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PORTUGÊS PARA ICMS-SP (TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS) PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA

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Academic year: 2021

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, prezado aluno!

Nesta aula 1, trataremos de uma classe gramatical que a FCC adora abordar em prova: verbo (flexão de número e pessoa, emprego de tempos e modos verbais, vozes do verbo). Leia alguns conceitos iniciais sobre o assunto:

Classe Gramatical Definição

Verbo

É a palavra que designa um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe gramatical mais rica em variação de formas. Pode mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número e voz. No dicionário, são encontrados no modo infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser, amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) / Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.

(mudança de estado) / Choveu forte.

(fenômeno)

Verbo é a classe de palavras mais rica em flexões: tempo, modo, número, pessoa e voz. Além dessas categorias, há o aspecto verbal, ou seja, o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo. Pode ele considerá-la concluída (observada no seu término, no seu resultado) ou não concluída (observada na sua duração, na sua repetição).

FLEXÕES VERBAIS

• Voz

1. ATIVA indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.

Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

2. PASSIVA indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.

Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

(2)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 2 ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.

2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.

Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.

As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz passiva sem agente da passiva.

3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e pronominal ou sintética.

Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal no particípio = analítica.

Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + pronome SE = sintética.

Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’

(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASIVA

Sujeito Pacientes

afetados pela síndrome

Agente da

passiva

pelos pacientes afetados pela síndrome

Verbo transitivo direto

ultrapassaram (o quê?)

Locução verbal (voz passiva analítica)

foi ultrapassada

Objeto direto

a fronteira da adaptabilidade às demandas

Sujeito paciente

A fronteira da adaptabilidade às demandas

(3)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 3 1. (FCC/2012/TRT 6ª Região (PE)/Técnico Judiciário/Área Administrativa)

“...mas exige em troca um punhado de moedas de ouro.”

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

(A) são exigidos.

(B) é exigida.

(C) é exigido.

(D) foi exigido.

(E) foram exigidas.

Comentário – A primeira coisa a fazer é destacar o objeto direto do verbo

“exige”: “um punhado de moedas de ouro”. Ele se tornará o sujeito paciente.

O próximo passo é identificar o tempo e o modo da forma verbal “exige”:

presente do indicativo. A mesma flexão deverá ser assumida pelo verbo auxiliar da locução verbal. Portanto temos o seguinte: “...mas um punhado de moedas de ouro é exigido em troca”.

Resposta –

Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:

a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE = sujeito indeterminado

b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE = sujeito indeterminado

c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO + SE = sujeito indeterminado

d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

3. REFLEXIVA indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo sujeito ao mesmo tempo.

Ex.: Não me considero tão importante.

(4)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 4 Reservamo-nos o direito de ficar calado.

Ele se deu um presente.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e representa a mesma pessoa do sujeito.

2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando, conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo etc.

Ex.: Feri-me a mim mesmo.

Julgai-vos a vós mesmos.

3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.

Ex.: Os amigos se cumprimentaram.

Amavam-se um ao outro.

• Número e Pessoa

1ª 2ª 3ª singular eu tu ele/ela plural nós vós eles/elas

• Modo e Tempo

Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.

Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento (durante o ato da comunicação, antes ou depois dele).

MODOS TEMPOS SIMPLES

indicativo

Presente (tenho)

Pretérito

perfeito (tive)

imperfeito (tinha) mais-que-perf. (tivera)

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 5

Futuro do presente (terei)

do pretérito (teria)

subjuntivo

presente (tenha)

Pretérito imperfeito (tivesse)

futuro (tiver)

imperativo afirmativo (tem tu)

negativo (não tenhas tu)

2. (FCC/2012/MPE-AP/Técnico Ministerial) “inclusão das terras indígenas na conta faz muito sentido, embora os povos que habitam tradicionalmente essas áreas tenham o direito de caçar e pescar nelas, por exemplo.”

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:

(A) Quase metade da Amazônia brasileira pertence hoje à categoria de área protegida...

(B) Em unidades de conservação integral, como parques nacionais, esse número no mesmo período foi de 2,1%.

(C) Vários levantamentos apontam que...

(D) Terras indígenas e unidades de conservação contribuem de modo quase parelho....

(E) Essa dicotomia entre copo meio cheio e meio vazio talvez seja a principal mensagem...

Comentário – O verbo “tenham” está flexionado no presente do subjuntivo (eu tenha, tu tenhas, ele tenha, nós tenhamos, vós tenhais, eles tenham).

Semelhantemente, o verbo “seja” (alternativa E) também está flexionado no mesmo tempo e modo (eu seja, tu sejas, ele seja, nós sejamos, vós sejais, eles sejam). É bom notar que o examinador não exigiu a flexão no mesmo número (singular ou plural).

O verbo “pertence” (alternativa A) está flexionado no presente do indicativo; “foi” (alternativa B), no pretérito perfeito do indicativo;

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 6

“apontam” (alternativa C), no presente do indicativo; e “contribuem”

(alternativa D) também.

Resposta – E

MODOS TEMPOS COMPOSTOS

Indicativo

Pretérito Perfeito (tenho/hei cantado) mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)

Futuro do presente (terei/haverei cantado) do pretérito (teria/haveria cantado)

Subjuntivo

Pretérito Perfeito (tenha/haja cantado)

mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

futuro (tiver/houver cantado)

ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal.

Ex.: Temos estudado muito.

Tinha posto a televisão na sala.

Havíamos chegado tarde.

2. Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar, respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.

3. O tempo composto da voz passiva é formado com o emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio do verbo principal.

Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.

O casal havia sido visto no restaurante.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 7 LOCUÇÃO (OU PERÍFRASE) VERBAL

É o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o principal (o último – que se mantém numa forma nominal: gerúndio, particípio ou infinitivo), e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa, modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar.

Ex.: Ninguém poderá sair. – O juiz deixou de marcar a falta.

Nós estamos estudando. – Ninguém podia estar cantando.

Tínhamos estudado muito para a prova. A questão havia sido anulada pela banca.

EMPREGO DOS MODOS VERBAIS

Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.

Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes, pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.

Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que desejamos.

E por falar no “imperativo”, creio que a tabela abaixo o(a) ajudará a compreender o processo de formação dele.

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

eu cant-o eu cant-e

tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu

ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você

nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós

vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós

eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais como:

1. fato que se realiza no momento do discurso.

Ex.: A turma toda estuda agora.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 8 2. fato permanente

Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.

Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina intensamente.

4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.

Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá brevemente, substituindo o futuro do presente.

Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.

Presidente americano chega amanhã ao Brasil.

ATENÇÃO! Esses dois últimos complicam muitos candidatos.

O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi perfeitamente concluído.

Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

Também é frequente em provas a discussão sobre os aspectos indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores semânticos desse tempo verbal:

1. indica fato que ocorria habitualmente;

Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua uma afirmação ou um pedido;

Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados;

Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi publicado.

linguagem jornalística

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 9 4. denota consequência de um fato hipotético; substitui, nesses casos, o

futuro do pretérito.

Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato passado e anterior a outro também passado.

Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:

Ex.: Quem me dera casar com ela...

O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:

Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.

“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Dentre os valores semânticos do futuro do pretérito do indicativo, destaco:

1. o que indica ação futura em relação a outra no passado.

Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em casa.

2. aquele que indica um fato cuja realização está vinculada a uma condição que não se concretizou antes e que, provavelmente, não se realizará. Nesse caso, é reforçado o caráter hipotético da declaração.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese que poderá ocorrer, ou não.

Caso estudemos mais, obteremos a classificação.

Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 10 Em relação ao subjuntivo, note que os tempos podem indicar hipótese, condição ou vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito ou no futuro.

Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do subjuntivo) Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito do subjuntivo)

Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

FORMAS NOMINAIS DO VERBO

São formas verbais que só exprimem tempo e modo através do contexto e desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios:

Ex.: O brincar alegra as crianças. (substantivo) Cozida, a batata fica mais saborosa. (adjetivo) Venceu na vida trabalhando. (advérbio)

1. Infinitivo É a forma como designamos os verbos. O infinitivo é impessoal quando, não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical e desempenha a função de substantivo. Por outro lado, será pessoal quando, flexionado, referir-se a uma pessoa gramatical. Não transmite nenhuma noção temporal.

Ex.: Minha diversão predileta é dançar. (substantivo)

Estamos felizes por termos conseguido a vitória. (nós: sujeito)

2. Gerúndio Expressa a ação em desenvolvimento.

Ex.: Pessoas sorrindo compunham a foto. (adjetivo) Chegando o dinheiro, viajou. (advérbio)

3. Particípio Assume valor de substantivo e de adjetivo.

Ex.: A chegada do avião foi pontual. (substantivo)

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 11 Os fogos de artifício tornaram a cidade iluminada. (adjetivo)

FORMAS NOMINAIS TEMPOS COMPOSTOS infinitivo

impessoal

cantar ter/haver cantado

infinitivo pessoal

cantar ter/haver cantado cantares teres/haveres cantado cantar ter/haver cantado

cantarmos termos/havermos cantado cantardes terdes/haverdes cantado cantarem terem/haverem cantado gerúndio cantando tendo/havendo cantado particípio cantado

ATENÇÃO! 1. Para as 2ª e 3ª conjugações, a terminação do particípio é ido: vendido, partido.

2. Perceba que não há tempo composto relativo ao particípio.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À FORMA

a) Regular não apresenta irregularidade no radical nem nas desinências, seguindo o paradigma de sua conjugação (cantar – 1ª conjugação; vender – 2ª conjugação; partir – 3ª conjugação)

Ex.: amar, aguar, averiguar, coar, mobiliar, optar, saudar, suar, viajar, beber, unir, atribuir, etc.

ATENÇÃO! 1. Para sabermos se um verbo é regular, precisamos conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo.

Ex.: toc-o, toc-a-s, toc-a, toc-a-mos, toc-a-is, toc-a-m / toqu-e-i, toc-a-ste, toc-o-u, toc-a-mos, toc-a-stes, toc-a-ram

(12)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 12 2. Os verbos terminados em IAR são regulares: vigiar, arriar, etc.

Exceções: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar (MARIO) recebem a letra E nas formas rizotônicas (= a sílaba tônica integra o radical) Ex.: arriar – arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam

odiar – odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam

b) Irregular apresenta irregularidades no radical e/ou nas desinências.

Ex.: caber, fazer, acudir, aderir, atrair, cear, construir, dizer, crer, poder, prover, prever, saber, dar, rir, vir, etc.

perder = perco, perdes, perde fazer = faço, fazes, faz

caber = caibo, cabes, cabe

ATENÇÃO! Os verbos terminados em EAR são irregulares, recebem a letra I nas formas rizotônicas.

Ex.: arrear – arreio, arreias, arreia, arreamos, arreais, arreiam

passear – passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam

c) Anômalo É o verbo que apresenta grandes alterações no radical.

Segundo Luiz Antônio Sacconi, João Domingues Maia, Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto, por exemplo, em português só existem dois: ser e ir.

Entretanto, Celso Cunha registra que a NGB também classifica como anômalo os verbos ter, haver, estar, vir e pôr.

d) Defectivo É o verbo que não possui determinados tempos, modos e pessoas. Incluem-se nesta categoria os verbos impessoais e unipessoais.

Ex.: reaver, precaver, falir, computar, abolir, haver (sentido de existir), nevar, trovejar, trovejar, latir, rugir, etc.

ATENÇÃO! Quando se tratar de sentido conotativo, os verbos que indicam fenômenos da natureza podem ser usados como pessoais.

(13)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 13 Ex.: Os estudantes amanheciam para uma nova época.

e) Abundante é o verbo que apresenta mais de uma forma equivalente, geralmente no particípio.

Ex.: aceitar = aceitado, aceito – prender = prendido, preso – imprimir = imprimido, impresso

ATENÇÃO! 1. O particípio regular é normalmente usado na voz ativa, com os auxiliares ter ou haver.

Ex.: Ele não tinha aceitado as minhas desculpas.

2. O particípio irregular é normalmente usado na voz passiva com os auxiliares ser ou estar.

Ex.: Minhas desculpas não foram aceitas por ele.

3. Admitamos, porém, que essas recomendações não são rigorosamente seguidas, havendo numerosas formas irregulares que se usam tanto na voz ativa como na passiva, e algumas formas regulares também empregadas na voz passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA

Tinha aceitado (aceito) o convite. Os convites foram aceitos.

Tinha elegido (eleito) os candidatos. Os candidatos são eleitos.

Tinha entregado (entregue) a carta. As cartas eram entregues.

Tinha ganhado (ganho) o prêmio. O prêmio foi ganho.

Tinha imprimido (impresso) a obra. Foi impressa a obra.

Tê-lo-iam pegado (pego) de surpresa. O ladrão foi pego pela polícia.

Tinha salvado (salvo) muitas vidas. A vida foi salva.

CORRELAÇÃO VERBAL

Termino a primeira parte da aula com explicações sobre correlação verbal – coerência que, em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a

(14)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 14 expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Veja este exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha lógica?

Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia), um tempo que expressa, entre outras ideias, uma afirmação condicionada (que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.

Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo) de dormir.

A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são concordantes:

1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:

Exijo que você faça o dever.

2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

Exigi que ele fizesse o dever.

3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

Espero que ele tenha feito o dever.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 15 4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do

subjuntivo:

Queria que ele tivesse feito o dever.

5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo:

Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.

8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Quando você fizer o dever, dormirei.

9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:

Quando você fizer o dever, já terei dormido.

A partir de agora, você terá a oportunidade de analisar várias questões de provas anteriores e notar como o assunto é cobrado pela FCC. As mesmas questões estão repetidas no final do material, com o gabarito.

Além disso, aqui você tem um simulado para testar seus conhecimentos sobre o tema estudado hoje. O gabarito dele vem logo em seguida.

3. (FCC/TRT 16ª Região/Analista Judiciário/2009) Verifica-se correta transposição de uma para outra voz verbal no seguinte caso:

(A) os livros continuam em minha biblioteca (3º parágrafo) = os livros têm continuado em minha biblioteca.

(B) podemos acessar os mesmos conteúdos = os mesmos conteúdos podem ser acessados.

(C) dedicou-se à questão (1º parágrafo) = a ela foi dedicada.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 16 (D) se realizam estudos (1º parágrafo) = estudos sejam realizados.

(E) Gravei (...) obras primas (3º parágrafo) = tinham sido gravadas obras primas.

Comentário – Alternativa A: não houve mudança de voz, mas sim de tempo verbal: do presente do indicativo para o pretérito perfeito composto do indicativo.

Alternativa B: aqui está o gabarito. O objeto direto “os mesmos conteúdos” assumiu a função de sujeito-paciente. A locução verbal

“podemos acessar” abrigou o verbo auxiliar “ser” por causa da formação da voz passiva analítica ou verbal. Note que ele assume a forma do verbo principal da voz ativa (“acessar”, infinitivo).

Alternativa C: a passagem alude ao segmento “Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão”. Em outras palavras, “Um congresso recente, em Veneza, foi dedicado à questão”. Nas duas formas, o verbo está na voz passiva (sintética e analítica, respectivamente). Na transformação posposta pela banca examinadora, continua a voz passiva, agora com as seguintes mudanças: de “à questão” para “a ela”; de “dedicado”

para “dedicada”.

Alternativa D: note que a voz passiva continua, apenas deixou de ser sintética ou pronominal para ser verbal ou analítica.

Alternativa E: apesar de constituir uma voz passiva, a segunda sentença não respeita o tempo verbal de “Gravei” (pretérito perfeito do indicativo). A conjugação corresponde ao pretérito mais-que-perfeito composto.

Resposta – B

4. (FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário/2009) Transpondo para a voz passiva a construção Darcy Ribeiro (...) não admitiria a alternativa, a forma verbal resultante será

(A) teria sido admitida.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 17 (B) seria admitida.

(C) teria admitido.

(D) fora admitida.

(E) haveria de admitir.

Comentário – Em que tempo e modo está o verbo na voz ativa? Futuro do pretérito simples do indicativo. Então, na voz passiva (verbal ou analítica), ele ficará no particípio; seu auxiliar (ser, estar, ficar) assumirá o tempo e o modo dele. Na alternativa A, o verbo ser está conjugado no futuro do pretérito composto do indicativo. Na alternativa B, no futuro do pretérito simples do indicativo. Na alternativa C, o verbo admitir continua na voz ativa; apenas foi conjugado no futuro do pretérito composto do indicativo. Na alternativa D, o verbo auxiliar está no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Na alternativa E, a locução verbal caracteriza voz ativa (note que o verbo principal, “admitir”, não está no particípio, mas sim no infinitivo).

Resposta – B

5. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário/2010) A frase que admite transposição para a voz passiva é:

(A) Perto da Igreja, todos os poderosos do mundo parecem diletantes.

(B) A Concordata poderá incluir o retorno do ensino religioso.

(C) Há estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico.

(D) Não são incomuns atos religiosos com finalidade política.

(E) O Brasil é um país estratégico para a Igreja Católica.

Comentário – A voz passiva é formada, a rigor, a partir de um verbo transitivo direto. É na segunda alternativa que encontramos essa condição, ao nos depararmos com o verbo “incluir” (verbo principal da locução verbal

“poderá incluir”). Veja a transformação: “O retorno do ensino religioso poderá ser incluído pela Concordata”.

Nas letras A, D e E, os verbos são de ligação, o que impede a transposição para a voz passiva.

(18)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 18 E o que dizer da opção C? O verbo haver, no sentido de existir, não possui sujeito e é transitivo direto. O termo “estatísticas controvertidas sobre esse poder eclesiástico” é seu objeto direto. Considerando que o objeto direto torna-se sujeito do verbo na transposição de voz ativa para voz passiva e que o verbo haver não tem sujeito (é impessoal), impossível se torna a transposição requerida pela banca examinadora.

Resposta – B

6. (FCC/TCE-SP/Ag. de Fiscaliz. Financ./2010) A forma verbal da voz passiva correspondente exatamente à construção:

(A) Se examinarmos as fábulas populares é: Se as fábulas populares forem por nós examinadas.

(B) um jovem a conduza é: fosse por um jovem conduzida.

(C) exprimem o desejo popular é: têm expressado o desejo popular.

(D) representam apenas uma ilusão miraculosa é: estão apenas representando uma ilusão miraculosa.

(E) deve reconquistar seu reino é: terá reconquistado seu reino.

Comentário – Na alternativa A, o sujeito “nós” (oculto na voz ativa) assumiu o lugar do agente na voz passiva, aquele que vai examinar as fábulas populares. O objeto direto “fábulas populares” transformou-se no sujeito- paciente, que sofrerá a ação de ser examinada. A forma verbal “examinarmos”

(futuro do subjuntivo) adquiriu forma nominal de particípio. Além disso, o verbo auxiliar (ser) flexionou-se corretamente no mesmo tempo e modo (futuro do subjuntivo) do verbo “examinarmos”. A correspondência está perfeita!

Veja como ficariam as demais alternativas na voz passiva:

B – seja ela conduzida por um jovem;

C – o desejo popular é exprimido/expresso;

D – apenas uma ilusão miraculosa é representada;

E – seu reino deve ser reconquistado.

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Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 19 Resposta – A

7. (FCC/Def. Púb.-SP/Agente/2010) Há alteração de voz verbal e de sentido na passagem da construção

(A) Sua gestão ficou marcada para Sua gestão restou marcada.

(B) É uma peça de estilo raro para Trata-se de uma obra de linguagem incomum.

(C) (...) que a tornam indevassável para que a fazem incompreensível.

(D) (...) devem expor à luz (...) a mensagem para precisam revelar (...) o comunicado.

(E) O exemplo de Graciliano diz tudo para tudo é dito como exemplo para Graciliano.

Comentário – Na última alternativa, temos: “O exemplo de Graciliano” = sujeito-agente; “diz” = verbo transitivo direto (VTD); “tudo” = objeto direto (OD). Estão aqui todas as condições para que haja mudança de voz ativa para passiva. Veja como ficou: “tudo” = sujeito-paciente; “é dito”= locução verbal indicativa de voz passiva analítica (o verbo principal fica no particípio e o verbo auxiliar assume o tempo e o modo do verbo da voz ativa – presente do indicativo). Tudo muito bem, tudo muito bom; mas... o sujeito que deveria transformar-se no agente da passiva não existe aqui!!! Semanticamente, o exemplo de Graciliano deixou de ser o agente causador da ação de dizer.

“Graciliano” assume o papel de receptor daquilo que é dito como exemplo.

Resposta – E

8. (FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segurança/2011) Basta, no entanto, o início de uma paixão secreta para que comecemos a notar o presságio de sua destruição.

Transpondo-se o segmento destacado na frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

(A) começa-se a notá-lo.

(20)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 20 (B) começava a ser notada.

(C) comece a notar.

(D) começamos a notá-la.

(E) comece a ser notado.

Comentário – Temos que identificar o objeto direto, que se transformará no sujeito-paciente: “o presságio de sua destruição”.

Temos que reconhecer também o tempo e modo do verbo (na verdade, uma locução verbal): “comecemos a notar” está no presente do subjuntivo (é o auxiliar que aponta o tempo e o modo).

Pronto, já podemos fazer a transformação:

...para que o presságio de sua destruição comece a ser notado.

Observação: na voz passiva analítica, o verbo principal da locução (“notado”) fica no particípio; “comece a ser” indica presente do subjuntivo.

Resposta – E

9. (FCC/TRT 4ª Região (RS)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) A conciliação, antes de tudo, tem proporcionado às partes o efetivo acesso à Justiça, pois elas participam diretamente no resultado apaziguador do conflito.

Transpondo o segmento destacado na frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante é:

(A) têm proporcionado.

(B) tem sido proporcionado.

(C) tinham proporcionado.

(D) era proporcionado.

(E) foi proporcionado.

sujeito-paciente

(21)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 21 Comentário – A forma verbal da voz ativa está conjugada no pretérito perfeito composto do indicativo. É importante saber isso porque os mesmos tempo e modo deverão ser preservados na voz passiva, sendo indicados por meio do verbo auxiliar ser.

Lembre-se de que o tempo composto é formado com o auxílio dos verbos TER e HAVER + PARTICÍPIO. Estando os auxiliares no presente, surge o pretérito perfeito composto (P PP). Estando eles no pretérito imperfeito, surge o pretérito mais-que-perfeito composto (PI PMP).

Portanto a alternativa B é a resposta correta. Perceba a estrutura: “tem sido” (TER/HAVER + PARTICÍPIO). Como o verbo TER está conjugado no presente, o tempo composto está no pretérito imperfeito (P PI). Note ainda o verbo ser no particípio. Eis como ficaria a voz passiva:

O efetivo acesso à Justiça tem sido proporcionado às partes, antes de tudo, pela conciliação.

Apenas as alternativas A e C oferecem maiores perigos. Nos dois casos, temos tempos compostos da voz ativa (pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito, respectivamene) pois o verbo auxiliar ser não foi usado. E há mais um problema: o plural indicado por meio do acento circunflexo diferencial na forma “têm” e da desinência número-pessoal “m” em

“tinham”. O sujeito da voz passiva é a expressão “o efetivo acesso à Justiça”, cujo núcleo está no singular (“efetivo”).

Resposta – B

10. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Analista Judiciário/Área Administrativa/2011) Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder...

Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:

(A) eram faladas.

(B) foi falada.

(C) se falaram.

(22)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 22 (D) era falada.

(E) tinha-se falado.

Comentário – O verbo falar foi conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito indicativo. Observe que o plural é necessário para concordar com o sujeito composto “Tanto as fontes quanto a própria historiografia”. Na voz passiva, o tempo e o modo da voz ativa devem ser mantidos. A flexão de número pode variar em virtude do novo sujeito (“a linguagem do poder” = terceira pessoa do singular). Então, a nova forma verbal é a que segue em negrito: A linguagem do poder era falada...

Resposta – D

11. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário/2010) Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase:

(A) Tudo o que advir como poder da Igreja tem correspondência com o plano simbólico e espiritual.

(B) O poder civil e a esfera religiosa nem sempre conviram quanto à busca de um sereno estabelecimento de acordos.

(C) Ao longo da História, nações e igrejas muitas vezes se absteram de buscar a convergência de seus interesses.

(D) A pergunta de Stalin proveu de sua convicção quanto ao que torna de fato competitivo um país beligerante.

(E) Ciente da fragilidade militar da Igreja, o ditador não se conteve e interveio na História com a famosa frase.

Comentário – Alternativa A: o verbo advir deriva do verbo vir e deve ser conjugado como ele. Para que seja mantida a correlação verbal com a forma

“tem”, é preciso que o primeiro verbo seja conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: “Tudo o que advém (...) tem...”.

Alternativa B: está em cena agora o verbo convir, que também é conjugado como o verbo vir. Na terceira pessoa do plural do

(23)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 23 pretérito perfeito do indicativo, deve ser assim conjugado: “O poder civil e a esfera religiosa [eles] nem sempre convieram...”.

Alternativa C: o verbo abster (como manter, deter, conter etc.) deriva do verbo ter e segue o modelo dele. Na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, dever ser conjugado da seguinte forma:

“...nações e igrejas [elas] se abstiveram...”

Alternativa D: como o sentido aqui é originar-se, o verbo adequado é o provir, que também é conjugado conforme o verbo vir. Na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, a forma correta é: “A pergunta de Stalin [ela] proveio...”.

Alternativa E: atente para o fato de que o verbo conter (que foi conjugado no pretérito perfeito do indicativo) deriva de ter, conforme está dito no comentário da letra C.

Resposta – E

12. (FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário/2009) Quanto ao emprego das formas verbais e ao tratamento pessoal, está plenamente correta a frase:

(A) Vai, junta-te àquele grupo de manifestantes e depois dize-me o que achaste.

(B) Ide, juntem-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-me o que achastes.

(C) Queremos que Vossas Senhorias vos junteis àquele grupo de manifestantes e depois digai-nos o que acharam.

(D) Queremos que Suas Excelências juntai-vos àquele grupo de manifestantes e depois dizei-nos o que achásseis.

(E) Senhores, vão juntar-se àquele grupo de manifestantes e depois dizei-nos o que acharam.

Comentário – A tabela abaixo é muito útil. Ela serve como uma revisão da formação do imperativo.

(24)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 24

Presente do

Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

eu cant-o eu cant-e

tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu

ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você

nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês

Alternativa B: “Ide” = segunda pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo do verbo ir; “juntem” = terceira pessoa do plural (eles/vocês) do imperativo afirmativo do verbo jantar; “dize” = segunda pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo do verbo dizer; “achastes” = segunda pessoa do plural (vós) do pretérito perfeito do verbo achar. Não foi respeitada a uniformidade de tratamento entre as pessoas gramaticais. Eis a correção: “Ide, juntai-vos àquele grupo de manifestantes e depois me dizei o que achastes”.

Alternativa C: pronome de tratamento leva o verbo e o pronome que se relacionam com ele para a terceira pessoa. Eis a correção:

“Queremos que Vossas Senhorias se juntem àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”.

Alternativa D: novamente, o fio condutor será o pronome de tratamento: “Queremos que Suas Excelências juntem-se àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”.

Alternativa E: “Senhores, vão juntar-se àquele grupo de manifestantes e depois nos digam o que acharam”.

Resposta – A

13. (FCC/TRT 3ª Região/Analista Judiciário/2009) Deixando de lado o debate técnico sobre tal conceito, tomemos uma definição mínima ... (3º parágrafo)

O verbo cuja flexão é idêntica à do grifado acima está também grifado na frase:

(25)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 25 (A) Esperemos, todos, que nossos valorosos jogadores se consagrem

campeões nesta temporada.

(B) Sabemos agora que a decisão final do campeonato se transformará em uma grande festa.

(C) Pretendemos, nós, torcedores, visitar as dependências do clube ainda antes das reformas.

(D) Queremos que alguns dos troféus conquistados pelo clube fiquem expostos ao público.

(E) Reconhecemos, embora constrangidos, que os jogadores não fizeram hoje uma boa partida.

Comentário – A forma “tomemos” (do verbo tomar) está flexionada na primeira pessoa do plural do modo imperativo (afirmativo). Semelhantemente, na primeira alternativa, o verbo esperar também foi flexionado na primeira pessoa do plural do modo imperativo (afirmativo).

Nas outras opções, os verbos estão flexionados no presente do indicativo.

Resposta – A

14. (FCC/Assembleia Legislativa-SP/ Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010) Os verbos grifados estão corretamente flexionados na frase:

(A) Após a catástrofe climática que se abateu sobre a região, os responsáveis propuseram a liberação dos recursos necessários para sua reconstrução.

(B) Em vários países, autoridades se disporam a elaborar projetos que prevessem a exploração sustentável do meio ambiente.

(C) Os consumidores se absteram de comprar produtos de empresas que não consideram a sustentabilidade do planeta.

(D) A constatação de que a vida humana estaria comprometida deteu a exploração descontrolada daquela área de mata nativa.

(26)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 26 (E) Com a alteração climática sobreviu o excesso de chuvas que destruiu

cidades inteiras com os alagamentos.

Comentário – Já está claro que a FCC tenta confundir os candidatos com o emprego dos verbos derivados de ter, ver, vir e pôr? Fique atento.

Alternativa A: está tudo certo. O detalhe interessante é o uso do verbo propor (derivado de pôr) flexionado na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo: “propuseram”. Para você não ter dúvidas, conjugue, primeiramente, o verbo pôr e, em seguida, adicione o elemento pro-: eu (pro)pus, tu (pro)puseste, ele (pro)pôs, nós (pro)pusemos, vós (pro)pusestes, eles (pro)puseram. Siga essa orientação nas demais opções.

Alternativa B: errada. O verbo dispor-se (outro derivado de pôr) foi mal flexionado na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo: eu me dispus, tu te dispuseste, ele se dispôs, nós nos dispusemos, vós vos dispusestes, eles se dispuseram. Há ainda outro erro: o verbo prever (derivado de ver) conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo: eu previsse, tu previsses, ele previsse, nós prevíssemos, vós prevísseis, eles previssem.

Alternativa C: o erro encontra-se na conjugação do verbo abster-se (derivado de ter) na terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo: eu me abstive, tu te abstiveste, ele se absteve, nós nos abstivemos, vós vos abstivestes, eles se abstiveram.

Alternativa D: eis o erro da sentença: má conjugação do verbo deter (outro derivado de ter) na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: eu detive, tu detiveste, ele deteve, nós detivemos, vós detivestes, eles detiveram.

Alternativa E: o erro está na flexão do verbo sobrevir (derivado de vir) na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: eu sobrevim, tu sobrevieste, ele sobreveio, nós sobreviemos, vós sobreviestes, eles sobrevieram.

Resposta – A

(27)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 27 15. (FCC/TRT 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário/Tecnologia da

Informação/2011) ...uma observação mais atenta das fotos deixou evidente...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima está em:

(A) ...que estaria até hoje...

(B) A exploração da madeira (...) carece de fiscalização...

(C) ...vivendo de forma primitiva...

(D) ...provavelmente fugiram do território peruano...

(E) ...certamente são índios com um passado traumático...

Comentário – O verbo grifado (“deixou”) está flexionado no pretérito perfeito do indicativo, assim como o verbo “fugiram”. Observe que o examinador não se preocupou com a flexão de número e pessoa.

Alternativa A: “estaria”= futuro do pretérito do indicativo.

Alternativa B: “carece” = presente do indicativo.

Alternativa C: “vivendo” = gerúndio (-ndo).

Alternativa E: “são” = presente do indicativo.

Resposta – D

16. (FCC/Infraero/2009) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) A recorrência de trocadilhos ... (costumar) soar como demonstração de um gosto no mínimo duvidoso.

(B) Os êxtases e devaneios a que nos ... (levar) a linguagem metafórica podem conviver com a objetividade do discurso científico.

(C) Não ... (dever) incluir-se entre os hábitos modernos o menosprezo pelo que representavam os mitos antigos.

(28)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 28 (D) ... (caber) esperar, a partir de investimentos altíssimos como esse, por

avanços cada vez mais expressivos na ciência da navegação.

(E) A pouca gente, no passado, ... (poder) convencer argumentos em favor da necessidade desses altíssimos investimentos.

Comentário – A flexão de um verbo envolve tempo e modo; número e pessoa; voz. Aqui, a FCC apontou para a flexão de número. Portanto é de grande importância identificarmos o sujeito da forma verbal.

Também deve nos chamar a atenção o uso da expressão

“deverá flexionar-se numa forma do plural”. Ela exige que o candidato descarte os casos facultativos de flexão verbal e se detenha nos casos de flexão obrigatória.

Precisamos então verificar se há algum termo que funcione como sujeito de algum desses verbos. Observe a última opção. Nela há a locução verbal “poder convencer”, cujo sujeito – que não ocupa sua posição natural antes do verbo e, por isso, complica a nossa análise – é a expressão

“argumentos em favor da necessidade desses altíssimos investimentos”. O núcleo “argumentos” – note o plural – obriga o verbo auxiliar da referida locução (“poder”) a flexionar-se em número e pessoa: “podem”.

Resposta – E

17. (FCC/DNOCS/Administrador/2010) É preciso corrigir uma forma verbal flexionada na frase:

(A) O e-mail interveio de tal forma em nossa vida que ninguém imagina viver sem se valer dele a todo momento.

(B) Se uma mensagem eletrônica contiver algum vírus, o usuário incauto será prejudicado, ao abri-la.

(C) Caso não nos disponhamos a receber todo e qualquer e-mail, será preciso que nos munamos de algum filtro oferecido pela Internet.

(D) Se uma mensagem provier de um desconhecido, será preciso submetê-la a um antivírus específico.

(29)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 29 (E) Ele se precaveio e instalou em seu computador um poderoso antivírus,

para evitar que algum e-mail o contaminasse.

Comentário – O problema está na conjugação do verbo precaver, que é defectivo (não se usa nas formas rizotônicas). Ele, a rigor, não é derivado de ver nem de vir. Portanto são errôneas as formas: precavejo, precavês, precavenho, precavéns, precavém, precavêm, precavenha, precavenham. Nas formas em que é defectivo, podemos utilizar os verbos acautelar, cuidar, prevenir. Em vez de “ele que se precavenha”, diga “que ele se previna” ou

“que ele se acautele”, por exemplo. Frequentemente, esse verbo é empregado como reflexivo: precavemo-nos, precavia-me, precavei-vos etc. Eis a conjugação dele no pretérito perfeito do indicativo: precavi, precaveste, precaveu, precavemos, precavestes, precaveram.

Resposta – E

18. (FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segurança/2011) A tecnologia [...] é a primeira... (4ª parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na frase acima está em:

(A) Caso não haja impedimentos...

(B) Isso estimularia a pesquisa...

(C) Tecnologias como estas poderão...

(D) ...e difundir as inovações.

(E) ...os meios institucionais que permitem...

Comentário – O verbo grifado é o verbo ser, que está flexionado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.

Alternativa A: verbo haver flexionado na terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo.

(30)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 30 Alternativa B: verbo estimular flexionado na terceira pessoa do singular do futuro do pretérito do indicativo: eu estimularia, tu estimularias, ele estimularia, nós estimularíamos, vós estimularíeis, eles estimulariam.

Alternativa C: verbo poder flexionado na terceira pessoa do plural do futuro do presente do indicativo: eu poderei, tu poderás, ele poderá, nós poderemos, vós podereis, eles poderão.

Alternativa D: o verbo difundir está no infinitivo.

Alternativa E: verbo permitir conjugado na terceira pessoa do plural do presente do indicativo: eu permito, tu permites, ele permite, nós permitimos, vós permitis, eles permitem. Cuidado, pois o examinador não se referiu, no enunciado, à pessoa nem ao número. Ele disse “tempo e modo”.

Portanto aqui está a resposta correta.

Resposta – E

19. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Analista Judiciário/Medicina do Trabalho/2011) O verbo corretamente empregado e flexionado está grifado em:

(A) É de se imaginar que, se os viajantes setecentistas antevessem as dificuldades que iriam deparar, muitos deles desistiriam da aventura antes mesmo de embarcar.

(B) O que quer que os compelisse, cabe admirar a coragem desses homens que partiam para o desconhecido sem saber o que os aguardava a cada volta do rio.

(C) Caso não se surtisse com os mantimentos necessários para o longo percurso, o viajante corria o risco de literalmente morrer de fome antes de chegar ao destino.

(D) Se não maldiziam os santos, é bastante provável que muitos dos viajantes maldizessem ao menos o destino diante das terríveis tribulações que deviam enfrentar.

(31)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 31 (E) Na história da humanidade, desbravadores foram não raro aqueles que

sobreporam o desejo de enriquecer à relativa segurança de uma vida sedentária.

Comentário – Alternativa A: incorreta. O verbo antever é derivado de ver. A

dica é conjugar sempre o verbo originário e depois adicionar o prefixo:

Observe que a desinência modo-temporal “-sse”, que indica pretério impefeito do subjuntivo: eu ante + visse, tu ante + visses, ele ante + visse, nós ante + víssemos, vós ante + vísseis, eles ante + vissem.

Alternativa B: correta. O verbo compelir foi acertadamente conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo. Note a desinência modo-temporal “-sse”.

Alternativa C: incorreta. O verbo surtir foi empregado erroneamente. Ele significa ter por resultado ou consequência. Na frase, o sentido é de guarnecer(-se) do necessário; abastecer(-se); prover(-se).

Portnato o verbo adequado é sortir.

Alternativa D: incorreta. Maldizer deriva de dizer. Preciso repetir a dica? Veja: eu mal + dissesse, tu mal + dissesses, ele mal + dissesse, nós mal + disséssemos, vós mal + dissésseis, eles mal + dissessem.

Alternativa E: incorreta. Já sabe de que verbo deviva sobrepor? Sim, do verbo pôr. Então...: eu sobre + pus, tu sobre + puseste, ele sobre + pôs, nós sobre + pusemos, vós sobre + pusestes, eles sobre + puseram (pretérito perfeito do indicativo).

Resposta – B

20. (FCC/TRT 16ª Região/Analista Judiciário/2009) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(A) O autor nos lembra que as velhas fitas cassetes, com o uso constante, enrolavam-se e mascavam-se, o que logo as tinha tornado obsoletas.

(B) Caso fosse outro o tema do congresso realizado em Veneza, o autor, amante dos livros, provavelmente não o havia tomado para comentar.

(32)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 32 (C) Terá sido uma surpresa para muita gente inteirar-se do fato de que,

antigamente, livros se confeccionarão com papel feito de trapos.

(D) Talvez a ninguém ocorresse, antes de ler esse texto, que a durabilidade dos velhos livros pudesse ser reconhecidamente superior à dos novos suportes.

(E) A cada vez que surge um novo suporte de informações, ter-se-ia a impressão de que ele se revelasse o mais seguro e mais duradouro.

Comentário – Alternativa A: o uso do pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo (“tinha tornado”) causou incorreção ao período. O correto é

“tornava” (pretérito imperfeito do indicativo).

Alternativa B: o uso do pretérito-mais-que-perfeito composto do indicativo (“havia tomado”) causou incorreção ao período. O correto é

“tomaria” (futuro do pretérito do indicativo).

Alternativa C: no lugar de “confeccionarão” (futuro do presente do indicativo), use “confeccionavam” (pretérito imperfeito do indicativo). Em vez de “Terá sido” (futuro do presente composto do indicativo), use “Tem sido” (pretérito perfeito composto do indicativo). A primeira forma serve para expressar: i) um fato futuro que se consumará antes de outro (Antes que o caçador chegue lá, a onça já terá fugido.) e ii) dúvida, incerteza, relativamente à efetivação de um fato no passado (Terá chegado às mãos de Vera a minha carta?). Nenhuma dessas condições é verificada no período, que traduz um fato passado repetido, ou que ele se prolonga até o presente.

Alternativa E: eis a correção: “A cada vez que surge um novo suporte de informações, tem-se [presente do indicativo] a impressão de que ele se revela [presente do indicativo] o mais seguro e mais duradouro.

Resposta – D

21. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário/2010) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(33)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 33 (A) Se o Papa dispusesse de inúmeras e bem armadas divisões, talvez Stalin

reconsiderasse sua decisão e buscasse angariar a simpatia de Pio XI.

(B) Como alguém lhe perguntou se não é o caso de ganhar a simpatia de Pio XI, Stalin lhe respondera que ignorava com quantas divisões conta o Papa.

(C) Caso o Brasil não fosse um país estratégico para a Igreja, a Concordata não se revestirá da importância que lhe atribuíram os eclesiásticos.

(D) São tão delicadas as questões a serem discutidas na Concordata que será bem possível que levassem muito tempo para desdobrar todos os aspectos.

(E) Roberto Romano lembra-nos de que já houve, na História, atos religiosos que acabassem por atender a uma finalidade política que é prevista.

Comentário – Alternativa B: a pergunta deve ocorrer antes da resposta:

“Como alguém lhe perguntara [pretérito-mais-que-perfeito do indicativo] se não era o caso de ganhar a simpatia de Pio XI, Stalin lhe respondeu [pretérito perfeito do indicativo] que ignorava com quantas divisões contava o Papa.

Alternativa C: o erro está no emprego do futuro do presente do indicativo: “revestirá”. O correto é “revestiria” (futuro do pretérito do indicativo).

Alternativa D: “...será bem possível que levem [presente do subjuntivo] ...”.

Alternativa E: “...atos religiosos que acabaram por atender a uma finalidade política que era prevista”.

Resposta – A

22. (FCC/TCE-SP/Ag. de Fiscal. Financ./2010) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(A) Se examinássemos as fábulas populares, haveremos de verificar que elas representem dois tipos de transformação social.

(34)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 34 (B) Era comum que pobres guardadores de porcos fossem, na verdade,

príncipes que haviam sido despojados de seu poder.

(C) Havia ainda os jovens pastores que nada possuíssem desde o nascimento, mas acabassem conseguindo casar-se e tornavam-se reis.

(D) Um príncipe que se houvera disfarçado de pobre será a prova de que todo pobre fosse um príncipe disfarçado.

(E) Quando cavaleiros vierem a triunfar sobre seus inimigos, ter-se-ia restaurado uma sociedade que seja mais justa.

Comentário – Alternativa A: “Se examinássemos [pretérito imperfeito do subjuntivo] as fábulas populares, haveríamos [futuro do pretérito do indicativo] de verificar que elas representam [presente do indicativo] dois tipos de transformação social”.

Alternativa C: “Havia ainda os jovens pastores que nada possuíam [pretérito imperfeito do indicativo] desde o nascimento, mas acabavam [pretérito imperfeito do indicativo] conseguindo casar-se e tornavam-se reis”.

Alternativa D: “Um príncipe que se houvesse [pretérito imperfeito do subjuntivo] disfarçado de pobre seria [futuro do pretérito do indicativo] a prova de que todo pobre era [pretérito imperfeito do indicativo]

um príncipe disfarçado”.

Alternativa E: “Quando cavaleiros vinham [pretérito imperfeito do indicativo] a triunfar sobre seus inimigos, tinha-se [pretérito imperfeito do indicativo] restaurada uma sociedade que era [pretérito imperfeito do indicativo] mais justa.

Resposta – B

23. (FCC/TRT 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(A) Um fim talvez justificaria os meios caso estes implicarem sacrifícios que não se distribuam desigualmente.

(35)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 35 (B) Ele acredita que haverão de justificar-se todos os meios quando os fins

representarem um ganho de alcance coletivo.

(C) Tão logo fossem denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas devem ter revisto suas antigas convicções.

(D) Será que alguém acreditou que uma sociedade sem classes e sem preconceitos possa ter-se formado num regime autoritário?

(E) Se a catequese pudesse propagar a fé religiosa sem recorrer à intimidação, talvez os convertidos tenham sido mais numerosos.

Comentário – Alternativa A: errada. ...talvez justificaria (futuro do pretérito

do indicativo) os meios caso estes implicassem (pretérito imperfeito do subjuntivo) sacrifícios que não se distribuíssem (pretérito imperfeito do subjuntivo) desigualmente.

Alternativa C: errada. ...fossem (pretérito imperfeito do subjuntivo) denunciados os horrores do stalinismo, os comunistas deveriam (futuro do pretérito do indicativo) ter revisto...

Alternativa D: errada. ...acreditou (pretérito perfeito do indicativo) que uma sociedade sem classes e sem preconceitos pudesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) ter-se formado...

Alternativa E: errada. ...pudesse (pretérito imperfeito do subjuntivo) propagar a fé religiosa sem recorrer à intimidação, talvez os convertidos teriam sido (futuro do pretérito composto do indicativo).

Resposta – B

24. (FCC/2011/TRT 23ª Região (MT)/Analista Judiciário/Área Administrativa) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(A) Os criminosos que tenham ultrajado a pátria seriam forçados a servi-la pelo tempo que se julgava necessário.

(B) Os que vierem a ultrajar a pátria deveriam ser submetidos a um castigo que trouxera consigo uma clara lição.

(36)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 36 (C) Ninguém seria indiferente a uma vultosa soma que venha a receber como

indenização ao delito que o prejudique.

(D) O próprio criminoso, se mantivesse alguma dose de decência, possa tirar proveito da lição a que seja submetido.

(E) Sempre houve povos que, por forte convicção, evitaram a guerra, ainda quando fossem provocados.

Comentário – Alternativa A: inadequada. Vamos corrigi-la: Os criminosos que

tenham ultrajado a pátria serão forçados a servi-la pelo tempo que se julgar necessário.

Alternativa B: inadequada. Eis a correção: Os que vierem a ultrajar a pátria deverão ser submetidos a um castigo que traga consigo uma clara lição.

Alternativa C: inadequada. Veja o conserto: Ninguém seria indiferente a uma vultosa soma que viesse a receber como indenização ao delito que o prejudicasse.

Alternativa D: inadequada. Assim fica melhor: O próprio criminoso, se mantivesse, alguma dose de decência, poderia tirar proveito da lição a que foi submetido.

Resposta – E

25. (FCC/2012/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa) Está inadequada a correlação entre tempos e modos verbais no seguinte caso:

(A) Muitos se lembrariam da alegria voraz com que eram disputadas as toneladas da vítima.

(B) Foi salva graças à religião ecológica que andava na moda e que por um momento estabelecera uma trégua entre todos.

(C) Um malvado sugere que se dê por perdida a batalha e comecemos logo a repartir os bifes.

(D) Depois de se haver debatido por três dias na areia da praia a jubarte acabara sendo salva por uma traineira que vinha socorrê-la.

(37)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 37 (E) Já informado do salvamento da baleia, o cronista teve um sonho em que o

animal lhe surgiu com a força de um símbolo.

Comentário – Observe o eprego do pretérito mais-que-perfeito “acabara” na opção D. Ele indica uma ação totalmente realizada antes de outra ação. No caso, a baleia foi salva antes de outra ação (“...se haver debatido...”). Ora, foi isso mesmo? Claro que não! Primeiro ela se debateu por três dias, depois disso é que foi salva.

Resposta – D

Estas questões representam muito bem o que a FCC pode cobrar na sua prova. Caso ainda exista alguma dúvida, esclareça-a antes de resolver o simulado a seguir. Este assunto é muito importante.

(38)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 38 Simulado

1. A sentença “Ele anda ouvindo música” pode ser interpretada de duas formas: a) ele ouve música enquanto caminha – neste caso, o verbo

“andar” funciona como verbo pleno, significando “caminhar”; b) a atividade de ele ouvir música tem se repetido ultimamente – neste caso, o verbo “andar” se esvazia de seu sentido pleno e funciona como elemento gramatical, um auxiliar. Podemos identificar no português outros verbos que podem ter esses dois usos: um com seu sentido lexical pleno e outro funcionando como elemento gramatical. Tendo isso em vista, considere os conjuntos de sentenças abaixo:

I. Ele chegou na festa e bagunçou o tempo todo.

Ele chegou a interferir no processo, mas foi neutralizado.

II. Ela está querendo comer camarão.

Ela está querendo ficar doente.

III. O que ela fez com a faca que estava no chão? Ela pegou e guardou na gaveta.

Como ele agiu quando se deparou com o grupo? Ah, ele pegou e foi batendo em todo mundo.

IV. Todos trabalham pela causa.

Eles trabalham vendendo computadores.

Em qualquer caso, independente do contexto, o verbo grifado pode ser interpretado com sentido lexical pleno em ambas as ocorrências:

a) do conjunto 3 apenas.

b) do conjunto 4 apenas.

c) dos conjuntos 1 e 4 apenas.

d) dos conjuntos 1 e 2 apenas.

e) dos conjuntos 2, 3 e 4 apenas.

(39)

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 39 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho”

e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria.

Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá- lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar.

A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram.

Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava.

Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.

(Jorge Amado. Capitães da areia.)

2. O zigue-zague temporal ligado à vida de Sem-Pernas, empregado no fragmento para a composição da personagem, é construído de maneira muito precisa, por meio da utilização alternada de diversos tempos verbais. Indique a alternativa em que há, respectivamente, um tempo verbal que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado e um tempo verbal usado para marcar o caráter hipotético de certas ações ou o desejo de que se realizassem.

a) Vivera na casa de um padeiro (...) – uma mão que o acarinhasse (...) b) Em cada canto estava um com uma borracha comprida. – Sofreu fome.

Referências

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