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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

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Academic year: 2021

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ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA

CARCINOFAUNA DA ENSEADA DO SACO

DOS LIMÕES, BAÍA-SUL, FLORIANÓPOLIS,

SC E OS IMPACTOS DECORRENTES DA

CONSTRUÇÃO DA VIA EXPRESSA SC-SUL

FELIPE FREITAS JÚNIOR

ITAJAÍ 2008

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MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA

CARCINOFAUNA DA ENSEADA DO SACO

DOS LIMÕES, BAÍA-SUL, FLORIANÓPOLIS,

SC E OS IMPACTOS DECORRENTES DA

CONSTRUÇÃO DA VIA EXPRESSA SC-SUL

FELIPE FREITAS JÚNIOR

Dissertação apresentada à Universidade do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr2. Joaquim Olinto

Branco.

ITAJAÍ 2008

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Aos meus pais Felipe Freitas e Verônica Maria Zens Freitas e “in memorian” de Felinsk Freitas, Maria Gilda e Marilda Zen.

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“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

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Agradeço a Deus por ter sempre iluminado meu caminho, dando-me forças para encarar os obstáculos, com muita honestidade e determinação.

Ao Prof. Dr2. Joaquim Olinto Branco pelas orientações nas pesquisas e trabalhos desenvolvidos, e pela amizade construída em mais de seis anos de trabalhos juntos, sempre com sábios conselhos sobre as mais variadas situações da vida.

Ao Prof. Msc. Marcelo Rodrigues Ribeiro, coordenador do Projeto Baía-Sul, que em conjunto com o Prof. Dr2. Joaquim Olinto Branco, me ajudaram a conseguir uma vaga como Técnico responsável pela carcinofauna, e por disponibilizarem os dados que deram origem a este trabalho.

A UNIVALI, através do curso de Oceanografia e do Programa de Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental, bem como dos professores e funcionários, que auxiliaram para o desenvolvimento deste trabalho e para o meu crescimento profissional e pessoal.

Aos companheiros do Laboratório de Biologia do CTTMar/UNIVALI, Andressa, Bruno, Cristiano, Cristopher, Fernando Koerich, Fernando Dix, Francine, Gislei, Irece, Jurandir, Juliano, Leonardo, Marcos e Tuane, pelo auxílio nas atividades de campo e laboratoriais e é claro pela amizade conquistada.

A minha namorada Tuane Cristine Pinheiro, pela atenção, paciência, zelo, carinho e amor.

Aos meus pais Felipe Freitas e Verônica Maria Zen Freitas, pelo exemplo de garra, coragem e amor. Sou eternamente grato a eles por esta grande conquista.

Ao técnico do laboratório, Sr. Anilton Bispo dos Santos, pelas broncas e principalmente pelo carinho e amizade, durante seis anos de laboratório juntos.

Aos meus avós Felinsk Freitas e Maria Gilda Freitas, e a tia Marilda que de um algum lugar no céu, estão vibrando com esta conquista.

Aos amigos do peito, Augusto, Diogo, Eduardo, Fernando, Gustavo, Hélio, Heloisa, Juliano, Luiz Fernando, Marcos, Paola, Paulo Henrique,

(6)

momentos de alegria e de tristeza.

Aos colegas do curso de Oceanografia, do Mestrado, e do Projeto Baía-Sul, pela amizade, trabalhos e festas.

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AGRADECIMENTOS...v

LISTA DE TABELAS ... viii

LISTA DE FIGURAS ...ix

RESUMO ... xii ABSTRACT... xiii 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. OBJETIVOS ... 4 2.1-OBJETIVO GERAL... 4 2.2-OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 5 3. ÁREA DE ESTUDO ... 5 4. MATERIAIS E MÉTODOS ... 6 4.1-TRABALHO DE CAMPO... 6 4.2-TRABALHO DE LABORATÓRIO... 7

4.3-ANÁLISE DOS DADOS... 8

5. RESULTADOS... 10

5.1-PARÂMETROS AMBIENTAIS... 10

5.2-COMPOSIÇÃO DA CARCINOFAUNA... 11

5.3-ABUNDÂNCIA DA CARCINOFAUNA... 16

5.3.1 – Abundância de exemplares por ano de amostragem... 16

5.3.2 – Abundância de exemplares nas áreas de coleta ... 16

5.3.3 – Variação sazonal da abundância... 18

5.4-DIVERSIDADE... 20

5.4.1 – Diversidade por ano de amostragem ... 20

5.4.2 – Diversidade por área de coleta... 20

5.4.3 – Variação sazonal da diversidade... 22

5.5-EQUITABILIDADE... 24

5.5.1 – Equitabilidade por ano de amostragem... 24

5.5.2 – Equitabilidade por área de coleta ... 24

5.5.3 – Variação sazonal da equitabilidade ... 26

5.6-ESTRUTURA POPULACIONAL DAS ESPÉCIES DOMINANTES... 28

5.6.1 - Farfantepenaeus brasiliensis... 28

5.6.2 - Litopenaeus schimitti ... 32

5.6.3 - Farfantepenaeus paulensis ... 36

5.6.4 - Callinectes danae ... 40

5.7-SIMILARIDADE DA CARCINOFAUNA ENTRE OS ANOS DE COLETA... 44

5.8-ASSOCIAÇÃO FAUNÍSTICA... 44

5.9-POSSÍVEIS IMPACTOS DA DRAGAGEM...46

6. DISCUSSÃO ... 47

6.1-CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA CARCINOFAUNA... 47

6.2-IMPACTOS DAS OPERAÇÕES DE DRAGAGEM... 55

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 58

8. CONCLUSÕES ... 589

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LISTA DE TABELAS

Tabela I Tabela I. Caracterização dos sedimentos de fundo nas áreas de coleta, no Saco dos Limões, nas campanhas de janeiro de 1997 (a) e outubro de 2006 (b)... 11 Tabela II Tabela II – Relação das espécies de crustáceos e suas

respectivas freqüências em número e peso, durante o período de 1997 a 2006. (A ocorrência das espécies é representada por C = constante; A = acessória; O = ocasional)... 12 Tabela III Tabela III - Similaridade da carcinofauna nos oito anos de

coleta... 44

Tabela IV Tabela IV. Síntese dos possíveis impactos das atividades

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Figura 1 Mapa da Enseada do Saco dos Limões, Baía-sul, Florianópolis,

SC, indicando as áreas de

coleta... 6 Figura 2 Variação temporal média dos parâmetros físico-químicos da

água de superfície no Saco dos limões (Baía-Sul), durante o período de 1997 a 2006 (Barra vertical= erro da média)... 10 Figura 3 Contribuição percentual em número de indivíduos das principais

espécies de crustáceos capturadas no Saco dos Limões, entre 1997 e 2006... 15 Figura 4 Variação sazonal do número de crustáceos capturados no Saco

dos Limões, nos oito anos de

amostragem... 17

Figura 5 Variação sazonal do número de crustáceos capturados nas áreas I (a), II (b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006... 18

Figura 6 Variação sazonal média do número de crustáceos capturados no Saco dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006 (Barra vertical = erro da média)... 19 Figura 7 Variação sazonal média do número de crustáceos capturados

no Saco dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média)... 19

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no Saco dos Limões, entre 1997 e 2006... 21 Figura 9 Variação sazonal do índice de diversidade (H’) nas áreas I (a), II

(b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006... 22 Figura 10 Variação sazonal média do índice de diversidade (H´) no Saco

dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006. (Barra vertical = erro da média)... 23 Figura 11 Variação sazonal média do índice de diversidade (H´) no Saco

dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média)... 23 Figura 12 Variação sazonal do índice de equitabilidade da carcinofauna

(J´) no Saco dos Limões, entre 1997 a 2006... 25 Figura 13 Variação sazonal do índice de equitabilidade (J´) nas áreas I (a),

II (b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006... 26 Figura 14 Variação sazonal média do índice de equitabilidade (J´) no Saco

dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006. (Barra vertical = erro da média)...

27 Figura 15 Variação sazonal média do índice de equitabilidade (J´) no

Saco dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média)... 27 Figura 16 Distribuição de freqüência por classe de comprimento de F.

brasiliensis , durante os anos de 2001 a 2006. Linha tracejada=

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capturados no Saco dos Limões, durante 1997 a 2006... 31 Figura 18 Distribuição de freqüência por classe de comprimento de L.

schimitti, durante os anos de 1997 a 2006. Linha tracejada=

L50... 33 Figura 19 Variação sazonal da abundância e biomassa de L schimitti

capturados no Saco dos Limões, durante 1997 a 2006... 35 Figura 20 Distribuição de freqüência por classe de comprimento de F.

paulensis, durante os anos de 1997 a 2006. Linha tracejada=

L50 (BRANCO & VERANI, 1998b)... 38 Figura 21 Variação sazonal da abundância e biomassa de F. paulensis

capturados no Saco dos Limões, durante 1997 a 2006... 39 Figura 22 Distribuição de freqüência por classe de largura de C. danae,

durante os anos de 1997 a 2006. Linha tracejada= L50... 42 Figura 23 Variação sazonal da abundância e biomassa de C. danae

capturados no Saco dos Limões, durante 1997 a 2006... 43 Figura 24 Dendrograma baseado nos dados de abundância das espécies

de crustáceos nos oito anos de amostragens... 45 Figura 25 Dendrograma do agrupamento das 20 espécies de crustáceos

capturadas na região do Saco dos Limões, entre 1997 a 2006... 45

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Áreas costeiras como lagoas, baías e estuários, normalmente caracterizam-se por apresentar uma elevada produtividade, funcionando como importantes locais de reprodução e crescimento para uma variedade de organismos. Os crustáceos representam um importante grupo dentro destes ecossistemas, transferindo a energia para níveis superiores, além de contribuírem nas pescarias artesanais e industriais. Objetivando avaliar as relações quali-quantitativas da carcinofauna do Saco dos Limões e os impactos das atividades de dragagem, foram realizadas coletas trimestrais, em seis áreas de amostragem, durante o período diurno e noturno, compreendendo os anos de 1997 a 2006; com auxilio de um barco de arrasto, empregado na pesca do camarão sete-barbas. As famílias Penaeidae e Portunidae foram as mais diversas, além de contribuírem com as maiores abundâncias, onde os camarões Farfantepenaeus brasiliensis,

Litopenaeus schimitti, Farfantepenaeus paulensis, juntamente com o siri Callinectes danae, destacaram-se como espécies dominantes. As maiores

abundâncias ocorreram nas áreas VI e V, durante os meses de verão no período da noite. Os índices de diversidade e equitabilidade apresentaram padrões semelhantes de flutuação, com os maiores valores ocorrendo nos meses de outono e inverno. O índice de Jaccard indicou maior similaridade na composição dos crustáceos entre os anos de 2005 e 2006, enquanto que a menor ocorreu entre 1997 e 2005. Foram observadas mudanças na estrutura da carcinofauna ao longo dos anos, com elevadas mortalidades durante as operações de dragagem, no verão de 1997, e posterior recuperação nos anos subseqüentes. Entretanto a avaliação da real magnitude do impacto tornou-se dificultada em função da ausência de dados pretéritos, bem como a própria variabilidade intrínseca do ambiente em estudo. Os resultados obtidos neste trabalho realçam a importância da Enseada do Saco dos Limões como área de berçário e crescimento para espécies de camarão de relevante interesse econômico, além de contribuir como ambiente de reprodução para os siris do gênero Callinectes, onde provavelmente a eclosão das larvas ocorre na região costeira adjacente, com subseqüente migração destas para área de crescimento, na baía, onde reiniciam o ciclo.

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Coastal areas as ponds, bays and estuaries, are usually characterized by presenting a high productivity, working as important reproduction and growth areas for a variety of organisms. The crustaceans represent an important group, transferring the energy for superior levels, besides they contribute in the artisanal and industrial fisheries. Aiming to evaluate the quail-quantitative relationships of the carcinofauna of Saco dos Limões and the impacts of the dredging activities, collections were made every three months, in six sampling areas, during the period of the day and night, from 1997 to 2006; with aid of a boat employed in the fishing of the shrimp “sete-barbas”. The families Penaeidae and Portunidae were the most diversity, besides they contribute with the largest abundances, where the shrimps Farfantepenaeus brasiliensis,

Litopenaeus schimitti, Farfantepenaeus paulensis, together with the crab Callinectes danae, were the dominant species. The largest abundances

occurred in the areas VI and V, during summer, in the period of the night. The diversity and equitabilidade presented similar flotation, with the largest values on autumn and winter. The index of Jaccard indicated larger similarity in the composition of the crustaceans between the years of 2005 and 2006, while the smallest occurred between 1997 and 2005. Changes were observed in the structure of the carcinofauna along the years, with high mortalities during the summer 1997 dredging operations, and subsequent recovery in the last years. However the evaluation of the real magnitude of the impact was difficult, in function of the absence of previous data, as well as the own intrinsic variability of the study. The results obtained in this work enhance the importance of Enseada do Saco dos Limões as nursery and growth for species of shrimp of relevant economical interest, besides contributing as reproduction place for the crabs of the genus Callinectes, where probably the initial larval phase takes place in the adjacent coastal area, with subsequent migration of these for growth areas, in the bay, where they restart the cycle.

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1. INTRODUÇÃO

Ambientes costeiros como lagoas, baías e estuários, apesar de serem ecossistemas sujeitos a perturbações humanas, normalmente caracterizam-se por apresentar uma elevada produtividade, funcionando como importantes locais de reprodução, berçário e crescimento para uma variedade de organismos, que nestes realizam parte de seu ciclo vital (SIGNORET, 1974; BRANCO & VERANI, 1998a; ALBERTONI et al. 1999; HOSTIM-SILVA et al. 2002; ALBERTONI et al. 2003).

Os Crustáceos decápodas são organismos característicos destes ambientes, dentre os quais destacam-se as famílias Penaeidae, Solenoceridae, Calappidae, Leucosidade, e Portunidae, representantes estes, de considerada abundância, freqüência e biomassa, sendo utilizados como alvo de pescarias, com grande representação na economia e na alimentação humana, além de participarem nos processos de aeração e sedimentação do solo (PETTI, 1997; BRANCO, 1998a).

Os camarões peneídeos constituem-se em um dos recursos pesqueiros mais freqüentes e explorados nas regiões costeiras em todo o mundo, assim como em toda a costa brasileira (D’INCAO, 1991; VALENTINI et al. 1991; ALBERTONI et al. 2003; CASTRO et al. 2005; GUSMÃO et al. 2005; LEITE & PETRERE, 2006a; LEITE & PETRERE, 2006b; ROBERT et al. 2007). Na Venezuela a pesca dirigida ao camarão branco (Litopenaeus schimitti) atinge alto valor comercial, sendo realizada com grande intensidade em frente às lagoas de Piritu, Unae e Tacarigua, no mar do Caribe (LAREZ & KHANDKER, 1972). Enquanto que no Brasil, os municípios de Bertioga e Cananéia, no litoral paulista são considerados os principais criadouros naturais para a espécie, suportando importantes pescarias para a região (CHAGAS-SOARES et al. 1995).

A exploração comercial de siris e caranguejos é um fator importante na economia de alguns países americanos, europeus e Japoneses (ROMAM-CONTERAS, 1986; BRANCO & MASUNARI, 1992; SEVERINO-RODRIGUES

et al. 2001; BRANCO & FRACASSO, 2004a). Além disso, representam alto

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de presas para a maioria dos organismos carnívoros, seja no estágio larval ou na forma adulta (BRANCO & VERANI, 1997; TEIXEIRA & SÁ, 1998). As espécies mais capturadas pertencem ao gênero Callinectes (TEIXEIRA & SÁ, 1998), podendo habitar estuários com fundo de lama, rios de manguezais, fundo de cascalho recoberto por algas, praias e oceanos com profundidades de até 70 metros (WILLIANS, 1984).

Na literatura internacional, são raros os trabalhos envolvendo a composição da carcinofauna de regiões estuarinas, estando restritos a abordagens ecológicas (TANKERSLEY et al. 1998; PÉREZ-CASTAÑEDA & DEFEO, 2005; SEED & HUGHES, 1997; SEITZ et al. 2003), dinâmica das larvas (JOHNSON, 1985; DITTEL & EPIFANIO, 1990; FORBES & CYRUS, 1991), bem como a distribuição espaço-temporal das espécies com valor econômico (PÉREZ-CASTAÑEDA & DEFEO, 2001; SHAROV et al. 2003). No Brasil, estes levantamentos estão concentrados nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, com destaque para os trabalhos de COELHO et al. (2004a), com os siris do rio Una, em Pernambuco e de SOUZA et al. (2000), COELHO et al. (2004b) e ALMEIDA et al. (2006, 2007), com os decapoda dos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia.

No manguezal da Baia de Sepetiba (RJ), OSHIRO et al. (1998), estudaram a composição da fauna de braquiúros, ao passo que no Complexo Baía-estuário de Santos, destacam-se os estudos de PITA et al. (1985a), com portunídeos e de MOREIRA et al. (1988), com a biologia dos braquiúros. ABREU (1980) estudou a distribuição e ecologia dos decapoda numa área estuarina de Ubatuba, enquanto que NAKAGAKI et al. (1995) e COSTA et al. (2000) analisaram a composição, ocorrência e abundância de camarões Penaeidea e Caridea, nesta mesma enseada. Recentemente BRAGA et al. (2005), realizaram uma caracterização abrangente sobre a composição e abundância de siris em Ubatuba e Caraguatatuba.

Para o litoral do Rio Grande do Sul, PEREIRA et al. (1998) apresentaram uma lista dos crustáceos decápodas do estuário Arroio Chuí, ao passo que SANTOS et al. (2000) abordaram aspectos da composição e distribuição dos Crustacea na Lagoa do Peixe. Em Santa Catarina, destacam-se os trabalhos de BRANCO (1998a), o qual realizou um levantamento dos crustáceos decápodas no manguezal de Itacorubí, estudando também os

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aspectos ecológicos dos Brachyura deste mesmo ambiente (BRANCO, 1998b); de RODRIGUES et al. (1994), que caracterizaram a carcinofauna do Manguezal do Rio Camboriú; de BRANCO et al. (1998a), que analisaram as espécies de crustáceos do Manguezal da Baía da Babitonga e de BRANCO & FRACASSO (2004b), os quais abordaram aspectos da ocorrência e abundância da carcinofauna acompanhante na pescaria do camarão sete barbas na Armação do Itapocoroy.

Objetivando solucionar os problemas de tráfego na cidade de Florianópolis, o governo do Estado de Santa Catarina iniciou em 1995, a construção da Via Expressa SC-Sul, às margens da Enseada do Saco dos Limões, localizada no lado interno da Ilha de Santa Catarina, na margem leste da Baía Sul. Para execução da obra, foi realizado um aterro de 15,9 Km de extensão, a partir do deslocamento de 8,5x106 m3 de areia dragada de uma

jazida localizada no centro do próprio ambiente (FACIMAR, 1998).

Segundo BEMVENUTI et al. (2005), atividades de dragagem têm se constituído em um impacto antrópico muito comum em áreas costeiras, seja para facilitar a entrada de navios em portos ou para execução de obras costeiras. Dragagens promovem a remoção de uma grande quantidade de sedimento, causando mudanças na estrutura e dinâmica das comunidades de fundo, podendo também disponibilizar para coluna d’água, aqueles contaminantes que estavam acumulados no sedimento (VON DOLAH et al. 1984; MARQUES et al. 1993; TORRES, 2000; NEWELL et al. 2003; NEWELL

et al. 2004; ANGONESI et al. 2006). Entretanto, podem contribuir na dinâmica

e circulação de estuários de baías, possibilitando a rápida recolonização e favorecer o ingresso de novas espécies (TORRES, 2000).

A Baía-Sul constitui uma importante feição costeira no litoral do Estado de Santa Catarina, abrangendo uma área de 181 Km2, onde se encontram manguezais, uma reserva extrativista marinha, enseadas e um grande número de ilhas e praias, sendo utilizada em atividades de lazer, turismo, pesca, criação e comercialização de moluscos, como fonte de alimento e geração de renda para uma parcela significativa da população local (MOLLERI & BONETTI, 2005).

Neste ecossistema foram realizados alguns estudos, como SOUZA-CONCEIÇÃO (2001, 2004) e SOUZA-SOUZA-CONCEIÇÃO et al. (2005), os quais

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estudaram a dinâmica populacional, biologia reprodutiva e ictioplâncton de

Cetengraulis edentulus. BRANCO et al. (2004) realizaram um levantamento da

avifauna associado a este ambiente, e BRANCO & FRACASSO (2005) abordaram aspectos da ocorrência e abundância de Rynchops niger nesta baía. PEZZUTO & ECHTERNACHT (1999), avaliaram o impacto da construção da Via Expressa SC-Sul sobre o berbigão Anomalocardia brasiliana, enquanto que RESGALLA JR (2001) estudou os impactos ambientais da obra sobre a comunidade zooplanctônica deste ecossistema. SCHETTINI et al. (2000), realizaram uma caracterização oceanográfica e biogeoquímica da área e MOLLERI & BONETTI (2005), analisaram as características morfo-sedimentares da Baía-Sul com base em sistemas de informação geográfica.

A carcinofauna vem sendo monitorada desde 1997 (final das atividades de dragagen) pelo Laboratório de Biologia do CTTMar/UNIVALI, no entanto os dados encontram-se restritos a relatórios de pesquisa, sendo que nenhuma informação foi publicada até o momento.

Considerando o impacto causado pelas obras de aterro para construção de vias públicas no ecossistema da Baía-Sul, importância ecológica e econômica do grupo Crustacea, faz-se necessário quantificar e qualificar as espécies de crustáceos que ainda habitam este ambiente, assim como determinar a variação espaço-temporal da carcinofauna e caracterizar a estrutura populacional das espécies dominantes, determinando suas flutuações ao longo dos anos de amostragem. Os resultados obtidos poderão ser utilizados como instrumento de auxílio ao manejo desse ecossistema, servindo como importante ferramenta na tomada de decisões, assim como referência para trabalhos futuros.

2. OBJETIVOS

2.1 - Objetivo Geral

- Estudar as relações quali-quantitativas da carcinofauna da Enseada do Saco dos Limões, Baía-Sul, Florianópolis, SC, assim como, avaliar os impactos decorrentes da Via Expressa SC-Sul, sobre as principais espécies de crustáceos da região.

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2.2 - Objetivos Específicos

- Identificar as espécies de crustáceos que ocorrem na área de estudo; - Determinar a variação espaço-temporal da abundância da carcinofauna

na Enseada do Saco dos Limões, Baía-Sul, Florianópolis, SC;

- Comparar as áreas de amostragem em termos de diversidade e equitabilidade da carcinofauna;

- Determinar a estrutura de comprimento e as flutuações da abundância e biomassa das principais espécies de crustáceos que ocorrem na região; - Analisar as variações quali-quantitativas da carcinofauna em relação aos

anos de coleta;

- Avaliar os impactos das dragagens para construção da Via Expressa SC-Sul, sobre a Carcinofauna do Saco dos Limões.

3. ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi realizado na Enseada do Saco dos Limões, localizada no interior da Baía-Sul, entre o continente e a Ilha de Santa Catarina, no município de Florianópolis, entre as coordenadas (27º 36’ - 27º 39’ S e 48º 33’- 48º 31’ W) (Fig. 1). A área apresenta fundo areno-lamoso com grande quantidade de material biodetrítico e fragmentos de conchas, profundidades reduzidas, salinidades elevadas devido à baixa contribuição de água doce continental, amplitude de maré inferior a 2m e hidrodinâmica controlada pelo regime de marés e pelos ventos de quadrante Sul e Nordeste (FACIMAR, 1998; MOLLERI & BONETTI, 2005).

O ambiente caracteriza-se por apresentar uma diversidade de habitats, onde na porção Norte, encontra-se a Ilha das Vinhas; na porção Sul, o Manguezal do Rio Tavares; a leste tem-se o Morro do Tavares, com intensa e crescente urbanização, e a oeste se localiza o canal da Baía-Sul; além de uma

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reserva extrativista marinha e um grande número de praias, as quais são utilizadas em atividades de lazer, turismo, pesca, criação e comercialização de moluscos, gerando alimento e renda para uma parcela significativa da população local (FACIMAR, 1998; SOUZA-CONCEIÇÃO, 2004; MOLLERI & BONETTI, 2005).

Figura 1. Mapa da Enseada do Saco dos Limões, Baía-sul, Florianópolis, SC, indicando as áreas de coleta.(Fonte: Laboratório de Geoprocessamento/ UNIVALI).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 - Trabalho de Campo

Para realização deste trabalho, foram utilizados os dados referentes a carcinofauna, obtidos durante o período de 1997 (final das operações de dragagem) a 2006, a partir de um monitoramento ambiental que vem sendo desenvolvido na Enseada do Saco dos Limões, Baía-Sul, Florianópolis, SC, pelo Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar da Universidade do

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Vale do Itajaí (CTTMar/ UNIVALI), com financiamento do Departamento de Estradas e Rodagem de Santa Catarina (DER-SC).

As amostragens foram realizadas trimestralmente, em seis áreas predefinidas em função das características hidrológicas e fisiográficas do ambiente (Fig. 1), durante os períodos diurno e noturno. Para coleta, foi utilizado um barco empregado na pesca artesanal do camarão sete barbas, equipado com duas redes-de-arrasto com portas, sendo que cada uma delas possuia 7,5 metros de comprimento total, tralha superior de 7m e inferior de 8m, com malha de 12 milímetros entre nós opostos. O esforço de pesca foi de 10 minutos em cada uma das seis áreas.

Após as operações de captura, a carcinofauna de cada rede foi separada da fauna acompanhante, armazenada em sacos plásticos etiquetados e transportada em caixas de isopor com gelo até o laboratório de Biologia do CTTMar/UNIVALI para triagem. Paralelamente as coletas, foram ainda registradas as temperaturas e salinidades da água de superfície, sendo que em 1997 e 2006, foi obtida uma amostra de sedimento por área para caracterização granulométrica e determinação do teor de carbonato e conteúdo de matéria orgânica.

É importante ressaltar, que ao longo dos oito anos de coleta, cinco estagiários fizeram parte da obtenção dos dados da carcinofauna, o que resultou na perda de informações referentes aos anos de 1998 e 1999. Ainda em 1997 e 2000, não foi realizada a biometria e a aferição da biomassa de algumas espécies, dificultando a interpretação dos resultados. Fato semelhante ocorreu na aferição dos parâmetros abióticos, sendo utilizados os dados de cinco anos para a temperatura e de sete para a salinidade.

4.2 - Trabalho de Laboratório

Em laboratório, os crustáceos capturados foram identificados e separados por espécies, segundo (PÉREZ-FARFANTE, 1978; MELO 1996); em seguida foi determinado o sexo e estágio de maturação, sendo classificado em juvenil e adulto (freqüência onde 50% dos exemplares apresentaram o petasma unido nos machos e o télico completamente desenvolvido nas fêmeas) para os camarões (PÉREZ-FARFANTE, 1970) e maturo e imaturo

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para os siris e caranguejos, definido pela forma do abdome nas fêmeas e pela sua condição de “selado” (ou não) nos machos, conforme TAISSOUN (1969) e WILLIAMS (1974).

De cada exemplar foi registrado o comprimento total (Lt) em centímetros (medido a partir da margem anterior do rostro até a ponta do telso para camarões e entre as extremidades dos espinhos laterais para siris e caranguejos) e o peso total (Wt) em gramas. Para os camarões, foi registrado também o comprimento do cefalotórax, seguindo a metodologia adotada por BRANCO & VERANI (1997, 1998a).

4.3- Análise dos Dados

A biomassa foi determinada a partir do peso total capturado em gramas, por estação do ano, nas principais espécies de crustáceos, ao longo do período de estudo; enquanto que a abundância foi definida como o número total de exemplares por ano de amostragem, área e período de coleta, bem como, trimestramente para as espécies dominantes.

No cálculo da diversidade, foram considerados os índices de diversidade de Shannon (H’) e de equitabilidade de Pielou (J’), calculados trimestralmente para cada área e ano de amostragem (LUDWIG & REYNOLDS, 1988). O grau de similaridade da carcinofauna entre os anos de amostragem foi estimado através do índice de Jaccard (SOUTHWODD, 1968), adotado por BRANCO (1999).

As estações do ano foram estabelecidas da seguinte maneira: Inverno (julho, agosto e setembro), Primavera (outubro, novembro e dezembro), Verão (janeiro, fevereiro e março) e Outono (abril, maio e junho) (BRANCO, 1999).

A análise de variância paramétrica (ANOVA) (ZAR, 1999) foi utilizada para verificar a existência de diferenças significativas nos parâmetros ambientais, no número de indivíduos, biomassa (CPUE), diversidade e equitabilidade entre as áreas de coleta, estações do ano e entre os diferentes anos de amostragem, sendo testados quanto à homogeneidade da variância (teste de Bartlett) e de normalidade da distribuição (prova de Kolmorov-Smirnov). Na existência de diferenças significativas, o contraste das médias (teste de Tukey-Kramer) foi aplicado para indicar quais médias foram

(22)

significativamente distintas. O teste T foi utilizado para verificar as diferenças nas médias destes mesmos parâmetros entre o dia e a noite, para cada estação do ano, conforme o adotado por BRANCO & VERANI (2006).

De acordo com a ocorrência nas coletas, as espécies foram classificadas em três categorias: constantes, quando presentes em mais de 50% das amostras; acessórias, entre 25 e 50% e ocasionais, em menos de 25% (SEVERINO-RODRIGUES et al. 2002).

Para caracterizar a estrutura populacional das espécies dominantes, foi considerada a distribuição de freqüência por classe de comprimento por estação do ano, nos diferentes anos de amostragem. O tamanho de primeira maturação foi estimado de acordo com VAZZOLER (1981), para Litopenaeus

schimitti e Callinectes danae, enquanto que para Farfantepenaeus brasiliensis

e Farfantepenaeus paulensis, foi adotado o comprimento encontrado nos trabalhos de BRANCO & VERANI (1998a, b).

Através da análise de agrupamento foram estabelecidas as associações entre as espécies nos oito anos de coleta, assim como entre os anos, utilizando-se o número de indivíduos por espécie em cada estação e a abundância das espécies em cada ano, considerando-se o fato de não existir um critério definitivo que permita estabelecer o melhor número de agrupamentos e o nível de similaridade adotado na sua definição (CURI, 1985). Foi realizada a padronização dos dados com a transformação logarítmica [ln (x+1)], devido à ocorrência de distribuição contagiosa típica em crustáceos e peixes (COLVOCORESSES & MUSICK, 1984), conforme o adotado por BRANCO & VERANI (2006).

Na seqüência, foi estabelecida pela distância Euclidiana, a medida de semelhança entre os pares de espécies e agrupados pelo método de Ward, os quais serão implementados no software Statistica 6.

(23)

5. RESULTADOS

5.1 - Parâmetros ambientais

A temperatura média da água de superfície apresentou um padrão de flutuação sazonal uniforme, não diferindo significativamente entre os anos de coleta (F4-18= 0,227; p≥0,05), bem como entre as áreas (F5-18= 0,058; p≥0,05).

Os valores médios mais elevados foram registrados nos meses de verão (26,87ºC), enquanto que as menores temperaturas ocorreram no inverno (22,83ºC) (Fig. 2).

A salinidade média da água de superfície manteve a tendência sazonal apresentada pela temperatura, sem diferenças significativas entre os anos (F 6-18= 0,657; p≥0,05) e áreas de amostragem (F5-18= 0,241; p≥0,05), onde os

maiores teores médios ocorreram no verão (32,43‰) e os menores no outono (27,00‰) (Fig. 2)

Figura 2. Variação temporal média dos parâmetros físico-químicos da água de superfície no Saco dos limões (Baía-Sul,) durante o período de 1997 a 2006. (Barra vertical= erro da média).

Os sedimentos encontrados ao longo do Saco dos Limões, durante a campanha de 1997 (logo após as realizações das obras de dragagem), variaram de lama terrígena (áreas I, II, III e IV) à areia litoclástica fina a muito fina, sendo esta última, encontrada na área VI denominada como “buraco da draga”, onde ocorreram as extrações de material para o aterro (Tab. Ia). As

15 17 19 21 23 25 27 29

Verão Outono Inverno Primavera Estações

TºC 5 10 15 20 25 30 35 S‰ TºC Sal

(24)

maiores porcentagens de matéria orgânica neste ano foram encontradas nas áreas IV (12,82%) e I (12,20%), enquanto que a menor ocorreu na área VI com apenas 0,19%. Os maiores teores de carbonatos foram registrados na área II (18,42%) (Tab. Ia).

Após oito anos das atividades de dragagem, verificou-se que os sedimentos apresentaram uma distribuição uniforme ao longo da região amostral, sendo caracterizados como lama terrígena em todos locais, com maiores teores de matéria orgânica (12,81%) e carbonatos (10,66%) na área VI (Tab. Ib).

Tabela I. Caracterização dos sedimentos de fundo nas áreas de coleta, no Saco dos Limões, nas campanhas de janeiro de 1997 e outubro de 2006. (M.O = matéria orgânica) (a) Campanha de janeiro de 1997

Classificação Textural Teor de Teor de Áreas Latitude Longitude

Dias, 1996 (Mod. De Larsonneur, 1977) Carbonato M. O I 27º36'48'' 48º33'48'' Lama terrígena 6,19 12,20 II 27º37'18'' 48º32'44'' Lama terrígena 18,42 12,10 III 27º37'00'' 48º32'07'' Lama terrígena 12,00

IV 27º37'30'' 48º32'04'' Lama terrígena 12,82

V 27º38'05'' 48º32'06'' Lama terrígena arenosa 6,1 5,19 VI 27º38'13'' 48º32'40'' Areia Litoclástica fina a muito fina 5,07 0,19

(b) Campanha de outubro de 2006

Classificação Textural Teor de Teor de Áreas Latitude Longitude

Dias, 1996 (Mod. De Larsonneur, 1977) Carbonato M. O I 27º36'48'' 48º33'48'' Lama terrígena 9,09 11,82 II 27º37'18'' 48º32'44'' Lama terrígena 9,55 11,88 III 27º37'00'' 48º32'07'' Lama terrígena 8,44 11,92 IV 27º37'30'' 48º32'04'' Lama terrígena 9,56 10,56 V 27º38'05'' 48º32'06'' Lama terrígena 9,34 11,58 VI 27º38'13'' 48º32'40'' Lama terrígena 10,66 12,81

5.2 - Composição da carcinofauna

Durante os oito anos de amostragem, foi coletado um total de 14249 crustáceos, pertencentes a 21 espécies, 16 gêneros e 10 famílias (Tab. II), sendo que cinco espécies foram comuns ao longo do período de coleta.

As maiores capturas em número de indivíduos foram registradas em 2006 (2896), enquanto que as menores ocorreram no ano de 1997, com apenas 978 crustáceos coletados (Tab. II)

(25)

12

Tabela II – Relação das espécies de crustáceos e suas respectivas freqüências em número e peso, durante o período de 1997 a 2006. (A ocorrência das espécies é representada por C = constante; A = acessória; O = ocasional).

1997 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Família/Espécie N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc

Crustacea/Malacostraca Penaeidae Artemesia longinaris 1 0,23 O Xiphopenaeus kroyeri 10 22,96 O 6 20,54 O 6 20,54 O 2 1,77 O Litopenaeus schmitti 465 C 747 C 90 965,21 C 619 4125,02 C 521 3467,98 C 181 942,18 C 233 1364,80 C 492 3101,47 C Farfantepenaeus paulensis 283 C 384 C 221 1184,37 C 373 2021,25 C 479 2368,83 C 273 1269,26 C 281 1581,58 C 237 1353,54 C Farfantepenaeus brasiliensis 70 A 434 C 388 1846,42 C 695 3121,12 C 664 3444,89 C 540 2372,33 C 1001 5182,55 A 1826 9520,77 C Rimapenaeus constrictus 16 35,12 O 47 71,35 C Solenoceridae Pleoticus muelleri 5 O 7 8,01 O 5 8,94 O 4 5,52 O Sicyoniidae Sycione dorsalis 1 0,90 O 3 7,48 A 1 0,90 O 4 6,77 O 3 5,58 O Diogenidae Alpheus spp. 79 48,82 C 4 1,79 A 3 2,66 O 78 42,55 A 3 2,31 O Stomatopoda Squilla grenadensis 1 15,17 O 2 O 5 10,34 A Calappidae Hepatus pudibundus 1 25,58 O 2 94,96 O Paguridae Loxopagurus loxochelis 1 O 1 O Leucosiidae Persephona punctata 1 14,85 O 1 1,33 O 2 26,53 O 1 15,79 O Persephona lichtensteinii 2 9,12 O 2 9,12 O Majidae Libinia spinosa 2 O 2 18,05 O 1 17,78 O Portunidae Callinectes danae 150 A 270 C 371 13265,16 C 270 8976,69 C 241 9406,27 C 302 10657,21 C 276 10050,48 C 250 9187,12 C Callinectes sapidus 1 O 1 135,52 O 1 151,17 O 2 118,85 O 3 254,37 O

(26)

13

Continuação Tab. I

1997 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Família/Espécie N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc N Peso (g) Oc

Callinectes bocourti 1 74,88 O 1 74,88 O Callinectes ornatus 10 O 33 C 22 422,40 C 7 62,89 A 39 565,40 C 67 781,44 C 88 793,08 C 27 179,97 C Portunus spinimanus 1 161,70 O 3 100,67 O 1 48,19 O Charybdis hellerii 1 25,12 O Total 978 1876 1182 17934,70 1982 18720,37 1965 19521,64 1454 16434,77 1916 19158,21 2896 23530,67 Total espécies 5 8 11 11 12 12 15 14 Índice de riqueza D 0,58 0,93 1,41 1,31 1,45 1,51 1,85 1,50 Índice de diversidade H' 1,23 1,41 1,55 1,39 1,46 1,62 1,41 1,16 Índice de equitabilidade J' 0,77 0,68 0,65 0,58 0,60 0,65 0,52 0,45 Número de sp. Constantes 2 5 6 4 5 5 4 6 Número de sp. Acessórias 2 0 0 2 1 1 1 1 Número de sp. Ocasionais 1 3 5 5 6 6 10 7

(27)

O número de espécies apresentou oscilações ao longo do período de amostragem (Tab. II), com os menores valores ocorrendo em 1997 (cinco) e as maiores contribuições em 2005 (15) e 2006 (14), sendo que neste último ano, foi registrada a presença de Charybdis hellerii (A. Milne-Edwards 1867), espécie exótica na baia (Tab. II).

As famílias Penaeidae e Portunidae, ambas com seis espécies, foram as mais diversificadas, contribuindo com 98,39% do total capturado, enquanto que as outras oito famílias, em conjunto, representaram 1,61% da carcinofauna (Tab. II)

Os camarões Farfantepenaeus brasiliensis Latreille, 1817, Litopenaeus

schimitti (Burkenroad, 1936) e Farfantepenaeus paulensis (Pérez Farfante,

1967), em conjunto com o siri Callinectes danae (Smith, 1869) foram as espécies numericamente dominantes (Tab. II)

L. schimitti contribuiu com as maiores capturas em número de

exemplares para os anos de 1997 (47,55%) e 2000 (39,82%), enquanto que F.

brasiliensis dominou nos demais anos, com participações de 33,17% a 63,07%

dos crustáceos capturados (Tab. II e Fig. 3). F. paulensis foi a segunda espécie mais abundante nos anos de 1997 (28,94%) e 2005 (14,67%), assim como C. danae em 2001 (32,27%) e 2004 (20,80%) (Tab. II e Fig. 3). Nos demais anos F. paulensis e C.danae ocuparam respectivamente as 3ª e 4ª colocações (exceto em 2000) nas capturas (Tab. II e Fig. 3). C. ornatus foi a quinta espécie mais representativa nos anos de 1997, 2000 e de 2003 a 2006, sendo substituído por Alpheus spp. em 2001 e Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) em 2002 (Tab. II e Fig. 3).

Quanto às categorias de ocorrência, as espécies consideradas constantes predominaram nas capturas dos primeiros anos (1997, 2000 e 2001), enquanto que as ocasionais dominaram nas demais amostragens (Tab. II). Para as espécies constantes, as maiores freqüências ocorreram em 2000 (62,50%) e as menores em 2005 (26,67%), enquanto que nas acessórias, os maiores valores foram registrados em 1997 (40,00%) e os menores em 2005 (6,67%), sendo que em 2000 e 2001, não se obteve registro das mesmas na Baía-Sul. Nas espécies de ocorrência ocasional, as maiores porcentagens ocorreram em 2005 (66,67%) e as menores em 1997 (20,00%) (Tab. II).

(28)

Figura 3. Contribuição percentual em número de indivíduos das principais espécies de crustáceos capturadas no Saco dos Limões, entre 1997 e 2006.

Callinectes ornatus Farfantepenaeus brasiliensis Callinectes danae Farfantepenaeus paulensis Lito penaeus schmitti

1997 15,34 % 7,16 % 1,02 % 28,94 % 47,55 % Callinectes ornatus Callinectes danae Farfantepenaeus paulensis Farfantepenaeus brasiliensis Lito penaeus schmitti

2000 20,47 % 14,39% 1,76% 39,82 % 23,13 % Alpheus spp. Lito penaeus schmitti

Farfantepenaeus paulensis Callinectes danae Farfantepenaeus brasiliensis 2001 19,21 % 7,84% 6,88 % 33,80 % 32,27 % Xiphopenaeus kro yeri Callinectes danae Farfantepenaeus paulensis Lito penaeus schmitti

Farfantepenaeus brasiliensis 2002 18,82 % 13,60 % 0,50 % 35,07 % 31,24 % Callinectes o rnatus Callinectes danae Farfantepenaeus paulensis Lito penaeus schmitti

Farfantepenaeus brasiliensis 2003 24,35 % 12,26 % 1,98 % 33,77 % 26,51 % Alpheus spp. Lito penaeus schmitti

Farfantepenaeus paulensis Callinectes danae Farfantepenaeus brasiliensis 2004 18,76 % 12,44 % 5,37 % 33,17 % 20,80 % Callinectes ornatus Lito penaeus schmitti

Callinectes danae Farfantepenaeus paulensis Farfantepenaeus brasiliensis 2005 14,41% 12,16 % 4,59 % 52,26% 14,67 % Callinectes ornatus Farfantepenaeus paulensis Callinectes danae Lito penaeus schmitti Farfantepenaeus brasiliensis 2006 8,64% 8,19 % 0,93 % 63,07% 16,99 %

(29)

5.3 - Abundância da carcinofauna

5.3.1 – Abundância de exemplares por ano de amostragem

O número de crustáceos capturados apresentou flutuações distintas ao longo dos anos, com os menores valores em 1997 (978) e os maiores em 2006 (2896) (Fig.4). Apesar destas oscilações, a ANOVA (F7-24= 0,760; p≥0,05)

aplicadas às abundâncias entre os anos de coleta, revelou que não existem diferenças significativas entre os mesmos.

Para o ano de 1997, os maiores registros ocorreram durante o outono (383) e os menores na primavera (89), enquanto que em 2000 e 2001, o verão contribuiu com as maiores ocorrências e o inverno com as menores (Fig. 4).

Em 2002, o outono (779) foi o responsável pelas maiores abundâncias numéricas, sendo que nos anos seguintes, o verão voltou a apresentar as maiores taxas de captura, com os menores valores ocorrendo durante o inverno em 2003 (275) e 2006 (165), e no outono para o período de 2004 (145) e 2005 (192) (Fig. 4).

5.3.2 – Abundância de exemplares nas áreas de coleta

Para área I, o verão foi o responsável pelas maiores abundâncias durante o período diurno (17,64±3,77) e noturno (108,92±50,12), sendo o inverno a estação com as menores taxas de crustáceos capturados (Fig. 5a). Na área II, as maiores taxas de captura diurnas foram encontradas na primavera (15,75±5,84), enquanto que para a noite, as maiores contribuições ocorreram no outono (35,30±10,37) (Fig. 5b).

Na área III, as maiores capturas ocorreram no verão para o dia (132,97±74,76) e na primavera para a noite (41,79±11,31) (Fig. 5c), ao passo que para as áreas IV e V, a primavera contribuiu com os maiores registros diurnos (31,13±5,62) e (35,38±5,86), e o verão com os noturnos (81,44±27,79) e (141,61±44,23) (Fig. 5d e 5e).

Para área VI, o verão apresentou as maiores capturas diurnas (86,78±23,02) e noturnas (96,75±17,87), enquanto que o inverno contribuiu com as menores (23,33±11,14) e (25,40±4,82) (Fig. 5f).

(30)

A ANOVA aplicada ao número de indivíduos da carcinofauna, nas seis áreas de coleta, durante o período diurno (F5-18= 2,436; p≥0,05) e noturno (F 5-18= 1,896; p≥0,05), indicou que não ocorrem diferenças significativas entre

estes locais, embora as áreas VI e V tenham apresentado as maiores abundâncias médias (Fig. 5f e 5e).

Figura 4. Variação sazonal do número de crustáceos capturados no Saco dos Limões, nos oito anos de amostragem. 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 1997 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2000 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2001 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2002 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2003 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2004 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2005 0 275 550 825 1100 1375 1650

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N 2006 N= 978 N= 1965 N= 1876 N= 1182 N= 1982 N= 2895 N= 1454 N= 1916

(31)

Figura 5. Variação sazonal do número de crustáceos capturados nas áreas I (a), II (b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006.

5.3.3 – Variação sazonal da abundância

Na Figura 6, os dados de captura em número de indivíduos da carcinofauna, ao longo dos oito anos foram fundidos para apresentar a variação sazonal média da abundância por estação do ano, onde as maiores capturas foram registradas durante o verão (770±169), enquanto que as menores ocorreram no inverno (219±24) (Fig. 6). A aplicação da ANOVA aos

0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia Noite (c) 0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia Noite (f) 0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia Noite (e) 0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia Noite (d) 0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia Noite (a) 0 50 100 150 200 250

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Dia

Noite

(32)

dados de abundância (F3-28= 5,690; p≤0,05) revelou a existência de diferenças

significativas entre as estações do ano, atribuídas pelo teste de Tukey-Kramer, às maiores taxas obtidas durante os meses de verão.

Figura 6. Variação sazonal média do número de crustáceos capturados no Saco dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006 (Barra vertical = erro da média).

Quando analisadas as capturas por período de coleta, verificou-se que as maiores taxas foram encontradas durante a noite nas quatro estações do ano, com os maiores registros no verão (493±106,42 e 307±118,01) e menores no inverno (145±28,01 e 84,00±19,18) respectivamente para o dia e a noite. (Fig. 7). Apesar da variação nas capturas entre os períodos, o teste t aplicado aos dados de abundância no verão (t=1,17; p≥0,05), outono (t=1,19; p≥0,05), inverno (t=1,76; p≥0,05) e primavera (t=1,57; p≥0,05), indicou que não ocorrem diferenças significativas entre as capturas diurnas e noturnas.

Figura 7. Variação sazonal média do número de crustáceos capturados no Saco dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média).

0 100 200 300 400 500 600

Verão Outono Inverno Primavera Estações

N Noite Dia 0 250 500 750 1000

Verão Outono Inverno Primavera Estações

(33)

5.4 - Diversidade

5.4.1 – Diversidade por ano de amostragem

O índice de diversidade de Shannom (H’) apresentou moderadas flutuações ao longo dos anos, com valores reduzidos em 1997 (1,23), incrementos em 2000 e 2001, atingindo um pico em 2004 (1,62). A partir de 2005 houve uma redução nos índices registrados, apresentando os menores valores em 2006 (1,16) (Tab. II e Fig. 8). No entanto, quando aplicada a ANOVA (F7-24= 2,158; p≥0,05), aos valores de diversidade entre os anos de

coleta, não ocorreram diferenças significativas entre os mesmos.

Em 1997, as maiores diversidades foram registradas durante o verão (1,14) e as menores no inverno (1,02), enquanto que em 2000 e 2001, o outono contribuiu com os maiores valores (Fig. 8).

Para o ano de 2002, os maiores registros ocorreram no inverno (1,39) e os menores no outono (1,21), sendo que em 2003, os meses de verão (1,45) e inverno (1,45) apresentaram os maiores índices. No ano de 2004, o verão foi o responsável pelas maiores diversidades (1,70), enquanto que outono (1,25) e inverno (1,25) contribuíram com as menores (Fig. 8).

No ano de 2005 o inverno (1,48) passou a apresentar novamente os maiores índices, com o verão contribuindo com a menor diversidade (1,14), ao passo que em 2006 o outono (1,39) caracterizou-se como a estação com as maiores diversidades (Fig. 8).

5.4.2 – Diversidade por área de coleta

Analisando os índices de diversidade ao longo das áreas de coleta, verificou-se que na área I, os meses de verão foram os que apresentaram as maiores contribuições para os períodos diurno (1,21±0,10) e noturno (1,20±0,11), ao passo que para a área II, o inverno foi o responsável pelos maiores registros (Fig. 9a e 9b). Na área III, o outono contribuiu com os maiores índices durante o dia (1,14±0,10) e a noite (1,25±0,03), sendo que o inverno apresentou os menores índices diurnos (0,72±0,13) e a primavera os noturnos (0,84±0,10) (Fig. 9c).

(34)

Figura 8. Variação sazonal do índice de diversidade da carcinofauna (H´) no Saco dos Limões, entre 1997 e 2006.

Na área IV o verão foi a estação que apresentou os maiores índices para o dia (1,21±0,10), com o outono mantendo-se com as maiores contribuições para a noite (1,26±0,10) (Fig. 9d), ao passo que para área V a primavera contribuiu com os maiores registros diurnos (1,16±0,11), e o outono com os noturnos (1,17±0,16) (Fig. 9e).

Para área VI, de modo semelhante ao encontrado na III, os maiores valores ocorreram no outono (1,04±0,11) durante o dia, enquanto que para a noite, as maiores diversidades foram registradas no inverno (1,30±0,08) (Fig. 9f). Não foram encontradas diferenças significativas nos índices de diversidade do dia (F5-18= 0,449; p≥0,05) e noite (F5-18= 2,134; p≥0,05) entre os locais de

coleta, embora as áreas VI e V tenham apresentado os menores índices (Fig. 9f e 9e). 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P Estações H' 1997 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

(35)

Figura 9. Variação sazonal do índice de diversidade (H’) nas áreas I (a), II (b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006.

5.4.3 – Variação sazonal da diversidade

A Figura 10 sintetiza a variação sazonal média do índice de diversidade ao longo do período de estudo, demonstrando valores muito próximos entre as estações do ano, onde o outono contribuiu com os maiores índices (1,33±0,07), ao passo que os menores valores foram registrados nos meses de primavera (1,22±0,77). Apesar destas variações, a aplicação da ANOVA (F

3-0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia Noite (c) 0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia Noite (b) 0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia Noite (f) 0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia Noite (e) 0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia Noite (d) 0 0,5 1 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H´ Dia

Noite

(36)

28= 0,374; p≥0,05) aos dados de diversidade, indicou que não ocorrem

diferenças entre as estações do ano.

Figura 10. Variação sazonal média do índice de diversidade (H´) no Saco dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006. (Barra vertical = erro da média).

Com relação aos períodos de coleta, as amostragens diurnas apresentaram as maiores diversidades (exceto no inverno), com os maiores registros ocorrendo no outono, tanto para o dia (1,44±0,08) quanto para a noite (1,44±0,08) (Fig. 11). No entanto, quando aplicado o teste t entre os índices registrados no verão (t= 0,84; p≥0,05), outono (t=0,04; p≥0,05), inverno (t=0,97; p≥0,05) e primavera (t= 1,78; p≥0,05), verificou-se que não ocorrem diferenças significativas entre as coletas diurnas e noturnas.

Figura 11. Variação sazonal média do índice de diversidade (H´) no Saco dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média).

0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5

Verão Outono Inverno Primavera Estações H´ 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6

Verão Outono Inverno Primavera Estações

H' Noite

(37)

5.5 - Equitabilidade

5.5.1 – Equitabilidade por ano de amostragem

O índice de equitabilidade de Pielou (J’) apresentou oscilações distintas para os oito anos de amostragem, com os maiores valores em 1997 (0,77) e os menores em 2006 (0,45) (Tab. II e Fig. 12). Apesar destas flutuações, a ANOVA (F7-24= 2,540; p≥0,05) aplicada às equitabilidades entre os anos de

coleta, revelou que não existem diferenças significativas entre os mesmos. Para o ano de 1997, os maiores registros ocorreram durante o inverno (0,93), com os menores índices no outono (0,74), enquanto que em 2000, a primavera contribuiu com os maiores valores (0,75) e o inverno com os menores (0,49) (Fig. 12).

Em 2001, as maiores equitabilidades foram registradas no outono (0,86), ao passo que em 2002, o inverno foi o responsável pelos maiores índices (0,87), com os menores valores ocorrendo no verão (0,58) (Fig. 12).

Para o ano de 2003, a distribuição dos crustáceos na Baía-Sul foi mais uniforme, com pequenas flutuações entre as estações do ano (Fig. 12). Em 2004, o verão foi o responsável pelos maiores índices (0,77), enquanto que em 2005, o inverno contribuiu com as maiores equitabilidades (0,71) (Fig. 12).

De modo semelhante ao encontrado no início das amostragens, em 2006 o outono voltou a participar com os maiores registros (0,67) e a primavera com os menores (0,36) (Fig. 12).

5.5.2 – Equitabilidade por área de coleta

Na área I, os maiores valores foram registrados no outono para as amostragens do dia (0,85±0,05) e no inverno (0,77±0,07) para a noite, com os menores índices ocorrendo no verão (Fig. 13a). Para área II, o inverno contribuiu com os maiores registros, sendo que as menores equitabilidades diurnas ocorreram na primavera (0,81±0,09) e as noturnas no verão (0,61±0,06) (Fig. 13b).

(38)

Na área III, os maiores índices ocorreram no outono e menores no verão (Fig. 13c), enquanto que nas áreas IV e V, o inverno foi a estação responsável pelas maiores equitabilidades diurnas e o outono pelas noturnas (Fig. 13d e 13e).

Para área VI, as maiores contribuições foram registradas durante o outono para o dia (0,80±0,07) e no inverno para a noite (0,73±0,09), com os menores valores diurnos ocorrendo no verão (0,65±0,04) e os noturnos na primavera (0,60±0,07) (Fig. 13f). A ANOVA aplicada às equitabilidades nas seis áreas de coleta durante o dia (F5-18= 2,152; p≥0,05) e a noite (F5-18= 0,466;

p≥0,05), indicou que não ocorrem diferenças significativas entre estes locais, embora as áreas VI e V tenham apresentado os menores índices (Fig. 13f e 13e).

Figura 12. Variação sazonal do índice de equitabilidade da carcinofauna (J´) no Saco dos Limões, entre 1997 e 2006. 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P V O I P Estações J' 1997 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

(39)

Figura 13. Variação sazonal do índice de equitabilidade (J´) nas áreas I (a), II (b), III (c), IV (d), V (e), VI (f), na região do Saco dos Limões, durante os anos de 2001 a 2006.

5.5.3 – Variação sazonal da equitabilidade

A Figura 14 mostra a variação sazonal média da equitabilidade no Saco dos Limões, ao longo do período de estudo, onde os maiores índices ocorreram nos meses de outono (0,71±0,03) e inverno (0,70±0,05), enquanto que o verão (0,63±0,04) apresentou os menores valores. Não foram observadas existências de diferenças significativas nas equitabilidades entre as estações (F3-28= 0,842; p≥0,05). 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia Noite (c) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia Noite (b) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia Noite (f) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia Noite (e) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia Noite (d) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J´ Dia

Noite

(40)

Figura 14. Variação sazonal média do índice de equitabilidade (J´) no Saco dos Limões, durante os anos de 1997 a 2006. (Barra vertical = erro da média).

Analisando os períodos de coleta, verificou-se que as maiores equitabilidades ocorreram durante as amostragens diurnas, com o outono contribuindo com os maiores índices (0,82±0,04 e 0,74±0,03) e o verão com os menores (0,71±0,05 e 0,61±0,03), respectivamente para dia e noite (Fig.15). Apesar destas variações, a aplicação do teste t entre os valores registrados no verão (t=1,843; p≥0,05), outono (t=1,493; p≥0,05), inverno (t=1,537; p≥0,05) e na primavera (t=1,939; p≥0,05), indicou que não ocorrem diferenças significativas entre as equitabilidades diurnas e noturnas.

Figura 15. Variação sazonal média do índice de equitabilidade (J´) no Saco dos Limões, durante os períodos diurno e noturno (Barra vertical = erro da média).

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações J´ 0 0,25 0,5 0,75 1

Verão Outono Inverno Primavera Estações

J' Noite

(41)

5.6 - Estrutura populacional das espécies dominantes

5.6.1 - Farfantepenaeus brasiliensis

– Estrutura de comprimento

A Figura 16 mostra as distribuições da freqüência anual das classes de comprimento dos machos e das fêmeas de F. brasiliensis, durante o período de 2001 a 2006, revelando um padrão de distribuição semelhante ao longo dos anos, com incrementos e oscilações nos machos a partir de 4,0 a 8,0cm, com queda gradativa até os 15,0cm, enquanto que nas fêmeas foram registrados acréscimos na abundância a partir dos 3,0cm até os 8,0cm, seguido de redução abrupta até os 16,0cm. Em geral, estas apresentaram comprimentos totais superiores aos encontrados para os machos durante todo o período amostral (Fig. 16).

Durante o ano de 2001, a amplitude de comprimento total nos machos variou de 4,5 a 13,7cm, enquanto que nas fêmeas a oscilação foi de 4,0 até 15,9cm, com as maiores capturas na classe de 7,0cm em ambos os sexos (Fig. 16). No ano de 2002, os machos alcançaram tamanhos superiores aos registrados em 2001, com uma amplitude de 5,3 a 15,2cm, enquanto que as fêmeas mantiveram o seu padrão de distribuição (Fig. 16).

Em 2003, o comprimento total apresentado pelos machos variou de 5,0 até 13,8cm, com picos nas classes de 7,0 e 8,0cm, sendo que as fêmeas mantiveram a flutuação de 4,5 a 15,8cm (Fig. 16). Para o ano de 2004, verificou-se uma redução no tamanho dos machos, que atingiram um comprimento máximo de 12,6cm, ao passo que as fêmeas apresentaram um pequeno incremento, com amplitude de 4,7 a 16,2cm (Fig. 16)

Nos anos de 2005 e 2006, a variação do comprimento total no machos voltou a seguir o padrão dos anos iniciais, com oscilações de 5,0 a 13,7cm e 5,6 a 13,9cm, com picos na classe de 8,0cm, enquanto que nas fêmeas, a amplitude de variação em 2005 foi de 3,5 a 15,7cm, com os maiores comprimentos em 2006, onde a flutuação foi de 5,0 a 16,6cm (Fig. 16).

Analisando as distribuições de freqüência por classe de comprimento de machos e fêmeas, em conjunto com o tamanho de primeira maturação encontrado na literatura, verificou-se que a população desta espécie esteve

(42)

representada principalmente por juvenis, com participações que variaram de 89,44% (2001) a 95,51% (2005) nos machos e de 78,08 (2006) a 92,22% (2001) nas fêmeas (Fig. 16).

Figura 16. Distribuição de freqüência por classe de comprimento de F. brasiliensis , durante os anos de 2001 a 2006. Linha tracejada= L50 (BRANCO & VERANI, 1998a).

0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=155 2001 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=334 2002 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=257 2003 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=233 2001 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=407 2003 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=361 2002 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=234 2004 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=558 2005 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=785 2006 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=306 2004 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=443 2005 0 5 10 15 20 25 30 35 40 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Lt (cm) % N=1041 2006 Machos Fêmeas

Juvenis Adultos Juvenis Adultos

8,8 9,2

(43)

– Abundância e Biomassa entre os anos de coleta

A série temporal de coleta (Fig. 17) indicou que ocorreram flutuações sazonais nas capturas de F. brasiliensis, com as maiores abundâncias durante os meses de verão, exceto em 2002, onde o outono contribuiu com as maiores capturas, e as menores no inverno.

Foram observadas diferenças significativas (F3-26= 3,714; p≤0,05) no

número de exemplares ao longo dos anos, com os maiores registros em 2006 (1826) e os menores em 1997 (70) (Fig. 17).

As maiores biomassas ocorreram durante o verão nos anos de 2001, 2005 e 2006, na primavera em 2003 e 2004 e no outono em 2002, com o inverno contribuindo com as menores capturas (Fig. 17). Em geral, o ano de 2006 apresentou os maiores rendimentos em peso e 2001 os menores (Fig. 17), entretanto, a aplicação da ANOVA não revelou a existência de diferenças significativas (F5-17= 2,090; p≥0,05) entre os oito anos de coleta.

(44)

Figura 17. Variação sazonal da abundância e biomassa de F. brasiliensis capturados no Saco dos Limões, durante 1997 a 2006. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Verão Outono Inverno Primavera Estações N N=70 1997 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Verão Outono Inverno Primavera Estações N N=434 2000 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=388 2001 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=695 2002 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=664 2003 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=540 2004 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=1001 2005 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Verão Outono Inverno Primavera Estações

Biomassa 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 N Biomassa N N=1826 2006

Referências

Outline

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