• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DANIEL SOARES DOS SANTOS

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO ESTRESSE PELA COMPANHIA DE CAVALARIA DA POLÍCIA MILITAR DA CIDADE DE NATAL/RN

Nata/RN 2021

DANIEL SOARES DOS SANTOS

(2)

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO ESTRESSE PELA COMPANHIA DE CAVALARIA DA POLÍCIA MILITAR DA CIDADE DE NATAL/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para cumprimento do componente Estágio Supervisionado III do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador:

Dra. Luciana Bezerra de Souza Gianasi

Natal/RN 2021

DANIEL SOARES DOS SANTOS

(3)

Santos, Daniel Soares Dos.

Estudo sobre a percepção do estresse pela Companhia de Cavalaria da Polícia Militar da Cidade De Natal/RN / Daniel Soares Dos Santos. - 2021.

55f.: il.

Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Natal, RN, 2021.

Orientadora: Profa. Dra. Luciana Bezerra de Souza Gianasi.

1. Estresse - Monografia. 2. Policiais - Monografia. 3. Qualidade de vida - Monografia. I.

Gianasi, Luciana Bezerra de Souza. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 351.75

(4)

ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO ESTRESSE PELA COMPANHIA DE CAVALARIA DA POLÍCIA MILITAR DA CIDADE DE NATAL/RN

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação do Prof.ª Dra. Luciana Bezerra de Souza Gianasi

Aprovado em 10/09/2021

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra Luciana Bezerra de Souza Gianasi – Orientadora (Presidente)

Prof. Dr. Antônio Alves Filho

Profa. Dra. Patricia Whebber Souza de Oliveira

Natal/RN

2021

(5)

Dedico esta monografia aos meus pais, que sempre

me incentivaram e aos colegas e amigos que fiz

durante o curso e estiveram comigo durante a

graduação.

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida, pela força que me concede e pela graça que tem me dado ao longo da vida;

Agradeço aos meus pais Francisco André dos Santos e Rita Soares Nogueira dos Santos, pelo amor, ensino, acompanhamento e incentivo ao longo da vida e da minha trajetória acadêmica;

Agradeço aos amigos que fiz durante o curso que sempre com coleguismo me

auxiliarem quando precisei bem como estarem juntos comigo durante todo esse

processo.

(7)

RESUMO

Este estudo aborda o tema do estresse funcional, e consequências na vida do profissional de segurança pública, tanto no executar do seu trabalho, como em sua vida pessoal. A pesquisa tem como objetivo identificar a percepção do indivíduo quanto às causas e fatores estressores, como a sobrecarga de trabalho. Para atingir o objetivo proposto, elaborou-se uma pesquisa de desenho quantitativo, tendo o questionário eletrônico como principal técnica de coleta de dados. Para o tratamento dos dados do questionário, utilizou-se a estatística descritiva, com análise da porcentagem, em relação ao total de 60 respondentes, baseadas na escala de Likert.

Como principais resultados tem-se que 82% dos policiais afirmaram ter estresse em algum grau; 55% dos policiais afirmaram que o estresse advindo do trabalho alterou suas relações sociofamiliares e que cerca de 70% deles acredita que o estresse influencia em seu desempenho funcional. Por fim, discutem-se soluções que visem mitigar as problemáticas encontradas no desenvolver da pesquisa, no sentido de mostrar como o estresse vem impactando o dia a dia do profissional de segurança pública.

Palavras-chave: Estresse, Policiais, Segurança pública, Qualidade de vida.

(8)

ABSTRACT

This study addresses the issue of functional stress and its consequences in the life of the public safety professional, both in the performance of his work and in his personal life. The research aims to identify the individual's perception of the causes and stressors, such as work overload. To reach the proposed objective, a quantitative research design was developed, with the electronic questionnaire as the main technique of data collection. For the treatment of the questionnaire data, descriptive statistics was used, with analysis of the percentage in relation to the total of 60 respondents, based on the Likert scale. As main results we have that 82% of the policemen affirmed having stress in some degree; 55% of the policemen affirmed that the stress arising from work altered their social-family relations and that about 70% of them believe that stress influences their functional performance. Finally, solutions that aim to mitigate the problems found in the development of the research are discussed, in order to show how stress has been impacting the daily life of the public security professional.

Keywords: Quality of Life, Policemen, Stress, Public Security.

(9)

LISTA DE QUADROS

1 Parâmetros da qualidade de vida ... 21

2 Fatores desencadeantes da síndrome de Burnout... 27

3 Consequências decorrentes da síndrome de Burnout... 28

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

1 Faixa etária... 32

2 Estado Civil ... 32

3 Filhos... 32

4 Patente Corporativa... 33

5 Faixa Salarial... 34

6 Tempo de corporação ... 34

7 Percepção do policial quanto ao seu nível de estresse... 35

8 Conhecimento dos policiais acerca do conceito de estresse ocupacional 36 9 Identificação do trabalho como fator desencadeador de estresse 36 10 Fatores desencadeantes do estresse... 37

11 Estresse versus mapeamento das ferramentas de alívio... 38

12 Estresse e desempenho funcional... 38

13 Estresse versus tomada de decisão estresse... 39

14 Controle do estresse melhorias na tomada de decisão... 39

15 Mapeamento do grau de influência do estresse nas atividades funcionais 40 16 Autoconhecimento acerca do estresse pré incorporação ... 40

17 Afastamento do trabalho por estresse... 41

18 Situação pós afastamento... 42

19 Estresse versus qualidade de vida... 42

20 Mapeamento das alterações comportamentais do policial em seu ambiente familiar 43 21 Nível das alterações comportamentais do policial em seu ambiente familiar 43 22 Escolha profissional versus afastamento sociofamiliar... 44

23 Controle do estresse e melhoria nas relações familiares... 44

24 Afastamento do convívio social... 45

25 Apoio corporativo versus profissional... 45

26 Controle do estresse melhoria nas relações com a sociedade... 46

(11)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MILITAR 13

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA 14

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO 16

1.3.1 Objetivo Geral 16

1.3.2 Objetivos Específicos 16

1.4 JUSTIFICATIVA 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO 18

2.1 Estresse no ambiente de trabalho 18

2.2 Aspectos psicossociais fora do trabalho, Qualidade de vida e estresse 20

2.3 Estresse ocupacional e síndrome de Burnout 22

2.3.1 Efeitos psicossociais de Burnout na vida do indivíduo 27

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 30

3.1 Tipo de pesquisa 30

3.2 População e amostra 30

3.3 Coleta de dados 31

3.4 Análise dos dados 31

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 32

4.1 Análise sociodemográfica e profissional 32

4.2 Percepção relativa ao estresse e variáveis do trabalho 34 4.3 Percepção relativa às variáveis psicossociais do estresse 42

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 47

REFERÊNCIAS 49

APÊNDICE 53

(12)

11 1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que viver em sociedade exige que se obedeçam a regras e dispostos estruturados para a manutenção da vida e do direito tanto individual como coletivo.

Neste aspecto o profissional de segurança pública é um agente promotor da ordem e cumprimento das leis estabelecidas de convívio social sendo um serviço garantido por constituição federal, um dever do estado e um direito do cidadão.

O presente estudo trará para discussão conceitos sobre estresse e suas origens desde as mais remotas eras, passando pela revolução industrial e chegando até os dias de hoje. Autores como Silva (2018) foram lembrados para que pudessem dar subsídios a construção desse referencial. Também serão apresentados outros artigos que trataram a temática proposta e trazendo uma visão do estresse em outras épocas e localidades como pano de fundo deste trabalho.

Conforme citado acima a segurança pública é o agente promotor da lei e da ordem social, como tal necessita estar em dia com a saúde de seus agentes para que possa promover a paz pública. Também se sabe que a segurança pública vem passando por dias de difíceis quer seja pela resposta por vezes inapropriada que vem dando a sociedade civil, ou por causas internas como as altas taxas de estresse ocupacional somado ao quantitativo de profissionais acometidos por tal síndrome.

Nos noticiários de hoje, vemos a criminalidade, vem crescendo de forma expressiva, dia-a-dia vem estourando por toda parte e migrando de regiões como consequência do vertiginoso crescimento populacional, e com isso o trabalho do profissional da segurança pública, também aumenta de forma absolutamente proporcional, ao crescimento da criminalidade, acarretando maior sobrecarga de trabalho e consequente aumento dos níveis de estresse funcional.

Por isso como objetivo foi traçado avaliar: os níveis de estresse dos referidos

profissionais e o impacto que este causa na qualidade de vida dos mesmos e ainda

seu desempenho funcional. Para isso foram traçadas metas a saber: Identificar o

quantitativo de policiais com estresse; identificar os níveis de estresse percebido por

cada policial do batalhão; averiguar se o estresse prejudica o desempenho das

funções profissionais; identificar se o fator estressante afeta a vida pessoal e social

(13)

12 do policial; aferir os principais fatores de estresse no ambiente de trabalho; mapear o quantitativo de afastamentos do trabalho.

Com isso queria-se entender e trazer a sociedade civil a compreensão de como o referido profissional percebe seu trabalho e os impactos que o mesmo causa na sua vida cotidiana, seja no próprio desempenhar de suas funções e ainda em todo contexto socio familiar; se queria também com isso algumas contribuições pudessem ser retiradas deste trabalho, como a questão de se investir em políticas de incentivo, para que os estes agentes públicos, busquem amparo de profissionais especializados;

incentivar a corporação buscar de forma imediata uma solução para o problema; e ao policial em si e ao círculo social deste buscar apoiá-lo e incentivá-lo ao tratamento.

Por fim este trabalho justifica-se por buscar compreender como o nível de

estresse, pode afetar não só a qualidade do serviço prestado, mas a vida pessoal,

social e a psicológica do referido trabalhador, o que consequentemente acarretará

prejuízo, e conforme o conceito de Gil (2011) como fruto do efeito reverso, pode

acometer perda da qualidade de vida do trabalhador e bem como a qualidade do

serviço prestado pelo mesmo diante da sua corporação, corroborando com o que se

pretende pesquisar.

(14)

13 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MILITAR

A vida em sociedade remete a requisitos básicos a serem obedecidos por quem dela se utilize, sendo assim um desse requisitos é a garantia da lei e da ordem, considerado vital para vida social, pois esta trata das garantias sociais e individuai de cada membro formador do conjunto social. Nesse aspecto é possível vislumbrar no decorrer da existência humana, que mesmo sendo “evolucionistas ou criacionistas” o ser social, buscou de organizar-se e para isso criou exércitos capazes de propiciar a seus cidadãos segurança lei e ordem, exemplo disso é o Código de Hamurábi, datado e subscrito pelos mesopotâmicos que dotou essa sociedade de um conjunto de regras práticas para o bem viver.

O Brasil vive hoje um sucateamento dos serviços públicos e com a segurança pública não seria diferente, e dado a isso percebe-se o aumento da criminalidade, alastrando-se por todas as regiões independente de poder aquisitivo ou renda per capta; as manchas são as mesmas, o que muda é o tipo de crime ocorrido em cada mancha, furtos, assaltos, violência doméstica, sequestros, etc. e de forma crescente e proporcional, vemos o aumento da carga de trabalho dos profissionais da segurança pública, quer seja em volume de operações, como em especialização do crime, o que exige desse profissional além da carga de trabalho, mais qualificação, ou reciclagem, o que por sua vez pode convergir para um aumento dos índices de estresse no trabalho, acarretando uma perda do desempenho do trabalho

Nos dias atuais não se faz diferente, a garantia da lei e da ordem e necessária e bem mais presente até mais forte por causas das desigualdades sociais que assolam o mundo principalmente países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

No nosso Brasil não foi diferente e em virtude disso, faz com que no século passado

as novas formas de controle da lei e da ordem, fizessem surgir as polícias estatais,

datada de junho de 1834 na gestão do Presidente Basílio Quaresma. Aqui no nosso

estado ela surge sob o nome de Corpo de Polícia da Província, composta por um

efetivo de 40 homens, tendo o tenente do exército brasileiro Manoel Ferreira Nobre,

como primeiro comandante. Segundo dados da própria polícia militar, a mesma só foi

organizada em 1836 no governo do Dr. João José Ferreira, o nome como conhecemos

Polícia Militar (PM) hoje só foi aprovada e definido em 1947, e vigora até dias atuais,

(15)

14 como missão a referida instituição tem de “preservar a ordem pública e garantir a segurança dos cidadãos (POLICIA MILITAR DO RN, 2020).

Pois bem, com a modernização da vida cotidiana a história dessa autarquia pública também, vem se modernizando com o passar dos dias, coma a implantação de novas formas de patrulhamento, a incorporação de oficiais femininas. Atualmente é composta de vários órgãos internos e serviços especializados, atuando em todos os municípios do estado do Rio Grande do Norte (RN), apresentando um efetivo humano de 9.500 pessoas, que executam diuturnamente o patrulhamento ostensivo, com vistas a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade pública, com observância aos direitos humanos (POLICIA MILITAR DO RN, 2020).

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA

Desde que passamos a viver em sociedade, o problema da segurança é fator de preocupação por parte dos seres humanos, a luta dos povos antigos, nada mais é que a busca por segurança nacional, face a um opressor, de igual formas os clãs medievais tanto ocidentais como orientais, buscavam sua proteção face a sua propriedade, que naquela época simbolizava a forma comum de subsistência. Em todas as eras da raça humana e comum se ouvir da formação de exércitos, que como dito acima servia de proteção a nação constituída.

Hoje, de acordo com a ONU (2002), o grande crescimento populacional, e as migrações de formas de subsistência, o trabalho dito “formal” criou relações entre patrões e empregados, alguns aspectos cabem ser falados aqui, como: a pouca oferta de postos de trabalho, e baixa escolaridade, o aumento populacional desenfreado, e associado a isso, a intelectualização do trabalho. Observa-se tambem, que milhares busquem outras formas de subsistência, ou seja o subemprego, ou a criminalidade, outros aspectos também são correlativos, o estilo de vida, a exaltação ao consumo de entorpecentes, em várias esferas contribuem para o aumento da criminalidade organizada, o que se configura e novas formas de como o profissional de segurança deverá atuar, o que provavelmente acarreta em maiores níveis de estresse.

Percebe-se e é comum ouvir nos noticiários, que os indicadores de criminalidade

vêm aumentando de forma significativa, isso aumenta de forma diretamente

(16)

15 proporcional, ao aumento da criminalidade, acarretando maior sobrecarga de trabalho e consequente aumento dos níveis de estresse funcional.

Logo, o presente trabalho tentará identificar. Qual a percepção do estresse

ocupacional e suas variáveis pelos policiais do batalhão de cavalaria da polícia

militar do Rio Grande do Norte?

(17)

16 1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a percepção dos policiais que compõem o Batalhão de Cavalaria da Polícia Militar do RN sobre o estresse ocupacional e suas variáveis.

.

1.3.2 Objetivos Específicos

♦ Identificar o perfil sociodemográfico e profissional dos policiais

♦ Identificar a percepção dos policiais relativa ao estresse e suas variáveis no contexto e dimensões do trabalho.

♦ Identificar a percepção dos policiais quanto às variáveis psicossociais, além do

contexto do trabalho

(18)

17 1.4 JUSTIFICATIVA

Face ao crescente aumento dos níveis de subemprego, desemprego, e fatores como drogadição independente de qual a motivação, isso reflete na esfera como um da problemática social, que gera o aumento da mancha criminal em determinadas populações, isto por sua vez aumenta significativamente tanto a carga de trabalho, como a pressão exercida sobre o policial militar na execução de suas tarefas, tanto por meio da sociedade, como por meio de pressões internas a corporação. Somando ao acima citado, ainda advém o tipo de trabalho que lida diariamente, com situações de risco iminente de vida, do trabalhador em segurança pública.

Este trabalho busca entender como o nível de estresse, pode afetar tanto a qualidade do serviço prestado, bem como a vida pessoal, social e o psicológico do referido trabalhador, o que consequentemente poderá acarretar prejuízo, como fruto do efeito reverso, pode acometer perda da qualidade de vida, do trabalhador e bem como a qualidade do serviço prestado pelo mesmo diante da sua corporação. Aqui vemos um conceito de Gil (2011, p. 19), que corrobora com o que se pretende pesquisar, no em relação aos fatores psicológicos que podem interferir no quantitativo de produtividade

A valoração das relações humanas no trabalho surgiu da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produtividade. As bases desse movimento foram datadas pelos estudos desenvolvidos pelo psicólogo (GIL apud MAYO, 2011, p. 19).

Conforme apregoa o autor, percebe-se que quaisquer fatores ligados ao psicológico, como boas relações de trabalho, níveis de estresse são fatores que reverberam na produtividade destes. Logo avaliar o nível de estresse, suas consequências dentro da corporação, ajudará a propor melhorias significativas, no que tange a gestão do efetivo pessoal, proporcionando a criação de políticas de pessoal mais eficazes, evitando os afastamentos, mantendo a saúde mental do policial sempre em dia, para que não só a corporação, mas a sociedade possa usufruir de um agente de segurança pública mais preparado, e mais apto a enfrentar a situações rotineiras de estresse funcional.

Logo, tentar-se-á neste trabalho, mapear os níveis de estresse da corporação

em específico ao batalhão de cavalaria, com fins de entender suas problemáticas e

(19)

18 propor soluções para a corporação. Tal pesquisa é importante para a formação do autor, na medida que apresenta certas dificuldades que são comuns em todos os trabalhos e que carecerão de atenção do gestor de pessoas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Estresse no ambiente de trabalho

Algumas atividades exigem maior esforço das pessoas que as desempenham quer seja físico, mental ou mesmo híbrido; as rotinas de vida diárias também compõem situações estressante ao indivíduo, que por sua vez alimenta a sobrecarga de estresse do mesmo. Já se compreende que determinadas profissões são por si só e pela natureza da ocupação já são promotoras desse incremento de estresse na vida desses prestadores de serviço.

Muito do que se entende por estresse advém segundo (SILVA et al. 2018) do reconhecimento de que o homem sofria exaustão após o trabalho, medo, exposição ao calor e frio, fome, sede, perda de sangue ou doença, o que causava desconforto físico e mental, posteriormente evoluiu para sinônimo de fadiga e cansaço; e por fim ainda com base no que diz o autor acima o estresse passou a ter relação com o conceito de força, esforço e tensão no século XVIII época da revolução industrial.

Quando se chega aos modelos de produção advindos dessa revolução e nos dias de hoje (SILVA, 2019) traz a seguinte prerrogativa,

O modo de vida imposto aos trabalhadores, numa tentativa de se adequar aos constantemente mutáveis processos de trabalho, tem gerado graves desgastes físicos e emocionais. O ritmo de trabalho, por vezes, entra em contradição com os ritmos biológicos do indivíduo. O efeito dessa configuração reflete diretamente na saúde do trabalhador e extrapola, perpassando em suas diversas relações sociais do cotidiano

Percebe-se pelo proposto que assim como em eram épocas passadas, o estresse não é fator criado por nenhum modelo econômico, mas sim por uma sobrecarga de atividades e ou trabalho entregue ao trabalhador, que faz gerar a fadiga e o desconforto psicológico.

No âmbito da segurança pública esses fatores apresentam-se bem definidos e

serão expostos no decorrer deste escrito, mas o que se pode perceber é como uma

grandeza ou observação interfere na criação de outra como a sobrecarga de trabalho

interferindo e ou aumentando os níveis de estresse e reduzindo a qualidade de vida

(20)

19 do profissional; outro fator e postura “sempre alerta e à espera constante”, gerando ansiedade segundo afirmou Bezerra (2016).

Sabe-se que a área de segurança pública as atividades policiais e militares são compreendidas como vulneráveis ao estresse, e em um estudo feito por (SILVA, 2018) na região de Cuiabá apontou que mais de 50% dos pesquisados se encontravam na fase de resistência. Outra pesquisa, de Costa (2007) realizada na cidade de Natal, constatou que 47,4% dos policiais militares apresentavam sintomatologias de estresse.

De um modo geral, considera-se que a atividade exercida pelo policial militar é de alto risco, pois são profissionais que lidam diariamente com a violência e a brutalidade, fato descrito por Silva (2018), o que por si só já é promotor do desencadeamento do estresse ocupacional e este fato será explicado dentro da análise dos dados, corroborando com o estudo anterior.

De acordo com Costa (2007), os policiais estão entre os profissionais que mais sofrem de estresse, pois estão constantemente expostos ao perigo e à agressão, devendo frequentemente não só intervir em situações de problemas humanos de muito conflito e tensão, mas resolvê-los. Sendo assim o fato de ser um agente público não torna diferente, nem o isenta das mesmas prerrogativas e qualquer outro profissional, pois estes mesma tem uma função social a prestar a uma comunidade, e metas a serem cumpridas.

Segundo Mayo (apud Maximiano, 2000, p. 67) foi trazido a essa discussão para

mostrar que: A qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos trabalhadores

influencia fortemente seu desempenho. Assim baseado no que afirma o autor

qualquer evento que venha a tirar ou estressar o agente profissional provocara neste

uma redução de seu desempenho e consequentemente redução eficiência de toda

uma corporação.

(21)

20 2.2 Aspectos psicossociais fora do trabalho, qualidade de vida e estresse

Ao nascermos somos dotados de capacidades que nos serão necessárias a sobrevivência; a interação social é uma delas e a capacidade psicológica outra. A partir desse pressuposto, surge a ideia do psicossocial, ou psicossocialidade, que para as diretrizes do Ministério da Saúde (MS, 1993), nada mais é que a capacidade de aquisição progressiva do ser humano de interagir com seu meio ambiente. Logo entende-se por isto, que as interações sociais moldam e são moldadas pelo ato da interação. Alterando assim tanto a psique do indivíduo, como a sociedade a qual este está inserido.

Não obstante, as interações trabalhistas são também parte do espectro psicossocial, pois são interações entre pessoas dentro de um contexto de micro sociedade. Segundo Horta (apud SILVA 2004), as necessidades psicossociais são descritas como tais:

segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem (educação à vida), gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e espaço, aceitação, auto-realização, auto-estima, participação, auto-imagem e atenção.

Sendo assim, este trabalho ater-se-á a alguns desse aspectos supra citados, que mais se alinham com a propositiva deste, os quais podemos delimitar como atenção, segurança, aprendizagem, auto estima. Que segundo a autora são fundamentais para o desenvolvimento do ser humano.

Visto que o trabalho surge como ferramenta para que o homem, possa suprir as suas necessidades básicas descritas por Maslow em sua pirâmide, como comida, moradia, afeto, segurança, etc... Ele surge desde a criação do mundo, ou sua evolução, e nos acompanha até os dias atuais e o que variou e a forma como ele se comporta, e como ele evolui. Outro fator a ser considerado é a questão da oferta de trabalho e pessoal disponível para ocupá-lo, o que pode gerar problemas que venham a afetar a qualidade de vida das pessoas envolvidas nesse processo.

O trabalho além da provisão, deve trazer satisfação e uma promoção da

qualidade de vida ao trabalhador QVT (Qualidade de vida no trabalho), aqui entra a

qualidade de vida no trabalho que segundo (CHIAVENATO, 2010)

(22)

21

Envolve fatores intrínsecos e extrínsecos do cargo, que afetam tanto as atitudes pessoais quanto as comportamentais, com relevância na produtividade individual e coletiva. Entende-se que motivação, adaptabilidade, criatividade e vontade de inovação ou de aceitar mudanças estão diretamente ligadas à QVT, tendo representativa influência na produtividade e lucratividade das organizações

Logo o que se pode aferir é que a QVT do policial militar, bem como a de tantos outros cargos está ligada a questão da satisfação no trabalho, capacidade de adaptação as rotinas, e os fatores relacionados ao cargo, que afetam diretamente a vida desses profissionais; o que está alinhado perfeitamente com Nahas (2013, p.15) que apregoa que QVT é “A percepção de bem-estar resultante de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano”. Logo se pode aferir que, exposição diária à rotinas estressantes a que esses profissionais são colocados, por si só desencadeiam uma série de fatores estressantes que podem vir a afetar a saúde mental do trabalhador, sua vida pessoal e social, bem como as decisões de trabalho.

No quadro 1 seguem os parâmetros de Nahas (2013), utilizados para construir seu conceito de qualidade de vida no trabalho.

Quadro 1 Parâmetros da qualidade de vida

Fonte: Nahas (2013).

Para o autor, o somatório destes parâmetros reflete numa percepção de bem estar que faz representar de forma abstrata o conceito de qualidade de vida. Logo comportamentos positivos em relação aos fatores do estilo de vida, impactaram diretamente sobre a saúde do trabalhador.

Ainda outros autores discorrem sobre qualidade de vida na seguinte

perspectiva, Minayo (2000). Propõem que a visão da qualidade de vida passa

(23)

22 diretamente por colocar sua centralidade na capacidade de viver sem doenças ou de superar as dificuldades dos estados ou condições de morbidade, o que coloca a responsabilidade no próprio indivíduo, sendo ele o principal responsável por gerenciar suas estratégias de enfrentamento tanto a fatores estressores, bem como ao gerenciamento da sua qualidade de vida. Eximindo assim, o causador do estresse como passível de aperfeiçoamento.

2.3 Estresse ocupacional e síndrome de Burnout

O mundo moderno a cada dia vem alargando suas formas de trabalho, sobrecargas maiores de trabalho e também níveis de rendimento cada vez mais altos, o que vem resultando em cada vez mais no aumento do nível de estresse pessoal e ocupacional, segundo dados do ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE baseado no Relatório de saúde mental de 2002 (OMS, p. 24);

A saúde mental é tão importante como a saúde física para o bem-estar dos indivíduos, das sociedades e dos países. Não obstante, só uma pequena minoria dos 450 milhões de pessoas que apresentam perturbações mentais e comportamentais está a receber tratamento.

Com isso, pode-se perceber possivelmente parte desse que estão na métrica supracitada, podem estar vindo das funções ocupacionais. Esse dado também chama atenção porque afirma que apenas uma pequena parcela destes diagnosticados estão a receber tratamento adequado a sua patologia. E se pode inferir que deste um possível parcela esteja dentro da Polícia Militar, pois estes estão em funções causadoras de estresse.

Adentrando a questão do trabalho conforme dizem Silva Junior e Fisher (2015) Os transtornos mentais são a terceira principal causa de concessão de benefício previdenciário por incapacidade no Brasil. A exposição ocupacional a estressores psicossociais pode comprometer a saúde mental dos trabalhadores.

Perante do escrito se vê a perspectiva de um estudo debruçado sobre a polícia

militar capaz pelo mapeamento de uma parte da corporação, se poder inferir sobra as

demais áreas da corporação e assim promover políticas de ajuda aos trabalhadores

do setor, e o porquê desse estudo e como será citado mais abaixo, em um publicação

da Agência Brasil sobre o crescente aumento de denúncias sobre o trabalho dos

(24)

23 policias a qual será referenciado abaixo, e é perceptível que quanto mais exposto esse policial é a fatores estressantes, maior o índice de problemas relacionados a desempenho no trabalho e má execução deste.

Segundo Prado (2015) O conceito de estresse, originalmente utilizado na Física para descrever uma força ou um conjunto de forças que, aplicadas a um corpo, tendem a desgastá-lo ou deformá-lo, assim outras ciências alicerçadas por este conceito, apropriaram-se da ideia mor e importaram para si algumas ideologias, no acaso da psicologia não foi diferente, ela se utiliza desse conceito, para inferir que qualquer fator ou conjunto de fatores externos, que causem deformidade na psique do indivíduo é considerado uma fator estressante.

E isso se expande a área do trabalho criando assim a perspectiva de estudo do estresse ocupacional, mas o que é o estresse ocupacional? Segundo Genuíno et al.

(2010) estresse ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem resposta, e essa resposta passa necessariamente pelo cognitivo do indivíduo, e como essa resposta é percebida pelo mesmo, alinhando-se ao que diz Prado (2015) a caracterização de um fenômeno de estresse depende da percepção do indivíduo em avaliar os eventos como estressores, portanto o cognitivo tem papel importante no processo.

Agora trazendo para essa discussão a ideia de Lipp e Malagris (2001), O stress pode ser definido como:

Uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz.

Em geral, seria uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas.

O que se pode ver em congruência com o autor que o que foi dito é a labuta

diária do policial militar, que lida diariamente em seu ofício com situações estressoras

a saber: de mortes, crimes de alta periculosidade, situações de atentado a vida do

outro e de si mesmo, aprender a ter respostas rápidas e eficazes frente a situações

que por natureza demandariam mas tempo para tomada de decisão, falta de

equipamentos e de suporte para atuação devida, sobrecarga de atividades, entre

(25)

24 outros fatores, esse conjunto de estressores ocupacionais é que fazem desencadear a síndrome de Burnout, e consequentemente as altas taxas de afastamento das funções, o que por sua vez gerará ainda mais sobrecarga naqueles que ficaram ainda em seus postos, criando uma espiral que por fim afeta toda a estrutura de capital humano da corporação.

Mas não se pode falar de estresse ocupacional sem se apropriar do conceito de estressor ocupacional, conforme Prado (2015), que são os estímulos gerados no e pelo trabalho que têm consequências físicas ou psicológicas negativas para um maior número de indivíduos expostos a eles. Logo o estresse na da atividade laboral e ou decorrente desta, está diretamente ligada a percepção de como o agente receptor do estresse entende e percebe o estímulo recebido, e essas percepção varia de indivíduo para indivíduo.

Tratando agora da síndrome de Burnout, popularmente conhecido no brasil como esgotamento profissional, sintetiza Gil-Monte (apud PINHEIRO et al. 2020, p.3636) como

A experiência que pode ser identificada a partir do modelo de quatro dimensões de Gil-Monte integrado por ilusão pelo trabalho (percepção de que o trabalho proporciona desafios e o alcance de metas profissionais geram realização e satisfação pessoais; a ausência de ilusão pelo trabalho constituiria risco para Burnout), desgaste psíquico (sentimento de cansaço físico e emocional relacionado ao cotidiano laboral lidando com estressores e pessoas que apresentam algum tipo de problema), indolência (presença de atitudes negativas de indiferença, insensibilidade e distanciamento frente às pessoas atendidas, aos colegas e à organização) e culpa (corresponde ao surgimento de sentimentos de culpabilização por atitudes e comportamentos não condizentes com as normas internalizadas e com a cobrança social acerca do papel profissional)

O que se pode visualizar aqui segundo o autor, é a percepção de que os

parâmetros por ele utilizados são sim, percebidos na corporação estudada, como por

exemplo o fator Ilusão é percebido mesmo antes do profissional, adentrar a

corporação, onde este visualiza a possibilidade ilusória de ganhos e estabilidade

financeira e social causada pela profissão, sem avaliar seus impactos na vida

cotidiana. Outro fator é a questão do estresse decorrente do trabalho pelo trabalho,

que a cada dia promove um desgaste da saúde ocupacional do profissional de

segurança pública, gerando assim significativas taxas de afastamento do trabalho, e

desencadeando problemas de saúde mental deste referido profissional.

(26)

25 Ainda outros fatores que cita o autor, e ao ver deste pesquisador, a Indolência, que a síndrome de Burnout desencadeia, é um dos mais cruciais, pois como diz o supracitado autor, atitudes negativas como indiferença, insensibilidade e distanciamento frente às pessoas, são percebidas diretamente pela população, o que vem no decore do tempo, trazendo altos índices de queixas e originou a criação de um departamento para cuidar destes ditos abusos de autoridade decorrente hoje se sabe da síndrome de Burnout.

Agente de segurança que frente a fatores estressores, se tornaram insensíveis a missão que os foi confiada, que ao invés de oferecer segurança aos cidadãos, estes sentem-se inseguros frente as arbitrariedades cometidas por estes, o que tem gerado altos índices de reclamação ao trabalho dos mesmos, como diz a AGÊNCIA BRASIL (2017):

As denúncias de abusos cometidos por policiais civis ou militares em São Paulo passaram de 531 em 2015 para 947 em 2016, de acordo dados do relatório anual da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, o que representou alta de 78% na comparação.

É pertinente que se extrapole esses dados para uma possível alusão ao nosso estado, e esta se fundamenta no quesito ocupacional, que é fator comum as duas corporações mesmo que em estados distintos da federação, e se faz apropriar, pois os fatores estressantes relativos à profissão são comuns a ambos.

E interessante também documentar como citou o autor, a questão da culpa, onde o policial, dado a todos estes fatores já mencionados, ainda tem sobre si a questão da culpa como outro fator desencadeante e por que não potencializador do estresse, fato que só retroalimenta todo o problema emocional vivido por estes. Cabe esclarecer que, de acordo com Gil-Monte (2013), o sentimento de culpa não se estabelece em todos os profissionais acometidos pelo Burnout, e isso varia de profissional para profissional.

Apontada como um fenômeno em expansão na atualidade, a síndrome de

Burnout (SB), também conhecida como esgotamento profissional no Brasil, tem

recebido diferentes denominações, é o que diz De Oliveira (2014), e sendo assim não

se poderia deixar de trazer essa explanação a discussão teórica, para condensar o

que já fora dito em parágrafos anteriores, e validar a pesquisa do estudo do estresse

(27)

26 dentro de uma corporação que tão honrosamente presta um serviço de fundamental importância para a sociedade, que é a preservação da vida e segurança do cidadão, por isso estuda-la se faz necessário para que se possa desenvolver em posterior ocasião políticas que visem aperfeiçoar a qualidade de vida desses trabalhadores em segurança pública, e assim ganhe a sociedade com maior eficiência do serviço prestado, eliminado ou reduzindo os efeitos da síndrome de Burnout.

Para Resende e Frota (2012) a definição mais amplamente aceita é baseada na perspectiva psicossocial que busca identificar as condições no ambiente de trabalho que conduzem ao Burnout e os sintomas específicos que caracterizam a síndrome, e é baseada pelos escritos de Batista et al. (2016) que considerada a síndrome de Burnout como uma resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho, sendo classificada como exaustão emocional, despersonalização e ineficácia, assim percebe-se que tanto este autor como Gil- Monte, apresentam semelhança de aspectos relativos ao entendimento da síndrome, o que é percebido através de suas escritas comparadas.

E como se percebe essa síndrome bem segundo Vieira (2010), ela se manifesta basicamente por sintomas de fadiga persistente, falta de energia, adoção de condutas de distanciamento afetivo, insensibilidade, indiferença ou irritabilidade relacionadas ao trabalho, além de sentimentos de ineficiência e baixa realização pessoal,

Conceito esse já explanado acima por Gil-Monte (2013), e perceptível no

quadro de pessoal da corporação.

(28)

27 Apresentam-se no quaro 2 os fatores que desencadeiam a síndrome de Burnout.

Quadro 2: Fatores desencadeantes da síndrome de Burnout

Fonte: Revista brasileira e medicina do trabalho volume 14, 2016

Em concordância com a figura percebe-se e também se pode inferir que as percepções de como o indivíduo percebe o trabalho, o envolvimento do mesmo, e a falta de realização pessoal entre outras são fatores desencadeantes da síndrome, mais ainda outros fatores corroboram como os socioeconômicos, abaixa remuneração recebida pela ocupação e o retorno do apoio socio familiar do indivíduo, ainda outros como referentes a organização em si, como promotora do estressor, e a própria tarefa e quem a ela se relaciona, percebe-se que reporta-se a um estudo em profissionais de saúde, mas se faz pertinente extrapolá-la para a área da segurança pública, pois aqui o foco são os fatores estressores e não a atividade em si.

2.3.1 Efeitos psicossociais do estresse e do Burnout na vida do indivíduo

Após se esclarecer como se processa a síndrome de Burnout, no capítulo

anterior, agora este trabalho trará uma discussão sobre os efeitos do estresse e

referida patologia, na vida emocional do indivíduo, e suas interações sociais. O quadro

(29)

28 3 devidamente referenciado, mostra come o problema interfere e muito na vida do profissional, mostrando as principais esferas onde a problemática se processa.

Quadro 3: Consequências decorrentes da síndrome de Burnout

Fonte: Revista brasileira e medicina do trabalho volume 14, 2016

O que se percebe pela alusão do quadro, na esfera do trabalho é que os gastos com pessoal são aumentados, e dentro da corporação isso se dá com afastamentos de policiais de suas funções, para fins de tratamento, realocação dos mesmos para funções administrativas, onde se espera existir menos efeitos estressores, e assim possivelmente reduzir os sintomas do indivíduo, sem a necessidade de afastamento, o que geraria, mais sobrecarga de trabalho para os ainda na ativa, fato comentado no capítulo anterior, como um dos fatores estressores, desencadeando assim uma onda de afastamentos em cascata.

O estudo de Flesch e Hess(2011) mostra que, cada vez, sobe mais o número de policiais militares afastados do serviço em decorrência de problemas mentais, o que corrobora com a figura acima, referente aos gastos com pessoal e absenteísmo, já de acordo com

SPODE e CRESPO (2004) O exercício da profissão de policial militar, leva esses indivíduos a enfrentarem diariamente contingências de muito desgaste psicológico, pois precisam estar sempre prontos para proteger a sociedade atentos para perceber qualquer situação de perigo e agir de forma preventiva, sem que haja perda do controle da situação.

O que claramente se afina com o pensar de Gil-Monte (2013) citado ao longo

desse trabalho, sobre os fatores desencadeantes do estresse. Segundo a ONU (2002)

(30)

29

entendem-se por perturbações mentais e comportamentais condições clinicamente significativas caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções) ou por comportamentos associados com a angústia pessoal e/ou deterioração do funcionamento.

Isso se apresenta como uma das formas de como o indivíduo, processa a informação estressante, ou seja, ele passa a sofrer alterações no modo e maneira de pensar, ocasionando a mudança de comportamento do mesmo, frente a situações de estresse ou extrapolando para toda a sua vida, como mostra o quadro 2, que relata sobre os efeitos psicossociais da síndrome de Burnout no indivíduo.

O relatório da ONU (2002) também ressalta que para serem classificadas como perturbações, é preciso que essas anormalidades sejam continuadas ou recorrentes e que resultem numa certa deterioração ou perturbação do funcionamento pessoal numa ou mais esferas da vida, que é o que justamente ocorre dentro da atividade do policial militar, e já explicitado acima.

Ainda segundo a ONU (2002):

As perturbações mentais e comportamentais exercem um considerável impacte sobre os indivíduos, as famílias e as comunidades. Os indivíduos não só apresentam sintomas inquietantes do seu problema, como sofrem também por estarem incapacitados de participar em atividades de trabalho e lazer, muitas vezes por discriminação.

Percebe-se que os autores dialogam entre si, e convergem para a mesma temática, de que as altas cargas de fatores estressantes, de cobranças desproporcionais, de exposições a fatores de risco de quaisquer natureza e ordem funcional, situações de exposição a perigo iminente, dentre outros, ocasionam perturbações mentais, que com o passar dos dias e a retroalimentação desses fatores, passam a desencadear alterações no indivíduo, a saber de humor, emocional, comportamental, e com isso desencadeando até doenças psicossomáticas, o que por sua vez desencadeia todo um processo de desgaste e desajuste socio familiar e de relações de trabalho, que são a base das evidencias dos efeitos psicossociais.

Outro fator constante no relatório da ONU (2002), sobre saúde mental retrata e

que se achou por bem trazes neste capítulo e o grau de como esse efeito psicossocial

afeta também o seio famílias do indivíduo, pois segundo o supracitado relatório, as

famílias que têm um membro que sofre de perturbação mental são forçadas a fazem

(31)

30 diversos ajustes e compromissos, que impedem outros familiares de atingir o seu pleno potencial no trabalho, nas relações sociais e no lazer, segundo aponta um estudo de Gallagher e Nechanic (1996).

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa tem caráter descritivo e analítico, pois visa descrever a incidência de estresse nos policiais do batalhão de cavalaria, decorrentes da atividade e ou ocupação que exerçam, e ainda mapear como os fatores estressores impactam diretamente a vida do policial, e suas interações sociofamiliares e de trabalho. Foi escolhido este tipo de pesquisa baseado em Andrade pois segundo este:

Nesse tipo de pesquisa, os fatos são observados, registrados, analisados sem que o pesquisador, interfira neles... São habitualmente solicitadas por empresas comerciais, institutos pedagógicos, partidos políticos... e uma de suas características e a técnica de padronização da coleta de dados realizados através de questionários da observação sistemática (Andrade, 2009, p. 114)

Logo, o questionário aplicado não sofreu interferência do pesquisador. A estrutura do questionário foi dividida em modelos com perguntas fechadas baseadas na escala de Likert, e perguntas abertas. O caráter eletrônico da pesquisa deu maior liberdade de resposta ao pesquisado.

3.2 População e amostra

Este estudo foi desenvolvido tendo por população o Batalhão de cavalaria da Polícia Militar do estado do Rio Grande do Norte, sediada à avenida João Medeiros Filho, na cidade de Natal. A mesma é composta por 84 pessoas do sexo masculino, o link para acesso à pesquisa foi enviado aos 84 policiais obtendo-se 60 respostas todas apresentando conformidade e com 100% de aproveitamento, sendo objetivo da pesquisa todos os componentes do batalhão.

Para Malhotra (2011) a população é o total de todos os elementos que

compartilham alguns conjuntos comuns de características. E em acordo com De

Oliveira (2014), a amostragem seria a mais adequada dada ao tipo e tamanho do

universo a ser pesquisado, pois esse tipo de pesquisa amostral facilita a coleta de

(32)

31 dados quando o universo desejado se torna inviável dado o tamanho, (MALHOTRA, 2011), expressa melhor dizendo que:

As principais considerações que favorecem uma amostra são os limites de orçamento, e de tempo, uma vez que conduzir um censo é caro e demorado.

Em pesquisas que envolvem populações grandes, como usuários de produtos de consumo, geralmente não e viável realizar censo.

O modelo de amostragem inicia-se por meio da população-alvo, que é a coleção de elementos ou objetos que possuem as informações que se está buscando (MALHOTRA, 2011 p. 268)

Então com base nesses autores optou-se pela amostragem, dado ao tempo, as condições de acesso e limitações sociais e sanitárias ocorridas no tempo de execução desta pesquisa.

3.3 COLETA DE DADOS

Dado a execução deste trabalho ter se dado em tempos de pandemia por COVID -19, a coleta de dados em comum acordo entre orientador e orientando, decidiu-se efetuá-la por meio eletrônico. Como instrumento foi utilizado um questionário eletrônico da base da plataforma Google Forms, entregue aos respondentes por meio digital de mensagens instantâneas, o que entendeu-se facilitar o acesso dos respondentes, bem como agilizar captação das respostas, e facilitará a tabulação de dados.

Foram aplicados questionários estruturados, com a finalidade de obter-se e identificar o perfil socioeconômico dos policiais militares, a incidência de afastamentos e absenteísmos dentro da corporação, níveis de estresse dos policiais, efeitos psicossociais como: irritabilidade, alcoolismo, etc... O questionário é criação do autor desse trabalho em conjunto com seu orientador, criada para este trabalho, sendo compostas de perguntas fechadas e abertas. O questionário obteve 60 respostas, todas elas válidas, de um universo de 84 Policiais.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

(33)

32 Os dados coletados após a aplicação dos questionários eletrônicos, foram analisados no Excel. Após, foram confrontados com parecer e a literatura técnica vigente com a finalidade de gerar entendimento e resultados em relação a problemática desta pesquisa. Com base na escala de Likert, foi feito o percentual de cada resposta, com base na medias das observações, dividido pelo número de respondentes, achando assim sua percentualidade ou frequência.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA E PROFISSIONAL 4.1.1 Faixa etária

A pesquisa revelou dados significativos como o fato de no batalhão estudado não haver mulheres, revelando uma unanimidade de respondentes masculinos.

Gráfico: 1 Faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa

Analisando o dado acima se pode perceber que no universo de delimitação da pesquisa, os profissionais apresentam idades acima de 30 anos, esse dado pode refletir na percepção de como o indivíduo enxerga a sua perspectiva de vida, bem como a sua interação com o meio ambiente. Dada ao quantitativo de tempo de exposição ao trabalho, que se irá mostrar mais detalhadamente a frente em questionamentos mais específicos.

4.1.2 Estado civil e Quantitativo de dependentes

(34)

33

Gráfico: 2 Estado civil Gráfico: 2 Dependentes

Fonte: Dados da pesquisa

:

Conforme descrito no gráfico estado civil, 92% dos pesquisados tem família ou vivem em situação de modelo familiar, sendo casados ou apresentando união estável.

Dado este que será trabalhado quando abordados as questões familiares versus estresse. E somando-se a este 80% dos pesquisados tem filhos decorrentes dessa união civil.

Abaixo serão descritas as questões de patente e salarial. Um dado relevante a este trabalho é que a escolha do batalhão a ser estudado, foi significativa pois identificou-se aquilo que se espera encontrar no início desta pesquisa como parte de questionamento de investigação proposto pelo pesquisador.

4.1.3 Patente corporativa

Identificou-se que por volta de 100% dos pesquisados tem significativo tempo de corporação dada as patentes que exercem, bem como suas promoções que apontam tempo de serviço e exposição a trabalho de rua. Destes ainda 90% exercem diretamente os trabalhos de patrulhamento de forma direta, em funções de gestão ou supervisão de pessoal: como Sargentos e Cabos respectivamente, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 4: Patente Corporativa

Fonte: Dados da pesquisa

(35)

34 4.1.4 Faixa salarial

Um dado relevante a esta pesquisa que pode ser avaliado melhor é com relação a faixa salarial. Aqui identificou-se que 65% dos pesquisados tem rendimentos que margeiam entre 4 a 6 salários mínimos quem em dados de hoje da previdência chegam a cifra entre R$ 4.400 a R$ 6.600, como média girando na casa do R$ 5.500 conforme gráfico a seguir. Cálculo base salário mínimo (2021).

Gráfico:5 Faixa salarial

Fonte: Dados da pesquisa

4.1.5 Tempo de corporação

No tocante a tempo de serviço e atuação corporativa percebeu-se que os dados são bem significativos e alinhando-se ao gráfico 4, que falava sobre a patente, e ao fato da PM ter ficado sem concurso para praças de 2005 a 2017.

Gráfico 6: Tempo de corporação

Fonte: Dados da pesquisa

(36)

35 Neste gráfico se pode perceber que a totalidade dos pesquisados tem em média 15,5 anos de corporação, demostrando uma exposição significativa a fatores estressores se levado o fator tempo como métrica de cálculo.

4.2 PERCEPÇÃO RELATIVA AO ESTRESSE E VARIÁVEIS DO TRABALHO

O estrese é algo que interfere significativamente na vida do trabalhador de segurança pública. Fato que aqui descreveremos as percepções que o mesmo identifica e foi mapeada por este trabalho. Além da percepção e conhecimentos sobre o estresse pelo indivíduo, foram também analisados os antecedentes e consequentes do estresse no trabalho, desempenho profissional e Comparativo do estresse antes de ingressar na corporação

4.2.1 Percepção do nível de estresse

Gráfico 7: Percepção do policial quanto ao seu nível de estresse

Fonte: Dados da pesquisa

Aqui identificou-se que 82% dos mesmos afirmam ter estresse em algum grau, sendo os de níveis médio e baixo os de maior incidência o que possivelmente possa ter impacto na decisão de não afastamento das funções como descrito no gráfico 7.

Outra inferência aqui é que quase metade já apresenta níveis de estresse moderado,

e a escalada de estresse vem sendo aumentada a cada nível como descreve a

métrica. Um estudo de Costa (2007) feito na mesma cidade apontou sintomatologia

de estresse, na casa dos 47,4%; e um estudo de Oliveira (2009) apontou

sintomatologia de estresse em 57,3 dos policiais, sendo números consideráveis e

preocupantes.

(37)

36 Outro dado que merece atenção é o dado que aponta que 15% dos policiais afirmaram ter um nível alto de estresse; segundo Genuíno (et al. 2010), um nível alto de estresse pode levar ao Burnout.

4.2.2. Conhecimentos sobre o estresse

Quando perguntado aos policiais se estes tinham conhecimento do que viria a ser estresse ocupacional, tem-se os seguintes dados descritos abaixo.

Gráfico 8: Conhecimento dos policiais acerca do conceito de estresse ocupacional

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme o gráfico entende-se que 78% destes tem conhecimento sobre o que vem a ser estresse ocupacional, o que pode ajudar na tarefa de se auto avaliarem e fornecer dados fidedignos a serem postos em avaliação.

4.2.3. Antecedentes e consequentes do estresse no trabalho

Gráfico 9: Identificação do trabalho como fator desencadeador de estresse

Fonte: Dados da pesquisa

Quando perguntado a estes se eles identificaram que o trabalho desencadeou

estresse 80% responderam que concordavam totalmente ou parcialmente que o

(38)

37 trabalho estava por trás do estresse percebido. O que se alinha com o fato de a atividade policial ser identificada como vulnerável ao estresse. Segundo Oliveira (apud COSTA et al. 2007) a profissão de policial está entre as mais estressantes pois o mesmo trabalha sob constante tensão e muitas vezes corre risco de vida.

Gráfico 10: Fatores desencadeantes do estresse

Fonte: Dados da pesquisa

Feitas os devidos mapeamentos das percepções quanto a identificação do estresse e seus níveis percebidos, este gráfico trará agora a percepção que o policial enxerga a respeito do fator estressor. Em média 64% dos pesquisados identificam fatores internos como os relacionados a condução do trabalho sendo o principal meio estressor, a sobrecarga de trabalho e pressão corporativa. Costa (2007) verificou que em 2007, 71,2% dos policiais tinha carga horária semanal superior a 40 horas semanais.

Já 36% em média identifica fatores externos desencadeantes desse estresse sendo o nível de especialização do crime como maior dessa categoria, seguido da cobrança social acerca de seu trabalho. Essa divisão em fatores externos internos facilitará o entendimento acerca de qual área carece de maior atenção.

A seguir foi indagado aos policiais quais as ferramentas que estes utilizariam para controle do desgaste emocional causado pelos fatores estressores, e comparado com o gráfico anterior certa parcela significativa dos respondentes, totalizando 66,67%, não utilizou nenhuma das formas citadas pela pesquisa para alívio do estresse.

Cabe aqui uma ressalva, ou estes utilizam outros meios para resolver o

problema, ou ainda estão inertes aos problemas que podem vir ou já desenvolveram

(39)

38 com relação aos fatores estressores em suas rotinas. Já aproximadamente 34%

destes, utilizam dos meios abordados nesta pesquisa, sendo o álcool e atendimento religioso, como as principais formas, mas um número muito ínfimo demonstra buscar ajuda profissional especializada, o que torna algo este quesito abaixo como bem preocupante. Em estudo entre policiais militares de Natal, Costa (2007) apontou que 2,3% dos policiais confirmaram o consumo do álcool quando estão com problemas.

Gráfico 11: Estresse versus mapeamento das ferramentas de alívio

Fonte: Dados da pesquisa

Partindo agora para quesitos referente ao trabalho foi perguntado se os mesmos perceberam alguma alteração no seu trabalho decorrentes de estarem se sentindo estressados. E aqui percebe-se que 71% dos pesquisados afirmaram que tiveram e ou tem alterações quanto ao desempenho das funções por causa de fatores relacionados ao estresse.

4.2.4. Estresse e desempenho profissional

Partindo agora para quesitos referente ao trabalho foi perguntado se os mesmos

perceberam alguma alteração no seu trabalho decorrentes de estarem se sentindo

estressados. E aqui percebe-se que 71% dos pesquisados afirmaram que tiveram e

ou tem alterações quanto ao desempenho das funções por causa de fatores

relacionados ao estresse.

(40)

39

Gráfico 12: Estresse e desempenho funcional

Fonte: Dados da pesquisa

Aqui se aponta uma perspectiva de que a grande maioria dos pesquisados está tendo seu desempenho alterado, e consequentemente, isso está acarretando possíveis danos as populações que lidam diariamente com esse profissional, e sua tomada de decisão.

Voltando a tratar de estresse no trabalho, também foi indagado aos mesmos, se o processo de tomada de decisão estaria sendo afetado pela carga de estresse vivida por cada policial.

Gráfico 13: Estresse versus tomada de decisão

Fonte: Dados da pesquisa

Aproximadamente 3/5 dos respondentes percebeu que depois da sobrecarga de exposição ao estresse, passaram a identificar que suas tomadas de decisões sofreram algum tipo de alteração prejudicando a performance funcional dos mesmos.

Eles também foram questionados a identificar se as ferramentas de controle do

estresse melhorariam as suas tomadas de decisão.

(41)

40

Gráfico 14: Controle do estresse melhoria nas tomadas de decisão

Fonte: Dados da pesquisa

Assim 80% dos respondentes afirmam que controlando o estresse ou eliminando o fator estressor, suas atuações funcionais também se alterariam para uma performance melhorada, no que diz respeito a tomada de decisões. Já para 18%

nada se alteraria mesmo sendo capaz de controlar o estresse.

Foi feita uma métrica para mapear o grau de influência do estresse no campo de trabalho, apresentando números preocupantes como aproximadamente 80% dos pesquisados afirmando que o estresse tem sim uma influência em suas atividades diárias, e destes 74% afirmam que esse grau de estresse é de moderado a alto, significando que boa parte das tomadas de decisões é feita sobre efeito estressor e pouca observação aos protocolos existentes, conforme explicita o gráfico abaixo.

Gráfico 15: Mapeamento do grau de influência do estresse nas atividades funcionais

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.5. Comparativo do estresse antes de ingressar na corporação

(42)

41

Gráfico 16: Autoconhecimento acerca do estresse pré incorporação funcional

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico anterior, traz a métrica da percepção do indivíduo quanto ao seu nível de estresse percebido por este em comparação ao antes e depois de assumir seu cargo. Onde 72% destes afirmam não sofrerem de estresse antes da incorporação.

Um dado que chama atenção e que aproximadamente 30% destes afirma ter conhecimento de ter tido algum nível de estresse antes de ser convocado.

4.2.6. Afastamento e pós afastamento do trabalho

Passando agora a analisar mais especificamente as perspectivas do estresse ocupacional o gráfico abaixo traz o percentual de afastamentos. Quando perguntado aos pesquisados se estes já teriam sido afastados do local de trabalho por causa de estresse o gráfico se mostrou da seguinte maneira.

Gráfico 17: Afastamento do trabalho por estresse

Fonte: Dados da pesquisa

Percebeu-se que 15% dos pesquisados sofreu algum tipo de afastamento de

suas ocupações, mas a maioria dos mesmos continuou suas atividades normais

(43)

42 mesmo sendo diagnosticado como níveis de estresse ocupacional. Dado relevante que servirá de base para a construção das propostas de melhorias deste trabalho.

Também foi perguntado aos mesmos o que após o afastamento por identificação de problemas decorrentes do estresse as respostas foram mais uma vez interessantes pois apenas 3,33% dos pesquisados foram realocados, e 13% sofreu algum tipo de afastamento, mas a grande parcela destes não só não foi afastada bem como continuou exercendo as mesmas atividades. Como demonstra o gráfico abaixo.

Gráfico 18: Situação pós Afastamento

Fonte: Dados da pesquisa

4.3. PERCEPÇÃO RELATIVA ÀS VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS DO ESTRESSE FORA DO TRABALHO

O estresse, como percebido, causa sintomas que afetam o dia a dia do colaborador em qualquer que seja a esfera de convívio. Aqui se apresentará fatores como qualidade de vida, alterações comportamentais, e a influência do mesmo dentro do convívio familiar e social

4.3.1. Impacto do estresse na qualidade de vida

(44)

43

Gráfico 19:Estresse versus qualidade de vida

Fonte: Dados da pesquisa

Quando perguntado aos policiais se o estresse afetou a sua qualidade de vida, 63,34% afirmam que tiveram sua qualidade de vida alterada após a incorporação funcional, e um grupo ainda asseguram que alteração foi drástica.

Feito o mapeamento da percepção em relação a qualidade de vida, o gráfico a abaixo trará agora a interação que esse estresse traz na vida social do policial, e suas interações.

4.3.2. Influência do estresse nas relações familiares

Foi mapeado também as alterações comportamentais dos indivíduos em seu seio familiar, e os dados abaixo descrevem a situação atual.

Gráfico 20: Mapeamento das alterações comportamentais versus ambiente familiar

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme o gráfico anterior, 65% dos pesquisados informam terem sofrido e

percebido alteração de humor e comportamento dentro de suas casas e convívio

social, e estes imputam isso a fatores de correntes de suas atribuições profissionais.

(45)

44 Conforme mostrado acima o resultado positivo das alterações, coube que se também elencasse o nível de alteração desse comportamento o qual é descrito abaixo.

Gráfico 21: Nível das alterações comportamentais do policial em seu ambiente familiar

Fonte: Dados da pesquisa

Em linhas gerais o gráfico mostra que ocorrem alterações e estas estão sendo significativas, pois 60% da amostra identifica tais alterações como sendo moderada e alta, o que causa preocupação, pois identifica-se que parcela significativa dos policiais está levando para suas casas problemas que deveriam permanecer em seu trabalho e com isso afetando seus lares.

Outro fator que se quis delimitar foi saber se o pesquisado entendia ou percebia que a escolha profissional implicaria em afastamento sociofamiliar.

Gráfico 22: Escolha profissional versus afastamento sociofamiliar

Fonte: Dados da pesquisa

Com um quantitativo de 68% os policiais sabiam sim, que a escolha profissional

pela área da segurança pública traria algum nível de afastamento daqueles

pertencentes a seu convívio social.

(46)

45 4.3.3. Relação entre o estresse e o convívio social

Essa mesma pergunta foi enquadrada também para entender, se com a mesma proposta de controle do estresse, haveria algum benefício para as relações socio familiares também afetadas.

Gráfico 23: Controle do estresse melhoria nas relações sociofamiliares

Fonte: Dados da pesquisa

Para 83% da amostra outro benefício que eles iriam conseguir seria a melhora das relações sociofamiliares como demostra o gráfico acima.

Foi perguntado também se houve afastamento de convívio social dos pesquisados decorrentes da problemática da pesquisa, e constatou-se que 69% não se afastaram de seus laços sociais por esses motivos. Mas também não se pode deixar de descrever que um quantitativo relevante, da ordem de 30% teve relativa afastamento de seu círculo social, motivados pelo estresse como demostra os dados do gráfico 24.

Gráfico 24: Afastamento do convívio social versus estresse

Fonte: Dados da pesquisa

4.3.4. Enfrentamento do estresse

Referências

Documentos relacionados

Paralelo a (in)definição do status do traço contínuo para os segmentos laterais e nasais estabelece-se um problema conceitual para a teoria dos traços fonológicos

FISCAL(IS) DE DOCUMENTAÇÃO: Sandro Landskron, Tecnólogo em Gestão Pública, Siape 1120204, lotado no Departamento de Contratos, com a atribuição de

Além disso, cabe fazer uma análise dos tratados e conferências que abarcam o regime de combate à discriminação racial do sistema da Organização das

Diante da evolução na trajetória percorrida pela transparência no Brasil, com a elaboração de leis que permitem monitorar os gastos públicos, criação de ferramentas para

Preocupada com a incidência da moléstia na área de abrangência, a equipe da Unidade de Saúde José Pinto da Paixão optou por propor um projeto de intervenção com o objetivo

Vários estudos sugerem uma forte associação entre a alta prevalência da infeção genital por CT e os jovens, particular- mente os adolescentes (com idade inferior a 20 anos)

1 A emergência e afirmação da história do tempo presente contribuiu para esta agenda de pesquisas em torno dos usos públicos do passado, à qual considera

A coleta de dados secundários se deu em artigos, livros, dissertações, teses, bem como sites sobre a temática da hospitalidade. Inicialmente tinha-se como planejamento