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“A gestão do capital de giro na empresa Lange Termoplásticos”

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DEAd – Departamento de Estudos da Administração

Curso de Administração

“A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NA EMPRESA

LANGE TERMOPLÁSTICOS”

Relatório de Estágio Supervisionado em Administração II

LISIANE SCHNEIDER BARTZ

Orientador: Prof. Laerde Sady Gehrke

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família. Sempre me apoiando em meus momentos de estudo. Agradeço ao professor Laerte Sady Gehrke, pela atenção e orientação para a

realização deste relatório de conclusão de curso. Também a todos os professores da UNIJUÍ, que tanto contribuíram para a construção

do meu conhecimento e que culminaram na realização deste estudo. Por fim, agradeço as pessoas da empresa Lange Termoplásticos Ltda., pela

disponibilidade, atenção e fornecimento de informações.

Muito Obrigada!

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RESUMO

O tema deste estudo é de analisar como a Lange Termoplásticos gerencia o seu capital de giro e qual sua dificuldade em gerir o mesmo diante da sazonalidade das vendas. A gestão do capital de giro é algo essencial para manter a solidez financeira de uma empresa para que assim a mesma possa manter os recursos necessários para a produção de seus produtos. Gitman (1978, p. 140) diz que “a administração de capital de giro abrange a administração de todas as contas circulantes da empresa e que se a empresa não puder manter um nível satisfatório de capital de giro se tornará insolvente, podendo inclusive ser forçada a decretar a falência.” Para o desenvolvimento deste relatório, os dados foram obtidos através de conversas não estruturadas com os proprietários da empresa, bem como com a pessoa responsável pelo setor financeiro e também através de pesquisas nos documentos da empresa. No desenrolar do estudo foi possível constatar as dificuldades encontradas pela empresa em gerir seu capital de giro, principalmente no período de poucas vendas, que são entre os meses de março a agosto. As crises enfrentadas pela empresa nestes últimos anos fizeram com que a Lange, principalmente em 2008 e 2009, tivesse de recorrer a recursos externos para garantir o capital necessário para que pudesse auxiliar na sua produção e assim disponibilizar seus produtos no mercado. Ainda que estivesse apresentando um quadro de crescimento em sua produção ano a ano, a Lange não conseguia traduzir este crescimento em garantias de reservas financeiras.

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ... 5

INTRODUÇÃO ... 6

1.CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 7

1.1Delimitação do Tema e Questão de Estudo ... 7

1.2Objetivos ... 7

1.3Justificativa ... 7

2.REFERENCIAL TEÓRICO ... 8

2.1Capital de Giro ... 8

2.1.1Ativos e passivos circulantes ... 8

2.1.2Administração das disponibilidades ... 8

2.2Administração do Capital de Giro ... 9

2.2.1Ciclos operacional, econômico e financeiro ... 9

2.2.2Índices de liquidez ... 10 2.2.3Índices de atividade ... 11 2.3Fluxo de Caixa ... 11 2.4Demonstrações Financeiras ... 11 2.5Vendas ... 13 2.6Sazonalidade ... 13 3.METODOLOGIA ... 14 3.1Tipo de Estudo ... 14 3.2Coleta de Dados ... 14

3.3Análise e Interpretação dos Dados ... 14

4.APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 15

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4.2Vendas ... 15

4.2.1Política de Vendas ... 15

4.2.2Histórico de Vendas da Lange Termoplásticos ... 15

4.2.3Prazo Médio de Recebimento ... 16

4.2.4Prazo Médio de Estoques ... 16

4.2.5Prazo médio de pagamento ... 16

4.3Ciclos Operacional e Financeiro ... 16

4.4Índices de Liquidez ... 17

4.5Fluxo de Caixa ... 17

4.6Receitas x Despesas ... 34

4.7Gestão do Capital de Giro ... 34

CONCLUSÃO ... 36

BIBLIOGRAFIA ... 37

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras:

Gráficos:

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INTRODUÇÃO

Este estudo apresenta um relatório de conclusão do curso de Administração e tem a finalidade de conhecer e aprofundar os conhecimentos da gestão de capital de giro da empresa Lange Termoplásticos, de Panambi, no Rio Grande do Sul.

A gestão do capital de giro é um assunto complexo e de vital importância para as empresas, pois é a partir deste capital que essas empresas encontrarão os recursos necessários para cumprir suas obrigações financeiras e administrar seu capital circulante a fim de continuar produzindo em larga escala e sem ônus para sua produção. De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p.13) “uma administração inadequada do capital de giro resulta, normalmente, em sérios problemas financeiros, contribuindo para a formação de uma situação de insolvência”.

A gerência do capital de giro abrange os ativos e passivos circulantes de uma empresa e devem ser administrados de modo que os ativos sejam suficientes para cobrir os passivos da empresa e consigam garantir os recursos para que a mesma possa continuar produzindo e vendendo seus produtos.

Nestes caminhos de acirrada competição, não só nacional como também a nível internacional, a saúde financeira das empresas deve estar em um ritmo compatível para que assim possam concorrer nestes mercados que estão disponíveis, mas onde somente aqueles que têm competência estarão prontos para se inserirem e permanecerem na disputa.

Para que uma empresa possa atender as necessidades de seus clientes, com bons produtos, preços e prazos compatíveis de mercado, a gestão do capital de giro se faz necessária, uma vez que sem recursos necessários para manter sua produção, os clientes acabam se afastando, indo procurar empresas que tenham respostas imediatas as suas necessidades.

Para a fácil compreensão deste estudo, o presente relatório está dividido em capítulos, onde o capítulo inicial trata sobre a contextualização do estudo, onde é informada a delimitação do tema e a questão de estudo e também os seus objetivos, tanto geral quanto específicos.

No capítulo seguinte está o referencial teórico onde se encontram as teorias e conceitos de diversos autores que dão embasamento teórico para a realização deste relatório. A seguir estão mencionadas a metodologia utilizada para coletar e também para analisar os dados aqui inseridos.

Por fim são apresentadas a caracterização da organização estudada, bem como os dados que foram coletados, com informações que buscam responder a questão de estudo e também aos objetivos propostos para a realização deste relatório e finalmente, no último capítulo estão

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inseridas as conclusões sobre os dados coletados e as análises sobre o assunto debatido. Em anexo a este relatório estão inseridos o balanço patrimonial da Lange Termoplásticos, bem como o demonstrativo de resultados dos anos estudados e analisados para a realização deste estudo.

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A administração eficiente do capital de giro é imprescindível para o sucesso de uma empresa. É com ele que o administrador irá gerenciar os ativos e passivos da organização, com os recursos que a mesma utiliza no plano operacional. Neste tópico são abordadas as características da empresa estudada e também a apresentação e delimitação do estudo onde trata sobre a questão de estudo, os objetivos com a realização deste projeto e a justificativa para realizar o mesmo.

1.1 Delimitação do Tema e Questão de Estudo

A boa administração do capital de giro é fundamental para a saúde financeira de uma empresa. Do capital de giro é que sairão os recursos para a empresa continuar operando a curto prazo. A administração do capital de giro envolve um processo contínuo de tomada de decisões voltadas basicamente para a preservação da liquidez e rentabilidade da empresa. Por este motivo, os ativos circulantes devem ser administrados de forma eficiente a fim de se manter a capacidade de pagamento da empresa, principalmente no curto prazo.

Os passivos circulantes, que representam as fontes de financiamento a curto prazo da empresa, também devem ser administrados eficientemente, para se ter a garantia de que os financiamentos obtidos serão usados da melhor forma possível. Assim, a questão de estudo é definida pela seguinte pergunta: “Quais são as dificuldades para a gestão do capital de giro da empresa Lange Termoplásticos diante da sazonalidade das vendas?”

1.2 Objetivos

Neste tópico são abordados o objetivo geral e os objetivos específicos da realização deste estudo.

Objetivo geral

Identificar e analisar as dificuldades encontradas na gestão do capital de giro da empresa Lange Termoplásticos diante da sazonalidade das vendas.

Objetivos específicos

Os objetivos específicos para a realização deste projeto de estágio são os seguintes:  Fazer um levantamento histórico das vendas da Lange Termoplásticos;  Estudar a política de vendas da empresa;

 Estudar o fluxo de caixa da empresa;

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 Desenvolver um estudo sobre como a Lange Termoplásticos gerencia seu capital de giro diante do quadro de vendas.

1.3 Justificativa

O processo de gerenciar o capital de giro é de extrema importância para a saúde financeira de uma empresa. Em geral a preocupação com o capital de giro só é observado quando a empresa encontra dificuldades para honrar seus compromissos financeiros.

A escolha da Lange Termoplásticos para esta pesquisa se deu pelo fato de que historicamente, a empresa enfrenta um período de redução no quadro de vendas em uma determinada época do ano e em consequência disso, tem dificuldades em gerir seu capital de giro neste período. Quanto a originalidade, os proprietários ainda não possuíam um estudo aprofundado sobre o assunto na empresa e com a realização do mesmo a acadêmica pretendia identificar e demonstrar as possibilidades que podem ser encontradas para responder a questão de estudo sugerida neste trabalho de conclusão de curso.

A viabilidade deste trabalho de conclusão de curso foi através da coleta de dados e também através da observação da gerência do capital de giro pela acadêmica com pesquisas nos documentos da Lange Termoplásticos com a devida autorização dos empresários. Os proprietários da Lange garantiram a acadêmica o acesso aos dados da empresa necessários para a realização deste estudo.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico são abordados os referenciais teóricos que dão embasamento aos assuntos tratados neste relatório.

2.1 Capital de Giro

O capital de giro é o recurso que financia a atividade principal de uma empresa, ou seja, é o capital necessário para continuar a adquirir os bens que serão revendidos no volume que o seu mercado consome e continuar a obter a sua principal fonte de renda de forma contínua.

Os autores Weston e Brigham (2000, p. 209) apontam três fatores que caracterizam a importância do capital de giro: “o tempo dedicado à administração do capital de giro, o investimento em ativos circulantes (por exemplo, os estoques) e a relação entre o crescimento das vendas e os ativos circulantes.”

Segundo Hoji (2001, p.109), “O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional”.

A expressão capital de giro se refere ao total de recursos de curto prazo realizados pela empresa e está sujeito a exposições e riscos oriundos de diversas áreas, tais como recebíveis, contas a pagar, gerenciamento de estoques, gerenciamento de caixa, etc.

Em cada uma dessas áreas encontramos diferentes desafios no que tange ao alcance da liquidez necessária, à obtenção do processo mais eficiente, à adoção de novas tecnologias e à avaliação da qualidade do capital de giro no balanço patrimonial.

O capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo operacional, que engloba as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matéria-prima até a venda de produtos elaborados. (MARTINS & ASSAF NETO, 1986, p. 276).

O montante do capital de giro é encontrado através dos ativos circulantes ou correntes. Já a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes é denominada de capital de giro líquido.

2.1.1 Ativos e passivos circulantes

O objetivo da administração financeira, segundo Gitman (2010, p. 546) “é gerenciar cada elemento do ativo circulante e também de seu passivo circulante para atingir um equilíbrio entre rentabilidade e risco que contribua de forma positiva para o valor da empresa”.

Na conceituação de Vieira (2005, p. 33) os ativos circulantes são bens e direitos que se esperam que sejam convertidos em dinheiro no prazo máximo de até um ano, enquanto que os

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passivos circulantes são obrigações que se esperam que sejam exigidas no mesmo período de até um ano.

Por ativos circulantes entendem-se as contas a receber, estoques, caixa e títulos negociáveis. Já os passivos circulantes são as contas a pagar a fornecedores, despesas e empréstimos bancários.

Os ativos circulantes em geral oscilam durante o ano conforme o volume de produção da empresa. Quando as vendas estão em alta o volume de estoques aumenta, assim com as contas a receber e também o caixa. O contrário acontece nos meses de baixas vendas. Quando diminuem as vendas, em geral diminuem o volume de estoques e as contas a receber e consequentemente, o caixa. Gitman (2010, p. 547) diz que “(...) quando o ativo circulante supera o passivo circulante a empresa tem capital de giro líquido positivo, quando o primeiro é inferior ao segundo, tem-se capital de giro líquido negativo.” Quanto mais alta a margem do ativo circulante sobre o passivo circulante, melhor a capacidade da empresa em pagar suas conta à medida que elas irão surgindo.

2.1.2 Administração das disponibilidades

Um dos primeiros passos de um administrador financeiro é administrar as entradas e saídas de recursos na empresa com o intuito de ter liquidez nos momentos necessários. As principais contas que movimentam o caixa de uma empresa são:

• Estoque;

• Contas a receber; • Contas a pagar.

2.1.2.1 Administração de estoques

Os estoques têm um peso representativo no balanço patrimonial de uma empresa. Nas empresas industriais são divididos em matérias primas, produtos em elaboração, materiais de consumo, materiais de embalagem e produtos acabados. Mesmo não sendo de responsabilidade do administrador financeiro da empresa é necessária uma interação entre estas áreas a fim de gerenciar de forma a obter um melhor controle de giro e manter níveis adequados de estoque, sem prejudicar o funcionamento da empresa.

Hoji (2010, p. 122) comenta que o administrador financeiro pode contribuir muito com os gestores de estoques da empresa, demonstrando e evidenciando os valores e o tempo que o

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estoque permanece na empresa em cada fase da produção, através de um eficiente controle gerencial.

2.1.2.1.1 Decisão sobre compra a vista e a prazo

Caracteriza-se pela decisão do responsável pelas compras em fazer a aquisição da matéria prima a vista ou a prazo. Recomenda-se que no caso da empresa não ter condições de fazer a compra a vista, a solução seria buscar um financiamento com a menor taxa de juros. De acordo com Hoji (2010, p. 123) “(...) a compra a prazo apresenta vantagens em relação a compra a vista. (...) As compras a prazo são importantes fontes de capital de giro para empresas de pequenos e médios portes, pois, em condições normais não são exigidas garantias pelo financiamento.”. 2.1.2.2 Administração de contas a receber

O método mais eficaz de ter uma boa administração de contas a receber é a cobrança no menor tempo possível sem prejudicar as vendas. Gitman (2010, p. 558) elenca os três tópicos principais para alcançar este objetivo: “(1) seleção e padrão de crédito, (2) termos de crédito e (3) monitoramento de crédito.”

2.1.2.2.1 Seleção e padrões de crédito

As vendas a prazo geram risco de inadimplência para empresa, mas também é um importante fator para alavancar as vendas. Para avaliar quais os clientes que merecem o crédito de uma empresa, Gitman (2010, p. 558) enumera cinco técnicas conhecidas como os cinco Cs do crédito, que são usadas somente em solicitações de alto valor:

1. Caráter: o histórico de cumprimento de obrigações do solicitante.

2. Capacidade: a capacidade do solicitante de honrar o crédito pedido, julgada, julgada com base na analise de demonstrações financeiras, com ênfase nos fluxos de caixa disponíveis para o pagamento de dívidas.

3. Capital: a relação entre a dívida do solicitante e o patrimônio líquido.

4. Colateral: o valor dos ativos que o solicitante dispõe para dar em garantia de crédito. Quanto maior o valor dos ativos disponíveis, maior a chance de que a empresa concedente recupere os fundos, em caso de inadimplência do devedor.

5. Condições: as condições econômicas gerais e setoriais e quaisquer condições especiais vinculadas a uma transação específica. (GITMAN. 2010, p. 558)

No que tange a mudanças de padrões de crédito, a empresa pode decidir entre alterar seus padrões e investir em padrões mais liberais a fim de obter um melhor retorno no número de vendas, mas tem de levar em conta o risco que essa alteração irá ocasionar.

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2.1.2.2.2 Termos de crédito

São as condições que a empresa concede empréstimo ao solicitante. Gitman (2010, p. 562) afirma que: “O setor de atuação de uma empresa afeta muito seus termos regulares de crédito. (...) uma empresa que vende perecíveis terá termos de crédito muito curtos porque os itens que oferece tem pouco valor como garantia.(...)”.

Os termos de crédito também se referem ao número de dias em que o período de credito terá inicio até o momento em que é feito o pagamento efetivo da conta.

2.1.2.2.3 Monitoramento de crédito

Trata-se da revisão constante das contas a receber da empresa para determinar se os clientes estão cumprindo com o acordado durante os termos de crédito. Hoji (2010) afirma que a política de cobrança deve ser implementada em conjunto com a política de crédito. A empresa deve evitar ser muito liberal na hora de liberar o cliente e conservadora na cobrança. Tem de haver um equilíbrio entre as duas políticas a fim de que nenhuma das partes seja prejudicada.

2.2 Administração do Capital de Giro

A administração da capital de giro é um assunto que vem gerando grande interesse devido as suas implicações sobre o equilíbrio e a estabilidade financeira de uma organização.

A administração do capital de giro pode ser caracterizada como o campo de estudos que trata da gestão dos ativos e passivos que compõem os grupos circulantes do balanço patrimonial – ativo circulante e passivo circulante, e se preocupa em buscar respostas para duas questões principais: 1) Quanto deveria ser investido nas contas do ativo circulante? 2) Como estes investimentos deveriam ser financiados. (VIEIRA, 2005, p. 32).

Um dos objetivos da administração do capital de giro é a manutenção do equilíbrio financeiro da empresa como forma de garantir a continuidade da atividade da empresa e propiciar condições adequadas que garantam sua sobrevivência e seu crescimento. Esta posição de equilíbrio se dá através da capacidade da empresa em cumprir os seus compromissos financeiros assumidos, o que significa manter um fluxo de caixa saudável e uma boa situação de liquidez.

Sobre a administração do capital de giro.

(...) é de fundamental importância para uma empresa, manter um nível de equilíbrio entre os seus ativos e passivos circulantes, uma vez que este vem permitir que a empresa venha honrar os seus compromissos de curto prazo para com os seus fornecedores e estes, com certeza, tenderão a continuar fornecendo os produtos necessários para a manutenção dos estoques necessários para atender à demanda de suas vendas e, assim, tornar-se viável o desenvolvimento de sua atividade operacional. (VIEIRA, 2007).

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A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos circulantes e passivos circulantes. A administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da Administração Financeira, considerada globalmente. Se a empresa não puder manter um nível satisfatório de capital de giro, provavelmente se tornará insolvente, podendo mesmo ser forçada a pedir falência. Os ativos circulantes da empresa devem ser suficientemente consideráveis de modo a cobrir seus passivos circulantes, assegurando-se com isso uma margem razoável de segurança. (GITMAN, 1978, p. 140).

Weston e Brigham (2000, p. 377) afirmam que: “[...] se a situação financeira fica fora de equilíbrio, os problemas surgem e se multiplicam, e a empresa pode entrar rapidamente em uma espiral declinante que a leva à falência”.

Administração do capital de giro é o processo de planejamento e controle do nível e da composição de ativos e passivos circulantes da empresa. Especificamente, a administração do capital de giro exige que o administrador financeiro decida qual o montante de caixa, outras aplicações de liquidez imediata, contas a receber e estoque a empresa deverá manter num determinado momento. Além disso o administrador financeiro deve decidir como estes ativos correntes serão financiados. (ARCHER, CHOATE E RACETTE (1979 apud AFFONSO, 1991, P. 45).

A administração do capital de giro pode ser definida, nas palavras de Assaf Neto e Silva (2002, p. 15) “(...) a administração das contas dos elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos correntes (circulantes), e às relações inter-existentes entre eles.”

2.2.1 Ciclos operacional, econômico e financeiro

O ciclo operacional é a soma do prazo de rotação dos estoques e prazo de recebimento da venda. De acordo com Hoji (2010, p.9), o ciclo operacional “inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-se com o recebimento da venda”.

O estudo do ciclo operacional permite aos administradores uma análise comparativa dos prazos de giro de estoques, prazo médio de recebimento de duplicatas e prazo médio de pagamento de fornecedores, além dos custos fixos mensais. O ciclo operacional é composto dos ciclos econômicos e financeiros, e através deles mais os custos fixos mensais permite ao administrador ter uma visão do fluxo de caixa da empresa que fluirá em médio e longo prazo e ter uma previsão da necessidade da capital de giro (NCG) para determinado período.

Para obter o valor do ciclo operacional, a fórmula a ser usada é CO= PRE + PRV

onde CO é o ciclo operacional, PRE é o prazo de rotação dos de estoques e PRV é o prazo de recebimento das vendas.

O ciclo econômico tem início na compra da matéria prima e permanece até a venda do produto. Compreende o período que a mercadoria permanece nas dependências da empresa. Este

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ciclo diz de quanto está sendo o período de giro de estoques da empresa. O ciclo econômico é igual ao prazo de rotação dos estoques, CE = PRE.

Hoji (2010, p. 9) diz sobre o ciclo financeiro que “(...) Caso ocorram desembolsos ou gastos antes da compra da matéria prima, é nesse momento que se inicia o ciclo econômico.” O ciclo financeiro, também conhecido como ciclo de caixa, inicia com o primeiro pagamento da aquisição da matéria prima e termina após o recebimento da venda. Segundo Hoji (2010, p. 9) “(...) Caso haja pagamento de custos ou despesas após o recebimento da venda, é nesse momento que se encerra o ciclo financeiro.” A fórmula do ciclo financeiro é CF = CO + PMPF, onde CF é ciclo financeiro, CO é ciclo operacional e PMPF é prazo médio de pagamento de fornecedores.

Na figura 1 Hoji (2010, p. 10) demonstra como funcionam os ciclos operacional, econômico e financeiro de uma indústria.

Mês 0 1 2 3 4 Venda (c ) Pagamento de outros custos (b ) Compra de matéria-prima (a ) Início de fabricação Recebimento da venda (c’ ) Pagamento da matéria-prima (a’ ) Pagamento da comissão (d’ ) Prazo de estocagem dos Término de fabricação Despesa de comissão (d ) Produtos acabados (PEPA ) Prazo de fabricação (PF ) CICLO FINANCEIRO (CF )

CICLO OPERACIONAL (CO )

Prazo de rotação dos estoques (PRE )

Prazo de recebimento da venda (PRV ) Prazo de pagamento da compra (PPC )

CICLO ECONÔMICO (CE )

Figura : Ciclos Operacional, econômico e financeiro Fonte: HOJI, MASAKAZU. 2010.

2.2.2 Índices de liquidez

A liquidez de uma empresa demonstra a situação financeira de uma empresa. Hoji (2001, p.27) afirma que a liquidez “é a capacidade de pagar compromissos de curto prazo. Em sentido amplo, a liquidez é relacionada com as disponibilidades mais os direitos e bens realizáveis no curto prazo. Em sentido restrito, a liquidez é relacionada somente com as disponibilidades”.

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Através dos índices de liquidez é possível verificar a capacidade da empresa de pagar suas contas em dia.

Para Gitman (2010, p. 51) “a liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas obrigações de curto prazo à medida que se tornam devidas.” Em geral estes índices de liquidez são extraídos a partir das demonstrações financeiras e, segundo Vieira (2005, p. 24), “estabelecem relações a partir da composição de fontes de recursos, prazos de vencimento e as características das aplicações por elas financiadas."

2.2.2.1 Índice de liquidez corrente (LC)

O índice de liquidez corrente mede a capacidade da empresa de pagar suas obrigações a curto prazo. É a razão entre o ativo circulante e o passivo circulante e determina o quanto a empresa possui em seu ativo circulante para cada unidade monetária de dívida a curto prazo.

Sua fórmula é expressa através da expressão:

Segundo Gitman (2010, p. 52), “de um modo geral, quanto maior o índice de liquidez corrente, mais líquida a empresa.”

2.2.2.2 Índice de liquidez seca (LS)

É semelhante ao cálculo da liquidez corrente, porém sua diferença está no fato de excluir o estoque de seu cálculo, devido a sua dificuldade em se transformar em dinheiro rapidamente.

Na concepção de Gitman esta dificuldade se explica por dois motivos:

(...) (1) muitos tipos de estoque não podem ser facilmente vendidos porque são itens semiacabados, itens de propósito especial e assemelhados e (2) o estoque costuma ser vendido a prazo, o que significa que se torna uma conta a receber antes de se converter em caixa. (GITMAN, 2010, p. 52)

A fórmula usada para determinar o índice é obtida através do seguinte cálculo, segundo Gitman (2010, p. 52) é:

Hoji (2010, p. 288) além do estoque também exclui da fórmula da liquidez seca as despesas do exercício seguinte, então a fórmula ficaria da seguinte forma:

2.2.2.3 Índice de liquidez imediata (LI)

Sua fórmula consiste na razão entre o disponível e o passivo circulante. Corresponde ao índice de quanto a empresa pode pagar de suas obrigações correntes com a utilização das

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disponibilidades. Quanto maior o índice maior é a capacidade da empresa de quitar suas obrigações com os recursos do caixa.

Este índice é obtido através da seguinte fórmula:

2.2.3 Índices de atividade

Para saber como funcionam os seus ciclos, operacional, econômico e financeiro, a empresa deve conhecer os seus prazos médios, que são principalmente os prazos médios de estoques, de compras e de recebimento das vendas. Estes indicadores, analisados em conjunto, demonstram como a empresa gerencia seus recursos e se está usando de forma correta a alocação desses recursos, bem como demonstram como está a liquidez e rentabilidade da empresa.

2.2.3.1 Prazo médio de estoques (PME)

Os estoques nas empresas industriais são formados pela matéria prima, produtos em processo de elaboração e produtos acabados. Na concepção de BRAGA (1995, p. 101), ele diz o seguinte sobre a administração de estoques. “Podemos dizer que a administração dos estoques busca o equilíbrio entre os aspectos operacionais e financeiros e isto também pode significar a constante solução de conflitos de interesses entre área financeira e as demais áreas envolvidas.”

O prazo médio de rotação de estoques compreende o período entre a compra e a venda das mercadorias. A fórmula utilizada para conhecer este índice é

2.2.3.2 Prazo médio de recebimento (PMR)

É o período compreendido entre o momento que foi efetuado as vendas até o momento em que há o recebimento destas vendas. Indica o prazo médio que a empresa recebe suas receitas oriundas das vendas de mercadorias. A fórmula utilizada para este cálculo é

Quanto maior o prazo de recebimento e mais vendas a prazo, pior para a empresa, pois um prazo de recebimento dilatado compromete o capital de giro. O ideal é que o recebimento das vendas seja em menor tempo possível.

2.2.3.3 Prazo médio de pagamentos (PMP)

Representa o prazo médio que a empresa obtém de seus fornecedores para efetuar o pagamento de suas compras de matérias primas ou mercadorias. É obtido através da fórmula

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onde CMV é o custo da mercadoria vendida, EF é estoque final e EI é estoque inicial.

2.3 Fluxo de Caixa

Fluxo de caixa são as alterações e ou modificações que influenciam o caixa em qualquer momento. O fluxo de caixa registra toda a movimentação de entrada e saída no caixa da empresa. É de extrema importância para o administrador financeiro planejar, organizar, controlar, coordenar e dirigir os recursos financeiros da empresa.

Entende-se como a previsão das entradas e saídas de recursos em uma empresa durante determinado período. O objetivo principal do fluxo de caixa é fornecer informações para verificar as necessidades de recursos, bem como calcular os períodos que haverá sobras ou falta de recursos.

Segundo Marion (1998, 380), “(...) a demonstração de fluxo de caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período, e, ainda o resultado do fluxo financeiro”.

2.4 Demonstrações Financeiras

As demonstrações financeiras são relatórios contábeis que apoiam a tomada de decisão nas empresas. Os demonstrativos mais importantes são:

• Balanço Patrimonial - após reformulação dada pela lei 11.638/07 juntamente com a MP 449/08, introduziram um novo conceito globalizado para este demonstrativo. Desde 2008 o balanço patrimonial deve ser evidenciado tanto para o ativo quanto para o passivo. Na Contabilidade e no Direito, a palavra "balanço" decorre do equilíbrio ou da igualdade expresso nas seguintes fórmulas contábeis:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

O balanço, segundo o site Wikipédia, é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição contábil, financeira e econômica de uma empresa em determinada data, representando uma situação do patrimônio de determinado período.

Anthony(1981) afirma que o balanço mostra :

1. As fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar - Passivo e Patrimônio Líquido.

2. Os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.

• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – demonstra os aumentos e reduções do patrimônio líquido da empresa. É o resumo do movimento de entradas e saídas no balanço patrimonial, durante o exercício.

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Segundo a Lei n.° 6.404/76, a Demonstração do Resultado do Exercício discriminará os elementos conforme figura 2.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Bruta de Vendas e Serviços

(-) Devoluções (-) Abatimentos (-) Impostos

(=) Receita Líquida das Vendas e Serviços

(-) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas com Vendas

(-) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras) (-) Despesas Gerais e Administrativas

(-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais

(=) Lucro ou Prejuízo Operacional

(+) Receitas não Operacionais (-) Despesas não Operacionais (+) Saldo da Correção Monetária

(=) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda

(-) Provisão para o Imposto de Renda (-) Participações de Debêntures (-) Participação dos Empregados

(-) Participação dos Administradores e Partes Beneficiárias

(-) Contribuições p/ Instituições, Fundo de Assist. ou Previdência de Empregados

(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício

(=) Lucro ou Prejuízo por Ação

Figura – Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: http://www.biblioteca.sebrae.com.br. 2010.

2.5 Vendas

O conceito de venda segundo Kotler (1998, p.36) assume que os consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da organização. Assim a organização deve empregar um esforço agressivo de venda e de promoção.

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A venda pessoal funciona como um elo de ligação entre a empresa e os clientes. O vendedor é a empresa para muitos de seus clientes e ele exerce papel importante ao trazer para sua empresa informações valiosas sobre os clientes. Por essa razão a empresa precisa empenhar-se ao máximo para planejar sua força de vendas, ou seja, desenvolver objetivos e estratégias, definir estrutura e tamanho e sua remuneração. (KOTLER, 1998, p. 597).

Cobra (1994, p. 21) destaca que “a venda pessoal tem sido definida como comunicação direta com uma audiência qualificada de clientes, sendo o vendedor a fonte de transmissão e recepção de mensagens”.

A função de vender assume a cada dia a missão de combinar em resultados reais as estratégias da empresa. A estratégia de vendas está relacionada diretamente com a estratégia de marketing da empresa e procura estabelecer a maneira como irá vender o produto/serviço com a finalidade de converter em ações as estratégias estabelecidas. Ainda conforme Cobra (1994, p. 27) “as decisões estratégicas de vendas devem prover o direcionamento para os múltiplos produtos da empresa, que se destinam a diversos mercados”.

De acordo com Teixeira (2004, p. 61):

É muito comum encontrar organizações de vendas que não têm idéia da existência de estratégias corporativas para aquele segmento ou produto. As áreas de marketing corporativo muitas vezes fracassam em suas estratégias porque vendas não tomou conhecimento delas e, portanto, não participou de sua implementação. (TEIXEIRA et AL, 2004, p. 61)

No conceito de Kotler (2000, p. 40) ele afirma que “a orientação de vendas parte do princípio de que os consumidores e as empresas, por vontade própria, normalmente não compram os produtos da organização em quantidade suficiente”.

A organização de vendas obtém vendas. As vendas proporcionam retorno; o retorno proporciona lucro. Por isso, o tamanho, o custo e o uso da equipe de vendas precisam, afinal, ser relacionados com o lucro. Em geral, como gerente de vendas, você enfrentara uma destas duas situações: ou começará da estaca zero, sem nenhum vendedor em campo, ou assumirá uma organização já existente (ROGERS, 1993 p. 12).

2.6 Sazonalidade

Sazonalidade é uma expressão muito utilizada pelos economistas, referindo-se à alternância de períodos previsíveis de baixas e altas de preços, em decorrência, respectivamente, de aumentos e diminuições na oferta de bens. Nas palavras de Cunha (1997, p.189.), ele afirma que “a sazonalidade traduz-se pela distribuição da procura ao longo do ano de forma desigual, provocando uma concentração nuns meses mais do que em outros e deriva de fatores climatéricos, geográficos, demográficos, econômicos e psicossociais”.

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Para os autores Marques & Mello (1999, p.35) o conceito de sazonalidade é “caracterizado por um movimento de preços ao longo do ano devido à safra e entressafra, estações do ano, hábitos dos consumidores e outros fatores.”

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3. METODOLOGIA

Aqui são relatadas as estratégias aplicadas para a execução deste trabalho de conclusão de curso. São caracterizados os tipos de pesquisa que foram realizadas, relatar como foi o plano de coleta de dados, e a análise e interpretação dos dados coletados.

3.1 Tipo de Estudo

Para a classificação da pesquisa, toma-se como base à taxionomia apresentada por Vergara (2007), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto as meios.

No que se refere aos fins, o presente trabalho é de caráter exploratório e descritivo. É exploratório pelo fato de que de acordo com Vergara (2000, p. 46) é “realizado em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado”; é descritivo porque segundo a definição da mesma autora (2000, p. 46) “expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal.”

Quanto aos meios, o trabalho é considerado como uma pesquisa bibliográfica, documental e um estudo de caso. Classifica-se como pesquisa bibliográfica, pois se recorreu ao uso de material acessível ao público em geral como livros, artigos e redes eletrônicas e conforme as palavras de Vergara (2007, p.48) “a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas redes eletrônicas, isto é, qualquer outro tipo de pesquisa”.

Classifica-se também como uma pesquisa documental porque foram feitas pesquisas junto aos documentos da empresa onde foi realizado o estudo e conforme Vergara (2006, p. 48), “pesquisa documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas, registros, anais, regulamentos circulares, ofícios entre outros documentos internos”.

A presente pesquisa também é caracterizada como um estudo de caso que, segundo Vergara (2000, p. 49), é “circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país”.

3.2 Coleta de Dados

O trabalho de conclusão de curso foi realizado na empresa Lange Termoplásticos Ltda, situada no município de Panambi, estado do Rio Grande do Sul. Conforme Vergara (1997), a coleta de dados deve informar a maneira pela qual se pretende obter os dados necessários para responder ao problema.

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conversas não estruturadas com a responsável pelo setor financeiro, onde a mesma foi indagada das formas como a empresa gerencia seu capital de giro. Outro método utilizado foram as pesquisas aos documentos da empresa, onde foram utilizados os dados financeiros da empresa, que serviram de base para a realização deste estudo, obtidos através do software de gerenciamento que a empresa utiliza. Os balanços, demonstrativos de resultados e outros documentos contábeis utilizados também neste estudo foram disponibilizados pelo escritório de contabilidade que presta assessoria à Lange Termoplásticos.

O trabalho de coleta de dados para a realização deste foi iniciado no final do segundo semestre de 2010, com pesquisa aos documentos da empresa, bem como aos balanços e demonstrativos de resultados dos anos de 2008 e 2009. Como estava em processo de finalização, os documentos contabéis do ano de 2010 foram disponibilizados no final do mês de janeiro do ano de 2011.

3.3 Análise e Interpretação dos Dados

A análise tem como objetivo organizar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.

A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, com a utilização de ferramentas como planilhas de excel, onde, depois de coletados, estes dados foram transferidos para tabelas e/ou gráficos que facilitam a visualização e interpretação, sempre visando responder a questão de estudo e aos objetivos propostos neste relatório.

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com o intuito de estudar como a empresa Lange Termoplásticos gerencia o seu capital de giro, foi feito um estudo em seus documentos contábeis, principalmente Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados dos anos de 2008 a 2010 a fim de verificar os resultados obtidos nesse período, bem como relatórios financeiros e de vendas obtidos através do software de gerenciamento utilizado na Lange.

O capital de giro é a mola propulsora das atividades financeiras da empresa. Ele demonstra a saúde financeira da empresa. Claro que para isso tem de ser estudadas em conjunto com todos os números da contabilidade da empresa, pois um demonstrativo isolado pode indicar uma posição, mas que verificado juntamente com outros indicadores podem indicar uma situação totalmente diferente.

4.1 Caracterização da Organização

A empresa objeto deste estudo foi a Lange Termoplásticos Ltda., situada em Panambi, à Avenida das Indústrias, número 430, de propriedade do Sr. Ildo Artur Lange e Carmen M. R. Lange e com um quadro funcional de aproximadamente 50 funcionários.

A Lange Termoplásticos teve início de suas atividades em 1992 com um pequeno empreendimento voltado à prestação de serviços no segmento metal mecânico. A partir de 1994, seus fundadores voltaram a sua área de atuação para a injeção de peças termoplásticas, desenvolvendo produtos próprios e também serviços terceirizados. Com o constante aumento de produção, buscando um melhor atendimento para seus clientes, transferiu-se para o Distrito Industrial em 2000. Seguindo este objetivo, em 2004, a empresa obteve a certificação ISO 9001, mantendo-a até os dias de hoje.

A Lange Termoplásticos atua principalmente na área de injeção e transformação de polímeros. O ramo de atividade da empresa é a indústria. Sua produção é distribuída através da venda direta. O perfil de seus principais clientes está ligado grande parte à agroindústria, grandes agricultores e indústrias do setor metal mecânico.

4.2 Vendas

O mercado de atuação da Lange Termoplásticos está voltado basicamente para o agronegócio, atendendo empresas, principalmente na região sul do Brasil, do setor metal mecânico e grandes produtores rurais. Sua linha de atuação é na transformação de peças plásticas e também na área de usinagem. Seus principais produtos são caçambas plásticas para elevadores, esferas de borracha utilizadas em máquinas de pré-limpeza de cereais, manípulos e roletes para fitas transportadoras. A Lange também atua no beneficiamento de materiais, onde o cliente envia a matéria prima e a Lange transforma este material em produtos. Neste

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caso, o custo do produto é somente o cálculo do valor da hora/máquina e da hora/homem empregada na transformação.

Seus clientes são, em sua grande maioria, empresas de pessoa jurídica, que compram os produtos da Lange para serem usados em seus produtos finais. Em menor percentual também atende a consumidores finais, geralmente produtores rurais, que utilizam os produtos da Lange como peças de reposição em seus equipamentos. A empresa está buscando ampliar sua área de atuação, atendendo a outros nichos de mercados, aumentando seu nível de produção e evitando assim os efeitos da sazonalidade do setor agrícola em seu negócio.

As decisões sobre criação de novos produtos ficam a critério do conhecimento e experiência dos proprietários e também de pedidos de clientes. A forma de divulgação que a Lange adota atualmente para seus produtos é através do site da empresa, folder, contatos telefônicos do setor comercial. Atualmente a empresa trabalha também com representantes comerciais no estado do Mato Grosso do Sul e Goiás, que são responsáveis por fazerem contatos com empresas naqueles estados e difundirem os produtos da Lange Termoplásticos.

No setor comercial, a Lange Termoplásticos trabalha com 4 pessoas para atender aos clientes. As principais formas de contato são através de contato via telefone ou e-mail. Eventualmente, um funcionário do setor é designado para fazer viagens para contatos com clientes ou possíveis novos clientes.

4.2.1 Política de Vendas

A Lange não trabalha com limite mínimo para faturamento, porém valores abaixo de R$200,00 somente serão expedidos após o pagamento a vista. Para pedidos acima deste valor, a Lange negocia o prazo e a forma de pagamento com os clientes levando em conta o histórico de cada cliente. A empresa também se utiliza como ferramenta, da consultoria junto a empresas que fornecem informações sobre a situação de crédito. Essas consultas, em geral são feitas no momento da primeira compra do cliente, mas também são utilizadas se a empresa apresentar inadimplência em suas compras passadas e continuar solicitando novos pedidos. Para casos assim, de restrição de crédito de empresa já cliente da Lange, os novos pedidos somente são liberados após pagamentos dos pedidos pendentes e, em alguns casos, somente com pagamento a vista dos novos pedidos.

Os pagamentos a prazo na Lange Termoplásticos é através de boleto bancário. O envio do documento é por conta da instituição financeira onde foi colocado o título em carteira. Caso haja solicitação do cliente, o boleto para pagamento também pode ir acompanhando a nota fiscal no momento de sua emissão.

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As datas de entrega dos pedidos colocados são negociadas com os clientes, considerando a disponibilidade de estoque, de produção, de compra de matéria prima, primando sempre por disponibilizar os produtos para o cliente no menor tempo possível. Os fretes são por conta do cliente, que em grande parte das vezes indica a empresa que fará o transporte.

4.2.2 Histórico de Vendas da Lange Termoplásticos

O setor agrícola no Brasil vem crescendo ano a ano, com safras recordes de produção de grãos. No entanto também é um setor que está sujeito a diversas oscilações, seja em decorrência de fatores climáticos, econômicos, políticos, entre outros.

Anualmente a Lange Termoplásticos também sofre com esta variação, fazendo com que a administração do capital de giro seja comprometida. O setor comercial é o primeiro setor da empresa a demonstrar esta oscilação, pois as vendas reduzem drasticamente durante a entressafra, que é o período que contempla o fim da colheita (pós-colheita) até o início do novo plantio.

Através do gráfico 1 das vendas realizadas é possível perceber esta oscilação.

Gráfico – Vendas realizadas 2008 a 2010

Fonte: Departamento de Vendas da Lange Termoplásticos

Pelo gráfico 1 pode-se visualizar que os períodos mais críticos em relação as vendas realizadas na Lange Termoplásticos, em comum nos 3 anos estudados estão entre os meses de maio a agosto. Mesmo nos anos em que não há quebras de safras e o mercado do agronegócio esteja favorecido, historicamente percebe-se uma queda nas vendas no setor entre os meses de março a agosto, devido principalmente em razão da baixa procura de produtos das empresas e produtores rurais neste período, onde os clientes compram o estritamente necessário para satisfazer suas necessidades, geralmente manutenções de urgência.

Com base nos dados dos anos de 2008, 2009 e 2010, pode-se visualizar o quanto esta oscilação ocorre. O mês de janeiro de 2008 começou com um total de R$ 184.544,22 no total de vendas realizadas, mas nos meses de fevereiro e março apresentaram uma queda em relação a janeiro no valor de vendas. Em abril e maio, o total de vendas realizadas voltou a apresentar elevação. No mês de junho, novamente apresentou queda no total de vendas

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realizadas em relação ao mês anterior. Ainda em 2008 pode-se observar que o maior período contínuo de crescimento no total de vendas realizadas foi entre os meses de julho a setembro. Em outubro novamente apresentou queda no total das vendas, mas voltou a crescer em novembro e dezembro daquele ano.

Já no ano de 2009, no mês de janeiro seguiu a linha de crescimento que vinha se apresentando nos meses de novembro e dezembro de 2008, mas nos meses de fevereiro a abril houve a queda gradativa no total de vendas. O maior valor em total de vendas realizadas no ano de 2009 aconteceu em agosto com o total de R$403.665,53. Neste ano de 2009 pode se perceber que não há período de crescimento contínuo no total de vendas. Este valor se alterna entre altos e baixos, mês a mês. Uma explicação para este comportamento nas vendas neste ano de 2009 foi a crise econômica mundial presente desde 2008 que teve sua maior repercussão no setor do agronegócio brasileiro em 2009.

A Lange enfrentou uma crise nos anos de 2007 e 2008, onde a empresa teve grandes dificuldades para manter-se competitiva no mercado. Com a busca de recursos externos, a Lange foi se recuperando, em 2009, mesmo ainda descapitalizada, conseguiu encerrar o ano com um crescimento de quase 25% nas vendas realizadas em relação ao ano anterior.

O ano de 2010 começou com um recorde no total de vendas no mês de janeiro. Historicamente, os melhores meses de vendas realizadas para a Lange Termoplásticos estão entre os meses de setembro a fevereiro, onde, desde que as condições estejam favoráveis, o mercado do agronegócio está aquecido para realização de novos negócios. Na Lange Termoplásticos pelo gráfico 1 das vendas realizadas pode-se observar que entre os meses de fevereiro a julho há oscilação de altos e baixos no total de vendas realizadas, mas que de agosto a dezembro de 2010 apresentou um ritmo contínuo de crescimento no total das vendas.

Embora os meses críticos de vendas da Lange sejam de março a agosto, estes números não são absolutos. Isso pode ser comprovado através do gráfico 1, onde, em 2009 o maior pico de vendas realizadas naquele ano foi no mês de agosto.

4.2.3 Prazo Médio de Recebimento

No entendimento dos teóricos, quanto menor for o prazo médio de recebimento, melhor será para a empresa, pois não terá seu capital de giro comprometido para pagamento de suas obrigações.

No gráfico 2 é demonstrado o prazo médio de recebimento da Lange Termoplásticos.

Gráfico - Prazo Médio de Recebimento

Fonte: Balanço anual e Demonstrativo de Resultado de Exercícios da Lange Termoplásticos Ltda

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O prazo de recebimento da Lange Termoplásticos é de 35 dias, porém no gráfico 2 se vê que estes índices sofreram variações. Em 2008 este prazo foi de 41,99 dias, 2009 subiu para 42,19 dias e em 2010 este número caiu para 36,54 dias. Esta queda no prazo médio de recebimento em 2010 pode ser explicada, principalmente pelo fato de que em 2010 houve um acréscimo de 37,60% nas vendas realizadas em relação ao ano de 2009 e o mercado, neste ano de 2010, não sofria mais os efeitos da crise econômica mundial que estava presente nos anos de 2008 e 2009.

4.2.4 Prazo Médio de Estoques

A Lange não tem a política de trabalhar com grandes volumes de matéria prima estocada, porém para alguns materiais a Lange determina um estoque mínimo, seja em decorrência da grande demanda do material para a produção, ou até mesmo devido a logística do mesmo. A política de compras é determinada a partir da necessidade do material para fabricação, no momento do pedido é feito o contato com o fornecedor e a partir disso negociados os preços, quantidades e prazos de entrega.

Para estoques de produtos acabados e intermediários, a empresa utiliza da mesma política para estocagem. Mantém um estoque mínimo daqueles itens que tem maior número de vendas e também com medidas padrões que atendam as necessidades de diversos clientes. Alguns produtos são produzidos conforme as necessidades dos clientes em tamanhos e medida e justamente por essa particularidade não são feitas peças para estoque, pois podem sofrer variações e ficar encalhados na empresa.

O prazo médio de estoques da Lange demonstrado no gráfico 3, que compreende o período entre a compra e a venda das mercadorias na empresa, pode-se observar um grande aumento em 2009, em relação a 2008, quando saltou do prazo de 75,67 dias para 184,5. Este aumento ocorreu devido ao aumento de estoques, onde o estoque não teve o giro esperado pelos proprietários da empresa e o volume de vendas não correspondeu as expectativas dos mesmos, fazendo assim com que a empresa ficasse com os produtos estocados na empresa por mais tempo e com a sua falta de recursos em caixa disponível na Lange no ano de 2009. Em 2010 este número baixou para 88,01 dias.

Gráfico - Prazo médio de estoques Fonte: Lange Termoplásticos Ltda 4.2.5 Prazo médio de pagamento

Nas compras de matéria prima a Lange trabalha com os prazos negociados caso a caso com os fornecedores para compra de seus materiais. Como a Lange não dispõe de capital disponível, as compras em geral são negociadas para pagamentos a prazo.

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Gráfico - Prazo Médio de Pagamento Fonte: Lange Termoplásticos Ltda.

Aqui, vê-se que o prazo médio de pagamento foi maior em 2009, que foi o ano em que a empresa apresentou maiores dificuldades na gestão do capital de giro e teve de negociar novas datas para pagamentos de suas obrigações junto aos fornecedores e também aumentar o prazo de pagamento para novas compras realizadas.

4.3 Ciclos Operacional e Financeiro

O ciclo operacional compreende o período entre a data da compra até o recebimento do cliente. É conhecido através da soma do prazo médio dos estoques e do prazo médio de recebimento. Já o ciclo financeiro é o período que abrange desde o pagamento da matéria prima até o recebimento das vendas. Na tabela 1 estão descriminados os ciclos operacionais e financeiros da Lange Termoplásticos.

Tabela - Ciclos Operacional e Financeiro

Ciclo 2008 2009 2010

Ciclo Operacional 117,67 226,69 124,55

Ciclo Financeiro 76,30 155,15 68,02

Fonte: Lange Termoplásticos Ltda.

Os números indicam que em 2008 o ciclo operacional era de 117,67 dias e o ciclo financeiro correspondia a 76,3 dias do ciclo operacional da empresa, ou seja, em um período de um ano (360 dias) o giro da empresa foi de 4 vezes e que a empresa financiou a compra de seu cliente com seu capital de giro por 35 dias. Os números desfavoráveis da empresa em 2009, com poucos recursos disponíveis em caixa, novamente se refletem nos ciclos operacional e financeiro. O ciclo operacional aumentou para 226,698 dias e o ciclo financeiro para 155,15 dias do ciclo operacional, fazendo com que o giro da empresa caísse para 2 vezes ao ano. Já o uso do seu capital de giro para financiamento das vendas de seus clientes aumentou para 53 dias. Em 2010, com uma situação econômica mais estável o ciclo operacional baixou para 124,55 dias e o ciclo financeiro baixou para 68,02 dias do ciclo operacional da Lange. Neste ano de 2010, a Lange teve um giro de 5 vezes e usou o seu capital de giro somente 12 dias para financiar seu cliente, o que aconteceu devido a diminuição do prazo de recebimento de suas vendas para os seus clientes, como demonstrado no gráfico 2, do prazo médio de recebimento.

Para uma situação favorável para a empresa, quanto menor for o ciclo financeiro melhor será, pois assim a empresa não irá comprometer o capital de giro para financiar as vendas de seus clientes e poderá ter mais capital disponível para outros investimentos.

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4.4 Índices de Liquidez

Os índices de liquidez de uma empresa servem para demonstrar a situação financeira da empresa através dos números obtidos na demonstração de resultados de exercício e do balanço patrimonial da empresa e referem-se as disponibilidades da empresa a curto prazo para cumprimento de suas obrigações.

Na tabela 2 verificam-se os índices de liquidez da Lange Termoplásticos no período de 2008 a 2010 demonstram a pouca capacidade de liquidez da empresa, principalmente nos anos de 2008 e 2009.

Tabela - Índices de Liquidez

Liquidez 2008 2009 2010

Corrente 0,82 0,96 3,39

Seca 0,37 0,35 2,62

Imediata 0,07 0,10 0,64

Fonte: Balanço Patrimonial da Lange Termoplásticos Ltda.

Com base na tabela 2, dos índices de liquidez, vê-se que o índice de liquidez corrente, que mede a capacidade de uma empresa em pagar suas obrigações a curto prazo, esteve aumentando ano a ano, obtendo seu melhor desempenho em 2010, onde para cada R$1,00 de dívida de seu passivo circulante, a Lange tinha R$3,39 de bens e direitos do seu ativo circulante para saldar esta dívida.

Porém, embora ao longo do período analisado os índices de liquidez tenham aumentado, com exceção de um pequeno decréscimo no ano de 2009 no índice de liquidez seca, o índice de liquidez imediata demonstra que se a Lange resolvesse negociar suas obrigações de curto prazo imediatamente não conseguiria saldar esta dívida somente com seus recursos disponíveis e teria que buscar alternativas para conseguir realizar tal intento.

4.5 Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa permite que se visualize toda a movimentação de entrada e saída de valores no caixa. É muito importante para o administrador uma vez que através dele o profissional pode planejar a movimentação para os próximos meses, corrigindo distorções que podem estar ocorrendo no caixa da empresa.

Nos demonstrativos de fluxo de caixa da Lange Termoplásticos, constantes nas tabelas 3, 4 e 5 estão especificados as receitas provenientes das vendas e também os empréstimos de curto prazo. Os empréstimos de longo prazo estão mencionados no fluxo de caixa, somente a título de informação para demonstrar a movimentação entre os anos de 2008 a 2010, pois em geral se referem a financiamentos para adquirir novas máquinas e equipamentos. As despesas gerais, citada nas referidas tabelas 3, 4 e 5 referem-se a outros gastos administrativos que não estão mencionados naquelas tabelas.

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Em 2008 a Lange estava em processo de implantação do software de gerenciamento adquirido de terceiros e por essa razão, nos meses iniciais daquele ano não há dados de determinadas contas no fluxo de caixa, como por exemplo, pode ser citada a conta de despesas financeiras, as quais eram lançadas na conta de despesas gerais, mas conforme o sistema vinha sendo atualizado foram verificadas as necessidades de se abrir novas contas no centro de custos a fim de se obter um gerenciamento mais eficiente no fluxo de caixa da empresa.

Observando as tabelas 3, 4 e 5 de fluxo de caixa dos anos de 2008, 2009 e 2010 se percebe que a principal dificuldade da Lange está em gerenciar os gastos não operacionais, localizados na conta de Utilidades e Serviços, onde estão inseridas as despesas gerais da empresa e também as despesas financeiras. As despesas tem reflexo imediato no capital circulante da empresa, pois diminuem o capital líquido. Pelas tabelas se percebe que mesmo havendo queda no faturamento as despesas não acompanham este movimento e faz-se necessário buscar recursos junto aos bancos para que a empresa possa estabelecer um equilíbrio entre as receitas e as despesas.

No fluxo de caixa da Lange, a conta de despesas gerais se referem à gastos que a empresa possui, mas que não estão ligadas diretamente a área produtiva. Nelas estão inclusas despesas tais como fretes não relacionados a compra de matéria prima, material de expediente, gastos com honorários de terceiros, energia elétrica da área administrativa, custos com telefonia, internet, entre outros gastos. Na conta de despesas financeiras estão os lançamentos de pagamentos de amortizações de financiamentos realizados pela empresa, juros das movimentações de descontos de duplicatas e empréstimos.

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Tabela - Fluxo de Caixa do ano de 2008 da Lange Termoplásticos Valores em R$ ANO: 2008 Fevereiro Março Abril Maio

Jun

ho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

19.521,34 43.824,67 26.341,17 2.927,31 - 16.6 52,7 3 - 60.522,47 - 61.306,67 - 169.425,65 - 71.017,52 - 13.284,43 10.539,46 Caixa 193.668,81 135.311,05 120.995,36 146.887,84 15 5.03 206.165,99 210.641,37 341.486,95 273.888,85 231.534,57 233.737,77 Faturamento 193.668,81 135.311,05 120.995,36 146.887,84 15 5.03 206.165,99 210.641,37 341.486,95 273.888,85 231.534,57 233.737,77 Bancos 7.200,00 21.000,00 - 6.500,00 - 26.500,00 5.060,71 35.392,76 67.461,25 47.200,00 25.000,00

Empréstimos (curto prazo) 7.200,00 21.000,00 - 6.500,00

- 26.500,00 5.060,71 35.392,76 67.461,25 47.200,00 25.000,00

*Empréstimos (longo prazo) 144.000,00 110.000,00

Saldo de Receitas 220.390,15 200.135,72 147.336,53 156.315,15 13

8.37 172.143,52 154.395,41 207.454,06 270.332,58 265.450,14 269.277,23

Mat. Prima e Aux. 51.282,25 71.308,26 23.187,44 50.346,20 7

0.34 96.926,85 121.435,35 81.804,65 108.574,28 37.170,49 72.403,78 Matéria prima 50.605,43 71.163,99 21.698,90 49.802,23 6 9.32 91.630,57 117.827,44 78.965,33 106.042,63 36.925,60 69.824,23 Fretes 676,82 144,27 1.488,54 543,97 1.01 5.296,28 3.607,91 2.839,32 2.531,65 244,89 2.579,55 Sistema Produtivo 11.375,28 11.304,21 12.592,55 8.041,30 1 6.72 23.805,95 26.236,00 26.116,60 21.019,26 27.499,94 20.166,47 Setores 2.002,30 3.752,37 4.412,39 1.359,67 8.10 14.636,92 15.620,42 13.071,37 10.503,08 14.783,46 10.172,98 Energia elétrica 9.372,98 7.551,84 8.180,16 6.681,63 8.61 9.169,03 10.615,58 13.045,23 10.516,18 12.716,48 9.993,49 Sistema de Comerc. - - - - - - 1.536,88 - 1.950,20 506,02 - Comissões de Vendas - - - - - - 1.536,88 - 1.950,20 506,02 - Recursos Humanos 35.026,82 34.380,77 34.886,69 36.428,20 3 9.68 44.094,27 43.706,81 46.363,50 47.486,27 58.807,91 43.175,30 Administrativo 23.714,60 22.711,49 22.898,08 24.766,27 2 8.41 30.216,16 30.405,40 30.223,28 31.281,13 37.837,10 28.725,29 Produção 11.312,22 11.669,28 11.988,61 11.661,93 1 1.26 13.878,11 13.301,41 16.140,22 16.205,14 20.970,81 14.450,01 Utilidades e Serviços 48.200,28 33.486,49 45.539,28 76.547,31 5 4.41 57.410,98 73.292,63 72.049,22 57.233,62 93.009,39 68.784,85 Despesas Financeiras - - - - 1 1.27 14.011,65 16.796,38 23.335,35 25.149,66 39.030,40 32.292,54 Despesas Gerais 48.200,28 33.486,49 45.539,28 76.547,31 4 3.13 43.399,33 56.496,25 48.713,87 32.083,96 53.978,99 36.492,31 Impostos 30.680,85 23.314,82 28.203,26 1.604,87 1 7.74 11.212,14 57.613,39 52.137,61 47.353,38 37.916,93 42.041,82 Saldo de Despesas 176.565,48 173.794,55 144.409,22 172.967,88 19 8.90 233.450,19 323.821,06 278.471,58 283.617,01 254.910,68 246.572,22 Saldo do Período 43.824,67 26.341,17 2.927,31 - 16.652,73 - 60.5 - 61.306,67 - 169.425,65 - 71.017,52 - 13.284,43 10.539,46 22.705,01

* Os empréstimos a longo prazo não estão contabilizados no total de receitas. Fonte: Departamento Financeiro da Lange Termoplásticos Ltda

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