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Academic year: 2021

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(1)

Do Mito à Filosofia

O significado das narrativas míticas

e a emergência do pensamento filosófico

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O que é Mito?

• Poema

Ulisses

O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus É um mito brilhante e mudo – O corpo morto de Deus,

Vivo e desnudo.

Este, que aqui aportou, Foi por não ser existindo. Sem existir nos bastou. Por não ter vindo foi vindo E nos criou.

Assim a lenda se escorre A entrar na realidade. E a fecundá-la decorre.

(3)

A Filosofia

• 1.ª questão:

• Quando e por quê motivo as antigas narrativas mitológicas foram substituídas ou passaram a não mais atender às exigentes necessidades de compreensão do homem?

(4)

Duas linhas de interpretação

• Orientalistas

• Os gregos herdaram a sabedoria do oriente e apenas a desenvolveram.

• Autores que defendem essa posição: Röth, Gladish.

• Ocidentalistas

• Os gregos inovaram por depurar o pensamento do mistério e da magia.

• Autores que defendem essa posição: Zeller, Hopfener.

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Uma nova linha de interpretação

• A arqueologia e a mentalidade primitiva

• Os avanços das pesquisas arquelógicas no final do século XIX e o interesse pela

mentalidade arcaica deslocou o eixo da questão sobre o início da filosofia;

• O principal aspecto de sua origem histórica é compreender como se processa a passagem entre a mentalidade mito-poética e a mentalidade teorizante.

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Quem vence?

• O protagonismo grego

• Os argumentos levantados em resposta à questão anterior coloca a grande maioria dos historiadores à favor da tese do protagonismo grego;

• Ou seja, a filosofia nasceu na Grécia e se caracteriza como um pensamento exigente, sistemático e crítico.

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Mito ==> Filosofia

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Os mitos gregos

• Aspectos que

favoreceram a difusão

• A geografia, permitindo a criação de cidades-estados autônomas;

• A fusão de lendas eólicas e jônicas expressas nas epopéias relatando as condições de vida das colônias;

• O papel dos aedos e rapsodos, poetas que declamavam e difundiam as lendas (que, em geral estavam misturadas com fatos históricos reais);

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Homero, o primeiro “educador”

• Biografia

• Da vida de Homero nada se sabe com segurança, pois os dados coletados a seu respeito e a respeito das epópeias citadas são de origem oral, passados de geração para geração;

• teria nascido em Esmirna ou em alguma ilha do mar Egeu e vivido no século VIII a.C. Devido à controversa sobre sua existência, oito cidades disputam a honra de terem sido a sua terra natal;

• Para o historiador e filósofo Richard Tarnas, Homero foi "uma personificação coletiva de toda a memória grega antiga";

• a influência formativa dos seus trabalhos modelou e influenciou todo o desenvolvimento da cultura grega e por essa razão os gregos o consideravam seu instrutor.

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Homero, o primeiro “educador”

• Sôma e Psyche

• A crença homérica acreditava que o homem abrigava em si um “duplo” (um outro eu) que se manifestava nos sonhos;

• Na morte a psyche (alma) se desprendia do corpo físico (sôma) e descia às sombras do Érebo;

• Por exaltar os valores da vida presente, as epopéias representam um avanço no processo de racionalização e laicização da cultura;

• Séculos mais tarde o filósofo Heráclito de Éfeso fara de Zeus um dos nomes do Logos (razão universal).

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Homero, o primeiro “educador”

• A importância de seu legado

• Os gregos antigos voltavam sempre às suas epopéias para buscar modelos políticos, temas e personagens para o utilizarem como modelos de recursos argumentativos;

• Por exemplo, as aventuras de Ulisses é interpretado como um símbolo moral. As peripécias do herói que retorna à pátria após inúmeros obstáculos, perigos e tentações é símbolo dos próprios esforços que a alma humana teria que realizar para voltar para a sua natureza originária, à sua essencialidade – essa é a sua pátria.

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As epopéias continentais

• Interregno

• Da Jônia surge as epopéias homéricas;

• A partir do século VI a.C. surgem as primeiras formulações filosóficas e científicas dos pensadores pré-socráticos;

• Entre esses dois momentos situa-se a obra poética de Hesíodo, da Grécia continental para acrescentar novos elementos à mentalidade surgida nas colônias da Ásia Menor.

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Hesíodo

• Biografia

• O que se sabe sobre Hesíodo é narrado por ele próprio em seus poemas:

– Morava em Cumes com seu pai, que possuía uma pequena empresa de navegação;

– Após a ruína deste, atravessou o mar Egeu e retornou à Beócia onde nasceu; – Em Ascra dedicou-se às atividades

campesinas e a seus poemas. Alí viveu e morreu.

• Sua poesia é a primeira feita na Europa na qual o poeta vê a si mesmo como um tópico, um indivíduo com um papel distinto a desempenhar.

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Hesíodo

• A virtude no trabalho

• Na genealogia dos deuses percebe-se o esboço de um pensamento racional sustentado pela exigência da causalidade;

• Essa características abre caminho para as posteriores cosmogonias filosóficas;

• O poema é dirigido ao irmão de Hesíodo, Perses, devido a uma querela relativa à repartição desigual da herança paterna, na qual este levara vantagem indevidamente;

• As duras condições de trabalho de sua gente sugere uma visão pessimista da humanidade na qual a

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As epopéias

• Características

• Intervenção dos deuses nos assuntos dos homens geralmente manifestada por uma psicologia das ações heroicas;

• Racionalização do divino e antropomorfização dos deuses; • Possui valor de verdade por ser um registro documentado; • Procura explicar:

– As relações entre os deuses;

– As recompensas e castigos atribuídos aos homens que lhes prestam homenagens ou que os desobedecem, etc.

• Sua principal função está em afastar o medo do

desconhecido e fornecer uma explicação compreensível dos fenômenos.

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Aretè

• A virtude

• Era entendida como o mais alto ideal cavalheiresco aliado a uma conduta cortesã e ao heroismo guerreiro;

• Designava a excelência humana e estava ligada às qualidades morais ou espirituais;

• Era um atributo dos nobres, os

aristoi;

• A esse ideal estavam associados às noções de honra e de dever e acreditavam-se inatos.

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Aristeia

• A excelência

• As aristeias eram combates singulares em que os aristoi demonstravam seu valor;

• A mais famosa atribui-se à Diomedes, herói da guerra de Tróia e protegido de Atena; • representa o mito do herói, fulgurante,

indômito e corajoso, o mais bravo e invencível com a sua lança.

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A emergência do pensamento filosófico

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Precursor da ética

• O sangue pelo espírito

• A ética de Platão e Aristóteles se fundará anos mais tarde na ética aristocrática desse período;

• Os valores e as qualidades dos aristoi eram inatas, estavam no sangue;

• Na ética fundada por Platão e Aristóteles por outro lado, os valores e as qualidades do homem eram cultivados por meio da filosofia e da investigação científica.

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A emergência do pensamento

filosófico

• O logos

O discurso filosófico se distingue do discurso mítico, pois busca explicar as mesmas questões a partir de um viés racional, sem recorrer a elementos sobrenaturais.

• As questões que movem os primeiros filósofos são semelhantes àquelas que os mitos buscavam responder:

– De onde vem as coisas?

– O que faz a natureza mudar e perseverar ?

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A emergência do pensamento

filosófico

• O logos

• O logos, inicialmente compreendido como a linguagem falada ou escrita, amplia seu significado passando a designar o próprio movimento de racionalização e o pensamento racional em busca da ordem.

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A emergência do pensamento filosófico

• A dessacralização dos signos

• A criação da escrita alfabética e seu uso no comércio e nas relações de troca retiram dos signos conhecidos o seu caráter sagrado.

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A emergência do pensamento

filosófico

• Descrença na ação do destino

• No mito, os relatos ressaltavam que o destino do homem estava determinado pela ação dos deuses, que sabiam antecipadamente o que iria acontecer;

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Por que ainda existe narrativas míticas?

• Os limites da ciência e da filosofia

• Embora a ciência e a filosofia sejam narrativas exigentes para explicar a realidade e os fenômenos naturais, elas não dão conta de responder a todas as questões humanas, principalmente aquelas que dizem respeito à complexidade de nossa existência.

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Referencias bibliográficas

 A.A. Long (org.). Primórdios da Filosofia Grega. São Paulo: Ideias e

Letras, 2008.

 ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5. ed. São Paulo: Martins

Fontes, 2007.

 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.

Filosofando: Introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2009. 479 p.

 CHAUÍ, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 5. ed. São Paulo: Ática,

1995. 440 p.

 MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos

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