• Nenhum resultado encontrado

Uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da ADAMAG - Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da ADAMAG - Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

BRUNA CORRÊA ALVES

USO DE CASQUEIROS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MELHORIA DA VIA DE ACESSO DA ADAMAG - ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO MÁRMORE E GRANITO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE

ITAPEMIRIM, ESPIRITO SANTO

Ibatiba – ES 2020

(2)

USO DE CASQUEIROS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MELHORIA DA VIA DE ACESSO DA ADAMAG - ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO MÁRMORE E GRANITO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE

ITAPEMIRIM, ESPIRITO SANTO

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Especialização em Educação Ambiental e Sustentabilidade, do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Ibatiba, como requisito parcial para obtenção o grau de especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. Marcos Alves de Magalhães

Ibatiba – ES 2020

(3)

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Ifes - Campus Ibatiba)

A474u Alves, Bruna Corrêa, 1989-

Uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da ADAMAG - Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo / Bruna Corrêa Alves. – 2020.

55 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Marcos Alves de Magalhães

Monografia (especialização) – Instituto Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-graduação Lato sensu em Educação Ambiental e Sustentabilidade, 2020.

1. Gestão ambiental. 2. Rochas ornamentais - Resíduos. 3. Resíduos industriais. 4. Reaproveitamento (Sobras, refugos, etc.). 5. Monografias - Pós-graduação. I. Magalhães, Marcos Alves. II. Instituto Federal do Espírito Santo. Campus Ibatiba. III. Título.

CDD 363.7 Elaborada por Elisa Canuta da Silva Santos – CRB-6/ES – 766

(4)

USO DE CASQUEIROS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA MELHORIA DA VIA DE ACESSO DA ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO MÁRMORE E GRANITO, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, ESPIRITO SANTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Ibatiba, como requisito parcial para obtenção o grau de especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. D.Sc. Marcos Alves de Magalhães

Aprovado em: 18 de março de 2020

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. D.Sc. Marcos Alves de Magalhães

Universidade Federal de Visosa - UFV Orientador

Prof. M.Sc. Juscelino Alves Henriques

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Ibatiba Membro Interno

M.Sc. Valério Raymundo

ADAMAG – Associação do Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito Membro Externo

(5)

“A educação sempre será o caminho para dias melhores".

(6)

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por me conceder saúde para chegar até aqui, sem ELE nada seria possível.

Também agradeço ao IFES campus Ibatiba, aos professores que lecionaram nesse curso de pós graduação e especialmente ao professor Marcos Magalhães que aceitou orientar esse trabalho e aos demais membros das bancas, Valério Raymundo e Professor Juscelino.

As amizades que fiz ao longo do curso, a Moema e a Ueldyane por serem minhas companheiras de carona e boas risadas ao longo do trajeto. A Amanda e Adélia por terem me recebido em suas residências com muito boa vontade em todos os fins de semana de aula. E por fim, não poderia deixar de agradecer de todo o meu coração aos meus pais que sempre estiveram comigo, e na reta final do curso, ao meu marido Leonardo e a minha filha Elisa que chegaram para alegrar a minha vida.

(7)

“Nada é mais eficaz do que um pensamento positivo amplificado".

(8)

ALVES, Bruna Corrêa Alves. Uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito, Cachoeiro de Itapemirim, Espirito Santo. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Ambiental e Sustentabilidade, do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Ibatiba. Orientador: Prof. Marcos Alves de Magalhães

A atividade de extração e processamento de rochas ornamentais é uma grande geradora de resíduos, com enorme potencial para causar impactos ambientais. Anualmente milhares de toneladas de rejeitos não têm aplicação formal e são considerados cacos ou lixo industrial. Grande parte das empresas deposita os rejeitos no pátio da própria empresa ou descarta em diversas áreas sem nenhum controle, locais conhecidas como bota fora. O presente trabalho avaliou o uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito (ADAMAG), localizada em Cachoeiro de Itapemirim, estado do Espirito Santo, tendo como premissa minimizar custos de gestão dos resíduos, redução do impacto ambiental e dar destinação adequada a esses resíduos de forma ambientalmente adequada. Foram visitadas 12 empresas associadas a ADAMAG para estimar a quantidade gerada de casqueiro. Para obtenção dos dados foram realizadas inspeções in loco e aplicado um questionário semiestruturado. Toda a produção de casqueiros é doada a associação, anteriormente esse resíduo era depositado na área interna das próprias empresas ou descartados em botas foras. A quantidade média mensal de casqueiros, doados para a ADAMAG e usado para a melhoria da via de acesso, é de 990 t (cerca de 360 m3). Os casqueiros doados possuem boa aplicabilidade para manutenção de vias de acesso onde o fluxo de veículos pesados é intenso. Além disso, as doações possuem baixo custo operacional pois as empresas doadoras estão localizadas nas proximidades da associação. As doações de casqueiros têm reduzido os impactos ambientais, permitindo que as empresas atendam as condicionantes ambientais estabelecidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cachoeiro de Itapemirim, visto que os resíduos estão sendo destinados a local correto e, consequentemente, permite reduzir o passivo ambiental causado por essa atividade. A qualidade da via após o uso dos casqueiros melhorou a trafegabilidade de veículos, principalmente dos caminhões carregados com lama abrasiva do beneficiamento de rochas ornamentais. Os motoristas declararam que passaram a trabalhar com maior satisfação pois os custos com manutenção dos veículos diminuíram, houve redução do derramamento de lama ao longo da via de acesso, o alargamento da via permitiu a passagem de dois veículos em sentidos contrários e também o aspecto visual da via foi melhorado. Todos as empresas visitadas possuíam licença ambiental. Conclui-se que a atividade de extração e processamento de rochas ornamentais é uma atividade que gera grande quantidade de resíduos que se avolumam nessas indústrias, causando impacto ambiental que tem sido mitigado, pois os casqueiros têm tido destinação adequada para melhoria da via de acesso das empesas associadas a ADAMAG. O uso de casqueiros constitui-se numa alternativa viável sob o ponto de vista legal, econômica e ambiental.

(9)

ALVES, Bruna Corrêa Alves. Use of ornamental stone residues to improve the access route of the Association for Environmental Development of Marble and Granite, Cachoeiro de Itapemirim, state of Espírito Santo, Brazil. Conclusion of the Specialization Course in Environmental Education and Sustainability, from the Federal Institute of Espírito Santo. Advisor: Marcos Alves de Magalhães

The activity of extraction and processing of ornamental rocks is a great generator of waste, with enormous potential to cause environmental impacts. Annually thousands of tons of tailings have no formal application and are considered shards or industrial waste. Most companies deposit the waste in the company's own yard or discard it in various areas without any control, places known as discard. The present work evaluated the use of ornamental stone residues in the improvement of the access road of the Association for Environmental Development of Marble and Granite, located in the municipality of Cachoeiro de Itapemirim, south of the state of Espírito Santo, having as premise to contribute to the minimization of waste management costs, reduction of the environmental impact and to give destination to this waste in an environmentally appropriate way. 12 companies associated were visited to estimate the amount of shellfish generated. In order to obtain the data, on-site inspections were carried out and a semi-structured questionnaire was applied. All the production of the residues is donated to the association, previously this waste was deposited in the internal area of the companies themselves or discarded in boots outside. The average monthly amount of shells, donated to ADAMAG and used to improve the access route, is 990 t (about 360 m3). The donated waste has good applicability for maintenance of access roads where the flow of heavy vehicles is intense. In addition, donations have low operating costs since the donor companies are located in the vicinity of the association. Donations from shellmen have reduced environmental impacts, allowing companies to meet the environmental conditions established by the Municipal Environment Secretariat of Cachoeiro de Itapemirim, since the waste is being sent to the correct place and, consequently, allows to reduce the environmental liability caused for this activity. The quality of the road after the use of waste improved the trafficability of vehicles, mainly of trucks loaded with abrasive mud from the processing of ornamental rocks. The drivers declared that they started to work with greater satisfaction because the maintenance costs of the vehicles decreased, there was a reduction in the spillage of mud along the access road, the widening of the road allowed the passage of two vehicles in opposite directions and also the visual aspect the track was improved. All visited companies had an environmental license. It is concluded that the activity of extraction and processing of ornamentals rocks is an activity that generates a large amount of waste that increases in these industries, causing environmental impact. The impacts caused to the environment by the associated companies are being mitigated, as the donated waste is being properly disposed of to improve the association's access route. The use of lamp holders is a viable alternative from a legal, economic and environmental point of view.

(10)

Figura 1 - Esquema ilustrativo da classificação dos resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004 ... 17 Figura 2 - Via de acesso interno do aterro da ADAMAG ... 38 Figura 3 - Início das intervenções realizadas para as melhorias na via de acesso ao

aterro da ADAMAG, com a máquina efetuando o alargamento da pista de rolamento ... 38 Figura 4 - Abertura de dreno para escoamento de água superficial para permitir o

rebaixamento da altura do lençol freático ... 39 Figura 5 - Caminhão basculante despejando casqueiros de rochas ornamentais na

via de acesso a ADAMAG ... 40 Figura 6 - Deposição de casqueiros na via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 40 Figura 7 - Aspecto visual da granulometria dos casqueiros usados no revestimento

da via de acesso ao aterro da ADAMAG e ao fundo observa-se, parcialmente o depósito do LBRO ... 41 Figura 8 - Espalhamento de casqueiros na via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 41 Figura 9 - Máquina retirando da pista de rolamento materiais de revestimento mais

grosseiro da via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 42 Figura 10 - Aspecto visual do espalhamento de casqueiros na pista de rolamento

para revestimento da via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 42 Figura 11 - Rolo compressor usado na compactação do casqueiro na pista de

rolamento da via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 43 Figura 12 - Rolo compressor usado na compactação do casqueiro na pista de

rolamento da via de acesso ao aterro da ADAMAG ... 43 Figura 13 - Caminhão pipa aspergindo água sobre a via de acesso ao aterro da

ADAMAG para aumentar o grau de compactação do casqueiro ... 44 Figura 14 - Escoamento de águas pluviais em um dos trechos da via de acesso ao

aterro da ADAMAG ... 45 Figura 15 - Escoamento de águas pluviais em um dos trechos da via de acesso ao

aterro ... 46 Figura 16 - Aspectos visual de um trecho da via de acesso ao aterro da ADAMAG

antes e depois das intervenções ... 46 Figura 17 - Registros fotográficos de um trecho da via de acesso do aterro da

ADAMAG, em (A) antes do uso do uso de casqueiro e (B) depois do uso 48 Figura 18 - Exemplos de impacto visual causado por casqueiros nas empresas ... 49

(11)

AAMOL Associação Ambiental Monte Líbano ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADAMAG Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito ANM Agência Nacional de Mineração

CETEMAG Centro Tecnológico do Mármore e Granito

IEMA Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo LBRO Lama Abrasiva do Beneficiamento de Rochas Ornamentais

LP Licença Prévia

LI Licença Instalação

LBRO Lama abrasiva do Beneficiamento de Rochas Ornamentais LO Licença de Operação

NBR Norma Brasileira de Referência PERS Política Estadual de Resíduos Sólidos PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

SEMMA/CI Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cachoeiro de Itapemirim/ES SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

(12)

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 DESENVOLVIMENTO ... 10

2.1 Referencial Teórico ... 10

2.1.1 Rochas Ornamentais ... 10

2.1.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ... 12

2.1.3 Instrução Normativa 11/2016 IEMA/Espirito Santo ... 14

2.1.4 Norma Brasileira de Referência (NBR) ... 15

2.1.5 Composição e classificação dos resíduos de rochas ornamentais ... 18

2.1.6 Geração de resíduos no beneficiamento de rochas ornamentais ... 20

2.1.7 Impactos Ambientais Causados pelo Setor de Rochas Ornamentais ... 22

2.1.8 Município de Cachoeiro de Itapemirim e o Setor de Rochas Ornamentais ... 23

2.1.9 Associação do Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito (ADAMAG) .. 23

2.1.10 Manutenção da via de Acesso da ADAMAG ... 24

2.1.11 Classificação de materiais utilizados em estradas de revestimento primário ... 28

2.2 Material e Método ... 30

2.2.1 Levantamento das empresas doadoras e estimativa do volume de casqueiros doados para a ADAMAG ... 30

2.2.2 Acompanhamento do uso de casqueiros para a manutenção da via de acesso da ADAMAG visando a melhoria do transporte de LBRO ... 30

2.2.3 Avaliação da qualidade da via de acesso após o uso dos casqueiros quanto a trafegabilidade dos veículos ... 31

2.2.4 Auxiliar as empresas geradoras de casqueiros a atender as condicionantes ambientais que exigem correta destinação e comprovação de envio desses resíduos para local adequado ... 31

2.3 Resultados e Discussão ... 33

2.3.1 Relação das empresas doadoras de casqueiros para a ADAMAG ... 33

2.3.2 Quantidade mensal estimada de casqueiros doados para a ADAMAG ... 34

2.3.3 Acompanhamento do uso de casqueiros para a melhoria e manutenção da via de acesso da ADAMAG ... 35

2.3.4 Avaliação da qualidade da via após o uso dos casqueiros quanto a trafegabilidade de veículo ... 44

2.3.5 Aspectos a serem considerados pelas empresas doadoras de casqueiros para ADAMAG para a correta destinação ... 45

(13)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 49 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARTE 1 ... 54 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARTE 2 ... 55

(14)

1 INTRODUÇÃO

Toda e qualquer atividade humana, seja ela de mineração, industrial, agropecuária, agroindustrial ou urbana, gera resíduos. Por essa razão, uns dos grandes problemas atuais da humanidade são os impactos causados ao meio ambiente, principalmente pela crescente produção de resíduos sólidos e líquidos, gerados em diversas atividades antrópicas, os quais, quando inadequadamente dispostos, podem trazer grandes prejuízos para o ambiente. Assim, a geração de diferentes resíduos e rejeitos provenientes dessas atividades corresponde a um dos “custos” a ser contabilizado no processo produtivo (MAGALHÃES, 2002).

A atividade de extração e processamento de rochas ornamentais também se insere neste contexto, visto que resíduos se avolumam nessas indústrias, com enormes quantidades geradas causando impactos ambientais.

O setor de rochas ornamentais, que têm o estado do Espírito Santo o principal produtor, processador e exportador de rochas do Brasil, é o responsável por cerca de metade da produção e das exportações brasileiras, concentrando mais da metade do parque industrial brasileiro do setor, tanto em número de teares e empresas, quanto em termos de crescimento. O gigantismo desta indústria chama tanta atenção, quanto o desperdício que o seu processo industrial gera. Anualmente milhares de toneladas de rejeitos não têm aplicação formal e são considerados cacos ou lixo industrial.

As primeiras aplicações de rejeitos das rochas ornamentais de mármores e granitos foi na utilização de painéis decorativos, dada à utilização de materiais diferentes, principalmente no que se refere a obras de revestimento e o desenvolvimento de novas tecnologias de extração, manuseio, transporte e beneficiamento de blocos. Os avanços tecnológicos permitiram o aproveitamento e difusão de diversas rochas anteriormente não comercializadas, enquanto, as novas utilizações viabilizaram soluções estéticas e funcionais muito interessantes e confiáveis na construção civil.

Grande parte das jazidas em atividade deposita os rejeitos no pátio da própria empresa geradora ou descarta em diversas áreas sem nenhum controle, locais conhecidas como bota fora. Esses rejeitos possuem variadas dimensões e quando descartados sem controle formam verdadeiras montanhas de restos de mármore e granito, podendo inclusive obstruir canais ou

(15)

mesmo soterrar córregos, riachos, comprometendo assim os recursos hídricos locais de forma imediata, além da fauna e flora existente.

O uso de casqueiros de rochas ornamentais possuem lugar de destaque já que pela sua robustez, permitem a execução de paredes estruturais, arrimos, paredes dupla-face, além de uso na melhoria da via de acesso.

O presente trabalho avaliou o uso de casqueiros de rochas ornamentais na melhoria da via de acesso da Associação de Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito (ADAMAG), localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim, sul do estado do Espírito Santo, tendo como premissa as possibilidades de contribuir com a minimização dos custos de gestão dos resíduos, redução do impacto ambiental e dar uma destinação adequada a esses resíduos de forma ambientalmente adequada.

(16)

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Rochas Ornamentais

Segundo Schumann (1982) rocha é qualquer agregado sólido natural constituído por um ou mais minerais e/ou mineraloides. A partir deste conceito geológico, a Norma Brasileira de Referência (NBR) 15012:2003, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1995) define rocha ornamental como “uma substância rochosa natural que, submetida a diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode ser utilizada com uma função estética qualquer”.

Quando se fala em rochas destinadas à ornamentação civil, logo se pensa em mármores e granitos, isso porque o mercado nos leva a pensar desta maneira genérica, subdividindo as rochas ornamentais basicamente nestas duas classes. No entanto, qualquer tipo litológico que seja utilizado em revestimento para colunas, paredes, pilares, pisos ou soleiras, ou ainda em arte funerária, arte escultural, utensílios de adorno ou em decorações de fachadas de prédios, está inserido no conceito de rocha ornamental (REIS e SOUZA, 2003).

Segundo o Grupo Paraná Granito (2019) conceitualmente há diferença entre mármore e granito, apesar de ambos serem pedras naturais, cada um possui características técnicas distintas.

Mármore é uma rocha metafórica originária do calcário e sua coloração varia dependendo dos minérios presentes, podendo ser predominantemente branca, acinzentada, de coloração creme com veios escuros, esverdeadas ou ainda predominantemente pretas. O termo rocha metafórica é empregado no mármore por ele ter sido inicialmente um calcário comum que passou por transformações físicas e químicas devido a altas temperaturas e pressões no interior da Terra.

O granito é composto principalmente pelos minérios quartzo, feldspato e mica. Ele é uma pedra mais dura e forte do que o mármore, além de possuir cores mais mescladas por causa da disposição interna de minerais. Isso faz com que o granito tenha uma aparência mais luminosa em comparação ao visual mais uniforme e suave do mármore. Por conta de o granito ser uma rocha mais dura que o mármore, pode-se dizer que ele é mais resistente. Essas características

(17)

tornaram o granito bastante utilizado em bancadas de cozinha ou áreas de serviço, pois no passado era conhecido por ser mais resistente a riscos e manchas ocasionados pelo uso de facas afiadas ou derramamento de líquidos.

Atualmente o mercado de rochas possui impermeabilizantes de qualidade, que quando utilizados de forma apropriada permitem a utilização de mármores em áreas como cozinhas e banheiros assegurando maior resistência para riscos, absorção de líquidos e corrosões.

A indústria de rochas ornamentais apresentou um notável crescimento nos últimos anos, isto devido às inúmeras formas de utilização do mármore e granito na construção civil, entre aplicações estéticas e decorativas. O Brasil se destaca mundialmente como uns dos maiores produtores e exportadores destes tipos de rochas, exportando de janeiro a março do ano de 2018 um número superior a 420 mil toneladas (SINDIROCHAS, 2018).

Segundo o Sindirochas (2017), as exportações de rochas ornamentais no Brasil atingiram cerca de 2,3 milhões de toneladas e US$ 1,1 bilhões em dezembro de 2017, com destaque para o Espírito Santo, que respondeu por 76% do volume físico e 81% do total do faturamento das exportações brasileiras. A expansão do consumo de rochas ornamentais favorece de forma considerável o mercado interno brasileiro, por outro lado, causa significativo aumento de impactos ambientais, uma vez que o sistema produtivo gera significativa quantidade de resíduos (BRAGA et al., 2010). Para a produção de chapas polidas, os blocos de rochas passam por um processo de beneficiamento após sua extração, produzindo resíduos em todas as etapas do processo.

De acordo com Vidal et al. (2014), são produzidos no Brasil cerca de 1.500.000 toneladas de resíduos finos anualmente, compostos principalmente por pó de rocha, água, cal, abrasivos, lâminas e granalhas desgastadas. Após as etapas de beneficiamento, a geração de resíduos chega a ser da ordem de 30 a 40% da matéria-prima utilizada. Os resíduos que vêm sendo depositados a várias décadas, em locais geralmente improvisados e desprotegidos, constituem atualmente passivos ambientais da indústria de rochas ornamentais.

Trabalhos anteriores (RAYMUNDO et al., 2013; BILDHAUER et al., 2015; SOUZA et al., 2010) estudaram a constituição e aplicabilidade da lama abrasiva tal qual ela é gerada, mas os materiais depositados de forma aleatória e expostos às intempéries ainda não foram estudados. Além do estudo dos potenciais impactos que esses resíduos podem representar ao meio

(18)

ambiente nas condições atuais, o conhecimento de sua variabilidade composicional é fator importante para verificar as possibilidades de seu uso em outros setores produtivos, desde que se possa garantir, até certo ponto, a previsibilidade de suas características composicionais

2.1.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

A PNRS instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010a) e regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010 (BRASIL, 2010a) dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

A PNRS constitui-se em um importante instrumento para se contrapor ao inadequado manejo dos resíduos sólidos no país, que tem causado sérios problemas socioambientais e econômicos. Essa política tem como como uma das suas diretrizes o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, assim como a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

A PNRS incorpora conceitos modernos da gestão de resíduos sólidos, dentre esses cita-se os contidos no art. 3º (BRASIL, 2010a):

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo;

X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

(19)

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010a, p.2).

Dentre alguns princípios da PNRS, art. 6º citam-se:

III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV - o desenvolvimento sustentável;

V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (BRASIL, 2010a, p.4).

A gestão e gerenciamento de resíduos sólidos deve ser observada a seguinte ordem de prioridade (art. 3º): não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Como diferentes atividades humanas geram resíduos em quantidades e características variadas, o art. 13 da Lei nº 12.305/2010 classifica os resíduos sólidos quanto à origem e periculosidade (BRASIL, 2010a). Em relação a origem uma das fontes geradoras é a atividade de mineração, cujos resíduos são aqueles gerados na extração ou beneficiamento de minérios, à exemplo das atividades de mármores e granitos.

Em relação à periculosidade os resíduos sólidos são classificados em perigosos e não perigosos. Os resíduos perigosos são aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica e os resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”, ou seja, os resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas.

(20)

A Lei 12.305/2010 estabelece que dentre os geradores de resíduos sólidos que estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, previsto no art. 20, os que gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, dentre esses se incluem as atividades de extração ou beneficiamento de minérios, à exemplo das atividades de mármores e granitos.

O PGRS deve abranger procedimentos e técnicas que garantem que os resíduos sejam adequadamente coletados, manuseados, armazenados, transportados e dispostos com o mínimo de riscos para os seres humanos e para o meio ambiente. Um dos objetivos do PGRS é o desenvolvimento de um Programa de Coleta Seletiva, pois garante a efetiva segregação e reciclagem dos resíduos.

Os PGRS são documentos com valor jurídico que comprovam a capacidade de uma empresa de gerir todos os resíduos que eventualmente venha a gerar. A intenção de ter um documento como esse é ter segurança de que os processos produtivos em uma determinada empresa sejam controlados para evitar danos ambientais e as devidas consequências para a saúde pública e desequilíbrio da fauna e da flora.

2.1.3 Instrução Normativa 11/2016 IEMA/Espirito Santo

Considerando a importância social, ambiental e econômica do mercado de rochas ornamentais para o país, principalmente para o estado do Espírito Santo, maior produtor nacional e responsável por grande parcela do faturamento das exportações de chapas de rochas brasileiras, o Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) do Espírito Santo estabeleceu através da Instrução Normativa (IN) n° 11/2016 regras para a implantação de aterro de lama do beneficiamento de rochas ornamentais (ESPÍRITO SANTO, 2016).

A supracitada IN estabelece no art 3º que o local selecionado para a implantação do aterro de lama do beneficiamento de rochas ornamentais deve ser tal que o impacto ambiental seja minimizado e esteja de acordo com o zoneamento da região (ESPÍRITO SANTO, 2016).

Na IN deverão ser observados os seguintes critérios:

I - A localização do aterro deve estar em consonância com a legislação local de uso e ocupação do solo;

(21)

II - Deve respeitar a faixa de domínio e/ou a faixa não edificável de rodovias, ferrovias, dutos e linhas de transmissão, dentre outras;

III - Deve ser avaliada a distância do limite da área útil do aterro a núcleos populacionais, recomendando-se que esta distância seja superior a 300 metros;

IV - A declividade do terreno deve ser superior a 1% e inferior a 45%;

V - O aterro não deve ser executado em áreas sujeitas à inundação, considerando um período de recorrência de 100 anos;

VI - A distância da cota de fundo do aterro até o lençol freático deverá ser obrigatoriamente igual ou superior a 3 (três) metros;

VII - Não poderá ser construído em Área de Preservação Permanente ou Reserva Legal, conforme definido pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, ou a que vier substituí-la; VIII - Não poderá ser construído dentro de Unidades de Conservação (UC), salvo anuência da UC, ou áreas com comprovada existência de espécies ameaçadas de extinção de flora e/ou fauna, conforme definido pela Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000 e Planos de Ação Nacionais para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente, ou as que vierem substituí-las;

IX - O aterro deve estar localizado, preferencialmente, a uma distância mínima de 200 metros de qualquer coleção hídrica ou curso d´água e nunca inferior a 100 metros de nascentes (perenes ou intermitentes) e 50 metros de cursos d’água (ESPÍRITO SANTO, 2016, p.52).

Ainda de acordo com a IN 11/2006, art. 5º, o volume de resíduos a ser disposto no aterro deverá garantir uma vida útil mínima de 8 (oito) anos.

2.1.4 Norma Brasileira de Referência (NBR)

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a Norma Brasileira de Referência (NBR) 10.004/2004 classifica os resíduos de acordo com o conhecimento do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características, de modo a compará-los com outros resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004a).

Para tanto a NBR 10.004/2004, utiliza-se os procedimentos de obtenção do extrato líquido lixiviado e solubilizado, descritos nas normas NBR 10.005 e 10.006 respectivamente (ABNT, 2004b; ABNT 2004c). O extrato lixiviado de resíduos sólidos, visa diferenciar os resíduos classificados pela NBR 10.004 como Classe I - Perigosos - e Classe II - Não Perigosos,

(22)

enquanto o extrato solubilizado diferencia o resíduo Não Perigoso em Não Inerte (Classe II-A) e Inerte (Classe II-B). Obtidos os extratos, estes são então analisados por métodos específicos de acordo com a substância ou elemento a ser mensurado. Desta forma, os resíduos podem ser classificados segundo a NBR 10.004 como (ABNT, 2004a):

Classe I - Resíduos Perigosos: São aqueles que exibem características que apresentam riscos a população e ao meio ambiente, como: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Sendo enquadrados na categoria de contaminantes e tóxicos, necessitando de tratamentos especiais.

Classe II A – Não Inertes: Estes resíduos não apresentam as características dos resíduos perigosos, porém, podem apresentar riscos ao ser humano e ao meio ambiente. Como não são inertes, apresentam propriedades como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, sendo enquadrados como possíveis contaminantes, também necessitando de um tratamento adequado.

Classe II B - Inertes: Resíduos que não tem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, não oferecendo riscos a população e ao meio ambiente.

A classificação dos resíduos sólidos pode ser representada de acordo com a Figura 1.

Figura 1 - Esquema ilustrativo da classificação dos resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004

Fonte: ABNT, 2004a

Todos os resíduos sólidos gerados em empreendimento classificados segundo a NBR – 10.004/2004 como, Classe I - Perigosos, Classe II A – Não inertes e Classe II B – Inertes devem elaborar PGRS.

De acordo com a ABNT, nos termos da NBR 15.012 (ABNT, 2003), define-se rocha ornamental como: material rochoso natural, submetido a diferentes graus ou tipos de

(23)

beneficiamento, utilizado para exercer uma função estética. A produção das rochas ornamentais envolve os processos de extração e beneficiamento. A extração consiste na remoção da matéria-prima, ou seja, a retirada de blocos das pedreiras com dimensões que proporcionem o melhor aproveitamento do material. A etapa seguinte, o beneficiamento, visa basicamente à transformação dos blocos extraídos em produtos semiacabados ou chapas prontas, podendo ser separados em beneficiamento primário e secundário (ALENCAR, 2013; VIDAL et al., 2014).

O beneficiamento primário, também conhecido como desdobramento, compreende a preparação e serragem dos blocos em chapas de espessura variável, usualmente dois ou três centímetros, através de equipamentos como teares multilâminas (convencionais), que utilizam lâminas de aço, ou teares multifios, que utilizam fios diamantados para a serragem dos blocos. O tear multifio apresenta maior eficiência quando comparado ao convencional, pois além de processar o corte de forma mais rápida, gera um resíduo mais limpo, facilitando seu descarte e possível uso. Enquanto o resíduo produzido no multifio é constituído basicamente de pó de rocha e água, no tear convencional agrega-se o ferro, devido ao desgaste da lâmina e granalhas de aço em atrito com a rocha, e a cal, adicionada para dar consistência à polpa de serragem (ALENCAR, 2013).

No segundo processo, o beneficiamento secundário, as chapas são submetidas ao acabamento superficial, com ou sem resinagem, que pode ser um simples desbaste, polimento, entre outros. Dentre estes, o processo de polimento das chapas brutas configura-se como a etapa mais importante, devido aos vários procedimentos que reduzem a rugosidade da superfície transformando-a em uma placa com brilho (VIDAL et al., 2014).

Ao final do processo estima-se que 30 a 40% do material rochoso extraído seja descartado, formado de resíduo muito fino misturado com os insumos da serragem e de resíduo grosso, na forma de casqueiro (restos da porção superficial dos blocos). Estima-se, então, que no beneficiamento sejam geradas em torno de 1.500.000 toneladas de resíduos finos (pó de rocha) e quase 1.000.000 toneladas de resíduos 12 grossos (casqueiros e aparas) anualmente no país (VIDAL et al., 2014).

Há alguns anos, muitas empresas de beneficiamento de rochas ornamentais, devido à escassa fiscalização, descartavam seus resíduos em aterros clandestinos, sem nenhum preparo ou monitoramento do local. Atualmente, esta prática não é mais tolerada, uma vez que estas

(24)

empresas estão sujeitas a vistorias periódicas e multas pesadas no caso de infração, razão pela qual a maioria opta por contratar serviço terceirizado para o descarte dos resíduos em conformidade com a legislação.

2.1.5 Composição e classificação dos resíduos de rochas ornamentais

Manhães e Holanda (2008) caracterizaram os resíduos de rochas graníticas através do ensaio de lixiviação indicaram a presença de alguns metais, como: Arsênio, Chumbo, Cádmio, entre outros em concentrações abaixo dos valores máximos estabelecidos no anexo F da NBR 10.004 (ABNT, 2004a).

Desse modo, descarta-se a classificação do resíduo granítico analisado como sendo Classe I - Perigoso. Analisando-se os dados obtidos pelo teste de solubilização, os resultados mostraram valores acima do limite estabelecido pelo anexo G da norma NBR – 10004 para o Chumbo, Cromo, Ferro e Manganês. Portanto, segundo os autores, o resíduo de rocha ornamental estudado pode ser classificado como um resíduo de Classe II A - Não Inerte.

Segundo o estudo dirigido por Souza et al. (2010), os resíduos de rochas ornamentais liberaram, no teste de solubilização, um excesso de Ferro e Alumínio, sendo assim, classificados como Não Inerte (Classe II A), segundo a NBR 10004. Os autores identificaram por difratometria de raios-x, picos de calcita e hematita, Resíduo Sólido Inerte (Classe II B) Perigoso Não inerte (Classe II A) Não Perigoso 15 ambos provenientes da utilização de abrasivos e objetos metálicos respectivamente, durante o beneficiamento da rocha.

Braga et al. (2010) caracterizaram os resíduos de rochas ornamentais gerados por algumas empresas de beneficiamento localizadas em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado do Espírito Santo, durante as etapas de corte e polimento separadamente. As amostras analisadas não apresentaram periculosidade, porém alguns parâmetros ultrapassaram os limites máximos permitidos na norma NBR 10004 (ABNT, 2004a) para extratos solubilizados, sendo classificados então como Não Inertes (Classe II A). Ambos os resíduos, provenientes do corte e do polimento da rocha, apresentaram um valor elevado de pH, próximos aos limites superiores para corrosividade, segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004a), indicando a necessidade de alguns cuidados especiais na manipulação destes resíduos.

(25)

De acordo com Freitas et al. (2012), resíduos provenientes da serragem de granitos e de mármores apresentam um pH elevado devido à inserção de cal no processo de corte dos blocos. Segundo os autores, o resíduo de corte de mármores é menos agressivo do que o de granitos comerciais devido ao menor teor de cal e granalha utilizados na serragem. Neste trabalho, os autores classificam tais resíduos como perigosos, pelo fato de ambos apresentarem caráter corrosivo/cáustico.

Neves et al. (2012) analisaram cinco depósitos de resíduos de rochas ornamentais de diferentes períodos de tempo e condições de armazenamento. Assim como alguns trabalhos já mencionados, os resíduos em questão foram classificados como Não Inertes (Classe II A), já que alguns metais excedem os limites permitidos pela NBR 10004. Entre eles, o Alumínio, presente acima do permitido nos cinco depósitos analisados, o Ferro, presente em quatro depósitos e o Chumbo e Manganês presente em dois.

Quanto ao pH, as análises indicaram resultados diferentes do que foi visto por Braga et al. (2010) e Freitas et al. (2012), uma vez que, apresentou menor variabilidade de valores entre os depósitos, sempre ficando abaixo da faixa de resíduos corrosivos. 3.5 Impactos ambientais relacionados aos resíduos finos de rochas ornamentais A indústria de beneficiamento de rochas ornamentais tem sido citada pelos ambientalistas como fonte de contaminação e/ou poluição ao meio ambiente. Isso devido ao grande volume de resíduos gerados que muitas vezes são lançados 16 diretamente nos ecossistemas, sem um processo de tratamento para eliminar ou reduzir alguns constituintes presentes (LOUDES et al., 2012). Em alguns casos, as empresas lançam seus resíduos na forma semissólida (lama fluida) em locais inadequados, por exemplo, em tanques de acúmulo em contato direto com o solo, sem a devida impermeabilização. A fração líquida presente no resíduo é então eliminada através da evaporação e infiltração no solo.

Segundo constatou Prezotti (2003), à grande maioria das empresas de beneficiamento operam dessa forma. Dentre os principais impactos causados, Leite e Fujaco (2013) destacam o aumento da carga de sedimentos em suspensão e turbidez dos afluxos utilizados como descarte de resíduos finos, contribuindo com o assoreamento dos cursos d’água. Além disso, assim como geralmente ocorre em uma atividade mineradora, há o risco de contaminação de recursos naturais por metais pesados, provenientes do processo de serragem das rochas (ARAUJO et al., 2014).

(26)

Segundo Freitas et al. (2012), a presença de grande quantidade de cal nestes resíduos aumenta o pH do material que, se descartado incorretamente, poderá alterar as condições naturais do ambiente em contato.

Rocha e Sousa (2010) realizaram uma análise ambiental do processo de extração e beneficiamento de rochas ornamentais. Os autores listam logo de início os impactos e possíveis interferências ambientais no processo de extração, entre eles, alteração estético-visual, aumento da capacidade erosiva, supressão da vegetação e de habitats. Em relação às etapas de beneficiamento, os autores destacam os riscos pertinentes ao descarte inadequado da lama abrasiva formada durante o corte da rocha, assim como a poluição atmosférica provocada pelas partículas suspensas.

Aguiar et al. (2016) avaliaram o potencial mutagênico dos resíduos de polimento, processo onde são utilizadas resinas e abrasivos. O estudo consistiu em analisar e comparar células de peixes e de cebolas germinadas na presença destes resíduos por um determinado período de tempo. De acordo com os autores, tanto as sementes quanto os peixes expostos ao resíduo apresentaram algumas aberrações cromossômicas, concluindo-se que o resíduo analisado apresenta um potencial mutagênico nas condições estudadas. Segundo os autores, este efeito pode estar relacionado com o elevado teor de compostos fenólicos identificados nas amostras, que foram coletadas diretamente do tanque de decantação do efluente de polimento das chapas.

2.1.6 Geração de resíduos no beneficiamento de rochas ornamentais

Há várias possibilidades de utilização sustentável dos resíduos, dentre essas o uso na construção civil. Através do estudo da composição do resíduo gerado por uma empresa espanhola de beneficiamento de rochas, Barrientos et al. (2010) estimaram a porcentagem dos componentes presentes e propuseram uma aplicação para o resíduo em questão. Após a filtragem dos resíduos e separação do pó de rocha, foram caracterizadas amostras provenientes da serragem de granito, incluindo a determinação de sua mineralogia, composição química e propriedades físicas. Os autores concluíram que o pó de granito apresenta baixa permeabilidade quando bem compactados e dependendo do estado de compactação podem ser utilizados como revestimentos na construção civil.

(27)

Assim como Barrientos et al. (2010), Menezes et al. (2005) conduziram uma pesquisa destinada à produção de peças cerâmicas utilizando o pó proveniente da serragem de rochas graníticas como base do processo. Os resíduos utilizados como matéria-prima foram caracterizados e analisados de acordo com a sua viabilidade de utilização. Através da caracterização, as amostras apresentaram em sua composição basicamente quartzo, feldspato e mica, assim como uma elevada porcentagem de Sílica (SiO2), propriedade importante para confecção das peças cerâmicas por modificar a plasticidade e facilitar a etapa de secagem da argila. Comprovados os componentes presentes nas amostras, e comparando-se a densidade, tamanho e área superficial das partículas com as matérias-primas de cerâmicas convencionais, observou-se uma semelhança entre os insumos. Segundo o autor, a adição destes resíduos em composições cerâmicas para a produção de tijolos causou um aumento na absorção de água e consequentemente diminuiu o módulo de ruptura do material, inviabilizando o processo. Já no caso da produção de azulejos, as amostras de resíduos testadas se mostraram eficientes quando misturadas as composições cerâmicas usualmente empregadas, tornando-se possível a utilização destes na construção civil.

Seguindo na mesma área de utilização, Bildhauer et al. (2015) avaliaram o potencial do uso de resíduos de mármore e granito na cerâmica vermelha, objetivando a confecção de tijolos maciços. Após misturar diferentes frações do resíduo à massa argilosa e obter os resultados dos testes realizados quanto a resistência à 19 compressão, absorção de água, entre outros, concluiu-se que se pode adicionar até 20% do resíduo à massa cerâmica. Além de não prejudicar o produto final, constatou-se que esta incorporação do resíduo de mármore e granito contribuiu para o desenvolvimento de um produto melhor e mais competitivo no mercado, devido às suas características refratárias.

Gonçalves (2000) e Almeida et al. (2007) desenvolveram concretos a partir da introdução de resíduo de rocha ornamental na massa de cimento. No primeiro trabalho, a mistura do resíduo ocorreu em diferentes frações, sendo incorporado à massa de cimento, de 10 a 20% em massa do resíduo. Foram avaliadas as propriedades do concreto endurecido, como resistência à tração, compressão e parâmetros de durabilidade. Segundo o autor, após a realização dos testes, concluiu-se que a utilização do resíduo como adição em concretos é viável tecnicamente, e que 10% de adição apresentou o melhor desempenho. Almeida et al. (2007) concluíram que 5% do resíduo incorporado ao concreto apresentou melhor resistência à tração e compressão. De acordo com os autores é viável a incorporação de até 20% em massa do

(28)

resíduo sem que prejudique as propriedades mecânicas do concreto. Além dos trabalhos citados anteriormente ressalta-se a importância das industrias em promover a adoção de práticas sustentáveis. Como exemplo, pode-se citar a Associação Ambiental Monte Líbano (AAMOL), um centro de tratamento dos resíduos gerados no processo produtivo de rochas ornamentais, que busca transformá-los em subprodutos e possibilita, assim, o reaproveitamento em outros setores produtivos. Atualmente, a AAMOL se concentra na produção de diversos tipos de britas, muito utilizadas na construção civil, a partir dos casqueiros reaproveitados.

2.1.7 Impactos Ambientais Causados pelo Setor de Rochas Ornamentais

Os problemas ambientais causados pelas instalações incorretas de alguns empreendimentos do setor de rochas ornamentais no passado apresentam reflexos negativos até os dias atuais. Há um número considerável de empresas que compõe a zona urbana e geram consequências a população como, poluição sonora, atmosférica e visual. Além do assoreamento dos rios e contaminação dos cursos hídricos devido a deposição dos efluentes (SOUSA, 2007).

O processo industrial de tratamento de mármores e granitos é dividido em desdobramento, polimento e recortes, nessas etapas, são gerados efluentes líquidos denominados LBRO (CORRÊA et al., 2014).

A geração de resíduos é inerente a qualquer processo de transformação de materiais ou produção. O processo de beneficiamento de rocha ornamental não é diferente − seus resíduos geram impacto ambiental em várias etapas do processo produtivo, como as lamas do processo de desdobramento e polimento, os casqueiros e cacos e outros resíduos como lâminas e granalhas desgastadas, sacos de cimento e de cal, restos de pastilhas abrasivas, entre outros.

Segundo Valle (1995), a caracterização dos resíduos gerados ou acumulados em um estabelecimento tem papel importante na escolha da melhor solução para tratamento ou disposição deles. Lorenzoni (2005) cita os resíduos do processo de beneficiamento de rochas ornamentais (LBRO) que, pela falta de dados de caracterização, vêm se deparando com problemas para uma destinação final ambientalmente correta.

(29)

2.1.8 Município de Cachoeiro de Itapemirim e o Setor de Rochas Ornamentais

A cidade de Cachoeiro de Itapemirim fica situada ao sul do estado do Espírito Santo a cerca de 120 km da capital Vitória. A região é conhecida como polo industrial na produção de beneficiamento de rochas ornamentais por compor 36% das empresas do segmento e consequentemente gerar grandes oportunidades de emprego (FINDES, 2016).

Segundo a atual ANM (Agência Nacional de Mineração), nos últimos 10 (dez) anos o setor de rochas ornamentais apresentou crescimento representativo nos mercados nacionais e internacionais, o que torna o setor bastante promissor (MARTINS, 2018 apud DNPM, 2016) sob o ponto de vista econômico e social.

Se por um lado é positivo esse crescimento, por outro lado faz-se necessário que a gestão ambiental seja rigidamente observada, exigindo-se que cada empresa disponha de Plano de Gestão de Resíduos e atenda a todas as medidas legais previstas, com medidas de precaução e prevenção de impactos à exemplo da geração de LBRO. Esse resíduo é proveniente do processo de produção industrial que devem ser depositadas em aterros industriais devidamente licenciado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA).

2.1.9 Associação do Desenvolvimento Ambiental do Mármore e Granito (ADAMAG)

Atualmente, muitos empreendimentos cumprem as exigências ambientais estabelecidas através de condicionantes que acompanham as licenças ambientais de operação (LO). Mas ainda existem empresas que a LBRO encontra-se depositada em bacias de decantação instaladas diretamente no solo sem impermeabilização localizadas em suas dependências (VIEIRA, 2008 apud CORRÊA et al., 2015).

Para regularizar esse quadro, o IEMA dispõe, por meio da Instrução Normativa nº 11 de outubro de 2016, critérios e procedimentos técnicos para licenciamento da atividade de disposição de LBRO (IEMA,2016). Fez-se necessário que a supracitada Instrução Normativa seja atendida para construção aterros industriais de deposição de LBRO, locais apropriados para deposição deste resíduo.

Para melhor atender as exigências feitas pelo IEMA no que diz respeito a deposição correta da LBRO, foram criadas associações onde as empresas do setor se reúnem e depositam a lama

(30)

produzida em um único aterro licenciado. Na região sul do estado do Espirito Santo atualmente encontram-se licenciados 14 aterros industriais com esta finalidade, sendo um deles a ADAMAG que possui cerca de 60 empresas associadas (CORRÊA et al., 2014).

A ADAMAG recebe resíduo sólido de LBRO com umidade até 30%, possui classificação II A, não inerte e por isso, são depositadas em local correto e devidamente licenciado pelo IEMA para evitar que as empresas gerem passivos ambientais.

2.1.10 Manutenção da via de Acesso da ADAMAG

Devido à grande dificuldade na obtenção de recursos, grande parte da rede viária sob jurisdição dos municípios é composta por rodovias não pavimentadas, sendo que estas representam os principais meios de acesso para o escoamento de sua produção. Por este motivo, as solicitações impostas pelo tráfego são de considerável magnitude, o que acaba acelerando o processo de deterioração da superfície das estradas não pavimentadas, tornando-se necessário a execução de obras de manutenção e recuperação (FATTORI, 2007).

Uma estrada não pavimentada deve apresentar resistência suficiente para suportar as cargas impostas pelo tráfego, sem que deformações excessivas ocorram. Para Baesso e Gonçalves (2003), a boa capacidade de suporte e boas condições de rolamento são características de resistência, tanto do material utilizado como revestimento quanto do subleito, para que estes possam se manter coesos frente às solicitações repetitivas do tráfego na medida em que ocorrem variações no teor de umidade, devido aos períodos secos e chuvosos, que ocorrem ao longo do ano.

Toda obra de engenharia, por princípios de concepção, tem por propósito a manutenção de suas características básicas, apesar da ação implacável do tempo em si e das variações frequentes das condições climáticas (agentes atmosféricos) e ainda, no caso de rodovias e vias urbanas, a ação do tráfego dos veículos que tendem a desgastar tais obras, podendo levar até a total destruição. Para garantir as características das obras e consequentemente evitar a possível destruição, e visando a manutenção de boas condições de tráfego e segurança, são executados os serviços de conservação que, por sua vez, é subdividida em rotineira e periódica.

(31)

A conservação rotineira consiste na manutenção diária, constante, com serviços de finalidade preventiva e a conservação periódica consiste em consertar e refazer trechos envolvendo grandes quantidades de serviços (VICENTINI et al., 2019).

Baesso e Gonçalves (2003) afirmam que o dimensionamento da camada a ser executada para o revestimento primário deve levar em conta: o volume e o tipo de tráfego, características do solo presente no subleito com respeito basicamente à sua capacidade de suporte e a presença de trechos críticos apresentados declividade acentuada.

A espessura da camada de revestimento primário pode variar para cada tipo de solo, sendo um desafio a sua determinação pois as estradas apresentam variadas características.

Segundo Baesso e Gonçalves (2003) as estradas não pavimentadas requer manutenção periódica e adequada, que deve incluir os serviços de: conformação da pista de rolamento; recomposição onde o revestimento encontra-se deficiente; limpeza das obras de drenagem; reparo ou inclusão dos dispositivos de proteção ás saídas de drenagem e recomposição de áreas degradadas através da adoção de técnicas de proteção vegetal.

A execução do revestimento primário para garantir um pavimento com boas características para suportar o tráfego deve ser feita com extrema atenção, pois erros de execução podem ocasionar o aparecimento de imperfeições precocemente, necessitando a realização de serviços de manutenção antes do esperado, resultando mais despesas.

O rol de equipamentos mínimos e necessários à execução de tais operações constitui-se de: trator com esteiras (em alguns casos); pá carregadeira de pneus; caminhões basculantes; motoniveladora dotada de pelo menos 135 Hp de potência; rolos compactadores; caminhão pipa; veículos leves de apoio (FATTORI, 2007)

Algumas medidas iniciais, própria de planejamentos, devem ser tomadas antes do início dos serviços de modo que eles sejam executados de forma mais rápida possível causando mínimos transtornos para o tráfego de passagem, quais sejam: seleção prévia do material de jazidas a ser utilizado; checagem das condições do lote de equipamentos necessários; providências para o abastecimento geral como: graxa, água, óleo para caminhões e equipamentos;

(32)

O material de revestimento deve ser depositado na área central da pista ou nos bordos, dependendo da largura da plataforma. Caso o material seja constituído predominantemente de agregados graúdos na mistura, recomenda-se proceder a escarificação branda do leito da pista.

Após o depósito do material para revestimento é necessário o espalhamento do material homogêneo sobre a pista, e ao mesmo tempo, remover pedras de porte indesejável ou algum outro material estranho. E, havendo a necessidade, pode-se realizar conjuntamente a esse processo, a irrigação do material por um caminhão tanque com o objetivo de obter um teor de umidade adequado para a compactação.

Um dos principais equipamentos utilizados na manutenção de estradas não pavimentadas é a motoniveladora, devido às diversas funções que ela pode exercer.

O material espalhado é compactado começando no sentido dos bordos para o eixo central da pista e nas curvas a compactação é iniciada no sentido do bordo interno para o bordo externo. O compactador do solo é passado várias vezes até que o material fique bem compactado e apresente boas características de trafegabilidade.

A pista de rolamento da estrada é considerada com boa resistência aos esforços gerados quando não apresentem deformações na pista, aspecto que indica que a compactação está adequada.

Os materiais a serem utilizados na manutenção de estradas não pavimentadas deve ser feita investigação geotécnica prévia para a verificação das propriedades do material (capacidade de suporte, granulometria), fatores determinantes na execução e manutenção do pavimento. O uso de materiais de boa qualidade, bem compactados, com superfície de rolamento adequadamente mantida e que possua um eficiente sistema de drenagem, resultam em estradas com durabilidade satisfatória e reduzidos custo para manutenção futura.

Sugerem-se que os materiais utilizados para manutenção das estradas de baixo volume de tráfego não revestidas sejam encontradas em jazidas próximas às vias, reduzindo a distância média de transporte e, consequentemente, minimizando os custos. Esses materiais são encontrados em várias formas, entre os mais conhecidos: areias, cascalhos, saibros, pedregulhos, etc.

(33)

Dentre os principais problemas verificados em estradas não pavimentadas citam-se corrugações, buracos, trilhas de rodas, perda de agregado.

As corrugações são caracterizadas por deformações que aparecem na pista de rolamento das estradas, posicionadas em intervalos regulares, perpendicularmente ao sentido de fluxo do tráfego. Sua origem pode ser explicada pela presença de uma série de fatores, dentre eles: ação contínua do tráfego; perda de agregados finos da camada de revestimento, subleito ou base; deficiências de suporte do material do subleito; abaulamento insuficiente; revestimento de baixa qualidade aliado a períodos longos de seca. As corrugações constituem-se em grave problema na manutenção das estradas de terra, principalmente em épocas de seca, causando trepidação nos veículos e desconforto aos usuários (BAESSO e GONÇALVES, 2003).

Os problemas relacionados aos buracos na superfície de rolamento das estradas várias são as causas segundo Baesso e Gonçalves (2003): inexistência de camada de revestimento primário ou deficiências quanto á composição de sua mistura; ausência de partículas aglutinantes na composição dos materiais da superfície e/ou camada; plataforma da estrada mal drenada e sem abaulamento transversal.

Dependendo do nível de ocorrência dos buracos em um determinado segmento de estrada, a estratégia de ataque pode envolver desde uma simples operação de tapa-buraco, até o emprego da motoniveladora para reconformação da superfície da pista de rolamento.

No primeiro caso, a tarefa de eliminação das depressões é rápida, bastando para tanto a execução de uma leve regularização por meio da motoniveladora, a qual por meio de “arraste” realizará uma espécie de nivelamento da superfície de rolamento, sem descuidar quanto à forma manual através da utilização de material selecionado.

Quanto ao segundo caso, ou seja, àquele envolvendo a recomposição de trecho apresentando elevada taxa de buracos, a atividade sugere o envolvimento da motoniveladora na operação, onde, através de corte com sua lâmina, a uma profundidade não menos que àquela das depressões, o equipamento realiza uma reconformação da plataforma procedendo o revolvimento dos materiais. Passadas subsequentes executam o espalhamento do material que foi cortado, concomitante com o acabamento final da superfície de rolamento na forma de seu abaulamento.

(34)

Os problemas relacionados a trilha de roda se caracteriza por depressões que se formam nas faixas de tráfego dos veículos, longitudinalmente ao eixo da estrada. São originadas pela deformação permanente do subleito ou camada de revestimento e resultantes das repetidas passadas dos veículos, particularmente quando os materiais que constituem possuem baixa capacidade de suporte ou quando a drenagem da plataforma é deficiente. Se não atacadas imediatamente após seu aparecimento podem até tornar-se a estrada intransitável (BAESSO e GONÇALVES, 2003).

A intensa passagem dos veículos sobre a superfície de rolamento das estradas rurais provoca em muitos casos a segregação da fração grossa de agregados, processo este que leva à formação de camadas delgadas de agregados que se posicionam junto ás trilhas de roda ou mais frequentemente nas áreas próximas aos bordos da pista (áreas não transitáveis). Esse tipo de problema ocorre em função de várias causas, sendo a mais importante delas a ausência de material ligante em proporções adequadas na composição da mistura de materiais (BAESSO e GONÇALVES, 2003).

2.1.11 Classificação de materiais utilizados em estradas de revestimento primário

A terminologia de solos e rochas pela ABNT NBR 6502:1995 estabelece que os solos são identificados pela sua textura (composição granulométrica), plasticidade, consistência, entre outras propriedades que auxiliam na sua identificação. Entretanto é usual a divisão dos solos sob o ponto de vista textural (granulometria) (ABNT, 1995).

Segundo Skorseth (2000), um pavimento utilizado em estradas de revestimento primário é composto de uma mistura de três tamanhos diferentes de solo: graúdos, intermediários e finos. A parte graúda é composta basicamente por pedregulhos, os quais oferecem uma boa capacidade de suporte ao pavimento, resistindo a boa parte das cargas impostas ao pavimento. Os compostos intermediários preenchem os espaços entre a parte graúda proporcionando estabilidade para mistura. Siltes e areias são exemplos desse material. Já os materiais mais finos oferecem coesão a mistura (funcionam como aglutinantes), e também ajudam para que os mesmos tenham menor permeabilidade. Exemplos usuais de finos são as argilas.

O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), como a maioria dos órgãos rodoviários, adotam a escala granulométrica baseada em estudos de Turnbull et al. (1962),

(35)

que é referência em pavimentação de estradas, que classifica os materiais segundo as dimensões de suas partículas.

Tabela 1 - materiais usados no pavimento e suas dimensões granulométricas Frações Constituintes dos solos Diâmetro equivalente (mm)

Pedregulho 76,0 - 2,0

Areia Grossa 2,0 - 0,42

Areia Fina 0,42 - 0,075

Silte 0,075 - 0,005

Argila < 0,005

Fonte: Turnbull et al., 1962

A granulometria dos materiais utilizados como revestimentos primários de estradas é de vital importância, porém, a maioria dos solos encontrados em jazidas podem não possuirem uma distribuição granulométrica adequada.

No processo produtivo de beneficiamento de rochas ornamentais, também são gerados resíduos sólidos com maiores dimensões que são popularmente conhecidos como casqueiros. Esses rejeitos, são restos de perdas de material produzido pela serrada e polimento e tem destaque as chapas defeituosas, matacões, blocos trincados e blocos sem valor econômico comercial. (BRASIL, 2009 apud NETO e MELLO, 2013).

Segundo os mesmos autores, no tratamento de rochas ornamentais, a perda é de no mínimo 35-40% para produção de rochas especiais. Já para rochas de produção simples, o processamento pode atingir até 70% de perda. Desta forma, destaca-se a importância de reaproveitar esses restos inservíveis do setor para melhorias da via de acesso das comunidades da região.

Devido à grande necessidade de deposição de LBRO, a ADAMAG recebe diariamente cerca de 30 caminhões carregados, o que torna o trânsito intenso de veículos nas vias de acesso. Tendo em vista o aumento da demanda, fez-se necessário a manutenção da via que dão acesso as dependências da associação para favorecer o translado de veículos, para isso, as empresas associadas fazem doações de casqueiros para manutenção da via de acesso do aterro industrial de deposição de LBRO. Além do baixo custo operacional, as doações são positivas, pois minimizam os impactos ambientais causados pelo setor e auxiliam na manutenção as vias de acesso da associação.

Referências

Documentos relacionados

Agrupa as palavras em agudas, graves e esdrúxulas, tendo em conta a posição da sílaba tónica.. Esdrúxulas

8- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. Sempre quisera viajar como um bando de andorinhas. No

5- Bruno não percebeu (verbo perceber, no Pretérito Perfeito do Indicativo) o que ela queria (verbo querer, no Pretérito Imperfeito do Indicativo) dizer e, por isso, fez

10. A Joana disse-me que, no dia seguinte, iria a casa da Beatriz buscar os livros de Português, porque, no dia anterior, lhe tinham dito que teria teste e ainda não tinha estudado

(iv) estimate technological profile for Brazil and BLUM regions considering zoo technical indexes and calculated productivities (beef and dairy sectors); (v) estimate costs

Nos últimos anos, resíduos de antibióticos utilizados quer na medicina humana, quer na veterinária têm sido detectados em águas superficiais, águas de consumo,

é bastante restrita, visto que tanto suas duas entradas, quanto as galerias e condutos que interligam os pequenos salões são bastante estreitos, e a umidade na maioria dos salões