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Excelentíssimo Senhor Presidente Ministro RICARDO LEWANDOWSKI Supremo Tribunal Federal Brasília - DF

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Excelentíssimo Senhor Presidente Ministro RICARDO LEWANDOWSKI Supremo Tribunal Federal

Brasília - DF

URGENTE – MEDIDA CAUTELAR

Assuntos:

Direito Administrativo e outras matérias de Direito Público | Orçamento | Criação de Dotação Orçamentária

Direito Administrativo e outras matérias de Direito Público | Servidor Público Civil | Reajustes de Remuneração, Proventos ou Pensão1

Ementa: Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. Direito constitucional.

Autonomia orçamentária ao Poder Judiciário. Comando que obriga a Presidência da República a enviar a proposta orçamentária, conforme apresentada pelo Poder Judiciário. Separação entre poderes. Violação pela Presidência da República da autonomia do Poder Judiciário da União que afeta interesse de servidores públicos vinculados a este. Determinação para que a Presidência da República apresente mensagem modificativa do Anexo V do PLOA2015. Provimentos da Lei 9.868, de 1999.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AGENTES DE SEGURANÇA DO PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO – AGEPOLJUS, associação de classe de âmbito nacional, CNPJ nº 05.824.002/0001-19, com domicílio em Brasília – DF, na SCS, quadra 1, bloco L, nº 17, salas 213/214, Edifício Márcia, Asa Sul, por seu advogado regularmente constituído, que recebe intimações e notificações em Brasília-DF, no SAS, quadra 5, bloco N, salas 212 a 217, edifício OAB, com fulcro nos artigos 102, I, “a”, e § 2º2, e 103, IX3, da Constituição da República, e no artigo 2°, IX, da Lei 9.868, de 19994, propõe AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO com pedido de MEDIDA CAUTELAR5 em face da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA e

1 De acordo com as Tabelas Processuais Unificadas do Poder Judiciário, expedidas pelo Conselho Nacional de Justiça;

2 Constituição da República: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (…) § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.”

3 Constituição da República: “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”

4 Lei 9.868, de 1999: “Art. 2º Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: (...) IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”

5 Lei 9.868, de 1999, com alterações da Lei 12.063, de 2009: “Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. § 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de

RUDI MEIRA CASSEL

Assinado de forma digital por RUDI MEIRA CASSEL DN: c=BR, o=ICP-Brasil, ou=Autenticado por AR Minc, ou=Assinatura Tipo A3, ou=0004461067, ou=ADVOGADO, ou=5375731, cn=RUDI MEIRA CASSEL, email=rudicassel@cer.adv.br Dados: 2014.09.11 10:55:59 -03'00'

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do CONGRESSO NACIONAL em decorrência de omissão inconstitucional verificada no processo legislativo do PL 13/2014 – CN, que cuida do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2015, sob os fundamentos seguintes:

1. DOS FATOS QUE CARACTERIZAM A OMISSÃO6

A Autora é entidade de classe de âmbito nacional, reunindo Analistas Judiciários e Técnicos Judiciários de todos os órgãos do Poder Judiciário da União distribuídos nas 27 unidades da Federação, regidos pela Lei 8.112, de 1990, e pela Lei 11.416, de 2006.

Dentre as propostas legislativas de interesse dos substituídos, tramitam perante a Câmara de Deputados os Projetos de Lei nº 6.613, de 2009, nº 7.920, de 2014, e 5.426, de 2013, apresentados pelo Supremo Tribunal Federal, para alteração de dispositivos da Lei nº 11.416, de 2006, que dispõe sobre as Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário da União (anexos).

O objetivo principal do primeiro projeto é atender à necessidade de reajuste salarial e contra uma década sem reposição das perdas inflacionárias (inciso X do artigo 37 da Constituição7), conforme reconhece a justificativa da proposição (anexo):

Teve por escopo aprimorar as políticas e as diretrizes estabelecidas para a gestão de pessoas, além de buscar solucionar os principais problemas relacionados à questão remuneratória dos integrantes das carreiras judiciárias, cuja estrutura se mostra defasada em relação a outras carreiras públicas.

Tomou-se como paradigma as carreiras organizadas de nível superior dos Poderes Executivo e Legislativo, que têm remuneração variando entre 12 e 18 mil reais para os níveis inicial e final. A faixa de remuneração do Analista Judiciário está atualmente entre 6 e 10 mil reais. Verifica-se, portanto, que o nível final da carreira de Analista Judiciário não atinge, sequer, o inicial das carreiras tomadas como referência.

Tal defasagem traz como consequência maior rotatividade de servidores nos órgãos do Poder Judiciário da União com prejuízos no que se refere à celeridade e à qualidade da prestação jurisdicional.

A proposição é fruto de reiteradas reivindicações dos servidores em

procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (...) § 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.

6 Este tópico apresenta a causa de pedir da ADO, identificando a omissão documentada nos anexos, que dispensa outras provas. Sobre a providência, atende-se a Lei 9.868, de 1999: “Art. 12-B. A petição indicará: I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; (...) Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão.” Além disso, ainda que por hipótese, o artigo 9º, § 1º, da Lei 9.868, autoriza que, em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

7 Constituição: Art. 37 (...) X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

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busca da valorização profissional e do reajustamento de suas remunerações. Os interessados, além de diversas outras formas de reivindicar a aprovação da revalorização, deflagraram mais de uma greve para obter a implementação das melhorias legisladas.

(exerceram, portanto, legítimo direito constitucional8, conforme consagrou o Supremo Tribunal Federal9).

Em observância ao § 1º do artigo 169 da Constituição da República10, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015 (PL 3/2014-CN), disciplinou a matéria em seu artigo 77, remetendo a autorização para a concessão de quaisquer vantagens e aumentos de remuneração a anexo específico da Lei Orçamentária de 2015:

Art. 77. Para fins de atendimento ao disposto no inciso II do § 1º§ 1 do art. 169 da Constituição Federal, observado o inciso I do mesmo parágrafo, ficam autorizadas as despesas com pessoal relativas à concessão de quaisquer vantagens, aumentos de remuneração, criação de cargos, empregos e funções, alterações de estrutura de carreiras, bem como admissões ou contratações a qualquer título, de civis ou militares, até o montante das quantidades e dos limites orçamentários constantes de anexo específico da Lei Orçamentária de 2015, cujos valores deverão constar da programação orçamentária e ser compatíveis com os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

§ 1º O anexo a que se refere o caput conterá autorização somente quando amparada por proposição, cuja tramitação seja iniciada no Congresso Nacional até 31 de agosto de 2014, e terá os limites orçamentários correspondentes discriminados, por Poder, Ministério Público da União e Defensoria Pública da União e, quando for o caso, por órgão referido no art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, com as respectivas: [...]

Para impulsionar e efetivar de vez a aprovação dos projetos, os órgãos do Poder Judiciário da União atenderam o disposto no inciso I do § 2º do artigo 99 da Constituição da República11 e elaboram as suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015 e encaminharam-nas à Presidência da República.

Exemplificativamente, a Mensagem nº 58, de 4 de agosto de 2011, da Presidência do Supremo Tribunal Federal, que encaminhou à Presidência da República a proposta orçamentária desse Tribunal, consta a seguinte observação (anexa):

8 Artigos 9º e 37, VII, da Constituição da República.

9 Citem-se os mandados de injunção 670, 708 e 721.

10 Constituição da República: “Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.”

11 Constituição da República: “Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;”

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Página 4 de 16 3. Na categoria de gastos “Pessoal e Encargos Sociais”, além das despesas com as folhas atuais de ativos, inativos e pensionistas, a proposta anexa contém previsão de recursos, no total de R$ 103.246.368,00 (cento e três milhões, duzentos e quarenta e seis mil, trezentos e sessenta e oito reais), para atender aos impactos financeiros decorrentes dos Projetos de Lei nº 319/2007, nº 6.613/2009 e nº 7.749/2010, em tramitação no Congresso Nacional. (...) 5. Tomo, por fim, a liberdade de relembrar que a proposta deverá, nos mesmos termos em que foi formulada, ser inteiramente incorporada ao projeto de lei orçamentária anual para o exercício de 2012, consoante o entendimento que, firmado por esta Corte na Sessão Administrativa de 2 de agosto de 1989, reafirmado na Sessão Administrativa de 4 de agosto de 1999 e, agora, reiterado na Sessão Administrativa de 3 de agosto de 2011, assentou a competência constitucional exclusiva do Poder Legislativo para deliberação final sobre as propostas orçamentárias encaminhadas pelos tribunais. (grifou-se)

Apesar disso, em decorrência de grave omissão inconstitucional da Presidência da República, o Projeto de Lei Orçamentária de 2015 (13/2014-CN) veiculado pela Mensagem Presidencial anexa, e respectivo Anexo V, previsto no artigo 165, III, da Constituição12, não trouxe a previsão de recursos para atender aos impactos financeiros decorrentes dos projetos de lei mencionados.

A inconstitucionalidade é ratificada pela Mensagem EM nº 00143/2014 MP, de 27 de agosto de 2014 (anexa), da Ministra do Planejamento, em que confirmou:

3. Cumpre-me ainda informar a Vossa Excelência que o Tribunal de Contas da União, o Poder Judiciário, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público da União encaminharam ao Poder Executivo propostas de elevação de remuneração do seu funcionalismo e de criação/provimentos de cargos e funções, objeto dos PLs nos 7.50, de 2006, 319, de 2007, 6.613 e 6.697, de 2009, 7.429 e 7.785, de 2010; 2.201, de 2011; 5.426, 5.491, 6.218 e 6.230, de 2013; 7.717, 7.784 e 7.904, de 2014; e da PEC 63, de 2013, além de passivos administrativos, com impacto total de cerca de R$ 16,9 bilhões em 2015.

4. Tais propostas, em sua maioria, não puderam ser contempladas no projeto de lei orçamentária ora encaminhado em razão do cenário econômico atual, no qual o Brasil necessita manter um quadro de responsabilidade fiscal que permita continuar gerando resultados primários compatíveis com a redução na dívida pública em relação ao PIB e com a execução de investimentos e de políticas sociais, garantindo, assim, o controle da inflação e os estímulos ao investimento e ao emprego. [...]

6. Todavia, em atendimento ao princípio republicano da separação dos Poderes, e cumprindo dever constitucional, envio, em anexo, as proposições originalmente apresentadas pelo Tribunal de Contas da União, pelo Poder Judiciário, pela Defensoria Pública da União e pelo Ministério Público da União.

Portanto, é evidente a omissão inconstitucional, revelada no anexo V da proposta que acompanha Mensagem da Presidência nº 387, de 2012, e nos demais documentos e o histórico de tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PL

12Constituição da República: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: (…) III - os orçamentos anuais.

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24/2012-CN), que se repete desde 2011, devidamente mencionados e documentados.

O ato viola direito líquido e certo dos substituídos ao contrariar o comando dos artigos 2º, 99, parágrafos e incisos, 84, XXIII, 165, III, § 5º, I, e § 6º, 166 e parágrafos, todos da Constituição da República, que exigem que as propostas do Poder Judiciário sejam, nos mesmos termos em que foram formuladas, inteiramente incorporadas ao projeto de lei orçamentária anual, conforme – para o caso específico – decidiu a Suprema Corte, em Sessão Administrativa de 3 de agosto de 2011.

Processo nº 345.322 - aprovar, por unanimidade, a proposta orçamentária para o exercício de 2012, no montante de R$ 614.073.346,00, a ser encaminhada ao Poder executivo para inclusão no Projeto de Lei Orçamentária Anual. A Corte reiterou o decidido na Sessão Administrativa de 2 de agosto de 1989 e reafirmado na Sessão Administrativa de 4 de agosto de 1999, nas quais, interpretando o disposto nos artigos 99 e parágrafos, 84, inciso XXIII, 165, inciso III, parágrafos 5º, inciso I, e 6º, 166 e parágrafos, todos da Constituição Federal de 1988, referentes à autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário, assentou que as propostas orçamentárias dos Tribunais devem, nos termos de sua formulação, ser integralmente incorporadas pelo Poder Executivo ao Projeto de Lei Orçamentária Anual, que será enviado ao Congresso Nacional.

Embora a omissão, aparentemente, não constitua impedimento à aprovação dos projetos de lei, a falta de autorização orçamentária torna inexequíveis as leis no mesmo exercício em que sancionadas, conforme decidiu a Suprema Corte13.

Daí que a omissão inconstitucional afeta diretamente o direito da categoria representada pelos impetrantes, consistente no encaminhamento dos projetos de lei que reestruturam e reajustam suas remunerações, conforme a competência exercida pelo Poder Judiciário da União.

Em outras palavras: ao não encaminhar e contemplar a proposta orçamentária no modelo elaborado pelos órgãos judiciários, a omissão combatida impede que os projetos de lei que beneficiam os substituídos se tornem realidade para 2015, em contrariedade com a inclusão já determinada no orçamento original pela autoridade competente.

A despeito dos efeitos negativos sobre a autonomia do Judiciário advindos da glosa da proposta orçamentária encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal, veja-se o parecer da Diretor-Geral da Corte contido no Ofício nº 138/GP, de 2 de setembro de 2014 (anexo), pois denuncia um corte indevido de aproximadamente R$

149.340.886,00, vale dizer, um corte de 96% do orçamento necessitado pelo Judiciário:

Senhor Secretário-Geral,

13 ADI 1243 MC, Relator Min. Sydney Sanches, Tribunal Pleno, julgado em 17/08/1995, DJ 27/10/1995; ADI 1428 MC, Relator Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, julgado em 01/04/1996, DJ 10/05/; ADI 3599, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2007, DJe-101 13/09/2007.

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Página 6 de 16 Para conhecimento, comunico a Vossa Excelência que o Supremo Tribunal Federal, em cumprimento ao disposto no artigo 99, § 2º, inciso I, da Constituição Federal, encaminhou recentemente ao Poder Executivo a proposta orçamentária para o exercício de 2015.

2. Naquela proposta, fez constar do Anexo V os acréscimos de despesas de pessoal referentes a diversos projetos de lei encaminhados ao Congresso Nacional, totalizando, nesse anexo, R$ 154.894.158,00 [...]

3. Todavia, relativamente ao Anexo V, tive conhecimento de que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) somente anuiu com os acréscimos atinentes aos Projetos de Lei nº 4.359/2012 e nº 5.382/2013 (ambos sobre criação de cargos de confiança e funções comissionadas no quadro de pessoal do STF), tendo o Poder Executivo feito o encaminhamento ao Congresso Nacional com o montante de apenas R$ 5.553.272,00 [...]

4. Considerando a importância das matérias tratadas nos diversos Projetos de Lei não atendidos – dentre os quais destaco os Projetos de Lei nº 6.613/2009 (plano de carreira de servidores), nº 5.426/2013 (reajuste para cargos em comissão) e nº 6.218/2013 (recomposição do subsídio da magistratura) -, sou de opinião que tais supressões impõem severos obstáculos ao bom desenvolvimento de condições adequadas para que o Supremo Tribunal Federal exerça, com maior eficiência, a missão institucional determinada pela Constituição Federal.

Logo, deve ser sanada a omissão cometida pela Presidência da República e pelo Congresso Nacional que gera lesão à legítima expectativa dos substituídos, consistente na garantia de terem inseridos os projetos que reajustam sua remuneração e reestruturam seus cargos, diante da necessidade demonstrada pelo Poder competente para a elaboração o projeto.

Não é nova essa investida inconstitucional do Executivo sobre a autonomia orçamentária do Poder Judiciário.

Por exemplo, sobre essa inconstitucionalidade do Executivo acerca da merecida e demorada majoração dos salários dos servidores, tramita perante o Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 18, que já teve parecer da Procuradoria-Geral da República onde foi percebida a ilegítima manobra. É a ementa do Parecer nº 6.753-PGR-RG, de 19 de abril de 2012 (anexo):

Ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Proposta orçamentária do Poder judiciário não incluída na consolidação realizada pelo Executivo e encaminhada ao Legislativo. Lei orçamentária anual já publicada e em curso. Hipótese de inconstitucionalidade por comissão. Fungibilidade que se admite. Ofensa à autonomia do Judiciário e ao devido processo legislativo. Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, com exortação da Presidente da República em relação à proposta orçamentária de 2013. Parecer pelo conhecimento da ação e pela procedência do pedido nos termos acima indicados.

Em épocas passadas, inúmeras ações judiciais foram intentadas perante o Supremo Tribunal Federal a fim de sanar tal ilegalidade, sendo que a Corte Constitucional determinou a observância da proposta orçamentária enviada pelos órgãos

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financeiramente autônomos, como exemplifica a seguinte decisão:

Considerando a documentação anexada pela Presidência da República, oficie-se às Mesas das Casas do Congresso Nacional para que apreciem a proposta de orçamento do Ministério Público da União, em anexo à Mensagem nº 355/2011, oficialmente elaborada, como integrante do projeto de lei que 'Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2012'. Publique-se.

Intimem-se. (decisão do Relator Min. Luiz Fux nos autos do MS nº 30.910, DJe 19/12/2011).

Deve, portanto, a Presidência da República responder pela omissão, com declaração da inconstitucionalidade decorrente da inércia não permitida pela Constituição, a partir dessa Suprema Corte, que também deverá determinar ao Congresso Nacional a adoção de providências necessárias para incluir no Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2015, independentemente da omissão da iniciativa, a proposta orçamentária exatamente conforme foi enviada pelos órgãos do Poder Judiciário da União.

2. DO CONHECIMENTO

O cabimento desta ação decorre do contido no artigo 102, I, “a”, e § 2º14, porquanto se tem ausente “medida para tornar efetiva norma constitucional”. Medida esta que deveria ter sido e não foi adotada pela Presidência da República, cuja omissão revela violação dos artigos 2º, 99, parágrafos e incisos, 84, XXIII, 165, III, § 5º, I, e § 6º, 166 e parágrafos, todos da Constituição da República, conforme se discute a seguir.

Para ater-se ao cabimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão em decorrência do non facere ou non praestare da Presidência da República no desencadear do processo legislativo, lembre-se lição do ministro Gilmar Mendes:

Não parece subsistir há dúvida de que a concretização da Constituição há de ser efetivada, fundamentalmente, mediante a promulgação de lei. (…)

A omissão legislativa constitui, portanto, objeto fundamental da ação direta de inconstitucionalidade em apreço.

Esta pode ter como objeto todo o ato complexo que forma o processo legislativo, nas suas diferentes fases. Destinatário principal da ordem emanada pelo órgão judiciário é o Poder Legislativo. O sistema de iniciativa reservada, estabelecido na Constituição Federal, faz com que a omissão de outros órgãos que têm competência para desencadear o processo legislativo, seja também objeto dessa ação direta de inconstitucionalidade.

No caso de iniciativa reservada, não há dúvida de que a ação direta de inconstitucionalidade por omissão buscará, em primeira linha, desencadear o processo

14 Constituição da República: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (…) § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.”

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E a omissão inconstitucional da Presidência da República é de fato verificada no Anexo V do PL 13/2014-CN, que revela a ausência de identidade orçamentária16 com a versão da proposta remetida pelos órgãos do Poder Judiciário da União, segundo confirma o parecer da Direção-Geral do Supremo Tribunal Federal, exemplarmente citado.

Sem as previsões referentes aos projetos de lei de interesse dos servidores, não poderão ser efetivados os seus comandos de índole financeira. Portanto, é manifesto o interesse de agir e a legitimidade (artigo 103, IX17, da Constituição da República), com pertinência temática.

Com efeito, a Autora é associação nacional que reúne analistas e técnicos judiciários dos quadros de pessoal do Poder Judiciário da União, com associados nas 27 unidades da Federação,18 devidamente constituída, com estatuto registrado e arquivado desde 14 de agosto de 2003 (anexo).19

É, pois, legítima para a propositura desta ação, visto que os direitos aqui defendidos fazem parte do rol cuja defesa foi estatutária e constitucionalmente designada a este tipo de entidade.

O interesse na proteção do direito material de fundo sob apreciação – reajuste da carreira previsto nos projetos de lei cujas dotações foram omitidas no PLOA/2015 – é da associação Autora, porque, além de caracterizar formalmente entidade de classe de âmbito nacional, tem na omissão ventilada lesão constitucional material que (i) impede a aprovação dos projetos, (ii) atinge a formatação da República, bem como (iii) viola a autonomia dos órgãos a que estão vinculados todos os analistas e técnicos, cujas tabelas remuneratórias são idênticas na Lei 11.416, de 200620.

Além disso, há evidente pertinência temática entre o objeto desta ação e a função da Autora, defensora nacional da categoria envolvida, ajustando-se o pólo ativo

15 Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco. Curso de direito constitucional. São Paulo, Saraiva, 2007, p.

1128, 1129 e 1130.

16 Os valores informados no Anexo V são menores que aqueles remetidos pelo STF, por não preverem os reajustes de projetos de lei em tramitação.

17 Constituição da República: “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (...) IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.”

18 “Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade, a entidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenha representação em, pelo menos, nove Estados da federação, nem represente toda a categorial profissional, cujos interesses pretenda tutelar.” (ADI 3.617-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-5-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011.)

19 Os estatutos estão registrados no Cartório Marcelo Ribas, 1º Ofício de Registro de Pessoas Jurídicas, localizado no Edifício Venâncio 2000, SCS, quadra 08, sala 140-E, 1º andar, Brasília, DF, mediante lançamento sob o número 00006858 do livro nº A-14, protocolado e microfilmado sob nº 00090036

20 As carreiras de analistas (nível superior) e técnicos (nível médio) são compostas pelos cargos de mesmo nome com tabelas unificadas e distribuídas entre classes e padrões de A-1 até C-15. Logo, independente da área e especialidade de enquadramento do analista e do técnico judiciário, há apenas esses dois cargos de nível superior e médio, compreendendo as duas carreiras nacionais, portanto a decisão desta ADI reúne analistas e técnicos que modelam todos os cargos (independente das áreas e especialidades).

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aos comandos do inciso IX do artigo 103 da Constituição da República e dos artigos 2º, IX, e 12-A21 da Lei 9.868, de 1999, bem como à interpretação do Supremo Tribunal Federal22.

Logo, deve ser conhecida esta ação direta de inconstitucionalidade por omissão, cuja discussão de mérito é singela e autoriza a procedência dos pedidos, conforme se passa a demonstrar, a partir da quase textual dos artigos da Constituição da República.

3. DO DIREITO

De início, deve-se observar que a Lei 9.868, de 1999, foi alterada em questões fundamentais pela Lei 12.063, de 2009, especialmente naquilo que cuida da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO), permitindo maior efetividade à decisão jurisdicional.

Com efeito, para além da ADO sem eficácia, os artigos 12-F23 e 12-H24 da Lei 9.868 informam que no âmbito deste instrumento do controle concentrado de constitucionalidade é possível adotar medida cautelar para determinar ao Poder omisso

“providência a ser fixada pelo Tribunal” (12-F). A tutela jurisdicional também permite a

21 Lei 9868/99: “Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.”

22 EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 51 DA LEI 15.301, DE 10 DE AGOSTO DE 2004, DO ESTADO DE MINAS GERAIS. APLICAÇÃO IMEDIATA DE SUSPENSÃO PREVENTIVA A SERVIDOR DA POLÍCIA CIVIL, ASSIM QUE RECEBIDA DENÚNCIA PELA PRÁTICA DE DETERMINADOS CRIMES.

VIOLAÇÃO ÀS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (INCISOS LIV E LV DO ART. 5º DA CF). 1. A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil tem legitimidade para a propositura da ação direta, pois constitui entidade de classe de âmbito nacional, congregadora de

“todos os delegados de polícia de carreira do país, para defesa de suas prerrogativas, direitos e interesses” (inciso IX do art. 103 da Constituição Federal). Presença do requisito da pertinência temática entre as finalidades da agremiação e o objeto da causa. 2. As regras da Lei 5.406/1969 e do art. 51 da Lei 15.301/2004, ambas do Estado de Minas Gerais, não integram um único sistema normativo ou um mesmo núcleo deôntico. Daí não ser inócua a declaração de inconstitucionalidade do art. 51 da Lei 15.301/2004. Preliminar de inépcia da inicial afastada. 3. O Poder Legislativo detém a competência de emendar todo e qualquer projeto de lei, ainda que fruto da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo (art. 48 da CF). Tal competência do Poder Legislativo conhece, porém, duas limitações: a) a impossibilidade de o Parlamento veicular matéria estranha à versada no projeto de lei (requisito de pertinência temática); b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei de iniciativa do Executivo, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 166, implicarem aumento de despesa pública (inciso I do art.

63 da CF). Hipóteses que não se fazem presentes no caso dos autos. Vício de inconstitucionalidade formal inexistente. 4. A suspensão preventiva dos membros da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais está a se revelar como conseqüência automática do recebimento da denúncia pelo Poder Judiciário. Automaticidade que viola as garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (incisos LIV e LV do art. 5º).

Existência de outra lei estadual que adota idêntica medida cautelar administrativa, admitindo a suspensão, pelo prazo máximo de noventa dias, no curso de um processo administrativo específico, garantidos o contraditório e a ampla defesa. 5. Ação direta que se julga procedente.

(ADI 3288, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 13/10/2010, DJe-037 DIVULG 23-02- 2011 PUBLIC 24-02-2011 EMENT VOL-02470-01 PP-00025)

23 Lei 9.868/99: Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. § 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.

24 Lei 9.868/99: “Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias.”

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“adoção das providências necessárias” (12-H).

Trata-se de técnica de decisão que vai além do mero “apelo ao legislador”, trazendo eficácia a esta ação direta de inconstitucionalidade, a evitar que as violações negativas do texto constitucional permaneçam sem solução pela jurisdição, a configurarem “inaceitável processo de desrespeito à Constituição”, conforme ensina o ministro Celso de Mello:

“(…) O DESPREZO ESTATAL POR UMA CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA REVELA- SE INCOMPATÍVEL COM O SENTIMENTO CONSTITUCIONAL RESULTANTE DA VOLUNTÁRIA ADESÃO POPULAR À AUTORIDADE NORMATIVA DA LEI FUNDAMENTAL. - A violação negativa do texto constitucional, resultante da situação de inatividade do Poder Público - que deixa de cumprir ou se abstém de prestar o que lhe ordena a Lei Fundamental - representa, notadamente em tema de direitos e liberdades de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais), um inaceitável processo de desrespeito à Constituição, o que deforma a vontade soberana do poder constituinte e que traduz conduta estatal incompatível com o valor ético- jurídico do sentimento constitucional, cuja prevalência, no âmbito da coletividade, revela-se fator capaz de atribuir, ao Estatuto Político, o necessário e indispensável coeficiente de legitimidade social. (…)”

(ADI 1442, Relator Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2004, DJ 29-04-2005 PP-00007 EMENT VOL-02189-1 PP-00113 RTJ VOL- 00195-03 PP-00752)

A evitar isso, é possível a imediata determinação cautelar do Supremo Tribunal Federal para que a Presidência da República inclua no Anexo V do PL 13/2014 – CN e artigos a ele vinculados a previsão orçamentária necessária para a implantação dos projetos de lei que visam a reestruturação das carreiras dos substituídos, conforme proposta orçamentários dos órgãos do Poder Judiciário.

Seja para o provimento sumário ou ao exauriente, a urgência, relevância e a certeza necessária dos argumentos que incidem sobre o suporte fático devidamente comprovado nesta medida, reúnem os artigos 99, §§ 1º e 2º, incisos I e II, 84, XXIII, 165, III, §§ 5º e 6º, 166 e 2º da Constituição da República de 1988.

O artigo 99, cabeça, § 1º e § 2º, incisos I e II25 da Constituição da República de 1988 garante ao Poder Judiciário “autonomia orçamentária e financeira”, estabelecendo aos Tribunais a elaboração de seus projetos, competindo aos Presidentes do STF, Tribunais Superiores e TJDFT, no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário da União, o encaminhamento da proposta.

As previsões se chocam com a omissão da Presidência da República, que não encaminhou a proposta estipulada pelos titulares da elaboração deste ponto do

25 Constituição da República: “Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;”

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anteprojeto, violando-se diretamente a autonomia (cabeça) e a competência (§§ 1º e 2º) dos órgãos previstos nos incisos I e II do § 2º do artigo 99.

Em convergência, o artigo 84, XXIII26 não foi cumprido porque, ao enviar as propostas orçamentárias previstas na Constituição, a Presidente da República alterou seu conteúdo original daquela prevista no artigo 99.

A alteração viola a regra constitucional em questão, porque não se apresenta a situação de exceção aos limites da Lei de Diretrizes Orçamentárias ou da Lei de Responsabilidade Fiscal, o projeto original de orçamento dos tribunais atende aos dois requisitos, portanto deve ser inserido integralmente no PL 13/2014–CN e seu Anexo V.

Não há dúvida de que houve ofensa ao artigo 165, III, §§5º e 6º27, porque ao não contemplar a integralidade do orçamento apresentado pelo Poder Judiciário, a Presidência da República afastou do Projeto de Lei Orçamentária de 2015 o devido orçamento fiscal e suas conseqüências financeiras e tributárias.

A contrariedade ao artigo 166, § 6º28 resgata a violação ao artigo 84, XIII, estabelecendo que o projeto de lei orçamentária anual será enviado (não admite alteração da proposta do Poder Judiciário) pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, porém isso não ocorre quando o referido projeto não contempla o orçamento anual na formatação encaminhada pelos órgãos do Poder Judiciário da União, excluindo verba essencial para reajustes que tramitam sem o aporte financeiro exigido. A exclusão não atende ao envio constitucional, porque altera o projeto, antes do encaminhamento.

Por fim, as previsões constitucionais violadas representam medidas de equilíbrio entre Poderes “independentes e harmônicos entre si”, cuja separação é essencial à República, conforme prevê o artigo 2º29 de sua Constituição.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é conforme a pretensão, da qual se cita alguns exemplos:

(…) 4. O Poder Executivo Estadual, no entanto, vem manifestando intenção de reduzir drasticamente o orçamento do Poder Judiciário, conforme ofício do Secretário

26 Constituição da República: “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;”

27 Constituição da República: “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão (...) III - os orçamentos anuais. (...) § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.”

28 Constituição da República: “Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. (...) § 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

29 Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

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Página 12 de 16 Especial do Gabinete de Orçamento e Finanças e Diretor de Programação Orçamentária (doc. 08) e, quedando sem êxito todas as tratativas para chegar-se a um consenso, o primeiro impetrado encaminhou a proposta orçamentária do Estado à Assembléia Legislativa reduzindo unilateralmente, sem qualquer critério, a proposta orçamentária do Judiciário, repetindo simplesmente os valores nominais orçados, fato que inviabilizará o funcionamento regular da Justiça no exercício de 2001 e do qual decorre a vulneração do artigo 99, §§ 1º e 2º, II, da Constituição Federal, que confere autonomia administrativa e financeira ao Poder Judiciário, bem assim dos princípios da independência e harmonia dos Poderes (CF, artigo 2º, 60, § 4º, III). (…) 8. A matéria não é nova no Supremo Tribunal Federal. O eminente Ministro CARLOS VELLOSO, em caso similar, entendeu que "ao Tribunal de Justiça, na forma do disposto no artigo 99, §§ 1º e 2º, II, da Constituição Federal, cabe aprovar a proposta orçamentária do Poder Judiciário do Estado, que será remetida ao Chefe do Poder Executivo, a fim de ser incorporada, nos próprios termos em que aprovada, ao projeto de lei orçamentária da iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Este não poderá, de forma unilateral, efetuar cortes na proposta orçamentária do Poder Judiciário. O que poderá fazer é solicitar à Assembléia Legislativa que o faça, dado que o Poder Legislativo é, em linha de princípio e observada a regra da razoabilidade, quem autoriza receitas e despesas" (MS nº 22.685, medida liminar, DJ de 19.12.96). No mesmo sentido:

MS nº 22.390, CARLOS VELLOSO, DJ de 25.06.97; MS nº 23.277, SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 26.11.98, dentre outros. (…)

(MS 23.783 MC, Relator Min. MAURÍCIO CORRÊA, julgado em 05/10/2000, publicado em DJ 11/10/2000 p - 00011)

1 - Cuida-se de mandado de segurança, com pedido de medida liminar, impetrado contra ato do Governador do Estado do Amapá que suspendeu a execução da lei orçamentária estadual nº 456/99 e, sem a oitiva do impetrante, promulgou a Lei nº 483 que reduziu drasticamente o percentual limite para as propostas orçamentárias dos órgãos judiciários para o ano 2000. Foi deferida a liminar por meu eminente antecessor Min. Octavio Gallotti em despacho assim redigido: "1 - Relevante se mostra, ao primeiro exame, a fundamentação jurídica da alegação oposta pelo impetrante à legitimidade da suspensão, por ato unilateral do Poder Executivo, da execução da Lei de Diretrizes Orçamentárias, seguida do envio, pelo Governador, de novo projeto, de cuja elaboração não participou o Tribunal de Justiça, afinal aprovado pela Assembléia com redução do anterior percentual de limite mínimo orçamentário, atribuído ao Poder Judiciário. 2 - Presente, igualmente, o requisito do perigo da demora, defiro o requerimento da medida liminar nos termos em que formulado às fls. 11/12, ou seja, para que, até o julgamento do presente mandado de segurança, se execute o orçamento do ano anterior (1999), em relação ao Poder Judiciário do Estado do Amapá." (fl. 51) (…)"(MS 23.589, Relatora Min. ELLEN GRACIE, julgado em 14/08/2002, publicado em DJ 21/08/2002 PP-00027)

JUDICIÁRIO - PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA - CONSOLIDAÇÃO PELO EXECUTIVO - IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO POR ESTE ÚLTIMO - PRECEDENTES DO SUPREMO - LIMINAR DEFERIDA. (…) Já em 1989, diante de tentativa do Poder Executivo de alterar o que remetido pelo Judiciário Federal para compor a proposta orçamentária da União, o Supremo pronunciou- se, sob a presidência do ministro Néri da Silveira, no sentido da impossibilidade da prática, ficando assentado que incumbe aos Tribunais de que trata o artigo 99,

§ 2º, da Lei Maior da República aprovar os respectivos orçamentos, que, enviados ao Poder Executivo, haverão de ser incorporados ao projeto de lei

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Página 13 de 16 orçamentária, da forma em que aprovados. (…) Em síntese, está-se diante de ingerência incabível do Poder Executivo no Judiciário do Rio Grande do Sul. O que aprovado por este último, quanto ao orçamento, deve ser submetido ao Legislativo local. 3. Defiro a liminar nos termos em que pleiteada, ou seja, para que a Governadora do Estado do Rio Grande do Sul proceda ao aditamento à proposta orçamentária para 2008 considerada a diferença entre o que inserido e o valor total encaminhado pelo Tribunal de Justiça. Também acolho o segundo pedido, suspendendo, até que ocorra o aludido aditamento, o processo legislativo referente ao projeto de lei orçamentária para o exercício de 2008. 4. Solicitem informações à Governadora e à Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. (…)

(AO 1482, Relator Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 24/09/2007, publicado em DJe-113 DIVULG 28-09-2007 PUBLIC 01-10-2007 DJ 01/10/2007 PP-00017)

(…) 14. O Supremo Tribunal Federal entende, desde o primeiro processo de elaboração orçamentária sob a Constituição de 1988, que incumbe aos Tribunais de que trata o art. 99, § 2º, do Texto Constitucional, aprovar seus respectivos orçamentos, os quais, remetidos ao Poder Executivo, devem ser incorporados ao Projeto da Lei Orçamentária, nos próprios termos em que aprovados. 15. Não cabe ao Chefe do Poder Executivo de Estado-membro, unilateralmente, efetuar cortes na proposta orçamentária do Poder Judiciário. (…)

(AO 1491, Relator Min. EROS GRAU, julgado em 28/11/2007, publicado em DJe-154 DIVULG 03/12/2007 PUBLIC 04/12/2007 DJ 04/12/2007 PP-00031)

Nesse sentido as seguintes decisões monocráticas: MS n. 23.277, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 26.11.98; MS n. 22.390, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 25.6.97; MS n. 22.685, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 19.12.96; e MS n. 24.380, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 23.10.02.

Por fim, para infirmar as declarações que tentam legitimar o ato omissivo, é importante destacar que os servidores do Poder Judiciário da União não são destinatários de privilégios com reajustes acima da variação inflacionária, porque desde janeiro de 1995 só receberam duas revisões gerais de remuneração, uma a partir de janeiro de 2002 (apenas 3,5%) e outra a partir de janeiro de 2003 (apenas 1%).

A divulgação sobre supostos efeitos financeiros graves dos mencionados projetos de lei é deturpada pela idéia de que os servidores recebem reajustes superiores ao necessário, o que evidentemente não ocorre, diante da omissão da União sobre o cumprimento do artigo 37, X, fato reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 206130.

Logo, devem ser julgados procedentes os pedidos, não sem antes deferir

30AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. ART. 37, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO DA EC Nº 19, DE 4 DE JUNHO DE 1998). Norma constitucional que impõe ao Presidente da República o dever de desencadear o processo de elaboração da lei anual de revisão geral da remuneração dos servidores da União, prevista no dispositivo constitucional em destaque, na qualidade de titular exclusivo da competência para iniciativa da espécie, na forma prevista no art. 61, § 1º, II, a, da CF. Mora que, no caso, se tem por verificada, quanto à observância do preceito constitucional, desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da edição da referida EC nº 19/98.

(STF, Tribunal Pleno, Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2061/DF, relator Ministro ILMAR GALVÃO, acórdão publicado no DJ de 29/06/2001)

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a medida cautelar, cuja necessidade e possibilidade se passa a demonstrar.

4. DA MEDIDA CAUTELAR

Conforme sustenta o § 1º do artigo 12-F da Lei 9.868/99, “em caso de excepcional urgência e relevância da matéria”, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros”, poderá deferir medida cautelar para “providência a ser fixada pelo Tribunal”.

Doutrinariamente, a medida cautelar encontra amparo em trecho consignado no Curso de Direito Constitucional assinado pelo Ministro Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco:

Na liminar referente ADI 336, concedida parcialmente para suspender os efeitos de dispositivos específicos da Constituição do Estado de Sergipe, até o julgamento final da ação o Supremo Tribunal Federal inaugurou jurisprudência no sentido de que a concessão da liminar pode ocorrer nos casos de omissão parcial (liminar julgada em 24-9-1990). No mesmo sentido: ADI 652 (18-12-1991) e ADI 2.040 (15-12-1999).31

A providência sumária consiste em determinar que a Presidência da República apresente emenda modificativa ao PL 13/2014 – CN, inserindo integralmente no seu Anexo V o orçamento dos órgãos do Poder Judiciário da União. Também consiste em determinar ao Congresso Nacional (Comissão Mista Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) que aprecie o Anexo V considerando a proposta integral original elaborada pelo STF, Tribunais Superiores e Tribunal de Justiça do Distrito Federal, na formatação encaminhada por seus presidentes.

A urgência e a relevância excepcionais se justificam pelo apertado Cronograma do PLOA 2015, que deve finalizar os debates e consolidação até o final do exercício..

Embora o STF apresente competência para ordenar o suprimento da omissão a qualquer momento, a cautelar que antecipasse a decisão para antes do início da votação do PL 13/2014 – CN na CMO atende de forma mais adequada e menos traumática o provimento necessário, resultante dos pedidos desta ação.

Com efeito, se não for adotado o procedimento para medida cautelar, o artigo 6º, parágrafo único32 da Lei 9.868/99 concede 30 (trinta) dias para prestação de informações das autoridades ou órgãos arrolados, o que demandaria o primeiro ato (pendente ainda a manifestação do Procurador-Geral da República e, se for o caso, do Advogado-Geral da União) para depois do início da votação do relatório da receita e suas

31 Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p.

1135

32 Lei 9.868/99: “Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do pedido.”

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emendas.

Como se está diante do projeto de lei orçamentária anual, a excepcionalidade do caso remete à necessidade de que se adote o procedimento cautelar inicial, para que seja deferida, nos termos da cabeça do artigo 12-F da Lei 9.868/99,

“após audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias”.

5. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pede:

(a) com fulcro no artigo 12-F (cabeça e § 1º) da Lei 9.868/99, o deferimento de medida cautelar para:

(a.1) determinar à Presidenta da República que apresente emenda modificativa ao Anexo V do PL 13/2014 – CN (PLOA 2015), prevalecendo o orçamento encaminhado pelos órgãos do Poder Judiciário da União em sua integralidade, com inclusão dos recursos necessários para a implantação em 2015 dos projetos de lei que reestruturam a carreira dos substituídos;

(a.2) determinar ao Congresso Nacional (Comissão de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização), que, na análise do PL 13/2014 – CN, considere e aprove o orçamento dos órgãos do Poder Judiciário da União na sua formatação original encaminhada à Presidência da República, com inclusão dos recursos necessários para implantação em 2015 dos projetos de lei que reestruturam a carreira dos substituídos;

(b) a notificação dos Requeridos para que apresentem informações, no prazo de até 30 (trinta) dias, conforme artigo 6º, parágrafo único c/c artigo 12-E da Lei 9.868/99;

(c) a intimação do Procurador-Geral da República, para que se manifeste no prazo de até 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, § 3º;33

(d) o julgamento de procedência dos pedidos, para confirmar a cautelar deferida e, com base na violação aos artigos 99, §§ 1º e 2º, incisos I e II, 84, XXIII, 165, III, §§ 5º e 6º, 166 e 2º da Constituição da República de 1988:

(d.1) declarar a inconstitucionalidade por omissão da Presidência da República, em decorrência da ausência, no Anexo V do PL 13/2014 –

33 Lei 9868/99: “(...) § 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações”

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CN, da integral da proposta orçamentária original dos órgãos do Poder Judiciário da União, para 2015, contendo os recursos para os projetos de lei que reestruturam a carreira dos substituídos;

(d.2) determinar à Presidência da República que apresente emenda modificativa ao Anexo V do PL 13/2014 – CN (PLOA 2015), contendo o orçamento original elaborado e encaminhado pelos órgãos do Poder Judiciário da União em sua integralidade, para 2015, com inclusão dos recursos necessários para a implantação dos projetos de lei que reestruturam a carreira dos substituídos;

(d.3) determinar ao Congresso Nacional (Comissão de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização), que – na análise do PL 13/2014 – CN – considere e aprove o orçamento dos órgãos do Poder Judiciário da União na sua formatação original encaminhada à Presidência da República, com inclusão dos recursos necessários para implantação em 2015 dos projetos de lei que reestruturam a carreira dos substituídos;

(e) a juntada dos documentos anexos e a expedição das publicações em nome do advogado Rudi Meira Cassel, OAB/DF 22.256, nos termos do artigo 236, § 1º, do Código de Processo Civil, sob pena de nulidade34, conforme a jurisprudência35..

Brasília - DF, 11 de setembro de 2014.

[assinado eletronicamente]

Rudi M. Cassel OAB/DF nº 22.256

34 Código de Processo Civil: “Art. 236. (…) § 1º É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação. (…)”

35 “É inválida intimação efetuada em nome de apenas um dos advogados constituídos nos autos se existe pedido expresso para que a publicação seja realizada em nome de outro patrono.” (STJ, AgRg no Ag 1255432, ministro João Otávio de Noronha, 4ª Turma, j. 24/08/2010, DJe 09/09/2010)

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