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X - PATRIMÓNIO DO ESTADO Enquadramento Legal

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X-1

X-PATRIMÓNIODOESTADO 10.1 – Enquadramento Legal

Ao abrigo do n.º 2 do artigo 48 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE “O Governo apresenta, como anexo à Conta Geral do Estado, o inventário consolidado do Património do Estado”.

O Património do Estado é regido pelo respectivo regulamento, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, o qual se aplica a todos os órgãos e instituições do Estado, incluindo as autarquias locais, empresas do Estado, institutos e fundos públicos dotados de autonomia administrativa, financeira e patrimonial e as representações do País no exterior, nos termos do n.º 1 do artigo 2 do mesmo regulamento.

Segundo define a alínea l) do artigo 3 deste regulamento, o Património do Estado é o

“conjunto de bens de domínio público e privado, e dos direitos e obrigações de que o Estado é titular, independentemente da sua forma de aquisição”.

A coberto do n.º 1 do artigo 29, conjugado com as alíneas d), e), f) e k) do artigo 3, ambos do citado regulamento, o inventário do Património do Estado abrange todos os bens de uso especial ou indisponível, do domínio privado do Estado, do domínio público e património cultural, de utilização permanente, com vida útil superior a um ano, cujo valor de aquisição seja igual ou superior a 350 Meticais, e que não se destinem à venda, nomeadamente, móveis, animais, veículos e imóveis.

De acordo com o estabelecido no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, atinente ao regime relativo à organização, funcionamento e processo da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, no Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado, este órgão aprecia a actividade financeira do Estado no ano a que a Conta se reporta, nos domínios patrimonial, das receitas e das despesas, o cumprimento da Lei Orçamental e legislação complementar, o inventário do Património do Estado e as subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio concedidos, directa ou indirectamente.

Desta forma e segundo o referido instrumento legal, o Tribunal pronuncia-se, no presente capítulo, sobre a informação relativa ao Património do Estado constante da Conta Geral do Estado de 2011.

Esta apreciação é feita com base no Anexo Informativo 7 da Conta Geral do Estado, nos resultados das acções de auditoria realizadas pelo Tribunal Administrativo e informações adicionais obtidas na Direcção Nacional do Património do Estado, entidade que, nos termos do artigo 9 do Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 152/2005, de 2 de Agosto, tem como funções:

“a) Coordenar a gestão dos bens patrimoniais do Estado, procedendo ao respectivo tombo;

(...);

e) Propor normas e instrumentos regulamentares pertinentes sobre os bens patrimoniais do Estado;

f) Promover concursos para a venda de bens abatidos, apreendidos e revertidos a favor do Estado;

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g) Intervir, em articulação com as demais entidades competentes nos processos de alienação, de cedência e de constituição de sociedades envolvendo Património do Estado;

h) Verificar os processos de contas de bens patrimoniais dos organismos do Estado;

i) Fiscalizar a observância de todas as normas e instrumentos sobre o Património do Estado;

j) Preparar, no domínio do património, a informação necessária à elaboração da Conta Geral do Estado”.

10.2 – Considerações Gerais

Na CGE de 2011, o Inventário do Património do Estado com referência a 31 de Dezembro é apresentado no Anexo Informativo 7. Este anexo mantém a mesma estrutura do ano anterior desdobrando-se em 10 sub-anexos:

• Anexo 7.1 - Relatório Analítico;

• Anexo 7.2 - Resumo dos Valores do Mapa Consolidado do Inventário;

• Anexo 7.3 - Mapa Consolidado do Inventário do Património do Estado que resulta do somatório dos mapas consolidados dos inventários Orgânico, das Empresas Públicas e das Autarquias (sub-anexos 7.4, 7.8 e 7.9, respectivamente);

• Anexo 7.4 - Mapa Consolidado do Inventário Orgânico, integrando os Órgãos e Instituições do Estado, incluindo Institutos e Fundos Públicos;

• Anexo 7.5 - Mapa Consolidado do Inventário Orgânico (resumo);

• Anexo 7.6 - Mapa Consolidado do Inventário Territorial;

• Anexo 7.7 - Mapa Consolidado do Inventário Territorial (resumo);

• Anexo 7.8 - Mapa Consolidado dos Bens Patrimoniais Inventariáveis das Empresas Públicas;

• Anexo 7.9 - Mapa do Inventário do Património Autárquico; e

• Anexo 7.10 - Mapa do Inventário do Património Autárquico (resumo).

No Anexo 7.3, é indicado, apenas, o valor do património dos organismos e instituições do Estado (Património Orgânico), não se reflectindo, nele, os bens das Empresas Públicas e das Autarquias, como deveria.

Daqui resulta que, no próprio Relatório Analítico sobre o Inventário Consolidado do Património do Estado, da CGE 2011, o Governo apresente o inventário de 2033 imóveis (214 registados a favor do Estado e 1.819 sem registo), quando nesse número não se incluem os das empresas públicas (912) e autarquias (124), ficando, assim, por identificar, os que estão em situação pendente de regularização, nessas entidades.

A este propósito, o Governo referiu, em sede do contraditório, que no âmbito da realização do Tombo Geral, está em curso, a nível nacional, o registo dos imóveis do domínio privado do Estado, incluindo os das Autarquias e Empresas do Estado, que culminará com a fixação de placas de identificação.

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X-3

Como resultado da falta de integração, no Anexo 7.3, dos bens das Empresas Públicas e das Autarquias, o valor do património líquido, mencionado naquele relatório, é de 71.376,7 milhões de Meticais, quando o mesmo, incluindo aquelas, seria de 95.893,6 milhões de Meticais.

Desde a Conta de 2009, o Governo elabora o inventário do Património do Estado a partir da aplicação informática integrada no ambiente e-SISTAFE, denominada e-Património, desenvolvida para a digitalização dos dados referentes aos bens patrimoniais, objecto de inventariação. Na CGE de 2011, o Governo apresenta os inventários dos órgãos e instituições do Estado, incluindo os distritos e as empresas públicas.

Nota-se, porém, que a referida aplicação informática ainda não inclui uma parte significativa das entidades e revela deficiências, conforme se observou durante as acções de auditoria realizadas pelo Tribunal Administrativo.

Sobre este assunto, o Governo afirmou que a aplicação e-Património, integrada no e-SISTAFE, não funciona totalmente em tempo real (online), pelo que não permite a visualização imediata dos resultados da informação inserida e que a situação será ultrapassada com a implementação do Módulo do Património do Estado, a partir de 2014, esperando-se que o mesmo venha melhorar a referida aplicação.

Quanto ao valor mínimo de 350,00 Meticais, a considerar para efeitos de inventário dos bens, estabelecido pelo Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, o Governo informou, no exercício do contraditório do relatório preliminar sobre a CGE em análise, que está em curso o processo de revisão do Regulamento do Património do Estado, que inclui a actualização do referido valor, cuja implementação está prevista para 2014.

Continua a verificar-se, na CGE em análise, que não são inseridos os dados respeitantes aos

“abates”, “reavaliações ou outras alterações” e “obras ou reparações”, embora nos Mapas Consolidados do Inventário constem as respectivas colunas, para tal efeito.

O Governo continua, também, a não apresentar os inventários dos bens do domínio público, conforme exigido pelo Regulamento do Património, já atrás citado, que considera aqueles como parte integrante do Património do Estado.

Segundo o pronunciamento do Governo sobre a CGE de 2010, previa-se a implementação, em 2011, de um módulo de património que incluiria estas funcionalidades. Já em resposta ao Pedido de Esclarecimentos sobre a CGE de 2011, o mesmo afirmou que a extemporaneidade da implementação do Módulo de Gestão do Património, que se prevê, agora, para 2014, deveu- se à necessidade de alteração do respectivo plano de actividades.

A falta de incorporação daqueles dados no inventário contraria as recomendações do Tribunal Administrativo formuladas anteriormente e adoptadas pela Assembleia da República, na sua Resolução n.º 22/2005, de 6 de Julho.

Continua, assim, neste domínio, a verificar-se o incumprimento do estatuído no n.º 3 do artigo 40 do Regulamento do Património do Estado, segundo o qual “Do inventário consolidado deve constar a informação relativa às variações patrimoniais, tais como património inicial bruto e líquido, aquisições, actualizações, reavaliações ou outras alterações, obras ou reparações, acréscimos e diminuições, amortização do exercício e acumulada, abates, património final bruto e líquido e variação bruta e líquida”.

(4)

O Tribunal Administrativo tem vindo a referir, nos seus relatórios, que a permanência, no inventário, de dados sobre bens que estão totalmente amortizados desvirtua a informação sobre o Património Bruto e o Líquido, apresentado no Anexo Informativo 7.3 da CGE, pois o número e valor dos bens declarados não correspondem à real existência física nas entidades, como se abordará no Ponto 10.6 do presente relatório, referente aos resultados das auditorias.

Como também se referirá mais adiante, no ponto 10.6.1, a propósito dos resultados das auditorias, existem situações em que bens imóveis e veículos à responsabilidade das entidades auditadas não se encontram evidenciados no Inventário Consolidado constante da CGE.

Acresce-se, ainda, que as entidades não possuem títulos de propriedade dos imóveis em nome do Estado.

A este propósito, o Tribunal reitera a necessidade duma maior abrangência, no que toca à inventariação dos imóveis do Estado na situação acima descrita, bem como da sua rápida regularização, de modo a que os mesmos sejam inventariados, a título definitivo.

À semelhança do exercício anterior, continuam a existir diferenças substanciais entre os valores das aquisições constantes dos mapas do inventário e os correspondentes às despesas efectivamente realizadas pelos diferentes sectores, na compra de bens inventariáveis.

Com efeito, parte significativa dos bens estatais não se encontra inventariada, como aliás será referido, em detalhe, no ponto 10.5.2 do presente capítulo.

Em consequência do mencionado no parágrafo anterior, o nível de inventariação, em 2011, foi consideravelmente baixo (10,9%), relativamente ao valor despendido e ao grau de inventariação do exercício de 2010 (19,3%).

Tomando como referência o Anexo 7.3 da CGE de 2011, verifica-se que o Património Líquido apurado a 31 de Dezembro registou um aumento de 242,3%, comparativamente ao exercício anterior. Este aumento não traduz, necessariamente, o desempenho das entidades em matéria de inventário, mas da incorporação, nesta Conta, do Inventário Geral de 2010, o qual foi tomado como base no Património Inicial Líquido de 2011.

Os resultados da realização do Inventário Geral do Património do Estado efectuado em 2010, de acordo com o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 39 do Regulamento do Património do Estado, que dispõem que tal inventário deve ser efectivado em todos os anos que terminem em “0” ou

“5”, salvo se o Ministro que superintende a área das Finanças autorizar a realização do mesmo fora deste período, só foram incorporados na CGE de 2011.

O coeficiente de erro (desvio percentual entre o valor resultante do Inventário Geral e o valor que se encontrava registado), revelado pela inventariação, foi de -147,1% para os bens móveis, 72,3% para os veículos e 69,8% para os imóveis, valores evidentemente significativos, mas não permitem, ainda, qualquer análise, por este ser o primeiro Inventário Geral realizado.

Os acréscimos patrimoniais no exercício em apreço foram manifestamente inferiores aos valores gastos na compra de bens inventariáveis, como adiante se verá.

Os factos anteriormente mencionados permitem concluir que a informação concernente ao Inventário do Património do Estado constante da CGE em análise não reflecte, com exactidão, a situação patrimonial, em preterição do estabelecido no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, segundo o qual a Conta Geral do Estado deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e financeira.

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X-5

Relativamente aos aspectos acima levantados, o Governo afirmou, no exercício do contraditório, que para a correcção destas situações, foi aprovado, em 2011, o Modelo Conceptual do Módulo do Património do Estado, que define as linhas gerais para a implementação das funcionalidades da componente relativa às contratações, que irá permitir a incorporação dos bens do Estado, no acto da liquidação, na componente referente à gestão patrimonial, a partir de 2014.

10. 3 – Valores Despendidos na Aquisição de Bens Patrimoniais ao Longo do Quinquénio (2007-2011)

Os organismos do Estado têm investido na aquisição de bens patrimoniais, com vista a obter ganhos de eficiência no desempenho das suas actividades.

No exercício económico de 2011, o investimento realizado foi de 31.671.925 mil Meticais1, cuja desagregação é apresentada no Quadro n.º X.1, que ilustra, entre outros, os dados relativos à evolução dos valores investidos pelo Estado no Quinquénio 2007-2011.

1 Não inclui a Rubrica de Fardamento e Calçado

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Quadro n.º X. 1 – Valores Despendidos na Aquisição de Bens Patrimoniais

Designação 2007 2008 2009 2010 2011

Bens e Serviços 236.228 277.625 480.274 1.054.625 257.155 Construções e Equipamentos Militares 6.211 13.646 16.220 1.641 1.355 Material Duradouro de Escritório 41.682 76.488 99.323 102.141 115.571 Outros Bens Duradouros 188.335 187.491 364.731 950.843 341.798 Bens de Capital 123.748 242.961 287.735 222.719 213.670 Construções - 1.183 500 - - Maquinaria e Equipamento 123.748 229.385 263.067 142.685 158.928 Outros Bens de Capital - 12.393 24.168 80.034 54.742 Sub-total 359.976 520.586 768.009 1.277.343 470.825

Bens e Serviços 274.877 245.027 391.044 473.611 1.177.036 Construções e Equipamentos Militares 1.252 105 92.465 151 306 Material Duradouro de Escritório 19.386 30.580 98.668 200.256 50.268 Outros Bens Duradouros 254.239 214.342 199.911 273.204 1.126.462 Bens de Capital 11.268.550 14.438.074 19.688.925 25.012.281 30.024.064 Construções 7.967.125 10.724.746 13.514.211 18.087.387 23.550.788 Maquinaria e Equipamento 3.005.793 3.323.209 6.004.498 6.442.902 5.912.398 Outros Bens de Capital 295.631 390.120 170.216 481.992 560.877 Sub-total 11.543.426 14.683.102 20.079.969 25.485.892 31.201.099 Total Despendido 11.903.402 15.203.687 20.847.978 26.763.236 31.671.925 Total da Execução 60.663.192 69.694.948 84.877.593 107.085.500 127.935.200

Total Despendido/Execução Total (%) 19,6 21,8 24,6 25,2 24,8

PIB 201.437.000 239.249.100 269.346.000 323.226.000 371.314.900

Total Despendido/PIB (%) 5,9 6,4 7,7 8,3 8,5

Componente Funcionamento

Componente Investimento (Financiamento Interno e Externo)

(Em mil Meticais)

Fonte:Mapas VI a XII da CGE de 2011.

Observa-se, no quadro, que as despesas de aquisição de bens patrimoniais conheceram uma evolução ao longo do quinquénio, partindo de 11.903.402 mil Meticais, em 2007, para 31.671.925 mil Meticais, em 2011. Entretanto, este aumento não é proporcional à evolução do património líquido, conforme se depreende no ponto 10.4, a seguir, o que revela maior necessidade de inventariação dos bens patrimoniais.

Por outro lado, o coeficiente dos valores despendidos na aquisição de bens patrimoniais com o Produto Interno Bruto (PIB), no quinquénio, teve uma tendência crescente e, no exercício em apreço, situou-se em 8,5%, o que significa uma evolução de 2,6 pontos percentuais em relação ao ano de 2007.

Essa evolução é manifestamente inferior à verificada de 2006 a 2010 (3,3 pontos percentuais), situação influenciada pela ligeira subida do PIB (14,9%) no ano de 2010 (20%).

(7)

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X-7

À semelhança dos anos anteriores, não se tomou em consideração o âmbito Autárquico, pois, do respectivo mapa, não consta a informação referente aos gastos efectuados pelos municípios, na aquisição de bens patrimoniais. Igualmente, excluíram-se da análise as empresas públicas, em virtude de na CGE não estarem desagregados os valores despendidos na compra de bens inventariáveis.

O Governo, em sede do contraditório, afirmou que a apresentação dos gastos dos municípios e a desagregação dos valores despendidos na compra de bens pelas empresas públicas só será efectivada após a adopção das Normas de Contabilidade Patrimonial e o desenvolvimento e implementação das funcionalidades relevantes.

Neste pronunciamento o Executivo não menciona, contudo, o prazo para a conclusão dessas actividades.

10.4 – Evolução do Património Líquido do Estado

De acordo com o Anexo Informativo 7.3, o valor líquido do Património do Estado, inventariado a 31 de Dezembro de 2011, é de 95.893.858 mil Meticais, conforme se apresenta no Quadro n.º X.2.

Quadro n.º X. 2 – Evolução do Valor Global Líquido do Património do Estado no Quadriénio 2008-2011

CGE de 2008 Peso CGE de 2009 Peso Variação

(3) = (2)-(1) CGE de 2010 Peso CGE de 2011 Peso

Saldo Final Saldo Final Saldo Final Saldo Final

(1) % (2) % Valor % (4) % Valor % (6) % Valor %

1-Móveis 11.242.991 33,4 8.492.531 27,1 -2.750.461 -24,5 6.464.556 23,1 -2.027.974 -23,9 5.417.464,2 5,6 -1.047.092 -16,2 2-Veículos 2.384.035 7,1 2.488.792 7,9 104.757 4,4 2.367.449 8,5 -121.343 -4,9 8.280.473,3 8,6 5.913.024 249,8 3-Imóveis 20.029.264 59,5 20.386.030 65,0 356.766 1,8 19.179.781 68,5 -1.206.250 -5,9 82.195.920,3 85,7 63.016.140 328,6 Total 33.656.290 100,0 31.367.353 100,0 -2.288.937 -6,8 28.011.786 100,0 -3.355.567 -10,7 95.893.858 305,7 67.882.072 242,3 Fonte: Anexo Informativo 3 das CGE's de 2008, 2009, 2010 e 2011.

Variação (5) = (4)-(2)

(Em mil Meticais) Variação (7) = (6)-(4) Tipo

A significativa variação verificada no ano em consideração, com 243% de aumento (passando de 28.011.786 mil Meticais, para 95.893.858 mil Meticais), contrariamente ao que aconteceu nos períodos anteriores, em que o valor líquido do Património do Estado sofreu decréscimos, deve-se à realização do Inventário Geral do Património do Estado, em 2010, efectuado em cumprimento do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 39 do Regulamento do Património do Estado, que dispõem que tal inventário deve ter lugar em todos os anos que terminem em “0”

ou “5”, salvo se o Ministro que superintende a área das Finanças autorizar a realização do mesmo fora deste período.

Embora realizado em 2010, nos termos da legislação aplicável, os resultados desse Inventário Geral, que serviu de base na determinação do Património Inicial Líquido da presente Conta, só foram incorporados na CGE de 2011, por não se ter concluído, nessa altura, o processo de digitalização e consolidação da informação.

No Quadro n.º X.2, observa-se que, de 2008 a 2010, o valor do Património Líquido registou, em termos nominais, uma variação negativa, sendo de 2.288.937 mil Meticais, de 2008 para 2009 e 3.355.567 mil Meticais, de 2009 para 2010, traduzindo-se em decréscimos de 6,8%, e 10,7%, respectivamente.

(8)

De seguida, analisam-se os efeitos dessa incorporação sobre o Património Inicial Líquido da CGE de 2011.

Quadro n.º X. 3 – Efeitos do Inventário Geral sobre o Património Líquido Inicial de 2011

Sem Inv. Geral Com Inv.Geral Diferença %

Móveis 6.464.556 2.616.624 -3.847.933 -59,5

Veículos 2.367.449 8.536.095 6.168.646 260,6

Imóveis 19.179.781 63.543.577 44.363.796 231,3

Total 28.011.786 74.696.296 46.684.510 166,7

Fonte: Anexos Informativos 7.3, 7.8 e 7.9 da CGE (2010 - 2011).

Tipo Património Líquido Inicial de 2011

Analisando o Património Líquido Inicial, com ou sem incorporação do Inventário Geral, infere-se que o efeito global deste Inventário Geral foi de 46.684.510 mil Meticais (um acréscimo, em termos do saldo inicial de 2011, de 166,7%).

Entretanto, por tipo de bens, a realização do Inventário Geral causou ua mredução drástica no valor dos bens móveis, com um decréscimo de 59,5%, o que indica que os registos desta categoria se encontravam fortemente sobreavaliados, não se tendo, nestes anos2, procedido às correctas actualizações (como abates, desvalorizações, etc.), pelo que permaneciam em inventário contabilístico bens que já não existiam fisicamente, facto que o Tribunal Administrativo fez sempre referência, nos seus Relatórios e Pareceres sobre as Contas Gerais do Estado.

Sentido contrário revelou o efeito da realização do Inventário Geral nos veículos e imóveis do Estado, pois constata-se que o parque automóvel inventariado cresceu 260,6% e os imóveis do Estado, 231,3%. Este aspecto revela, também por si, uma ineficiente gestão e controlo destes bens por parte das instituições às quais os mesmos estão afectos, não se tendo devidamente contabilizado como Património do Estado, valores significativos, a saber, 6.168.646 mil Meticais de veículos, e 44.363.796 mil Meticais, de imóveis.

O facto de este ter sido o primeiro Inventário Geral realizado no âmbito do Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, ainda não permite efectuar uma análise comparativa dos seus resultados.

No concernente a estes aspectos, o Governo afirmou que a aplicação e-Património, integrada no e-SISTAFE, não funciona totalmente em tempo real (online), não permitindo, desta forma, a visualização imediata dos resultados da informação inserida e que a situação será ultrapassada com a implementação do Módulo do Património do Estado, a partir de 2014.

De seguida, é apresentado o gráfico que ilustra a evolução do peso de cada um dos tipos de bens do Património Líquido do Estado, ao longo do quadriénio em consideração.

2 O primeiro Inventário do Património do Estado foi apresentado na CGE de 2011. O Regulamento do Património do Estado foi aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto.

(9)

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X-9

Gráfico n.º X. 1 - Evolução do Peso do Património Líquido do Estado

Fonte: Anexo Informativo 7 da CGE (2008 - 2011).

33,4%

27,1%

23,1%

7,1% 7,9% 8,5% 5,6%8,6%

59,5% 65,0% 68,5%

85,7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011

Móveis

Veículos

Imóveis

Quanto à participação no total líquido, os imóveis continuam a evidenciar-se ao longo do quadriénio (2008-2011), com os pesos de 59,5%, 65%, 68,5% e 85,7%, traduzindo-se num aumento de 26,2 pontos percentuais, neste período.

Do mesmo modo, os veículos, apesar da sua baixa participação (7,1%, 7,9%, 8,5% e 8,6%

sucessivamente nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011), registaram ligeiros aumentos de 0,8, 0,6 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente. Contrariamente aos veículos, os bens móveis decresceram sucessivamente, tendo, ao longo do Quadriénio 2008 - 2011, passado de 33,4%

para 5,6%, de que resultou uma diminuição de 27,8 pontos percentuais.

10.5 – Âmbito da Inventariação

A presente análise do Inventário do Património vai incidir sobre o exercício de 2011, sem prejuízo dos anteriores julgados necessários para efeitos comparativos, abrangendo os patrimónios Bruto e Líquido, bem como os respectivos acréscimos e diminuições patrimoniais.

10.5.1 – Análise do Processo de Inventariação

Como anteriormente se afirmou, no ponto 10.4, o valor total líquido do Património do Estado inventariado é de 95.893.858 mil Meticais, distribuído conforme o Quadro n.º X.2.

No exercício em apreço, o incremento do Património Final Bruto foi de 60.330.150 mil Meticais (50,7%), tendo as amortizações acumuladas variado negativamente, em 7.551.922 mil Meticais (8,3%), e consequentemente, determinado uma variação positiva do Património Líquido, de 67.882.072 mil Meticais (242,3%), como se observa no Quadro n.º X.4.

O aumento do Património Líquido não significa ter havido celeridade na inventariação dos bens, por parte dos organismos do Estado, mas é resultado, por um lado, da diminuição das amortizações acumuladas e, por outro, da incorporação do Inventário Geral que foi a referência no Património Inicial Bruto.

(10)

Quadro n.º X. 4 – Património do Estado Inventariado até 31/12/2011

2010 2011

(1) (2) (3)=(2-1) %

Bruto 42.514.729 10.298.270 -32.216.459 -75,8

Amort. Acumuladas 36.050.173 4.880.806 -31.169.367 -86,5

Líquido 6.464.556 5.417.464 -1.047.092 -16,2

Bruto 18.359.384 20.884.598 2.525.215 13,8

Amort. Acumuladas 15.991.935 12.604.125 -3.387.810 -21,2

Líquido 2.367.449 8.280.473 5.913.024 249,8

Bruto 58.093.062 148.114.456 90.021.394 155,0

Amort. Acumuladas 38.913.282 65.918.536 27.005.254 69,4

Líquido 19.179.781 82.195.920 63.016.140 328,6

Bruto 118.967.175 179.297.325 60.330.150 50,7

Amort. Acumuladas 90.955.389 83.403.467 -7.551.922 -8,3

Líquido 28.011.786 95.893.858 67.882.072 242,3

Em mil Meticais

Fonte: Anexos informativos da CGE (2010-2011).

Bens

TOTAL Móveis

Veículos

Imóveis

Variação

No quadro acima, observa-se que os valores totais do Património Bruto e do Património Líquido cresceram, de 2010 a 2011, ao contrário dos das Amortizações Acumuladas que, no mesmo período, decresceram.

No inventário do Património do Estado, do exercício de 2011, foram incorporadas as actualizações, como se dá conta no Quadro n.º X.5.

Quadro n.º X. 5 – Acréscimos no Património Bruto do Estado em 2010 e 2011

Valor Valor Valor

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14)

(3)/(2) (3)/(14) (3)/(11) (7)/(2) (7)/(14) (7)/(11) (3)+(7) (11)/(2) (11)/(14) (2)+(11)

Móveis 41.353.352 1.161.378 2,8 2,7 100,0 0 0,0 0,0 0,0 1.161.378 2,8 2,7 42.514.729

Veículos 17.352.358 1.007.025 5,8 5,5 100,0 0 0,0 0,0 0,0 1.007.025 5,8 5,5 18.359.384

Imóveis 58.039.735 53.327 0,1 0,1 100,0 0 0,0 0,0 0,0 53.327 0,1 0,1 58.093.062

Total 116.745.445 2.221.730 1,9 1,9 100,0 0 0,0 0,0 0,0 2.221.730 1,9 1,9 118.967.175

Móveis 5.808.101 4.192.449 72,2 40,7 93,4 297.720 5,1 2,9 6,6 4.490.169 77,3 43,6 10.298.270

Veículos 17.378.384 2.354.784 13,6 11,3 67,2 1.151.430 6,6 5,5 32,8 3.506.214 20,2 16,8 20.884.598

Imóveis 118.745.701 473.195 0,4 0,3 1,6 28.895.561 24,3 19,5 98,4 29.368.755 24,7 19,8 148.114.456

Total 141.932.186 7.020.428 4,9 3,9 18,8 30.344.710 21,4 16,9 81,2 37.365.138 26,3 20,8 179.297.325

Fonte: Anexo Informativo 7.3 da CGE de 2010 e 2011.

Acréscimos Patrimoniais em 2011

Aquisições Património

Final Bruto Acréscimos Patrimoniais em 2010

Total de Acréscimos Actualizações

% % %

Património Inicial Bruto

(Em mil Meticais)

Bens

Em 2011, os acréscimos patrimoniais (Aquisições) representam 26,3%, no Património Inicial Bruto e 20,8%, no Final Bruto, o que demonstra um incremento de 18,9 pontos percentuais do total de acréscimos, comparativamente ao exercício de 2010.

Observa-se, ainda, no exercício em apreço, que o peso das aquisições, no Património Inicial Bruto e Final Bruto registou um aumento de 3 e 2 pontos percentuais, respectivamente, em comparação com 2010.

(11)

____________________________________________________________________________________________________

X-11

No que se refere ao peso no Património Inicial Bruto e Final Bruto, as actualizações representam 21,4% e 16,9%, sendo que no ano de 2010, não foram registadas, no momento em que decorreu o Inventário Geral.

10.5.2 – Despesas em Bens Inventariáveis versus Inventariação

Conforme se observa no Quadro n.º X.6, de 2008 a 2011, há um aumento sucessivo do valor despendido na aquisição de bens inventariáveis, pelos organismos do Estado, traduzindo-se numa variação positiva de 36,2%, de 2008 para 2009, de 29,3%, deste para 2010 e 374,5%

para 2011. Estes aumentos corresponderam a uma diminuição do património líquido, de 4,5%

e 9,8%, nos períodos de 2008 a 2010, cenário invertido em 2011, devido à incorporação do Inventário Geral, que elevou o património a uma variação positiva de 239,5%. No mesmo quadro, verificou-se que embora haja aumento do Património Líquido, o nível de inventariação é consideravelmente baixo (6,3%)3, relativamente ao valor gasto na compra de bens inventariáveis, o que significa que as aquisições realizadas não foram objecto de registo no momento oportuno.

Quadro n.º X. 6 – Comparação entre os Valores Despendidos e o Património Líquido Orgânico do Estado

Valor Valor Valor

(1) (2) (3)=(2)-(1) (4) (5)=(4)-(2) (4) (5)=(4)-(2)

Património Líquido 24.389.871 23.299.588 -1.090.283 -4,5 21.027.087 -2.272.501 -9,8 71.376.724 50.349.637 239,5 Valor Despendido 15.303.687 20.847.977 5.544.290 36,2 26.964.811 6.116.834 29,3 31.671.925 4.707.114 17,5

Aquisições 1.645.362 2.729.758 1.084.395 65,9 1.594.645 -1.135.113 -41,6 1.986.987 392.342 24,6

Amortizações do

Exercício 4.973.544 4.434.706 -538.839 -10,8 2.962.192 -1.472.514 -33,2 4.925.241 1.963.049 66,3

Fonte: Anexos Informativos 7.4 e Mapas I, I-01,VI, X, XI-03 e XII-05 da CGE (2008-2011).

(Em mil Meticais)

2011 Variação

%

2010 Variação

% Variação

Designação 2008 2009

%

Na análise de dados, foram comparados, apenas, os valores despendidos pelos organismos do Estado constantes da CGE de 2011, com os do Mapa Consolidado do Inventário Orgânico, pois os mapas de execução orçamental das autarquias e empresas públicas não apresentam a desagregação do valor despendido na compra de bens inventariáveis.

No presente exercício, a realização das despesas em bens inventariáveis ascendeu a 31.671.925 mil Meticais4, dos quais 30.999.531 mil Meticais correspondem à execução da componente Investimento, e 672.394 mil Meticais, do Funcionamento.

Para melhor aferição da verba “Construções”, no Quadro n.º X.7, procedeu-se à dedução dos valores correspondentes ao Fundo de Estradas (FE) e ao Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), nos montantes de 11.155.673 mil Meticais e 2.217.444 mil Meticais, respectivamente, pelo facto de estarem a ser feitas aquisições de bens de domínio público5 cuja inventariação terá o seu início após a implementação do Módulo de

3 (1.986.987/31.671.925)*100

4 Funcionamento (453.611+140.942+77.841) + Investimento (13.467.895+2.912.816+1.245.703+11.155.673+2.217.444) = 31.671.925 mil Meticais. Mapas VI-01 a VI-10; VII-01 a VII-11; VIII-01 a VIII-10; X-01 a X-10; XI-01- a XI-11 e XII- 01 a XII-10, da CGE de 2011.

5 Conjunto de bens da propriedade do Estado, impenhoráveis e imprescritíveis, nomeadamente, estradas, pontes, barragens, represas, redes de distribuição de água e energia eléctrica, à luz do estabelecido na alínea f) do artigo 3 do Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto.

(12)

Gestão do Património do Estado, de acordo com o pronunciamento do Governo, relativamente às CGE’s de 2009 e 2011.

Salienta-se que, no mesmo quadro, às verbas “212099 – Outras” e “213 - Outros Bens de Capital”, procedeu-se à agregação de outras, nomeadamente, “121004 - Construções e Equipamentos Militares”, “121006 - Material Duradouro de Escritório” e “121099 - Outros Bens Duradouros”, por corresponderem a bens móveis passíveis de inventariação.

Quadro n.º X.7 – Mapa Comparativo Entre o Anexo 7.4 e as Despesas em Bens Inventariáveis

Central Provincial Distrital Central Provincial Distrital

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)=(1+2+3+4+5

+6) (8) (9)=(8)-(7) (10)=

(8)/(7) 21 Bens de Capital 12.452.690 2.764.059 1.232.627 196.456 16.141 1.073 16.663.046

211 Construções 6.868.383 2.156.693 951.027 0 0 0 9.976.103 434.582 -9.541.521 4,4

212001 Meios de Transporte

1.159.389 139.496 31.637 5.921 0 732 1.337.175 653.733 -683.442 48,9

212099 Outras 4.057.325 421.013 103.537 135.975 16.121 178 4.734.149

213 Outros Bens de Capital

367.593 46.857 146.426 54.560 20 163 615.619

121 Bens 1.015.205 148.757 13.076 257.155 124.801 76.768 1.635.762

121004 Construções e Equipamento Militares

121 184 0 90 509 755 1.659

121006 Material Duradoro de Escritório

33.052 11.644 5.575 46.198 44.330 25.043 165.842

121099 Outros Bens Duradouros

982.032 136.929 7.501 210.867 79.962 50.970 1.468.261

13.467.895 2.912.816 1.245.703 453.611 140.942 77.841 18.298.808 1.986.987 -4.138.105 10,9

Diferença

Nível de Inventaria ção (%)

Total

Fonte:Mapas VI-01 a VI-10; VII-01 a VII-11; VIII-01 a VIII-10; X-01 a X-10; XI-01- a XI-11 e XII-01 a XII-10, e Anexo Informativo 7.4, da CGE 2011.

(Em mil Meticais)

Código Designação

Investimento Funcionamento

898.672 6.086.858 12,9

Total

Coluna de Aquisições (Anexo 7.4)

No quadro acima, verifica-se que o nível geral de inventariação situou-se em 10,9%, que embora tenha aumentado 1,6 pontos percentuais, relativamente ao exercício de 2010 (9,3%), continua a ser manifestamente baixo, em comparação com o valor despendido.

A inventariação dos imóveis, integrados na verba “Construções”, aumentou 3,9 pontos6 percentuais, comparativamente ao ano transacto (0,5%), enquanto os bens móveis tiveram um incremento de 0,3 pontos7 (12,6%, em 2010).

Por sua vez, o nível de inventariação dos veículos incorporados na verba “Meios de Transporte” regrediu, ao passar de 53,4% para 48,9%, de 2010 para 2011, traduzindo um decréscimo de 4,5 pontos percentuais.

À semelhança dos anos anteriores, o processo de inventariação peca por defeito, em relação a uma parte significativa dos bens patrimoniais adquiridos, matéria que vem sendo referida pelo Tribunal Administrativo, o que contribui para que a CGE não reflicta a situação real do Património do Estado, contrariando o estatuído na alínea e) do artigo 47 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo a qual a Conta Geral do Estado deve conter informação completa relativa aos “activos (...) patrimoniais do Estado”.

6 3,9 = 4,4% - 0,5%

7 0,3 = 12,9% - 12,6%

(13)

____________________________________________________________________________________________________

X-13

Do mesmo modo e de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 46 da lei acima referida, a Conta Geral do Estado deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e financeira.

10. 6 – Resultados das Auditorias

No quadro da análise da Conta Geral do Estado, o Tribunal Administrativo realizou auditorias a diversas entidades públicas. As constatações relevantes sobre o património do Estado dessas auditorias são apresentadas nos pontos seguintes deste capítulo do Relatório. No que toca à informação sobre o património dos serviços distritais está incorporada nas respectivas secretarias distritais.

Em termos gerais, as deficiências detectadas no decorrer das auditorias já foram referidas em relatórios anteriores deste Tribunal, a saber, a não actualização do Inventário, o uso de Fichas de Inventário desactualizadas ou o seu incorrecto preenchimento, a falta de aposição das etiquetas de identificação nos bens, a falta de regularização dos títulos de propriedade dos imóveis e veículos a favor do Estado e dos respectivos contratos de seguro, a inexistência dos bens nos locais de afectação, entre outras.

Compete às próprias entidades onde se localizam os bens e direitos patrimoniais velar pela correcta inventariação e gestão do património que lhe está afecto, nos termos do estatuído no n.º 2 do artigo 58 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro. Por outro lado, é responsabilidade da DNPE, “Verificar os processos de contas de bens patrimoniais dos organismos do Estado”, bem como “Fiscalizar a observância de todas as normas e instruções sobre o Património do Estado”, conforme o estatuído nas alíneas h) e i) do artigo 9 do seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 152/2005, de 2 de Agosto, do Ministro das Finanças.

10.6.1 – Aspectos Gerais

a) Da aferição dos comprovativos das despesas realizadas pelas diversas entidades auditadas, constatou-se que foram adquiridos bens inventariáveis que não mereceram o devido registo nos mapas de recolha de dados para a actualização do inventário, pelos Sectores do Património do Fundo de Energia, Laboratório de Engenharia de Moçambique, Hospital Geral de Mavalane, Gabinete do Governador da Província da Zambézia, Direcções Provinciais da Educação e Cultura da Zambézia, de Tete e da Cidade de Maputo, Direcções Provinciais da Agricultura da Zambézia e de Transportes e Comunicações de Tete e Secretarias Distritais de Namacurra e Gúruè, da Província da Zambézia.

Em resultado da falta de inclusão destes bens nos inventários das entidades não é possível que os mesmos sejam evidenciados no e-SISTAFE da respectiva Unidade Gestora Executora, contrariando-se o disposto no n.º 2 do artigo 13 do Regulamento do Património do Estado. Nestas condições, a Conta Geral do Estado não pode reflectir, com exactidão, a situação patrimonial da entidade, violando-se o preconizado no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro;

b) Na inventariação dos bens do Ministério da Justiça, do Fundo de Energia e do Fundo Nacional de Investigação, constatou-se a indicação, nas fichas de inventário, de valores unitários de compra que não incluem o IVA, resultando na subvalorização do património daquelas entidades;

(14)

c) No processo de inventariação dos bens constatou-se, ainda, a falta de indicação, nos mapas e/ou fichas de inventário, dos códigos de classificação, número de inventário, tipo de aquisição, localização dos bens, data e valor de aquisição, no Hospital Geral de Mavalane, no Gabinete do Governador da Zambézia e nas Secretarias Distritais de Gúruè e de Moatize.

Este procedimento constitui violação do estabelecido n.º 1 do artigo 32 do Regulamento do Património, aprovado pelo Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto, segundo o qual os bens devem ser inventariados pela Unidade Gestora e Executora do Subsistema do Património do Estado considerando, entre outros elementos, o código de classificação, o número do inventário, designação do bem, tipo de aquisição, valor e data de aquisição e localização institucional e geográfica.

Por outro lado, notou-se o preenchimento de vários bens com funcionalidade autónoma, na mesma ficha, de que resultou a atribuição do mesmo número de inventário, como se do mesmo bem se tratasse, em preterição do disposto no artigo 34 do já citado Regulamento;

d) Os números de veículos e imóveis a cargo das entidades auditadas, indicadas no quadro a seguir, divergem dos constantes da Conta Geral do Estado, pelo que os registos contabilísticos dos bens patrimoniais evidenciados no e-SISTAFE das respectivas Unidades Gestoras Executoras não reflectem a situação real do património daquelas entidades, em violação do preceituado no n.º 2 do artigo 13 do Regulamento do Património do Estado.

Quadro n.º X. 8 – Divergências das Quantidades dos Veículos e Imóveis das Entidades Relativamente à CGE de 2011

Entidade CGE Entidade CGE

Ministério do Interior _ _ _ 30 1 29

Ministério da Defesa Nacional 145 69 76 1 1 0

Direcção Provincial do Plano e Finanças da

Zambézia 24 19 5 24 8 16

Direcção Provincial do Plano e Finanças de

Tete 56 6 50 48 0 48

Direcção Provincial da Agricultura da

Zambézia 30 60 -30 _ _ _

Direcção Provincial da Educacão e Cultura de

Tete 56 0 56 48 0

Direcção Provincial dos Transportes e

Comunicações de Tete 12 0 12 _ _ _

Fundo de Energia 38 31 7 33 0 33

Secretaria do Distrito de Gúruè 11 8 3 75 0 75

Secretaria do Distrito de Angónia 37 0

Hospital Geral de Mavalane 28 2 26 _ _ _

Total 400 232 168 259 10 249

Fonte: Relatórios de Auditoria e Anexo Informativo 7.4 da CGE de 2011.

Veículos Imóveis

Diferença Diferença

Entidade

Como se depreende, os 400 veículos existentes nas entidades indicadas no quadro não se reflectiram na Conta 168. De igual modo, dos 259 imóveis a cargo das mesmas instituições, apenas foram inventariados 10.

A não inventariação dos bens contraria o estatuído no n.º 2 do artigo 58 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual “A inventariação e gestão do

(15)

____________________________________________________________________________________________________

X-15

Património de Estado compete à entidade onde se localizam os bens e direitos patrimoniais, de acordo com a legislação vigente”. Ademais, o facto contribui para que a CGE não reflicta com exactidão e realismo a situação patrimonial das entidades indicadas no quadro anterior.

Isto demonstra, ainda, que não estão sendo cumpridas as recomendações formuladas pelo Tribunal Administrativo e acolhidas através da Resolução n.º 22/2005, de 6 de Julho, pela Assembleia da República;

e) O Estado ainda não tem registado, em seu nome, a maior parte dos imóveis das instituições auditadas. O mesmo ocorre em relação aos veículos, em que partes dos títulos estão em nome dos respectivos fornecedores. Por outro lado, tanto os imóveis, quanto os veículos, não se encontram segurados.

Esta situação constitui violação do preceituado nos n.ºs 1 e 5 dos artigos 11 e 20, respectivamente, do Regulamento do Património do Estado, segundo os quais “Todo o Património do Estado sujeito ao registo deve ser inscrito nas respectivas Conservatórias em nome deste, pelo Ministério que superintende a área das Finanças”

e “compete aos órgãos e instituições do Estado proceder ao seguro dos bens imóveis e veículos que lhes estão afectos”.

Relativamente ao assunto, o Governo informou, em sede do contraditório, que para os imóveis, está em curso a nível nacional o seu registo com vista à realização de Tombo Geral, que culminará com a fixação de placas de identificação com inscrição

“Património do Estado”. Quanto aos veículos adquiridos em anos anteriores, e que ainda se encontram em nome dos fornecedores, referiu que decorre o processo de regularização do seu registo a favor do Estado, a concluir em 2013, e que o seguro dos imóveis é feito de forma centralizada pelo Ministério das Finanças e dos veículos, pelas instituições beneficiárias.

A este propósito, o Tribunal Administrativo recomenda que sejam seguidos, escrupulosamente, os preceitos legais anteriormente mencionados, por forma a garantir o controlo e seguro dos imóveis e veículos do Estado;

f) No âmbito da verificação física dos bens, nas entidades auditadas, apurou-se a não afixação, por sala, da relação dos bens que nela se encontram, bem como a falta de etiquetas nos bens, para a sua identificação, contrariando-se o estabelecido nos n.ºs 2 do artigo 28 e 1 do artigo 12, ambos do regulamento já citado;

g) Igualmente, da aferição das existências físicas, nas entidades indicadas no quadro a seguir, não foram localizados bens adquiridos, no valor de 381.348,50 Meticais. De acordo com o estatuído na alínea a) do número 2 do artigo 13 do Titulo I do Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, “compete às UGB’s do SPE, guardar e manter o património do Estado sob sua responsabilidade”;

(16)

Quadro n.º X.9 – Relação de Bens não Localizados nas Entidades

Entidade Componente N.º da OP Fornecedor Valor Qde Designação do Bem

115.000,00 4 Computadores Desktop HP-Compac 20.000,00 4 UPS

201100734 119.304,90 3 Computadores Desktop - Dell

5.296,50 2 Candeeiros de leitor -Eglo 201100735 Univendas 78.497,10 2 Retroprojectores

338.098,50 15 Hospital Geral

da Machava n.d. n.d. n.d. 43.250,00 4 Aparelhos de ar condicionado

381.348,50 19 Fonte: Relatórios das Auditorias.

(Em Meticais)

Direcção Provincial da

Educação e Cultura de

Tete

Total

201101445 Silva Weng San

Univendas Investimento

Externo

Sub-total

h) Da comparação da informação disponibilizada pelas entidades auditadas com a constante do Anexo Informativo 7.4, da CGE em referência, foram apuradas inconsistências que se apresentam a seguir.

(17)

____________________________________________________________________________________________________

X-17

Quadro n.º X. 10 – Resultados das Auditorias versus CGE de 2011

Anexo 7.4 da CGE Entidade Diferença

Ministério da Defesa Nacional 48.947.819,83 6.148.735,00 0,00 6.148.735,00

Ministério do Interior 48.137.197,73 59.728.498,86 0,00 59.728.498,86

Administração do Distrito de Mocuba 5.981.554,95 52.229.275,00 4.995.805,00 47.233.470,00

Ministério da Juventude e Desporto 3.042.578,09 11.509.712,00 11.509.712,00

Televisão de Moçambique, E.P. 49.838.554,49 59.957.948,19 49.838.554,49 10.119.393,70 Direcção Provincial da Agricultura da Zambézia

27.843.116,38 6.900.729,00 827.122,00 6.073.607,00

Direcção Provincial da Agricultura de Tete 5.402.778,00 5.402.778,00

Fundo de Energia 6.432.475,17 8.505.810,00 5.585.794,02 2.920.015,98

Secretaria do Distrito de Marracuene 482.347,60 2.879.086,49 246.742,60 2.632.343,89 Instituto Médio de Planeamento Físico e Ambiente

160.252,66 2.691.688,00 160.252,66 2.531.435,34 Direcção Provincial da Educação e Cultura da

Zambézia 2.858.535,62 4.687.181,00 2.858.535,62 1.828.645,38

Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação

de Tete 2.111.791,84

1.785.052,00 1.780.837,18 4.214,82 Secretaria do Distrito de Tsangano 1.213.879,76 2.905.835,00 1.213.879,76 1.691.955,24 Ministério da Ciência e Tecnologia 9.453.937,00 10.758.034,53 9.453.937,00 1.304.097,53 Administração do Distrito de Angónia 2.282.094,25 3.521.011,00 2.282.094,25 1.238.916,75 Direcção Provincial dos Recursos Minerais de Tete 72.096,00

1.085.238,00 68.098,00 1.017.140,00 Gabinete do Governador da Província da Zambézia

583.114,42 944.154,00 944.154,00

Delegação Provincial de Ciência e Tecnologia de

Maputo 2.350,00 620.000,00 2.350,00 617.650,00

Ministério da Mulher e Acção Social 2.529.346,00 1.273.971,00 1.014.346,60 259.624,40 Direcção Provincial do Plano e Finanças de Tete 1.261.666,10

1.200.870,00 1.020.000,00 180.870,00 Direcção Provincial da Educação e Cultura de Tete 2.842.159,66

46.168,00 0,00 46.168,00

Total I 216.076.867,55 244.781.775,07 81.348.349,18 163.433.425,89

Direcção Provincial da Educação e Cultura da

Cidade de Maputo 6.453.328,55 0,00 106.804,87 -106.804,87

Instituto de Bolsas de Estudo 216.634,86 0,00 216.634,86 -216.634,86

Secretaria do Distrito de Moatize 1.320.185,00 1.020.540,00 1.320.185,00 -299.645,00 Direcção Provincial da Saúde da Zambézia 15.151.358,08 589.856,00 15.151.358,06 -14.561.502,06

Gabinete de Informação 625.230,85 0,00 613.532,00 -613.532,00

Direcção Provincial dos Transportes e Comunicações

de Tete 1.142.314,00 90.656,00 1.142.314,00 -1.051.658,00

Direcção Provincial de Indústria e Comércio da

Zambézia 1.200.000,00

0,00 1.200.000,00 -1.200.000,00 Direcção Provincial da Saúde de Tete 7.287.074,46 2.627.103,00 7.287.074,46 -4.659.971,46 Direcção Nacional de Identificação Civil 5.341.503,77 297.408,00 5.341.403,78 -5.043.995,78

Instituto Nacional de Acção Social 6.000.000,00 600,00 6.000.000,00 -5.999.400,00

Total II 44.737.629,57 4.626.163,00 38.379.307,03 -33.753.144,03

(Em Meticais)

Instituição Aquisições

das Entidades

Inventário

Fonte: Mapas VI, VII, X da CGE de 2011, Anexo Informativo 7.4 da CGE de 2011 e Relatórios de Auditoria.

Como se observa no quadro acima, não foram registados, no Inventário do Património do Estado apresentado na CGE de 2011, bens no valor de 33.753.144,03 Meticais, tendo sido, ainda, incorporados outros, a mais, no montante de 163.433.425,89 Meticais, o que contraria o disposto no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

(18)

Fevereiro, que cria o SISTAFE e dispõe que a CGE deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e financeira.

Observe-se que compete à DNPE, através do Departamento de Cadastro e Registo

“conferir os processos de contas de todos os sectores do aparelho de Estado”, ao abrigo do disposto na alínea b) do artigo 12 do Regulamento Interno da Direcção Nacional do Património do Estado, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 27/98, de 18 de Março, do Ministro das Finanças. De igual modo, nos termos do estipulado no n.º 1 do artigo 40 do Regulamento do Património do Estado, resulta que é a DNPE que detém a competência para a elaboração do inventário consolidado dos bens patrimoniais afectos aos diversos órgãos e instituições do Estado, criando os mecanismos necessários para uma boa gestão e controlo do património do Estado e, assim, garantindo o seu registo correcto na Conta Geral do Estado.

Relativamente às constatações levantadas neste ponto, o Governo, exercendo o direito do contraditório, pronunciou-se nos seguintes termos:

• Já foram emitidas instruções com vista ao cumprimento dos procedimentos respeitantes à gestão do património do Estado, bem como a realização de acções de supervisão e de formação;

• No que se refere à supervisão, são realizadas visitas de acompanhamento e monitoria, com vista a aferir de forma presencial os processos realizados nos órgãos e instituições do Estado e ainda orientação técnica de modo a garantir a implementação correcta dos procedimentos estabelecidos.

As constatações das auditorias do Tribunal Administrativo demonstram que as aludidas visitas de acompanhamento e monitoria ainda não surtiram os efeitos desejados, reiteirando-se, deste modo, a necessidade de maior intervenção da DNPE (âmbito Central) e DPPF’s (âmbito Provincial), na verifcação dos processos de diversas entidades em matéria de gestão patrimonial.

10.6.2 – Aspectos Específicos

a) No âmbito de implementação dos projectos do FUNAE, até ao exercício de 2011 foram concluídos 33 Postos de Abastecimento de Combustível (PAC’s), que não se incluíram no inventário da entidade. Destes imóveis, 9 ainda não estão registados a favor da entidade.

Segundo as explicações dos gestores daquela entidade, os PAC’s, embora pertençam ao FUNAE, são concedidos a particulares em forma de rendas, para sua exploração e, posteriormente, os mesmos poderão ser vendidos.

É entendimento do Tribunal que enquanto tais imóveis pertencerem ao FUNAE, constituem erário, pelo que deveriam ser objecto de inventariação, até que se proceda à devida alienação, momento em que terá lugar o seu abate do inventário;

Em sede do contraditório sobre o presente relatório e parecer, o Governo afirmou que já estão registados no e-Património 26 postos, sendo que os restantes aguardam pela emissão do respectivo DUAT definitivo e posterior emissão do título de propriedade, sem juntar, no entanto, qualquer prova da sua inventariação;

Referências

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