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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ESPECIAL PREVIDENCIÁRIO DE CURITIBA/PR.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO JUIZADO

ESPECIAL PREVIDENCIÁRIO DE CURITIBA/PR.

Autos do Processo Eletrônico

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal,

sucessora do IAPAS e INPS, na forma do Decreto 99.350, de 07.06.91, com Procuradoria

Federal Especializada INSS em Curitiba /PR, à rua João Negrão esquina com a Rua XV de

Novembro, por seu Procurador ex lege

1

, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência,

com fulcro no artigo 297 do CPC c/c com as Leis 9.099/1995 e 10.259/2001, oferecer

C O N T E S T A Ç Ã O

aos termos da Ação em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I – RELATÓRIO

A parte autora ingressa com a presente ação, afirmando não ter condições de

trabalho, motivo pelo qual postula a concessão/restabelecimento de benefício incapacitante.

Referida prestação foi indeferida/cessada pelo INSS em razão da perícia médica da

autarquia constatar o não preenchimento do requisito incapacidade.

1

Art 9º da Lei 9.469/1997. A representação judicial das autarquias e fundações públicas por seus procuradores ou advogados, ocupantes de cargos efetivos dos respectivos quadros, independe da apresentação do instrumento de mandato.

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II – FUNDAMENTAÇÃO

Normas aplicáveis ao caso

O benefício de auxílio-doença encontra sua disciplina no artigo 59 da Lei

8.213/91 e no artigo 71 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto

3.048/1999:

Art. 59 da Lei 8.213/91: O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral da Previdência já portador da doença ou da lesão invocada como causa de pedir para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Art. 71 do RPS: O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos.

§ 1º Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

§ 2º Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza.

Emerge das normas supra, que são os seguintes requisitos para a

concessão do auxílio-doença: a) possuir a qualidade de segurado; b) cumprir a

carência, quando exigida; c) ficar incapacitado para o trabalho ou para sua atividade

habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Já o benefício de aposentadoria por invalidez por sua vez, encontra-se

regrada no artigo 42 da Lei 8.213/91 e no artigo 43 do Regulamento da Previdência Social,

aprovado pelo Decreto 3.048/1999:

Art. 42 da Lei 8.213/91: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. §1o. A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o Segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

§2o. A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Art. 43 do RPS: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição.

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§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico-pericial a cargo da previdência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

São requisitos, portanto, para a concessão da aposentadoria por

invalidez: a) possuir qualidade de segurado; b) cumprir a carência, quando exigível; c)

ficar incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade

laboral.

Procedimento de alta programada

Oportuno destacar também a legalidade do sistema conhecido como alta

programada, para tanto pede-se vênia para transcrever o entendimento do juiz relator da 2ª

Turma Recursal do Paraná Danilo Pereira Júnior, cujos argumentos se incorporam à

presente fundamentação:

“(...) não consigo vislumbrar, ao menos no plano teórico, abstrato, a inconstitucionalidade ou ilegalidade do procedimento.

Ao revés, prima facie, e consoante defendido na peça recursal, o procedimento administrativo encontra amparo no princípio da eficiência e, ainda, no meu sentir, na razoabilidade.

Sobreleva destacar que “as prestações são concedidas por um determinado período de tempo, maior ou menor, quer em função da sua própria natureza e objetivos, quer em conseqüência da ocorrência de situações que, nos termos da lei, implicam a sua supressão ou cessação. Com a característica da duração queremos fazer referência ao primeiro daqueles elementos, ou seja, ao facto de que a atribuição da prestação ou reconhecimento do respectivo direito é feito à partida com referência a um certo período de tempo. Por isso, estas prestações, que constituem a grande maioria, são consideradas de atribuição continuada, com termo certo ou incerto, o que significa que o respectivo gozo pelos seus titulares é assegurado durante algum tempo, que pode ser bastante dilatado ou durar mesmo toda a vida. A razão de ser desta temporalidade das prestações resulta da própria permanência no tempo dos efeitos do risco social ou eventualidade...” (Ilídio das Neves, Direito da Segurança Social – Princípios fundamentais numa análise prospectiva, Coimbra Editora, 1996, p. 523).

Com efeito, não se pode olvidar, que é característica e pressuposto da prestação auxílio-doença sua temporalidade. A lógica formal orienta, portanto, à conclusão de que a incapacidade, neste caso e em regra, tem início e fim. A exceção, nestes casos, é a indeterminação da incapacidade ou sua consumação ad infinitum.

Extrai-se dos artigos 59 e 60 da Lei nº 8.213/91, que o auxílio-doença é devido ao segurado que estiver, por mais de 15 dias, incapacitado para o exercício de suas funções e será devido enquanto ele permanecer incapaz.

E, concessa venia, não consigo extrair do texto legal comando imperativo de que a Autarquia está obrigada a proceder, para a cessação do benefício, outra perícia. Inequívoca, sem dúvida, a redação do dispositivo legal de que o benefício será devido enquanto durar a incapacidade, o que não verifico consubstanciar contradição ao procedimento da “alta programada”.

Nada obsta, ao revés, preconizam os normativos internos a possibilidade de o segurado, inconformado com a data da cessação do benefício prevista na “alta programada”, protestar pela reconsideração e/ou recorrer do ato médico.

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racionalidade do sistema e, da mesma forma, não vislumbro que assegurar indefinidos pedidos significa assegurar qualquer direito. Ora, negado o pedido de reconsideração, há para o segurado o caminho do Poder Judiciário. Não vejo porque se deve permitir ao segurado ou ao cidadão inúmeras manifestações de inconformismo, quando, até mesmo, o processo judicial restringe essa reiteração (vg. listipendência, coisa julgada, etc).

Por fim, acaciano supor, principalmente considerando o número de processos judiciais, que o simples fato de o segurado ser submetido à perícia para conclusão da incapacidade constituirá em garantia de que seu direito não será violado.

De outro norte, e em que pese posicionamentos contrários, não se pode desprezar, na formulação e interpretação das próprias regras jurídicas, como, de resto, nas linhas condutoras da convivência social, a experiência humana e, propriamente, a apreensão do conhecimento empírico das ciências (regras de experiência, admitidas, inclusive pelo nosso ordenamento jurídico como norte para a solução de conflitos).

Ipso facto, não se me afigura desarrazoado e desproporcional admitir que a administração utilize-se da experiência médica, como referencial e vetor de seus atos, mormente considerando a natureza do ato em questão que é, na essência, a avaliação deste ramo do conhecimento humano. Não se me afigura lógico supor que a mesma ciência que orienta a definição da incapacidade não serve para delimitar a sua cessação.

Por exemplo: se em 99% dos casos um paciente, que tem uma fratura no ante-braço, leva dois meses para se recuperar e voltar às suas atividades, o que justifica impor a obrigação de administração em 100% dos casos submetê-lo a nova perícia para atestar o que, de início, já se tinha conhecimento? A justificativa seria, quiçá, a possibilidade de ao longo daquele período surgirem “n” intercorrências? Ora, nesse caso, não seria impor a solução pela exceção?

A fixação de prazo para a cessação da incapacidade, ademais, é prática comum na medicina e, para tanto, basta observar, ao menos no caso em apreço, os atestados médicos apresentados pelo autor que igualmente fixam prazo para o afastamento.

Em resenha, portanto, não verifico, ao menos no plano abstrato, ilegalidade no procedimento de “alta programada”.

(Fonte: www.jfpr.gov.br - Autos nº 2006.70.95.008789-4. Relator: Juiz Federal Danilo Pereira Junior. Data da decisão: 28/11/2006)

Assim sendo, como bem exposto pelo Dr. Danilo Pereira Júnior, o termo final

para a cessação da incapacidade, além de constituir praxe médica, vai ao encontro dos

Princípios Constitucionais da Razoabilidade, Proporcionalidade e Eficiência que regem a

administração pública. Logo não há que se falar em ilegalidade de referido procedimento.

Hipótese dos Autos

O benefício foi cessado/indeferido em razão de parecer médico contrário do

INSS, que concluiu pela capacidade laboral da parte autora. Desta forma, ausente o

requisito incapacidade, mostra-se correto o agir desta autarquia previdenciária.

Ademais, o acerto do INSS é corroborado pela perícia judicial, posto que o

expert também entendeu que a parte autora não apresenta incapacidade para o trabalho.

Por fim, há que se ressaltar, que a parte deve comprovar, ainda, o

cumprimento dos demais requisitos – qualidade de segurado e carência – para fazer jus ao

benefício previdenciário.

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Portanto o INSS requer a confirmação do ato administrativo que

indeferiu/cessou o benefício pretendido, com a consequente improcedência dos pedidos

formulados na inicial

PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

Atento ao Princípio da Eventualidade, o INSS requer em caso de procedência

dos pedidos formulados na inicial, o que se admite apenas a título de argumentação, que

eventual condenação observe o seguinte:

a) a prescrição quinquenal deve ser sempre observada, por ser matéria que o Juízo deve

conhecer de ofício;

b) a correção monetária deve observar os índices legais, ou seja, IGP-DI até janeiro/2004

e a partir de referida data, o INPC:

SÚMULA Nº 07 da TRSC:“Em ações de concessão ou revisão de benefícios

previdenciários o INPC substitui o IGP-Di na atualização das parcelas

vencidas, desde 02-2004 (MP nº 167, convertida na Lei nº 10.887/2004, que

acrescentou o artigo 29B à Lei nº 8.213/91, combinada com o art. 31 da Lei

10741/2003)”.

c) eventual benefício seria devido apenas da data da intimação do INSS de eventual

laudo complementar, posto que apenas nesta data teria sido constada a incapacidade,

sendo certo, ainda, que há de ser verificado o cumprimento dos demais requisitos legais;

d) a condenação deve observar o limite de competência do JEF (60 salários mínimos –

prestações vencidas até o ajuizamento mais doze vincendas), posto ser ineficaz a

condenação que ultrapasse tal montante.

III - PEDIDO

Ante o exposto, o INSS requer a improcedência do pedido. Em sendo diverso

o entendimento, requer que eventual condenação observe os pedidos formulados no tópico

Princípio da Eventualidade.

Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito,

especialmente a documental e pericial.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Curitiba, data do protocolo virtual.

Procuradoria Federal Especializada – INSS

Referências

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