• Nenhum resultado encontrado

AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA. Prof. Victor Creti Bruzadelli

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA. Prof. Victor Creti Bruzadelli"

Copied!
29
0
0

Texto

(1)

AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA

Prof. Victor Creti Bruzadelli

(2)

Longo século XIX (1789-1914)

 Conceito de Eric Hobsbawm;

 Século surgido a partir de uma dupla revolução:

 Industrial (Inglaterra): revolução técnica;

 Francesa: revolução social;

 As eras do XIX:

 Era das Revoluções (1789- 1848);

 Era do Capital (1848-1875);

 Era dos Impérios (1875-1914).

“O que determina o florescimento ou o esgotamento das artes em qualquer período ainda é muito obscuro. Entretanto não há dúvida de que, entre 1789 e 1848, a resposta deve ser buscada em primeiro lugar no impacto da revolução dupla. Se fôssemos resumir as relações entre o artista e a sociedade nessa época, em uma só frase, poderíamos dizer que a Revolução Francesa o inspirava com seu exemplo; a revolução industrial, com o seu horror, enquanto a sociedade burguesa, que surgiu de ambas, transformava sua própria experiência e estilos de criação”

(HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções)

(3)

Crise do Sistema Colonial

 Difusão do pensamento iluminista;

 Desenvolvimento do capitalismo industrial:

 Oposição ao mercantilismo e ao exclusivo colonial;

 Desenvolvimento econômico da Inglaterra;

 Contrabando e/ou produção interna;

 Conflitos de interesses entre a elite econômica colonial

(criollos) e metrópole.

“Na busca pela ampliação dos mercados, os ingleses impõe ao mundo o livre comércio e o abandono dos princípios mercantilistas, ao mesmo tempo que tratam de proteger seu próprio mercado e o de suas colônias com tarifas protecionistas.

Em suas relações com a América portuguesa e espanhola, abrem brechas cada vez maiores no sistema colonial, por meio de acordo comerciais, contrabando e aliança com os comerciantes locais”

(FAUSTO, Boris. História do Brasil)

(4)

Crise do Sistema Colonial

“Em função da causa emancipatória [na América] acionou- se a ideologia liberal importada da Europa. No Velho Mundo, tal ideologia tivera o objetivo de promover a ascensão política da burguesia e extirpar os obstáculos mercantilistas à expansão do projeto capitalista. No Novo Mundo, ela foi também usada para extirpar obstáculos mercantilistas mas não para levar uma nova classe ao poder, e sim para consolidar, pelo contrário, a que já era tradicionalmente dominante e garantir-lhes os cargos de mando em lugar dos administradores metropolitanos que representavam o velho regime, já em franca decadência. [...] Uma vez completadas as guerras de independência, as elites locais assumiram o poder político como herdeiras da autoridade colonial e não como instrumentos de transformação.”

(LOPEZ, Luiz Roberto. História da América Latina)

(5)

Revoltas coloniais

“Os índios nada ganharam com o amor e as providências de Sua Majestade, nem com o amor dos ministros do Senhor. A razão é que depois de haver feito mitas e sofrido nos obrajes, arrendados como escravos, ou que por ficar sumamente desamparados dos Corregedores ou porque seus pais são pobres pelas obrigações dos pueblos”

(Túpac Amaru em defesa no Tribunal de Cuzco)

 Revolta de Túpac Amaru (1780-81):

 Principal revolta contra o domínio espanhol nos Andes;

 Revolta separatista indígena contra a exploração dos colonos e a violência da mita;

 Liderada por Túpac Amaru, cacique inca letrado e influenciado por ideias iluministas;

 Enfrentou as autoridades locais, prendendo e enforcando o Vice-rei;

 Propôs a libertação dos escravos africanos;

 Derrota dos revoltosos.

(6)

As independências na América Latina

 Virada do século XVIII para o XIX, vários países

rompem os laços coloniais;

 Ocorrem sem um

planejamento prévio;

 Possibilitadas por

transformações ocorridas dos dois lados do Atlântico:

 Independência dos EUA, Revolução Francesa e transformações locais.

“A Revolução Francesa introduziu novos princípios políticos nas relações internacionais; a rebelião de escravos de Sant-Domingue [Haiti] irradiou o medo por todas as colônias do Novo Mundo em que predominava a agricultura de latifúndio; dissidentes criollos da América Espanhola [...] fizeram propaganda por toda a Europa em favor da emancipação das colônias americanas. Planos de conquista se alternaram com projetos de libertação; mas pouca coisa foi feita numa ou noutra direção antes de 1806, quando o poder naval da Inglaterra estava apto a garantir que ela, e não a França, se beneficiasse de uma desintegração cada vez maior do comércio colonial espanhol”

(WADDELL, D. Política Internacional e a Independência

da América Latina)

(7)

As independências na América Latina

 Os objetivos das independências:

 Diferentes em cada uma das regiões, mas com algumas semelhanças;

 Criollos: Busca de controle político aliado ao econômico;

 Mestiços: Busca de melhores condições de vida;

 Escravos: Abolição da escravidão e inserção na sociedade.

“Liberdade não é um conceito entendido de forma única: tem significados diversos, apropriados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade. Para um representante da classe dominante venezuelana, Simón Bolívar, liberdade era sinônimo de rompimento com a Espanha, para a criação de nações livres. Mas, principalmente, nações livres para produzir, única possibilidade, segundo essa visão, do desabrochar do Novo Mundo.Já para Dessalines, o líder da revolução escrava do Haiti (...), a liberdade, antes de tudo, representava o fim da escravidão, mas também carregava um conteúdo radical de ódio aos opressores franceses.Para outros dominados e oprimidos, como os índios mexicanos, a liberdade passava distante da Espanha e muito próximo da questão da terra. Na década de 1810, os líderes da rebelião camponesa mexicana clamavam por terra para os deserdados”

(Maria Lígia Prado. A formação das nações latino-

americanas)

(8)

As independências na América Espanhola

 Estado espanhol no fim do século XVIII:

 Economia atrasada;

 Reis inaptos;

 Guerras com a Inglaterra;

 Reflexos na colônia:

 Reforço do Sistema colonial;

 Esfacelamento do comércio com as colônias;

 Ataques ingleses nas colônias.

Mão, Oscar Niemayer

“Suor, sangue e pobreza marcaram a história

desta América Latina tão desarticulada e oprimida. Agora

urge reajusta-la num monobloco intocável, capaz de fazê-la

independente e feliz” (Oscar Niemayer)

(9)

As independências na América Espanhola

 Reflexos da Revolução Francesa:

 Difusão dos ideais liberais para as elites coloniais;

 Invasão Napoleônica na

Espanha: crise de legitimidade do poder colonial;

 Organização das Cortes em Cádiz e o desenvolvimento de uma constituição espanhola;

 Cabildos como centro de organização política;

 Acirramento dos conflitos

entre colonos e peninsulares.

“Em função da causa emancipatória acionou-se a ideologia liberal importada da Europa. No Velho Mundo, tal ideologia tivera o objetivo de promover a ascensão política da burguesia e extirpar os obstáculos mercantilistas à expansão do projeto capitalista. No Novo Mundo, ela foi também usada para extirpar obstáculos mercantilistas mas não para levar uma nova classe ao poder, e sim para consolidar, pelo contrário, a que já era tradicionalmente dominante e garantir-lhes os cargos de mando em lugar dos administradores metropolitanos que representavam o velho regime, já em franca decadência. Uma vez completadas as guerras de independência, as elites locais assumiram o poder político como herdeiras da autoridade colonial e não como instrumentos de transformação”

(LOPEZ, Luiz R. História da América Latina)

(10)

As independências na América Espanhola

 Organizando a luta:

 População colonial bastante heterogênea;

 Elites econômicas (Criollos) com pretensões

emancipacionistas;

 Busca de um difícil apoio das massas populares mestiças;

 Nativismo: Elites buscam

unir-se às massas populares a partir da ideia de “local de nascimento”.

“Instalados há várias gerações numa terra que consideram sua, os criollos têm nas mãos as rédeas econômicas da América hispânica.

Possuem imensas estâncias e rebanhos de escravos, detêm e desempenham cargos da advocacia e constituem, de modo compacto, o povo dos letrados, particularmente aberto às ideias do século. Ora, por uma contradição interna, essa elite econômica e de inteligência, numa sociedade em que a presença do índio e do escravo negro confere a todo homem branco “um complexo de superioridade”, sofre com a exclusão da administração real e com a desconfiança que esta lhe manifesta”

(CHAUNU, Pierre. História da América Latina)

(11)

Independência do México

 Era a mais importante possessão espanhola na América e com certa

unidade político- administrativa;

 Deposição do rei por

Napoleão, divisão da elite local:

 Peninsulares: obediência à Cádiz;

 Criollos: obediência ao Vice- rei;

 Vitória dos Peninsulares.

Rompiendo las Cadenas, de Jésus Helguera (1959)

(12)

Independência do México

 Independência feita em quatro fases:

1. Revolta de Hidalgo (1810):

 Sob liderança do padre Miguel Hidalgo, mestiços e índios se revoltam em Guanajuato;

 Discurso radical: forte oposição dos brancos;

 Prisão e fuzilamento dos rebeldes;

2. Revolta de José Maria Morelos (1813- 15):

 Organizada respeitando os princípios iluministas e a manutenção do poder dos criollos;

 Restauração espanhola: perseguição dos líderes e fim da revolta.

O programa de Morelos Que a América seja

independente da Espanha.

Que a soberania emane

imediatamente do Povo, que só admite depositá-la em seus representantes, dividindo-se os poderes em Legislativo,

Executivo e Judiciário.

Que as leis gerais compreendam a todos, sem exceção de corpos privilegiados.

Que a escravidão seja proscrita para sempre, e o mesmo para a distinção de castas, ficando

todos iguais.

(13)

Independência do México

 Independência feita em quatro fases:

3. Plano de Iguala (1820-21):

 Organizado pelo criollo, Augustín Iturbide;

 Implantava uma monarquia constitucional no México, com princípios liberais;

 Postura centralista de Iturbide:

deposição;

4. Constituição de 1824:

 Governo Republicano;

 Federalismo.

Iturbide Emperador, de Josephus Arias Huerta

(1855)

(14)

A campanha de Bolívar

 Simón Bolívar, el Libertador:

 Criollo venezuelano;

 Líder de diversas

independências na região norte da América Latina;

 Defensor do Republicanismo;

 Defensor do Pan- Americanismo:

“Eu desejo, mais do qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória”

(BOLÍVAR, Simón. Carta da Jamaica)

(15)

As campanhas de Bolívar

 Primeira República Venezuelana (1810):

 Organizada por criollos e com forte participação popular;

 Estabelecimento de uma república federalista;

 Fragilidade do governo;

 Fuga de Bolívar para

Cartagena, no Vice-Reino

da Nova Granada (1812).

(16)

As campanhas de Bolívar

 Segunda República Venezuelana (1813):

 Apoio dos habitantes de Nova Granada;

 Breve tomada de

poder e fuga a Nova Granada;

 Elaboração da Carta

da Jamaica.

(17)

As campanhas de Bolívar

 Transformações militares:

 Permissão de índios, negros e mestiços no exército;

 Centralização militar nas mãos de Bolívar;

 Novas estratégias militares.

“Era o fim. O general Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava sequer o consolo de acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na realidade ia embora, e para onde ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial a seu governo: “O tempo que lhe resta mal dá para chegar ao túmulo.”

(MÁRQUEZ, Gabriel García. O general em seu

labirinto)

(18)

As campanhas de Bolívar

 Independência da Colômbia (1819):

 Conquista de Bogotá;

 Formação da República da Colômbia, formada pelas regiões de Venezuela, Nova Granada e Quito;

 Maior apoio à causa das Independências;

 Independência da Venezuela (1821) e do Equador (1822):

 Formação da Grã-Colômbia;

 Fragmentação e formação da Venezuela e Equador (1830).

(19)

As campanhas de Bolívar

 Congresso do Panamá (1826):

 Busca de realizar o Pan- americanismo;

 Fracasso:

 Domínio espanhol: “unidade fictícia”;

 Fragmentação era interessante para Inglaterra e EUA;

 Concomitante à Doutrina Monroe (1823);

 Interesses dos caudilhos locais.

“É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América.”

(BOLÍVAR, Simón. Carta da Jamaica)

(20)

As campanhas de San Martín

 José de San Martín, el Protetor:

 Criollo argentino;

 Filho de militares radicados em Madrid;

 Invasão napoleônica: volta para Buenos Aires, para lutar pela Independência (1812);

 ]

 Líder de diversas

independências no Cone Sul.

(21)

As campanhas de San Martín

 Independência da Argentina (1816):

 Antecedentes:

 Tentativas frustradas de invasão dos ingleses a Buenos Aires;

 Criollos, liderados por Santiago de Liniers, envolvidos na reconquista;

 Revolução de maio (1810):

 Experiência de autonomia após a expulsão dos ingleses;

 Cabildo abierto: Governo republicano;

 Isonomia entre índios e criollos;

 Liberalismo político e econômico;

 Disputas internas.

(22)

As campanhas de San Martín

 Formação das Províncias Unidas do Rio da Prata (1816):

 Independência legal;

 Lutas pela a autonomia da região;

 San Martín destaca-se nas lutas pela independência;

 Liderança na Independência do Chile (1818) e Peru

(1821).

(23)

O encontro de Bolívar e San Martín

 Encontro dos dois líderes em Guayaquil (1822):

 Discordância dos dois devido aos destinos da região:

 Bolívar: incorporação à Grã- Colômbia;

 San Martín: escolha da população local;

 Retirada de San Martín da liderança das tropas e

autoexílio na Europa.

“A principal controvérsia tem como ponto central a assistência militar que San Martín teria solicitado a Bolívar para completar a libertação do Peru e na resposta dada por Bolívar. Segundo a versão aceita pelos argentinos, San Martín ressaltou a necessidade de ajuda para desalojar os realistas de seus redutos remanescentes e chegou a se oferecer para servir pessoalmente sob o comando de Bolívar, mas este, afirma-se, não quis cooperar; diante disso San Martín decidiu abandonar o teatro da guerra peruano e deixar seu congênere nortista. Os estudiosos venezuelanos dizem que San Martín estava pouco preocupado com as forças realistas no Peru, mas assinalam corretamente que Bolívar continuou a mandar reforços. Não havia no Peru espaço suficiente para dois libertadores”

(BUSHNELL, David. A independência da América do Sul espanhola)

(24)

Outras Independências

 Paraguai (1811):

 Região pretendida pela Argentina após a Independência;

 Declaração de Independência;

 Luta contra a Argentina;

 Ascensão do Ditador Perpétuo José Gaspar Francia;

 Uruguai (1828):

 Região disputada por Brasil e Argentina;

 Independência a partir da Guerra da Cisplatina (1825-28).

“O império espanhol dividiu-se numa quantidade de repúblicas, por obra das oligarquias nativas, que, em todos os casos, favoreceram ou impulsionaram o processo de desintegração. Não se deve esquecer, além disso, da influência determinante de muitos caudilhos revolucionários. Alguns mais felizes nisto que os conquistadores, sua contrafigura histórica, conseguiram ‘apropriar-se dos reinos’, como se tratasse de um saque medieval. A imagem do ‘ditador hispano- americano’ já aparece, em embrião, na do

‘libertador’. Assim, as novas repúblicas foram inventadas por necessidades políticas e militares do momento, não porque expressassem uma verdadeira peculiaridade histórica. Os ‘traços nacionais’ de foram formando mais tarde”

(PAZ, Otávio. O labirinto da solidão)

(25)

Outras Independências

 Bolívia (1825):

 Luta entre argentinos e realistas;

 Nascimento de um sentimento nacionalista;

 Início dos conflitos entre realistas e índios e nativos;

 Auxílio do Gal. Antônio José de Sucre na luta pela

independência;

 Constituição escrita por Bolívar;

 Presidência de Sucre. Gal. Sucre

(26)

Consequências das Independências

 Fragmentação territorial em várias repúblicas;

 Instabilidade política, devido a lutas internas pelo poder;

 Dependência econômica dos EUA e Inglaterra;

 Estrutura econômica pouco alterada: fornecedora de

matéria-prima e consumidora de manufaturados;

 Caudilhismo.

“Nenhum dos grupos em disputa pelo poder pretendia modificar a estrutura econômica e social herdada da colônia. Assim, os novos países permaneceram predominantemente agrários, com base no latifúndio; mantiveram as relações produtivas pré-capitalistas, inclusive com o crescimento do trabalho compulsório (servil, semisservil e escravo)”

(WASSERMAN, Claudia. História Contemporânea

da América Latina)

(27)

Consequências das Independências

 Caudilhismo:

 Fenômeno político típico da América Latina após o período das

independências;

 Líderes autoritários;

 Fazendeiros e/ou militares;

 Lideranças carismáticas ou de prestígio pessoal, muitas vezes associados às campanhas da Independência;

 Utilizavam o discurso da ordem e da liberdade;

 Organizaram a construção dos Estados e nações latino-americanos.

Juan Manuel Rosas, presidente argentino

(28)

A identidade latino-americana

 Conceito de América Latina:

 Proposto por José Maria Torres Caicedo;

 Busca de homogeneidade continental;

 Oposição à influência

européia: Índias Ocidentais

 Oposição à Doutrina Monroe;

 Proposição criolla: exclusão de índios e africanos.

“O período de pré-independência assistiu ao nascimento de uma literatura de identidade, na qual os americanos glorificavam seus países, proclamavam seus recursos e louvavam seu povo. Enquanto mostravam a seus compatriotas as suas qualidades, esses autores apontavam as qualificações dos americanos para os cargos públicos e na verdade para o autogoverno.

Os próprios termos instilavam confiança por repetição – pátria, país, nação, nossa América, nós americanos. Embora ainda se tratasse de um nacionalismo mais cultural do que político e não fosse incompatível com a unidade imperial, mesmo assim ele preparava as mentes dos homens para a independência, ao lembrar-lhes que a América tinha recursos independentes e as pessoas para administrá- los.”

(LYNCH, John. As origens da independência da América

Espanhola)

(29)

A identidade latino-americana

Trecho de “Las dos Americas”,

de José Maria Torres Caicedo Mas aislados se encuentran, desunidos, Esos pueblos nacidos para aliarse:

La unión es su deber, su ley amarse:

Igual origen tienen y misión;

La raza de la América latina, Al frente tiene la sajona raza, Enemiga mortal que ya amenaza Su libertad destruir y su pendón.

La América del Sur está llamada A defender la libertad genuina, La nueva idea, la moral divina, La santa ley de amor y caridad.

El mundo yace entre tinieblas hondas:

En Europa domina el despotismo, De América en el Norte, el egoísmo, Sed de oro e hipócrita piedad.

Tiempo es que esa Virgen que se alza Entre dos Océanos arrullada

Y por los altos Andes sombreada, Deje su voz profética escuchar.

El cielo que la dio bellezas tantas, La señaló un magnífico destino:

Nueva Vestal, conservará el divino

Fuego que nunca deberá cesar.

Referências

Documentos relacionados

Enquanto nos EUA e em grande parte da Europa o conceito precedeu à realidade política, aqui foi o contrário: as ficções orientadoras de um destino nacional foram improvisadas quando

Assim, esse estudo objetivou identificar o perfil epidemio- lógico dos casos de Tuberculose Extrapulmonar notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período

 Batalha de Sedan: unificação da províncias do norte com as do sul para lutar contra Napoleão III;.  Tratado de Frankfurt: criação da Alemanha (1871), tomada da

Não existe informação disponível Limite inferior de inflamabilidade: Não existe informação disponível Pressão de vapor Não existe informação disponível Densidade de Vapor

Tanto do ponto de vista político programático, da intervenção político partidá- ria, quanto do ponto de vista sindical, e aí a questão do peso da estrutura sindical é re-

Mas o Brasil não pode realizar a união intima e perfeita de seus filhos, enquanto existirem Estados dentro do Estado, partidos políticos fracionando a Nação, classes lutando

O presente estudo pretende contextualizar o pensamento crítico do filósofo argentino Enrique Dussel na sua obra 20 Teses de Política, com o Pluralismo Jurídico de

1. Remetido o processo à Câmara ou Secção Criminal do Tribunal superior e aí recebido, autuado e distribuído, vai logo com vista ao Ministério Público podendo