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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Caro aluno,

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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA Caro aluno,

Vamos iniciar uma nova disciplina no curso de Pedagogia e estuda remos os aspectos legais que dão as orientações para a organização das escolas e que também estruturam as relações entre as diferentes esferas administrativas e os órgãos gestores dos sistemas de ensino.

Esse curso tem o objetivo de apresentar a construção social e histórica da legislação educacional brasileira e estudar a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, destacando, inicialmente, os fins e princípios da e educação brasileira e, a seguir, as atribuições e competências das diferentes esferas de poder executivo, os níveis e modalidades de ensino. O conhecimento e a compreensão da estrutura e do funcionamento da educação básica brasileira permitem perceber a abrangência e a importância da educação nacional como um processo social que alcança o que há de mais profundo na vida da sociedade.

Em 5 de outubro de 1988, tivemos a promulgação da nossa atual Constituição Federal, na qual a educação nacional é considerada como um direito social e tem definidos seus fins, princípios, sua estrutura e seu funcionamento.

Em 20 de dezembro de 1996, foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sob o número 9.394, publicada no Diário Oficial da União em 23 de dezembro de 1996.

1. FINS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO NACIONAL Antecedentes da nova LDB

A primeira proposta do projeto de lei para a nova LDB foi apresentada em dezembro de 1988 pelo Deputado Otávio Elísio (PSDB-MG) na Câmara dos Deputados e recebeu o nº 1.158-A/88. O deputado Jorge Hage (PSDB-MG), relator da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados, apresentou um substitutivo à proposta original. As discussões sobre elas foram até o final do mandato legislativo de 1987 a 1990.

No mandato seguinte, de 1991 a 1994, as discussões sobre a nova lei abrangeram instituições científicas, acadêmicas e estudantis, movimentos

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sindicais, sindicatos de professores, de trabalhadores em educação, de donos de escolas, entidades de classe e outros interessados, e o substitutivo apresentado pelo deputado Jorge Hage incorporou muitos projetos e emendas.

Em 13 de maio de 1993, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei substitutivo e encaminhou-o para aprovação ao Senado Federal. A aprovação do projeto de lei substitutivo não se realizou devido a muitas discordâncias, o que levou o senador Cid Sabóia de Carvalho a apresentar esse projeto à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O texto apresentado estava coerente com as discussões realizadas pelos deputados e representantes da sociedade civil ligados à questão educacional.

Afinal, o que aconteceu?

No novo mandato legislativo, de 1995 a 1998, sem a aprovação do projeto de lei apresentado, em 1995, o Ministério da Educação enviou um novo projeto de LDB, assinado pelo senador Darcy Ribeiro. Esse projeto substitutivo não se assemelhava ao projeto aprovado pela Câmara dos Deputados e debatido por vários anos pelos deputados e representantes interessados em educação da sociedade civil.

Os senadores, pressionados para a aprovação do projeto apresentado pelo senador Darcy Ribeiro, gravemente doente, e pelo apoio ao governo de 60 dos 81 senadores, discutiram as duas propostas ao mesmo tempo.

O senador Darcy Ribeiro apresentou muitas versões de seu projeto, nas quais procurava incorporar emendas que visaram à diminuição das resistências.

Houve críticas sobre a forma irregular como o projeto da LDB do governo foi apresentado ao Senado Federal; defensores do projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, como o professor Florestan Fernandes, argumentaram que o projeto do governo possuía caráter genérico, centralizador e privatista.

O projeto aprovado pela Câmara dos Deputados foi arquivado e, em janeiro de 1996, foi aprovado pelo Senado Federal o projeto apresentado pelo senador Darcy Ribeiro.

O projeto voltou à Câmara dos Deputados, e o relator foi o deputado José Jorge (PFL-PE); foi aprovado em 17 de dezembro de 1996 com pequenas alterações que não contrariaram o projeto. Em 20 de dezembro de 1996, o

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presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, transformou-o na Lei nº 9.394/96, publicada no Diário Oficial da União em 23/12/1996.

Finalmente, a educação básica torna-se direito para todo cidadão brasileiro. Conceituação da lei

Antes de iniciarmos a discussão sobre a Lei 9.394/96 propriamente dita, vamos tratar dos conceitos da lei. A Lei 9.394/96 teve como base para sua elaboração os princípios orientadores da Constituição Federal, em primeiro lugar, e depois do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. A escrita das leis segue um mesmo critério: são escritas por meio de artigos, incisos e parágrafos, por exemplo, Constituição Federal, Constituições Estaduais, leis orgânicas, leis complementares, decretos, resoluções, pareceres, deliberações, indicações, regimentos.

A partir da Constituição Federal, cada Estado e o Distrito Federal devem elaborar as Constituições Estaduais, e os Municípios, as leis orgânicas, e, a partir desses dispositivos legais, definirem as regras que orientarão seus respectivos sistemas de ensino.

 Artigo, inciso, parágrafo e alíneas:

 artigo: segundo Acquaviva (2005, p.156), elemento estrutural da lei que consiste em sua unidade básica;

 inciso: segundo Acquaviva (2005, p.471), o inciso, também denominado de item, é elemento estrutural da lei que divide o artigo ou o parágrafo, atuando de forma a discriminar aquele quando o assunto não possa ser condensado nem constituir parágrafos;

 parágrafo: segundo Acquaviva (2005, p.627), elemento natural da lei que consiste na imediata divisão de um artigo, versando sobre assunto complementar ao trecho em que figura, explicando a disposição principal;  alínea: segundo Acquaviva (2005, p.131), elemento estrutural da lei, consistente numa das subdivisões do artigo, assinalada por uma letra, destacada por intermédio de um parêntese, assim, a)...b)...

 Indicação, parecer, deliberação e resolução:

O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão colegiado do Ministério da Educação (MEC) e os Conselhos Estaduais de Educação (CEE´s), órgãos colegiados das Secretarias Estaduais da Educação (SEE) e Conselhos

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Municipais de Educação (SME´s), órgãos colegiados das Secretarias Municipais de Educação usam como instrumentos para a elaboração das orientações emanadas pela Constituição Federal leis complementares, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei 9.394/96 (LDBEN), indicações, pareceres, deliberações e resoluções.

As Secretarias de Educação Estaduais e Municipais usam como instrumentos de orientação as resoluções.

 Portaria, comunicado:

 os órgãos de administração do sistema usam as portarias e os comunicados para expedir suas orientações e determinações.

 Regimento:

 as instituições de ensino e os colegiados elaboram seus regimentos internos. O regimento é um documento legal interno das instituições que determina as atribuições e competências dos integrantes da instituição e as relações destas com a comunidade.

Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal de 1988, chamada por Ulisses Guimarães de “Constituição cidadã”, no capítulo III, determina os fins, princípios da educação, cultura e desporto, sendo que a seção I trata da educação. Nessa seção, do artigo 205 ao 214, encontram-se os fins e princípios da educação nacional, prevendo a estrutura e o funcionamento dela. Dos textos constitucionais brasileiros, o atual é o que tratou a educação no Brasil de forma mais detalhada.

Podemos reagrupar os nove princípios educacionais citados na Constituição em:

condições de garantia da universalidade do ensino escolar: inciso I – igualdade de condições de acesso e permanência na escola e inciso VI – gratuidade do ensino público;

princípio da expressão da liberdade: inciso II- liberdade de pensamento e de sua expressão; inciso III – pluralidade de ideias e de

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princípios relacionados ao conteúdo do ensino IX – garantia do padrão de qualidade; inciso X – valorização da experiência humana;

princípios relacionados com o mundo sociocultural inciso XI – vinculação entre a educação, o trabalho e as práticas sociais;

princípio de democratização do poder: inciso VIII-gestão democrática do ensino público.

A LDBEN 9.394/96, seguindo os princípios constitucionais e ampliando-os, apresenta as diretrizes e bases da educação nacional em nove títulos e 92 artigos. Apresentaremos a lei fazendo uma síntese de seus artigos. A lei inicia pela conceituação de educação, no art. 1º. Dispõe sobre os princípios e fins da educação escolar nos arts. 2º ao 7º; descreve a organização do ensino nos arts. 8º ao 20; define os níveis da educação básica, que são a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e as modalidades do ensino básico, que são a Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Educação Especial e o Ensino Superior nos arts. 21 ao 60; trata das condições dos profissionais da educação nos arts. 61 ao 67; determina a procedência e os critérios de uso dos recursos financeiros destinados à educação nos arts. 68 ao 77; do artigo 78 ao 92 estabelece as disposições gerais e transitórias para a aplicação da lei.

Título I – Da educação

Art 1º - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º - Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º - A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

A educação é conceituada no caput do artigo, conforme o entendimento dos legisladores que aprovaram a lei e é entendida como todos os processos

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formativos que ocorrem de diferentes maneiras e nas diversas instâncias da sociedade.

No parágrafo primeiro, explicita que educação escolar é aquela que ocorre por meio do ensino, em instituições próprias. Significa que a LDB cuida somente da educação escolar. Os outros processos formativos, que ocorrem em outras instâncias sociais, podem ser considerados educação, porém não educação escolar.

No parágrafo segundo, complementa o conceito de educação escolar definindo os dois princípios que devem norteá-la: a vinculação ao mundo do trabalho e à prática social. Podemos entender os dois objetivos principais da educação escolar: preparar o aluno para o trabalho e para o convívio social.

A educação apresenta como novo mapa de referência para a escola e para o processo educativo a prática social, o mundo do trabalho, movimentos sociais e manifestações culturais.

Título II – Dos princípios e fins da educação nacional

Art.2º-A educação, dever da família e do Estado,inspirada nos

princípios de liberdade e nas ideias de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Reproduz de forma mais simplificada o que está no art. 205 da Constituição Federal de 1988, pois não cita que a educação deverá ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, como consta na Lei Maior. Devemos entender que a educação é um direito de todos, e é dever da família e do Estado proporcionar as condições para que esse direito seja usufruído. O Estado, seja a esfera federal, estadual ou municipal, deve garantir as vagas nas escolas públicas aos alunos, aos pais o dever de matricular seus filhos na escola e ao aluno o direito de estudar.

As finalidades da educação brasileira são:

1- o pleno desenvolvimento do indivíduo, também previsto no art. 205 da CF;

2- o preparo para o exercício da cidadania está vinculado à qualificação para o trabalho, assim como

3- a prática social está vinculada ao mundo do trabalho, e ambos constituem os principais elementos da concepção de educação.

O título II da LDB, apesar de conter apenas dois artigos, pode ser considerado como um dos mais importantes, pois expressa de maneira clara os princípios que devem nortear a educação brasileira e suas finalidades.

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Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I-igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II-liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III-pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV-respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V-coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI-gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII-valorização do profissional da educação escolar;

VIII-gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX-garantia de padrão de qualidade;

X-valorização da experiência extra-escolar;

XI-vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

O art. 3º repete o que está disposto no art. 206 da CF e amplia-o apresentando onze incisos, e o art. 206 da CF, nove. Eles são os princípios que significam as ideias, os conceitos e as concepções que regem a educação brasileira.

O inciso I do art. 3º da LDB repete o inciso I do art. 206 da CF e diz respeito à igualdade de condições para acesso e permanência na escola, que significa criar condições para os cidadãos para o acesso à escola, por meio de ofertas de vagas nas escolas públicas aos que nela quiserem estudar. A permanência na escola, com sucesso, torna-se tão importante quanto o acesso à escola. O acesso e a permanência com sucesso significam a qualidade de ensino que o cidadão deve ter para usufruir integralmente o direito à educação.

O inciso II repete o inciso II do art. 206 da CF. A colocação desse princípio reflete a coerência da concepção de educação para a construção do cidadão para uma sociedade democrática: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber.

O inciso III está integrado ao inciso V e ambos estão contidos no inciso III do art. 206 da CF: pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino, que também fazem parte de uma concepção de educação democrática. Significa que as instituições privadas de ensino têm a garantia de oferecer ensino como uma garantia constitucional.

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O inciso IV, respeito à liberdade e apreço à tolerância, revela quais são os valores humanos que devem reger o ensino, que são fundamentais à educação e que não está contemplado no art. 206 da CF.

A LDB 9.394/96, lei complementar, pode e deve ampliar as ideias e concepções presentes na CF sem que isso signifique ilegalidade ou inconstitucionalidade.

O inciso VI repete o inciso IV do art. 206 da CF, gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; está colocado como princípio e não como obrigatoriedade, o que não garante que todos os níveis de ensino das escolas públicas não sejam privatizados.

O inciso VII repete, com menor abrangência, o inciso V da CF, valorização do profissional da educação escolar, o que significa que excluiu os trabalhadores não-docentes da categoria de profissionais da educação.

O inciso VIII do art. 3º da LDB, gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino, repete o inciso VI do art. 206 da CF e é o princípio mais importante para os que defendem a educação pública democrática, gratuita e laica.

O inciso IX do art. 3º está presente no inciso VII do art. 206 da CF, garantia de padrão de qualidade, porém, o difícil é deixar claro o que significa o padrão de qualidade.

O inciso X do art. 3º não aparece na CF e significa reconhecer a importância das diferentes propostas pedagógicas existentes no princípio valorização da experiência extraescolar. É importante reconhecer o papel dos conteúdos sistematizados trabalhados pela escola.

O inciso XI do art. 3º reforça a ideia já presente no art. 2º, como concepção de educação; apresenta-se também como princípio norteador da educação e do ensino brasileiro, preparar o aluno para o trabalho e para a convivência em sociedade.

Título III – Do direito à educação e do dever e educar

Art. 4º - O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

I-Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II-progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao Ensino Médio;

III-atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV-atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a cinco anos de idade;

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V-acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI-oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII-oferta de educação regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;

VIII-atendimento ao educando, no Ensino Fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

IX-padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.

Este artigo da LDB determina quais são os deveres do Estado na oferta da educação escolar pública para os cidadãos brasileiros. Retoma os deveres no caput do artigo e sete de seus incisos são os que estão apresentados no art. 208 da CF, sendo que três parágrafos finais desta estão contemplados em outras partes da Lei 9.394/96.

Os deveres apresentados são as obrigações que devem ser cumpridas e que estão previstas nos seus incisos e representam as garantias mínimas a serem respeitadas na oferta da educação escolar pública.

O inciso I do art. 4º dispõe que o Estado deve oferecer Ensino Fundamental gratuito para todos, inclusive para os que não tiveram acesso na idade própria. A Educação de Jovens e Adultos, antiga suplência, atende aos jovens, adultos e idosos que não estudaram na idade própria.

O inciso II do art. 4º se assemelha ao inciso II do art. 208 da CF, que trata da progressiva extensão da obrigatoriedade e da gratuidade ao Ensino Médio; pode ser entendido como futura proposta para esse nível de ensino. A lei não deixa claro quando vai ocorrer, e já estamos há quinze anos da promulgação da Constituição Federal, e há onze anos da LDBEN.

O inciso III do art. 4º coincide com o texto constitucional no inciso III do art. 208, ao estabelecer qual deve ser a política educacional quanto à Educação Especial quando determina o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.

O inciso IV do art.4º retrata o inciso IV da CF, que foi alterada pelo EC

53/96, em que atualmente consta: “Educação infantil, em creches e pré-escolas, às crianças até 5 (cinco) anos de idade” (NR), e não apresenta o que dispõe na LDB, que acrescenta a palavra “gratuito”.

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O inciso V do art. 4º, assim como o inciso V do art. 208 da CF, contempla o direito de todas as pessoas ao acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, porém, é limitado o direito quando acrescenta “segundo a capacidade de cada um”.

O inciso VI do art. 4º coincide com o inciso VI do art. 208 da CF; dispõe sobre o dever do Poder Público quanto à “oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do aluno”. O problema está no entendimento desse princípio, que pode significar um ensino com menos conteúdo que o diurno. O inciso VII do art. 4º da LDB não está escrito na CF e afirma como dever do Estado a “oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola”. O cuidado no entendimento desse princípio é o da não-discriminação dessa educação escolar, na forma de ensinar ou na redução do conteúdo a ser ensinado.

O inciso VIII do art. 4º retrata o inciso VII do art. 208 da CF, que cuida das condições objetivas da permanência dos alunos na escola, quando as condições socioeconômicas são adversas.

O inciso IX do art. 4º que não está contemplado na CF, dispõe sobre padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Apesar de defender a qualidade de ensino, não define objetivamente quais são os critérios para que sejam elencados os padrões mínimos de qualidade de ensino; nesse sentido, pode incluir tudo.

Art. 5º - O acesso ao Ensino Fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.

§ 1º- Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:

I-recensear a população em idade escolar para o Ensino Fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso; II-fazer-lhes a chamada pública;

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§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino religioso obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.

§ 3º - Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da CF, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.

§ 4º - Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.

§ 5º - Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior. O § 1º do art. 208 da CF está explicitado no caput do art. 5º da LDB e, de forma mais abrangente, explica o que é “direito público subjetivo” — aquele que pode exigir vaga para o acesso ao Ensino Fundamental para toda e qualquer criança que esteja fora da escola: “qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo”.

O § 1º do art. 5º da LDB define as competências dos estados e municípios, em regime de colaboração e contando com a ajuda da União, em três incisos, das medidas que devem ser tomadas para que o direito de acesso ao Ensino Fundamental seja garantido.

O inciso I trata de uma das medidas que deve ser realizada pelo Poder Público, que é o recenseamento da população em idade escolar, de sua região, tanto da população em idade escolar,

como aquela que, embora fora da idade, não tenha frequentado o Ensino Fundamental.

O inciso II, outra medida que é dever do Poder Público — a chamada da população para a matrícula.

O inciso III, terceira medida, que é dever do Poder Público fazer com que os pais e responsáveis se responsabilizem pela frequência do aluno na escola.

Esses três incisos estão agrupados no § 3º do art. 208 da CF.

O § 2º do art. 5º regulamenta a importância do dever do Poder Público, em oferecer vagas no ensino fundamental para todos e depois o atendimento aos demais níveis e modalidades de ensino.

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O § 3º do art. 5º dispõe sobre a legitimidade de exigência, junto ao Ministério Público, do cumprimento do dever de garantir vagas para todos no Ensino Fundamental a “qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação com unitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, ao Ministério Público”. Há a responsabilização da autoridade competente, sendo que a ação judicial será gratuita e de rito sumário, constando no § 2º do art. 208 da CF e do § 3º do art. 5º da LDB. O § 4º do art. 5º da LDB reafirma a possibilidade de processar a autoridade competente, e só poderá ocorrer se houver a comprovação da negligência do Poder Público.

O § 5º do art. 5º abre novas possibilidades para que o Poder Público ofereça acesso aos diferentes níveis de ensino, como forma de abrir novas possibilidades de atendimento, como, por exemplo, a Educação de Jovens e Adultos à distância.

Art. 6º - É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no Ensino Fundamental (obs.: redação dada pela Lei nº 11.114/05).

Esse artigo complementa o art. 5º, como dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores no Ensino Fundamental, já a partir dos seis anos de idade. É direito das crianças o acesso ao Ensino Fundamental a partir dos seis anos.

Art. 7 º - O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I-cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino;

II-autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;

III-capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da CF.

O art. 7º prevê o direito à iniciativa privada de oferecer ensino e explicita nos três incisos as condições de como fazê-lo. Os incisos I e II já estavam previstos nos incisos I e II do art. 209 da CF.

É o inciso III que faz referência ao art. 213 da CF e que trata da destinação das verbas públicas à iniciativa privada quando as escolas forem comunitárias, confessionais ou filantrópicas, comprovem finalidade não-lucrativa, apliquem seus excedentes financeiros em educação e assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no encerramento de suas atividades. O § 1º do art. 213 da CF abre a possibilidade de destinação de recursos públicos às instituições privadas de ensino se o atendimento ao Ensino Fundamental se encontrar em duas situações: não ser possível pela escola

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pública devido à inexistência ou falta de vagas na região onde o aluno mora ou o aluno demonstrar falta de recursos.

É importante lembrar aqui que a questão da destinação de verbas públicas da educação para as instituições privadas de ensino sempre estiveram presentes nas Constituições Brasileiras, em 34, 46, na elaboração da primeira LDB brasileira, a LDB 4.024/61, e na atual Constituição Federal. As outras situações discutidas no art. 213 da CF serão retomadas no art. 77 da LDB.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O presente curso tem o objetivo de apresentar a educação básica brasileira e conceituar e compreender a estrutura e o funcionamento dos sistemas de ensino. O curso “Estrutura e Funcionamento da Educação Básica” apresenta a construção histórica da legislação educacional brasileira, focalizando os fins e os princípios da educação nacional.

Continuaremos a discussão sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96, referente aos aspectos da implantação e do funcionamento da política educacional brasileira, segundo a LDB.

2. SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO 2.1 conceito de sistema

O que significa sistema?

O professor José Augusto Dias (2004), citando Lalande, conceitua a palavra sistema como “Conjunto de elementos, materiais ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar um todo organizado”. Está presente a ideia de estrutura, de um todo formado por partes que são interdependentes e que estão presentes no interior de um conjunto de elementos.

O que é a teoria de sistema?

Quando usamos a teoria de sistema, referimo-nos a um ambiente que, além de considerar o que está dentro do sistema, analisa também o que está fora, pelas trocas que se realizam entre o sistema e o ambiente.

O sistema pode ser aberto ou fechado. O fechado não faz troca com o ambiente. No sistema aberto, há troca, pela interação com o ambiente. Neste sentido, recebe informações de fora e devolve informações a partir do funcionamento do sistema — o feedback. Para se referir ao que entra como informação no sistema, usamos o conceito de inputs, e para o que é devolvido como informação para o ambiente, outputs.

Nesse sentido, há a ideia de supersistema e subsistema. 2.2 O sistema escolar

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O sistema escolar brasileiro tem como finalidade proporcionar educação, e num aspecto específico, que é a escolarização.

É um processo sistemático e intencional, que tem como objetivo o desenvolvimento intelectual dos educandos e também dos aspectos físico, social, emocional e moral. Essa é a exigência da nossa sociedade em relação ao sistema educacional brasileiro. É um processo integral.

Quais são as contribuições da sociedade para a escola?

Podemos afirmar que as contribuições da sociedade para a escola são o conteúdo cultural, os recursos humanos, os recursos financeiros e os alunos.

Quais são as contribuições da escola para a sociedade?

As contribuições da escola para a sociedade são a melhoria do nível cultural da população, o aperfeiçoamento individual, a formação de recursos humanos e o resultado de pesquisas nos diferentes campos do conhecimento humano.

Estrutura do sistema escolar brasileiro

Compreende uma rede de escolas e uma estrutura de sustentação.

Rede de escolas: é o subsistema que se dedica à atividade fim do sistema e distribui-se dentro de uma estrutura didática com duas dimensões:

a) dimensão vertical: graus de ensino;

b) dimensão horizontal: modalidades de ensino.

Estrutura de sustentação: estrutura administrativa com posta de elementos não-materiais, entidades mantenedoras e administração.

a) Elementos não-materiais:  normas:

 -disposições legais: Constituição, leis e decretos;

 -disposições regulamentares: regimentos, portarias e instruções;

 -disposições consuetudinárias: ética, costumes e praxe;

 metodologia de ensino;

 conteúdo do ensino: currículos e programas. b) Entidades mantenedoras:

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 entidades particulares: leigas e confessionais;  entidades mistas: autarquias.

c) Administração: gestão do sistema. 2.3 Sistema escolar brasileiro 1- Dentro do território nacional;

2- sistema escolar está a serviço da cultura brasileira; 3- é ministrado na língua nacional;

4- está sujeito a uma legislação comum;

5- disposições legais que articulam os graus e equivalem às modalidades ensino.

2.4 Funcionamento do sistema escolar brasileiro Características

1- Do ponto de vista das entradas para o sistema:  -entrada de recursos financeiros;

 -recrutamento de pessoal em número e qualidade adequados para os diferentes postos;

 -admissão de alunos – 100% de atendimento. 2- Do ponto de vista do processo:

 -currículos e programas constantemente atualizados em função de necessidades individuais e sociais;

 -pessoal qualificado;

 -índices satisfatórios de desempenho, ausência de evasão e repetência.

3- Do ponto de vista das saídas do sistema:

 -formação de profissionais dos vários níveis de acordo com as necessidades sociais;

 -desenvolvimento cultural da população – expressar-se por escrito e oralmente, com fluência e elegância, e usufruir o patrimônio artístico e cultural;

 -suficiente orientação individual no sentido do emprego dos próprios recursos para a fruição de uma vida plena.

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Segundo Faustini (2004), as instituições sociais, para atender aos objetivos sociais que lhes são determinados, devem se ater a prescrições e regulamentos que lhes são específicos. São atividades que estão previstas nas legislações gerais e específicas já apontadas e que os teóricos da administração chamam de aspecto burocrático da organização.

A forma burocrática tornou-se a maneira dominante de organização de todas as sociedades modernas da atualidade, e burocracia significa um tipo hierárquico de organização formal. Esse conceito foi descrito por Max Weber, que estabeleceu as características de uma organização burocrática do tipo ideal.

Em uma organização burocrática, a autoridade é exercida por meio de um sistema de regulamentos e métodos, pela posição oficial que os indivíduos ocupam nessa organização. As posições estão colocadas obedecendo a um critério, que é o grau de importância da posição e que abarca a autoridade dos que estão abaixo. Há os que ocupam postos superiores e postos inferiores ou subordinados. Nessa hierarquia formal, existe uma estrutura de autoridade ou comando chamada cadeia de autoridade ou comando. As atividades aí desenvolvidas obedecem a regras abstratas e muito bem-definidas.

2.5 Níveis de administração dos sistemas de ensino

Os sistemas de ensino brasileiro possuem uma rede de autoridades, seja quando nos referimos ao país, seja nas unidades escolares. Há uma hierarquia de autoridades e de repartições em todos os níveis administrativos e com funções claramente definidas.

Apresentaremos a organização administrativa dos diversos órgãos relacionados à educação básica do sistema de ensino brasileiro e destacaremos suas funções, tal como se apresenta na legislação básica. A LDB dispõe, no título IV, art. 8º, sobre a organização da educação nacional, e no art. 9º, as competências e atribuições da União.

O art. 8º trata da organização da educação nacional em sistemas de ensino, de acordo com as instâncias federal, estad ual, Distrito Federal e municipal. Destaca o papel central da União na coordenação, articulação e normatização do sistema nacional de educação.

A União tem a função de coordenar a política nacional de educação, articular os diferentes níveis e sistemas de ensino e exercer as funções normativa e redistributiva e supletiva em relação às outras instâncias educacionais.

Os sistemas de ensino têm garantido o direito de liberdade em sua organização, de acordo com o § 2º do art. 8º da LDB.

Função normativa: estabelecer as leis, regulamentos e normas que devem ser respeitados para o funcionamento integrado dos sistemas de ensino.

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Função redistributiva: a contribuição com verbas para o ensino quando os sistemas de ensino estaduais, do Distrito

Federal e dos municípios não atingirem o mínimo necessário de verbas para o desenvolvimento e a manutenção do ensino.

Função supletiva: quando os sistemas de ensino tiverem dificuldade de desenvolver todas as atribuições e competências em relação à estrutura e ao funcionamento da educação básica.

Art. 8º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

§ 1º - caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.

Art. 9º - A União incumbir-se-á de:

I- elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II- organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e dos territórios;

III- prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

IV- estabelecer, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os Municípios, competências diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;

V- coletar, analisar e disseminar informações sobre educação;

VI- assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no Ensino Fundamental, Médio e Superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino;

VII- baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;

VIII- assegurar processo nacional de avaliação nas instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;

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§1º - Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.

§2º - Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessárias de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.

§3º - As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituição de educação superior.

Está previsto no Art. 16 como o sistema federal de ensino se constitui: Art. 1 6- O sistema federal de ensino compreende:

I -as instituições de ensino mantidas pela União;

II- as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III- os órgãos federais de educação.

Neste sentido, a organização do sistema nacional de educação terá a seguinte estrutura:

2.5.1 Administração de nível federal

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que o Ministério da Educação deverá

“exercer as atribuições do poder público federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino e velar pelo cumprimento das leis que o regem” (art. 1º do anexo da Lei nº 9.131 de 24/12/95, que altera dispositivos da Lei 4.024 de 20/12/61 e dá outras providências).

A expressão Poder Público abrange as autoridades estaduais e municipais em suas áreas de ação.

2.5.1.1 Ministério da Educação

O MEC tem sofrido transformações para se adequar à nova legislação, e são assuntos de sua competência:

Política Nacional de Educação

Educação Infantil Ensino Fundamental

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Educação de Jovens e Adultos

Educação Especial Ensino a Distância Educação Profissional e Tecnológica Pesquisa Educacional

Pesquisa e Extensão Universitária Magistério

Coordenação de Programas de Atenção Especial a Crianças e Adolescentes Estrutura administrativa do MEC

Gabinete

Secretaria Executiva

Órgão setorial: Consultoria Jurídica Órgãos específicos singulares Secretaria da Educação Fundamental

Secretaria da Educação Média e Tecnológica Secretaria de Avaliação e Informação Educacional Secretaria de Educação Especial

Secretaria de Educação a Distância

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (IN E P) Instituto Benjamin Constant

Instituto Nacional de Educação de Surdos

Administração de nível regional: órgãos regionais Delegacias

Órgão colegiado

Conselho Nacional de Educação (CNE) 2.5.1.2 Conselho Nacional de Educação Atribuições:

 -formular e avaliar a política nacional de educação;  -zelar pela qualidade do ensino;

 -velar pelo cumprimento das leis que o regem. É organizado em duas Câmaras:

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 -Câmara de Educação Básica;

 -Câmara de Educação Superior. A Lei 9.394/96 prevê para os Estados, no art. 10: Art. 10- Os Estados incumbir-se-ão de:

I--organizar, manter e desenvolver órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;

II--definir, com os Municípios, formas de colaboração da oferta do Ensino Fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;

III-- elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus municípios; IV--autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V--baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; VI--assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio;

VII--assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Obs.: o inciso VII foi acrescentado pela Lei nº 10.709/03).

Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e Municípios.

A Lei 9.394/96 determina, para a organização do sistema de ensino estadual e do Distrito Federal, no art. 17:

Art. 17 – Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:

I--as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público Estadual e do Distrito Federal:

II--as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;

III--as instituições de Ensino Fundamental e Médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;

IV--os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

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Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de Educação Infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.

2.5.2 Administração de nível estadual

Os estados e o Distrito Federal devem responsabilizar-se por organizar, manter e desenvolver os órgãos e as instituições oficiais dos seus sistemas de ensino.

Fazem parte integrante da administração de nível estadual: Funções executivas:

 a rede de escolas para o desenvolvimento da educação escolar;  as secretarias ou departamentos de educação.

Funções normativas e órgão colegiado Conselhos Estaduais de Educação Constituídos de:

Câmara de Educação Básica Câmara de Educação Superior

A Lei 9.394/96 dispõe, para os municípios, no art. 11: Art. 11- Os Municípios incumbir-se-ão de:

I- organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-se às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;

II- exercer ação distributiva em relação às suas escolas;

III- baixar normas complementares para seu sistema de ensino; IV- autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V- oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas e, com prioridade, o Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino;

VI- assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Obs.: o inciso VI foi acrescentado pela Lei nº 10.709/03).

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Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

2.5.3 Administração de nível municipal

Os municípios podem ou não organizar seus próprios sistemas de ensino, pois podem se integrar ao sistema de ensino estadual ou compor, com ele, um único sistema de educação básica. Os municípios, a partir da Constituição Federal de 1988, são entes federados da União, e, como tais, devem atender às normas válidas para todo o território nacional.

Fazem parte dos sistemas municipais de ensino: Funções executivas:

 instituições de Ensino Fundamental e Médio municipais;  instituições de Educação Infantil, municipais e privadas;  Órgãos municipais de educação.

Funções normativas:

Conselho Municipal de Educação

Quadro do sistema nacional de educação segundo a Lei 9.394/96

Fonte: Revista APASE, nº 6, ano VI, abr. 2007, p.13. ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES

A Lei 9.394/96 dispõe, nos arts. 14 e 15, a responsabilidade dos sistemas de ensino pela normatização dos princípios da gestão democrática do ensino público e dos progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das instituições de ensino.

A elaboração do projeto pedagógico por cada instituição de ensino público é que concretiza a realização dos dispositivos legais previstos nos arts. 14 e 15.

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Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 1 5 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

O projeto pedagógico da escola é o documento que retrata a identidade da unidade escolar, os fins e os objetivos que a comunidade escolar apontou como os principais aspectos a serem trabalhados para o atendimento à clientela escolar, no acesso à escola, na permanência com sucesso escolar, garantindo, assim, a qualidade de ensino necessária àquela população escolar presente na escola. Detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola. Revela os propósitos e as expectativas da comunidade escolar, assim como as exigências sociais e legais do sistema de ensino.

É um instrumento que revela um conjunto de princípios e práticas que reflete a cultura organizacional, seus valores, crenças, significados, modos de pensar e agir e que orienta a prática visando à intervenção e à transformação da realidade.

É uma carta de intenções, elaborada em conjunto, que é assumida por todos os integrantes da escola. Apresenta de onde a escola está partindo, princípios – ponto de partida, revelados pelos dados de promoção, retenção e evasão escolares, as disciplinas que mais apresentam problemas de rendimento escolar, assim como as dificuldades mais comuns entre os diferentes alunos, das diferentes séries, ciclos ou termos, dados das avaliações institucionais e outros, e aonde quer chegar (pontos de chegada comuns), isto é, quais os conhecimentos necessários para o desenvolvimento pleno do educando, sua qualificação para o trabalho e para o exercício da cidadania.

Ao sintetizar os interesses, os desejos e as propostas da comunidade escolar, responde a perguntas como “Que tipo de escola que queremos?”; “Que objetivos e metas são necessárias e respondem às expectativas da comunidade escolar?”; “Que necessidades precisamos atender para a formação dos alunos para a autonomia, cidadania e participação e como colocar o projeto em permanente avaliação?”.

Toda instituição de ensino elabora o planejamento escolar que consiste em formular objetivos, elaborar planos de ação, meios para sua execução e critérios de avaliação da qualidade do trabalho que realiza. A ação de planejar é conjunta, é uma prática de elaboração e discussão pública que envolve o conhecimento e a análise da realidade escolar em suas condições

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concretas, de busca de alternativas para a solução de problemas e de tomada de decisões. É um processo contínuo de permanente reflexão e ação. Nesse sentido, o plano é um roteiro para a prática, que a antecipa e prevê os passos a seguir; porém, não pode ser rígido, pois a realidade vai se delineando no decorrer do trabalho.

“O planejamento se concretiza em planos e projetos, tanto da escola e do currículo quanto do ensino” (Libâneo, 2001, p.123). O planejamento atende às seguintes funções:

I- diagnóstico e análise da realidade da escola;

II- definição de objetivos e metas de acordo com a política e as diretrizes do sistema escolar;

III- determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas, tendo em vista as prioridades elencadas.

“O projeto pedagógico-curricular é a concretização do processo de planejamento” (Libâneo, 2001, p.125).

Podemos sintetizar os pontos a serem considerados na tomada de decisão na elaboração do projeto pedagógico-curricular (Libâneo, 2001, p.129-30): I –princípios;

II- objetivos;

III - sistemas e práticas de gestão negociadas;

IV- unidade teórico-metodológica no trabalho pedagógico-didático;

V - sistema de acompanhamento e avaliação do projeto e das atividades da escola.

No art. 12, a Lei 9.394/96 determina as competências dos estabelecimentos de ensino:

Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I- elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II- administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

III-assegurar o cumprimento dos dias letivos e hora-aula estabelecida;

IV- velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

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VI- articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola

VII-informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica;

VIII-notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentarem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido por lei.

Os arts. 19 e 20 da Lei 9.394/96 determinam as classificações das escolas e as categorias das instituições privadas de ensino.

Art. 19 - As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas classificam-seguintes categorias administrativas:

I- públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público;

II--privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Art. 20 - As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:

I- particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;

II--comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou jurídicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativa de pais, professores e alunos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes das comunidades (obs.: a palavra pais foi incluída pela Lei 11.1 83/05); III--confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;

IV- filantrópicas, na forma da lei.

Os sistemas de ensino estaduais e municipais são os responsáveis pela elaboração das leis que regem seus respectivos sistemas de ensino; assim, devem orientar as instituições de ensino na elaboração dos documentos que tornam a escola, seja ela pública ou privada, autorizada para funcionar e homologar o regimento interno que regula os direitos e deveres dos participantes da comunidade escolar, o sistema de avaliação, de

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classificação e reclassificação de alunos, de matrícula, dos colegiados (Conselho de escola e Conselhos de classe, série, ciclo, termo, nível/estágio) e instituições (Associação de Pais e Mestres – APM – e Grêmio Estudantil).

Além desses documentos, expedir dispositivos legais que especifiquem o que deve conter o plano de gestão plurianual das escolas públicas, as normas sobre progressão continuada, avaliação e recuperação dos alunos. Informar os procedimentos sobre prestações de contas, elaboração do patrimônio escolar, zeladoria e cantina escolar.

Anualmente, devem determinar quais os parâmetros para a elaboração do calendário escolar, a organização das matrículas dos alunos para o início do ano letivo, o quadro escolar, que resume a organização do número de classes por série e turnos de atendimento de cada escola naquele ano, elaboração das matrizes curriculares para o Ensino Fundamental e Médio e Educação Profissional de nível médio, Educação de Jovens e Adultos, orientações para a inscrição de professores para a atribuição de aulas no início e durante o ano letivo, determinar as regras de atribuição de aulas, definir quais são as propostas curriculares das áreas e disciplinas que formam as matrizes curriculares.

Podemos concluir que as escolas públicas dependem de informações claras e precisas dos seus sistemas de ensino para estruturação das escolas e que possibilitem o funcionamento das mesmas durante o ano letivo.

Conforme já foi exposto no texto, esses dispositivos legais não podem estar discordando dos princípios constitucionais, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - e da Lei 9.394/96 e suas alterações.

NÍVEIS DE ENSINO

No título V, intitulado “Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino”, encontram-se os artigos 21 ao 60, os quais serão discutidos por nível e modalidade de ensino conforme a tabela abaixo. A educação escolar está composta da educação básica, formada pelos seguintes níveis de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e Educação Superior.

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Fonte: Revista APASE, nº 6, ano VI, abr. 2007, p.15. 3. EDUCAÇÃO INFANTIL

É a educação de crianças de zero a cinco anos, integrada ao sistema de ensino, respeitadas as características próprias dessa faixa etária (art. 247 da Constituição Estadual).

A União incumbir-se-á de estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil (inciso IV do art. 9 da Lei 9.394/96).

Os municípios incumbir-se-ão de oferecer a Educação Infantil (inciso V do art. 11 da Lei 9.394/96).

Finalidade: desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (art. 29 da Lei 9.394/96).

Primeira etapa da educação básica será oferecida em

1) creches ou entidades equivalentes, para crianças de zero a três anos de idade;

2) pré-escolas, para crianças de quatro a cinco anos de idade (art. 30 da Lei 9.394/96).

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Avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento dessa educação, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental (art. 31 da Lei 9.394/96).

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil Resolução CNE/CEB nº 1/99 e Parecer CNE/CEB nº 22/98 4. ENSINO FUNDAMENTAL

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de, entre outros, Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que não tiveram acesso na idade própria. (inciso I do art. 208 da Constituição Federal e inciso I do art. 4º da Lei 9.394/96).

 regular, será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem (parágrafo 2º do art. 210 da Constituição Federal e parágrafo 3º do art. 32 da Lei 9.394/96);  com nove anos de duração, é obrigatório para todas as crianças, a partir dos seis anos, visando propiciar formação básica e comum indispensável a todos (caput do art. 249 da Constituição Estadual). Público e gratuito, será também garantido aos jovens e adultos que, na idade própria, a ele não tiveram acesso, com organização adequada às características dos alunos (parágrafo 3º do art. 249 da Constituição Estadual).

Direito público subjetivo: qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, poderá exigi-lo (caput do art. 5º da Lei 9.394/96).

O acesso ao ensino obrigatório é assegurado prioritariamente em todas as esferas administrativas, contemplando-se, em seguida, os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais (parágrafo 2º do art. 5º da Lei 9.394/96).

Legitimidade das partes, sumariedade do rito e gratuidade da ação judicial, quando proposta para efetivação do ensino obrigatório (parágrafo 3º do art. 5º da Lei 9.394/96).

Atendimento ao educando, no Ensino Fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (inciso VIII do art. 4º da Lei 9.394/96).

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Imputação por crime de responsabilidade à autoridade, cuja negligência para garantir o cumprimento da obrigatoriedade do ensino for comprovada (parágrafo 4º do art. 5º da Lei 9.394/96).

Criação, pelo Poder Público, de formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independente da escolarização anterior, para garantir o cumprimento da obrigatoriedade do ensino (parágrafo 5º do art. 5º da Lei 9.394/96).

Com duração mínima de nove anos, é obrigatório e gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade (caput do art. 32 da Lei 9.394/96).

Objetivo: formação básica do cidadão, mediante:

1) desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

2) compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 3) o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

4) o fortalecimento de vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (incisos I, II, II e IV do art. 32 da

Lei 9.394/96).

Poderá ser desdobrado em ciclos (parágrafo 1º do art. 32 da Lei 9.394/96).

Poderá ser adotado, no Ensino Fundamental, o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino, nos estabelecimentos que utilizam progressão regular por série (parágrafo 2º do art. 32 da Lei 9.394/96).

Será ministrado em língua portuguesa, assegurada à comunidade indígena a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem (parágrafo 3º do art. 32 da Lei 9.394/96).

Será presencial, sendo o Ensino a Distância utilizado como complementação ou em situações emergenciais (parágrafo 4º do art. 32 da Lei 9.394/96).

Ensino religioso de matrícula facultativa é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo (caput do art. 33 da Lei 9.394/96).

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Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores (parágrafo 2º do art. 33 da Lei 9.394/96).

Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. (caput do art. 34 da Lei 9.394/96).

A jornada escolar do Ensino Fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola (parágrafo 2º do art. 34 da Lei 9.394/96).

Será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino (parágrafo 2º do art. 34 da Lei 9.394/96).

A antecipação da obrigatoriedade de matrícula no Ensino Fundamental aos seis anos de idade implica a ampliação da duração do Ensino Fundamental para nove anos (art. 1º da Resolução CNE/CEB nº 3/05).

Nomenclatura adotada na organização do Ensino Fundamental de nove anos e da Educação Infantil (art. 2º da Resolução CNE/CEB nº 3/05). 5. ENSINO MÉDIO

O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de,entre outros,a progressiva universalização do Ensino Médio gratuito (inciso II do art. 208 da Constituição Federal).

Etapa final da educação básica e terá a duração mínima de três anos (caput do art. 35 da Lei 9.394/96).

O Estado garantirá progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade (inciso II do art. 4º da Lei 9.394/96).

Finalidades:

1) a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

2) a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

3) o aprimoramento do educando como pessoas humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

4) a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (incisos I a IV do art. 35 da Lei 9.394/96).

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Objetivos instrucionais do Ensino Médio (parágrafo 1º do art. 36 da Lei 9.394/96).

Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos (parágrafo 3º do art. 36 da Lei 9.394/96). Sem prejuízo do atendimento à formação geral do educando, o Ensino Médio poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas (art. 36 – A – incluído pela Lei 11.741, de 2008).

A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos estabelecimentos de Ensino Médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional (parágrafo único do art. 36-A).

A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes formas:

I- articulada com o Ensino Médio;

II- subsequente (art. 36-B, incisos I e II).

Diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Médio constituem um conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na organização pedagógica e curricular de cada unidade escolar integrante dos diversos sistemas de ensino, em atendimento ao que manda a lei, tendo em vista vincular a educação ao mundo do trabalho e à prática social, consolidando a preparação para o exercício da cidadania e propiciando preparação básica para o trabalho (art. 1º da Resolução CNE/CEB 3/98).

Valores que devem orientar a organização curricular das escolas de Ensino Médio (arts. 2º e 3º da Resolução CNE/CEB 3/98).

Competências básicas, conteúdos e formas de tratamento dos conteúdos num conjunto, previstas pelas finalidades do Ensino Médio estabelecidas em lei, que devem integrar as propostas pedagógicas das escolas e os currículos constantes dessas propostas (art. 4º da Resolução CNE/CEB 3/98).

Requisitos a serem observados pelas escolas de ensino médio, na organização de seus currículos, de modo a poder cumprir as finalidades desse ensino previstas em lei (art. 5º da Resolução CNE/CEB 3/98). Princípios pedagógicos estruturadores dos currículos do Ensino Médio: identidade, diversidade e autonomia, interdisciplinaridade e contextualização (art. 6º da Resolução CNE/CEB 3/98).

Áreas do conhecimento que devem integrar a base nacional comum dos currículos do Ensino Médio:

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II – ciências da natureza, matemática e suas tecnologias;

III – ciências humanas e suas tecnologias (caput do art. 10 da Resolução CNE/CEB 3/98).

Base nacional comum dos currículos do Ensino Médio deverá contemplar as três áreas do conhecimento, com tratamento metodológico que evidencie a interdisciplinaridade e a contextualização (parágrafo 1º do art. 10 da Resolução CNE/CEB 3/98).

As propostas pedagógicas de escolas que adotarem organização curricular flexível, não-estruturada por disciplinas, deverão assegurar tratamento interdisciplinar e contextualizado, visando ao domínio de conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania (parágrafo 2º do art. 10 da Resolução CNE/CEB 3/98).

No caso de as escolas adotarem, no todo ou em parte, organização curricular estruturada por disciplinas, deverão ser incluídas Filosofia (parágrafo 3º do art. 10 da Resolução CNE/CEB 3/98).

Os componentes da história e da cultura afro-brasileira e educação ambiental serão, em todos os casos, tratados de forma transversal, permeando, pertinentemente, os demais componentes do currículo (parágrafo 4º do art. 10 da Resolução CNE/CEB 3/98).

Exigências a serem observadas no desenvolvimento da base nacional comum e parte diversificada dos currículos do Ensino Médio:

I- as definições doutrinárias sobre os fundamentos axiológicos e os princípios pedagógicos que integram as DCNEM aplicar-se-ão a ambas; II- a parte diversificada deverá ser organicamente integrada com a base nacional comum, por contextualização e por complementação, diversificação, enriquecimento, desdobramento, entre outras formas de interação;

III- a base nacional comum deverá compreender, pelo menos, 75% do tempo mínimo de 2.400 horas, estabelecidas por lei como carga horária para o Ensino Médio;

IV- além da carga mínima de 2400 horas, as escolas terão, em suas propostas pedagógicas, liberdade de organização curricular independente de distinção entre base nacional comum e parte diversificada;

V- as línguas estrangeiras modernas, tanto a obrigatória como as optativas, serão inclusas no cômputo da carga horá ria da parte diversificada.

No Ensino Médio:

I- não haverá dissociação ente formação geral e a preparação básica para o trabalho, nem esta última se confundirá com a formação profissional;

Referências

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