40 -0,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

Gráfico 5 - IPCA por Segmentos - Junho 2020

Fonte: IBGE

6 – IPCA POR REGIÕES

Os valores apurados nas diversas regiões nas quais se acompanham o comportamento dos preços estão destacados na Tabela 2 e representados no Gráfico 6.

Os dados coletados mostram que em 4 regiões ( Rio de Janeiro, São Luis, Belém e Porto Alegre) tiveram deflação em junho, comparativamente aos valores apurados nessas regiões em maio. As demais regiões apresentaram elevação nos preços médios, com destaques para Salvador e Curitiba que apresentaram maiores elevações nos preços no período analisado, em patamares muito acima das observadas nas outras regiões e também da taxa de 0,26% verificada no IPCA para o país.

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Tabela 2 - IPCA Junho de 2020 Regiões Variações Campo Grande 0,23 R.Janeiro -0,01 Aracajú 0,03 São Luis -0,35 Recife 0,51 Fortaleza 0,34 Salvador 0,68 Curitiba 0,80 Vitória 0,56 São Paulo 0,29 Belo Horizonte 0,05 Rio Branco 0,21 Belém -0,18 Brasília 0,46 Porto Alegre -0,01 Goiânia 0,10 Total 0,26 Fonte: IBGE 0,80 0,26 -0,35 -0,60 -0,40 -0,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 Gráfico 6 - IPCA por Regiões - Junho 2020

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7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dadas a extensão geográfica e a heterogeneidade regional Brasil, é de se esperar que as variações nos preços se manifestem com intensidades e variações bem diferentes.

Porém, um fato verdadeiro é o de que em todas as regiões, quando se observa os valores acumulados no tempo, nos períodos recentes a trajetória de queda tem se manifestado em todos os cantos do país, com algumas variações não muito distantes dos desvios normais.

Também é fato que as variações positivas nos preços dos segmentos básicos ( Alimentação e Bebidas) têm afetado mais fortemente a população de classe baixa, com impactos maiores nas regiões norte e nordeste, onde a disparidade na apropriação da renda é ainda maior.

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Referências

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