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TIA AspAlCav AnaLeonardo

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Academic year: 2018

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(1)

ACADEMIA MILITAR

Direcção de Ensino

Mestrado em Ciências Militares

Especialidade de Cavalaria

T

RABALHO DE

I

NVESTIGAÇÃO

A

PLICADA

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES NA

ARMA DE CAVALARIA

AUTORA: Ana Isabel Carvalho Leonardo

ORIENTADORA: Professora Doutora Maria Manuela M. S. Sarmento Coelho

(2)

ACADEMIA MILITAR

Direcção de Ensino

Mestrado em Ciências Militares

Especialidade de Cavalaria

T

RABALHO DE

I

NVESTIGAÇÃO

A

PLICADA

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES NA

ARMA DE CAVALARIA

AUTORA: Ana Isabel Carvalho Leonardo

ORIENTADORA: Professora Doutora Maria Manuela M. S. Sarmento Coelho

(3)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA i

DEDICATÓRIA

(4)

AGRADECIMENTOS

O Trabalho de Investigação Aplicada que apresento é resultado de muito empenho e dedicação por parte de variadas pessoas. Não quero portanto, deixar de tornar público os meus mais sinceros agradecimentos.

À Professora Manuela Sarmento, que com toda a sua paciência e dedicação se encontrou sempre disponível para ajudar e orientar a realização deste trabalho.

Ao Gabinete de Cavalaria, nas pessoas Tenente-Coronel Paulo Ramos e Major Gabriel pela disponibilidade e pela partilha de conhecimentos.

Ao Capitão Soares Panza da Secção de Gestão de Praças, assim como a todos os que prestam serviço nesta secção por toda a ajuda dada e pela disponibilidade.

Ao César Alves pelos ensinamentos para o tratamento dos dados.

(5)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA iii

RESUMO

O Trabalho de Investigação Aplicada que aqui se apresenta tem como tema: “Implicações da Criação de Quadros Permanentes na Arma da Cavalaria” e tem como objectivo tentar perceber se existem vantagens para o Exército e para o militar na criação de Quadros para as Praças. Com o final do Serviço Efectivo Normal os efectivos na categoria das Praças têm vindo a diminuir, tendo sido este durante muitos anos a maior fonte de recrutamento do Exército. O actual Regime de Contrato e de Voluntariado tem mostrado não ser suficiente para atrair e manter os jovens nas fileiras e uma das principais causas está relacionada com Gestão de Saídas.

Este trabalho divide-se em duas partes fundamentais. Uma primeira parte teórica que aborda os Tipos de Serviço possíveis de serem prestados pelas Praças do Exército, a Progressão de Carreira actual de uma Praças, os Cargos e Unidades de Cavalaria e exemplos de outros Ramos e Países que têm diferentes modalidades de serviço para as suas Praças. A segunda parte é constituída pelo trabalho de campo, pela análise e discussão de resultados e ainda pelas conclusões e recomendações.

A metodologia utilizada na parte teórica baseia-se na análise documental. Para a parte prática recorreu-se à aplicação de inquéritos e entrevistas, de forma a captar o ponto de vista das Praças e da Instituição.

Conclui-se que existem vantagens na criação de Quadros Permanentes para as Praças, aliadas a medidas de gestão de idade e desembaraço físico. É também possível optar por contratos de longa duração, tendo para isso que haver uma mudança e melhoria no que diz respeito à Gestão de Saídas de forma a facilitar a integração dos militares no mercado de trabalho civil.

(6)

ABSTRACT

The work of Applied Investigation presented here has the theme of: “Implications in the creation of efective employee in the Cavalry” and aims to understand if there are advantages to the Army and to the soldier in creating conscription to Privates. With the ending of the conscription, the amount of Privates have declined. This has been for years the major Army source of soldiers. Nowadays, the voluntary seems to be not sufficient to attract and keep the youngsters in the rows. One of the major causes of this issue is related to the Opportunities Management.

This work is divided in two fundamental parts. In the first part, the possible Service Types available to be executed by the Army Privates, the present Career Progression of a Private, the Titles of Cavalry and Cavalry Units and examples of other Fields and Countries that have different kinds of service to their Privates are theoretically approached. The second part consists in the field work with the analysis and results discussion and finally by the conclusions and recommendations.

The used methodology in the theoretical part is based on the documental analysis. For the practical, inquires and interviews have been used, in order to analyze both the Privates and the Institution’s points of view.

In conclusion, there are advantages in the creation of efective employee for privates taking measures of age management and physical performance into account. It is also possible to choose long term contracts, considering a change and an improvement in the Opportunities Management with the purpose of promoting the soldiers integration in civil work market.

(7)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA v

ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA ... i

AGRADECIMENTOS ... ii

RESUMO ... iii

ABSTRACT ... iv

ÍNDICE GERAL ... v

ÍNDICE DE FIGURAS ... ix

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... x

ÍNDICE DE QUADROS ... .xi

ÍNDICE DE TABELAS ... .xii

LISTA DE SIGLAS ... xiv

LISTA DE ABREVIATURAS ... xvi

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ... 1

1.1 INTRODUÇÃO ... 1

1.2 ENQUADRAMENTO ... 1

1.3 JUSTIFICAÇÃO DO TEMA ... 2

1.4 PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO ... 2

1.5 OBJECTIVOS ... 2

1.6 QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO ... 2

1.7 HIPÓTESES ... 3

1.8 METODOLOGIA E MODELO DE INVESTIGAÇÃO ... 3

1.9 SÍNTESE DE CAPÍTULOS ... 4

I PARTE TEÓRICA ... 5

CAPÍTULO 2: APRESENTAÇÃO DE CARGOS E UNIDADES ... 5

2.1 INTRODUÇÃO ... 5

2.2 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ... 5

2.3 CATEGORIA DE PRAÇAS ... 6

2.4 UNIDADES ... 6

2.5 CARGOS E ESPECIALIDADES ... 7

2.5.1 PERFILDOCARGO ... 8

(8)

Índice Geral

2.7 CONCLUSÃO ... 9

CAPÍTULO 3: PROGRESSÃO NA CARREIRA ... 10

3.1 INTRODUÇÃO ... 10

3.2 RECRUTAMENTO ... 10

3.3 INCORPORAÇÃO E FORMAÇÃO GERAL COMUM ... 11

3.4 CONDIÇÕES DE SERVIÇO ... 11

3.5 CARREIRA ... 12

3.5.1 PROMOÇÕES ... 13

3.5.2 ESCALÕES NA CARREIRA DE PRAÇAS ... 14

3.6 GESTÃO DE SAÍDAS ... 14

3.7 CONCLUSÃO ... 14

CAPÍTULO 4: COMPARAÇÃO COM OUTROS RAMOS NACIONAIS E EXÉRCITOS EUROPEUS ... 15

4.1 INTRODUÇÃO ... 15

4.2 MARINHA ... 15

4.2.1 CLASSE DE MÚSICOS ... 15

4.2.2 OUTRAS CLASSES ... 16

4.3 FORÇA AÉREA ... 16

4.4 PAÍSES ESTRANGEIROS ... 17

4.4.1 ESPANHA ... ..17

4.4.2 FRANÇA... 18

4.4.3 REINO UNIDO ... 19

4.5 CONCLUSÃO ... 19

II PARTE PRÁTICA ... 20

CAPÍTULO 5: TRABALHO DE CAMPO ... 20

5.1 INTRODUÇÃO ... 20

5.2 METODOLOGIA DO TRABALHO DE CAMPO ... 20

5.3 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS ... 20

5.3.1 INQUÉRITOS ... 21

5.3.1.1 Caracterização da Amostra dos Inquéritos ... 21

5.3.2 ENTREVISTAS ... 22

5.3.2.1 Caracterização da Amostra das Entrevistas ... 22

(9)

Índice Geral

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA vii

5.5 CONCLUSÃO ... 23

CAPÍTULO 6: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ... 24

6.1 INTRODUÇÃO ... ..24

6.2 ANÁLISE DOS INQUÉRITOS ... 24

6.2.1 AMOSTRA -CARACTERIZAÇÃO ... ..24

6.2.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS RESPOSTAS AO INQUÉRITO ... 26

6.3 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ... 36

6.4 CONCLUSÃO ... 40

CAPÍTULO 7: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ... 41

7.1 INTRODUÇÃO ... 41

7.2 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES PRÁTICAS ... 41

7.3 CUMPRIMENTO DE OBJECTIVOS ... 42

7.4 RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS DERIVADAS ... 43

7.5 REFLEXÕES FINAIS ... 44

7.6 RECOMENDAÇÕES ... 44

7.7 LIMITAÇÕES DA INVESTIGAÇÃO ... 45

7.8 INVESTIGAÇÕES FUTURAS ... 45

BIBLIOGRAFIA ... 46

APÊNDICES ... 48

APÊNDICE A: GUIÃO DO INQUÉRITO ... 49

APÊNDICE B: GUIÃO DA ENTREVISTA ... 52

APÊNDICE C: ENTREVISTA 1 ... 53

APÊNDICE D: ENTREVISTA 2 ... 58

APÊNDICE E: ENTREVISTA 3 ... 61

APÊNDICE F: RESULTADOS DAS RESPOSTAS DOS INQUIRIDOS ... 63

ANEXOS ... 80

ANEXO A: PERFIS DE CARGOS ... 81

A.1. PERFIL DO CARGO DE APONTADOR DE V150 ... 81

A.2. PERFIL DO CARGO DE APONTADOR DE M60A3 TTS ... 83

A.3. PERFIL DO CARGO DE CONDUTOR DE M60A3 TTS ... 85

A.4. PERFIL DO CARGO DE CONDUTOR DE M113 ... 88

(10)

Índice Geral

A.6. PERFIL DO CARGO DE CONDUTOR DE V200 ... 93

A.7. PERFIL DO CARGO DE CONDUTOR DE VIATURA BRec M11 ... 95

A.8. PERFIL DO CARGO DE MUNICIADOR DE M60A3 TTS ... 97

A.9. PERFIL DO CARGO DE MUNICIADOR DE V150 ... 99

A.10. PERFIL DO CARGO DE POLÍCIA DO EXÉRCITO ... 101

A.11. PERFIL DO CARGO DE APONTADOR EXPLORADOR DE VIATURA BLINDADA DE RECONHECIMENTO M11 ... 103

A.12. PERFIL DO CARGO DE APONTADOR EXPLORADOR DE M113 ... 105

A.13. PERFIL DO CARGO DE APONTADOR EXPLORADOR DE V200 ... 107

(11)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA ix

ÍNDICE DE FIGURAS

(12)

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 6.1: Distribuição de géneros ... 25

Gráfico 6.2: Distribuição de idades ... 25

Gráfico 6.3: Distribuiçao de habilitações literárias ... 25

Gráfico 6.4: Distribuiçao de unidades ... 26

Gráfico 6.5: Distribuiçao de tempo de permanência ... 26

Gráfico 6.6: Distribuição das especialidades ... 26

Gráfico 6.7: Percentagem de respostas à questão 1... 27

Gráfico 6.8: Percentagem de respostas à questão 2... 28

Gráfico 6.9: Percentagem de respostas à questão 3... 28

Gráfico 6.10: Percentagem de respostas à questão 4 ... 28

Gráfico 6.11: Percentagem de respostas à questão 5 ... 29

Gráfico 6.12: Percentagem de respostas à questão 6 ... 29

Gráfico 6.13: Percentagem de respostas à questão 7 ... 29

Gráfico 6.14: Percentagem de respostas à questão 8 ... 30

Gráfico 6.15: Percentagem de respostas à questão 9 ... 30

Gráfico 6.16: Percentagem de respostas à questão 10 ... 30

Gráfico 6.17: Percentagem de respostas à questão 11 ... 31

Gráfico 6.18: Percentagem de respostas à questão 12 ... 31

Gráfico 6.19: Percentagem de respostas à questão 13 ... 31

Gráfico 6.20: Percentagem de respostas à questão 14 ... 32

Gráfico 6.21: Percentagem de respostas à questão 15 ... 32

Gráfico 6.22: Percentagem de respostas à questão 16 ... 32

Gráfico 6.23: Percentagem de respostas à questão 17 ... 33

(13)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA xi

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1: Praças nas unidades de cavalaria ... 8

Quadro 2.2: Relação de efectivos das praças nas unidades de cavalaria ... 9

Quadro 5.1 Caracterização da amostra ... 22

Quadro 6.1: Análise do conteúdo à questão 1 ... 36

Quadro 6.2: Análise do conteúdo à questão 2 ... 36

Quadro 6.3: Análise do conteúdo à questão 3 ... 37

Quadro 6.4: Análise do conteúdo à questão 4 ... 38

Quadro 6.5: Análise do conteúdo à questão 5 ... 38

Quadro 6.6: Análise do conteúdo à questão 6 ... 39

(14)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 3.1: Escala indiciária referente à carreira de praças ... 14

Tabela 6.1: Escala de opinião do inquérito ... 27

Tabela 6.2: Valores de estatística descritiva ... 34

Tabela F.1: Frequência de respostas à questão 1 ... 63

Tabela F.2: Valores de estatística descritiva à questão 1 ... 63

Tabela F.3: Frequência de respostas à questão 2 ... 64

Tabela F.4: Valores de estatística descritiva à questão 2 ... 64

Tabela F.5: Frequência de respostas à questão 3 ... 65

Tabela F.6: Valores de estatística descritiva à questão 3 ... 65

Tabela F.7: Frequência de respostas à questão 4 ... 66

Tabela F.8: Valores de estatística descritiva à questão 4 ... 66

Tabela F.9: Frequência de respostas à questão 5 ... 67

Tabela F.10: Valores de estatística descritiva à questão 5 ... 67

Tabela F.11: Frequência de respostas à questão 6 ... 68

Tabela F.12: Valores de estatística descritiva à questão 6 ... 68

Tabela F.13: Frequência de respostas à questão 7 ... 69

Tabela F.14: Valores de estatística descritiva à questão 7 ... 69

Tabela F.15: Frequência de respostas à questão 8 ... 70

Tabela F.16: Valores de estatística descritiva à questão 8 ... 70

Tabela F.17: Frequência de respostas à questão 9 ... 71

Tabela F.18: Valores de estatística descritiva à questão 9 ... 71

Tabela F.19: Frequência de respostas à questão 10 ... 72

Tabela F.20: Valores de estatística descritiva à questão 10... 72

Tabela F.21: Frequência de respostas à questão 11 ... 73

(15)

Índice de Tabelas

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA xiii

Tabela F.23: Frequência de respostas à questão 12 ... 74

Tabela F.24: Valores de estatística descritiva à questão 12... 74

Tabela F.25: Frequência de respostas à questão 13 ... 75

Tabela F.26: Valores de estatística descritiva à questão 13... 75

Tabela F.27: Frequência de respostas à questão 14 ... 76

Tabela F.28: Valores de estatística descritiva à questão 14... 76

Tabela F.29: Frequência de respostas à questão 15 ... 77

Tabela F.30: Valores de estatística descritiva à questão 15... 77

Tabela F.31: Frequência de respostas à questão 16 ... 78

Tabela F.32: Valores de estatística descritiva à questão 16... 78

Tabela F.33: Frequência de respostas à questão 17 ... 79

(16)

LISTA DE SIGLAS

C Concordo

CFGCPE Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército CFP Curso de Formação de Praças

CIG Centro de Instrução Geral CMT Concordo Muito ou Totalmente CNED Centro Naval de Ensino à Distância

CPCb Curso de Promoção a Cabo

CPM Curso de Promoção de Marinheiros D Discordo

DARH Direcção de Administração de Recursos Humanos DMT Discordo Muito ou Totalmente

DORH Direcção de Obtenção de Recursos Humanos EMFAR Estatuto Militar das Forças Armadas

EPC Escola Prática de Cavalaria EPE Esquadrão da Polícia do Exército ERec Esquadrão de Reconhecimento

FCg Formação no Cargo

FOPE Força Operacional Permanente do Exército GAM Grupo de Auto-Metralhadoras

GCC Grupo de Carros de Combate GMP Guarnição Militar de Preferência

IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional LSM Lei de Serviço Militar

MELECT Mecânico Electricista MELECA Mecânico Electrónica

NCND Não Concordo nem Discordo OPMET Operador de Meteorologia

(17)

Lista de Siglas

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA xv QPP Quadro Permanente de Praças

RC Regime de Contrato

RC3 Regimento de Cavalaria nº3 RC6 Regimento de Cavalaria nº6 RI Regulamento de Incentivos RL2 Regimento de Lanceiros nº2

RV Regime de Voluntariado

SAS Secretariado e Apoio de Serviços SEN Serviço Efectivo Normal

SHS Serviço de Hotelaria e Substancias U/E/O Unidades/Estabelecimentos/Órgãos

PCS Provas de Classificação e Selecção QOP Quadro Orgânico de Pessoal

(18)

LISTA DE ABREVIATURAS

ed. edição

etc. et cetera (e outros - para coisas)

nº número

(19)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO

No âmbito das recentes alterações curriculares sofridas pela Academia Militar, surge a realização de um Trabalho de Investigação Aplicada, fruto da integração da equivalência ao grau de Mestre em Ciências Militares com especialidade de Cavalaria.

Neste primeiro capítulo, pretende-se fazer o enquadramento do tema, assim como a sua justificação, expor o problema de investigação, os objectivos e hipóteses. É ainda descrita a metodologia utilizada, assim como o modelo de investigação.

1.2 ENQUADRAMENTO

Com as novas missões apresentadas às Forças Armadas, o Exército viu-se na necessidade de mudar o seu modelo de prestação de serviço. As exigências consequentes da evolução tecnológica de equipamento e armamento, exige um maior aproveitamento dos meios, quer humanos quer materiais, levando por isso à necessidade de abandonar o sistema de conscrição adoptando o modelo de voluntariado.

Sendo assim, em 2004 foi extinto o Serviço Efectivo Normal (SEN), passando o exército a ter como fonte de obtenção de recursos humanos, os modelos de REGIME DE CONTRATO (RC) E REGIME DE VOLUNTARIADO (RV). Este novo modelo poderá ter trazido resposta às exigências das actuais missões das Forças Armadas, mas certamente que não fez face à necessidade de recursos humanos, acabando por criar um problema na sua gestão.

(20)

Capítulo 1: Introdução

1.3 JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

Actualmente, a maioria das Unidades do Exército encontram os seus quadros orgânicos aquém das capacidades. A falta de pessoal, assim como a constante rotatividade dos militares, são sem dúvida factores prejudiciais para a operacionalidade das forças.

Esta situação é ainda mais marcante na arma de Cavalaria, dada a recente aquisição das viaturas Pandur e dos Carros de Combate Leopard A2. Isto deve-se ao facto de a formação para operar estes meios, ser de grande morosidade e envolver grandes encargos financeiros.

1.4 PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

O objecto de estudo deste trabalho são as Praças que podem prestar serviço em Cargos de Cavalaria, e tem como objectivo perceber que vantagens e desvantagens adviriam da abertura de Quadros Permanentes, quer para a Arma quer para o Militar. Disto sai como pergunta de partida: Será vantajoso para a Arma de Cavalaria a abertura de Quadros Permanentes para as Praças?

1.5 OBJECTIVOS

Para que seja dada resposta ao problema, alguns pontos têm que ser analisados com maior atenção:

Perceber se as Praças se sentem motivadas com a função que desempenham. Perceber se vêm a vida militar como algo passageiro, ou uma possibilidade de fazer carreira.

1.6 QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO

(21)

Capítulo 1: Introdução

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 3

De que forma é possível progredirem na carreira? Será possível manter os militares motivados durante toda a sua carreira militar?

É do interesse dos militares a abertura de um Quadro Permanente para Praças? Existem cargos de Cavalaria onde as vantagens associadas à abertura de

Quadros Permanentes para as Praças são mais justificáveis?

Quadros Permanentes possibilitarão um aumento da operacionalidade dos militares? E será possível aplicar este sistema em todos os cargos?

1.7 HIPÓTESES

Relativamente às questões que foram levantadas, formularam-se as seguintes hipóteses:

H1: A estrutura actual de carreira das Praças é suficiente para a abertura de Quadros nesta categoria.

H2: É aliciante para os militares a abertura de quadros permanentes.

H3: É possível aplicarem-se Quadros Permanentes apenas a alguns Cargos. H4: É vantajoso para a instituição a abertura de Quadros Permanentes para as

Praças na Arma de Cavalaria.

1.8 METODOLOGIA E MODELO DE INVESTIGAÇÃO

A realização deste Trabalho de Investigação está assente na metodologia científica usada no âmbito das Ciências Sociais e orienta-se pelas normas de redacção de trabalhos escritos da Academia Militar e ainda pelo Guia Prático sobre metodologia Científica para a elaboração, escrita e apresentação de teses de doutoramento, dissertações de mestrado e trabalhos de investigação aplicada de Sarmento (2008).

A Figura 1.1 representa o modelo de investigação utilizado no trabalho.

(22)

Capítulo 1: Introdução

1.9 SÍNTESE DOS CAPÍTULOS

O presente Trabalho de Investigação Aplicada, é constituído por sete capítulos. A iniciar a Parte Teórica vem o Capítulo 2, onde se faz a apresentação de alguns conceitos fulcrais para o desenvolver da Investigação. No Capítulo 3, Carreira, pretende-se apresentar a progressão de carreira de uma Praça, desde o ingresso na Instituição até á sua saída. De seguida, apresenta-se o Capítulo 4, onde são expostos alguns exemplos, ou de Quadros Permanentes ou de Contratos de Longa Duração de outros Ramos e Países, assim como algumas formas de proceder à Reintegração Social.

Após isto, inicia-se a Parte Prática, começando com o Capítulo 5, Trabalho de Campo e seguindo-se do Capítulo 6, Análise e Discussão de Resultados. Para terminar, apresenta-se o Capítulo 7 com as conclusões e recomendações.

A Figura 1.2 representa um resumo da estrutura do trabalho.

I PARTE -

TEÓRICA II PARTE - PRÁTICA

CAPÍTULO 2 APRESENTAÇÃO

DE CARGOS E UNIDADES CAPÍTULO 5 TRABALHO DE CAMPO CAPÍTULO 3 PROGRESSÃO NA CARREIRA CAPÍTULO 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS CAPÍTULO 4 COMPARAÇÃO COM OUTROS RAMOS NACIONAIS E EXÉRCITOS EUROPEUS CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Figura 1.2: Estrutura do trabalho.

DISCUSSÃO ANÁLISE

(23)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 5

I PARTE

TEÓRICA

CAPÍTULO 2

APRESENTAÇÃO DE CARGOS E UNIDADES

2.1 INTRODUÇÃO

Neste primeiro capítulo vão ser abordados conceitos relacionadas com Prestação de Serviço. Serão referenciadas e explicadas as diferentes modalidades de forma a perceber a diferença entre o que vigora actualmente e o tema que trata este trabalho. Será ainda feita uma apresentação dos cargos da Cavalaria, as suas unidades e os efectivos de homens que prestam actualmente serviço nessas mesmas unidades.

2.2 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Actualmente no Exército Português existem quatro formas de Prestação de Serviço. O Serviço Efectivo nos Quadros Permanentes, em Regime de Contrato, em Regime de Voluntariado e Serviço Efectivo Decorrente de Convocação ou Mobilização, sendo que o Serviço Efectivo é entendido como o contributo para a defesa da Pátria, sendo esta a situação dos cidadãos enquanto permanecem nas Forças Armadas (Lei nº174/99, de 21 de Setembro – Lei de Serviço Militar).

Devido ao tema deste trabalho, é importante definirmos os diferentes tipos de Prestação de Serviço, essencialmente Serviço Efectivo nos Quadros Permanentes, em Regime de Contrato e Voluntariado.

Serviço Efectivo nos Quadros Permanentes:

O serviço efectivo nos Quadros Permanentes (QP) representa a prestação de serviço pelos cidadãos que ingressaram voluntariamente na carreira militar e se encontram vinculados às Forças Armadas com carácter de permanência (Lei nº174/99, de 21 de Setembro, Lei de Serviço Militar).

Serviço Efectivo em Regime de Contrato:

(24)

Capítulo 2: Apresentação de Cargos e Unidades

máximo seis anos. Tem como finalidade satisfazer as necessidades das Forças Armadas ou ainda o ingresso nos Quadros Permanentes (Lei nº174/99, de 21 de Setembro, Lei de Serviço Militar).

Serviço Efectivo em Regime de Voluntariado:

O serviço efectivo em Regime de Voluntariado (RV) representa um vínculo voluntário com as Forças Armadas durante um período de 12 meses, incluindo o período dedicado à instrução, no final do qual o militar poderá ingressar no serviço efectivo em Regime de Contrato (Lei nº174/99, de 21 de Setembro, Lei de Serviço Militar).

2.3 CATEGORIA DE PRAÇAS

No Exército, assim como nos restantes Ramos das Forças Armadas, os militares agrupam-se de forma decrescente segundo uma hierarquia (Decreto-Lei nº166/2005, de 23 Setembro). Sendo assim, na base da pirâmide temos a Categoria de Praças que permite a progressão por quatro postos, sendo que posto “é a posição, que na respectiva categoria, o militar ocupa no âmbito da carreira militar fixada de acordo com o conteúdo e qualificações da função ou funções.” (Decreto-Lei nº166/2005, de 23 Setembro). Um militar a prestar serviço nesta categoria poderá ir de Soldado até Cabo-Adjunto, passando pelos postos de Segundo-Cabo e Primeiro-Cabo, cada um deles com responsabilidades associadas à ascensão.

Esta categoria tem como destino o exercício, sob orientação, de funções de natureza executiva e ainda o desenvolvimento de actividades técnico-administrativas próprias dos respectivos quadros especiais e postos (Decreto-Lei nº166/2005, de 23 Setembro).

Podem ainda às Praças, mediante formação e havendo interesse do militar ou interesse da Instituição, ser facultada a mudança de categoria, quer seja para Sargento, quer para Oficial.

2.4 UNIDADES

(25)

Capítulo 2: Apresentação de Cargos e Unidades

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 7

Grupo de Auto-Metralhadoras e o Esquadrão de Reconhecimento pertencentes à Brigada de Intervenção. Temos ainda o Quartel de Cavalaria que se encontra localizado no Campo Militar de Santa Margarida e aqui temos o Esquadrão de Reconhecimento e um Grupo de Carros de Combate, ambos orgânicos da Brigada Mecanizada. Presentemente em Abrantes, temos a unidade de formação da arma, a Escola Prática de Cavalaria que tem como principal missão administrar cursos de ensino militar. Existe ainda na Ajuda, o Regimento de Lanceiros nº2 que tem como missão, o aprontamento de dois Esquadrões de Polícia do Exército.

2.5 CARGOS E ESPECIALIDADES

Especialidade é um “Conjunto de cargos que compreendem funções e tarefas similares ou aparentadas e cujo exercício exige algumas competências

semelhantes”1.

Na Arma de Cavalaria, as Praças podem desempenhar variados cargos. Dentro da Especialidade 01-Campanha temos, Apontador de Morteiro, Operador de Morteiro, Apontador de Sistema Míssil Anti-Carro, Apontador de Carro de Combate, Apontador de Auto-Metralhadora, Atirador, Operador de Posto de Controlo de Tiro, Operador de Radar, Comandante de Esquadra, Municiador de Carro de Combate e Municiador de Auto-Metralhadora. Respectivos à Especialidade 07-Serviços, temos os Cargos de, Cabo Tratador Hipo e Tratador Hipo. Como Especialidade exclusiva da arma de Cavalaria, temos a 16-Polícia do Exército, onde podem ser desempenhados os Cargos de Polícia do Exército e Comandante de Esquadra. E existem ainda, os Cargos de Cabo Siderotécnico e Siderotécnico pertencentes à Especialidade 29-Siderotécnia.

Os Cargos acima descritos, são alguns nos quais as Praças do Exército Português podem prestar serviço. Correspondem a diversas Especialidades e pressupõe uma Formação no Cargo para o desempenho de funções relativas ao mesmo.

Reclassificação e Mudança de Especialidade

Aos militares que se encontrem em RC, poderá ser autorizada a mudança de especialidade, se forem compatíveis os interesses individuais com os da Instituição. É no entanto dependente de formação adequada.

1

(26)

Capítulo 2: Apresentação de Cargos e Unidades

2.5.1

P

ERFIL DO

C

ARGO

Todos os cargos têm um referencial de curso associado, onde entre outras orientações, contém o Perfil do Cargo que segundo Sarmento (2008) são as especificações requeridas para o desempenho da função.

Nos cargos de Cavalaria não é diferente e por isso, todos eles possuem no seu referencial de curso respectivo o perfil do cargo2 e nele vêm referenciados os seguintes

pontos:

Designação. Missão.

Áreas funcionais de aplicação. Funções chave.

Actividades e sub-actividades. Condições de exercício do cargo. Resultados esperados.

A análise deste perfil de cargo, permite determinar o perfil físico e psicológico dos militares para desempenharem as funções associadas. Sendo assim, pode ser feita uma análise dos cargos, que permitem ser ocupados por elementos com idade mais avançada, mas que possam ser uma mais valia, devido à sua experiência e treino nessas funções.

2.6 EFECTIVOS

Com o final do Serviço Efectivo Normal, acabou a maior fonte de recrutamento do Exército, logo os efectivos têm vindo a decrescer com o passar dos anos. No Quadro 2.1, vemos o total de praças que prestavam serviço nos anos de 2008 e 2009 nas Unidades de Cavalaria, tendo em conta que em 2007 deixaram de existir Especialidades e passou-se a trabalhar por Áreas Funcionais, portanto o ano de 2008 ainda contém Praças de Especialidades e Praças de Áreas Funcionais.

2008 2009

Total 1091 672

Quadro 2.1: Praças nas Unidades de Cavalaria. Fonte: DARH (2010).

2

(27)

Capítulo 2: Apresentação de Cargos e Unidades

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 9

Actualmente nem todas as Unidades de Cavalaria encontram os seus Quadros Orgânicos de Pessoal (QOP) a 100%, aliás, algumas delas têm um Efectivo Autorizado abaixo dos números dos QOP, não tendo ainda assim os seus efectivos totais. No Quadro 2.2 é apresentada uma relação dos Quadros Orgânicos, Efectivos Autorizados e Existências3, podendo facilmente verificar-se que todas as unidades têm de momento falta

de pessoal. Se em alguns casos, a diferença entre as Existências e o Efectivo Autorizado não é significante, noutros é já considerável.

UNIDADE PRAÇAS

QOP EFECTIVO EXISTÊNCIAS ESCOLA PRÁTICA DE

CAVALARIA (EPC) TOTAL 119 119 118

REGIMENTO DE CAVALARIA Nº3

(RC3)

Regimento 112 112 92

ERec 115 115 44

TOTAL 227 227 136

REGIMENTO DE CAVALARIA Nº6

(RC6)

Regimento 81 81 198

ERec 141 141 53

GAM 301 126 74

TOTAL 523 348 325

QUARTEL DE CAVALARIA EREC 142 142 106

GCC 303 211 210

REGIMENTO DE LANCEIROS Nº2

(RL2)

Regimento 83 83 111

1º EPE 83 83 60

2ºEPE 83 83 53

TOTAL 249 249 224

Quadro 2.2: Relação de Efectivos das Praças nas Unidades de Cavalaria Fonte: DARH, (2010).

2.7 CONCLUSÃO

É importante saber, quais as formas de prestação de serviço existentes no Exército e em que consiste cada uma delas, dando especial atenção às modalidades que abrangem a categoria das Praças do Exército da qual se faz uma ligeira descrição. Como toda a estrutura do Exército tem vindo a sofrer alterações vai sendo necessário adaptar conceitos e estruturas. A Administração dos Recursos Humanos tem que ser ajustada para dar resposta às necessidades da Instituição, pois com o fim do SEN, os efectivos têm vindo a decrescer fazendo com que as Unidades tenham permanentemente falta de militares. As Praças passaram a ser distribuídas por Áreas Funcionais desempenhando Cargos, deixando assim cair o conceito de Especialidades de Cavalaria.

(28)

CAPÍTULO 3

PROGRESSÃO NA CARREIRA

3.1 INTRODUÇÃO

Actualmente as Praças no Exército Português podem prestar o seu serviço em dois tipos de Regime diferentes, RV e/ou RC. Por aqui têm uma carreira estruturada, com possibilidade de ascensão, numa categoria que engloba quatro postos. Está definido em documento próprio, forma de ingresso na categoria, permanência e gestão de saídas. É importante para um trabalho que procura apresentar um sistema alternativo ao actual, que se perceba de que forma se desenvolve o processo de prestação de serviço das Praças que se encontra implementado e é sobre isso que trata este capítulo, apresentado de uma forma sucinta, a passagem de uma Praça pela Instituição, desde o Recrutamento, Formação, progressão na Carreira até à inevitável Gestão de Saídas (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.2 RECRUTAMENTO

Todos os cidadãos que pretendam ingressar no Exército Português poderão obter as informações necessárias para a sua candidatura à prestação de serviço militar, em Regime de Contrato ou em Regime de Voluntariado, em Centros de Recrutamento e Gabinetes ao cargo da Direcção de Obtenção de Recursos Humanos (DORH). Com os esclarecimentos aqui obtidos, o candidato poderá, ao preencher um formulário de candidatura, referenciar a sua Guarnição Militar de Preferência (GMP) e as especialidades de emprego, entre os diferentes cenários de desenvolvimento de carreira de praças fazer a sua opção e ainda escolher, através de Quadros Especiais4, os cargos que mais correspondam às suas

expectativas, tendo em conta os conhecimentos que possui sobre a vida militar.

Após esta fase, o cidadão é notificado a apresentar-se para realizar Provas de Classificação e Selecção (PCS). Feitas estas, a DORH dá-lhe a conhecer a sua Especialidade, o local onde frequentará o Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército (CFGCPE) ou Curso de Formação de Praças (CFP) e a data de incorporação. O cidadão fica ainda a conhecer as opções de prazo de contrato.

(29)

Capítulo 3: Progressão na Carreira

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 11

Após esta primeira fase, o futuro militar é incorporado e inicia a sua Formação Geral Comum (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.3 INCORPORAÇÃO E FORMAÇÃO GERAL COMUM

De forma a iniciar a sua formação militar, o cidadão é incorporado num Centro de Instrução Geral (CIG) onde frequentará o CFP5, celebrando então o contrato com a

Instituição, seja ele RC ou RV. As Especialidades poderão ou não ser alteradas durante a permanência no curso, podendo o militar alterar, ou não, a sua GMP.

Após o término do CFG, a Direcção de Administração de Recursos Humanos, confirma a Especialidade respectiva a cada indivíduo, tendo esta a validade de pelo menos 1 ano no caso de RV e 2 anos ou mais em RC. São então divulgadas as vagas por Guarnição Militar e respectivas Especialidades. O preenchimento das vagas é processado seguindo alguns critérios, sendo estes, a Melhor Classificação no CFP6, o Estado Civil do

militar, possuírem Dependentes a Cargo e dando preferência aos mais velhos relativamente aos mais novos (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.4 CONDIÇÕES DE SERVIÇO

Em capítulos anteriores já foram enunciadas as modalidades de prestação de serviço existentes no Exército, contudo estas não englobam todas as categorias, visto que as Praças podem apenas prestar serviço em Regime de Voluntariado ou Regime de Contrato.

Agora vai ser feita uma apresentação mais detalhada da forma como o militar serve a Instituição em cada uma destes regimes.

Regime de Voluntariado:

Após o militar ter terminado o CFG é colocado, de preferência, numa U/E/O da Força Operacional Permanente do Exército (FOPE)7. Após a sua colocação, receberá uma

formação de curta duração – Formação no Cargo (FCg), desempenhando após isto, um

5Curso com duração de 12 semanas, sendo as primeiras cinco destinadas à Instrução Básica (IB), finda esta o militar efectua o seu Juramento de Bandeira e prossegue a sua formação com a Instrução Complementar (IC) com 7 semanas de duração.

6 Esta nota é aproximada à centésima.

(30)

Capítulo 3: Progressão na Carreira

cargo específico até ao final do contrato RV. Aqui poderá então optar pelo RC e pela alteração da sua Especialidade (pode ser opção do militar ou necessidade da Instituição).

Regime de Contrato:

Se a opção do militar foi prestar desde o início serviço em RC, este vai-se iniciar com um contrato de duração correspondente ao tempo necessário para que a Instituição retome o investimento aplicado na formação do militar, que pode variar entre 1 e 3 anos8. No

entanto, os contratos nunca poderão ser de tempo inferior a 2 anos e se o militar decidir rescindir o contrato durante o período da Instrução Complementar ou antes do período mínimo (o tempo de retorno de investimento), é obrigado a indemnizar o Estado (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

Tal como no RV, este serviço é preferencialmente prestado numa unidade da FOPE, sendo independente da escolha da GMP até o militar perfazer um tempo de serviço efectivo mínimo de 24 meses. Findo este período, o militar será, preferencialmente, colocado na sua GMP (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

Depois do primeiro contrato, as renovações deste dependem da mudança ou não de Especialidade e havendo mudança, depende ainda da necessidade do militar ter, ou não, nova Formação Específica. Sendo assim, não havendo mudança de especialidade, ou havendo mudança, mas não sendo necessária nova formação, os contratos subsequentes têm a duração mínima de um ano. No caso de haver mudança de Especialidade9 e ser

necessária nova formação, os contratos subsequentes obedecerão ao tempo de retorno de investimento, variando com a nova Especialidade adquirida (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.5 CARREIRA

Perceber de que forma se desenvolve a carreira de uma Praça no Exército é essencial para esta investigação. Existem actualmente quatro postos na Categoria de Praças: Soldado, 2ºCabo, 1ºCabo e Cabo-Adjunto e é pela passagem por estes postos que se resume a ascensão na carreira de uma Praça.

8Segundo o Modelo de Serviço Militar Categoria de Praças Anexo E ( Retorno do Investimento Realizado com a Formação) ao

(31)

Capítulo 3: Progressão na Carreira

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 13

Depois de uma passagem pelo posto de Soldado Recruta10, o militar é graduado no

posto de Soldado Graduado até o término da Instrução Complementar, quando por fim termina o CFP, é promovido a Soldado (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.5.1 P

ROMOÇÕES

As Promoções, segundo o art.305º do EMFAR, necessitam de tempos mínimos nos postos anteriores, antes de se processarem. No caso das Praças em RC, as promoções são feitas por diuturnidade, e para que cumpram o Estatuto, é necessário para a promoção a Cabo-Adjunto a permanência de três anos no posto de Primeiro-Cabo, e para este, um ano no posto de Segundo-Cabo. Os militares que são nomeados para o Curso de Promoção a Cabo (CPCb) e que iniciem o mesmo, são graduados no posto de Segundo-Cabo. São ainda graduados a este posto, todos os militares que iniciem a sua formação já destinados a ingressar na categoria com este posto, sendo contabilizado esse tempo para efeitos de promoção (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

Podem concorrer ao CPCb, todos os militares que possuam 12 meses de serviço militar efectivo ou podem ainda concorrer aos cursos internos para Oficial ou Sargento.

O concurso ao CPCb é regulado pela Metodologia de Promoção ao Posto de Cabo, que diz que qualquer Soldado, independentemente da sua Especialidade, tem a possibilidade de ascender ao posto de Segundo-Cabo.

Se um militar graduado em Soldado, se encontrar colocado numa unidade que não possua, no momento do CPCb, vagas para o posto de Segundo-Cabo, poderá na mesma concorrer à sua frequência, visto este curso ter em vistas as necessidades globais do Exército, daí ser uma forma de reconhecer o mérito de desempenho e aptidões de liderança dos Soldado. É ainda uma forma de flexibilizar a gestão de pessoal, permitindo que qualquer militar concorra ao CPCb, independentemente que para isso tenho de alterar a sua Especialidade (sendo que as vagas são definidas superiormente) (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

(32)

Capítulo 3: Progressão na Carreira

3.5.2 E

SCALÕES NA

C

ARREIRA DE

P

RAÇAS

Na Tabela 3.1 podemos os escalões em cada um dos postos da Categoria de Praças. Observando a Escala Indiciária da carreira podemos ver que o vencimento de um Soldado no escalão máximo do seu posto é igual ao de um Segundo-Cabo.

POSTO ESCALÃO ÍNDICES POSTO ESCALÃO ÍNDICES

CADJ

6 165 1CAB 2 109

5 160 1 104

4 150 2CAB 1 98

3 140

SOLD

3 98

2 130 2 93

1 124 1 88

Tabela 3.1: Escala indiciária referente à carreira de Praças. Fonte: DARH, (2010).

3.6 GESTÃO DE SAÍDAS

Em qualquer alternativa que se pense relativamente ao actual sistema de prestação de serviço das Praças no Exército, o ponto fulcral será sempre a Gestão de Saídas.

Actualmente a gestão de saídas resume-se a um conjunto de medidas previstas no Regulamente de Incentivos (RI)11. Desta forma pretende-se facilitar a reinserção dos jovens

no mercado de trabalho após o término do serviço militar. Para isso, o Exército coloca à disposição dos militares (RC) a possibilidade de obterem, durante os seis anos de contrato, uma certificação profissional equivalente a um curso de formação profissional, ou então, através de protocolos existentes entre o Exército e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, os militares realizarem uma formação residual (Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças).

3.7 CONCLUSÃO

A carreira das Praças encontra-se bem definida no Modelo de Serviço Militar – Categoria de Praças, onde vem explanado todo o percurso do militar que preste serviço nesta categoria, seja em RV ou RC, desde a sua integração na instituição, formas de progresso durante a sua carreira e gestão de saídas.

(33)

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 15

CAPÍTULO 4

COMPARAÇÃO COM OUTROS RAMOS NACIONAIS E

EXÉRCITOS EUROPEUS

4.1 INTRODUÇÃO

A abertura de Quadros Permanentes para Praças não seria, se acontecesse, uma novidade nas Forças Armadas. Temos actualmente em Portugal, um exemplo desta situação. A Armada Portuguesa tem nas suas fileiras Praças que não só prestam serviço em RC como possui também militares desta categoria num Quadro Permanente próprio. Também na Força Aérea existe a possibilidade de, em algumas especialidades, as Praças ingressarem em Quadros Permanentes. Vão também ser referidos exemplos de alguns países que, podendo ou não ter Quadros Permanentes, prolongam o serviço das suas Praças, criando condições quer para as manter quer para as integrar, no mundo civil, após a sua saída.

4.2 MARINHA

A Marinha tem já previsto Quadros Permanentes para as suas Praças (QPP), que podem, no entanto, cumprir o serviço apenas em Regime de Contrato. Para o ingresso no QPP, a Armada faz distinção das Praças em dois grupos, Classe de Músico e Outras Classes (Decreto-Lei nº166/2005, de 23 Setembro).

4.2.1 C

LASSE DE MÚSICOS

(34)

Capítulo 4: Comparação com outros Ramos Nacionais e Exércitos Europeus

O ingresso nos Quadros é feito no posto de Primeiro-Marinheiro da Classe de Músicos, quatro meses após a data de incorporação12.

4.2.2 O

UTRAS CLASSES

Um militar da categoria de Praça em RC, poderá, desde que possuindo o 9ºano de escolaridade, candidatar-se a ingressar nos Quadros Permanentes ou optar por renovar a prestação de serviço em RC, de acordo com as condições estabelecidas.

Se a opção for o ingresso no QP, os militares têm que concluir, com aproveitamento, o Curso de Promoção de Marinheiros (CPM), sendo após isso, promovidos a Primeiro-Marinheiro. As Praças da Marinha têm a possibilidade de continuar os estudos e aumentar as suas habilitações, nomeadamente através do Centro Naval de Ensino à Distância (CNED)13.

Após terem ingressado no QP, as Praças são obrigadas a cumprir 4 anos de serviço efectivo na Marinha. No entanto, podem ao fim destes 4 anos e obedecendo às condições de admissão fixadas pelos respectivos concursos, que integram desde habilitações literárias, idade, condição física entre outras, concorrer às categorias de Sargentos e de Oficial frequentando os seguintes cursos:

Curso da Escola Naval.

Curso de Formação de Oficiais do Serviço Técnico.

Curso de Formação de Sargentos Enfermeiros e Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica.

Curso de Formação de Sargentos electrotécnicos e Maquinistas Navais.(

http://www.marinha.pt/PT/CARREIRA/Pages/Carreira.aspx)

4.3 FORÇA AÉREA

O Concurso de Formação de Praças da Força Aérea tem como objectivo capacitar os militares com os conhecimentos necessários ao desempenho das suas funções nas respectivas especialidades da categoria. Têm ainda a possibilidade de obter certificações profissionais de forma a serem inseridos no mercado de trabalho se não entrarem nos

12(http://www.marinha.pt/PT/CARREIRA/Pages/Carreira.aspx)

(35)

Capítulo 4: Comparação com outros Ramos Nacionais e Exércitos Europeus

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 17

Quadros Permanentes. No entanto, o ingresso no QP não será feito na categoria de Praças, tendo de concorrer ao ingresso na Categoria de Sargentos ou Oficiais14.

Para além de diversas Especialidades que permitem o acesso ao QP, sejam elas da área de Operações, Manutenção ou Apoio, algumas destas ainda são homologadas permitindo a sua aplicação no mundo civil. Alguns exemplos são:

A Especialidade de Meteorologia (OPMET), que é um curso com duração de 40 semanas e que é reconhecido pelo Instituto de Meteorologia, pois possui habilitações e treino equivalentes a Técnicos de Meteorologia.

A Especialidade de Electricista (MELECT) e de Electrónica (MELECA) que têm ambas duração de 42 semanas e são reconhecidas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

A Especialidade de Hotelaria e Substancias (SHS), que tem como duração de formação 34 semanas e é reconhecida pelo Instituto de Turismo de Portugal, permitindo esta Especialidade para além de ingressar no QP, exercer no mundo civil profissões como Empregado de Mesa e Bar ou Cozinheiro.

A Especialidade de Informática, reconhecida pelo IEFP, com duração de 35 semanas e que permite exercer funções de Técnico de Informática;

Operador de Sistemas de Assistência e Socorro (OPSAS) que é uma Especialidade com formação de 35 semanas reconhecida pela Escola Nacional de Bombeiros, permitindo a quem a possui, exercer funções de Bombeiro, Tripulante de Ambulância de Transporte. Técnico de Socorro e Emergência de Aeronaves;

A Especialidade de Secretariado e Apoio de Serviços (SAS), com duração de 30 semanas e que ao ser reconhecida pelo IEFP permite exercer profissões como Técnico de Secretariado e Assistente Administrativo (Sampaio, 2009).

Contudo é de salientar que a importância associada a estas Especialidades, neste trabalho, é o facto de todas elas permitirem às Praças da Força Aérea o ingresso no QP.

4.4 PAÍSES ESTRANGEIROS

4.4.1

E

SPANHA

Segundo o que vem explanado na Lei Espanhola, os militares podem inicialmente cumprir um contrato renovável até 6 anos tendo ainda a opção de prolongarem o seu tempo de serviço até aos 45 anos de idade, sendo este, obviamente, um contrato de longa

14

(36)

Capítulo 4: Comparação com outros Ramos Nacionais e Exércitos Europeus

duração, podendo ainda ficar na condição de permanentes. Contudo, se o militar tiver alcançado os 45 anos de idade e não tenha ingressado nos quadros permanentes, mas tendo prestado pelo menos 18 anos de serviço poderá passar à condição especial de Reserva, tendo com isso direito a receber uma atribuição económica. Este estatuto poderá ser mantido até aos 65 anos, se até esta idade não for declarado com uma incapacidade total ou invalidez, de outra forma, poderá ser incorporado nas Forças Armadas se necessário.

O contrato de longa duração só pode ser atribuído a militares profissionais que tenham mais de 5 anos de serviço, que tenham nacionalidade espanhola e que foram avaliados e dados como adequados. As especialidades que estes militares possuem podem ser alteradas, desde que seja para cobrir falhas noutras especialidades, que facilitem a mobilidade territorial e as adaptações orgânicas dos Exércitos, por falta de formação específica, pela perda de aptidão psicofísica necessária para cumprir as necessidades da especialidade que possui ou então para adquirir uma formação orientada para a sua formação profissional. Os contratos de longa duração terminarão assim que os militares atingirem os 45 anos de idade, podendo no entanto por diversas razões ser rescindido antes de ser completada esta idade. Os militares profissionais, que tenham a condição de permanentes, começarão a partir dos 45 anos a desempenhar preferencialmente funções no âmbito da logística e de apoio à Força (Ley 8/2006, de 24 de Abril, de Tropa y Marineria).

A Espanha é um bom exemplo de como gerir o grande problema que existe na criação de Quadros Permanentes, ou em Contratos de Longa duração, não sendo a idade um entrave para a opção deste sistema.

4.4.2

F

RANÇA

(37)

Capítulo 4: Comparação com outros Ramos Nacionais e Exércitos Europeus

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 19

contratos os militares podem frequentar um curso, à sua escolha, nas áreas da mecânica, engenharia, etc.

Estas são algumas medidas tomadas pela França de forma não só a atrair militares, como a mantê-los e a proporcionar-lhes opções de saída para que ao prolongarem os seus contratos, não se encontrem no final numa situação difícil relativamente à idade e à formação com que ingressam no mundo de trabalho civil (Jerónimo, 2005).

4.4.3

R

EINO

U

NIDO

Para além de inúmeras medidas para atrair militares para as Forças Armadas, o Reino Unido aposta também em medidas para cativar os militares a permanecerem nas fileiras e na reintegração social, entre outras. Algumas destas medidas passam por lhes permitir adquirir qualificações vocacionais. Aos militares que renovem o 1º contrato nas armas de Cavalaria, Infantaria e Artilharia, após 2 ou 3 anos, de forma a manter a permanência por mais 4 ou 5 anos, é oferecida uma gratificação no valor de 2000 euros. Para a reintegração, o exército Britânico oferece aos Sargentos e Praças entre os 12 e os 22 anos de serviço uma quantia na ordem dos 8500 euros. Os militares podem ainda, durante o tempo de serviço, frequentar estabelecimentos civis, tendo direito ao pagamento das propinas e de remuneração (Jerónimo, 2005).

4.5 CONCLUSÃO

Vimos neste capítulo alguns exemplos, internos e externos ao país, de quadros permanentes para as Praças ou de contratos de longa duração. Vimos ainda, algumas medidas tomadas de forma a combater alguns dos motivos pelos quais não ser tomada uma opção diferente no sistema de prestação de serviço das Praças do Exército que são entre outros, a idade e a integração no mercado de trabalho quando em contratos de longa duração.

(38)

II PARTE

PRÁTICA

CAPÍTULO 5

TRABALHO DE CAMPO

5.1 INTRODUÇÃO

A recolha de informação, a sua análise e tratamento, adquirem uma enorme importância quando se trata de um trabalho científico.

Neste capítulo é exposto todo o trabalho de campo realizado durante a execução do trabalho, iniciando-se pelo método de abordagem, passando pelos procedimentos e técnicas, meios utilizados e ainda algumas conclusões.

5.2 METODOLOGIA DO TRABALHO DE CAMPO

Indo de encontro à definição de Investigação presente em Sarmento (2008, p.3), que diz que esta é o diagnóstico das necessidades de informação e selecção das variáveis relevantes sobre as quais se irão escolher, registar e analisar informações válidas e fiáveis, para a realização deste trabalho recorreu-se à aplicação de dois métodos de recolha de dados.

Numa primeira fase foi feita uma análise documental, que incidiu principalmente na consulta de Legislação assim como alguns artigos e trabalhos existentes relacionados com o tema.

O segundo método utilizado nesta investigação foi o método inquisitivo, baseado na realização de inquéritos e entrevistas.

5.3 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS

(39)

Capítulo 5: Trabalho de Campo

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 21

Sendo a base deste trabalho, a análise dos dados recolhidos através dos inquéritos e das entrevistas, foram aplicadas a duas amostras diferentes para obter conclusões mais alargadas relativamente às hipóteses. Os inquéritos foram aplicados às Praças e as entrevistas a Oficiais que têm, ou tiveram enquanto se encontravam no activo, contacto directo com Gestão de Recursos Humanos.

5.3.1

I

NQUÉRITOS

O recurso à Investigação por inquéritos é fazer de uma metodologia que “considera as opiniões de terceiros sobre o objecto que se investiga” (Sarmento, 2008: p.21).

Para a construção do inquérito15, foi feita uma relação das afirmações com as

hipóteses de investigação, para que no fim da análise fosse possível a sua confirmação, total ou parcial, ou não confirmação.

As perguntas que compõem este inquérito foram surgindo em resultado da informação recolhida. Foram seguidos os passos metodológicos para a investigação por inquérito, tendo sido efectuado um teste de coerência e validação.

De seguida, foi efectuado o preenchimento por parte de 64 Praças do Exército Português, tendo sido os inquéritos entregues e recebidos pessoalmente, de forma a serem tratados estatisticamente para proceder à sua análise.

5.3.1.1 Caracterização da Amostra dos Inquéritos

Tendo em conta que nesta investigação o que está em causa é a implementação de Quadros Permanentes para as Praças, decidiu-se aplicar os inquéritos aos Soldados e Cabos que prestam serviço actualmente, em RV ou RC em unidades de Cavalaria, de forma a perceber se os seus objectivos passariam por prestar serviço com vínculo permanente à Instituição.

Sendo assim, a amostra é do tipo aleatório simples e é constituída por 64 militares pertencentes à população alvo que é composta pelas Praças do Exército Português.

15

(40)

Capítulo 5: Trabalho de Campo

5.3.2

E

NTREVISTAS

Realizaram-se para este trabalho entrevistas individuais, semi-formais, visto que “o entrevistado responde às perguntas do guião, mas também pode falar sobre outros assuntos relacionados” (Sarmento, 2008: p.18).

As entrevistas realizaram-se com o intuito de obter do entrevistado a sua opinião concreto sobre determinados assuntos de forma a facilitar a compreensão, auxiliando na obtenção de informação e compreensão de aspectos relativos às hipóteses levantadas na investigação.

Após terem sido efectuadas as entrevistas, as respostas foram submetidas a uma análise qualitativa através de quadros, que segundo Guerra (2006), têm como objectivo reduzir o material a trabalhar e facilitar a comparação das respostas dadas pelos diferentes entrevistados, sendo uma “síntese dos discursos que contêm a mensagem essencial da entrevista e são fiéis (…) ao que disseram os entrevistados” (Guerra, 2006: p.73).

5.3.2.1 Caracterização da Amostra das Entrevistas

Foram realizadas entrevistas16 a três militares do Exército que, ou se encontram em

desempenho de funções associadas ao tema, ou desempenharem anteriormente funções associadas aos Recursos Humanos. Foram entrevistados dois Oficiais que se encontram actualmente ligados à Secção de Gestão de Praças e um Major General que se encontra actualmente em situação de Reformado.

De seguida, apresenta-se no Quadro 5.1 um resumo as variáveis da amostra a quem se aplicou a entrevista..

Quadro 5.1: Caracterização da amostra.

5.4 MEIOS UTILIZADOS

Relativamente aos inquéritos, foram utilizadas fotocópias do guião entregues pessoalmente aos inquiridos.

16

Ver apêndice B: Guião da Entrevista

Entrevistados Género Posto Unidade

1 M Major General ---

2 M Capitão DARH

(41)

Capítulo 5: Trabalho de Campo

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 23

As entrevistas que foram realizadas pessoalmente foram gravadas num Mp4 Creative ZEN, sendo o seu formato de gravação o “.WAV”, o ficheiro pôde ser reproduzido directamente no Windows Media Player.

Quanto à análise dos dados estatísticos e construção dos gráficos associados foi utilizado o Microsoft Office Excel 2007.

5.5 CONCLUSÃO

O início desta investigação foi a análise documental, mas durante algumas conversas informais foram-se recolhendo algumas informações fulcrais para o desenvolvimento deste trabalho.

(42)

CAPÍTULO 6

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

6.1 INTRODUÇÃO

Após ter sido apresentado um capítulo onde foi apresentado o trabalho de campo realizado, neste será explanada toda a análise dos resultados obtidos, assim como a discussão dos mesmos. Numa primeira fase serão apresentados os resultados da análise das respostas aos inquéritos, onde é feita uma caracterização da amostra, de forma a dar a conhecer alguns dados sobre a população inquirida, e seguidamente o resultado proveniente da análise das entrevistas onde é também feita uma caracterização da amostra dos entrevistados.

É esperado com este capítulo, uma melhor percepção da opinião dos inquiridos, relativamente ao interesse em pertencerem aos Quadros Permanentes do Exército como Praças, e ainda as opiniões de alguns dos responsáveis pela gestão desta Classe.

6.2 ANÁLISE DOS INQUÉRITOS

6.2.1 C

ARACTERIZAÇÃO DA

A

MOSTRA

(43)

Capítulo 6: Análise e Discussão de Resultados

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 25

Gráfico 6.1 Distribuição de géneros. Gráfico 6.2 Distribuição de idades.

Gráfico 6.3 Distribuição de habilitações literárias.

Relativamente às Unidades nas quais estão colocadas, as Praças dividem-se da seguinte forma: 84% dos militares inquiridos encontram-se actualmente colocados na Escola Prática de Cavalaria, e apesar de os inquéritos terem sido aqui aplicados, encontravam-se 10 militares pertencentes ao Regimento de Cavalaria nº6, representando 10% dos inquiridos como se pode ver no Gráfico 6.4.

Quanto ao tempo de permanência dos militares na Instituição, e conforme pode ser isto no Gráfico 6.5, temos 39% dos inquiridos com menos de um ano de serviço, 23% com um tempo de permanência na Instituição que varia entre os 2 e os 4 anos e 38% dos indivíduos que prestam serviço entre os 4 e os 6 anos.

Para terminar a caracterização da amostra, temos as Especialidades pelas quais as Praças inquiridas estão divididas, sendo 47% dos militares que responderam aos inquéritos de Campanha, e estando os restantes divididos por Mecânica, Mecânica Auto, Serviços, Condução de Viaturas Militares Ligeiras e Pesadas, Polícia do Exército e Outras que engloba Saúde, Comunicações e Música, conforme o Gráfico 6.6.

Masculino ; 86%

(44)

Capítulo 6: Análise e Discussão de Resultados

Gráfico 6.4: Distribuição de unidades. Gráfico 6.5: Distribuição de tempo de permanência.

Gráfico 6.6: Distribuição das especialidades.

6.2.2 A

NÁLISE DOS

R

ESULTADOS DAS

R

ESPOSTAS AO

I

NQUÉRITO

De forma a facilitar a análise das respostas dadas pelos inquiridos foi efectuada uma análise estatística.

De seguida, é apresentado um gráfico correspondente a cada uma das perguntas, onde vêm representadas as respostas dadas pelas Praças.

Para uma melhor análise, a escala de respostas, uma escala de opinião, é igual para todas as perguntas do inquérito, dividindo-se em cinco opções, sendo elas o “Discordo muito

EPC; 84% RC6; 16% < 1ano 39%

1 a 4 anos 38% 4 a 6 anos 23% Campanha 47% Mecânica/ Mecânica Auto; 7 Serviços 11% Condução Viaturas Militares Ligeiras/Pesadas 11% Polícia do Exército

(45)

Capítulo 6: Análise e Discussão de Resultados

IMPLICAÇÕES DA CRIAÇÃO DE QUADROS PERMANENTES PARA AS PRAÇAS NA ARMA DA CAVALARIA 27

ou totalmente”, “Discordo”, “ Não concordo nem Discordo”, “Concordo” e “Concordo muito ou totalmente” tendo sido atribuída à escala de opinião, uma escala de valores para aplicar na análise de estatística como se pode ver na Tabela 6.1. A cada opção corresponde uma cor no gráfico, de forma a tornar mais simples a sua análise.

Discordo Muito ou Totalmente (DMT) 1

Discordo (D) 2

Não Concordo nem Discordo (NCND) 3

Concordo (C) 4

Concordo Muito ou Totalmente (CMT) 5

Tabela 6.1 Escala de opinião do inquérito.

Após a apresentação dos gráficos e respectiva análise, vai ser apresentada uma tabela com todos os valores estatísticos, resultantes da análise, Tabela 6.2. Contudo, no Apêndice, pode ser consultada toda a análise detalhada dos inquéritos.

Como resposta à questão 1. Encontro-me satisfeito(a) como o papel que desempenho na Instituição, temos que 42% dos inquiridos Concordam com a afirmação, mas temos que 30% Não Concorda nem Discorda e 8% dos inquiridos Discorda Muito ou Totalmente o que leva a termos uma média de 3,25 e um desvio padrão de 1,04.

DMT; 8%

D; 14%

NCND; 30% C; 42%

CMT; 6%

(46)

Capítulo 6: Análise e Discussão de Resultados

Relativamente à questão 2. O que me fez ingressar no Exército Português foi a perspectiva de uma carreira, 41 % dos inquiridos Concorda com a afirmação, contudo 11% respondeu que Discorda que tenham ingressado no Exército perspectivando uma carreira. Daqui, sai uma média de 3,58 e um desvio padrão de 1,07.

Na resposta à questão 3. Vim para o Exército por não ter mais opções, 34% dos inquiridos afirma Discordar Muito ou Totalmente, menos 2% dos que afirmam Discordar com esta afirmação. Apenas 5% responde que Concorda Muito ou Totalmente, perfazendo uma média à afirmação de 2,08 e um desvio padrão de 1,06.

No que toca à questão 4. Continuo a procurar algo que no futuro me dê mais segurança e melhor salário, 45% dos inquiridos assumem Concordar com a afirmação, 33% Concorda Muito ou Totalmente e apenas 2% afirma Discordar Muito ou Totalmente. Sendo assim, temos uma média de 4,03 e um desvio padrão 0,91.

DMT;

5% D; 11%

NCND; 25% C; 41%

CMT; 19%

Gráfico 6.8: Percentagem de respostas à questão 2. DMT; 34% D; 36% NCND; 22% C; 3% CMT; 5%

Gráfico 6.9 Percentagem de respostas à questão 3.

DMT;

2% D; 5% NCND;

16%

C; 45% CMT;

33%

Imagem

Figura 1.2: Estrutura do trabalho.
Tabela 3.1: Escala indiciária referente à carreira de Praças.
Gráfico 6.1 Distribuição de géneros.                                  Gráfico 6.2 Distribuição de idades
Gráfico 6.6: Distribuição das especialidades.
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Referências

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