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Academic year: 2021

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O que é a linguagem?

Forma de comunicação – código – símbolos utilizados de acordo com determinadas regras.

Enquanto forma de comunicação a LVH não está isolada – o Homem comunica de diversas formas – pintura, música, mímica, através de diferentes códigos. Também as diferentes espécies animais comunicam entre si.

Neste caso a LVH pode ser estudada nesta perspectiva juntamente com todas as outras formas de comunicar – Teorias da Comunicação, Semiologia, Semiótica.

Há no entanto diferenças entre todas estas formas de comunicar e a LVH. A LVH não é apenas uma forma de comunicar. A Linguística debruça-se apenas sobre o que é próprio à LVH (podendo claro ir buscar informação a outras áreas do saber).

Uma das principais diferenças entre a LVH e as outras formas de comunicação reside no facto de estas últimas serem sistemas rígidos e fixos de transmissão de mensagens – o código esgota-se em usos específicos – e dependentes do contexto (animais – obedece a estímulos).

A LVH permite transmitir um número ilimitado de mensagens. Este facto advém de determinadas propriedades que no seu todo, e algumas em particular, são específicas da LVH.

«cão» o que é?

Representação gráfica da palavra ['kãw] As línguas existem sem forma escrita, logo esta não é puramente linguístca A cadeia sonora «cão» é um símbolo que representa o conceito de cão.

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Como é que essa representação é feita?

Propriedades distintivas da Linguagem Verbal Humana -> carácter simbólico - abstracção

-> Arbitrariedade do signo linguístico – Saussure

Saussure deu o nome de signo linguístico à associação que se estabelece nas línguas entre uma cadeia sonora e o conceito que ela representa. Quando se diz que o signo linguístico é arbitrário, está a dizer-se que essa associação é feita convencionalmente, de uma forma não motivada (não há nada no conceito de «cão» que nos remeta obrigatoriamente para a cadeia sonora ['kãw], tanto que noutras línguas este conceito está associado a outras cadeias sonoras).

-> carácter discreto e combinatório – é sempre possível segmentar unidades linguísticas em unidades menores (discursos em frases, frases em sintagmas, sintagmas em palavras, palavras em morfemas, palavras em sílabas, sílabas em sons...) e, simetricamente, recombinar estas unidades linguísticas de modo a formar novas unidades linguísticas. -> economia e infinitude – as línguas são sistemas económicos porque com um número limitado de unidades linguísticas e de regras conseguem criar um número infinito de enunciados.

-> recursividade – a propriedade da recursividade traduz-se no facto de as línguas poderem recorrer vezes sem conta às mesmas regras linguísticas para formar novos enunciados.

-> criatividade – consequentemente, as línguas são criativas porque os falantes conseguem produzir enunciados novos (enunciados que nunca produziram) e compreender enunciados novos (que nunca ou ouviram).

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-> independência do contexto – as línguas, ao contrário de outros sistemas de comunicação, permitem falar do passado, do futuro, do que não aconteceu, i. e., permitem falar de eventos independentes do contexto em que o falante se encontra. -> independência de estímulos – os seres humanos não utilizam a LVH apenas como reacção a estímulos exteriores ou interiores.

(Ver Guião Propriedades Distintivas e pp. 17-18 Fromkin & Rodman Introdução à Linguagem, Almedina - Esta edição está desactualizada, será sempre melhor consultar a que consta da bibliografia geral da cadeira)

A Linguagem Verbal Humana será assim a capacidade específica do Homem para associar, de forma arbitrária, uma sequência de sons (ou gestos) a um sentido. Tem as propriedades que já referimos. É universal e tem propriedades universais. Só pode assim ser estudada nas suas diversas manifestações singulares.

Que são o quê? O que é uma língua?

(Exposição de conceitos – língua oficial, língua materna, língua segunda.) Sistema linguístico partilhado por uma comunidade de falantes.

No entanto as línguas vivem na diversidade Dialectal

Social Idiolectal ...

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Língua é então um conceito abstracto – conjunto de aspectos comuns e invariáveis qundo se considera uma comunidade de falantes.

Com tanta variação, como podemos saber se estamos perante uma língua autónoma ou perante um dialecto de uma língua?

(Lyons - «há menos diferença entre o sueco, o dinamarquês e o norueguês, por exemplo, que são vulgarmente referidos como línguas distintas, do que há entre muitos dos chamados dialectos do chinês.»

Existem factores extra-linguísticos que influenciam a determinação do que é uma língua, de onde começa uma língua e acaba outra.

|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_|_| Contínuo dialectal – inteligibilidade mútua

O sueco, dinamarquês e o norueguês são mutuamente inteligíveis mas são considerados línguas diferentes. O chinês é considerado uma língua, mas há falantes que só se entendem pela escrita – o carácter idiográfico é o mesmo –, a normalização da escrita permite uniformizar a compreensão.

É necessário considerarem-se factores políticos e institucionais na identificação de uma língua – note-se que as línguas são sempre das primeiras «bandeiras» na afirmação de identidade.

- a própria delimitação de fronteiras causa separação linguística. (galego e português)

A variação linguística pode ser então de diversos tipos: 1 - Variação Diatópica ou Dialectal – no espaço 2 - Variação Diacrónica – no tempo

3 - Variação Diastrática – estrato social 4 - Variação Diafásica – no estilo, na situação

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1 - Dialectologia – dialectos – variedades da língua de acordo com a região, dentro do território onde se fala a língua

2 – Linguística Histórica – As fases da língua não têm um nome concreto, basicamente:

Português Antigo - +/- séc. XII a XVI Português Clássico - +/- séc. XVI a XVIII Português Contemporâneo - +/- séc. XIX e XX

Obviamente estes três grandes períodos são divisíveis em unidades menores. Mais detalhadamente, de acordo com diferentes autores:

Periodização (algumas propostas) Época Leite de Vasconcelos S. Silva Neto Pilar Vázquez Cuesta Lindley Cintra até s. IX (882) pré-histórico pré-histórico até ± 1200 (1214-16) proto-histórico proto-histórico pré-literário pré-literário até

1385/1420 trovadoresco português gal.- port. antigo

até 1536/1550

português arcaico

port. comum port. pré-cláss. port. médio

até s. XVIII port. clássico clássicoport.

até s. XIX/XX

português

moderno português moderno

port. moderno

port. moderno

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( http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/bases-tematicas/historia-da-lingua-portuguesa.html - seleccionar Breve Sumário e depois seleccionar em cima à direita quando? mas ver também os outros)

3 – Sociolinguística – sociolectos – variedade partilhada por um grupo social. Distinguem-se dois tipos de sociolectos

Gírias – códigos forjados para não se ser compreendido por pessoas exteriores ao grupo (Lainte – p. 481)

Tecnolectos – variedades diastráticas de um ramo profissional ou científico. Não são incompreensíveis por vontade dos falantes, como as gírias, mas por estarem cheias de termos específicos da área.

4 – Pragmática – estilos/registos - variedade de acordo com a situação formal familiar oral escrito cuidado ...

Há no entanto um elemento unificador e que serve de travão à fragmentação linguística - a Norma.

Esta consiste também num subsistema da língua, que, por factores extra--linguísticos, é priviligiado em relação aos outros e imposto sobre eles. De entre os diferentes eixos de variação linguística selecciona-se o resultado do seu cruzamento, como uma forma mais prestigiada.

diatopicamente – a variedade da região de maior peso político-administrativo – região de Lisboa (que aos poucos foi substituindo o eixo Lisboa-Coimbra);

diastraticamente – a variedade das camadas cultural e socialmente favorecidas; diafasicamente – o registo mais formal, cuidado.

Diacronicamente, a norma pode ir sofrendo alterações, consoante o maior prestígio de determinada região ou classe social (ou ganhando informalidade).

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A norma (língua-padrão) corresponde assim à variedade das camadas cultas e socialmente favorecidas da região de Lisboa, num registo formal.

Esta selecção não resulta de uma propriedade puramente linguísticas. Ou seja, em termos estritamente linguísticos, não há nada nesta variedade que a destaque das outras. Todas as outras resultam de processos ou regras linguísticas tão legítimos como os da variedade da norma.

Referências

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