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Palestra UFRJ - cordofones friccionados_compressed

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Academic year: 2021

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Título: Os cordofones friccionados como apoio à

Educação

Introdução:

Início - O Big Bang (há controvérsias) a maior quantidade de som já executada pelo Universo.

Planeta Terra - mais ou menos 4,5 bilhões de anos de idade. O resfriamento levou 1,5 bilhão de anos.

Vida na Terra - mais ou menos 3 bilhões de anos (bactérias e outros corpos).

Hominídeos na terra - mais ou menos 1,2 milhão de anos. Civilizações:

- Oriental – mais ou menos 10.000 anos e com o aparecimento da escrita começa a História.

- Ocidental - mais ou menos 5.000 anos. Na Antiga Grécia nasce, segundo alguns autores, “A Ciência”, ao que tudo indica para resolver problemas de navegação no porto da Jônia e como troca de informações (conhecimentos) entre as pessoas dos navios que andavam para todos os cantos. Houve interação com a cultura oriental (Afrodite, deusa grega do amor, parece ser uma assimilação do oriente, pois ela não se encaixa no mito grego). Segundo a escritora Mircea Elíade, citada no livro Mitologia Grega Vol.I de Junito de Souza Brandão: “Em nenhuma outra parte vemos, como na Grécia, o mito inspirar e guiar não só a poesia épica, a tragédia e a comédia, mas também as artes plásticas; por outro lado, a cultura grega foi a única a submeter o mito a uma longa e penetrante análise, da qual ele saiu radicalmente ‘desmitizado’. A ascensão do racionalismo jônico coincide com uma crítica cada vez mais corrosiva da mitologia ‘clássica’, tal qual é expressa nas obras de Homero e Hesíodo. Se em todas as línguas europeias o vocábulo ‘mito’ denota uma ‘ficção’, é porque os gregos o proclamaram há vinte e cinco séculos".

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A crítica dos filósofos jônicos não visava, na realidade, ao pensamento mítico, à essência do mito, mas aos atos e atitudes dos deuses, tais quais os concebiam Homero e Hesíodo. A crítica fundamental era feita “em nome de uma ideia cada vez mais elevada de Deus”. Um Deus verdadeiro jamais poderia ser concebido como injusto, vingativo, adúltero e ciumento, como enfatiza Xenófanes (576-480 a. C.), de Cólofon, na Ásia Menor: “No dizer de Homero e de Hesíodo os deuses fazem tudo quanto os homens considerariam vergonhoso: adultério, roubo trapaças mútuas. O antropomorfismo, iniciado com Homero e aperfeiçoado por Hesíodo, é violentamente censurado”.

Para Xenófanes, a ideia de Deus é algo mais sério: ”Há um deus acima de todos os deuses e homens: nem sua forma nem seu pensamento se assemelham aos dos mortais”.

"A crítica racionalista veio num crescendo, e o mito recebeu com Demócrito (520-440 a. C.) um duro golpe. Com efeito, o sistema mecanicista do filósofo de Abdera, na Trácia, reduz tudo a um entrechoque de partículas insecáveis, ingênitas, denominadas àtomoi, de átomos, indivisível. Por necessidade da natureza, os átomos movem-se no vácuo infinito com movimento retilíneo de cima para baixo e com desigual velocidade. Daí entrechoques atômicos e formação de imensos vórtices ou turbilhões de que se originam os mundos, os seres, a alma, os deuses, mas tudo, porque tudo é matéria, está sujeito a lei da morte".

"Assim, para Demócrito, os deuses vulgares e a mitologia nasceram da fantasia popular".

Também Ésquilo (525-456 a. C.), o pai da tragédia, depurou o mito para dele extrair tão somente a variante sadia. “O dever do poeta, diz Ésquilo, é ocultar o vício, não propagá-lo e trazê-lo à cena. Com efeito, se para as crianças o educador modelo é o professor, para os jovens o são os poetas. Temos o dever imperioso de dizer somente coisas honestas.

Por analogia desde sempre se buscou a verdade tanto na ciência quanto na arte, na religião, na filosofia ou em qualquer outra atividade humana, para com isso livrar o homem de suas fantasias míticas e buscar o conhecimento. E disso a Música não pode escapar sob pena de se tornar

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falsa como aqueles deuses gregos degenerados moralmente na antiguidade.

Por que Música ou o uso do som como elemento mágico?

Porque ela e substancialmente ele atraía sobremaneira a atenção dos ouvintes. Dava um certo poder e status dentro do grupo. Podia ter várias finalidades: 1) incitar para a Guerra, 2)para clamar por seus deuses (criando uma mística de poder e religiosidade). Ex: o som como forma de comunicação tribal e mais tarde o código Morsey.

Características do som:

1) Altura - graves, médios e agudos

2) Intensidade - forte, meio forte e fraco (piano)

3) Timbre - identificação da fonte sonora (apito, flauta, violino, voz humana...)

4) Duração - longos, médios e curtos.

A Música possui todos ou apenas um desses elementos abaixo:

1) Ritmo - matemática no som; contagem da duração dos sons; embora tenha outros sentidos

2) Melodia - sucessão de sons com um sentido e propósito determinado 3) Harmonia - 3 ou mais sons formam um acorde e ao encadeamento desses acordes consideramos harmonia. Geralmente funciona como um cenário para a melodia. E finalmente um parente da harmonia que é o Contraponto (a mais elaborada forma de Música onde cada linha melódica se interpõe a outras formando uma música extremamente interessante e complexa que obriga o ouvinte a uma escuta aprimorada).

Muitas áreas do conhecimento estão na Música, ou seja,

ela é a forma de arte mais completa e complexa. Como

exemplo da Ciência na Música ou áreas do

conhecimento onde ela se conecta:

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1) Física (ela é um fenômeno natural), 2) Química (dopamina no cérebro),

3) Matemática (medição das características do som, construção das escalas musicais e outras),

4) Antropologia (da antiguidade ao futuro do homem com a música) 5) Ciências Sociais (sempre foi e continua a ser uma agregadora social), 6) História (esclarecendo o homem e sua música),

7) Medicina (musicoterapia),

8) Biologia (as reações vitais em relação a esta ou aquela música),

9) Psicologia (comportamento do indivíduo quando estimulado pela música),

10) Línguas (como elemento motivador e até análogo, pois ela é uma forma de linguagem universal),

11) Literatura (orienta não só muitas músicas como outras atividades humanas, ex: Jules Verne)

12) Direito (a música tem inúmeras regras que não sendo respeitadas demonstram imperícia, imprudência ou negligência por parte do compositor),

13) Economia (gera aproximadamente riquezas da ordem de trilhões de dólares no planeta),

14) Administração (uma orquestra musical ou um grupo popular funciona claramente como uma empresa com ativos e passivos, despesas e receitas precisam ser bem administradas),

15) Neurociência (talvez aí esteja a atividade que vai provocar a maior mudança na forma de se escutar música e como ela afeta o principal órgão dos seres vivos, o cérebro, essa máquina fantástica e tão desenvolvida nos humanos).

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Cordofones friccionados: Violino, Viola,

Violoncello e Contrabaixo.

Todos possuem as seguintes partes:

cavalete, tampo, fundo, efes, espelho, alma, cravelhas, ilhargas, voluta, estandarte

Os violoncelos e contrabaixos têm espigões que se apoiam no solo e suas direções de arco são diferentes do violino e da viola (para cima e para baixo). No cello e no contrabaixo são para a direita e esquerda. E também há uma curiosidade interessante no contrabaixo: ele no seu desenho se parece com a antiga viola de gamba, com os ombros caídos, diferente do modelo do violino que orienta a viola e o cello. O arco para a fricção tem uma vara de madeira e crina de cavalo. Usa-se resina própria para criar a fricção entre a crina e as cordas dos instrumentos.

São instrumentos não temperados (não logaritmizados) que possuem uma gama de sons baseados na escala natural e apresentam riqueza de

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frequências que vão muito além dos 97 sons da escala geral (sons usados em música).

Por último, mas longe de esgotar o assunto dos cordofones friccionados, apresento a linguagem musical:

A B C D E F G - notas musicais em inglês A H C D E F G - notas musicais em alemão

No séc. XI Guido D´Arezzo, monge beneditino, que era regente de coro, tirou do hino a S. João Batista as iniciais que deram um nome próprio para os sons musicais: DO RE MI FA SOL LA SI. Antes de Guido as notas eram denominadas por letras gregas depois latinas. Mas os anglo saxões resistiram e continuam a denomina-las por letras.

Pautas próprias para música: foram criadas de 1, 2, 3 , 4, etc.. linhas mas o tempo se incumbiu de determinar o Pentagrama (5 linhas e 4 espaços) como melhor maneira de se escrever música. E como há muitos sons precisou-se também de Claves (chaves em espanhol). Atualmente temos 3 claves: Sol, Fá e Do (na 3a ou 4a linha, dependendo se contralto ou tenor). Exemplo de aplicação dos cordofones na Educação em todos os níveis (Fundamental, Médio, Superior, Mestrado ou Pós, Doutorado e Pós Doutorado):

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Sendo uma atividade que envolve o “lúdico” (‘ludos’ em latim significa ‘jogos’, porque envolve percepção auditiva em alto grau forçando o cérebro a uma tarefa que vai desde a coordenação motora até a múltipla atividade cerebral).

- Violino - utiliza a clave de SOL (agudos),

- Viola - utiliza a clave de Do (médios) na 3a linha,

- Violoncello - utiliza 3 claves: Fá (graves), Do na 4a linha (médios) e SOL (agudos),

- Contrabaixo (o único transpositor de 8a, ou seja, tudo que lê soa 8a abaixo) - utiliza a clave de Fá (graves e subgraves).

Há uma atração natural das pessoas para esses instrumentos de cordas friccionadas, mas se a pessoa não quer se esforçar melhor não tentar. Aqueles que tentam sinceramente aprendê-los têm como recompensa uma percepção mais complexa que os outros músicos e capacidade de se adequar a situações mais complexas na música e na própria vida. E quanto mais cedo começar melhor para o estudante de música ou de outra área. Nada impede que um futuro médico ou uma pós doutora em física se dediquem e tenham sucesso na Viola por exemplo. Estamos reunindo neste Projeto: “A Física na Música”, que está se integrando firmemente dentro da UERJ, que não oferece Música em seu currículo, com pessoas de várias áreas e angariando a simpatia da maioria da comunidade universitária.

Finalmente o curso de cordofones friccionados na UERJ é aberto a todos aqueles que queiram aprender algo substancialmente interessante e integrador. Todos são bem vindos!

Grato pelo convite.

Maestro Luiz Roberto Perez L. Baptista/Formação USP (1990/95) - Regência Orquestral e Coral.

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