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A DANÇA E O PROCESSO CRIATIVO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO ABSTRACT RESUMEN

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A DANÇA E O PROCESSO CRIATIVO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Caroline Queiroga Antônio1 Isabel Cristina Vieira Coimbra Diniz2

RESUMO

Este texto tem como foco o processo criativo na especificidade do conteúdo dança nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental. Ao considerar as crianças e os jovens como sujeitos críticos e criativos há uma preocupação com a construção do conhecimento pelos mesmos. O processo criativo na dança, desse modo, se torna uma forma para que os sujeitos possam expressar suas singularidades e potencialidades criativas. Porém, para que esse processo ocorra com maior facilidade é preciso alguns direcionamentos que estarão presentes no método de trabalho.

Palavras-chave: Dança; escola; processo criativo.

ABSTRACT

This text has as focus the creative process in the specificity of the content dances in the lessons of Physical Education of Basic Ensino. When considering the children and the young ones as critical and creative citizens have a concern with the construction of the knowledge for the same ones. The creative process in the dance, in this manner, if becomes a form so that the citizens can express its creative singularidades and potentialities. However, so that this process occurs with bigger easiness is necessary some aimings that will be gifts in the work method.

Keywords: Dance; school; creative process.

RESUMEN

Este texto tiene como foco que el proceso creativo en la especificidad del contenido baila en las lecciones de la educación física en Ensino básico. Cuando en vista de los niños y los jovenes como ciudadanos críticos y creativos tenga una preocupación con la construcción del conocimiento por los mismos. El

1

Graduanda em Educação Física – UFMG, Bolsista de extensão - PROEX (caroline_queiroga@yahoo.com.br)

2 Doutoranda em Estudos Linguísticos na Pós-Lin/FALE/UFMG. Professora Assistente da Universidade Federal de

Minas Gerais atuando como docente da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional-EEFFTO/UFMG. Coordenadora do Programa de Dança Experimental da EEFFTO/UFMG e de seus projetos desde 2000. (belcoimbra@hotmail.com)

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proceso creativo en la danza, de este modo, si se convierte una forma de modo que los ciudadanos puedan expresar sus singularidades y potencialidades creativos. Sin embargo, de modo que este proceso ocurra con una sencillez más grande son necesarios algunos aimings que serán regalos en el método del trabajo.

Palabras clave: Danza; escuela; proceso creativo.

O porquê do processo criativo

A Dança é um dos conteúdos que a Educação Física aborda na escola. Ao considerar que as crianças e jovens são seres críticos e criativos o professor não apenas preocupa com o que ensinar, mas como os alunos podem construir o conhecimento. Dessa forma, a partir dos inúmeros ritmos de danças que irão ser ensinados, o processo criativo dos alunos no que diz respeito à criação de movimentos e de sequências de movimentos pode ser desenvolvido. A discussão deste tema é que me direcionou para o problema de pesquisa que foi abordado em meu trabalho de conclusão do curso de Educação Física na modalidade Bacharelado.

A minha participação no Programa de Dança Experimental (PRODAEX) da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG e minhas experiências no projeto Dançando na escola - do PRODAEX - no qual pude dar aulas em escolas públicas, fez-me questionar como o processo criativo dos alunos na dança poderia ser valorizado e proporcionado por meio de fatores presentes no método de ensino. Assim, apresento neste texto alguns apontamentos feitos em minha monografia.

A criatividade presente na dança de crianças e jovens

Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer que seja o amplo de atividade, trata-se, nesse “novo”, de novas coerências que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar. (OSTROWER, 2007, p.9)

Ostrower (2007) se refere ao ato criador como um formar, dar forma a algo novo. Esta forma, para ela, corresponde a:

(...) aspectos expressivos de um desenvolvimento interior na pessoa, refletindo processos de crescimento e de maturação cujos níveis integrativos consideramos indispensáveis para a realização das potencialidades criativas. (OSTROWER, 2007, p.5-6)

O processo criativo depende de potencialidades criativas que, segundo Ostrower (2007, p. 5-6), precisam de desenvolvimento interior a partir de processos de crescimento e maturação. Ao pensar em proporcionar aspectos que contribuam para este crescimento e maturação de crianças e jovens é preciso

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que por meio da organização da aula os sujeitos entendam os elementos que irão estruturar esse processo de criação. Na especificidade da dança, um de seus elementos principais é o movimento. Então, é preciso que os sujeitos tenham consciência das várias formas de movimentar-se e como elas podem ser relacionadas, ordenadas, configuradas e significadas. Ao ordenar, os alunos devem perceber a ligação entre os movimentos já que a relação que será estabelecida irá criar significados em forma de dança. O processo criativo, então, pode acontecer por meio do estudo de um tema que será o ponto de partida para gerar sentidos ao configurar movimentos.

Um ponto importante a ser considerado pelo professor, de acordo com os estudos sobre a criatividade de Ostrower (2007, p. 6) é que “aos processos de maturação se vinculam, por sua vez, a espontaneidade e a liberdade de criar”. Desse modo, ao permitir que todos os alunos tenham a oportunidade de criar, favorece-se o entendimento de como fazer. Ao imaginar e concretizar um projeto – dançando -, os alunos refletem como configurar o processo de criação com os elementos aprendidos em aula. Nas tentativas realizadas é possível adquirir experiências e aprender. Morales (2007) explica que:

(...) aprendizagem e desenvolvimento geram um nível de competência que possibilita determinado grau de sensibilidade às influências do meio e é construído e elaborado através da experiência e aprendizagens passadas. (MORALES, 2007, p.41)

Quando o sujeito reflete como ordenar os movimentos em uma sequência e suas qualificações, ele pode se questionar sobre o sentido que sua obra expressa. Dessa forma, surge um pensamento crítico-reflexivo. Neste processo, quanto mais ele pratica a experimentação de movimentos e sua organização em uma sequência, mais o sujeito pode se identificar com os elementos da dança. Ao se identificar e conhecer, o aluno tem mais segurança para criar e pode ter mais idéias para explorar. Ostrower (2008) apresenta que:

(...) todos os processos de criação representam, na origem, tentativas de estruturação, de experimentação e controle, processos produtivos onde o homem se descobre, onde ele próprio se articula à medida que passa a identificar-se com a matéria. São transferências simbólicas do homem à materialidade das coisas e que novamente são transferidas para si. (OSTROWER, 2008, p.53)

Desse modo, a identificação com os elementos da dança faz com que haja uma aproximação dos alunos com o que será o material para a construção de suas coreografias. O surgimento de tentativas, por meio da experimentação e improvisação, é importante, pois, como explica Oech (1995, p. 36), “(...) se você só tem uma ideia, não tem com que compará-la. Não sabe reconhecer suas vantagens e fragilidades.”

Como nos aponta Ostrower (2007):

Na espontaneidade seletiva se fundamentam os comportamentos criativos. Poder responder de maneira espontânea aos acontecimentos significa dispormos de uma real abertura, sem rigidez ou preconceitos, ante o futuro imprevisível. Espontâneos, tornamo-nos flexíveis. Conseguimos adaptar-nos às contingências, reorientar as nossas atividades e os nossos

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interesses de acordo com novas necessidades contidas nas circunstâncias novas. (OSTROWER, 2007, p.148)

Nesse sentido, a experimentação e a improvisação de movimentos são formas de criar permitindo-se a abertura para o novo, o desconhecido. A partir de materialidades construídas é possível avaliar o que pode ser adaptado diante às novas necessidades presentes. Ostrower (2007, p. 9) explica que “O ato criador abrange (...) a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de se relacionar, ordenar, configurar, significar.” A adaptação por meio da compreensão de novas necessidades faz parte, desse modo, do ato criador. Além disso, ao relacionar movimentos se origina significações, já que Ostrower (2007, p.106) revela que “Relacionar é selecionar determinados aspectos e, assim selecionados, interligá-los. É configurá-los em forma significativa. É sempre dar forma a um conhecer.”

Ao experimentar e improvisar, o aluno, por sua vez, tem o desafio de avaliar o que ele continuará dançando e refletir como ordenar seus movimentos com suas qualidades e formas de ocupação no espaço para que possa gerar significações.

Improvisação como caminho para a criação

Soares et al (1998, p. 38) relata que a Dança-Improvisação oferece “a possibilidade de resignificação do movimento, criado, refletido, estabelecido, que a padronização dos processos institucionalizados não fornece.” Ela explica que “Improvisação em dança, significa criar movimentos não treinados, espontâneos, sem prévia preparação dos mesmos.”

Porém, para que o processo criativo do aluno seja facilitado, é preciso que no método de ensino se estabeleça direcionamentos. No que diz respeito à Improvisação e a Investigação, Lobo e Navas (2008, p.32), se referem a “propostas de temas variados, perguntas e ideias que motivem a improvisação, a pesquisa e a investigação de movimentos”. Segundo Haselbach (1988, p. 70) “as improvisações necessitam de determinadas regras e estímulos.” A autora explica que:

As improvisações (...) também podem ser aceitas, sob o ponto de vista da forma, da função e da mobilidade do brinquedo, do objeto e do aparelho, entre outras. A partir destes materiais podem ser obtidos assuntos para as tarefas de improvisação, por parte do dirigente ou dos participantes. (HASELBACH 1988, p. 70)

Lacava (2006), por sua vez, descreve que:

A improvisação de movimentos em grupo, grande ou pequeno, convida a uma qualidade de atenção e flexibilidade de atitude durante sua realização que estimula/exige a criação de respostas desconstrutoras de velhos padrões de ação/pensamento. As relações de movimento e o contato que estabelecemos com os outros dançarinos não são previsíveis neste contexto. (LACAVA, 2006, p.173)

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Assim, a improvisação de movimentos em grupo se torna um estímulo à criação. No que se refere aos direcionamentos quanto à qualidade do movimento, os estudos de Laban (1978) quanto à análise do movimento humano especifica fatores como a fluência, o espaço, o peso e o tempo. Essas qualificações, quando conceituadas e experimentadas, podem ser apropriadas no processo criativo do aluno.

Presença na experiência docente

As implicações levantadas sobre como facilitar um processo criativo estão sendo referências para as minhas práticas com a dança na escola. Um de meus trabalhos com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental enfatizou a ordenação de movimentos em coreografias e problematizou a significação do movimento. Nesta experiência foi relatada pelos alunos que um dos itens que eles mais gostavam nas aulas era a criação coreográfica.

Em outro contexto, com adultos, os temas como ponto de partida para o processo criativo em dança foram abordados. A aproximação e a dispersão, os opostos e o céu e o inferno foram temas norteadores da experimentação de movimentos. Mas o tema também pode estar relacionado a ritmos e danças específicas. O forró e o maculelê, por exemplo, são ritmos repletos de repertório motor que foram apresentados para os alunos do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental. Neste trabalho, os movimentos de cada dança foram apresentados e experimentados pelos alunos. A partir desse repertório, os jovens criaram suas sequências. O ritmo do maculelê, por sua vez, com a marcação de quatro tempos, foi base para a improvisação com os bastões (elemento próprio desta dança). Enfim, em todos os contextos vivenciados nas escolas percebe-se que a experimentação é uma forma de permitir que a singularidade de cada sujeito seja respeitada. Nas criações, é possível que as potencialidades criativas sejam utilizadas e compartilhadas considerando cada um com sua corporeidade e ideias próprias.

Referências

ANTÔNIO, Caroline Queiroga. Processos de criação coreográfica: a dança nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental. 29 f. Monografia (Graduação) – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2010

HASELBACH, Bárbara. Dança, improvisação e movimento: expressão corporal na educação física. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1998. 127 p.

LABAN, Rudof. Domínio do movimento. 5 ed. [tradução: Ana Maria Barros De Vecchi e Maria Silvia Mourão Netto; revisão técnica: Ana Maria Barros De Vecchi]. - São Paulo: Summus, 1978. 268p.

MORALES, Juan Carlos Pérez. Processo de ensino-aprendizagem-treinamento no basquetebol: influência no conhecimento tático processual. 2007. 208 f. Dissertação (Mestrado em Treinamento

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Esportivo) – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

OECH, Roger Von. Um "toc" na cuca: técnicas para quem quer ter mais criatividade na vida. 15ᵃ edição [tradução: Virgílio Freire] [ilustrações: Claudia Scatamacchia]. - São Paulo: Cultura, 1995. 153 p.

OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 21 ed. – Petrópolis: Vozes, 2007. 187 p.

_________________ Criatividade e processos de criação. 23 ed. - Petrópolis: Vozes, 2008. 187 p.

SOARES, Andresa; ANDRADE, Cibele Girardi; SOUZA, Elaine Cristina; KUNZ, Maria do Carmo. Improvisação e dança: conteúdos para a dança na educação física. Florianópolis: Impressa Universitária, 1998. 98 p.

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Endereço: Rua Dr. Antônio Aleixo, 609 – Novo Progresso, Contagem – MG E-mail:caroline_queiroga@yahoo.com.br

Referências

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