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ESHC019-17 - História do Pensamento Econômico

Quadrimestre: 3º. 2017 - Carga Horária: 48h

Recomendação: Pensamento Econômico e

Introdução à Economia

Prof. Maurício Martinelli Luperi –

mluperi@gmail.com

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Aula 2 – Ideias Econômicas Anteriores a Adam Smith

- No início da época mercantilista, quase toda a produção ficava a cargo de

trabalhadores que ainda eram donos de seus próprios meios de produção e os

controlavam.

- Os capitalistas eram basicamente mercadores e seu capital consistia, em dinheiro

e estoques de mercadorias a serem vendidas. Por isso, os autores mercantilistas

viam como fonte de lucros as trocas ou as compras e vendas.

- Os lucros eram trocados por mercadorias que representavam uma parte do

excedente, mas parte do excedente que cabia ao mercador não era, naquele

período inicial, conseguida por meio do controle do processo produtivo.

- Os senhores feudais ainda controlavam, de maneira geral, a produção e ficavam

com o excedente.

- O resultado da troca entre os mercadores e os senhores feudais era uma divisão

do excedente entre os dois grupos. Portanto, do ponto de vista dos mercadores,

eram as trocas, e não a produção, que geravam os lucros.

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- O capital do mercador era propriedade dos meios de compra, transporte e venda, ao passo que o capital industrial consistia na propriedade dos meios necessários para a produção.

- Nesse período, o capital industrial era bastante insignificante e pouco visível, enquanto o capital comercial era difundido e significativo.

Primeiros Registros Mercantilistas Escritos sobre Valor e Lucro

- Para compreender os determinantes dos preços pelos quais as mercadorias eram compradas e vendidas era crucial para compreender os lucros do mercador.

- Pensadores medievais afirmavam que o preço de uma mercadoria tinha de ser suficiente para cobrir os custos diretos de produção de um artesão e ainda permitir que ele conseguisse um retorno sobre seu próprio trabalho, suficiente para manter-se no estilo de vida tradicionalmente reputado como adequado para os artesãos = custos de produção, incluindo remuneração implícita e apropriada do trabalho de artesão.

- Primeiros mercantilistas: abandonaram essa abordagem baseada no custo de produção para compreensão dos preços e se concentraram no ponto de venda para analisar o valor de troca.

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- Existem três noções importantes sempre presentes em quase todos os primeiros registros mercantilistas sobre teoria do valor:

i) “valor” ou “valor natural” das mercadorias (preço real de mercado); ii) forças de oferta e demanda, que determinavam o valor de mercado;

iii) “valor intrínseco” ou valor de uso como o fator mais importante na determinação da demanda, sendo portanto, um determinante causal importante do valor de mercado.

- O lucro era proveniente basicamente de duas fontes:

a) a inflação dos séculos XVI e XVII tinha criado uma situação na qual houve, de modo geral, um aumento substancial do valor dos estoques existentes. Entre a data em que os mercadores compravam as mercadorias e a data em que as vendiam, o aumento do preço dessas mercadorias resultava em lucros extraordinários;

b) diferentes condições de produção em várias regiões de um país ou em várias partes do mundo, juntamente com o fato de que havia muito pouca mobilidade de recursos, tecnologias e mão-de-obra entre essas regiões, faziam com que os preços relativos de mercadorias fossem muito diferentes, nas várias regiões ou países. Os mercadores compravam uma mercadoria em uma região ou em um país em que ela fosse relativamente barata e a vendiaem uma regiãoou em um país onde ele fosse relativamente cara.

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- Nessas circunstâncias, os mercadores tinham uma concepção de valor de uma mercadoria

em termos de seu preço de mercado e não de suas condições de produção.

- Além disso, era natural que eles vissem as diferenças de preços de mercado como

resultado de diferenças de disposição ou vontade de comprar determinadas mercadorias.

- A oferta apenas começava a ser considerada à medida que os mercadores viam que seu

preço seria alto se ela tivesse oferta reduzida ou baixo se sua oferta fosse abundante. Era

por essa razão que as grandes companhias de comércio procuravam monopólios criados

pelo Estado e faziam com que eles fossem mantido.

- A concorrência levava a uma redução de preços relativos e daí uma redução nos de seus

lucros, daí a atuação das companhias de comércio para evitar a concorrência. Por isso, o

pensamento dos primeiros mercantilistas que o controle sobre a oferta garantiria preços

altos e maiores lucros.

- À medida que o capitalismo foi se desenvolvendo, a Igreja foi ficando mais fraca e os

governos dos Estados-nação que iam surgindo foram ficando mais fortes. A Igreja medieval

como geradora de bem-estar social foi sendo substituída pelo Estado.

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- No século XVI, Henrique rompeu com o catolicismo na Inglaterra. Fato importante

porque marcou a secularização final das funções da Igreja medieval. O Estado na

forma de monarquia divina assumiu o papel e as funções da antiga Igreja.

- Durante a segunda metade do século XVI, a Inglaterra passa por uma crise em função

da queda de exportação de lã gera aumento da pobreza como a Igreja havia sido

secularizada o sistema de caridade havia sido minimizado e o Estado assumia a função

de provedor do bem estar.

- Com isso, surgem uma série de medidas com desejo de estimular o comércio externo

ao invés do interno, visando o pleno emprego. O efeito inflacionário de depois de 1600

é destacado.

- Outras medidas tomadas para estimular a indústria foi a concessão de patentes de

monopólio.

- Salários máximos eram estabelecidos visando proteger os capitalistas. Era provável

que esses salários máximos reduzissem os salários reais dos trabalhadores, porque os

preços, em geral, subiam mais rapidamente do que os salários, com o passar dos anos.

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- As “Lei dos Pobres”, aprovadas em 1531 e 1536, procuraram enfrentar o problema

do desemprego, da pobreza e da miséria, generalizados na Inglaterra.

- A primeira lei procurou fazer distinção entre pobres “com merecimento” e “sem

merecimento”, só os primeiros tinham permissão de mendigar.

- A segunda lei estabeleceu que cada paróquia, em toda a Inglaterra, seria

responsável pelos seus pobres e que a paróquia deveria, por meio de

contribuições voluntárias, manter um fundo para os pobres.

- Essas leis se revelaram inadequadas e o problema da pobreza foi ficando cada vez

mais grave.

- Finalmente em 1572, o Estado aceitou o princípio de que os pobres teriam de ser

mantidos por recursos tributários e estabeleceu um “imposto para os pobres

compulsório”.

- Em 1576, foram autorizadas a funcionar “casas de correção” para os “vadios

incorrigíveis”. Segundo essa lei, os vadios incorrigíveis deveriam ser mandados

para casas de correção e prisões.

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- Com base na discussão anterior, podemos concluir que o período do mercantilismo

inglês se caracterizou pela aceitação, segundo o espírito da ética cristã paternalista, da

ideia de que “o estado tinha a obrigação de servir a sociedade, aceitando e

desincumbindo-se da responsabilidade pelo bem-estar geral”.

- Os vários estatutos aprovados naquele período “assemelhavam-se na ideia de que a

pobreza, em vez de ser um pecado pessoal, era função do sistema econômico”.

Escritos Mercantilistas Posteriores e a Filosofia do Individualismo

- Com o desenvolvimento do capitalismo, duas novidades econômicas foram tornando a

visão mercantilista insatisfatória para a necessidade do novo sistema e para maioria dos

importantes capitalistas da época:

i)

apesar das grandes companhias de comércio para manter seus monopólios, a difusão

do comércio e o aumento da concorrência (principalmente dentro dos próprios

Estados-nação) foram continuamente diminuindo as diferenças relativas de preços

entre as diversas regiões e nações. Isso reduziu os lucros que poderiam ser auferidos

pelo simples aproveitamento dessas diferenças de preços;

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ii) à medida que os lucros potenciais auferidos apenas pelas diferenças de preços foram sendo reduzidos, foi havendo uma integração do controle capitalista, tanto dos processos de produção, quanto do comércio. Essa integração teve duas origens:

a) inicialmente, os mercadores procuraram conseguir maior controle sobre a produção, criando o sistema doméstico de trabalho;

b) posteriormente, houve uma mudança mais revolucionária. No século XVI, as guildas tinham se tornado mais fechadas, destinadas a proteger o status e a renda dos mestres da corporação, restringindo o número de aprendizes e artífices que poderiam se tornar mestres. Com o tempo, os mestres foram se tornado controladores do processo produtivo, deixando de ser meros trabalhadores que operavam ao lado de aprendizes e artífices. Os mestres passaram a empregadores ou capitalistas e os artífices passaram a ser simples trabalhadores contratados, com pouca ou nenhuma perspectiva de serem mestres.

- No início do século XVII, esses capitalistas produtores começaram a entrar no ramo de comércio e logo passaram a constituir uma grande força na vida econômica da Inglaterra.

- Uma força que segundo Dobb constituía “um importante deslocamento do centro de gravidade” do sistema socioeconômico inglês. Os interesses desse novo segmento da classe capitalista eram, desde o início, quase sempre contrários aos interesses dos antigos mercadores capitalistas.

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- Essas mudanças econômicas de longo alcance levaram a duas mudanças muito importantes nas ideias econômicas:

i) havia um grande segmento de filósofos, economistas e outros pensadores que rejeitavam a antiga visão paternalista do Estado e da regulamentação estatal e que começaram a formular uma nova filosofia do individualismo;

ii) houve uma mudança de interpretação de que os preços e o lucro eram determinados basicamente pelas forças da oferta e da demanda, e em particular, pela utilidade, para a interpretação de que os preços eram determinados pelas condições de produção e os lucros eram originados do processo produtivo.]

- No final do século XVII, exceto grupos de interesse que se beneficiavam com as grandes restrições e regulamentações de comércio e produção nesse período, os capitalistas, em sua maioria, sentiam=se inibidos e limitados em sua busca de lucros, pelas regulamentações estatais.

- As doutrinas individualistas e egoístas foram ansiosamente defendidas por esses homens e começaram a dominar o pensamento econômico, até mesmo entre os mercadores.

- A maioria dos autores mercantilistas era formada de capitalistas ou empregados privilegiados capitalistas. Por isso, era muito fácil perceberem os interesses capitalistas como universais.

- Das ideias dos capitalistas sobre a natureza da humanidade e suas necessidades de serem livres de grandes restrições econômicas é que nasceu a filosofia do individualismo, que serviu de base para o liberalismo clássico.

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- Eles sustentavam “a ideia que o ser humano deveria ser independente, dirigir-se a si mesmo, ser autônomo, livre – deveria ser um indivíduo, uma unidade distinta da massa social, e não ficar perdido nela”.

O Protestantismo e a Ética Individualista

- Os novos capitalistas da classe média queriam ter liberdade, não apenas em relação às restrições econômicas que atrapalhavam a produção e o comércio, mas também em relação à afronta moral que a Igreja Católica tinha associado aos seus motivos e às suas atividades.

- O protestantismo não só os libertou da condenação religiosa, como também acabou transformando em virtudes os motivos pessoais, egoístas e aquisitivos da Igreja medieval tanto desprezava.

- Protestantes a princípio conservadores como Lutero.

- O princípio básico do protestantismo, que preparou terreno para as atitudes religiosas que deveriam aprovar as práticas econômicas da classe média, era que os homens eram justos pela fé e não pelas obras.

- A Igreja Católica ensinava que os homens se tornavam bons pelas obras, e isso implicava, em geral, cerimônias e rituais.

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- Segundo a visão católica, nenhum homem poderia ser justo apenas pelos seus

próprios méritos. Ser justo pelas obras não queria dizer que o indivíduo pudesse

salvar-se por si próprio: significava que ele poderia ser salvo por intermédio da

Igreja. Daí o poder do Clero, gerado pela imposição de penitências, confissão

obrigatória imposta a toda população, juntamente com possibilidade de

excomunhão.

- Esses poderes dos padres também criaram uma situação em que as doutrinas

medievais da Igreja Católica não eram abandonadas com facilidade e o indivíduo

ainda estava subordinado à sociedade (representada pela Igreja).

- A doutrina protestante da justificação pela fé afirmava que os motivos eram mais

importantes que os atos ou os rituais específicos. A fé era “nada mais que a

verdade do coração”.

- Todo homem tinha que se indagar se seus atos se originavam de um coração puro

e da fé em Deus. Todo homem tinha de se julgar a si próprio. Essa confiança

individualista na consciência particular de cada um atraia muitíssimo os artesãos

da nova classe média e os pequenos comerciantes.

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- Foi com essa insistência na interpretação da vontade de Deus pelo próprio

indivíduo que os “puritanos procuraram espiritualizar os (novos) processos

econômicos” e acabaram acreditando que “Deus tinha criado o mercado e a

troca”.

- O novo dogma exposto pelos protestantes era radicalmente diferente das

doutrinas medievais. Enfatizavam a necessidade de sair-se bem em sua passagem

pela terra como o melhor caminho para agradar a Deus e ressaltavam a diligência

e o trabalho duro.

- A antiga desconfiança cristã das riquezas traduziu-se em uma condenação da

extravagância e da dissipação desnecessária da riqueza. Assim a ética protestante

ressaltava a importância do ascetismo e da frugalidade abstêmia.

- Assim, embora nem Calvino nem Lutero tenham sido porta vozes da nova classe

média capitalista, no contexto do novo individualismo religioso, os capitalistas

encontraram uma religião na qual, com o tempo, “os lucros... Passaram a ser

considerados uma vontade de Deus, uma marca de Seus favores e uma prova de

sucesso em se ter sido chamado”.

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As Política Econômicas do Individualismo

- Durante toda época do mercantilismo, esse novo individualismo levou a inúmeros protestos contra a subordinação dos assuntos econômicos a vontade do Estado.

- Desde meados do século XVII, quase todos os autores mercantilistas condenaram os monopólios concedidos pelo Estado e outras formas de proteção e favoritismo na economia interna (contrariamente ao comércio internacional).

- Achavam que a sociedade lucraria mais se o preço pudesse flutuar livremente, encontrando seu nível adequado (equilíbrio de mercado).

- Nos fins do século XVII e no começo do século XVIII, as ideias que as restrições internas eram prejudiciais a economia foram difundidas.

- A visão paternalista, restritiva do Estado passava a ser mal vista. Tal ética não era compatível com o novo sistema econômico, que funcionava com base em obrigações contratuais estritas entre as pessoas e não em vínculos pessoais tradicionais.

- Inúmeros capitalistas novos procuravam minar as posições privilegiadas dos monopólios dos mercadores mais antigos e criar um sistema sociopolítico voltado para busca livre do lucro. Eles não podiam depender da força dos costumes para proteger seus volumosos investimentos.

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- Tampouco, poderiam buscar, efetivamente, lucros no emaranhado de restrições governamentais que caracterizavam o início da época mercantilista.

- A busca do lucro só poderia ser eficaz em uma sociedade baseada na proteção dos direitos de propriedade e na certeza do cumprimentos dos compromissos contratuais impessoais entre os indivíduos.

- Essa nova ideologia estava se enraizando firmemente nos séculos XVII e XVIII. Ao mesmo tempo, uma mudança igualmente importante estava ocorrendo na maneira pela qual os ideólogos econômicos explicavam os preços, a natureza e as origens dos lucros.

Os Primórdios da Teoria Clássica de Preços e Lucros

- Com a integração entre produção e comércio e a dificuldade cada vez maior de obter lucro com a simples exploração das diferenças de preço, começou uma nova orientação para entender os preços e os lucros. Passa-se a dar cada vez mais ênfase aos custos de produção, particularmente na indústria.

- Foi se percebendo que a chave para obtenção de lucros era o controle sobre os trabalhadores. - “(...) são o trabalho e o esforço das pessoas que, por si sós, geram riqueza e tornam... O

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- “Só se pode acumular um tesouro suficiente com o trabalho das pessoas...

Portanto, as pessoas são a mercadoria principal, mais básica e preciosa, da qual

podem ser obtidos todos os tipos de produtos industrializados, navios, riquezas,

conquistas e domínio sólido”.

- Indústria capitalista começou a obter aumentos substanciais de produtividade do

trabalho, aumentando a divisão do trabalho, pela qual diferentes trabalhadores se

especializam apenas em uma ou poucas tarefa.

- Esse aumento da produtividade levou autores a estabelecer princípios

importantes.

1) Viram que recursos naturais só se transformavam em mercadorias com valor de

troca depois de o trabalhador os ter transformado em produtos com valor de

uso.

2) Com o aumento da especialização e da divisão do trabalho, ficou claro que uma

troca de mercadorias poderia ser vista como uma troca dos diferentes trabalhos

especializados incorporados nessas mercadorias.

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- Para esses autores, o trabalho é o mais importante determinante dos preços em geral, o trabalho também tem de ser fonte de lucros.

- Quando os lucros são auferidos por meio do controle do processo de produção, têm de refletir a diferença entre os preços pagos pelos insumos necessários à produção e a quantidade produzida.

- Em 1696, John Cary escreveu que as mercadorias “exportadas dão mais ou menos lucro, de acordo com o trabalho das pessoas incorporado ao seu valor”.

- Em 1751, essa fonte de lucro estava sendo chamada de excedente de produção sobre as necessidades de consumo dos trabalhadores.

- Entretanto, esses pensadores não conseguiram entender o processo com clareza suficiente para mostrar como era possível que a quantidade de trabalho incorporada a uma mercadoria fosse, ao mesmo tempo, o determinante dos preços e a fonte do valor excedente e do lucro. - Em 1776, Adam Smith publicou A Riqueza das Nações. Foi a primeira análise sistemática e

ampla do capitalismo, em que a maneira de entender o lucro sobre o capital foi plenamente elaborada. Discutiremos essas ideias mais adiante.

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Os Fisiocratas como Reformadores Sociais

- Os fisiocratas eram um grupo de reformadores sociais franceses, discípulos intelectuais de François Quesnay (1694-1774).

- Quase todas as suas ideias se originavam direta ou indiretamente do Tableauj Economique, de Quenay.

- Sua influência imediata sobre os assuntos econômicos e políticos franceses durou cerca de duas décadas e terminou quando seu membro politicamente mais influente, Turgot, perdeu seu cargo de controlador geral das finanças, em 1776.

- Eles estavam interessados em reformar a França, que passava por desordens econômicas e sociais, causadas por uma combinação heterogênea de muitas das piores características do feudalismo e do capitalismo comercial:

i) tributação desordenada, ineficiente, opressiva e injusta;

ii) agricultura usava tecnologia feudal, feita em pequena escala e continuava sendo fonte de poder feudal inibindo o avanço do capitalismo;

iii) governo era responsável por um emaranhado complexo de tarifas, suvbsídios, restrições e privilégios na indústria e comércio.

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- Os fisiocratas achavam que as sociedades eram governadas pela lei natural e que os

problemas da França eram devidos à incapacidade de seus dirigentes compreenderem

a lei natural e ordenarem a produção e o comércio de acordo com ela.

- Quesnay formulou um modelo simples de como uma sociedade deveria ser

estruturada, a fim de refletir a lei natural, e, com base nesse modelo, os fisiocratas

advogavam a reforma política: abolição da guildas e a remoção de todas as tarifas,

impostos, subsídios, restrições e regulamentações existentes que prejudicasse a

indústria e comércio.

- Propuseram a substituição da agricultura em pequena escala e ineficiente, então

vigente, pela agricultura capitalista em grande escala.

- Entretanto, são mais lembrados pela recomendação de que toda renda do governo

fosse obtida por meio de um único imposto, para todo país, sobre atividades agrícolas.

- As propostas eram inatingíveis porque não questionavam ao direito da nobreza feudal

de receber a renda de suas terras.

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As Ideias Econômicas de Quesnay

- O Tableau Economique é, basicamente, um modelo de uma economia.

- O modelo mostra os processos de produção, circulação de moeda e das mercadorias e a distribuição de renda.

- Pressupõe que a produção ocorra em ciclos anuais e que tudo que é produzido em um ano é consumido naquele ano ou se transforma em insumos necessários para a produção no ano seguinte.

- O centro da atenção é a agricultura.

- Os fisiocratas consideravam que o excedente gerado no campo era um presente da natureza e pensavam que apenas com o contato direto com a natureza, na produção extrativa ou agrícola, é que o trabalho humano poderia produzir excedente.

- Os agricultores eram chamados, portanto, de classe produtiva.

- Os produtores de mercadorias industrializadas eram chamados de classe estéril, não porque não produzissem, mas porque o valor que produziam era, presumivelmente igual aos custos necessários de matérias primas mais os necessários salários de subsistência dos produtores. Não se achava que pudesse sobrar qualquer excedente ou lucro na atividade industrial.

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- Havia três classes: produtiva (capitalistas e trabalhadores dedicados à produção

agrícola), estéril( capitalistas e trabalhadores ligados à indústria) e a classe ociosa

(os donos da terras, que consumiam o excedente produzido pela classe

produtiva).

- Embora quase todos economistas posteriores tenham rejeitado a noção de que o

excedente era um dom da natureza, a classificação dos trabalhadores cuja força

de trabalho cria valor excedente como produtivos e daqueles cuja força de

trabalho não cria excedente como improdutivos iria tornar-se um elemento

importante na análise econômica do século XIX

Referências

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