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Rev. LatinoAm. Enfermagem vol.21 número6

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Academic year: 2018

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Editorial

Rev. Latino-Am. Enfermagem

21(6):1193-4 nov.-dez. 2013

DOI: 10.1590/0104-1169.0000.2353

www.eerp.usp.br/rlae

O enfrentamento do uso do

crack

Sueli Aparecida Frari Galera

No Brasil e em países da América Latina, desde o inal da década de 80 do

século passado, informações sobre o uso do crack são veiculadas e, recentemente,

resultaram na adoção de medidas estratégicas de alguns governos e instituições,

visando o enfrentamento e a prevenção de sua utilização.

Trata-se de droga composta pela mistura da pasta básica da cocaína com

bicarbonato de sódio, cujos efeitos são tão intensos que o comportamento de seus

usuários passa a ser centrado, exclusivamente, no seu consumo, fazendo com que

o atendimento das necessidades humanas como sono, alimentação, afeto, senso de

responsabilidade e de sobrevivência sejam esquecidos.

O uso do crack, inicialmente, é identiicado entre adolescentes, adultos e também entre idosos. Os estilos

e cultura do uso colocam essas pessoas em inúmeras situações de risco tais como doenças sexualmente

transmissíveis, gravidez indesejada, atos de violência, roubos e o tráico de drogas.

As implicações associadas ao uso de crack constituem-se em importante problema para as políticas públicas

de saúde, para o ensino e pesquisa da prática clínica dos proissionais envolvidos na assistência à saúde e, especialmente, para os proissionais de enfermagem que constituem as categorias mais numerosas na equipe

de saúde.

No Brasil, em 2010, o Ministério da Saúde instituiu o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, visando a prevenção do uso, o tratamento e a reinserção social de usuários e a capacitação proissional,

tendo como premissa que o usuário do crack tem direito à saúde e, ainda, de refazer o seu projeto de vida.

Destaca-se que o referido programa também abarca o enfrentamento do tráico de outras drogas ilícitas(1). Assim, nesse plano a proposta foi estruturar, ampliar e fortalecer as redes de atenção à saúde e de

assistência social para usuários de crack e outras drogas, por meio da articulação das ações do Sistema Único

de Saúde – SUS, com as ações do Sistema Único de Assistência Social – Suas, contemplando a participação

dos familiares e a atenção aos públicos vulneráveis como, entre outros, crianças, adolescentes e população em

situação de rua.

No que se refere ao preparo proissional, observa-se a crescente oferta de cursos e capacitações de proissionais da saúde e da educação, introdução de conteúdos sobre o uso de drogas na graduação de enfermeiros e de outros proissionais da saúde.

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O que impede ou inibe a transferência do conhecimento útil para a prática clínica da enfermagem? Inúmeros fatores contribuem para essa lacuna desaiadora entre teoria e prática, incluindo os processos organizacionais e sociais

em contextos clínicos, a natureza e o nível de evidência, a aplicabilidade e utilidade do conhecimento produzido para a

prática clínica e a falta de conhecimento e habilidades dos enfermeiros(3). Nesse sentido, convidamos os pesquisadores

que abordam o fenômeno do crack e outras drogas a publicar os resultados de suas pesquisas, a im de contribuir com

evidências cientíicas para o enfrentamento do uso e da prevenção do uso do crack.

Referências

1. Decreto nº 7.179 de 20 de maio de 2010 (BR). Institui Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor, e dá outras providências. Diário Oficial da União; 20 maio 2010.

2. Cassiani SHB. Challenges for nursing human resources. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2013;21(spe):1-2.

3. Duhamel F. Implementing Family Nursing: How Do We Translate Knowledge Into Clinical Practice? Part II: The Evolution of 20 Years of Teaching Research, and Practice to a Center of Excellence in Family Nursing. Journal of Family Nursing. 2010;16(1):8-25.

Sueli Aparecida Frari Galeraé Editor Associado da Revista Latino-Americana de Enfermagem e Professor Associado da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil, e-mail sugalera@eerp.usp.br.

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