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TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA

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TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA

Processo nº 181/2012 Data: 29-10-2013

Acordam os Juízes que constituem o Tribunal da Relação de Lisboa.

1. RELATÓRIO.

Maria … propôs contra Caixa … esta ação declarativa de condenação, ordinária, pedindo a condenação desta a reconhecer que a adjudicação que lhe foi feita em processo de execução, de imóvel por si financiado e pelo valor por si proposto, é causa de extinção da obrigação de pagamento do capital mutuado, respetiva remuneração e juros moratórios. Citada, contestou a R pedindo a improcedência da ação invocando, além do mais, a exceção do caso julgado por ter sido decidida oposição à execução por razões em parte coincidentes com as desta ação.

O tribunal a quo proferiu decisão julgando improcedente a exceção do caso julgado, pelo facto de a oposição à execução ter sido deduzida por executado que não a ora A, e julgando improcedente a ação, absolvendo a R do pedido.

Inconformada com essa decisão, a A dela interpôs recurso, recebido como apelação, pedindo a sua revogação e a procedência da ação, formulando as seguintes conclusões: A - A Ré financiou a aquisição de um imóvel.

B - O contrato não foi cumprido e a Ré adquiriu tal imóvel.

C - O valor do financiamento não abrangeu o valor real do imóvel.

D - A Ré adquiriu o imóvel por valor muito inferior ao valor real, como o demonstra a avaliação feita pela sua participada Imo….

E - A aquisição pelo credor do imóvel, por si financiado é causa de extinção da obrigação. F - Se assim se não entender e se a Ré adquiriu o imóvel por 70 % do valor por si atribuído, a pretensa divida, subsequente à compra teria de ser subtraído o valor igual ao da redução no valor da compra, a qual não aconteceu, motivo pelo qual a Ré está enriquecendo ilicitamente a custo da A.

G - Logo, estamos perante um nítido abuso de direito.

H - Para que exista abuso de direito é necessário que o titular do direito o exerça de uma forma anormal quanto à sua intensidade ou à sua execução e em termos clamorosamente ofensivos da justiça, ultrapassando-se inequivocamente os direitos referidos no artigo 334º do C. Civil (STJ 10-04-1991 AJ 18º 23)

I - Existe abuso de direito, quando um certo direito, admitido como válido em tese geral, surge, num determinado caso concreto, exercitado em termos clamorosamente ofensivos da justiça, entendido segundo o critério social dominante - Ac de STJ, 4-10-2007 - Proc. 0732739.dgri.net.

J - Motivo pelo qual a douta sentença de que se recorre violou o disposto nos artigos 334º e 473º do Código Civil e ainda o disposto no artigo 668º nº 1 alíneas b) e d) do C P Civil. A apelada apresentou contra-alegações, pugnando pela confirmação da sentença recorrida. 2. FUNDAMENTAÇÃO.

A) OS FACTOS.

O Tribunal a quo julgou provados os seguintes factos:

1 - Mediante acordo de …-1991, celebrado por escritura pública, denominado compra e venda e mútuo com hipoteca fiança e renúncia, “…, Lda.” vendeu e Jorge … e Anabela … compraram a fração autónoma designada pela letra “I”, correspondente ao … andar …, destinado a habitação, do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de … sob o n.º …, pelo preço de esc. 5 800 000$00 (doc. 2).

2 - Pelo mesmo instrumento, a R. emprestou a Jorge … e a Anabela … esc. 5 800 000$00. 3 - Para garantia do capital, juros e despesas, foi constituída hipoteca a favor do mutuante sobre a fração autónoma “I”.

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obrigações assumidas.

5 - A R. avaliou o imóvel em esc. 7 800 000$00.

6 - Em …-2006, a aqui R. intentou ação executiva no Tribunal de …, correspondente ao processo n.º …, contra Jorge … Anabela …, Domingos … e a A.

7 - No âmbito da oposição à execução deduzida pelo habilitado Gilberto … o crédito da aqui R. foi fixado em € 29 539, 95, acrescido do valor das despesas de € 43,45 e de juros de mora vencidos, desde …-2001 até …-2003, à taxa de 8, 45%, acrescida da taxa de 4%, a título de cláusula penal e de juros de mora, vencidos desde 1-7-2003 a …-2006, à taxa de 7, 97%, acrescida da taxa de 4% a título de cláusula penal, bem como de juros de mora à taxa de 7, 97%, acrescida da sobretaxa de 4% a título de cláusula penal e juros vincendos até pagamento.

8 - A “Imo…” efetuou avaliação do imóvel conforme fls. 82/84, em que se considerou como valor do imóvel devoluto com licença de utilização € 38 800, 00 e como valor do imóvel ainda não devoluto e/ou sem licença de utilização € 28 600, 00 e como valor atual € 44 000, 00, constando enquanto observação que não foi apresentada licença de utilização, que não foi possível visitar o interior do imóvel, que tem fracas características para aceitação do mercado local, acrescidas pela existência de um café no r/c, situação sempre incómoda e motivadora de conflitos diversos entre os moradores.

9 - No âmbito da execução, em …-2010, o imóvel foi vendido à aqui R. por € 33 700, 00, não tendo sido apresentada qualquer outra proposta (cf. fls. 61).

10 - O valor da venda percebido pela aqui R. serviu para o pagamento dos honorários do agente de execução, no montante de € 1 431, 90 (doc. 4 da contestação, a fls. 85), € 522, 00 de custas do processo (doc. 5 da contestação, a fls. 86), imposto de selo, € 250, 00 e € 250, 00 de emolumento do registo do imóvel (doc. 7 da contestação).

11 - Em …-2012, o agente da execução extinguiu a execução, invocando o disposto no art.º 833.º-B do C.P.C. (doc. 7, a fls. 63).

12 - Por escrito datado de …-2012, dirigido ao habilitado na execução Gilberto …, J M …, advogado, por referência ao processo n.º …, em que é exequente a Caixa … e executado Anabela … e outros informa que se encontra em dívida um valor de capital remanescente por cobrar, pelo que julgo ser do interesse de V. Exa(s) agendar um reunião neste escritório, com vista a encontrar uma solução negocial e extrajudicial (doc. 8, a fls. 64).

B) O DIREITO APLICÁVEL.

O conhecimento deste Tribunal de 2.ª instância, quanto à matéria dos autos e quanto ao objeto do recurso, é delimitado pelas conclusões das alegações da recorrente como, aliás, dispõem os art.ºs 635.º, n.º 2 e 639.º 1 e 2 do C. P. Civil, sem prejuízo do disposto no art.º 608.º, n.º 2 do C. P. Civil [1] (questões cujo conhecimento fique prejudicado pela solução dada a outras e questões de conhecimento oficioso).

Atentas as conclusões da apelação, supra descritas, a questão submetida ao conhecimento deste Tribunal pela apelante consiste, tão só, em saber se ao adquirir o imóvel em execução, nas condições em que o fez, e ao arrogar-se a titularidade do direito de crédito ao recebimento do remanescente da quantia exequenda, a apelada agiu em abuso de direito, nos termos do disposto no art.º 334.º do C. Civil.

I. Questão prévia.

Antes de entrarmos na apreciação da questão suscitada na apelação, convém precisarmos os termos em que, no caso sub judice, é suscitada a intervenção do tribunal no âmbito do litígio entre as partes.

Como decorre da matéria de facto supra descrita, a A/apelante foi executada no âmbito do processo identificado sob o n.º 6, em que a R/apelada tinha a qualidade de exequente, sendo certo que o presente litigio entre as partes incide sobre a parte da quantia exequenda que não obteve pagamento.

Nestas condições processuais, numa primeira análise, somos levados a prefigurar uma situação de caso julgado, não na sua formulação positiva, de questão já decidida pelo tribunal [2], tal como apreciada e julgada improcedente pelo tribunal a quo em face do disposto nos art.ºs 497.º e 498.º do C. P. Civil, na redação anterior à Lei n.º 41/2013, mas na sua formulação negativa, de questão que podendo e devendo ter sido suscitada na oposição à execução, nos termos do disposto no art.º 816.º do C. P. Civil, em vigor nessa data, e não o tendo sido, já não pode agora ser suscitada, assim ficando precludido o respetivo direito processual em aplicação do denominado principio da preclusão [3].

Em aplicação deste principio processual, como se escreve no acórdão desta relação de 5/2/2009 [4]: “Não é apenas o caso julgado que impõe limites à prolação de nova decisão sobre a mesma questão. Antes dele, o exercício da jurisdição esgota a decisão de cada questão no seio de um mesmo processo”.

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do executado, o que lhe não é permitido atento o citado princípio da preclusão da prática de atos processuais [5].

Com efeito, na conformação do litigio submetido à apreciação do tribunal são invocados dois factos posteriores ao prazo da oposição à execução, quais sejam, a aquisição pela apelada do imóvel penhorado (n.º 9 da matéria de facto) e a invocação por parte desta da titularidade do remanescente da quantia exequenda (n.º 12).

Tendo em vista esta superveniência de fundamentos de oposição à execução, dispõe o art.º 813.º, n.º 3 do C. P. Civil, em vigor à data, que o prazo de oposição se conta: “… a partir do dia em que ocorra o respetivo facto ou dele tenha conhecimento o oponente”.

Ora, o auto de abertura e de adjudicação de propostas tem a data de …/2010 (n.º 9 da matéria de facto e fls. 61 dos autos), a invocação da titularidade do direito ao recebimento do remanescente da quantia exequenda tem a data de …/2012 (n.º 12 da matéria de facto) e esta ação deu entrada em 29/11/2012 (fls. 65).

Nesta data de …/2012, há muito se encontrava precludido o direito de oposição à execução com base nos citados factos supervenientes, a exercer em prazo idêntico ao prazo da oposição, mas a contar nos termos já referidos, pelo que a questão não mais poderia ser suscitada entre as partes.

Na realidade, a presente ação configura-se como uma oposição a execução, em que a A/apelante pretende que o tribunal declare extinta a obrigação exequenda, na parte em que excede o já pago com a adjudicação do imóvel.

Apesar do nomen juris dado a esta ação, como ação em que se pede a condenação da R, ela configura-se, substancialmente, não como uma ação de condenação, mas sim como uma ação de simples apreciação negativa, pela qual a A pretende que o tribunal declare que a R não tem o direito que se arroga, ao recebimento do remanescente da quantia exequenda (art.º 4.º, n.º 2, al. a) do C. P. Civil, em vigor à data dos factos pertinentes). Como resulta do já expendido, a declaração deste efeito jurídico deveria ter sido pedida na correspondente oposição, como determinado pelo art.º 813.º, n.º 3, do C. P. Civil, em vigor nessa data, sendo certo que a A/apelante teve conhecimento dos factos respetivos em …/2012, como declarado sob o art.º 13 da petição.

A ter usado desse meio processual próprio, que é a oposição por facto superveniente, em vez desta denominada ação declarativa de condenação e com a data de entrada desta, a mesma não poderia deixar de ser liminarmente indeferida, por deduzida fora de prazo, tal como dispõe o art.º 817.º, n.º 1, al. a), do C. P. Civil em vigor à data.

O simples facto de, olvidando o meio processual adequado e o seu prazo de utilização, recorrer a uma ação de simples apreciação negativa, não tem o condão de reavivar um direito processual já precludido, pelo seu não uso no prazo e condições legais, pelo que, logo por esta via não poderia a ação deixar de improceder.

Ainda assim, porque de uma preclusão se trata e porque à mesma não foi dada a devida relevância, quer na sua conexão com a instância executiva, quer na sua proximidade com a exceção do caso julgado decidida nos autos, não deixaremos de apreciar a questão de fundo suscitada na apelação.

II. A apelação.

Pretende a apelante que, ao adquirir o imóvel em execução nas condições em que o fez e ao arrogar-se a titularidade do direito de crédito ao recebimento do remanescente da quantia exequenda, a apelada agiu em abuso de direito.

Sobre esta questão se pronunciou o tribunal a quo, o qual começou por referir a insuficiência da matéria de facto para uma aproximação à figura do abuso de direito, tal como consagrada no art.º 334.º do C. Civil, tendo concluído que, in casu, tal se não verificava.

Não contrariando os argumentos do saneador sentença, refere a apelante que foi fiadora da dívida para obtenção de casa própria de seu filho, não fazendo sentido que após a venda executiva permaneça obrigada a satisfazer a correspondente prestação invocando, para além do o abuso de direito, a figura do enriquecimento sem causa, prevista no art.º 473.º e segts do C. Civil.

Não tendo sido formulado nos autos pedido de restituição de quaisquer bens, mas apenas de inexistência de um direito, afigura-se-nos não ter aqui aplicação o instituto do enriquecimento sem causa, pelo que nos limitaremos à apreciação do objeto da apelação na perspetiva da figura do abuso de direito, tal como definida pelo art.º 334.º do C. Civil. Em jeito de introito não podemos deixar de referir que o instituto do abuso de direito foi recentemente invocado como um dos instrumentos legais possíveis de aplicação no âmbito da problemática do comummente designado crédito hipotecário à compra de habitação própria, em que foram precursores os tribunais espanhóis, entre eles a célebre sentença da Audiência Provincial de Navarra, de 27 de dezembro de 2010[6], sendo que, entre nós, fez

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aplicação do instituto em processo de inventário a sentença do Tribunal Judicial de Portalegre, de 4/1/2012, havendo noticia de sentenças anteriores sobre a mesma matéria [7].

Não obstante, em termos abstratos e genéricos sobre esta problemática social da crise, como se decidiu no acórdão desta Relação de Lisboa de 11/10/2012 [8]:

“A pretensão da exequente de prosseguir a execução depois de lhe ter sido entregue o imóvel hipotecado, que não cobriu a dívida exequenda, com o fim de obter a satisfação da parte do empréstimo não coberto, não configura, sem mais, um abuso de direito”.

Importa, assim, analisar cada uma das situações presentes a tribunal, o que passamos a fazer relativamente ao caso sub judice.

Dispõe o art.º 334.º do C. Civil que:

“É ilegítimo o exercício de um direito, quando o titular exceda manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou económico desse direito”. O direito da R/apelada nestes autos e exequente nos autos de execução, cuja inexistência a apelante pretende ver declarada, por extinto pela aplicação do instituto do abuso de direito, é o acima delimitado sob os n.º 7, 9 e 10 da matéria de facto, ou seja, é o remanescente que não obteve pagamento em execução, depois de ter adquirido a fração em venda judicial, e respeita a um incumprimento contratual por parte dos executados, que se arrasta desde …/2001.

Pretende a apelante que a exigência de um tal remanescente configura abuso de direito, uma vez que a apelada já ingressou na titularidade da fração, fazendo-o por um valor muito inferior ao real.

Vejamos se um tal entendimento, centrado em duas premissas, a saber, o ingresso no direito de propriedade da fração e por um valor inferior ao real, tem correspondência com os factos provados nos autos.

Começando por esta segunda premissa, relativa ao valor.

A fração em causa foi adquirida em 1991 (n.º 1 da matéria de facto), data em que lhe foi atribuído pela R o valor de esc. 7.800.000$00 (n.º 5) e foi adquirida pela apelada, por proposta em carta fechada, em processo em que tinha a qualidade de exequente (fls. 61) pelo valor de € 33.700,00 (n.º 9), sendo certo que nesse processo lhe tinha sido atribuído o valor de € 44 000,00, sem visita interior à fração (n.º 8).

O simples cotejo destes números não permite aceitar a afirmação de que a venda foi feita por valor muito inferior ao real, uma vez que se nos afigura aceitável, nesta matéria, o diferencial entre o valor de avaliação e o valor de aquisição por proposta.

Em face disso não pode a conclusão da apelante, no sentido do abuso de direito, deixar de sair debilitada.

Mas abordemos também a primeira premissa, qual seja, o ingresso no direito de propriedade da fração.

Como acima referimos, a quantia exequenda, tendo na origem o mútuo a que se reporta o n.º 2 da matéria de facto, respeita a um incumprimento contratual que remonta a …/2001. A fração foi adquirida pela apelada, em …/2010, em venda judicial em que a única proposta de aquisição apresentada foi a sua.

No período que medeia entre …/2001 e …/2010, os executados retiraram da fração as inerentes virtualidades de uso e a exequente não recebeu a restituição nem a remuneração da quantia mutuada.

Não vislumbramos pois, em que medida é que o ingresso no direito de propriedade da fração em …/2010, mesmo supondo que o exercício pleno desse direito tenha ocorrido a partir dessa data, se pode considerar pagamento da totalidade das quantias em dívida, em cuja contabilização se compreendem os juros contratuais, acordados como remuneração do capital mutuado, e os juros relativos à clausula penal associada ao incumprimento.

Ao contrário do expendido pela apelante e tal como realçado pelo tribunal a quo, não vislumbramos factualidade que permita imputar à apelada excesso no exercício do seu direito que “…exceda manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou económico desse direito”, afigurando-se-nos legitima a pretensão da apelada ao recebimento do remanescente da quantia exequenda que não pôde realizar com a penhora e venda da fração, apesar de ter ingressado na titularidade do direito de propriedade no âmbito da própria execução.

Improcede, pois, a questão e com ela a apelação. C) EM CONCLUSÃO.

1. Não tendo sido deduzida oposição à execução nos prazos previsto no art.º 813.º, n.ºs 1 e 3, do C. P. Civil, na redação anterior à Lei n.º 41/2013, o princípio processual da preclusão obsta a que, em ação declarativa autónoma proposta contra o exequente, seja pedida a declaração de inexistência, por extinção, do remanescente do pedido executivo.

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2. A exigência desse remanescente não configura abuso de direito, apesar de a exequente ter adquirido uma fração penhorada em venda judicial em que a única proposta de aquisição apresentada foi a sua, se o incumprimento contratual ocorreu em 27/3/2001 e essa aquisição teve lugar em …/2010, não estando provado que a aquisição tenha sido feita por um valor muito inferior ao real.

3. DECISÃO.

Pelo exposto, acordam os juízes deste Tribunal da Relação em julgar improcedente a apelação, confirmando a sentença recorrida.

Custas pela apelante.

Lisboa, 29 de Outubro de 2013

(Orlando Nascimento) (Ana Resende) (Dina Monteiro)

[1] Aprovado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho e aplicável ex vi art.º 5.º, n.º 1, da referida lei.

[2] Também a exceção do caso julgado, propriamente dita, se apresenta com uma função positiva - vinculação a certa solução - e uma função negativa - proibição de que volte a suscitar-se a questão - como refere o Prof. Castro Mendes, in Limites Objetivos do Caso Julgado em Processo Civil, págs. 36-39, no seguimento da jurisprudência.

[3] Sobre a aplicação deste princípio cfr., entre outros, os acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça de 21/5/2009 (relator: Salvador da Costa), 9/9/2010 (relator: Rodrigues da Costa), 9/2/2012 (relator: Gabriel Catarino), 5/6/2012 (relator: Sousa Fonte), 25/10/2012 e 15/11/2012 (relatora: Maria dos Prazeres Pizarro Beleza) e 24/4/2013 (Relator: Sérgio Poças), todos in dgsi.pt.

[4] In dgsi.pt (relatora: Fátima Mata-Mouros).

[5] Não se confundindo com o caso julgado, este princípio apresenta afinidade com a função negativa desse instituto na medida em que também ele impede que determinada questão volte a ser apreciada.

[6] Posteriormente, em Espanha, sobre a mesma problemática foi publicado o Real Decreto-Ley 6/2012, de 9 de março, instituindo medidas urgentes de proteção aos devedores hipotecários sem recursos.

[7] Entre nós, em conexão com esta problemática, foi também publicada a Lei n.º 58/2012, de 9 de novembro, com a seguinte epígrafe: “Cria um regime extraordinário de proteção de devedores de crédito à habitação em situação económica muito difícil”.

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