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DANÇA E RITMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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DANÇA E RITMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Poliana Cristina Gulhak Apolinario Daiane Grando

RESUMO

Este trabalho teve como tema, dança e ritmo nas aulas de Educação Física. A problemática suscitada foi de compreender como os jogos rítmicos podem facilitar o ensino do conteúdo dança nas aulas de Educação Física. Os objetivos elencados foram: analisar de que forma os jogos rítmicos podem facilitar o ensino do conteúdo dança nas aulas de Educação Física; compreender os conceitos relacionados à dança no âmbito escolar; compreender as possibilidades de ensinar a dança por meio dos jogos rítmicos; analisar os benefícios do ensino da dança nas aulas de Educação Física. Os sujeitos da pesquisa foram alunos de uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental. Como metodologia utilizamos de uma abordagem qualitativa, com delineamento de pesquisa ação. Os dados foram organizados e analisados por da análise qualitativa e da categorização. Concluímos que os jogos rítmicos e as brincadeiras cantadas ensinados na escola podem auxiliar na inserção do conteúdo dança e seu ensino transmitindo conhecimentos de forma lúdica.

Palavras-Chave: Educação Física, Dança, Jogos Rítmicos.

1. INTRODUÇÃO

Tendo como tema desta pesquisa a Dança e Ritmo nas aulas de Educação Física, apresentamos a importância da dança no contexto escolar e quais as estratégias metodológicas podemos utilizar para o ensino desse conteúdo. Com objetivo de compreender a importância da dança para o desenvolvimento dos alunos, entendemos que a partir da compreensão do ritmo este seja instrumentalizado a conhecer suas possibilidades e limitações, facilitando o ensino de diferentes

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conteúdos específicos associados à Dança.

Assim, apresentamos os jogos rítmicos como possibilidade de ensino do conteúdo Dança. Buscamos compreender a importância da dança na escola e se os jogos rítmicos podem ser utilizados como uma estratégia para inserção desse conteúdo.

A dança na escola possibilita benefícios físicos, psicológicos, cognitivos e sociais, possibilitando que o indivíduo desenvolva sua expressão corporal. A expressão corporal é visivelmente percebida nos indivíduos desde muito pequenos, segundo Flux (1983) com o passar do tempo vai se perdendo todo o desejo de expressão por meio do corpo.

Para Marques (2009) a dança trabalha na criança de maneira muito importante a sensibilidade, fazendo com que possa sentir a sua relação com a natureza em si, a natureza de seu próprio corpo. Fazendo com que assim tenha noção de como pode se mover em determinado espaço, tamanho, movimento de objetos, peso, tudo que pode estar em um ambiente em que esteja dançando ou movendo-se em ritmo. Adquirindo visão de como usar o ritmo com seu corpo e movimentos, tudo através da sensibilidade encontrada na dança.

A dança na escola não deve priorizar a realização perfeita dos movimentos, ou seja, realizá-los em um padrão imposto que pode gerar competitividade entre os alunos. Pois se deve entender que o movimento é uma forma de expressão e comunicação.

Apontam os autores Santos e Figueiredo (2003) que ao ensinar a dança nas aulas de Educação Física para os alunos, o professor consegue apresentar um campo de muitas experiências de movimento humano, um momento de resgate cultural e social do ser na sociedade. Quando se ensina e aprende o conteúdo dança, a imaginação de vivenciar, criar, expressar, brincar com seu próprio corpo, é deixar- se levar pela imaginação de criar movimentos, é descobrir em seu corpo que o que é certo pode estar errado, e o que está errado pode estar certo.

Com ênfase no que foi dito anteriormente uma vez que a escola possui o necessário para o ensino da dança, por que não ensina – lá? Pois não precisa de materiais sofisticados e pode ser ensinada em qualquer faixa etária de idade e sem nenhuma distinção. Sendo assim, não se torna tão fácil encontrar respostas para justificar o porquê de não ensinar a dança na escola, sendo ela mediadora de tantos benefícios no aprendizado.

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Segundo Brasileiro (2002), o acesso ao universo da dança é necessário, pois é preciso mudar o pensamento de que é apenas um espetáculo folclórico nas escolas, para que possa ser entendida como um importante conhecimento corpóreo, e que pode ser explorado no repertório popular, folclórico, clássico, contemporâneo etc. Como também na improvisação e na composição coreográfica.

Compreender a dança é deixar de ser uma abordagem escolar isolada, e passar a ser um dos conteúdos curriculares que se amplia se cria ligações com outras disciplinas, com os alunos, a escola, a cultura e a sociedade em que vivemos, conseguindo construir e transformar para seu próprio bem. (MARQUES, 2007).

A ludicidade é um ótimo instrumento na aprendizagem, principalmente na primeira fase da vida, com o desenvolvimento da criança as brincadeiras devem ser aperfeiçoadas conforme a idade cronológica, mas sempre mantendo o mesmo intuito de ensinar através de jogos. A partir de certa idade, já é possível ensinar através dos jogos rítmicos, que por sua vez vão tomando cada vez mais espaço, até o momento em que seja possível ensinar a dança propriamente dita.

Os jogos rítmicos podem ser considerados um conteúdo excelente para o ensino nas escolas, podendo ter grande utilidade no desenvolvimento motor, na noção de tempo e espaço, a expressividade e ótima para o convívio em sociedade, entre outros. Com o uso de jogos rítmicos os alunos e o professor só encontram benefícios, pois assim consegue desenvolver melhor o aluno para o mundo em que vive, e colaborar para o aprendizado em outras disciplinas. (CARVALHO, 2005).

A criança consegue transmitir sentimentos por meio da dança, consegue se acalmar caso esteja irritada, se animar caso esteja entristecida e interagir com os colegas, no começo em círculo com os jogos circulares, depois em grupos, após duplas e por fim para desenvolver a timidez, sozinho. As danças como formas de brincadeiras além de fazer um indivíduo perder o medo de se mostrar em público, também contribui para a interação com os demais componentes da sociedade.

Para Mallmann e Barreto (S/A) a emoção transmitida pela dança é algo magnífico, momento onde a criança pode transmitir através de movimentos e com a influência do ritmo o que está sentindo e como está sentindo. A dança traz a possibilidade de unir-se em dupla e até em grupos. As primeiras experiências coletivas possíveis na dança são os círculos de mãos dadas, permitindo assim a exploração de espaços internos e externos.

Os jogos e brincadeiras são transmitidos na cultura popular, e tem sua

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grande contribuição para o professor, assim como os brinquedos de materiais reciclados, que trabalham a imaginação e a criatividade. Dessa maneira acreditamos que o aluno não pode ser privado da Educação Física Escolar, com a presença de um professor qualificado dessa disciplina para que faça cumprir esses valores no educar. (AMARAL; COFFANI, 2009)

2. METODOLOGIA

Nesse trabalho optamos por uma abordagem qualitativa que segundo o autor Triviños (1987), é um método de pesquisa relacionada à educação e a total liberdade em seu processo educativo, sem base em dados estatísticos, e possuindo um retorno conceitual. Tendo assim uma grande importância para as investigações na educação.

A coleta de dados foi feita da aplicação de um conjunto de aulas, por meio de contato direto com os sujeitos. Por meio do contato com o âmbito da pesquisa estabelecemos uma relação direta com a prática, e consequentemente possamos ter conclusões fidedignas. (CHIZZOTTI, 2006).

O delineamento da pesquisa foi pesquisa ação, que é uma pesquisa na qual o pesquisador entra em contato com os sujeitos de pesquisa interferindo em sua realidade social. Neste estudo nós nos baseamos nos conhecimentos que os alunos já possuem como objetivo de aumentar o conhecimento e com a ação poder resolver o problema de início. (THIOLLENT, 2005)

Para esse caso optou-se como sujeito dessa pesquisa alunos do 6º (sexto ano) do ensino fundamental de uma escola pública estadual do município de Guarapuava-PR. Em um primeiro momento foi entregue uma carta de apresentação contendo informações sobre a pesquisa, como objetivo e procedimentos.

Posteriormente foi entregue um termo de consentimento para o professor da turma para que aceite a aplicação das aulas em sua turma de 6º ano.

A identidade dos alunos foi preservada, estes foram nomeados (as) por números 1, 2, 3 e assim sucessivamente, para preservação dos nomes. Os instrumentos escolhidos para coleta de dados foram: Conjunto de aulas e um diário de campo.

O diário de campo, que possui grande importância para registrar tudo que acontece na aula podendo assim ter guardado para relembrar o que houve durante

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as aulas, como situações de alegria, rejeição entre outras, e assim verificar se foi bem aceito pelos alunos ou não.

Optamos por analisar os dados de forma qualitativa aproximando-se das técnicas da categorização que segundo o autor Chizzotti (2006), a análise qualitativa utiliza a técnica categorização, cujo significado é a classificação dos elementos construtivos de um conjunto, por diferenciação que em seguida faz agrupamentos com base nas analogias, a partir de critérios únicos.

3. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A partir de um conjunto de 8 aulas foram as quais foram registradas em diário de campo, foram elaboradas categorias. Sendo essas categorias denominadas de. Categoria 01: “Corpo e ritmo”. Categoria 02: “Conteúdo dança” e categoria 03:

“Dança e saúde”. As informações obtidas dos alunos foram abordadas e transcritas de forma fiel ao original até mesmo com os erros de português.

Foi possível identificar o que os alunos sentem por meio dos ritmos que escutam e percebem o que entendem como ritmo, além dos sentimentos que associam aos diferentes estilos. Realizado em seguida uma breve discussão sobre o ritmo, suas formas e como podemos identificá-los principalmente na música, após essa discussão os alunos escreveram em um papel a resposta para a pergunta.

"Como você sente o ritmo?”

Para muitos deles o ritmo está totalmente ligado à música e a dança a música por sua vez aos sentimentos que dependendo do ritmo desperta amor, alegria, saudades e tristeza.

“Quando é muito triste eu choro depende da musica” (Aluno 2) “Saudade de uma pessoa” (Aluno 6).

“Sinto amor dependendo da musica” (Aluno 9).

“Com movimentos trás alegria e disposição” (Aluno 11).

“Feliz alegre” (Aluno 16).

“Como uma arte inspiração uma arte uma alegria de exultar” (Aluno 13).

Dessa forma podemos perceber que para eles o ritmo está presente principalmente na música e a dança em seus movimentos, já a música por sua vez está relacionada com os sentimentos.

Já para Machado (1994) movimentar é um ato natural da humanidade,

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tornando-se assim primordial para a sobrevivência. E por isso deve ser trabalhado desde muito cedo na escola para transmitir incentivo e usar o corpo para aperfeiçoar os movimentos. A dança permite que o indivíduo se expresse por meio dos ritmos e sentimentos, as vontades, o desejo de se comunicar com os outros e com a natureza, fazendo com que descubra e redescubra seu corpo.

Dando partida a esse ponto de vista podemos dizer que os alunos têm uma visão única de como sentir o ritmo, pois não desassociam o ritmo da música da dança e que através disso podem despertar sentimentos. Para outros alunos o ritmo é sentido por meio dos sons, das batidas encontradas na música e na dança, mas não associam aos sentimentos apenas destacam como sentiram.

Para alunos surdos presentes na turma o ritmo é percebido por meio de aspectos visuais e táteis, que é possível sentir alegria, neles, mesmo sem ouvir.

Sendo que algumas respostas foram:

“Depende da música a música tem que ter ritmo para poder dançar com batidinhas” (Aluno 10).

“Eu sinto pelos movimentos da musica” (Aluno 15).

“Com as batidas do ritmo” (Aluno 17).

“Sinto o ritmo dependendo do que eu vejo ou sinto” (Aluno 19).

Partindo desse ponto de vista os alunos sentem o ritmo, mais comum nas batidas e pelos movimentos apresentados na música. O professor que possui em sua turma de alunos com deficiência como no caso a surdez precisa saber respeitar o tempo de aprendizagem desses alunos, pois nem sempre é fácil trabalhar a dança sem que o indivíduo ouça a música, ele precisa de apoio dos demais colegas para que realize corretamente os movimentos, pois através de olhares eles conseguem entrar no mesmo ritmo dos outros alunos.

Para Mallmann e Barreto (S/A) o sentimento que a dança traz é algo muito bom, é o momento em que a criança transmite através de movimentos e com o ritmo que está sentindo. Dessa forma podemos dizer que a criança ao escutar uma música ou até mesmo ao sentir um som realizado por algum objeto, já consegue transmitir imediatamente para seu corpo e traduzi-lo em sentimentos e ações.

Sendo que nossas primeiras aulas foram realizadas em sala de aula devido à falta de espaço na escola e também para utilizarmos a televisão que estava na sala, pois não encontramos aparelho de som que tivesse adaptador para pendrive. Nossas primeiras brincadeiras ocorreram em sala, encontramos bastante dificuldade para

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realizar as práticas, pois o espaço era pequeno.

Houve muita reclamação por parte dos alunos quanto ao espaço, alguns falavam que não iriam realizar a aula porque era muito ruim dentro da sala. Mas apesar disso, estavam empenhados nas atividades propostas sempre dando ideias para melhorar as atividades do ponto de vista deles. Muitos chegaram a falar que estavam aprendendo com os jogos e brincadeiras rítmicas que propúnhamos.

Segundo o aluno 11:

“A dança nós ajuda em todas as atividades da vida” (Aluno 11).

Vale lembrar que na idade dos indivíduos pesquisados já se tem um bom conceito do bom ou ruim, dessa forma podemos entender que eles sabem que a dança traz grandes benefícios para a saúde, e por isso é um conteúdo de grande importância para ser trabalhado na escola.

Ao realizar as atividades rítmicas os alunos entendiam que aquelas brincadeiras que consideradas por algumas “brincadeiras infantis”, eram na verdade grandes auxiliadoras para que pudessem aprender ritmos, que mais tarde vieram a ser aprimorados na dança. Certas brincadeiras principalmente para os alunos repetentes presentes na turma eram criticadas, segundo 6:

“Essas brincadeiras são para o jardim” (Aluno 6).

Havia alunos que perguntavam o motivo pelo qual tinham que fazer essas atividades ao invés de estar na quadra jogando futsal, queimada ou qualquer outra atividade que realizavam com mais frequência. Como também havia aqueles que estavam sempre dispostos a realizar as atividades e aprender coisas novas.

Dessa forma podemos perceber que existe uma diversidade de alunos dentro das salas de aulas e os professores devem respeitar essa diversidade de gosto mais ao mesmo tempo expor o quanto é importante cada atividade e quais seus benefícios.

Dessa forma, podemos afirmar que para uma maior aceitação e motivação dos alunos, as crianças precisam ser trabalhadas desde muito cedo e esse trabalho não pode parar, precisa ser contínuo. A timidez era muito presente nas aulas, muitos alunos não se sentiam à vontade para realizar as atividades, principalmente as que envolviam contato com os colegas e que realizavam movimentos em ritmos com seus corpos.

Então é partindo desses fatos que devemos elencar vários benefícios que a dança pode trazer para o desenvolvimento das crianças. Os movimentos realizados

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pelos nossos corpos são algo muito presente no cotidiano, ou seja, é natural do ser humano e fundamental para a sobrevivência. Uma forma de aperfeiçoar esses movimentos é através da dança que trabalha de forma detalhada cada movimento que o corpo pode realizar. Sendo assim determinado aluno cita que:

“Pra dançar é só mexer o corpo e escutar a música” (Aluno 5).

“Dançar é só escuta a musica e se mexer” (Aluno 17).

“Eu sinto a música e danço” (Aluno 19).

Com base nas respostas apresentadas pelos alunos, podemos entender que para eles a dança é movimentar o corpo ao som da música, sentindo a música e transmitindo em forma de movimentos. Diante disso, foi dada a liberdade durante as atividades para que os alunos pudessem expressar suas ideias que surgiam ao escutar a música, quando a turma toda concordava em realizar os movimentos criados pelos colegas e estes eram utilizados nas brincadeiras e coreografia.

Para Nanni (2002) a dança faz com que o indivíduo se sinta emancipado e essa sensação vem da criação presente na dança, pois ao se criar algo mesmo que seja em si mesmo isso se torna único, traz o surgimento de uma nova identidade, e uma libertação do senso comum.

Já para outros alunos a dança tem outros conceitos:

“Só gosto de funck, não quero dança outra coisa” (Aluno 8).

“Vamos dançar a música daquele vídeo que as mulheres estão todas de roupa bem curta, que canta em inglês” (Aluno 2).

Percebemos a influência da mídia influenciando fortemente os gostos dos alunos, ao propor escolher uma música para dançarmos juntos todos expuseram opiniões diferentes, porém todos optaram por músicas lançadas recentemente demonstrando ainda mais a influência midiática entre eles.

Brasileiro (2002) nos apresenta que todos vivem por influência da mídia, por mais natural que pareça. Pois existe um padrão de beleza já criado que está presente até mesmo na própria dança, e assim podemos perceber que a Educação Física se torna um meio para a busca dessa beleza.

É necessário que o professor diferencie para os alunos que está trabalhando um conteúdo e não influenciando gostos de determinados gêneros musicais, destacando que o que veem na televisão é diferente do aprendizado escolar, pois a dança na escola não trabalha apenas com coreografias prontas e que estão na moda, dança também é cultura e arte.

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Após uma longa conversa, os alunos optaram por uma música eleita por votação em sala, que foi possível trabalhar nas aulas seguintes. Ocorreram certas reclamações a respeito da música, mas por fim todos acabaram realizando os passos.

Nas aulas de criação de passos para dança, todos opinaram e apresentaram ideias e participaram ativamente. Alguns alunos participavam de grupos de dança fora da escola, e possuíam mais facilidade em desenvolver os passos e por isso auxiliavam os colegas. Estes apresentavam uma melhor coordenação e ritmo quando comparados aos demais.

A dança deve-se tornar uma prática continuada e sistematizada, de forma que todos tenham acesso, tornando-se realidade em todas as escolas, os alunos junto com a professora devem pensar e explorar a dança usá-la como meio de conhecimento, com conteúdo e objetivos próprios.

Foi possível analisar que quando se trata de espaço para se trabalhar na escola alguns pontos são negativos, pois foi nos permitido usar um espaço delimitado, o auditório onde os alunos encontraram dificuldades para realizar os movimentos.

Muitas vezes era preciso ter uma conversa com o aluno para que eles participassem, pois recusavam por conta do espaço e do calor gerado no ambiente.

Contudo, através das primeiras aulas sobre jogos e brincadeiras rítmicas os alunos conseguiram um grande avanço, pois estavam cada vez mais entrosados e menos tímidos, passaram a ter um melhor desenvolvimento para se trabalhar a dança. Segundo os alunos:

“Gostei dessas brincadeiras por que são bem diferentes” (Aluno 7). “Gostei, pois nós não tinhamos aulas de dança antes” (Aluno 1).

“Queria que não acabasse as aulas de dança mais” (Aluno 4).

No decorrer das aulas, foi perceptível o quanto os alunos tinham avançado e estavam gostando das atividades. Porém alguns não estavam satisfeitos, pois preferiam fazer outra atividade como se refere os alunos:

“Quando vamos jogar bola professora?” (Aluno 13).

“Queria ter aula livre” (Aluno 10).

Ao perguntar para os alunos se já haviam trabalhado a dança propriamente dita, a resposta foi imediata, pois todos falaram que não, apenas que algumas brincadeiras que tinham música. Alguns ressaltaram que não gostavam de dançar e preferiam jogar bola que era mais divertido e não teriam vergonha, mais que da mesma forma participariam.

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É preciso respeitar as decisões dos alunos não pode obrigá-los a realizar certas atividades, porém é necessário incentivar e criar estratégias metodológicas que estimulem a participação. Os alunos a cada aula traziam ideias novas, pesquisavam, assistiam vídeos e desenvolviam movimentos para realizar com os colegas.

Buscavam sempre novidades e pediam para que fossem vivenciadas, como percebemos na fala do aluno:

“Professora podemos aplicar uma brincadeira de dança que aprendi na minha igreja” (Aluno 2).

As aulas acabaram despertando interesse em alguns alunos que comentavam o desejo por ter belos corpos, como os dos dançarinos que assistiam em vídeos, algumas meninas destacavam que gostariam de se tornar grandes dançarinas e ter um corpo bem definido e saudável como as que observavam nos vídeos. Como a aluna:

“Quero dançar igual as dançarinas desses programas da TV” (Aluno 16).

A dança pode ser um conteúdo que proporciona discussões sobre o padrão corporal presente nas redes sociais e a cultura de massa. O professor de Educação Física é grande responsável por incentivar seus alunos a práticas saudáveis como a atividade física, podendo assim usar a dança como uma opção de hábito saudável, pois é direito do aluno conhecer esse conteúdo para usufruir dele enquanto estudante para tomar gosto enquanto prática na vida adulta.

“Eu adoro ir as aulas de dança por que aprendo coisas novas fico feliz, as vezes canso mais sei que faz bem suar” (Aluno 15).

Quanto aos alunos que participam de aulas de dança fora da escola, muitos deles comentavam que praticavam a dança como meio de promover a saúde, como exercício para o corpo e ao mesmo tempo diversão.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que os objetivos da pesquisa foram alcançados, destacamos contribuições da dança para desenvolvimento do aluno na escola, evidenciamos como os jogos rítmicos contribuem como um conteúdo e estratégia metodológica para inserção do conteúdo e ensino do ritmo. Por meio do conjunto de aulas foi possível estimular a superação de limites, desenvolvimento da coordenação e ritmo e superação da timidez e resistência em vivenciar a dança na escola.

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Esperamos que por meio dessa pesquisa novos estudos possam problematizar o ensino da dança e evidenciar sua importância. O número de aulas aplicadas foi pequeno (oito), mas estas evidenciaram que é possível trabalhar com o conteúdo de forma significativa, estimular a motivação por meio de desafios e do interesse dos alunos, bem como destacar que o ensino de forma planejada é capaz de atingir objetivos que levam ao desenvolvimento do aluno.

5. REFERÊNCIAS

AMARAL, L, F; COFFANI, M, C, R, S. Educação Física & Brincar: possibilidades de intervenção na escola. Movimento & Percepção: Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 10, n. 15, jan/jun, 2009.

BRASILEIRO, L, T. O Conhecimento no Currículo Escolar: o conteúdo dança em aulas de Educação Física na perspectiva Crítica. Movimento, Porto Alegre, V. 8, n. 3, p. 5- 18, set/dez, 2002.

CARVALHO, M, P. Jogos Rítmicos. Revista Eletrônica Informática G.R.D. Ano V - Edição 12. jun/dez. Rio de Janeiro, 07 de setembro de 2005.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, 8º.ed. São Paulo:

Cortez, 2006.

FLUX, M. Dança Experiência da Vida. São Paulo: Summus, 1983.

MACHADO, P, E. A busca do auto-conhecimento através da consciência corporal:

uma nova tendência. Universidade Estadual de Campinas, 1994.

MALLMANN M. L. C., BARRETO S. J. A dança e seus efeitos no desenvolvimento das Inteligências Múltiplas da criança. Instituto Catarinense de Pós-graduação;

[data desconhecida].

MARQUES, G, M. Consciência Corporal: o que é? Revista Ensaio Geral, Belém, v.1, n.1, jan/jun, 2009.

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MARQUES, I, A. Ensino de Dança Hoje Textos e Contextos. São Paulo: Cortez, 2007.

NANNI, D. Dança Educação – Princípios, Métodos e Técnicas. Rio de Janeiro: 4º edição: Sprint, 2002.

OLIVEIRA, E, N. Dança, a Quem Corresponde na Escola: a Educação Física ou ao Ensino de Arte. Revista Educação. Artes e Inclusão V. 01, ano 03 (2010) Universidade do Cariri.

SANTOS, R.C.; FIGUEIREDO, T. Dança e inclusão no contexto escolar, um diálogo possível. In: Revista Pensar a prática, vol.6, 2003, p. 107-116.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2005.

TRIVINOS, A. N. S, Introdução a pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação, São Paulo: Atlas, 1987.

Linha 2: Fundamentos teórico-metodológicos do processo ensino-aprendizagem e avaliação em Educação Física.

Autoras:

Daiane Grando

Poliana Cristina Gulhak Apolinario

Endereço: Rua Hailton Jaskulski, Vila Bela, nº 85, Guarapuava, Paraná.

e-mail: prof.daianegrando@hotmail.com Instituição das autoras: UniGuairacá.

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